Química Forense - Utilizando Métodos Analíticos

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QUÍMICA FORENSE: UTILIZANDO MÉTODOS ANALÍTICOS EM FAVOR DO PODER JUDICIÁRIO MOTA, Leandro; DI VITTA, Patrícia Busko [email protected] Centro de Pós Graduação Oswaldo Cruz Resumo: A aplicação de conhecimentos químicos para esclarecimentos de casos de crimes é como se define a química forense. O conhecimento científico vem sendo utilizado no esclarecimento de fraudes, infrações e assassinatos desde os primórdios da humanidade, ajudando os sistemas judiciais a distinguir inocentes de criminosos. O avanço tecnológico e o desenvolvimento de conhecimentos correlatos auxiliaram na expansão do termo forense como é conhecido atualmente. Porém ainda existe muito campo a ser explorado, assim como aprimoramentos em muitas técnicas e métodos utilizados, principalmente no Brasil, onde a área de química forense ainda é carente de trabalhos e pesquisas específicos. Palavras chave: Química Forense, Espectrometria de Massa, Cromatografia, Teste de Cor, Drogas de Abuso, Toxicologia, Envenenamento por Tóxicos. Abstract: The application of chemical knowledge for clarification of cases of crimes is defined as the forensic chemistry. Scientific knowledge has been used in the clarification of fraud, violations and murders since the beginning of mankind, helping the judicial systems to distinguish innocent from criminals. Technological advances and the development of knowledge related assisted in the expansion of forensic term as it is known today. But there is still much ground to be explored, as well as improvements in many techniques and methods used, especially in Brazil, where the area of forensic chemistry is still lacking specific work and research. Key Words: Forensic Chemistry, Mass Spectrometry, Chromatography, Color Test, Drugs of Abuse, Toxicology, Toxic poisoning. 1 INTRODUÇÃO A química forense pode ser definida como a aplicação de conhecimentos químicos em auxilio à justiça na resolução de assuntos de natureza criminosa. Dentro dessa conceituação, podemos elencar as diversas áreas das quais o trabalho do químico forense é decisivo: perícias policiais, ambientais, trabalhistas, industriais (alimentos e medicamentos), doping esportivo, etc. Cada uma dessas áreas abre um leque de possibilidade para atuação do químico, visto que são vários os tipos de fraudes e contravenções a qual a sociedade é vitima, sendo dever do poder judiciário julgar e condenar tais ações. Apesar de antiga a idéia de se juntar conhecimentos científicos aos interesses judiciários, a área forense em um todo (o que inclui a química), ganhou grande destaque nos tempos atuais com séries televisivas como Bones, NCIS - Investigações Criminais, e o mais popular do gênero CSI (crime scene investigation), as quais retratam a rotina de

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  • QUMICA FORENSE: UTILIZANDO MTODOS ANALTICOS EM FAVOR

    DO PODER JUDICIRIO

    MOTA, Leandro; DI VITTA, Patrcia Busko

    [email protected]

    Centro de Ps Graduao Oswaldo Cruz

    Resumo: A aplicao de conhecimentos qumicos para esclarecimentos de casos de

    crimes como se define a qumica forense. O conhecimento cientfico vem sendo

    utilizado no esclarecimento de fraudes, infraes e assassinatos desde os primrdios da

    humanidade, ajudando os sistemas judiciais a distinguir inocentes de criminosos. O

    avano tecnolgico e o desenvolvimento de conhecimentos correlatos auxiliaram na

    expanso do termo forense como conhecido atualmente. Porm ainda existe muito

    campo a ser explorado, assim como aprimoramentos em muitas tcnicas e mtodos

    utilizados, principalmente no Brasil, onde a rea de qumica forense ainda carente de

    trabalhos e pesquisas especficos.

    Palavras chave: Qumica Forense, Espectrometria de Massa, Cromatografia, Teste de

    Cor, Drogas de Abuso, Toxicologia, Envenenamento por Txicos.

    Abstract: The application of chemical knowledge for clarification of cases of crimes is

    defined as the forensic chemistry. Scientific knowledge has been used in the

    clarification of fraud, violations and murders since the beginning of mankind, helping

    the judicial systems to distinguish innocent from criminals. Technological advances and

    the development of knowledge related assisted in the expansion of forensic term as it is

    known today. But there is still much ground to be explored, as well as improvements in

    many techniques and methods used, especially in Brazil, where the area of forensic

    chemistry is still lacking specific work and research.

