Quimica+Organica+Experimental+II+ +Roteiros+Para+2010.2
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Roteiros para as aulas
Prof. Dr. Rodrigo Cristiano
Semestre 2010.2
2
Conteúdo
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO ............................................................. 3
EXPERIMENTO I .............................................................................................................................................. 8
EXPERIMENTO II .......................................................................................................................................... 14
EXPERIMENTO III ......................................................................................................................................... 20
EXPERIMENTO IV ......................................................................................................................................... 24
EXPERIMENTO V .......................................................................................................................................... 28
PROJETO DE SÍNTESE SEQUENCIAL ........................................................................................................ 33
EXPERIMENTO VI ......................................................................................................................................... 34
EXPERIMENTO VII ....................................................................................................................................... 39
EXPERIMENTO VIII ...................................................................................................................................... 42
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SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Laboratórios de química não precisam ser lugares perigosos de trabalho (apesar dos muitos riscos em
potencial que neles existem), desde que certas precauções elementares sejam tomadas e que cada operador se
conduza com bom senso e atenção.
Acidentes no laboratório ocorrem muito frequentemente em virtude da pressa excessiva na obtenção
de resultados. Cada um que trabalha deve ter responsabilidade no seu trabalho e evitar atitudes impensadas
de desinformação ou pressa que possam acarretar um acidente e possíveis danos para si e para os demais.
Deve-se prestar atenção a sua volta e prevenir-se contra perigos que possam surgir do trabalho de outros,
assim como do seu próprio. O estudante de laboratório deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa,
cuidadosa e metódica em tudo o que faz. Deve, particularmente, concentrar-se no seu trabalho e não permitir
qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais desnecessariamente.
Silêncio é indispensável para as atividades de forma segura e apropriada em um laboratório.
2. NORMAS DO LABORATÓRIO 01. Não deve comer, beber, atender telefone celular ou fumar dentro do laboratório. 02. Seja pontual. Os experimentos demandam um bom tempo para ser completados, portanto chegue
na hora marcada. 03. Silêncio, conversar apenas o indispensável entre os membros da equipe. 04. Cada operador deve usar, obrigatoriamente, um jaleco (bata). Não será permitido a permanência
no laboratório ou a execução de experimentos (no horário de aula ou fora de horário de aula) sem o mesmo. O jaleco deve ser de brim ou algodão grosso e, nunca de tergal, nylon ou outra fibra sintética inflamável.
05. Sempre que possível, usar óculos de segurança, pois constituem proteção indispensável para os olhos contra respingos e explosões.
06. Ao manipular compostos tóxicos ou irritantes a pele, usar luvas de borrachas. 07. A manipulação de compostos tóxicos ou irritantes, ou quando houver desprendimentos de gases
ou vapores, deve ser feita na capela. 08. Otimize o seu trabalho no laboratório, dividindo as tarefas entre os componentes de sua equipe. 09. Antecipe cada ação no laboratório, prevendo riscos possíveis para você e vizinhos. Certifique-se
ao acender uma chama de que não existem solventes próximos e destampados, especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico, éter de petróleo, hexanos, dissulfeto de carbono, benzeno, acetona, álcool etílico, acetato de etila, álcool metílico). Mesmo uma chapa ou manta de aquecimento quente s podem ocasionar incêndios, quando em contato com solventes como éter, acetona ou dissulfeto de carbono.
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10. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes e solventes que utilizar. 11. Seja cuidadoso sempre que misturar dois ou mais compostos. Muitas misturas são exotérmicas
(ex. H2SO4(conc.) + H2O), ou inflamáveis (ex. sódio metálico + H2O), ou ainda podem liberar gases tóxicos (ex. acetonitrila na chama libera HCN letal). Misture os reagentes vagarosamente, com agitação e, se necessário, resfriamento e sob a capela.
12. Em qualquer refluxo ou destilação utilize “pedras de porcelana”a fim de evitar superaquecimento. Ao agitar líquidos voláteis em funis de separação, equilibre a pressão do sistema, abrindo a torneira do funil quando invertido, ou destampando-o quando em repouso.
13. Caso interrompa algum experimento pela metade ou tenha que guardar algum produto, rotule-o claramente. O rótulo deve conter: nome do produto, data e nome da equipe e do professor.
14. Utilize os recipientes apropriados para o descarte de resíduos, que estão dispostos no laboratório. Pergunte ao técnico ou professor. Não jogue nada na pia sem que esteja descrito para o fazê-lo. Use o procedimento descrito no fim de cada experimento para descartar os resíduos, pois é responsabilidade de todos os cuidados com o nosso meio ambiente.
15. Cada equipe deve, no final de cada aula, lavar o material de vidro utilizado e limpar sua bancada e capela usada. Todos os frascos de reagentes utilizados deverão ser fechados apropriadamente. Enfim, manter o laboratório LIMPO.
3. COMPOSTOS TÓXICOS
Um grande número de compostos orgânicos e inorgânicos são tóxicos. Manipule-os com respeito,
evitando a inalação ou contato direto. Muitos produtos que eram manipulados pelos químicos, sem receio
antigamente, hoje são considerados nocivos a saúde e não há dúvidas de que a lista de produtos tóxicos deva
aumentar.
A relação abaixo compreende alguns produtos tóxicos de uso comum em laboratórios:
3.1. Compostos altamente tóxicos:
São aqueles que podem provocar, rapidamente, sérios distúrbios ou morte.
