Química Ambiental - Sófocles Medeiros.pdf

download Química Ambiental - Sófocles Medeiros.pdf

of 124

Transcript of Química Ambiental - Sófocles Medeiros.pdf

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    1/124

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    2/124

    Qumica Ambiental

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    3/124

    504:54 MEDEIROS, Sfocles Borba deM488q Qumica Ambiental. 3 ed. Revista e ampliada.

    Recife, 2005

    122 p. ilust.

    1. QUMICA AMBIENTAL2. ECOLOGIA

    I Ttulo

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    4/124

    Sfocles Medeiros

    Qumica Ambiental3aedio

    2005

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    5/124

    Capa : produo Copysim

    Digitao/Diagramao : SBMedeiros

    Professores que tiveram acesso aos textos das 1ae 2aedies :Adilson Chaves

    Fernanda Dornellas

    Geraldo MouraIvan Lima

    Jos MendesReinaldo Xavier

    Impresso : Copysim

    Procuramos creditar todos os textos e imagens presentes nesta obra.

    Caso algum tenha escapado , pedimos desculpas antecipadamente e procuraremos corrigir a

    falha na prxima edio.

    Atualizaes e novas questes: disponveis em www.profmedeiros.com

    Reproduo Proibida, conforme Art. 184 do Cdigo Penal e Art. 30 da Lei

    5.988/73

    http://www.profmedeiros.com/
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    6/124

    Mas tudo muda : O mundo no nosso,com o ltimo alento o ar no nosso.podemos de novo um tesouro que guardamoscomear. para as geraes futuras .Bertolt Brecht ditado africano

    A todos os que, nestes ltimos anos, ansiaram, sugeriram, participaram e me

    ajudaram a realizar este sonho : obrigado pela fora! (SM)

    Contatos, sugestes e pedidos :[email protected]

    0xx81- 9132.8378

    mailto:[email protected]
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    7/124

    Apresentao

    com grande satisfao que apresento Qumica Ambiental,obraelaborada pelo professor Sfocles Medeiros.

    No momento em que a questo ambiental mundial tratada de formaprioritria, observa-se que o nosso Pas ainda no conseguiu pr em prtica, demodo satisfatrio, as orientaes das mais respeitadas organizaes internacionaisdo setor.

    Recente pesquisa junto a uma amostra de jovens brasileiros, de classe

    mdia, constatou que o meio ambiente ocupa apenas o dcimo lugar naspreocupaes dos entrevistados.

    Na esfera da educao escolar, a temtica ambiental, na maioria doscasos, ainda tratada de modo no pontual : quando muito, em atividadesextracurriculares e, normalmente, abordada apenas em uma dimenso limitada. Aviso de que a questo ambiental s pode ser compreendida e exercitada pelas viasda interdisciplinaridade e da contextualizao, apesar da aceitao quase unnime,ainda pouco praticada.

    No h dvida que parte dos problemas ambientais do nosso Pasdeve ser creditada ao fato do Brasil ter vivido momentos de instabilidade pol tica,enquanto em outras naes as preocupaes com o meio ambiente j comeavam atomar corpo.

    neste contexto que se insere esta obra: instigante e informativa,didtica e vigorosa, e que veio preencher uma lacuna ainda existente no mbitoeditorial da rea. O texto procura analisar a relao sociedade-natureza sob a ticada qualidade de vida, valor fundamental que deve nortear o uso e a preservao dosrecursos naturais.

    Recife, maio de 2002

    Adilson Chaves

    Diretor Acadmico da UNESF e Professor da UPE

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    8/124

    Contedo

    Captulo 1 A gua pg. 09Introduo 9 Caractersticas Importantes 9 Dados Importantes 9 Os Diversos Tipos de gua 10DBO (Demanda Bioqumica de Oxignio) 10 Tratamento da gua : Etapas 10Tratamento da gua dos Poos Manuais 11 Ciclo da gua 11gua de Escoamento Superficial e gua Subterrnea 11 Poluio da gua e Eutrofizao 11A Situao da gua 12 Ranking de Sade Hdrica 12 Desperdcios 13 A Cobrana pelagua 13gua e Sade : dados para reflexo 14 Aqfero Guarani 14 Curiosidades 15Voc j pensou nisso ? 15

    Reflita !

    A Disputa por gua Doce 15 gua, Bem Social ou Econmico ? 16Declarao Universal dos Direitos da gua 17

    Agora com Voc ! 17

    Captulo 2 Agrotxicos pg. 21Introduo 21 Conceito/Histrico 21 Classificao 21 Riscos Toxicolgicos 22 Efeitos 23

    Fertilizantes e Eutrofizao 23 Perspectivas 23 Mtodos Alternativos 24 Biomagnificao 24O Perigo das Embalagens 24Reflita !

    Hormnios Ambientais : um novo tipo de poluio ? 25O Incio do Movimento Ambientalista Moderno 26Os Doze Sujos 26 A ltima Colheita 26

    Agora com Voc ! 27

    Captulo 3 Poluio Atmosfrica pg. 29Introduo 29 As Camadas da Atmosfera Terrestre 29 Constituio da Atmosfera Terrestre 29Poluio Atmosfrica 29 Principais Poluentes, Fontes de Emisso e Danos Sade 30Medida da Qualidade do Ar(SP) 30 Conseqncias 31 Smog Fotoqumico 31 Inverso Trmica 32

    Preveno 32

    Reflita !Rodzio de Veculos 32 Pesquisadores da USP Vo Estudar Poluio em So Jos 33O Problema das Motos 34 Cubato, Exemplo Mundial de Recuperao Ambiental 34

    Agora com Voc ! 35

    Captulo 4 Efeito Estufa pg. 37Estufa 37 Efeito Estufa Natural 37 Gases do Efeito Estufa (GEE) 37

    Efeito Estufa Agravado(ou Intensificado) 38 Conseqncias 38 Preveno(Protocolo de Kyoto) 38Os Crditos de Carbono 39

    Reflita !

    Previses Para o Ano de 2032 40 Nada Ser Como Antes 40 Funestas Previses (extra)Agora com Voc ! 41

    Captulo 5 Chuva cida pg. 43Introduo 43 A Escala de pH 43 Chuva cida Natural 43Chuva cida Agravada(ou Intensificada) 44 Precipitao ou Deposio Seca (cida) 44Conseqncias 44 Calagem : soluo ou paliativo ? 45 Preveno 45Como a Chuva cida Atua Sobre os Seres Vivos 45

    Reflita !Poluio Exportada 46Agora com Voc ! 47

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    9/124

    Captulo 6 A Camada de Oznio pg. 49O Oznio 49 As Radiaes Ultravioleta 49 A Camada de Oznio 50Oznio : formao e destruio no cataltica (ciclo de Chapman) 50As SDOs (Substncias Destruidoras da Camada de Oznio) 50 Conseqncias 51 Preveno 51O Buraco na Camada de Oznio 51 A Eliminao das SDOs 52 Um Ponto Polmico 52

    Reflita !

    Cncer de Pele 53 Dicas e Precaues 53Bronzeadores, Moderadores, Protetores e Bloqueadores 54 ndice de Ultravioleta(IUV) 54Agora com Voc ! 55

    Captulo 7 Lixo & Reciclagem pg. 57Introduo 57 Aterro Sanitrio, Aterro Controlado e Lixo 57Compostagem : transformando lixo em adubo orgnico 58Reciclagem : a soluo para o lixo inorgnico 58Tempo Necessrio para a Decomposio de Alguns Materiais 59 O Lixo em Pernambuco 59

    Reflita !

    Dados Sobre o Lixo 60 Herana Indigesta 60 Pilhas : envenenamento coletivo 61Agora com Voc ! 63

    Exerccios de Reviso pg. 65

    Gabaritos pg. 86

    Anexos

    Educao Ambiental pg. 87

    A Causa Ambiental: Linha do Tempo pg. 93

    Pequeno Glossrio Ambiental pg. 101

    Calendrio Ambiental pg. 114

    Carta do Cacique ao Grande Chefe Branco pg. 115

    Dois Sculos de Crtica Ambiental no Brasil pg. 117

    Grandes Catstrofes Ambientais no Brasil, sem solues pg. 118

    O Protocolo de Kyoto pg. 119

    Bibliografia pg. 121

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    10/124

    Anexos

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    11/124

    Sem descuidar do rigor qumico, esta obra procura abordar osprincipais temas ambientais, dentro de um contexto

    multidisciplinar :aspectos histricos , geogrficos e biolgicos so enfocados deforma precisa, constituindo um excelente painel para os que

    querem conhecer os problemas ambientais de uma forma ampla ejusta.

    O Qumica Ambiental(3edio) representa , hoje, anica obra escrita em lnguaportuguesa que aborda de formacrtica e multidisciplinar, tpicosmodernos de ecologia que estono ranking dos assuntos maisdiscutidos nas instituies deensino , em todas as reas e nveis

    do conhecimento.P

    arabns ao Prof. SfoclesMedeiros pela iniciativa equalidade tcnico-cientfica dolivro.

    Geraldo Jorge Barbosade MouraProfessor de Biologia

    Mestrando da UFPE

    Ainda na aedio, vi comoa natureza era tratada de modosrio : a realidade de hoje, aslies do passado e as perspectivasdo amanh traziam importantesmensagens para todos ns. Agora ,ao receber a 3a edio, percebi apreocupao do autor em nosdeixar cada vez mais beminformados e atualizados. Adoreios anexos que valorizaram aindamais o trabalho . Obras como estaprecisam ser adotadas pelas escolasbrasileiras.

    Jos MendesProfessor de Qumica

    (especialista em Qumica Orgnica)

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    12/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS9

    A gua

    Introduo

    Desde cedo aprendemos que a gua um liquido incolor, inodoro e inspido . tambm o lquido

    natural com o qual mais convivemos .Em 1781, Joseph Priestley, qumico e telogo ingls, conseguiu sintetizar gua por combusto do

    hidrognio mediante aquecimento explosivo, mas foi o grande cientista francs Antoine Laurent Lavoisier, namesma poca, que realmente demonstrou que a gua era composta de dois elementos qumicos : o hidrognio eo oxignio.

    Em 1805, Louis-Joseph Gay-Lussac, tambm francs, e o grande sbio prussiano Alexander VonHumboldt verificaram que a proporo entre um e outro elemento na molcula da gua, era de 2 para 1, o queconduziu finalmente formula H2O.

    Mais tarde se descobriu que essa composio no assim to simples. As molculas de gua tendem ase reunir entre si, formando polmeros (molculas mltiplas). Dependendo de alguns fatores, principalmente atemperatura, podemos encontrar misturas em diversas propores de: H2O, H4O2, H6O3. Por isso algunsespecialistas sugeriram que as molculas de gua deveriam ser representadas por (H2O)n, indicandoagrupamentos de n molculas de gua. Sutherland, em 1900, deu constituio molecular mais simples, H2O, onome de hidrol, verificando, porm, que esta s encontrada na gua em estado de vapor, acima de 100 C. No

    estado liquido predomina a forma H4O2(di-hidrol), embora tambm exista a forma H6O3 (tri-hidrol) em soluo.Esta ultima forma aumentaria de proporo medida que a temperatura fosse reduzida.A gua um dos elementos de maior importncia para todas as formas de vida na terra. Ela est

    presente em todos os organismos vivos, fazendo parte de uma infinidade de substncias e rgos. Este lquido responsvel por praticamente todos os processos que ocorrem no corpo humano, tal como, a digesto, circulao,absoro dos nutrientes, eliminao de substncias; possui tambm a funo reguladora da temperatura, constituimetade do nosso sangue, atua como lubrificante nas junes sseas, tornando-a no s essencial para oorganismo humano, mas para todos os tipos de vida.