    Key Words: Forensic Chemistry, Mass Spectrometry, Chromatography, Color Test,

    Drugs of Abuse, Toxicology, Toxic poisoning.

    1 INTRODUO

    A qumica forense pode ser definida como a aplicao de conhecimentos qumicos

    em auxilio justia na resoluo de assuntos de natureza criminosa.

    Dentro dessa conceituao, podemos elencar as diversas reas das quais o trabalho

    do qumico forense decisivo: percias policiais, ambientais, trabalhistas, industriais

    (alimentos e medicamentos), doping esportivo, etc. Cada uma dessas reas abre um

    leque de possibilidade para atuao do qumico, visto que so vrios os tipos de fraudes

    e contravenes a qual a sociedade vitima, sendo dever do poder judicirio julgar e

    condenar tais aes.

    Apesar de antiga a idia de se juntar conhecimentos cientficos aos interesses

    judicirios, a rea forense em um todo (o que inclui a qumica), ganhou grande destaque

    nos tempos atuais com sries televisivas como Bones, NCIS - Investigaes Criminais, e

    o mais popular do gnero CSI (crime scene investigation), as quais retratam a rotina de

  • peritos, desvendando crimes atravs da cincia. Essa exposio na mdia despertou

    grande interesse do pblico, o qual v a rea forense como uma cincia aplicada,

    diferente daquele esteretipo de que cincia algo distante, ministrada por um pequeno

    grupo de cientistas. Tal exposio tida como positiva, pois atraindo atenes, aumenta

    o nmero de interessados por segmentos ligados qumica forense, havendo com isso

    mais estudos e trabalhos divulgados na rea, levando assim a sua evoluo,

    principalmente no Brasil onde a realidade, como traz Stefani, as condies de trabalho

    so precrias, sem suporte financeiro, com tcnicas e equipamentos ultrapassados,

    muito diferentes do cenrio retratado em seriados televisivos. Atualmente no Brasil

    ainda bem baixa a quantidades de trabalhos publicados na rea de qumica forense,

    assim como a necessidade de se aperfeioar e at mesmo criar tcnicas mais precisas,

    rpidas e sensveis.

    A rotina de um profissional da rea de qumica forense, ao contrrio do que se

    pensa, no se limita a laboratrios, visto que muitas vezes, o trabalho de percia

    realizado em locais externos, onde as condies encontradas so totalmente diferentes

    de um ambiente controlado. Sendo assim, essencial que alm de seus conhecimentos

    em analtica e destreza em manipulao dos instrumentos, o perito qumico tenha um

    vasto conhecimento em outras reas da qumica (fsico-qumica e orgnica, por

    exemplo), e tambm em reas correlatas, como biologia, fsica, geologia, criminalstica,

    toxicologia e noes de medicina.

    Como existe a necessidade de desenvolver o trabalho de pericia fora de ambientes

    controlados, fato esse que pode comprometer o futuro de um julgamento, que o

    desenvolvimento de tcnicas melhores, mais eficientes, baratas, o que inclui tambm

    instrumentos e equipamentos, se faz importante.

    Drogas de abuso, um dos males que assola populaes em todo o mundo, causando

    dependncia e destruindo famlias, so comercializadas amplamente de forma ilegal,

    sendo muito difcil estancar tais vendas. As foras policiais necessitam de equipamentos

    de fcil transporte e manuseio, permitindo assim maior xito nas operaes de inibio

    de trfico. Nessa primeira fase, a identificao das drogas, como maconha e cocana,

    pode ser feito por mtodos colorimtricos, que so simples, dando positivo para os

    materiais em questo. No entanto, numa segunda fase, uma anlise mais apurada dos

    componentes do material apreendido feito no laboratrio, atravs de equipamentos e

    tcnicas mais refinadas (como a espectrometria de massas), as quais garantem, por

    exemplo, determinar a origem dos entorpecentes atravs de impurezas contidas no

    produto, que difere de uma localidade outra.

    Alm das diversas tcnicas e equipamentos utilizveis nas anlises de vestgios, o

    conhecimento em toxicologia (rea que estuda as substncias nocivas sade, seus

    sintomas e efeitos, assim como a quantidade com que tais substncias agem no

    organismo) essencial para casos de intoxicao, envenenamento acidental ou

    criminoso. Em tais casos, a anlise por ser feita com amostras de fludos orgnicos da

    vtima, dependendo do contaminante, at mesmo em suas vestimentas.