Compostos de mercúrio Ácido oxálico e seus sais
Compostos arsênicos Cianetos inorgânicos
Monóxido de carbono Cloro
Flúor Pentóxido de vanádio
Selênio e seus compostos
3.2. Líquidos tóxicos e irritantes aos olhos e sistema respiratório:
Sulfato de dietila Ácido fluorobórico
Bromometano Alquil e arilnitrilas
5
Dissulfeto de carbono Benzeno
Sulfato de metila Brometo e cloreto de benzila
Bromo Cloreto de acetila
Cloreto de tionila HCl
3.3. Compostos potencialmente nocivos por exposição prolongada:
Brometos e cloretos de alquila Bromometano, bromofórmio, tetracloreto de carbono,
diclorometano, 1,2-dibromoetano, 1,2-dicloroetano,
iodometano, clorofórmio
Aminas alifáticas e aromáticas Anilinas substituídas ou não, dimetilamina, trietilamina,
diisopropilamina, piridina.
Fenóis e compostos aromáticos nitrados Fenóis substituídos ou não, cresóis, catecol, resorcinol,
nitrobenzeno, nitrotolueno, nitrofenóis, nitroanilinas,
naftóis.
3.4. Substâncias carcinogênicas:
Muitos compostos orgânicos causam tumores cancerosos no homem. Deve-se ter o cuidado no
manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se a inalação de vapores e a contaminação
da pele. Devem ser manipulados exclusivamente em capelas e com uso de luvas protetoras. Entre os grupos
de compostos comuns em laboratório se incluem:
a) Aminas aromáticas e seus derivados: anilinas N-substituídas ou não, naftilaminas, benzidinas, 2-
naftilamina e azoderivados.
b) Compostos N-nitroso: nitrosoaminas e nitrosamidas.
c) Agentes alquilantes: diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila, propiolactona, óxido de
etileno.
d) Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: benzopireno, dibenzoantraceno, etc.
e) Compostos que contém enxofre: tioacetamida, tiouréia.
f) Benzeno:um composto carcinogênico, cuja concentração mínima tolerável é inferior aquela
normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno, é porque a sua
concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo como solvente e sempre que
possível substitua por outro solvente semelhante e menos tóxico (por exemplo o tolueno).
g) Amianto: a inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença de pulmão, a
asbestose, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente mata.
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4. INSTRUÇÕES PARA ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PER IGOSOS
Hidretos alcalinos, dispersão de sódio:
Suspender em dioxano, lentamente adicionar o isopropanol, agitar até completa reação do hidreto ou
metal. Adicionar cautelosamente água até a formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente
adequado.
Hidreto de lítio e alumínio:
Suspender em éter ou THF ou dioxano, gotejar acetato de etila até total transformação do hidreto,
resfriar em banho de gelo e água, adicionar ácido 2N até formação de solução límpida, neutralizar e verter
em recipiente apropriado.
Borohidreto alcalino:
Dissolver em metanol, diluir com água, adicionar etanol, agitar bem e deixar em repouso até
completa dissolução e formação de uma solução límpida, neutralizar e verter em recipiente apropriado.
Organolítios e compostos de Grignard:
Dissolver ou suspender em solvente inerte (p. ex.: éter, dioxano, tolueno) e adicionar álcool, depois
água, no final ácido 2N, até a formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente apropriado.
Sódio:
Introduza pequenos pedaços de sódio em etanol absoluto e deixar em repouso até completa
dissolução do metal, adicionar água no fim cuidadosamente até solução límpida, neutralizar e verter em
recipiente apropriado.
Mercúrio:
Mercúrio metálico: Recuperá-lo para novo emprego.
Sais de mercúrio ou suas soluções: Precipitar o mercúrio sob forma de sulfeto, filtrar e guardá-lo.
Metais pesados e seus sais:
Precipitar sob a forma de sais insolúveis (carbonatos, hidróxidos, sulfetos etc.), filtrar e armazenar.
Cloro, bromo, dióxido de enxofre:
Absorver em NaOH 2N, verter em recipiente adequado.
Cloretos de ácido, anidridos de ácido, POCl3, PCl5, cloreto de tionila, cloreto de sulfurila:
Sob agitação, com cuidado e em porções, adicionar muita água ou NaOH 2 N, neutralizar, verter em
recipiente adequado.
Dimetilsulfato, iodeto de metila:
Cautelosamente, adicionar a uma solução concentrada de NH3, neutralizar, verter em recipiente
adequado.
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Presença de peróxidos, peróxidos em solventes (éter, THF, dioxano):
Reduzir em solução aquosa ácida (Fe(II) – sais, bissulfito), separar fases quando for o caso, e verter
em recipiente adequado.
Sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, tiofenóis, ácido cianídrico, bromo e clorocianos:
Oxidar com hipoclorito (NaOCl).
5. AQUECIMENTO NO LABORATÓRIO
Ao se aquecer substâncias voláteis e inflamáveis no laboratório, deve-se sempre levar em conta o
perigo de incêndio. Saiba de ante-mão a localização dos extintores.
Para temperaturas inferiores a 100 °C use preferencialmente banho-maria.
Para temperaturas superiores a 100 °C use banho de óleo. Parafina aquecida funciona bem para
temperaturas de até 220 °C; glicerina pode ser aquecida até 150 °C sem desprendimento apreciável de
vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os melhores, mas são também os mais caros.
Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento. O aquecimento é
rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no uso de banhos de aquecimento. Mantas de
aquecimento não são recomendadas para a destilação de produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de
petróleo e éter etílico.
Para temperaturas altas (>200 °C) pode-se empregar um banho de areia. Neste caso o aquecimento e
o resfriamento do banho deve ser lento.
Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis e inflamáveis. Nunca
aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS2, metanol, acetona etc.). Ao aquecer solventes
como metanol ou etanol em chapas, use um sistema munido de condensador e use preferencialmente as
capelas.
Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para líquidos não-
inflamáveis (por exemplo, água).
Site para a busca de substâncias químicas: www.chemfinder.com
Dados físico-químicos de substâncias: http://webbook.nist.gov
Site com dados de segurança de produtos comerciais: www.hazard.com/msds
Homepage da agência americana de proteção ao meio-ambiente: www.epa.gov
PARA LER: “Síntese Orgânica Limpa”, Sanseverino, A. M. Química Nova 2000, 23, 102.
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EXPERIMENTO I OXIDAÇÃO DE UM ÁLCOOL SECUNDÁRIO:
SÍNTESE DA CICLOHEXANONA
1. INTRODUÇÃO
O produto formado a partir da oxidação de alcoóis depende do agente oxidante empregado e da
natureza do álcool de partida (álcool primário, secundário ou terciário).
Álcoois primários, por oxidação controlada, produzem aldeídos. A oxidação é feita com uma solução
de dicromato de potássio (K2Cr2O7) em água e meio ácido. Uma vez que aldeídos são facilmente oxidados
aos ácidos carboxílicos correspondentes, deve-se remover o mais rápido possível o aldeído que vai sendo
formado, através de uma destilação.
Uma oxidação mais energética utilizando uma solução aquosa de permanganato de potássio com
aquecimento e meio ácido produz o ácido carboxílico correspondente.
Os alcoóis secundários sofrem oxidação, produzindo cetonas. Como agente oxidante normalmente se
utiliza uma solução de K2Cr2O7 + H2SO4 (mistura sulfocrômica). Pode-se utilizar, alternativamente, CrO3 em
ácido acético glacial; CrO3 em piridina ou ainda uma solução de KMnO4 a quente.
Os alcoóis terciários não se oxidam em condições alcalinas ou em presença de ácido. Estes alcoóis
são rapidamente desidratados formando alcenos, e estes então são oxidados.
9
2. METODOLOGIA
A ciclohexanona será preparada a partir do ciclohexanol, através de uma reação de oxidação. Essa
reação poderá ser observada pela mudança de coloração, onde o dicromato de potássio (Cr+6) é alaranjado e
se reduz a Cr+3, de coloração verde.
Sendo a ciclohexanona um líquido relativamente volátil, o refluxo dificulta a saída de seus vapores, à
medida que esta é sintetizada (Figura 1). A purificação da ciclohexanona será feita utilizando a técnica de
extração líquido-líquido.
Figura 1. Montagem apropriada de um sistema para refluxo.
As reações de caracterização de cetonas geralmente são baseadas na formação de um derivado, a
partir da reação de condensação com aminas substituídas. As reações ocorrem entre o grupo carbonila e o
grupo –NH2 da amina substituída (serve também para identificar aldeídos). O nucleófilo, que nesta
experiência será a 2,4-dinitrofenilhidrazina 1, ataca o carbono carbonílico em 2, formando compostos
cristalinos (3) de ponto de fusão bem definidos e, portanto, úteis para uma identificação e caracterização
simples.
10
O
R2R1
NO2O2N
NH
H2N+
1
-H2ONO2O2N
NH
N
3
R1
R22
3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
3.1. Oxidação do ciclohexanol usando K2Cr2O7.
Coloque cerca de 30 g de gelo picado em um béquer de 125 mL e adicione 7,5 mL de ácido sulfúrico
concentrado. A essa mistura, adicione 10 g de ciclohexanol. Mantenha essa mistura em banho de gelo.
Em um frasco à parte, dissolva 13,5 g de dicromato de potássio em 8 mL de água destilada. Retire a
mistura ciclohexanol-ácido do banho de gelo e mergulhe um termômetro para monitorar a temperatura
durante a reação. Com a ajuda de uma proveta ou de uma pipeta graduada, adicione aproximadamente 1 mL
da solução de dicromato de potássio à mistura ciclohexanol-ácido. A solução fica amarela e em pouco tempo
fica verde. Nesta etapa, a temperatura deve ser mantida à 30 °C (não deve ultrapassar 35 °C, pois pode
ocorrer oxidação da porção de hidrocarboneto do ciclohexanol, formando assim sub-produtos e diminuindo o
rendimento final). Resfrie a mistura reacional em banho de gelo, antes de adicionar uma outra porção de
solução aquosa de dicromato de potássio. A adição de mais solução de dicromato deve ser feita com agitação
do meio reacional e sempre que a solução ficar verde. Continue a adição e o resfriamento até que reste
aproximadamente 3 mL de solução de dicromato de potássio. Adicione então, de uma única vez, os 3 mL
finais de solução de dicromato de potássio. Agite a mistura e deixe a temperatura subir até cerca de 50 °C.
Quando a temperatura retornar espontaneamente a 35 °C, adicione com cuidado, 2 g de ácido oxálico, sob
agitação constante para destruir o excesso de dicromato de potássio. O tempo estimado entre o inicio da
adição de dicromato e a adição de ácido oxálico é de 45 minutos.
