Questões de vestibular sobre Expansão Marítima

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Questões de Vestibular sobre Expansão Marítima História/ 3º Bimestre Professor José Knust Estudante: _________________________________________ Turma:______ 1. (Ufrgs 2014) De acordo com Sérgio Buarque de Holanda “o gosto da maravilha e do mistério, quase inseparável da literatura de viagens na era dos grandes descobrimentos marítimos, ocupa espaço singularmente reduzido nos escritos quinhentistas dos portugueses sobre o Novo Mundo”. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 1. Qual foi a motivação para essa redução? a) A língua portuguesa não estava suficientemente desenvolvida para expressar o gosto pelo maravilhoso e pelo mistério. b) Os portugueses tinham práticas anteriores com grandes navegações e o contato mais frequente com outros povos, sobretudo do Oriente. c) Os portugueses interessavam-se mais pelo México e pela América do Norte. d) A ocupação do Novo Mundo, sobretudo do Brasil, pelos portugueses foi imediata, o que amenizou o impacto inicial do contato. e) Os portugueses consideravam os povos indígenas e a natureza do Novo Mundo semelhante àquela encontrada na Europa. 2. (Enem 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens. J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado). Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de: a) gosto pela aventura. b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido. d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados. 3. (Unesp 2014) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. (Adaptado) Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona: a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos. b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores. c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses. d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam.

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Questões de Vestibular sobre Expansão Marítima História/ 3º Bimestre – Professor José Knust

Estudante: _________________________________________

Turma:______

1. (Ufrgs 2014) De acordo com Sérgio Buarque de Holanda “o gosto da maravilha e do mistério, quase inseparável da literatura de viagens na era dos grandes descobrimentos marítimos, ocupa espaço singularmente reduzido nos escritos quinhentistas dos portugueses sobre o Novo Mundo”.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 1.

Qual foi a motivação para essa redução? a) A língua portuguesa não estava suficientemente desenvolvida para expressar o gosto pelo maravilhoso e pelo

mistério. b) Os portugueses tinham práticas anteriores com grandes navegações e o contato mais frequente com outros povos,

sobretudo do Oriente. c) Os portugueses interessavam-se mais pelo México e pela América do Norte. d) A ocupação do Novo Mundo, sobretudo do Brasil, pelos portugueses foi imediata, o que amenizou o impacto inicial

do contato. e) Os portugueses consideravam os povos indígenas e a natureza do Novo Mundo semelhante àquela encontrada na

Europa. 2. (Enem 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.

J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de:

a) gosto pela aventura. b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido. d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados. 3. (Unesp 2014) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. (Adaptado) Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona:

a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos. b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares

dos navegadores. c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma

dos portugueses. d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que

elas comportavam.

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e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.

4. (Uea 2014) Tendo saído do Quito em 1541, Francisco de Orellana e seus companheiros foram avisados de que, águas abaixo, no grande rio, se achavam amazonas. Foi aparentemente depois de atravessar a foz do Madeira, que deram em cheio com a “boa terra e senhorio das amazonas”, assim chamada pelo cronista da viagem, o dominicano Frei Gaspar de Carvajal. Essa bondade da terra não impediu que uma tremenda refrega saudasse ali aos homens de Orellana. A fúria com que se viram acometidos, explica-a o frade, de algumas mulheres a pelejar diante de todos os índios, como se foram seus capitães. Ao descrever aquelas mulheres, diz o dominicano que eram membrudas, de grande estatura e brancas; andavam nuas com as vergonhas tapadas.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso, 1977. (Adaptado)

A expedição comandada por Francisco de Orellana alcançou a foz do rio Amazonas. Na descrição da viagem feita pelo frade Gaspar de Carvajal percebe-se:

a) uma conquista das tribos da floresta pelos guerreiros espanhóis, que evitavam, a qualquer custo, o uso de armas

de fogo. b) uma rejeição dos mitos das sociedades indígenas do Novo Mundo, considerados, pelos conquistadores, meras

superstições. c) uma propagação de imagens extraordinárias da floresta, fato que ampliava a expectativa europeia de encontrar

riquezas fabulosas na região. d) uma visão negativa do grande rio e da floresta, considerados locais sombrios e temerários, de que os europeus

deviam se afastar. e) uma aceitação, pelos sacerdotes cristãos, do paganismo que caracterizava a religiosidade nas sociedades

indígenas da grande floresta. 5. (Mackenzie 2013)