    Dentre os diversos agentes txicos, o arsnio historicamente famoso, por se tratar

    de uma substncia muito utilizada na Idade Mdia para assassinatos com interesses

    polticos. Podemos at dizer que as mortes por arsnio foi o precursor da qumica

    forense, visto que na poca havia uma epidemia destes casos, o qual era muito difcil

    prevenir, visto que xido de arsnio, As2O3, um slido branco, solvel, sem cheiro e

    gosto, e difcil de ser detectado por anlises qumicas convencionais, dando a ele o

    status de xido do crime perfeito (FARIAS, 2010).

  • O presente trabalho tem como finalidade apresentar a qumica forense, assim como

    algumas de suas aplicaes, procurando mostrar sua importncia quanto utilidade

    como ferramenta no combate a criminalidade.

    2 ASPECTO HISTRICO

    A utilizao de conhecimentos cientficos em auxlio a questes judiciais teve seu

    incio registrado na antiga Grcia, com certa contribuio da qumica para assuntos da

    medicina. Na Roma antiga a qumica se mostrou decisiva para esclarecer casos de

    mortes por envenenamento, que tornara corriqueiros, principalmente de figuras

    pblicas. Este foi o primeiro grande indicio de que havia a necessidade de promover

    conhecimento que auxiliassem a justia contra tais crimes.

    Mathieu-Joseph Bonaventura Orfila, natural da Espanha e crescida na Frana (1787-

    1853), considerado o pai da toxicologia, foi tambm um dos pioneiros na fase moderna

    da cincia forense. Atuou certa vez como perito em um caso de suspeita de assassinato

    por envenenamento, o qual conseguiu provar a intoxicao por arsnio recolhendo

    amostras do corpo exumado da vtima e atravs de anlises que o mesmo no advinha

    do solo onde o corpo havia sido enterrado. Orfila trabalhou em fazer das analises

    qumicas, uma parte da rotina da medicina forense, havendo estudado os efeitos de

    asfixia, exumao e decomposio de corpos. De todos seus estudos, Orfila deixou para

    a cincia forense um Tratado de Medicina Legal (FARIAS,2010).

    Na mesma poca, outra importante figura aparece, o qumico ingls James Marsh

    (1794-1846). O temvel arsnio continuava a fazer suas vitimas, pois at ento era

    praticamente indetectvel; as anlises qumicas eram precrias e seus sintomas se

    assemelhavam aos sintomas do clera, doena muito comum naquele tempo. Marsh

    props um mtodo de deteco para o arsnio, onde se borbulha sulfeto de hidrognio

    em uma soluo onde supostamente acredita-se ter o agente intoxicante, onde o positivo

    se observa quando a soluo assume um tom amarelado. Porm tal mtodo no foi

    considerado confivel pelas autoridades na poca, pois no era possvel ver o arsnio na

    forma metlica. Esse desafio fez Marsh desenvolver um teste, o qual leva o seu nome,

    onde se adiciona zinco metlico e cido sulfrico amostra.

    Identificar o agente intoxicante foi uma grande vitria da cincia, porm tambm se

    fazia necessrio a identificao do criminoso.

    Desde os primrdios das civilizaes, os homens desenvolveram mtodos prprios

    de identificao daqueles que transgrediam as leis e a ordem. Aes como infringir

    cicatrizes, tatuagens, marcas e at mesmo mutilaes de membros eram utilizadas, que

    tambm serviam como inibidores de qualquer infrao. Tais mtodos foram

    abandonados em um modo geral com o avano das civilizaes e do reconhecimento de

    direitos humanos. Porm, no foi abandonado a ideia de identificao humana, e a

    descoberta de tendncias nicas das impresses digitais em cada individuo foi tomada

    como padro neste intuito. Francis Galton, primo de Charles Darwin, em 1892 publico

    um livro intitulado Impresses Digitais, o qual inclua o primeiro sistema de classificao destas impresses. Surgia a datiloscopia.

    A ideia daquilo que estava por trs de um crime e do criminoso por ele cometido

    sempre foi discutida desde a antiguidade. Nos tempos mais remotos, os crimes eram

    entendidos como manifestaes sobrenaturais, havendo forte ligao com a religio,

    onde o criminoso apresentava personalidade demonaca. Essa relao crime e criminoso

    foi sendo analisada e ganhando novas explicaes como: certas caractersticas fsicas de

    um indivduo com a predisposio s aes transgressoras; ao estado mental deficiente,

  • onde o individuo no assimilaria a ordem, a lei; a desorganizao social e a pobreza,

    entre outros.