    Alm disso, transporta diversos compostos nutritivos, dentro do solo ; movimenta turbinas na produode energia eltrica ; refrigera maquinas e motores ; ajuda a controlar a temperatura de nossa atmosfera eapresenta ainda uma serie de funes de extremo valor.

    Caractersticas ImportantesI - Aumenta de volume ao se solidificar (ao contrrio da maioria das substncias) : por isso o gelo menos

    denso que a gua lquida.(*)II - Possuielevado calor especfico: isso impede que ocorram grandes variaes de temperatura, tanto do

    ambiente aqutico quanto do clima terrestre.III - a substncia que apresenta a maior capacidade de dissoluo: por isso conhecida como solvente

    universal.IV Possui elevada constante dieltrica: por isso mantm os ons separados em soluo e permite a

    mobilidade inicana fase aquosa.

    (*) A anomalia da gua :Aquecendo- se uma substncia ocorre dilatao e, claro, resfriando-se uma substncia ela se contrai. De 0C a

    4C, porm, a gua se comporta de maneira contrria. Ao congelar , ela expande seu volume em cerca de 10%

    (isso pode ocasionar a exploso de uma garrafa de cerveja colocada num congelador ou arrebentar

    encanamentos ,em regies bastante frias ). Esse aumento de volume faz com que o gelo tenha uma densidade

    inferior a da gua no estado lquido : por isso ele flutua em vez de afundar . Alm da gua , apenas a prata , o

    bismuto , o antimnio e o ferro gusa ficam com um volume maior em estado slido .

    Dados Importantes (Fonte : Novais,V.L.D.Qumica 2.SP : Atual,1999)Presena na Terra : 1,3.1018kg (estimada).gua salgada : 97% (mares e oceanos).gua doce : 3% (incluindo geleiras e depsitos subterrneos).Fontes de gua : menos de 0,01% do total (depsitos lquidos superficiais).Presena no ser humano : !70% (composio mdia de um adulto).

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    13/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS10

    Os Diversos Tipos de gua

    I- gua Pura (H2O) : no existe na natureza. Devido enorme capacidade de dissoluo da gua elasempre contm vrias substncias dissolvidas. Mesmo a gua da chuva e a gua destilada nos laboratriosapresentam gases que so absorvidos da atmosfera (oxignio, nitrognio, gs carbnico, etc).

    II- gua Desmineralizada : a gua obtida atravs de um processo de purificao que retira os sais. Ossistemas mais usados chamam-se: resinas de troca inicae osmose reversa.III- gua Deionizada : uma gua purificada onde so retirados os componentes orgnicos e inorgnicos,inclusive metais pesados. O processo de deionizao feito a partir de um purificador onde a gua da torneirapassa por um pr-filtro para remover as partculas em suspenso e sedimentos seguindo para uma cmaradeclorinadora e removedora de materiais orgnicos. Logo em seguida os ons inorgnicos como clcio,sulfato, carbonato, magnsio, sdio,amnio, nitrito, fosfato, chumbo, cobre e zinco so removidos na cmara dedeionizao.

    IV- gua Pesada (D2O) : seu nome qumico xido de deutrio. Usada nos reatores nucleares.V -gua Potvel : a gua que se pode beber. limpa, no possuindo micr bios ou substncias quepossam nos prejudicar. Contm substncias dissolvidas que nos so importantes.VI - gua Mineral : gua natural, potvel, com aprecivel teor de sais minerais. No confundir com guapurificada adicionada de saisou gua mineralizada, onde os sais so adicionados artificialmente.

    VII - gua Dura : gua rica em sais de clcio e magnsio, que dificultam a reao de saponificao.VIII - gua Poluda : a gua que no se presta para beber, para a higiene pessoal, para a irrigao dosolo ou para outros fins. caracterizada pela existncia de produtos txicos, radioativos, organismospatognicos ou, at, pelas altas condies de temperatura.

    Por isso, devem ser realizados regularmente os exames de qualidade da gua - so testes qumicos emicrobiolgicos que visam observar vrios parmetros de qualidade.

    Uma das formas de reduzir a poluio o uso de produtos biodegradveis ( podem ser degradadospelos organismos decompositores) . Ver seoPoluio da gua e Eutrofizao.

    DBO (Demanda Bioqumica de Oxignio)

    a quantidade de oxignio necessria para oxidar a matria orgnica biodegradvel sob condiesaerbicas, ou seja, a medida da quantidade de O2 que ser consumida por uma amostra poluda. Avalia afora poluidora de um resduo e expressa em mg de O2/L . uma varivel de qualidade da gua que medea poluio orgnica.Quanto maior a DBO, menor a disponibilidade de oxignio no meio.

    Observaes :- Matria orgnica biodegradvel aquela que pode ser consumida e assimilada como alimento e fonte de

    energia por microoorganismos decompositores do ambiente aqutico.- Microorganismos anaerbicos sobrevivem em ambientes com at 1mg de O2/L.- Peixes, em geral, precisam de ambientes com 3 ou 4 mg de O2/L .- Quando o esgoto domstico tratado antes de ser lanado nos rios pode-se reduzir o valor da DBO, em

    torno de 90%.

    Tratamento da gua : Etapas

    1) Mistura rpida : a gua que vem do manancial misturada sob agitao a algumas substncias (cal,sulfato de alumnio e cloro).

    2) Floculao e decantao : ao entrar nos floculadores, a gua agitada lentamente por ps. Umacortina de madeira reduz a velocidade da gua para que os flocos decantem. A gua demoraaproximadamente uma hora e meia para percorrer o decantador.

    3) Remoo da gua dos decantadores : a gua superficial, mais limpa, flui atingindo os filtros.4) Filtrao : a gua atravessa as camadas existentes no filtro, de onde sai limpa.5) Desinfeco e controle do pH : a gua limpa clorada, fluoretada e tratada por cal, ficando em

    condies de ser distribuda.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    14/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS11

    6) Limpeza de filtros, floculadores e decantadores : aproximadamente a cada trinta horas os filtros solimpos por jatos de gua, lanados em sentido contrrio ao do processo de tratamento .Em mdia, acada sessenta dias , os floculadores e decantadores so esvaziados para que a sujeira acumulada sejaremovida.

    Fonte : O Estado de So Paulo (11/11/96)

    Tratamento da gua dos Poos Manuais1 -Perfurar o poo a uma distncia de, no mnimo, 15 metros da fossa.2- Consultar um especialista que seja capaz de identificar o local onde a gua de melhor qualidade.3- Tratar a gua com equipamento adequado. Se estiver com cheiro de ferrugem no pode ser consumida.

    Se estiver com sal, utilizar um dessalinizador.4- Analisar a gua em laboratrios especializados, pelo menos uma vez por ms.5-Aplicar cloro com bomba dosadora. No se pode deixar o poo ficar nenhum dia sem o cloro. Antes de

    beber a gua com cloro tem que ferv-la e filtr-la.Fonte : Associao Brasileira das guas Subterrneas ( Abas )

    Ciclo da guaA gua em nosso planeta percorre um caminho cclico: das terras, dos mares, dos rios, dos lagos e dos

    seres vivos (principalmente os vegetais) para a atmosfera e vice-versa. o que chamamos de ciclo da guaouciclo hidrolgico(ver figura na abertura do Captulo).

    As guas superficiais, por ao do calor do sol, evaporam , formando as nuvens e, aps algum tempo,

    precipitam sob a forma de chuva ou de neve. esse movimento contnuo que traz estabilidade aos vrios ambientes terrestres e aquticos, poisgarante a ocorrncia de toda uma srie de fenmenos fsicos e qumicos, fundamentais a todos os seres vivos.

    Observe que a diferena entre o pequeno cicloe o grande cicloest na participao ou no dos seresvivos.

    gua de Escoamento Superficial e gua SubterrneaDo total das chuvas que chegam superfcie terrestre apenas cerca de 30% escoadiretamente para os

    rios ,constituindo a gua de escoamento superficial.O restante infiltra-se no solo formando os depsitos de gua subterrnea. Os solos argilosos,

    geralmente, absorvem menos gua do que os arenosos.O lenol fretico constitudo pela parte da gua infiltrada localizada pequena profundidade ,

    encharcando as areias ou argilas de superfcie. Os poos rasos captam esse tipo de gua, que na maioria dasvezes inadequada, pois fica prxima s atividades poluidoras e so, particularmente, sensveis s longasestiagens.

    Poluio da gua e Eutrofizao

    A poluio pode ser entendida como qualquer alterao das caractersticas do ambiente que afete asdiversas formas de vida da biosfera. Ela pode ser de natureza fsica, qumica e biolgica e conseqncia daintroduo ou do aumentode algum elemento ou material que leve a tais modificaes.

    Podemos dividir a poluio em dois tipos : POLUIO NATURAL- causada por fenmenos naturais,como a erupo de um vulco, e POLUIO ANTROPOGNICA- causada pela interferncia do homem,desequilibrando um ecossistema, normalmente em nome do progresso, como a emisso de gases na atmosfera.

    A poluio antropognica pode ser observada tanto no ar, como na terra e na gua .A gua pode ser poluda de variadas formas : desde o esgotodas grandes concentraes urbanas, que

    terminar atingindo mares, lagos e lagoas at a aplicao excessiva e, muitas vezes desnecessria, deagrotxicosou fertilizantes inorgnicos, que podem comprometer as reservas subterrneas de gua, como oslenis freticos . Destacamos ainda a contribuio dos resduos de usinas de acar ( vinhoto) matadouros,serrarias e indstrias de papel.

    Isto, sem esquecer dos freqentes derramamentosde petrleo, um dos principais poluentes dos oceanose mares e de outros produtos lanados pelas indstrias, principalmente os indesejveis metais pesados. Almdisso, as industrias contribuem para a poluio trmica, causada pelo aquecimento e resfriamento das guasresiduais. As guas aquecidas provocam a queda de oxignio, elevando o crescimento de algas.Uma aumento detemperatura de 5 C para 20 C reduz a quantidade de oxignio dissolvida de 9 para 6 mL 3 por L de gua.Simultaneamente, o consumo de O2 dos microorganismos, devido ao aumento do metabolismo, ser 4 vezesmaior.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    15/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS12

    Quando o homem introduz em ambientes aquticos naturais uma quantidade de matria orgnica queno pode ser assimilada e reciclada, provocando assim o seu acmulo, dizemos que houve uma eutrofizao,que poder at comprometer definitivamente o ecossistema.

    A Situao da gua

    No 3 Frum Mundial da gua, realizado em maro de 2003, em Kyoto, no Japo , cerca de 10 milrepresentantes de governos e ONGs discutiram soluespara revitalizar o suprimento mundial de gua doce,um tema muito preocupante. Hoje, consumimos cerca de 54% de toda a gua doce disponvel no planeta.Continuando a us-la da forma irresponsvel como fazemos hoje e levando em conta o crescimentopopulacional nos moldes atuais , dentro de 25 anos, segundo a Unesco, j estaremos usando 90% de toda a guadoce, e dois teros da humanidade estaro passando sede e , em 2053, os suprimentos estaro esgotados. Estaperspectiva sombria s mudar com o fim do desperdcio, da poluio e do descaso com as populaes menosfavorecidas.

    SITUAO DA GUA NO BRASIL :

    ! O Brasil detm 11,6% da gua doce superficial do Mundo

    ! 70% da gua disponvel para o uso esto localizados na regio amaznica.!