Transfira o meio reacional para um funil de separação de 250 mL e efetue duas extrações
consecutivas com 100 mL de diclorometano. Separe a fase orgânica da fase aquosa e seque-a com sulfato de
sódio. Filtre e transfira o conteúdo para um balão de 500 mL. Evapore o solvente em um rotaevaporador até
o momento em que não for mais observada a condensação dos vapores de diclorometano, na serpentina
d’água. Calcule o rendimento da reação.
3.2. Experimento Alternativo: Oxidação do ciclohexanol usando água sanitária (NaOCl).
A um balão de 3 bocas de 500 mL conectado um funil de adição (pode ser usado um funil de
separação para adicionar), uma tampa e um condensador (sem mangueiras, como medida para diminuir perda
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de reagentes voláteis caso a reação se torne demasiadamente exotérmica). Adicione ao balão de três bocas
8,0 mL de ciclohexanol e 4,0 mL de ácido acético glacial. Ao funil de adição são transferidos 130 mL de
solução 0,74 M de hipoclorito de sódio (água sanitária comercial).
Inicie a adição de hipoclorito de sódio sobre a mistura ciclohexanol-ácido acético, cuidadosamente,
por um período de 20-25 minutos. Ajuste a velocidade de adição de tal forma que a temperatura da reação
seja mantida entre 40-50 °C (monitorada através da imersão de um termômetro diretamente na reação).
Esfrie a reação com o auxilio de um banho de gelo-água se a temperatura exceder 45 °C, mas não permita
que a temperatura chegue abaixo de 40 °C, o que deve causar uma diminuição no rendimento. Agite o
sistema ocasionalmente enquanto a adição ocorre, permitindo uma melhor homogeneização do sistema.
Após a adição completa da solução de hipoclorito, deixe a reação em repouso por 15-20 minutos,
agitando ocasionalmente. Em seguida, adicione 2-3 mL de uma solução saturada de bissulfito de sódio, agite
a mistura e transfira-a para um funil de separação. Proceda as extrações com diclorometano (2 x 20 mL),
junte os extratos orgânicos e lave cuidadosamente com uma solução saturada de NaHCO3 (2 x 20 mL).
Seque a fase orgânica adicionando a mesma pequena porção de sulfato de sódio anidro, filtre diretamente
para um balão e retire o solvente (evaporador rotatório). Transfira o material obtido para um balão menor e
proceda à uma destilação fracionada para a purificaçao da ciclohexanona. Calcule o rendimento da reação.
Opcionalmente, o tratamento da reação pode ser efetuado através de uma destilação por arraste a
vapor. Após a etapa de adição de uma solução saturada de bissulfito de sódio, adicione sobre a reação cerca
de 25 mL de NaOH 6 M, destile por arraste a vapor e colete cerca de 40-50 mL de destilado. Adicione 5 g de
NaCl ao destilado, transfira a mistura para um funil de separação e separe as fases. Seque a fase orgânica
com sulfato de sódio anidro, filtre o produto para um frasco previamente tarado e calcule o rendimento.
4. TESTE DE IDENTIFICAÇÃO
Reação com 2,4-dinitrofenilhidrazina: Adicione cerca de 5 gotas da amostra de uma cetona
conhecida em um tubo de ensaio. Em seguida, adicione de 3 a 5 gotas de solução alcoólica de 2,4-
dinitrofenilhidrazina. Agite e observe o que acontece. Repita o procedimento com uma alíquota da
ciclohexanona preparada pela sua equipe.
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5. RESÍDUOS
5.1. Para o Experimento usando K2Cr2O7
• Resíduo aquoso: Rejeito altamente tóxico, de dicromato e Cr3+, ácido oxálico, ácido sulfúrico.
o Tratamento: Qualquer resíduo aquoso desse experimento não poderá em hipótese
alguma ser descartado em pia!!! Transferir para o frasco rotulado “Resíduo aquoso
K2Cr2O7/H+, Experimento I”.
• Resíduo orgânico não- halogenado: ciclohexanona.
o Tratamento: Transferir para o frasco rotulado “Ciclohexanona, Experimento I” a ser
indicado pelo instrutor.
• Resíduo orgânico halogenado: Diclorometano
o Tratamento: retirar do balão coletor do rota-evaporador e transferir para o frasco rotulado
“Rejeitos líquidos organohalogenados”.
• Resíduo sólido: sulfato de sódio e papel filtro
o Tratamento: Descartar ambos em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
5.2. Para o Experimento Alternativo usando água sanitária
• Resíduo aquoso: NaOCl (diluído), sais inorgânicos (NaCl, NaHCO3, NaHSO3) e acetato de sódio.
o Tratamento: diluir com água e descartar na pia.
• Resíduo orgânico não- halogenado: ciclohexanona.
o Tratamento: Transferir para o frasco rotulado “Ciclohexanona, Experimento I” a ser
indicado pelo instrutor.
• Resíduo orgânico halogenado: Diclorometano
o Tratamento: retirar do balão coletor do rota-evaporador e transferir para o frasco rotulado
“Rejeitos líquidos organohalogenados”.
• Resíduo sólido: sulfato de sódio e papel filtro
o Tratamento: Descartar ambos em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
6. REFERÊNCIAS
Para ler antes e depois do experimento:
Literatura abaixo trata da oxidação de álcoois usando água sanitária:
1) Mohrig, J. R.; Neinhuis, D. M.; Linck, C. F.; Van Zoeren, C.; Fox, B. G.; Mahaffy, P. G. J. Chem.