    A criminologia, ou o termo desenvolvido por Hans Gross (1847 1915), criminalstica, o pensamento moderno a respeito de toda atmosfera em volta ao crime, no somente o estudo dos vestgios concretos materiais do crime, mas tambm o

    exame dos indcios abstratos, psicolgicos do criminoso, na medida em que esta cincia

    pode ser distrada da psicologia geral, considerando que a investigao judiciria, para a

    descoberta do autor de um crime. Gross (que era professor) foi um dos primeiros a

    compreender a importncia de agregar outras diversas reas do conhecimento (qumica,

    fsica, botnica, toxicologia, geologia, etc) no auxlio questes judiciais, tendo ele

    estudado essas diversas reas para ter uma maior compreenso de suas interligaes.

    Por tais consideraes que ele tido como o fundador da criminologia.

    Um dos maiores nomes da cincia forense Edmond Locard (1877 1966), francs, nascido em uma famlia rica e culta, dedicou sua vida a medicina legal e a

    estudos de criminalstica, devido s formaes em medicina e direito, influenciadas por

    seu pai e sua me, respectivamente. Com sua principal ajuda, foi construdo o primeiro

    laboratrio cientifico da polcia em Lyon, o qual levou o nome de Laboratrio de

    Policia Tcnica de Lyon. Locard publicou um tratado de criminalstica, e dele a frase

    todo contato deixa um rastro, enunciada como princpio da troca. Tornou-se conhecido pelos seus feitos, e chamado Sherlock Holmes francs. O desenvolvimento das reas de papiloscopia e datiloscopia, as quais promovem a

    identificao de impresses deixadas nas cenas dos crimes, a fundamentao da

    criminologia (que visa o ato criminoso em todas suas partes), a descoberta do luminol

    (composto que revela vestgios de sangue, reagindo com estes, dando origem a um azul

    fosforescente) e tambm o desenvolvimento tecnolgico e procedimental, promoveram

    a aliana definitiva entre cincia e justia.

    3 ALGUMAS TCNICAS E EQUIPAMENTOS NA ROTINA FORENSE

    3.1 Espectrometria de Massas (MS)

    A espectrometria de massas uma tcnica usada para o estudo das massas de

    tomos, molculas ou fragmentos de molculas. Para se obter um espectro de massa, as

    molculas no estado gasoso ou espcies dessorvidas a partir de fases condensadas so

    ionizadas (HARRIS, 2003). Trata-se de uma tcnica destrutiva, ou seja, necessita-se de

    alquotas das amostras que sero destrudas no decorrer da anlise, porm uma tcnica

    com bastante sensibilidade, sendo amplamente utilizada em diversas aplicaes.

    A partir do reservatrio do sistema de amostragem, molculas neutras so inseridas

    no espectrmetro, o qual apresenta feixes de eltrons responsveis pela ionizao dessas

    molculas. Placas aceleradoras e de focalizao mandam esses ons na direo de um

    tubo analisador, porm antes passam por um campo magntico, para que pela diferena

    de suas cargas e massas, sofram diferena na trajetria. O campo separa os ons em um

    padro chamado espectro de massas. A leitura dos espectros possibilita conhecer ou

    comparar com espectros de bancos de dados, a identidade das espcies-problema.

    Existem diferentes tipos de espectrmetros, suas escolhas dependem

    especificamente do tipo de analito que est sendo trabalhado, quanto a sua quantidade e

    sensibilidade, por exemplo. Uma tcnica utilizada pela polcia cientifica no Brasil, o

    Easy Ambient Sonic-spray Ionization Mass Spectometry (EASI-MS), desenvolvida por

    uma equipe do Instituto de Qumica da Universidade de Campinas (UNICAMP)

  • (BRITO, 2010). No EASI-MS o processo de ionizao feito por um spray (metanol

    acidificado) snico, no havendo a necessidade de alta voltagem (fonte de eltrons),

    nem alta temperatura. O spray snico passa por um tubo, arrastado por ar comprimido,

    atingindo assim a amostra, onde ocorre uma dessoro e sua ionizao. Tais ons so

    transferidos para o espectrmetro de massa, para que ocorra a identificao das

    espcies. A tcnica EASI-MS est ganhando muito espao devido ao seu simples

    procedimento e tambm por ser considerada uma tcnica no destrutiva. A tcnica pode

    ser utilizada na identificao de drogas ilcitas e na anlise de documentos falsificados,

    por exemplo.