    Os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo Pas, para atender a 93% da populao.

    SITUAO DA GUA NO NORDESTE :

    ! No Nordeste, temos apenas 3,3% dos recursos hdricos do Brasil para atender 28,91% da sua populao.!

    As 24 maiores represas da regio tm condies de acumular 12,7 bilhes de metros cbicos de gua.!

    Apenas 30% desse volume usado para irrigao e abastecimento. Os outros 70% esto em constanteevaporao, atualmente.

    ! As solues mais viveis so as construes de adutoras e de cisternas domsticas.

    ! Com a criao dos comits de bacias, previstos na Lei das guas de 1997, reunindo representantes degoverno, indstria, agricultura e sociedade, esto avanando as avaliaes sobre a transposio do rio SoFrancisco . As concorrncias da irrigao e da geraode energia so obstculos a serem superados paratornar o projeto vivel.

    Ranking de Sade Hdrica

    Em dezembro de 2002 , o Conselho Mundial da gua divulgou o ranking de sade hdrica , do qualextramos um trecho, mostrado abaixo e sobre o qual so tecidos alguns comentrios.

    Fonte : Conselho Mundial da gua (dezembro/2002)

    Colocao Pas Pontos (*)1 FINLNDIA 78,02 CANAD 77,75 GUIANA 75,811 REINO UNIDO 71,532 EUA 65,034 Japo 64,835 Alemanha 64,550 BRASIL 61,293 ISRAEL 53,9101 ARBIA SAUDITA 52,6147 HAITI 35,1

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    16/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS13

    (*) A pontuao a soma de notas em cinco quesitos (20 pontos para cada):

    " Quantidade de gua doce por habitante" Parcela da populao com gua limpa e esgoto tratado" Renda, sade, educao e desigualdade social" Desperdcio de gua domstico, industrial e agrcola" Poluio da gua e preservao ambiental

    O Haiti ficou em ltimo lugar entre os 147 pases pesquisados, embora possua um volume de guacirculante bastante razovel : isso deve-se ao pssimo manejo de seus recursos hdricos.

    Pases que vivem em seca quase permanente, como Israel ou Cingapura, cuidam da qualidade da suagua disponvel e desperdiam muito pouco : por isso esto em situao melhor.

    A Finlndia, no norte da Europa, ficou em 1 lugar , pois alm de possuir gua doce abundante manejaseus recursos de forma exemplar.

    O Brasil est em 50 lugar na lista, mesmo detendo cerca de 12% de toda a gua doce superficial domundo. Caso o critrio fosse apenas o ndicede gua disponvel, subiria para a 18 posio.

    Poucos pases em desenvolvimento conseguem superar a tendncia de que a sede acompanha apobreza. A Guiana, no norte da Amrica do Sul, serve de exemplo. Por sua vez, pases onde no faltam petrleonem dlares, entre eles a Arbia Saudita, apresentam perspectivas bastante sombrias de falta de gua.

    Desperdcios- As Companhias de guas do Brasil tm uma perda de 40 a 60% da gua tratada devido a vazamentos e

    ligaes clandestinas.

    - Na agricultura , predominam mtodos ultrapassados e ineficientes : o espalhamento superficial - a guaescorre por sulcos -, inventado pelos egpcios em 3500 a.C. ( com at 60% de perda) ; o canho aspersor(perda de 25% a 50%) e opiv central(perda de 15% a 25%).

    - O mtodo mais eficaz, o gotejamento (perda de 5% a 15%), empregado em uma parcela insignificante

    das plantaes irrigadas do Brasil, justificando-se isso pelo seu alto custo, mas uma das tcnicas usadasem Israel, que no pode desperdiar gua.

    - Os vasos sanitrios representam cerca de um tero do consumo de gua em uma casa. O Brasil tem hoje100 milhes de bacias sanitrias antigas, que gastam de 30 a 40 litros por descarga. Como em umaresidncia com 4 pessoas se aciona a descarga sanitria em mdia 16 vezes por dia, pode-se consumir14.400 litros por ms. As bacias novas no mercado consomem quase todas de 6 a 9 litros de gua . Quemtrocar a bacia velha por uma nova reduz a conta da gua e pode ter o retorno do investimento em dois ou trsmeses, dependendo do custo da mo-de-obra. Aps isso, cada casa poupa 11.520 litros por ms. Na somanacional, o total economizado sobe para 575 bilhes de litros, volume igual ao do Rio So Francisco. Emum ano seria possvel encher uma Lagoa de Itaipu com a gua poupada.

    Fonte: Instituto Brasileiro de Servios Terceirizados na Habitao

    A Cobrana pela gua

    A Lei das guas (1997) , apesar de ainda no estar totalmente implementada, uma das esperanaspara tentar reduzir o desperdcio. Ela prev a cobrana para empresas que captam gua diretamente nos rios erepresas, o que no acontecia antes, tornando o desperdcio mais caro que o custo do tratamento de efluentesindustriais.

    Captao e devoluo nas mesmas condies : R$ 8,00(*)

    Captao e no-devoluo ( ou devoluo poluda ) :R$ 28,00 (*) (*)por cada milho de L

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    17/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS14

    gua e Sade : dados para reflexo

    OMS : 5 milhes de pessoasmorrem por ano de doenas transmitidas pela gua.

    IBGE : 58,4%dos distritos do Pas no coletam esgotos.

    IBGE : 27,5%dos distritos tm rede coletora de esgotos, mas no os tratam.

    OMS : cada US$ 1investido em saneamento bsico representa uma economiade US$ 4,5em despesas mdicas.

    Aqfero Guarani

    As guas subterrneas representam 98% de toda a gua doce disponvel no mundo, e nisso anaturezatambm privilegiou o Brasil. Na regio centro-leste da Amrica do Sul est situado aquele que provavelmenteo maior manancial transfronteirio de gua doce subterrnea do mundo : o Aqfero Guarani, que possui maislquidoque todos os rios do mundo juntos.

    Localizao do Aqfero GuaraniFonte : www.daaeararaquara.com.br/guarani.htm

    Ocupando uma rea de 1,2 milhes de km, estende-se pelo Brasil (839.800 km / 71%), Paraguai(71.700 km/ 6%), Uruguai (45.000 km/ 4%) e Argentina (225.500 km/ 19%).

    Sua maior ocorrncia se d em territrio brasileiro (2/3 da rea total), abrangendo os Estados de Gois,Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Suas reservaspermanentes so estimadas em torno de 45 trilhes de m3.

    O Aqfero Guarani constitui-se em uma das mais importantes reservas estratgicas que o nosso pas

    possui. Da a necessidade de serem tomados cuidados especiais para aproveitamento dos seus recursos .Deve-seevitar a explorao de suas guas alm dos limites de reposio, como tambm controlar as possveis fontes depoluio.

    Em setembro de 2003 foi lanado o Projeto de Proteo Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel doAqfero Guarani, uma iniciativa conjunta dos 4 pases envolvidos, com financiamento do Fundo para o MeioAmbiente Mundial . A cidade de Ribeiro Preto foi escolhida como rea piloto no Brasil, j que totalmenteabastecida pelo Aqfero Guarani e possui um grande conhecimento sobre esta reserva subterrnea de gua.

    http://www.daaeararaquara.com.br/guarani.htm
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    18/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS15

    Curiosidades- Na gua do mar o ction presente em maior concentrao(mol/L) o Na+ enquanto nas guas dos rios

    geralmente o Ca2+.- J o Cl- o nion com maior concentrao (mol/L) na gua do mar, enquanto na gua doce geralmente o

    HCO3-.

    - O teor de sais dissolvidos nos lagos muito varivel. Em alguns observam-se pequenssimas quantidades;em outros, chega-se a observar valores superiores prpria gua do mar.

    - A gua fervida torna-se inspida , por perder gases durante o aquecimento . Podemos recuperar o seu gostopeculiar se a agitarmos em um liquidificador depois de fria.

    - Os peixes no poderiam viver em gua pura ,pois a presena de gases, de sais e outras substncias quetornam a gua apta a sustentar a vida aqutica.

    - Os peixes no sobrevivem muito tempo quando colocados diretamente na gua que serve para o nossoabastecimento , pois ela no atende aos padres exigidos para manuteno dos peixes. A presena de cloro ecertos metais pesados tornam a mesma inadequada para esse fim.

    - A gua turva ou colorida no necessariamente prejudicial sade. Outros animais no rejeitam guanessas condies. A nossa rejeio puramente psquica.

    - possvel um "rio morto" ressuscitar . Se no receber novas cargas de poluio orgnica, ele serprogressivamente depurado, graas ao ininterrupta dos prprios decompositores (autodepurao).

    Voc j pensou nisso ?

    Por que a gua inodora e inspida ?O odor e o sabor das substncias decorrem da ao das suas molculas nas clulas receptoras da lngua, laringe efossas nasais. A ao entre essas clulas e as substncias transmitida por nervos especiais para o nossocrebro. Porm , como a gua um constituinte abundante e normal dessas clulas receptoras, a sua presena noestimula a transmisso do estmulo.Por que a gua incolor ?As molculas de gua no absorvem radiaes eletromagnticas nas freqncias da luz visvel. Porm, absorvemradiao ultravioleta.

    Reflita !

    A disputa por gua doce

    Se as guerras deste sculo foram travadas pelo petrleo, as guerras do prximo sculosero travadas por causa da gua". Em tom de profecia, em 1995, o vice-presidente do BancoMundial, Ismail Serageldin, j vislumbrava a disputa por gua doce no sculo XXI.

    Em algumas regies domundo a competio pela gua pode levar a um conflito. Uma delas por onde passa o rio Okavango. Ele nasce em Angola, no continente africano, acompanha afronteira da Nambia e vai at o deserto de Kalahari, em Botsuana. Ao contrrio da maioria dos rios existentes, este rio acaba em um delta no deserto e no no mar. Um milho de pessoas dependem,de forma direta ou indireta, de suas guas, e a seca e a construo de barragens ameaam oequilbrio regional.

    No rio Grande, que percorre 1.600 quilmetros na fronteira do Mxico com os EstadosUnidos, existe uma disputa entre os agricultores dos dois pa ses. Do lado dos EUA, h acusaes deque os vizinhos esto tirando gua demais e isso tem afetado a indstria ctrica e aucareira.

    J na Cisjordnia, a disputa entre judeus e palestinos. Os israelenses usam a fora paradestruir reservatrios de gua da chuva dos palestinos e tentam expuls-los da regio. E enquantoisso, recebem muito mais gua em suas terras.

    Fonte : www.tvcultura.com.br/imprensanews/boletim0345/aguaparatodos-dois.htm

    http://www.tvcultura.com.br/imprensanews/boletim0345/aguaparatodos-dois.htm
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    19/124

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    20/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS17

    que o poder pblico no deve investir em bens comuns, como a gua, so apenas alguns argumentosque costumam ser utilizados por aqueles que defendem o investimento privado em todos os nveis.Experincias recentes, nas reas de telefonia e energia eltrica , demonstram, no entanto, que aprivatizao s baixa os preos no incio e no a melhor soluo, como se apregoa constantemente.

    Em 2004, a gua ser tema da Campanha da Fraternidade e a sua discusso como bemeconmico ou social certamente estar em evidncia. Afinal, de acordo com a prpria ONU, no ltimomeio sculo, a disponibilidade de gua por pessoa diminuiu 60%, enquanto que a populao aumentou50%.