Os homens que saíram para o Atlântico em 1492 não tinham a certeza de que chegariam às Índias, apesar do incentivo de Colombo nesse sentido. Em 12 de outubro daquele ano, um Novo Mundo se descortinou àqueles homens, extasiados com as diversas possibilidades daquela “descoberta”. A partir daquele momento, civilizações diferentes – em diversos sentidos – entrariam em contato, alterando definitivamente os rumos históricos de ambas as partes (nativos e europeus). Nesse sentido, a gravura:

a) contém elementos que indicam a visão, entre os séculos XVI e XVII, de uma América exótica e exuberante que

ainda povoava o imaginário europeu. b) demonstra que as guerras entre os povos ameríndios era uma prática combatida pelos europeus e, por isso,

extinta do continente. c) que é encomendada pelas coroas ibéricas, revela a preocupação em demonstrar uma América exótica e perigosa

e, assim, evitar ataques piratas ao continente.

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d) enfatiza a existência de fauna e flora muito diferentes do continente europeu, representando animais efetivamente encontrados pelos colonizadores.

e) procura desqualificar práticas habituais das ameríndias, como a nudez, ao representar uma mulher sentada sobre um animal exótico.

6. (Uepb 2013) O olhar que os europeus tinham sobre o mundo medieval mudou com o advento do chamado mundo moderno, devido à inserção de novos elementos, tais como:

a) A presença dos cavaleiros, a economia autossuficiente, a força dos artesãos e o teocentrismo. b) A presença dos cavaleiros, o pensamento humanista; a contrarreforma católica e a descentralização do poder

político. c) O teocentrismo, a presença do Estado Moderno e as reformas religiosas, e o tribunal de Inquisição. d) A imprensa como espaço de divulgação do pensamento teocêntrico, a descentralização do poder político e a

Guerra dos Cem Anos. e) A descoberta do Novo Mundo, a presença de novos atores sociais como a burguesia e a utilização da bússola, da

pólvora e da imprensa. 7. (Upe 2013) Segundo Alexandre de Freitas, “A globalização caracteriza-se, portanto, pela expansão dos fluxos de informações — que atingem todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais —, pela aceleração das transações econômicas — envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras que ultrapassam as fronteiras nacionais — e pela crescente difusão de valores políticos e morais em escala universal”.

BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010, p. 12-13.

Com base na definição acima e nos estudos sobre globalização, é CORRETO afirmar que:

a) o autor não leva em consideração a internet e a tecnologia para a construção de computadores no processo de

globalização. b) segundo a definição de Freitas, a globalização se restringe aos eventos em escala internacional. c) a globalização, por sua natureza planetária, é um duro golpe contra a expansão religiosa. d) há autores que consideram a Expansão Marítima do século XVI como primeiro ato na história do processo de

globalização. e) por suas carências políticas, sociais e financeiras, os países pobres não participam do processo de globalização. 8. (Fuvest 2012) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas…

Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. (Adaptado)

Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento:

a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes

empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana. b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da

cristandade servia à expansão econômica e vice-versa. c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos

mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis. d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam

como complemento apenas ocasional. e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades

políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã. 9. (Upe 2012) O processo da Expansão Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV-XVI. Com a descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade europeia. Sobre essa realidade, é correto afirmar que:

a) várias narrativas sobre as terras distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os

escritos de Hans Staden.

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b) os espanhóis, logo de início, caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente até então desconhecido.

c) os portugueses optaram por colonizar a África central, evitando fixarem-se na América. d) a França e a Inglaterra colheram os lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas

ultramarinas. e) a Espanha acabou por ocupar boa parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do

século XVIII. 10. (Fgv 2012) Leia o texto. Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali. Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a

esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd,

era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...).

Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI.

No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois:

a) encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial. b) descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico, como o feudalismo. c) reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas. d) identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao continente. e) percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas. 11. (Uff 2012) Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses:

a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao

desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha.

b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais, decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha.

c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa através de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição.

d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico.

e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre Geografia e Astronomia.

12. (Fuvest 2008)

"Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais

conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem

ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam

em sua jurisdição."

Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.

O texto remete diretamente:

a) à competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos. b) aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas.

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c) ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária. d) às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas. e) à aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima. 13. (Ufmg 2009)

A partir da análise e comparação desses mapas e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que:

a) A cartografia europeia, por razões religiosas, não assimilou o conhecimento dos povos indígenas acerca dos

continentes recém-descobertos. b) A concepção de um mundo fechado, em oposição à ideia de um cosmos aberto, dominou a cartografia europeia

até o século XVII. c) As navegações alteraram o conhecimento do mundo, à época, jogando por terra os mitos antigos sobre a

inabitabilidade das zonas tórridas. d) Os descobrimentos, em fins do século XV, resultaram da expansão do conhecimento do mundo alcançado pelos

geógrafos do Renascimento.