    3.2 Cromatografia

    A cromatografia um mtodo fsico-qumico de separao. Ela est fundamentada

    na migrao diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a

    diferentes interaes (DEGANI et al. 1998). De um modo geral, a separao por

    cromatografia se deve uma fase estacionria e uma fase mvel, onde passa a mistura,

    havendo interaes diferentes entre seus componentes (soluto) com as respectivas fases.

    A fase estacionria fixa (se a separao for feita em coluna, a fase estacionria fica

    fixada a coluna), sendo um material poroso, slido ou lquido viscoso. J a fase mvel

    pode ser lquida ou gasosa, a qual se move atravs da coluna.

    Os diferentes tipos de cromatografia se devem aos diferentes tipos de interaes

    possveis entre os solutos e as fases estacionrias e mveis, podendo ser realizadas em

    uma coluna ou de forma planar. A cromatografia lquida se d quando a fase mvel

    lquida, enquanto a fase estacionria slida, havendo interao soluto-fase

    estacionria, como na cromatografia de adsoro, onde um soluto tem mais facilidade

    em ser adsorvido por poros na fase estacionria, levando mais tempo para se deslocar.

    A cromatografia gasosa se d quando a fase mvel gasosa, enquanto a fase

    estacionria lquida ou slida. A fase mvel um gs de arraste, o qual leva os

    componentes da mistura analisada (no estado gasoso), e a fase estacionria exerce

    atrao sobre um dos componentes, retardando o tempo de eluio e promovendo assim

    a separao das espcies.

    Atravs do clculo do tempo de reteno de um determinado analito sobre um

    determinado tipo de cromatografia, possvel comparar e chegar identidade da

    espcie presente na mistura analisada. Existe a possibilidade tambm da juno dos

    cromatgrafos e de espectrmetros, os quais juntos potencializam o trabalho, levando a

    resultados mais rpidos nas anlises realizadas.

    3.3 Testes Colorimtricos

    O uso de teste de cor talvez seja a forma de anlise mais comum e utilizada para se

    determinar a presena de certa substncia em uma amostra, se tratando unicamente de

    uma tcnica qualitativa.

    Devido ao baixo custo de reagentes, fcil reproduo, a qual por uma reao

    qumica simples revela resultados que podem ser interpretadas a olho nu, as tcnicas

    colorimtricas ainda hoje so utilizadas largamente em rotina de laboratrios de qumica

    analtica. At mesmo quem no qumico por formao pode utilizar os testes de cor

    sem larga experincia, como o exemplo de policiais em procedimentos de rotina, na

    busca de substncias ilcitas, sem a necessidade de um laboratrio.

    O desenvolvimento de uma cor pode indicar a presena de uma droga ou de uma

    determinada classe de drogas. Uma vez que mais de um composto pode dar o mesmo

  • resultado, os testes de cor no so especficos e no identificam conclusivamente a

    presena de um composto (LINCK, 2008). Devido a esse fato, o uso do teste

    colorimtrico entra como uma tcnica primria, servindo para identificar a presena do

    possvel grupo alvo na amostra, para posteriormente passar por uma tcnica analtica

    mais sofisticada, determinando o teor e a composio da amostra problema.

    4 APLICAES DA CINCIA FORENSE

    A rotina forense, como j citado, no se restringe apenas a laboratrios e a

    ocorrncias policiais, sendo essas apenas uma parte do vasto ramo de aplicao dos

    conhecimentos forense. Os servios de um perito podem ser solicitados em percias

    ambientais, onde este avaliar possveis danos causados por pessoas ou empresas,

    perturbando o equilbrio e a preservao do meio ambiente; percias industriais,

    avaliando o espao fsico, equipamentos e condies de trabalho, ou ento sobre os

    produtos ali fabricados, se h riscos para trabalhadores e consumidores; na anlise de

    vestgios deixados pelo disparo de armas de fogo, os quais so expelidos na combusto

    da carga explosiva contidas nos cartuchos que compe as munies das armas

    (OLIVEIRA, 2006).