    Artigo publicado na Coluna Vida e Cincia, doJornal do Commercio, em 01/08/03

    Declarao Universal dos Direitos da gua

    Em 22 de maro de 1992 a ONU (Organizao das Naes Unidas)instituiu o "Dia Mundialda gua", publicando um documento intitulado "Declarao Universal dos Direitos da gua".

    1 - A gua faz parte do patrimnio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nao, cadaregio, cada cidade, cada cidado, plenamente responsvel aos olhos de todos.

    2 - A gua a seiva de nosso planeta. Ela condio essencial de vida de todo vegetal, animal ouser humano. Sem ela no poderamos conceber como so a atmosfera, o clima, a vegetao, acultura ou a agricultura.

    3 - Os recursos naturais de transformao da gua em gua potvel so lentos, frgeis e muitolimitados. Assim sendo, a gua deve ser manipulada com racionalidade, precauo e parcimnia.

    4 - O equilbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservao da gua e de seus ciclos.Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vidasobre a Terra. Este equilbrio depende em particular, da preservao dos mares e oceanos, poronde os ciclos comeam.

    5 - A gua no somente herana de nossos predecessores; ela , sobretudo, um emprstimo aos

    nossos sucessores. Sua proteo constitui uma necessidade vital, assim como a obrigao moraldo homem para com as geraes presentes e futuras.

    6 - A gua no uma doao gratuita da natureza; ela tem um valor econmico: precisa-se saberque ela , algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer regiodo mundo.

    7- A gua no deve ser desperdiada, nem poluda, nem envenenada. De maneira geral, suautilizao deve ser feita com conscincia e discernimento para que no se chegue a uma situaode esgotamento ou de deteriorao da qualidade das reservas atualmente disponveis.

    8 - A utilizao da gua implica em respeito lei. Sua proteo constitui uma obrigaojurdica paratodo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questo no deve ser ignorada nem pelo homemnem pelo Estado.

    9 - A gesto da gua impe um equilbrio entre os imperativos de sua proteo e as necessidadesde ordem econmica, sanitria e social.

    10 - O planejamento da gesto da gua deve levar em conta a solidariedade e o consenso emrazo de sua distribuio desigual sobre a Terra.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    21/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS18

    Agora com Voc !01.(UNESF-2001) Quem mais sofre com a poluio so os recursos hdricos. Embora dois teros do planetasejam gua, apenas uma frao dela se mantm potvel. Como resultado, a falta aguda de gua j atinge 1,3bilho de pessoas em todo o mundo.

    Revista Veja, 18/04/01

    A gua potvelcaracteriza-se :

    a) pelas altas condies de temperatura.b) por ser rica em sais de clcio e magnsio que dificultam a reao de saponificao.c) por apresentar elevado teor de sais minerais.d) por no possuir agentes que possam nos prejudicar.e) por ser totalmente pura.

    02. (UNESF-2001) GUA DOCE EST CADA VEZ MAIS ESCASSA NA TERRA Explorao do solo maior do que a natureza permite Segundo previses do Programa Ambiental das Naes Unidas (Unep), ano ser que sejam modificadas as atuais prticas de desperdcio e degradao dos recursos hdricos, dois terosda populao mundial estar vivendo em, condies de escassez de gua at 2025 ...

    Dirio de Pernambuco ,01/10/00

    Sobre a gua INCORRETOafirmar :

    a) O seu reaproveitamento ainda pouco usado, exigindo altos investimentos.b) O crescimento acelerado das populaes intensifica o seu nvel de consumoc) Devido sua enorme capacidade de dissoluo, ela sempre contm vrias substncias dissolvidas.d) Como a maioria das substncias, ela diminui de volume ao passar para o estado slido.e) Devido ao seu elevado calor especfico, ela impede grandes variaes de temperatura na Terra.

    03. (UNESF-2002) Uma das propriedades fundamentais da gua manter ons separados em soluo e permitir amobilidade inica na fase aquosa. Esta propriedade est relacionada com :

    a) a sua elevada tenso superficial. d) o seu elevado calor especfico.b) a sua elevada constante dieltrica.c) o seu elevado calor de vaporizao. e) a sua elevada capacidade de dissoluo

    04. (UNESF-1999) A relativa estabilidade da temperaturana Terra est relacionada com uma propriedadeda gua.Qual ela ?

    a) elevado calor especfico d) alta densidadeb) grande capacidade de dissolver substnciasc) ocorrncia principal no estado lquido e) pH estvel

    05. (UNESF-1999) Em nosso planeta a quantidade de gua est estimada em 1,36106trilhes de toneladas.Desse total, calcula-se que cerca de 95% so de gua salgada e dos 5% restantes, quase a metade est retidanos plos e geleiras. O uso de gua do marpara obteno de gua potvelainda no realidade em largaescala. Isso porque, entre outras razes,

    a) o custo dos processos tecnolgicos de dessalinizao muito alto.b) no se sabe como separar adequadamente os sais nela dissolvidos.

    c) comprometeria muito a vida aqutica dos oceanos.d) a gua do mar possui materiais irremovveis.e) a gua salgada do mar tem temperatura de ebulio alta.

    06. (FGV-SP/1997) O nion e o ction mais comuns nas guas ocenicas so:

    a) Clcio e magnsio d) Cloreto e sdiob) Sdio e sulfatoc) Sulfato e cloreto e) Magnsio e sulfato

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    22/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS19

    07 . (FUVEST-SP/1999) Um rio nasce numa regio no poluda, atravessa uma cidade com atividadesindustriais, onde recebe esgoto e outros efluentes, e desemboca no mar aps percorrer regies no poluidoras.Qual dos grficos a seguir mostra o que acontece com a concentrao de oxignio (O2) dissolvido em guaem funo da distncia percorrida desde a nascente?

    Considere que o teor de oxignio no ar e a temperatura sejam praticamente constantes em todo o percurso.

    08. (ENEM-1998) Segue abaixo um trecho de uma matria da revista Superinteressante , que descrevehbitos de um morador de Barcelona (Espanha).

    Apenas no banho matinal, por exemplo, um cidado utiliza cerca de 50 litros de gua, que depois ter que sertratada. Alm disso, a gua aquecida consumindo 1,5 quilowatt-hora (cerca de 1,3 milhes de calorias), e

    para gerar essa energia foi preciso perturbar o ambiente de alguma maneira....

    Notrecho , a matria faz referncia ao tratamento necessrio gua resultante de um banho. As afirmaesabaixo dizem respeito a tratamentos e destinos dessa gua. Entre elas, a mais plausvel a de que a gua:

    (A) passa por peneirao, clorao, floculao, filtrao e ps-clorao, e canalizada para os rios.(B) passa por clorao e destilao, sendo devolvida aos consumidores em condies adequadas para ser

    ingerida.

    (C) fervida e clorada em reservatrios, onde fica armazenada por algum tempo antes de retornar aosconsumidores.

    (D) passa por decantao, filtrao, clorao e, em alguns casos, por fluoretao, retornando aos consumidores.(E) no pode ser tratada devido presena do sabo, por isso canalizada e despejada emrios.

    09. (FGV-SP/1997) O fornecimento de gua potvel de boa qualidade est se tornando cada vez mais difcil.Uma das razes para esta situao : (Ateno : existem duas respostas coerentes)

    a) A gua na Terra insuficiente para fornecer suprimentos adequados a todosb) muito caro produzir gua de boa qualidade e muitos pases no tm condies financeiras para issoc) Os investimentos para o fornecimento de gua potvel a todos no so adequadosd) Os engenheiros no sabem o que fazer com a gua desperdiada resultante e, por isso, abstm-se de aumentar

    a produo de gua potvele) Para os pases mais vantajoso comprar computadores.

    10. (ENEM-2002) Segundo uma organizao mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada trs pessoasvivero situaes de carncia de gua, caso no haja mudanas no padro atual de consumo do produto.

    Uma alternativa adequada e vivel para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global, seria

    a) desenvolver processos de reutilizao da gua. d) captar guas pluviais.b) explorar leitos de gua subterrnea.c) ampliar a oferta de gua, captando-a em outros rios. e) importar gua doce de outros estados.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    23/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS20

    11. (UNESF/2003)Durante o 3 Frum Mundial da gua , realizado em maro de 2003 na cidade de Kyoto(Japo), cerca de 10 mil representantes de governos e ONGs discutiram solues para revitalizar o suprimentomundial de gua doce, que pode se esgotar em at 50 anos.

    Sobre o problema citado INCORRETO afirmar :

    a) A agricultura e a indstria usam tcnicas superadas, provocando grandes desperdcios de gua.

    b) Toneladas de detritos, provenientes de esgotos no tratados, so lanadas nos rios, poluindo mananciais quepoderiam ser aproveitados.c) O crescimento populacional, principalmente nas reas urbanas, reduz a oferta de fontes confiveis.d) Por ser a gua um recurso no renovvel asfontes naturais no repem seus suprimentos.e) Os recursos hdricos normalmente so manejados de forma inadequada.

    12. (MACK/SP-2003) No ciclo da conscientizao sobre a importncia da preservao dos mananciais e douso e trato adequado da gua, o Brasil deve se destacar, visto ser depositrio da maior reserva de gua doce,lquida, do mundo. A presena de determinadas espcies qumicas na gua, em concentraes elevadas, interferemuito na sua qualidade. Assim, INCORRETO afirmar que:

    a) a gua deixa de ser potvel, se contiver, por exemplo, flor, chumbo ou cromo hexavalente.b) a gua que contm ons Mg2+, Ca2+ e carbonato, chamada de gua dura, prpria para ser usada em todos osprocessos industriais.

    c) a presena de ons hidroxila nagua pode deix-la muito alcalina.d) a formao de H2S em certos rios, causada pela decomposio de material orgnico, lhes confere cheiro deovo podre.e) no Brasil, um dos maiores danos ao meio ambiente causado pelo lanamento de esgotos em rios e nomar.

    13. (UNESF/2003) Especialistas acreditam que dentro de cerca de 20 anos, no mximo, teremos no mundouma crise semelhante do petrleo, em 1973, relacionada com a disponibilidade de gua de boa qualidade .

    Fonte : Qumica Ambientalcaderno temtico de Qumica Nova na Escola n01(maio/2001)Que caracterstica seria considerada obrigatria para que uma amostra de gua fosse considerada como de

    boa qualidade?

    a) Alta temperatura. d) Isenta de organismos patognicos.b) Isenta de substncias dissolvidas.c) Transparente. e) pH neutro.

    14. (ENEM/2003) A falta de gua doce no Planeta ser, possivelmente, um dos mais graves problemas destesculo. Prev-se que, nos prximos vinte anos, a quantidade de gua doce disponvel para cada habitante serdrasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas interferem no cicloda gua, alterando

    a) a quantidade total, mas no a qualidade da gua disponvel no Planeta.b) a qualidade da gua e sua quantidade disponvel para o consumo das populaes.c) a qualidade da gua disponvel, apenas no sub-solo terrestre.d) apenas a disponibilidade de gua superficial existente nos rios e lagos.e) o regime de chuvas, mas no a quantidade de gua disponvel no Planeta.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    24/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS21

    Agrotxicos

    IntroduoNas ltimas dcadas, a agricultura tem realizado um enorme esforo no sentido de aumentar a produo

    de alimentos.

    A desinformao, aliada ambio de alguns, vem , no entanto, trazendo srios prejuzos para aspessoas e para o meio ambiente.As estatsticas relativas a doenas causadas por intoxicaes originadas de agrotxicos vm trazendo

    um crescimento preocupante. Atribui-se tal fato ao despreparo do produtor agrcola que, em geral, desconhece osefeitos nocivos dos materiais que aplica No usa os EPIs (equipamentos de proteo individual) e desrespeita osperodos de carncia(intervalos de segurana) previstos na legislao vigente.