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14. (Ufc 2004) O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494 e confirmado nos seus termos pelo Papa

Júlio II em 1506, representou para o século XVI um marco importante nas dinâmicas europeias de expansão

marítima. O tratado visava:

a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.

b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.

c) impor a reserva de mercado metropolitano espanhol, por meio da criação de um sistema de monopólio que atingia todas as riquezas coloniais.

d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.

e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Filipe II, da Espanha.

15. (Uerj 2010)

Como indicado no mapa acima, a expansão marítima promovida pela Coroa de Portugal, nos séculos XV e XVI,

permitiu a incorporação de novas regiões e sociedades ao comércio europeu.

Apresente dois interesses da sociedade portuguesa na exploração da costa ocidental africana e explique a

importância da região para o estabelecimento dos portugueses na Ásia.

16. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente incorporadas à coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência.

Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em:

<http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir. a) Cite e explique 2 fatores que possibilitaram o pioneirismo do Estado português nas Grandes Navegações. b) Explique o que a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello e Souza, quer dizer com a seguinte passagem:

“não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros.”.

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Gabarito: Resposta da questão 1: [B] Somente a proposição [B] está correta. Sérgio Buarque de Holanda em suas duas obras mais importantes, “Raízes do Brasil” e “Visão do Paraíso” busca elementos que caracterizavam os ibéricos para a melhor compreensão da cultura brasileira. Desde a formação de Portugal em 1139 com a dinastia de Borgonha (vale lembrar que Portugal foi o primeiro Estado Moderno a surgir), o jovem país entrou em contato com outros povos, sobretudo na dinastia de Avis, 1385-1580. Portugal realizou contatos com povos do Oriente e do norte da África no contexto das Grandes Navegações. Tal fato explica, para Sérgio Buarque de Holanda, a redução lusitana pelo “gosto da maravilha e do mistério” sobre o “Novo Mundo”. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 2: [C] As viagens ultramarinas do século XV foram rodeadas de expectativas com relação aos perigos que podiam ser encontrados no mar. Monstros marinhos, rodamoinhos gigantescos que “engoliam” embarcações, pontos de tempestades que nenhum navio atravessaria e a queda profunda ao se alcançar a linha do horizonte eram alguns dos medos dos navegantes. Resposta da questão 3: [D] Somente a proposição [D] está correta. Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações iniciando em 1415 com a tomada de Ceuta no norte da África. As Navegações Portuguesas foram exaltadas pela obra de Luís Vaz de Camões, “Os Lusíadas”. Apesar deste pioneirismo empreendedor de Portugal, a nação ibérica entrou em grave crise econômica nos séculos XVIII e XIX levando o grande poeta português Fernando Pessoa a refletir se valeu a pena os esforços das Grandes Navegações considerando o sofrimento e morte que ocorreram naquele cenário. O poeta conclui brilhantemente que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. As demais alternativas cometem graves equívocos históricos. Portugal não se transformou em grande potência. A crença religiosa não foi o motor que impulsionou as Grandes Navegações. Não ocorreu apoio aos familiares dos navegadores e, em muitos casos, nem aos navegadores. Resposta da questão 4: [C] Somente a alternativa [C] está correta. A questão faz referência à viagem de Francisco de Orellana que chegou à foz do rio Amazonas. Orellana foi o primeiro europeu a atravessar o rio Amazonas. Ele chegou à América em 1527 aos 16 anos de idade com o objetivo de encontrar o imaginário “El Dorado”. Francisco Orellana foi avisado da existência das “Amazonas”. O termo “Amazonas” faz referência à mitologia grega. As Amazonas eram mulheres fortes, membrudas, de grande estatura, brancas. Havia muita fantasia no imaginário europeu contribuindo para a busca das riquezas fáceis. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 5: [A] A gravura que acompanha a questão deixa bem clara a visão que os europeus tiveram dos habitantes e das terras da América no início da ocupação: a exuberância e o exótico foram os elementos mais usados pelos europeus para retratar a nova terra. Resposta da questão 6: [E] O mundo moderno (que se inicia com a tomada de Constantinopla pelos turcos) é marcado por diversos fatores, dentre os quais as Grandes Navegações, a ascensão da burguesia e avanços tecnológicos, tais quais a bússola, a pólvora e a imprensa. Resposta da questão 7: [D] Nesta questão, o aluno precisa levar em consideração a política de globalização ocorrida no mundo, no período de expansão comercial europeia; no processo de Eurocentrização, a evolução passou a ser a necessidade econômica.