    A seguir sero apresentadas duas aplicaes da qumica forense em contribuio ao

    sistema judicirio: a identificao de drogas ilcitas e casos de envenenamento por

    arsnio.

    4.1 Identificaes de drogas ilcitas

    As drogas ilcitas, que trazem prejuzo sade de seus usurios, causando-lhes

    dependncia e por vezes morte, so comercializadas amplamente de forma ilegal, sendo

    muito difcil estancar tais vendas. Este consumo reflete no s na sade, no convvio familiar e social, como tambm movimenta milhes por ano, consistindo em um

    mercado financeiro ilcito no s no Brasil, mas em muitos outros pases tambm.

    Tambm h que se considerar que indivduos usurios de drogas certamente so mais

    suscetveis prtica de crimes, tanto devido ao fato de geralmente ficarem

    racionalmente afetados quando do uso da droga, quanto por necessidade de angariar

    fundos para a manuteno do vcio (OLIVEIRA, 2009). Tcnicas de identificao de tais drogas, que no exijam equipamentos complexos e que sejam de fcil aplicao, se

    tornam cada vez mais necessrias no combate ao trafico de entorpecentes no Brasil e no

    mundo.

    A luta da polcia contra o trfico difcil, visto que muita gente morando na linha

    da pobreza encontra seu ganha po na venda de substncias ilcitas, e o crescente nmero de usurios faz do trfico uma atividade rentvel.

    Na ao diria, imprescindvel que a polcia use de mtodos simples e eficazes,

    havendo assim maior rapidez em tomada de decises e execuo do trabalho.

    Potencializar o trabalho garante tambm uma maior inibio quanto aos atos de

    infrao, porm tambm necessrio haver leis mais rigorosas que tratem dos

    criminosos.

    Os usurios de drogas tendem a desenvolver alguns problemas de sade e

    psicolgico, alm de sofrerem risco de morte. Dentre os diferentes tipos de drogas

    ilcitas, suas classificaes so dadas a partir dos efeitos causados nos usurios. A

    cocana, compostos anfetamnicos so substncias classificadas como estimulantes do

  • sistema nervoso central, utilizadas muito em festas, com a finalidade de aumentar a

    euforia, a capacidade fsica e bem-estar; j substncias como maconha, LSD, mescalina,

    ecstasy so classificadas como pertubadoras do sistema nervoso, que causam efeitos

    psicodlicos e alucingenos, buscadas por pessoas que desejam fugir da realidade, a fim

    de experimentar novas sensaes. H tambm as substncias classificadas como

    depressoras do sistema nervoso central, como o lcool (no considerado ilcito),

    inalantes, opiceos e calmantes.

    Todas as substncias consideradas ilcitas devem ser combatidas pelo poder

    judicirio, visto o problema social que por elas so desencadeados. Para cada uma delas,

    existem tcnicas e mtodos de deteco e determinao prprio, utilizados pelos peritos.

    Algumas caractersticas da maconha e da cocana, assim como algumas tcnicas

    utilizadas em suas identificaes, so citadas abaixo.

    4.1.1 Maconha

    A maconha um psicoativo, que provoca alteraes mentais, produzida a partir da

    planta Cannabis Sativa. A maconha contm cerca de 400 substncias qumicas, porm o

    responsvel pelo psicoativo o THC (delta-9-tetraidrocanabinol). A maconha

    usualmente fumada em forma de cigarros ou em cachimbos, porm pode ser misturada a

    comida ou feito ch da planta. Quando fumada, o THC passa pelos pulmes e cai na

    corrente sangunea, que transporta a substncia qumica para os rgos, inclusive ao

    crebro. No crebro, O THC se conecta a stios chamados receptores canabinoide nas

    clulas nervosas e influencia a atividade dessas clulas. Presso, memria,

    concentrao, percepo sensorial e de tempo, podem ser afetados com seu uso (DEA,

    2012).

    Para uma anlise, prvia se for o caso de uma ao policial, testes de cor podem ser

    utilizados na identificao da maconha. Alguns mtodos so conhecidos, como a reao

    de Beam, o qual a amostra tratada com uma soluo etanlica de hidrxido de sdio

    (bsica), se a amostra contiver canabidinol, uma colorao vermelho-violcea ser

    apresentada. Alternativamente, pode-se empregar a soluo alcolica cida (com cido

    clordrico), que far da soluo contendo maconha apresentar colorao vermelha

    (FARIAS, 2010). O teste de Duquenois-Levine tambm largamente utilizado,

    preparado utilizando etanol, acetaldedo e vanilina. Adiciona-se o reagente junto

    amostra em um tubo de ensaio, o qual agitado, e em seguida, adicionando acido

    clordrico. A cor prpura o positivo para a presena de canabinoides.