    Conceito/HistricoDe acordo com a Lei Federal n 7.802, de 11/07/1989, regulamentada pelo Decreto n 4.074, de

    04/01/2002 so denominados genericamente de agrotxicos e afinsosprodutos e agentes de processos fsicos,qumicos e biolgicos destinados ao uso nos setores de produo, armazenamento e beneficiamento de produtosagrcolas, nas pastagens, na proteo de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e deambientes urbanos, hdricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composio da flora ou da fauna, a fimde preserv-las da ao danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substncias e produtosempregados como desfolhantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

    Neste captulo, vamos nos ater basicamente s substncias, geralmente utilizadas na agriculturatradicional, para eliminar seres vivos que trazem danos aos cultivos, visando aumentar a produtividade

    A produo macia da indstria agroqumica ocorreu aps a 2aguerra Mundial, a partir das pesquisassobre gases venenosos

    As primeiras recomendaes para o combate de pragas de gros armazenados apareceram por volta de1947, com o uso do organoclorado DDT, em p (mais detalhes sobre este produto so mencionados no itemclassificao). Posteriormente, em 1965, surgiu o organofosforado Malathion em p, que foi intensamente usadodurante os ltimos 30 anos. O DDT teve seu uso no recomendado por tratar-se de um produto estvel, de difcildegradao pelo meio-ambiente, aumentando os riscos de contaminao de rios e lagos - ver itemBiomagnificao. Por outro lado, o Malathion, mais seguro para o meio ambiente e menos t xicos paramamferos, perdeu a eficincia, devido ao desenvolvimento de insetos a ele resistentes.

    Em 1962 Rachel Carson, no seu livro Primavera Silenciosa , chamou a ateno sobre os riscos dospesticidas e agrotxicos sintticos(ver trecho na seoReflita! , no final do Captulo).

    Antigamente, eram chamados de defensivos agrcolas, porm a conscientizao dos seus efeitos por umgrupo cada vez maior de pessoas promoveu uma mobilizao para que a denominao fosse alterada.

    Classificao

    Existem cerca de 300 princpios ativos e 2 mil produtos comerciais diferentes no Brasil. Por isso, importante, conhecer a classificao dos agrotxicos, quanto sua ao e aos grupos qumicos a que pertencem.

    1) INSETICIDAS: combatem a insetos, larvas e formigas. Pertencem a 4 grupos qumicos distintos.A) Organoclorados : compostos base de carbono com radicais de cloro . So pouco

    hidrossolveis e muito lipossolveis . Foram muito usados na agricul tura, porm seu empregotem sido cada vez mais restrito ou at proibido. Ex: aldrin,BHC, DDT(*).

    (*)DDT(diclorodifeniltricloroeatano)sintetizado em 1874, s teve o seu poder inseticida

    descoberto em 1939. Em 1943 foi usado no combate aos piolhos que infestavam as tropas norte americanas naEuropa, transmitindo o tifo exantemtico. Aps a 2aGuerra Mundial foi largamente utilizado em todo o mundo,tanto no combate aos insetos domsticos como no combate s pragas da lavoura e aos mosquitos transmissoresde doenas epidmicas. Seu uso agrcola foi proibido nos EUA, em 1973, e no Brasil, em 1985. Apesar disso,continua sendo usado em alguns pases do 3 mundo, como a ndia, no combate malria, contaminandohomens, animais e o meio ambiente, mesmo sabendo-se que , das 60 espcies de mosquitos transmissores damalria, 50 j so resistentes ao DDT. Como praticamente insolvel em gua e possui baixa presso devapor, termina sendo um dos produtos mais persistentes que se tem conhecimento.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    25/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS22

    B) Organofosforados :compostos orgnicos derivados do cido fosfrico H3PO4.Emborabiodegradveis, so geralmente muito txicos para o ser humano e os vertebrados. Soderivados de gases venenosos usados na 2

    aGuerra, conhecidos como gases de nervos( sarin,

    tabun, etc). Ex : malathion, parathion.C) Carbamatos : so derivados do cido carbmico H2NCOOH.So lipossolveis e tm ao

    semelhante aos organofosforados ,mas so menos txicos para os mamferos. Alguns deles, no

    entanto, so muito txicos para insetos benficos, como vespas e abelhas. Ex ; carbaril,carbofuran, aldicarbD) Piretrides :so compostos sintticos com estruturas semelhantes piretrina, substncia

    existente nas flores do Chrysantemum cinenarialfolium. Sua elevada atividade inseticidapermite seu emprego em pequenas dosagens. So pouco txicos do ponto de vista agudo, maspodem provocar irritao dos olhos e mucosas, assim como manifestaes alrgicas e crisesasmticas. Deve-se evitar o seu uso abusivo em ambientes domsticos, principalmente ondeexistem crianas. Ex : decis, SBP.

    2) FUNGICIDAS: controlam as doenas fngicas. Os principais grupos so : captan, hexaclorobenzeno,etileno-bis-ditiocarbamatos e trifenil estnico. Constituem um grande perigo ao meio ambiente, porserem produzidos a partir de princpios ativos base de cobre e mercrio.

    3) HERBICIDAS : combatem ervas daninhas. Os principais so : paraquat, glifosato, pentaclorofenol ,dinitrofenis e os derivados do cido fenoxiactico. Os derivados do cido fenoxiactico constituem oprincipal componente do agente laranja(nome comercial Tordon), usado como desfolhante naGuerra do Vietn.

    4) OUTROS :Denominao Usados no combate a : Denominao Usados no combate a :

    Raticidas roedores Molusquicidas moluscosAcaricidas caros diversos Fumigantes (*) Insetos e bactrias

    Nematicidas nematides(*) No captuloA Camada de Oznioenfocaremos um fumigante muito usado : o brometo de metila.

    Riscos ToxicolgicosOs agrotxicos podem ainda ser classificados de acordo com a dose letal 50 (DL50) (*). Por fora de lei

    todos os produtos devem ter nos rtulos uma faixa colorida, conforme sua classe toxicolgica.

    GRUPOS DL50

    (mg/kg)

    REFERNCIA USUAL COR DA FAIXA NO

    RTULO DO PRODUTOExtremamente txicos at 5 1 pitada algumas gotas VermelhaAltamente txicos 5 a 50 Algumas gotas 1 colher de ch Amarela

    Medianamente txicos 50 - 500 1 colher de ch 2 colheres de sopa AzulPouco txicos 500 - 5000 2 colheres de sopa 1 copo Verde

    Muito pouco txicos 5000 ou + 1 copo a 1 litro VerdeFonte :FUNASA

    (*) DL50: dose de uma determinada substncia capaz de matar 50% dos indivduos submetidos sua ao.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    26/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS23

    Efeitos

    Atualmente, podemos dizer que os efeitos dos agrotxicos sobre a sade, no dizem respeito apenas aostrabalhadores expostos, mas populao em geral.

    Os agrotxicos podem levar a 3 tipos de intoxicao : aguda (os sintomas surgem rapidamente ,algumas horas aps a exposio excessiva, por curto perodo, a produtos extremamente ou altamente txicos),

    subaguda( sintomas como dor de cabea, fraqueza, mal-estar , dor de estmago e sonolncia, entre outros, semanifestam aps exposio moderada ou pequena a produtos altamente ou medianamente txicos, comaparecimento mais lento) e crnica ( (surgimento lento em meses ou anos- , por exposio pequena oumoderada a produtos txicos ou a mltiplos produtos, acarretando danos irreversveis, do tipo paralisias ouneoplasias) .

    Cada classe de agrotxico atua de uma maneira . Os inseticidas atacam primeiramente no sistemanervoso central, nos glbulos vermelhos e no plasma. Nos fungicidas as intoxicaes ocorrem atravs das viasoral e respiratria, podendo ocorrer absoro cutnea.; em caso de exposio intensa, provocam dermatite,faringite, bronquite e conjuntivite. Os herbicidas provocam leses hepticas, renais e fibrose pulmonarirreversvel.

    Devemos ressaltar ainda que alguns sintomas no especficos presentes em diversas patologias (dor decabea, vertigens, falta de apetite, fraqueza, nervosismo, insnia, etc), mascaram possveis intoxicaes poragrotxicos, razo pela qual raramente se estabelece essa suspeita diagnstica.

    Fertilizantes e Eutrofizao

    O uso de fertilizantes, em excesso, provoca uma elevao , no solo, das concentraes de nutrientescomo nitrognio, fsforo e potssio. Quando estes nutrientes atingem as guas ,superficiais ou subterrneas,esto favorecidas as condies, para que ocorra o processo de eutrofizao, explicado no captulo anterior.

    Segundo o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, de 33 a 50% dos fertilizantes base denitrognio aplicados em solo americano so desperdiados. Conforme os dados disponibilizados peloEMBRAPA, a situao no Brasil ainda pior ( algo em torno de 60%).

    Perspectivas

    Nas ltimas dcadas, o controle de pragas na agricultura tem sido feito basicamente atravs de inseticidassintticos, que alm de gerarem altos custos e riscos ambientais, vem apresentando sinais de resistncia em

    determinadas espcies de pragas. A busca de sucedneos para esses inseticidas tem nos agentes biolgicos decontrole organismos vivos de ocorrncia natural ou obtidos por manipulao gentica atravs dabiotecnologia - uma alternativa de interesse econmico e ecolgico para o controle integrado de pragas, nummomento em que se busca no pas meios de implementao de uma agricultura sustentvel.

    Entre os produtos naturais que tm se mostrado teis ao controle de pragas pode-se citar : a nicotina,extrada das folhas do fumo (Nicotiana tabacum), que utilizada no combate de pulges de rvores frutferas; arotenona, extrada das razes do timb (Derris elliptica), que foi muito utilizada pelos ndios brasileiros napesca, por causa do seu efeito paralisante sobre os peixes, e na agricultura utilizada no combate a pulges,lagartas e alguns tipos de caros.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    27/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS24

    Mtodos Alternativos

    1 PLASTICULTURA: o produto que est sendo cultivado protegido por um plstico, que atua como capaprotetora contra elementos estranhos lavoura.2 CONTROLE BIOLGICO: regula o nmero de plantas e animais por seus inimigos naturais.3 MTODO DA LUA: usa as fases minguante ( para alho, cenoura e cebola, por exemplo) e crescente ( paratomate e milho, por exemplo), pois elas influem no desenvolvimento dos vegetais na agricultura. A gravidade e a

    luminosidade colaboram em conjunto nesse processo.

    Biomagnificao

    Como vimos , na dcada de 1940, alguns inseticidas do grupo dos organoclorados, em especial o DDT ,passaram a ser bastante utilizados na lavoura devido sua enorme eficincia contra as pragas provocadas porinsetos. Absorvido pela pele ou impregnado nos alimentos, o acmulo de DDT no organismo humano provocadoenas no fgado, como cirrose e cncer. O uso indiscriminado e descontrolado do DDT fez com que o leitehumano, em algumas regies norte-americanas, atingisse uma concentrao superior permitida por lei no leitede vaca

    O DDT, alm de outros inseticidas poluentes, muito difcil de ser digerido pelos seres vivos. medidaque estas substncias avanam pela cadeia alimentar, sua concentrao no tecido dos animais pode ser ampliada

    at milhes de vezes (biomagnificao)

    ver figura na abertura do Captulo.