Educ. 1985, 62, 519.
13
2) Perkins, R. A.; Chau, F. J. Chem. Educ. 1982, 59, 981.
Para mecanismos de oxidação de álcoois, veja capítulo de alcoóis em:
3) Solomons, G.; Frihle, C. Organic Chemistry ou versão traduzida.
7. QUESTIONÁRIO
1. Quais os produtos formados na reação de oxidação com K2Cr2O7/H+ dos seguintes compostos:
a) 1-propanol b) 2-pentanol c) 1,4-hexanodiol d) ácido 4-hidroxioctanóico
2. Na oxidação de um álcool primário a aldeído, por quê o produto formado deve ser removido da reação por
destilação?
3. Sugerir um mecanismo para a oxidação de um álcool secundário, utilizando-se de K2Cr2O7/H2SO4 como
oxidante:
4. O que é um derivado? O que se pretende nesta experiência com a formação do derivado?
5. Água sanitária é uma solução contendo hipoclorito de sódio, hidróxido de sódio, cloreto de sódio e cloro
gasoso (Equação 1). A adição de ácido acético promove a formação de ácido hipocloroso e acetato de sódio
(Equação 2). Pesquisar qual é a espécie oxidante nessa reação?
6. Pesquise e explique o mecanismo de ação do bafômetro.
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EXPERIMENTO II REDUÇÃO DE COMPOSTOS CARBONILADOS
1. INTRODUÇÃO
Compostos carbonilados constituem uma importante classe de compostos em química orgânica tendo
em sua estrutura o grupo carbonila (C=O). Fazem parte destes os aldeídos, cetonas, ésteres, amidas, ácidos
carboxílicos e seus derivados.
aldeídos cetonas ésteres ácidos carboxílicos amidas
Compostos contendo grupo carbonila (C=O) são susceptíveis a reações com nucleófilos. A
polarização da ligação carbono-oxigênio dá ao carbono algum grau de carga positiva (o torna eletrofílico),
que atrai nucleófilos carregados negativamente (tais como CN-) ou contendo par de elétrons não-ligantes
(tais como NH3) encorajando a reação.
Efeitos estéreo-eletrônicos determinam a reatividade de cada carbonila. Aldeídos são mais reativos
que cetonas, pois o hidrogênio não estabiliza a carga positiva sobre o carbono tão bem como um grupo R
alquila. Além disso, substituintes R mais volumosos diminuem a reatividade da carbonila. Ao contrário de
aldeídos e cetonas, grupos ésteres e ácidos carboxílicos possuem um átomo adicional de oxigênio que
estabiliza essa carga positiva por ressonância, de forma ainda melhor que um grupo R, portanto são menos
reativos que cetonas e que aldeídos frente à nucleófilos. As amidas são ainda menos reativas que ácidos e
ésteres, devido a formação da estrutura canônica abaixo, com elevado grau de deslocalização da densidade
eletrônica sobre o carbono da carbonila. Da mesma forma, grupos elétrons retiradores ligados ao carbono da
carbonila aumentam sua reatividade (Ex: Cl, CF3, NO2, etc).
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A adição de hidretos H- à carbonila leva a uma diminuição do grau de oxidação no carbono
adicionando-se átomos de hidrogênio e ao que chamamos de reação de redução, formando alcoóis ou aminas
correspondentes. A ordem de reatividade também é a mesma descrita anteriormente, aldeídos > cetonas >
ésteres > ácidos carboxílicos > amidas. Na verdade, o ataque nucleofílico por um íon hidreto (H-) livre não é
uma reação conhecida. NaH (hidreto de sódio) é tão pequeno, pouco polarizável e possui uma elevada
densidade de carga que leva a apenas reagir como uma base (e não como nucleófilo) abstraindo um próton
gerando H2. Mas alguns outros compostos contendo hidrogênios nucleofílicos são conhecidos e funcionam
bem como agente redutores de carbonila. Os mais importantes desses reagentes transferidores de hidreto são
o NaBH4 (borohidreto de sódio) e o LiAlH4 (hidreto de alumínio e lítio). NaBH4 é um reagente mais brando
(menos reativo), e portanto, pode ser usado com limitações: Reduz apenas aldeídos e cetonas, não sendo
capaz de reduzir ésteres por exemplo. Já LiAlH4 é bem mais reativo. Uma evidência disso é que NaBH4 é
solúvel em água, e LiAlH4 reage violentamente com água, incendiando-se. Assim, LiAlH4 é o mais indicado
para reduções de carbonilas menos reativas tais como ésteres e amidas (Esquema 1).
Esquema 1. Reações de redução de compostos carbonilados
Ácidos carboxílicos, na prática, são sempre primeiramente transformados em seu derivado éster antes
de se reduzir com LiAlH4 ( exemplo Esquema 2).
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Esquema 2. Redução do ácido benzóico
Para a redução controlada de ácidos carboxílicos ou ésteres a aldeídos, o reagente mais empregado é
o hidreto de diisobutilalumínio (DIBAL-H).
Outros métodos usados para redução de compostos carbonílicos envolvem metais. Por exemplo, a
benzofenona é reduzida ao difenilcarbinol com zinco metálico (Esquema 3).
Esquema 3. Uma alternativa usando metal zinco para redução de uma cetona.