    Ambos os testes citados so exemplos de reagentes de baixo custo, de fcil aplicao

    e que do bons resultados. A composio do material, apreendido aps a identificao

    pelas tcnicas colorimtricas, pode ser analisada por espectrmetro de massa, o qual

    permite a anlise mais detalhada das substncias presentes no material. Por esse

    detalhamento, possvel at mesmo descobrir a origem da droga, visto que cada

    organizao criminosa faz o preparo utilizando certos padres e substncias diferentes.

    4.1.2 Cocana

    Da Erythroxylum coca Lamarck, arbusto nativo em alguns pases andinos,

    principalmente Peru, Bolvia e Colmbia, que se encontra o mais conhecido entre os

    alcaloides, a cocana (benzoilmetilecgonina) (FARIAS, 2010). Como traz o DEA, a

    cocana produz uma intensa euforia no usurio, havendo grande potencial de

    dependncia. Cocana em p pode ser aspirada ou injetada nas veias aps dissoluo em

    gua. A intensidade do efeito eufrico aps seu uso depende de quo rpido a droga

  • atinge o crebro, dependendo tambm da dose e do mtodo utilizado para o abuso.

    Quando injetada, a cocana atinge o crebro em segundos, resultando num rpido inicio

    dos efeitos, at atingir um estgio conhecido como pico. Por outro lado, a euforia causada pela droga inalada menos intensa e no acontece rapidamente, devido ao lento

    acumulo da droga no crebro. O grande perigo que o usurio desenvolve uma

    tolerncia droga, sendo necessrio consumir doses cada vez maiores para se atingir o

    efeito esperado. Os efeitos de overdose incluem agitao, aumento de temperatura do

    corpo (febre), alucinaes, convulses e morte.

    A cocana pode ser submetida a teste de cor, como ao teste de Scott (tiocianato de

    cobalto). A colorao azul indica a presena da droga. O reagente de Reichard tambm

    pode ser empregado na identificao de cocana, sendo preparado com a dissoluo de

    -naftol em hidrxido de sdio. Essa soluo em contato com a amostra contendo cocana tambm apresentar colorao azul como positivo.

    4.2 Envenenamento por Arsnio

    Em casos de envenenamento, as tcnicas analticas recorrem ao auxlio da

    toxicologia. Segundo Brito (1998), existem vrias definies para toxicologia, como o

    ramo da cincia que estuda as substncias nocivas sade, suas aes, seus sintomas,

    seus efeitos e seus contravenenos. Para veneno, define-se como qualquer substncia

    biologicamente ativa, que mesmo em pequenas quantidades, se introduzida no

    organismo e absorvida, pode causar srios distrbios sade, inclusive a morte.

    Continuando em suas definies, Brito afirma que todas as substncias da natureza

    podem atuar como txicos, porm, nem todas devem ser consideradas como tal,

    dependendo da quantidade e se foram absorvidas. Assim, conclui que toxicologia se

    preocupa com agentes txicos, que mesmo em pequenssima quantidade, pode provocar

    distrbios orgnicos.

    Desde pocas mais remotas, o homem utiliza seus conhecimentos sobre o efeito

    txico de vegetais, animais e minerais, a fim de empreg-los como armas sobre outros

    homens e at mesmo animais perigosos. Uma srie de substncias foi usada

    historicamente em uma dada poca, com tais fins de aniquilamento. Uma substncia

    muito utilizada para se obter poder poltico obteve um destaque histrico, o arsnico.

    Algumas personalidades ficaram marcadas graas a suas prticas de envenenamento:

    Nero, em Roma, que envenenou Claudio (sucessor ao trono), uma mulher de nome

    Toffana, qual preparava cosmticos contaminados com arsnico, Kalpurnium, que

    eliminava suas amantes, porm a notoriedade de Lucrcia Borgia, vinda de uma

    famlia com histrico de trapaas e assassinatos por poder poltico, eliminou vrias

    pessoas atravs do arsnico. (BRITO, 1998).