    O Perigo das Embalagens

    Outro srio problema reside no destino das embalagens vazias dos agrotxicos, que podem contaminaros homens, os animais e o ambiente. Estima-se que o Brasil produza hoje cerca de 115 milhes de embalagenspara armazenamento de 250 mil toneladas de agrotxicos.

    Em 2000 foi aprovada a legislao que regulamenta o destino das embalagens. As embalagens lavveis( rgidas, feitas de plstico, metal ou vidro) devem ser recolhidas e ,depois, submetidas trplice lavagem,procedimento que consiste na lavagem do vasilhame com gua limpa por 3 vezes, diminuindo a quantidade derestos de agrotxico.Esta mesma gua ser usada na diluio do agrotxico a ser aplicado.

    Lavagem % de resduos remanescentes1

    alavagem 1,25

    2alavagem 0,0144%

    3alavagem 0,0001728%

    Fonte : Arajo,Fontes,Miranda / 2002

    Aps a trplice lavagem, os teores residuais, tornam os riscos de contaminao desprezveis, alm deproporcionar um aproveitamento praticamente total do contedo da embalagem.

    Posteriormente, o material deve ser devolvido ao estabelecimento onde foi adquirido o produto, sendo

    encaminhado para ter um destino final, onde sejam atendidas as recomendaes tcnicas de rgosespecializados, como o IBAMA.

    Ressaltamos que as diversas alternativas de destino final tm vantagens e desvantagens que devem serlevadas em considerao .

    A incinerao, por exemplo, uma prtica tcnica e ambientalmente vivel para embalagenscontaminadas, porm apresenta um elevado custo e pouca oferta de incineradores para a sua realizao.

    O uso do material das embalagens como fonte de energia, principalmente na fabricao de cimento,tem como vantagem o uso de matria-prima com alto poder calorfico, principalmente o plstico. O custo dotransporte das embalagens constitui a sua grande desvantagem.

    A reciclagem controlada provavelmente a soluo mais vivel, j que as matrias-primas usadas sopotencialmente reciclveis. O contato do produto txico com a embalagem, no entanto, torna necessria umaanlise detalhada de cada caso. Para o vidro e o metal no parece haver problemas, uma vez que as temperaturasa que eles sero submetidos (mais de 1000C) no processo de reciclagem, asseguram a total degradao dasmolculas do princpio ativo. Os plsticos, por sua vez, so submetidos a temperaturas de 150 a 170C,insuficientes para a inativao dos princpios ativos. Portanto, no devem ser usados na confeco de produtosque possam comprometer a sade de pessoas e animais.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    28/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS25

    Reflita !

    HORMNIOS AMBIENTAIS : UM NOVO TIPO DE POLUIO ?Sfocles Medeiros

    Durante muito tempo , o homem acreditou que a natureza teria uma capacidade infinita derecuperao apesar das constantes agresses praticadas contra. ela.

    Hoje, temos conscincia de que a conta est sendo apresentada e estamos pagando umelevado preo pela postura inconseqente, para no dizer irresponsvel, da explorao desordenadaque se praticou , principalmente no sculo passado.

    E, como se j no bastassem os diversos tipos j conhecidos, eis que surge uma novamodalidade de poluio ambiental : a dos hormnios ambientais.

    Hormnios ambientais, ou disruptores endcrinos, so produtos qumicos industriais queinterferem no sistema endcrino, distorcendo os seus nveis de atividade e provocando um mau -funcionamento dos mecanismos hormonais.Entre as substncias que foram assim classificadas estoo bifenol-A, os nonilfenis, os PCBs e o DDT.

    Essas substncias seriam confundidas pelo organismo do homem com hormnios femininos,reduzindo a produo de espermatozides.

    Pesquisas realizadas sugerem que os fetos esto sendo prejudicados por esse novo tipo depoluio ambiental, o que indicaria que estamos sendo poludos pelos hormnios ambientais atmesmo antes do nascimento.

    A ocorrncia desse problema foi sugerida quando se percebeu a dificuldade de reproduoentre animais de vrias partes do mundo. Na Flrida, por exemplo, percebeu-se uma reduopreocupante na populao de uma espcie de jacar, tendo sido observada, em um lago, a suadiminuio em 90%, no perodo de apenas 7 anos.Verificou-se que muitos jacars apresentavampnis bastante pequenos, sendo que nesses animais o tamanho do rgo influi diretamente nafertilidade.Anlises feitas nos ovos dos animais acusaram a presena de traos de DDT e de DDE,um subproduto.O antigo pesticida estava atuando como um interferente hormonal, contaminando osjacars ainda dentro do ovo.

    H indcios de que essa invaso silenciosa est comeando a afetar seriamente a reproduohumana. Pesquisas realizadas em pases como Japo e Dinamarca indicam que a produo deespermatozides nos jovens de hoje foi reduzida metade do que era normal em geraes

    anteriores. A diminuio no tamanho das populaes de alguns locais da Europa e dos EUA comeaa ser relacionada com os prejuzos trazidos pelos hormnios ambientais.

    Na Universidade de Kyoto, no Japo, esto sendo pesquisados cordes umbilicais de recm-nascidos , enviados pelas maternidades, procura de poluentes. Anlises realizadas indicaram umaquantidade aprecivel de bifenol-A, um dos produtos classificados como hormnio ambiental.Existemevidncias de que a vitalidade dos espermatozides, entre os jovens japoneses, encontra-se emdeclnio. De acordo com a Organizao Mundial de Sade(OMS), o risco de infertilidade aumentaquando o ndice de mobilidade inferior a 50%; pesquisas mostram que o smen dos japoneses, queh 10 anos apresentava a mdia de 64%, est se aproximando cada vez mais do nvel crtico.

    Em 1992, o mundo ficou chocado, quando pesquisadores dinamarqueses publicaram umartigo revelando que a taxa de espermatozides tinha cado quase pela metade ,em relao aos 50anos anteriores.Os dados refletiam estudos realizados em 21 pases do mundo, incluindo o Brasil.

    Por enquanto, existem apenas sinais da existncia desse novo tipo de poluio ambiental,mas os cientistas j comeam a se preocupar com seus efeitos sobre a vida humana, o que

    recomenda muito cuidado com a criao e utilizao de novas substncias , para que elas no setornem futuramente outros disruptores endcrinos.Se a leitura deste artigo despertou a sua ateno, recomendamos a leitura da obra O Futuro

    Roubado(L&PM), dos cientistas Theo Colborn e John Peterson Myers, prefaciado por Al Gore, o ex-vice-presidente dos EUA que foi derrotado nas ltimas eleies americanas.

    Artigo publicado na coluna Vida&Cincia, do Jornal do Commercio, em 16/03/2001

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    29/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS26

    O INCIO DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA MODERNO"... ns permitimos que esses produtos qumicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisaprvia sobre seu efeito no solo, na gua, animais selvagens e sobre o prprio homem".

    Publicado em 1962, Primavera Silenciosa (Silent Spring), de Rachel Carson(1907-1964),biloga marinha, escritora e ecologista, foi a primeira obra a detalhar os efeitos adversos da utilizaodos pesticidas e inseticidas qumicos sintticos, iniciando o debate acerca das implicaes daatividade humana sobre o ambiente e o custo ambiental dessa contaminao para a sociedadehumana. A autora advertia para o fato de que a utilizao de produtos qumicos para controlar pragase doenas estava interferindo com as defesasnaturais do prprio ambiente natural .

    A mensagem era diretamente dirigida para o uso indiscriminado do DDT: barato e fcil defazer, foi aclamado como o pesticida universal e tornou-se o mais amplamente utilizado dos novospesticidas sintticos antes queseus efeitos ambientais tivessem sido intensivamente estudados. Coma publicao de "Primavera Silenciosa" o debate pblico sobre agrotxicos continuou atravs dos

    anos 60 e algumas das substncias listadas pela autora foram proibidas ou sofreram restries.Cabe ressaltar que o deslocamento da questo dos agrotxicos, antes restrita aos crculos

    acadmicos e publicaes tcnicas para o centro da arena pblica, foi, sem dvida, o maior mrito deRachel Carson, como pioneira na denncia dos danos ambientais causados por tais produtos.

    A partir dos resultados de seu trabalho, o presidente John F. Kennedy formou um comit

    consultivo e cientfico para analis-lo, sendo as denncias logo confirmadas.Adaptado e condensado de texto encontrado em : www.planetaorganico.com.br

    OS DOZE SUJOS

    A partir de 1985, foram proibidas a comercializao e a utilizao de alguns agrotxicos . Elesficaram conhecidos como os doze sujos.

    1-DDT 7-Os monocrtofos: Azodrin, Nuvacron2-Os "Drins": Eldrin, Aldrin, Dieldrin 8-Aldicarb (Temik)3-Clordane e Lindane 9-Clordimeform Gelecron, Fundal4-Heptacloro 10-O 2-4-3T ( "Agente Laranja"), o EDB, o DBCP5-Gama BHC 11-Paraquat6-Parathion 12-Fungicidas base de mercrio

    A LTIMA COLHEITAPesquisa aponta relao entre uso de agrotxicos e alto nmero de suicdios

    ... s no ano passado suicidaram-se 21 pessoas na maioria agricultores em Santa Cruzdo Sul, cidade gacha com cerca de 100 mil habitantes, conhecida como capital do fumo.

    Para especialistas em sade, o nmero alarmante: a mdia brasileira de 3,8 suicdios por100 mil pessoas. O recorde de 2001 da Rssia, aps dez anos de crise social e econmica, com 34por 100 mil, segundo a Organizao Mundial da Sade. Ainda no se sabe se o uso de agrotxicosest diretamente ligado depresso que conduz aos suicdios tambm constatados entreagricultores de batata e morango em Minas Gerais .

    Uma pesquisa recente mostra que essa dvida no pode ser desprezada, como fez oMinistrio da Sade ao noapurar, como prometeu h seis anos, vrias mortes em circunstnciasidnticas.

    Em 1996, o assunto ganhou as pginas da imprensa brasileira e internacional quando umaepidemia de suicdios atingiu a cidade de Venncio Aires, vizinha de Santa Cruz. Na poca o ndicelocal chegou a 37,22 casos por 100 mil habitantes...

    Fonte :revista Galileu, edio 133 - Ago/2002

    http://www.planetaorganico.com.br/
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    30/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS27

    Agora com Voc !

    01. (FGV-SP/2001) Aps ser utilizado o inseticida diclorodifeniltricloroetano ( DDT ) em um ecossistema, foiavaliada a porcentagem dessa substncia acumulada na cadeia alimentar abaixo:

    plantas herbvoros carnvoros

    Espera-se encontrar:

    a) a maior concentrao de DDT nas plantas.b) a maior concentrao de DDT nos herbvoros.c) a maior concentrao de DDT nos carnvoros.d) a menor concentrao de DDT nos herbvoros.e) a menor concentrao de DDT nos carnvoros.

    02. (FCC-LONDRINA) Em uma lagoa foram lanados produtos organoclorados e, aps dez anos, fez-se umaanlise da concentrao dessas substncias nos organismos que a ocorrem. Os resultados, em partes por milho,foram os seguintes:

    garas: 13,80. fitoplncton: 0,04.

    peixes herbvoros: 0,23. peixes carnvoros: 2,08.

    plantas submersas: 0,08.

    Esses resultados comprovam que os produtos organoclorados so:

    a) decompostos por bactrias.b) destrudos naturalmente com o tempo.c) estveis, concentrando-se mais nos organismos produtores.d) estveis, acumulando-se ao longo das cadeias alimentares.e) biodegradveis e totalmente consumidos pelos organismos auttrofos.