O
Zn, NaOH
EtOH, 70oC
OH
benzofenona difenilcarbinol
2. METODOLOGIA
O álcool benzílico será preparado a partir da reação de redução do benzaldeído com NaBH4 de
acordo com o esquema 4.
Esquema 4. Síntese do álcool benzílico
Caso haja falta de material para a síntese acima, alternativamente, poderá ser realizada a redução da
benzofenona usando zinco metálico e NaOH em etanol.
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3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
3.1 Redução do benzaldeído com NaBH4
Em um balão (ou erlenmeyer) de 250 mL adicionar 5 g de benzaldeído e 50 mL de etanol. Agitando-
se o balão constantemente, 0,90 g de borohidreto de sódio (borohidreto de sódio é um material corrosivo e
deve-se ter cuidado em manuseá-lo) é adicionado em pequenas porções usando-se uma espátula. Após
adição, o sistema é deixado a temperatura ambiente por 30 minutos (procure agitar de vez em quando
enquanto espera o tempo). Com o fim da reação, adiciona-se lentamente HCl 0,1M até cessar o
desprendimento de hidrogênio, seguido de mais 250 mL de água (lembre de transferir para um frasco maior).
Extrair a mistura com éter etílico (3 x 100 mL), e a fase etérea secar sob Na2SO4 (ou MgSO4). O agente
dessecante é eliminado por filtração em papel de filtro pregueado e o solvente é então evaporado em rota-
evaporador fornecendo o produto álcool benzílico. Reunir todos os produtos das diversas preparações e
destilar.
3.2 Experimento alternativo: Redução da benzofenona com Zn metálico
Em balão de fundo redondo com 300 mL de capacidade, dotado de condensador para refluxo, colocar
7 g de benzofenona, 65 mL de álcool etílico, 7 g de hidróxido de sódio e 7 g de zinco em pó. Agitar a mistura
e aquecer a ebulição em banho-maria por 90 minutos, sob refluxo. Deixar resfriar e filtrar a vácuo a mistura
reacional ainda morna, para separar o zinco utilizado como catalisador. Lavar com duas porções de 5 mL de
álcool etílico quente o pó de zinco residual e não deixar secar ao ar, pois o zinco nessas condições é
pirofórico. Derramar o filtrado lentamente e com agitação constante, sobre 250 mL de água gelada (~8 oC);
acidificada com 13 mL de ácido clorídrico concentrado (d = 1,17). O difenilcarbinol (2) precipita como
massa cristalina amorfa. Filtrar em Büchner e lavar com água gelada (~8 oC), escorrendo bem. Recristalizar,
utilizando 7 mL de álcool etílico sob refluxo em banho-maria, em seguida, resfriar a temperatura ambiente.
Filtrar os cristais de difenilcarbinol em Büchner, lavar com pouco álcool etílico gelado, escorrer bem e secar
ao ar ou em dessecador com CaCl2. Pesar os cristais obtidos e determinar o rendimento.
Reação de caracterização: Em um tubo de ensaio, coloque 2 gotas de H2SO4 concentrado e um
cristal de difenilcarbinol. Uma coloração vermelha intensa caracteriza o teste positivo.
18
4. RESÍDUOS
4.1. Para o Experimento 3.1.
• Resíduo aquoso: Rejeito tóxico.
o Tratamento: Neutralizar com bicarbonato de sódio e transferir para o frasco rotulado
“Resíduo aquoso NaBH4/MeOH/HCl, Experimento II”.
• Resíduo orgânico não- halogenado: Álcool benzílico e éter etílico.
o Tratamento: Transferir o produto isolado da destilação para o frasco rotulado “Álcool
benzílico destilado, Experimento II” a ser indicado pelo instrutor. Éter etílico coletado no
balão do rota-evaporador deve ser transferido para o frasco de resíduos rotulado “Solventes
orgânicos não-halogenados”.
• Resíduo sólido: sulfato de sódio e papel filtro
o Tratamento: Descartar ambos em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
4.2. Para o Experimento Alternativo 3.2.
• Resíduo aquoso: Zn++, HCl, EtOH.
o Tratamento: Neutralizar com bicarbonato de sódio e descartar na pia.
• Resíduo orgânico não- halogenado: EtOH da recristalização contendo resíduo de benzofenona não
reagida e difenilcarbinol.
o Tratamento: deve ser transferido para o frasco apropriado rotulado “Rejeito da Prática do
Difenilcarbinol, Experimento II”. O EtOH pode ser recuperado em rota-evaporador.
• Resíduo sólido: Difenilcarbinol, sulfato de sódio e papel filtro
o Tratamento: O difenilcarbinol purificado e caracterizado deve ser transferido para o frasco
apropriado rotulado “Difenilcarbinol, Experimento II”. Descartar papel filtro e sulfato de
sódio em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
1. Costa, P.; Pilli, R.; Pinheiro, S.; Vasconcellos, M. Substâncias carboniladas e derivados. Pg 180-
192.