    O arsnio um elemento qumico pertencente ao grupo 15 (ou famlia 5A) da tabela

    peridica, apresentando nmero atmico 33 e valor de massa atmica 74,92u, sendo

    encontrado na forma slida. considerado um metal pesado, ocorrendo de maneira

    natural na crosta terrestre. Quando na forma metlica, tem aspecto acinzentado,

    podendo ser encontrado combinado ao oxignio, hidrognio, enxofre e cloro. O arsnio

    utilizado em produo de cobre e outros metais, tintas e corantes, pesticidas,

    herbicidas, conservante de couro e madeira, entre outros. O uso em herbicidas, como

    traz Skoog et al. (2005), o arsnio reage com grupos sulfidrlicos (S-H), como o

    aminocido cistena presente em enzimas das plantas, havendo uma ao inibidora da

    enzima, matando a planta. Tais efeitos qumicos tambm ocorrem em animais.

  • Como j citado, o envenenamento por arsnio era muito utilizado por suas

    caractersticas indetectveis e seus sintomas ser semelhantes ao do clera, mas a partir

    de 1836, quando o qumico James Marsh concebeu um mtodo forense para se poder

    detect-lo, a utilizao criminosa do arsnico diminuiu consideravelmente.

    Teste de Marsh como ficou conhecido, um mtodo muito til ainda hoje, utilizado

    na identificao do arsnio, sendo o procedimento descrito a seguir.

    Zinco metlico e o cido sulfrico so adicionados a amostra em que h suspeita da

    presena de arsnio. Se este estiver na forma de xido (As2O3), o zinco entra como

    agente redutor sobre o arsnio, conforme a equao:

    6 Zn + As2O3 + 6H+

    2 As + 6 Zn+ + 3H2O (1)

    Os nions formados do arsnio reagem com o hidrognio liberados pelo cido

    sulfrico formando uma espcie gasosa, a arsina (AsH3). Nesse ponto, o gs pode ser

    submetido a alguns processos para a determinao do arsnio. Um dos procedimentos

    adotados submeter o gs a um papel reativo, como o papel de nitrato de prata

    (AgNO3), onde h a formao de um composto intermedirio de cor amarela e numa

    segunda etapa, h a reduo at a prata metlica (cor escura):

    AsH3 + AgNO3 + 3 HNO3 AsAg3.3AgNO3 (precipitado amarelo) (2) AsAg3.3AgNO3 + 3H2O H3AsO3 + 6Ag (precipitado escuro) (3)

    Passando por um tubo aquecido a arsina formada na equao (1), esta sofrer uma

    decomposio, liberando o gs hidrognio, obtendo o arsnio em sua forma metlica. O

    arsnio deposita-se formando uma espcie de filme, o qual leva o nome de espelho de arsnio, sendo proporcional a quantidade de arsnio obtida na amostra. Como traz Barra et al. (2000), o emprego da espectrometria de massa junto a

    cromatografia so os mtodos mais confiveis e utilizados para a determinao de

    amostras com arsnio, devido a sua grande sensibilidade (podendo detectar rastros do

    elemento) e a separao dos vrios componentes da presentes em uma amostra, que

    possam vir interferir na anlise.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    A utilizao de conhecimentos cientficos, em especial conhecimentos qumicos,

    como ferramenta decisiva na investigao de questes referentes ao judicirio vem

    sendo retratada h tempos e a evoluo de tais conhecimentos selou essa unio de forma

    definitiva. Isso tambm se deve a clareza com que mtodos e tcnicas atuais chegam a

    resultados em suas anlises, assim como o dever tico do poder judicirio em julgar de

    maneira a no prejudicar inocentes e beneficiar criminosos.

    O conhecimento forense traz consigo o papel inibidor, importante no que tange a

    manuteno de uma sociedade livre de questes que ferem o direito de cidados

    (lembrando que sua aplicao muito mais ampla do que ocorrncias policiais),

    reforando a ideia de que no h crime sem soluo.

    Existe no Brasil uma necessidade de divulgao e ampliao de trabalhos cientficos

    na rea de qumica forense, visto que ainda escasso o nmero de materiais

    consultveis a respeito desse tema. A ampliao de pesquisas na rea implica em um

    maior desenvolvimento de tcnicas e mtodos analticos (como os testes de cor, por

  • exemplo) especficos para tratar de vestgios reportados como provas de um possvel

    crime, facilitando o trabalho empregado por peritos e agentes de campo.

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