    03. (MACK-SP/2002)

    ORGANOCLORADOSDefensivos agrcolas para as indstrias. Agrotxicos para os defensores da natureza. Pontos de vista diferentessobre substncias usadas para controlar ou matar determinadas pragas. Sua utilizao pode oferecer ou noperigo para o homem, dependendo da toxicidade do composto, do tempo de contato com ele e do grau de

    contaminao que pode ocorrer. Insolveis em gua, possuem efeito cumulativo, chegando a permanecer pormais de 30 anos no solo. Um dos mais txicos e j h algum tempo proibido, o DDT, virou verbo: dedetizar.

    Do texto, depreende-se que os defensivos agrcolas:

    a) nunca oferecem perigo para o homem.

    b) no contaminam o solo, pois so insolveis em gua.c) so substncias totalmente diferentes daquelas chamadas de agrotxicos.d) se usados corretamente, trazem benefcios.e) tm vida residual curta.

    04. (FCC-LONDRINA) Numa lagoa so lanadas substncias no-biodegradveis que se acumulam nos tecidosdos organismos que a vivem. Espera-se encontrar maior concentrao dessas substncias:

    a) no fitoplncton e nas plantas submersas. d) nos peixes carnvorosb) nos moluscos filtradores.

    c) nos peixes herbvoros. e) nas aves piscvoras.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    31/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS28

    05. (PROVO/BIO-2000) Pessoas podem contaminar-se com agrotxicos direta ou indiretamente. O esquemaabaixo resume as vias de contaminao.

    A partir das vias apresentadas, correto afirmar que as pessoas da

    (A) cidade podem contaminar-se diretamente atravs da gua da chuva.(B) cidade podem contaminar-se atravs do consumo de produtos agrcolas.(C) zona agrcola contaminam-se somente atravs da gua da chuva.

    (D) zona agrcola e da cidade correm o mesmo risco de contaminao.(E) cidade no correm risco algum de contaminao direta.

    06.(PROVO/BIO-2001) A "trplice lavagem" uma medida adotada para reduzir a contaminao poragrotxicos. Nela, utiliza-se um volume fixo de gua para lavar, por trs vezes, a embalagem plstica doagrotxico, diminuindo os resduos. Esta mesma gua utilizada para diluir o agrotxico que ser aplicado.

    Medidas complementares seriam, alm de instruir a populao rural,

    (A))centralizar o recolhimento das embalagens e promover a sua reciclagem.

    (B) enterrar as embalagens e induzir a reduo do uso de agrotxicos.(C) destruir as embalagens e promover o uso de agrotxicos.(D) recolher as embalagens e reutiliz-las para fins domsticos.(E) incinerar as embalagens e manter o uso de agrotxicos.

    07. (UNESF-2001) "PRODUTO ORGNICO TER CERTIFICADO"... Pernambuco e os demais Estados do Brasil tero que instalar comits para a certificao de produtosorgnicos ... Jornal do Commercio, 30/11/00Os alimentos orgnicos so alimentos cultivados sem fazer uso de qualquer agrotxico,tornando os bem mais

    saudveis .Portanto, todas as substncias minerais a seguir devem estar presentes em maior teor nosalimentos orgnicos, EXCETO:

    a) clcio b) potssio c) ferro d) mercrio e) zinco

    08. (FGV-SP/1997) Pesticidas organoclorados:

    a) Degradam rpido no meio ambiente d) Desde sua introduo s tiveram efeitos benficosb) Bio-acumulam

    c) No prejudicam o meio ambiente e) Contribuem para uma agricultura sustentvel.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    32/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS29

    POLUIO ATMOSFRICA

    IntroduoA atmosfera um envoltrio de gs que existe em torno de qualquer planeta ou estrela , exercendo

    presso sobre eles.A atmosfera terrestre uma camada que possui cerca de 700 km de espessura e composta por umamistura de gases,vapor dgua , p e sujeira. Envolve a Terra, protegendo-a dos meteoritos e de radiaesnocivas sade.

    Assim como a gua e o solo, o ar constitui um recurso indispensvel vida no nosso planeta. Atravsde ciclos naturais, os seus constituintes so consumidos e reciclados : portanto, a atmosfera possui uma certacapacidade depuradora que, em condies normais, permite a eliminao dos materiais nela descarregados pelosseres vivos.

    As Camadas da Atmosfera Terrestre comum os cientistas dividirem a atmosfera em camadas, de acordo , principalmente, com a variao

    de temperatura e a composio qumica.

    TROPOSFERA- a camada mais fina de todas : se estende at uns 16km nas regies tropicais e at

    uns 9,7 km em latitudes temperadas. onde ocorrem as mudanas climticas, as nuvens, as precipitaes , almde tempestades, relmpagos e furaces. .Nela a temperatura diminui com a altitude, atingindo at - 56C . Elacontm 80% da massa total de ar e todo o vapor de gua da atmosfera. nessa camada que ocorre o ciclo dagua, que controla a trajetria de diversos gases, porque estes se dissolvem na gua lquida, e podem precipitar-se junto com ela na forma de chuva.

    ESTRATOSFERA- a camada que vai at 50km sobre o nvel do mar. Contm nitrognio, oxignio eoznio .Nela a temperatura cresce com a altitude, indo de - 56C a - 2C (o oznio e o oxignio so capazes deabsorver energia do Sol na forma de radiao ultravioleta). Na regio mdia dessa camada o oznio pode atingirat dez partes por milho de concentrao em volume - 10ppmv - dando origem ao que chamamos camada deoznio.

    MESOSFERA- a camada que vai de 50 a 80km de altitude aproximadamente. Dentre todas aregies da atmosfera, aquela em que atingida a menor temperatura. A medida em que a altitude cresce a

    temperatura cai, indo de

    2C a - 92 C (nela no existem gases capazes de absorver as radiaes solares).

    IONOSFERA- a camada que vai de 80 a 640 km de altitude aproximadamente Contmprincipalmente ons provenientes das molculas de oxignio e monxido de nitrognio, como NO+ e O2

    +.

    Tambm conhecida como termosfera, por causa das altas temperaturas (em torno dos 400km se atinge os1.200C).

    EXOSFERA- a regio que vai alm da ionosfera e se estende at 9.600 km, constituindo o limiteexterior da atmosfera.

    Constituio da Atmosfera Terrestre

    A constituio do ar atmosfrico praticamente constante em qualquer lugar da troposfera da Terra.A atmosfera terrestre est constituda principalmente por nitrognio (78%) e oxignio (21%). O 1%

    restante formado pelo gs nobre argnio (0,9%), dixido de carbono (0,03%), distintas propores de vapor degua, e traos de hidrognio, oznio, metano, monxido de dinitrognio, e dos outros gases nobres (hlio,nenio, criptnio, xennio e radnio).

    Poluio AtmosfricaQuando a capacidade natural de depurao da atmosfera ultrapassada, teremos o acmulo de

    substncias prejudiciais vida, caracterizando o que chamamos de poluio atmosfrica. Torna-se necessriaento uma ao de preveno ou de saneamento artificial para tentar assegurar a manuteno da qualidade doar.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    33/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS30

    A atividade industrial e a circulao rodoviria so, sem dvida, os principais responsveis pelapoluio atmosfrica, embora em graus diferentes, conforme o tipo de indstria. A indstria consome 37% daenergia mundial e emite 50% do dixido de carbono, 90% dos xidos de enxofre e todos os produtos qumicosque atualmente ameaam a destruio da camada de oznio, alm de produzir anualmente 2.100 milhes detoneladas de resduos slidos e 338 milhes de toneladas de matria residual perigosa.

    Principais Poluentes, Fontes de Emisso e Danos Sade

    PoluentePrincipais fontes de

    emissoDanos sade

    CO(monxido de

    carbono)

    Carros a gasolina (49%),carros a lcool (17%),

    veculos a diesel (28%)

    O CO se liga hemoglobina no sangue no lugar dooxignio. Em altas concentraes, prejudica a

    oxigenao do organismo, causando diminuio dosreflexos e da acuidade visual. Pessoas com

    problemas cardacos e circulatrios so as maisprejudicadas

    PI(partculas inalveis)

    Veculos a diesel (30%),carros a gasolina (10%),

    indstrias (10%)

    Instalam-se nos pulmes, diminuindo a capacidaderespiratria. O material particulado pode aumentar osefeitos fisiolgicos de outros gases presentes no ar

    O3

    (oznio)

    So formados pela reaodos hidrocarbonetos e xidosde nitrognio na presena de

    luz solar

    Irritao dos olhos e vias respiratrias, diminuio dacapacidade pulmonar, envelhecimento precoce e

    corroso dos tecidos. Pessoas com asma so maissuscetveis aos efeitos do oznio

    HC(hidrocarbonetos)

    Carros a gasolina (53%),veculos a diesel (21%),

    carros a lcool (19%)

    Diminuem a capacidade sangnea de transportaroxignio e afeta sistemas cardiovascular, nervoso epulmo. Os hidrocarbonetos aromticos (benzeno,

    tolueno e xileno) so cancergenos

    NOx(xidos de nitrognio)

    Veculos a diesel (81%),carros a gasolina (10%),

    carros a lcool (5%)

    Podem penetrar profundamente no sistemarespiratrio, podendo dar origem a substnciasmutagnicas e carcinognicas. tambm um

    irritante, podendo conduzir a sintomas que lembramos do enfisema

    SO2(dixido de enxofre)

    Veculos a diesel (77%),indstrias (15%),

    carros a gasolina (8%)

    Altas concentraes provocam irritao no sistemarespiratrio e problemas cardiovasculares. A

    concentrao deste poluente tem se mantido abaixodos nveis aceitveis nos ltimos anos

    Medida da Qualidade do Ar (SP)

    Qualidade SO2 g/m

    3)

    PI (g/m3)

    CO (partes pormilho)

    O3(g/m3)

    NO2(g/m3)

    Boa 80 50 4,5 80 100

    Regular*

    365

    150

    9,0

    160

    320

    Inadequada 800 250 15,0 200 1.130

    M 1.600 420 30,0 800 2.260

    Pssima 2.100 500 40,0 1.000 3.000

    Crtica 2.620 600 50,0 1.200 3.750

    Ultrapassagensde padro(em 1996)

    ** 0

    205

    52

    93

    0 ***

    * Padro de qualidade do ar, segundo resoluo n 3 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - Conama, de 28/06/90.** Nas 22 estaes da Cetesb na Grande S. Paulo, nos 365 dias do ano.*** No era medida at julho/96.

    Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    34/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS31

    ConseqnciasA poluio atmosfrica pode provocar ou agravar problemas de sade na populao humana,

    principalmente doenas do aparelho respiratrio, entre elas a bronquite, o enfisema, a asma e o cancro pulmonar.Plantas e animais so tambm seriamente afetados pela poluio do ar.

    Os gases txicos perturbam o desenvolvimento natural da vegetao, atacando as folhas, diminuindo afotossntese, a respirao e a transpirao , resultando um crescimento mais lento das plantas, que se tornammenos resistentes s intempries, s doenas e aos parasitas.

    Os animais, por sua vez, tm a sua sade bastante afetada, no s pelo contato direto com o ar poludo,como pela ingesto de vegetais mais ou menos envenenados.

    Alguns Fenmenos Relacionados com a Poluio AtmosfricaAlguns problemas decorrentes da poluio atmosfrica se tornaram to importantes que passaram a ser

    estudados parte. Nos prximos captulos estudaremos o efeito estufa, a chuva cida e a destruio dacamadade oznio. Agora, vamos ver outros dois problemas muito graves : o smogfotoqumicoe a inversotrmica.