2. Solomons, G.; Frihle, C. Organic Chemistry ou versão traduzida. McMurry , J. Organic Chemistry
ou versão traduzida. (procurar no índice de cada versão por redução ou hidreto de alumínio e
lítio ou borohidreto de sódio)
19
6. QUESTIONÁRIO
1. Quais os produtos de redução da molécula abaixo: a) com LiAlH4 e b) com NaBH4.
2. Qual o mecanismo para reação de redução da acetona à álcool isopropílico usando NaBH4?
3. Como é possível a redução da benzofenona com Zn metálico?
4. Para os aldeídos abaixo, indicar a ordem de reatividade frente à adição de nucleófilos e explique por que.
5. Em procedimentos experimentais para reduzir carbonila de ácido carboxílico faz-se primeiro uma reação
de esterificação e então reduz-se a carbonila do éster gerado com LiAlH4. Por que não é eficiente a redução
direta do ácido carboxílico com LiAlH4 (dica: LiAlH4 também é uma base).
6. Pesquisar sobre ocorrência natural e usos industriais do álcool benzílico.
7. Nessa prática não faremos um derivado do produto. Mas caso fizéssemos, qual reação mais apropriada
você indicaria para preparação de um derivado. Lembre-se: é importante que o derivado formado seja um
sólido a temperatura ambiente.
álcool benzílico
OH ??
Proponha umderivado para acaracterização deseu produto
8. Desenhar a estrutura química do DIBAL-H. Quando o uso desse reagente é interessante?
20
EXPERIMENTO III CONDENSAÇÃO ALDÓLICA – SÍNTESE DA DIBENZALACETONA
1. INTRODUÇÃO
O aldeído mais simples contendo hidrogênios alfa é o acetaldeído (etanal, CH3CHO). O que
aconteceria se adicionarmos uma quantidade pequena de base, digamos NaOH, a esse aldeído? Algumas
dessas moléculas irão formar o íon enolato.
Apenas uma pequena quantidade de enolatos é formada, porque o íon hidróxido não é básico o
suficiente para enolizar completamente o aldeído. Assim, cada enolato é envolto de várias moléculas de
aldeído não enolizada, contendo carbono eletrofílico da carbonila. Dessa forma cada enolato gerado irá
atacar um desses aldeídos em uma reação chamada de adição aldólica. O produto aldol pode sofrer
facilmente eliminação formando um aldeído alfa-beta insaturado (condensação aldólica).
A reação aldólica é conhecida desde o século XIX, onde descobriu-se que aldeídos contendo
hidrogênios alfa à carbonila (Hα), na presença de bases, reagem entre si, produzindo β-hidroxialdeídos
(produto aldol ou também chamado aduto aldólico). Esses β-hidroxialdeídos, dependendo das condições do
meio reacional, podem sofrer eliminação de água conduzindo aos aldeídos α,β-insaturados. Chamamos a
esse conjunto de etapas condensação aldólica.
Essa reação mostrada acima é dita auto-condensação – uma dimerização de um composto
carbonílico. O mais comum na síntese orgânica é usar condensação cruzada entre diferentes compostos
carbonílicos (um agindo como nucleófilo com seu enolato, e o outro agindo como um eletrófilo). Um
exemplo que funciona muito bem envolve o uso de aldeídos sem hidrogênios alfa como eletrófilos, uma vez
que esses não podem gerar enolatos, e um enolato simples gerado a partir de uma cetona. Por exemplo, a
cetona acetofenona reage com 4-nitrobenzaldeído em etanol/H2O sob catálise de NaOH para dar em
rendimento quantitativo uma enona.
21
A reação aldólica se apresenta em diferentes condições reacionais utilizando-se adição nucleofílica de
um enol (catálise ácida) ou íon enolato (catálise básica) à carbonila de um aldeído ou cetona.
2. METODOLOGIA
Na prática de hoje será sintetizado o composto dibenzalacetona de acordo com o Esquema 1. O
processo envolve uma dupla condensação aldólica da reação de 1 equivalente de acetona com 2 equivalentes
de benzaldeído. A dibenzalacetona é utilizada como intermediário em sínteses orgânicas de vários produtos
químicos.
Esquema 1
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Em um frasco Erlenmeyer de 125mL, colocar uma solução fria de 2,5g de hidróxido de sódio em 25
mL de água e 20 mL de etanol [1]. Colocar o recipiente em uma cuba contendo água fria, manter a
temperatura da solução entre 10° e 20 °C, durante toda a adição. Agitar vigorosamente e adicionar metade de
uma mistura previamente preparada de 2,6 mL de benzaldeído puro e 1,6 mL de acetona; Forma-se um
precipitado floculante em 2-3 minutos. Após 15 minutos, adicionar o restante da mistura
benzaldeído/acetona. Continuar a agitação por 30 minutos e em seguida filtrar a vácuo e lavar com água fria
para eliminar o álcali, tão completamente quanto possível [2]. Secar o sólido a temperatura ambiente, sobre
papel de filtro.
Recristalizar com álcool etílico quente (2,5 mL por grama) [3, 4] .
Reação de confirmação: Dissolver alguns cristais do produto puro e adicionar uma solução a 25%
(v/v) de bromo em ácido acético a 80%. Descoramento do bromo é teste positivo para a dibenzalacetona.
22
NOTAS:
[1] Dissolver o hidróxido de sódio primeiro em água para depois adicionar o álcool;
[2] Se possível, controlar a lavagem pelo pH usando papel indicador;
[3] Para resfriamento, utilizar uma mistura congelante de gelo e sal.
[4] Na recristalização da dibenzalacetona, recomenda-se utilizar cerca de 1 g do produto impuro para
aproximadamente 2,5 mL de álcool etílico quente.
4. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
Costa, P.; Pilli, R.; Pinheiro, S.; Vasconcellos, M. Substâncias carboniladas e derivados. Pg 155-168.