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Assim, é preciso perceber que a globalização chegou à Europa no século XV, e na America somente no século XX. O texto em si não está relacionado à alternativa [D], embora seja a resposta correta por se tratar de um aspecto da globalização; somente é útil para invalidar as outras alternativas. Resposta da questão 8: [B] Interpretação de texto associado ao conhecimento histórico. O texto deixa claro que “apesar do caráter cruzadista” – portanto religioso, de luta contra os muçulmanos – os interesses comerciais não estavam ausentes e reforça essa ideia como uma frase proferida pelo rei de Portugal. É comum os livros se referirem à expansão portuguesa como “expansão marítimo comercial” na qual se destacam diversos interesses ligados à nobreza e à Igreja, ao Estado e à burguesia mercantil. Resposta da questão 9: [A] A partir da descoberta e da exploração das terras americanas, novas narrativas foram disseminadas na Europa, destacando a fauna e flora, exóticas, no sentido de completamente diferentes daquela encontrada na Europa. Destacam-se as narrativas de Hans Staden, viajante e cronista alemão, famoso pela narrativa de suas viagens pelo Brasil na década de 1540. As conquistas foram empreendidas por portugueses (litoral africano e Brasil) e espanhóis (maior parte da América). Franceses e ingleses estavam atrasados no processo de expansão. Resposta da questão 10: [C] “Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais”. Resposta da questão 11: [E] A expansão marítima representa a expansão do comércio, portanto, burguês, apesar de interessante para a nobreza que controlava o Estado. Na expansão Ibérica não se encontram interesses italianos. Vale a pena lembrar que muitos historiadores consideram o Estado Moderno ainda como um “Estado Feudal”. A expansão somente foi possível devido à centralização do poder em Portugal e Espanha, caracterizados politicamente como monarquias absolutistas. Do ponto de vista religioso, as monarquias ibéricas tiveram o apoio do Papa e se utilizaram de novas tecnologias derivadas do conhecimento, oriundo do renascimento. Resposta da questão 12: [D] Resposta da questão 13: [C] A questão propôs ao vestibulando a inferência de diferentes, a partir de gêneros de discurso com a utilização da análise dos mapas e conhecimentos a respeito das Grandes Navegações entre o final do século XV e início de XVI. Os conhecimentos adquiridos pelos europeus ocidentais, a partir das Grandes Navegações, os levaram a revisão de antigos conceitos relativos à geografia, tidos, até então, como inalteráveis. Resposta da questão 14: [A] Resposta da questão 15:

Dois dos interesses:

• continuidade das guerras de Reconquista no norte da África

• expansão do tráfico de escravos no golfo da Guiné

• exploração da agro manufatura açucareira nas ilhas de Madeira, Açores, São Tomé e Príncipe

• obtenção de produtos como pimenta malagueta, ouro e marfim

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O lucro com as atividades econômicas desenvolvidas na região permitia o financiamento de expedições destinadas à

abertura de um novo caminho para as “Índias”, regiões asiáticas cobiçadas em função do comércio de especiarias.

O enunciado e a resposta da questão abordam aspectos significativos da expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI, como as vantagens da exploração África para o financiamento de expedições ao Oriente, tema que raramente é requisitado aos vestibulandos. Resposta da questão 16: a) Entre os fatores que explicam o pioneirismo português nas Grandes Navegações se destacam, entre outros elementos, a centralização política precoce, que permitiu a Portugal a coordenação das ações estratégicas necessárias para realização de um empreendimento de tal envergadura; a experiência anterior no comércio de longa distância, realizado inicialmente sob a hegemonia de Gênova e Veneza, bem como o envolvimento com o mundo islâmico do mediterrâneo; o desenvolvimento da arquitetura naval, permitindo o desenvolvimento da caravela, embarcação mais leve e veloz que as existentes na época e que permitia aos portugueses se aproximarem da terra firme sem encalhar; o aprimoramento das técnicas (determinação de latitudes e longitudes) e dos instrumentos de navegação (quadrante e astrolábio); o desenvolvimento de uma nova mentalidade voltada à experimentação e à verificação e não apenas à tradição, possibilitando a realização de diversas experiências e inovações, localização geográfica privilegiada, a Escola de Sagres. b) A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral, não constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) pensar o território brasileiro atual para o século XVI; o Estado brasileiro será formado apenas no século XIX, quando conquistará a independência política da Europa, formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico da historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que fragmentárias, na crise do antigo sistema colonial no final do século XVIII