    I SMOG FOTOQUMICOSmog um termo que provm da combinao entre as palavras smokee fog(fumaa e neblina,

    na lngua inglesa). a mistura de nvoa (gotculas de vapor dgua)com partculas de fumaa : formada

    quando o grau de umidade na atmosfera elevada e o ar est praticamente parado. O aumento da incidncia deraios UV na superfcie da Terra pode agravar o fenmeno.

    Fonte : www.asmabronquica.com.br

    O oznio(O3) um oxidante fotoqumico e o maior responsvel pelos"smogs". Enquanto na atmosferasuperior, ele benfico para a vida, constituindo uma barreira natural aos raios ultravioletas que atingem a Terra,ao nvel do solo, em altas concentraes , torna-se um problema para a sade e o meio ambiente. O oznio no

    emitido diretamente para o ar. Ele formado atravs de reaes qumicas complexas, conforme vemos na figuraacima .

    Os radicaisso estruturas com valncias livres, derivadas de tomos ou molculas: so quimicamentemuito reativos . PAN o nitrato peroxiacetlico, um produto secundrio tambm prejudicial aos seres vivos,bloqueando a fotossntese.Essas reaes so estimuladas pela luz solar e pela temperatura de modo que picos deconcentrao de O3 ocorrem durante os dias quentes e ensolarados. Tanto os hidrocarburetos (ouhidrocarbonetos) no combustveis quanto os xidos de nitrognio so emitidos por diversas fontes comoveculos, indstrias qumicas, lavanderias, e empreendimentos ou atividades que utilizam solventes.

    http://www.asmabronquica.com.br/
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    35/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS32

    A reatividade do O3causa irritao dos olhos e problemas de sade associados reduo da capacidadepulmonar, com o agravamento das doenas respiratrias como a asma. Mesmo pessoas saudveis tm semostrado sensveis aos efeitos do oznio. A exposio longa a baixas concentraes causa envelhecimentoprecoce e reduz a capacidade de resistncia a infeces respiratrias. O oznio afeta as plantas, inibindo afotossntese; danifica objetos de borracha, como pneus, e corantes de tintas.

    O smog cai sobre as cidades com maiores problemas de poluio na forma de uma bruma opaca,geralmente meio escura. A histria do sculo XX registra episdios nos quais se faz noite em pleno dia. EmLondres, houve momentos nos quais os nibus deviam circular com faris acesos, pois o Sol estava escondidopela mistura de fumaa e neblina, que tambm era mortal. Na capital inglesa acumulou-se uma triste marca, poismisturas letais dosmogmataram 600 pessoas em 1948, cerca de trs mil em 1952, mais mil em 1956 e 750 em1962.

    II - INVERSO TRMICA

    um fenmeno que ocorre, geralmente em cidades muito industrializadas - como So Paulo - oulocalizadas em depresses cercadas de montanhas, como Ribeiro Preto.

    O ar atmosfrico , normalmente, mais quente nas camadas mais baixas da atmosfera (recebe o calorarmazenado no solo) e, sendo menos denso, tende a subir -formando correntes de conveco (convecotrmica)- e fazendo com que o ar frio(mais denso) passe para baixo , dispersando os poluentes

    Em certas situaes, no entanto, o ar quente passa sobre o ar frio, ficando assim acima dele, Por sermais denso, o ar frio que ficou embaixo no sobe e o ar quente que ficou em cima do frio no desce . Nainterseo do ar quente com o ar frio, forma -se uma camada de inverso,que evita que os poluentes passempara as camadas superiores da atmosfera, dispersando-se na troposfera e criando uma nvoa sobre o local.

    Acontece principalmente nos perodos de inverno, quando os dias costumam ser mais frios, formandoas frentes frias. O fenmeno cessa quando ocorre deslocamento horizontal dos ventos, carregando a camada deinverso, permitindo que o ar quente desa.

    As cidades onde ocorrem este fenmeno procuram manter sob rigorosa vigilncia o nvel de poluentesno ar e as condies clmticas. Em caso de emergncia, medidas preventivas so imediatamente tomadas. U madelas proibir a circulao de veculos no centro da cidade enquanto perdurar a situao.

    Registramos ainda asIlhas de Calor, fenmeno climtico que ocorre nos centros das grandes cidadesdevido, principalmente a fatores, como : a poluio, o asfalto, o concreto e a ausncia de reas verdes. Estadenominao origina-se do fato de uma cidade apresentar em seu centro uma taxa de calor muito elevada, emrelao s suas redondezas .

    Preveno

    A reduo da poluio provocada pela queima de combustveis fsseis pode ocorrer de vrias maneiras:

    I Uso mais racional : quantidades significativas de combustveis seriam economizadas com a adoo demedidas simples, Poderamos tornar mais eficientes os sistemas de calefao de prdios e residncias; as usinastermoeltricas poderiam reaproveitar a gua quente que jogam nos rios ; caminhes de entrega poderiam noretornar vazios e o uso de transporte coletivo poderia ser estimulado.

  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    36/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS33

    II Uso de combustveis menos poluentes : a gasolina e o leo diesel, muito poluentes, poderiam sersubstitudos progressivamente por combustveis que agredissem menos a atmosfera . No Brasil, podemos citar olcool, extrado da cana-de-acar e da mandioca e o biodiesel, obtido de leos vegetais.III Despoluio na fonte : se maiores investimentos fossem feitos poderamos evitar que boa parte dospoluentes chegasse atmosfera. Por exemplo, odixido de enxofre, liberado pelas usinas termoeltricas, podeser retirado antes de chegar ao ar. A obrigao do uso de conversores catalticos(catalisadores) nos veculos

    um bom exemplo dessa prtica : gases muito nocivos, como hidrocarbonetos, monxido de carbono e os xidosde nitrognio, so convertidos em substncias menos prejudiciais ao ambiente, como dixido de carbono, gsnitrognio e vapor dgua.IV Evitar o desflorestamento :como as florestas absorvem o dixido de carbono, ajudando a controlar aquantidade desse gs na atmosfera, extremamente importante combater a sua destruio. Hoje , a situaochegou a tal ponto que no basta reduzir o corte de rvores nas florestas, tambm temos que aumentar seuplantio.

    Reflita !

    Agncia CIDADE, So Paulo, 28/03/2002

    Rodzio de veculos est suspenso sexta-feira em SPA Companhia de Engenharia de Trfego (CET) acaba de anunciar que o rodzio de veculos ser

    suspenso em So Paulo na prxima sexta-feira devido ao feriado da Semana Santa.

    Pesquisadores da USP vo estudar poluio em So Jos

    Parceria entre a Prefeitura de So Jos dos Campos e a Faculdade de Medicina da USP vai

    possibilitar um estudo indito no Pas sobre qualidade do ar e sade.

    Uma parceria entre a Prefeitura de So Jos dos Campos e a Faculdade de Medicina da USP(Universidade de So Paulo) vai possibilitar um estudo indito no Pas sobre qualidade do ar e sade.Pesquisadores vo disponibilizar mtodos cientficos utilizando bioindicadorespara medir a poluioatmosfrica e colher dadosem So Jos.

    O trabalho ser desenvolvido pela equipe do pesquisador Paulo Saldiva, em conjunto comtcnicos da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, Secretaria de Sade e Secretaria deEducao. A inteno analisar as questes do meio urbano como, por exemplo, a poluio emitidapelos carros na cidade.

    Para medir a qualidade do ar em So Jos, os cientistas vo utilizar uma planta chamadaTandescrancia palida. Segundo tcnicos do Meio Ambiente, essa planta possui alto grau desensibilidade. Quinze vasos sero distribudos em trs pontos da cidade: Jardim So Vicente (regioleste), centro e Horto Florestal (zona rural). As plantas sero expostas poluio do ar, poluio dosolo, radiao e tambm condies da gua. O grupo de plantas que vai receber a radiaoeletromagntica tambm ser subdividido. Cada subgrupo estar submetido a radiaes diferentes,conforme as legislaes do municpio, da Europa, OMS (Organizao Mundial de Sade) e demaisnormas seguidas pelo Brasil.

    Todo este trabalho ser desenvolvido em parceria com escolas municipais, supervisionadospelos estudiosos, cabendo aos alunos tanto a coleta dos dados, como tambm a anlise dosresultados. Os dados coletados com relao poluio do ar sero levados para cientistas daUniversidade de Harward, nos Estados Unidos para serem analisados ...

    Fonte : www.cosmo.com.br/especial/cosmo_especial/especiais/materias/011030_especial02.shtm

    http://www.cosmo.com.br/especial/cosmo_especial/especiais/materias/011030_especial02.shtm
  • 7/25/2019 Qumica Ambiental - Sfocles Medeiros.pdf

    37/124

    QUMICA AMBIENTAL

    janeiro/2005 S. MEDEIROS34

    O PROBLEMA DAS MOTOS

    Desde janeiro de 2003 as motos fabricadas no Brasil esto poluindo 68% menos doque asproduzidas em 2002. Em 2009, o corte ter de ser de 92%, em relao aos nveis de 2002.Para isso ,passaro a ter injeo eletrnica e catalisadores.

    Hoje, uma moto nova (mesmo com a reduo j atingida) polui at 16 vezes mais que umcarro atual. J uma usada at 35 vezes mais poluente que um automvel.

    Por que s agora o governo decidiu fazer um programa especfico para motos ?

    Acontece que o crescimento do nmero desse tipo de veculo relativamente recente . Em1975, foram fabricadas 5220 motos no pas. Entre 1996 e 1997, a produo passou de 280 mil para426 mil. Para 2003, estima-se a fabricao de 1 milho de unidades.

    O Promot(Programa de Controle da Poluio do Ar por Motociclos e Veculos Similares) estdividido em trs fases. At 2002, uma moto emitia de 24 a 25 gramas de monxido de carbono -oprincipal poluente- por quilmetro rodado (um carro hoje produz na prtica 0,7 g/km). A primeira fasedo programa, iniciada em janeiro de 2003, determinou a queda para 12 g/km, mas a m dia real tem

    chegado a 8 g/km. Em 2005, na segunda fase, o nvel de poluio provavelmente ser cortado para5,5 g/km, segundo o programa. Em 2009, terceira e ltima etapa do Promot, o limite legal ser de 2g/km, igual ao dos carros, mas a expectativa que fique ainda menor, chegando a 0,7 g/km. Vale apena citar que a mudana s para motos novas.

    CUBATO, EXEMPLO MUNDIAL DE RECUPERAO AMBIENTAL

    Nas dcadas de 70 e 8O, o plo industrial de Cubato lanava no ar, diariamente, quase miltoneladas de poluentes. O solo, os rios e manguezais que formam o rico ecossistema da regiorecebiam indiscriminadamente outras tantas toneladas.

    No ano de 1985, atravs da parceria entre a Administrao Municipal, a Cetesb, as Indstriase a Comunidade, foi iniciado um rgido programa de despoluio ambiental. Os resultados foramimediatos: no perodo de menos de dez anos, os ndices das fontes poluidoras foram reduzidos em92%.

    O reconhecimento por esse trabalho foi coroado durante a ECO 92, pela ONU (Organizaodas Naes Unidas), que outorgou o Selo Verde Cubato, como Cidade-Smbolo da Ecologia eExemplo Mundial de Recuperao Ambiental.

    Fonte : www.nitcult.com.br/nitecologia.htm

    Anos mais quentes Fonte:OMM