Solomons, G.; Frihle, C. Organic Chemistry ou versão traduzida. McMurry , J. Organic Chemistry ou
versão traduzida. (procurar no índice de cada versão por condensação aldólica)
5. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Meio básico contendo traços de benzaldeído e acetona.
o Tratamento: Transferir para o frasco rotulado “Resíduo aquoso da Prática Dibenzalacetona -
Experimento III”.
• Resíduo orgânico halogenado: Resíduo tóxico. Álcool etílico contendo bromo e dibenzalacetona
dibromada.
o Tratamento: Transferir a solução do tubo de ensaio para o frasco rotulado “Bromo/EtOH,
Experimento III” a ser indicado pelo instrutor.
• Resíduo sólido: Dibenzalacetona; e papel filtro
o Tratamento: A dibenzalacetona preparada por sua equipe deve ser transferida para o frasco
apropriado rotulado: “dibenzalacetona purificada, Experimento III”; Papel filtro deve ser
descartado em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
6. QUESTIONÁRIO
1) Que produto seria formado na reação de benzaldeído com excesso de acetona?
2) Quais os produtos das seguintes reações abaixo?
23
3) Desenhe as estruturas dos estereoisômeros da dibenzalacetona. Explique por que o estereoisômero
formado (E,E) é o mais estável.
4) Como você sintetizaria o composto abaixo?
5) O composto dibenzalacetona é um dos componentes do protetor solar. Qual a característica estrutural
responsável por essa atividade de proteção solar?
24
EXPERIMENTO IV ESTERIFICAÇÃO DE FISHER : Preparação do salicilato de metila
1. INTRODUÇÃO
Ésteres são compostos amplamente distribuídos na natureza. Os ésteres simples tendem a ter um odor
agradável, estando geralmente associados com as propriedades organolépticas (aroma e sabor) de frutos e
flores. Em muitos casos, os aromas e fragrâncias de flores e frutos devem-se a uma mistura complexa de
substâncias onde há a predominância de um único éster.
Muitos ésteres voláteis possuem odores fortes e agradáveis. Alguns destes derivados de acetatos são
mostrados na tabela abaixo:
Tabela 1. Ésteres utilizados como aromatizantes.
ACETATO de ODOR CARACTERÍSTICO
Propila Pêra
Octila Laranja
Benzila Pêssego
Isobutila Rum
Isoamila Banana
Ésteres são preparados a partir de reações de substituição nucleofílica no grupo acila, através de um
processo de duas etapas: adição do nucleófilo (um álcool) seguida de eliminação do grupo de saída. Cloretos
de ácidos carboxílicos são os mais reativos, assim geralmente são a escolha no laboratório para a síntese de
um éster, seguidos de anidridos de ácidos.
Contudo, ésteres também podem ser preparados diretamente a partir de ácidos carboxílicos e alcoóis.
Emil Fisher descobriu em 1895 que ésteres são formados simplesmente pelo aquecimento de um ácido
carboxílico em uma solução de álcool contendo pequenas quantidades de um ácido forte catalisador.
Rendimentos geralmente são bons, mas há a necessidade de usar um álcool líquido como solvente em
excesso, o que de certa forma limita os métodos de síntese para ésteres de alcoóis de cadeia curta de metila,
25
etila, propila e butila. Para ésteres de alcoóis com cadeia carbônica maior e mesmo derivados de fenóis, a
metodologia escolhida deve ser usar cloreto de ácido ou anidrido de ácido. A carbonila de ácidos
carboxílicos não é reativa o suficiente para ser atacada por alcoóis, no entanto, sua reatividade é
imensamente aumentada pela presença de catalisador ácido proveniente de HCl ou H2SO4.
A reação é reversível, portanto costuma-se usar o princípio de Le Chatelier de equilíbrio químico,
usando-se álcool em excesso como solvente e/ou retirando-se água do meio reacional pelo uso de um Dean-
Stark (Figura 1).
Figura 1. Um aparato Dean-Stark, que coleta na parte cega a água produzida na reação.
2. METODOLOGIA
Na prática de hoje será sintetizado o salicilato de metila usando-se a metodologia de Fisher. Ácido
salicílico é ambos um ácido carboxílico e um fenol, cujo OH pode ser convertido também em éster na
presença de anidrido acético (é o que veremos na prática da próxima semana) fornecendo ácido acetil
salicílico (AAS). Neste experimento o grupo ácido será convertido em éster pelo refluxo do ácido salicílico
com excesso de metanol na presença de ácido sulfúrico concentrado (Esquema 1).
Esquema 1
26
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Transferir 1,4g de ácido salicílico e 4 mL de metanol para um balão de 25 mL. Agite cuidadosamente
o balão para dissolver o ácido salicílico. Então, enquanto agitando, adicione gota a gota cautelosamente 1,5
mL de ácido sulfúrico concentrado. Adicionar pedras de porcelana porosa e colocar um condensador no topo
do balão. Aquecer a mistura em banho-Maria ou em manta de aquecimento até temperatura de refluxo e
manter por 1,5 h.
Após término do período de refluxo, permitir a mistura reacional atingir a temperatura ambiente, para
isso, coloque um recipiente com água fria abaixo em contato com o balão. Verter o conteúdo do balão para
um funil de separação pequeno contendo 50 mL de H2O. Adicione 20 mL de diclorometano para o funil de
separação para a extração do produto. Separe as fases removendo a fase orgânica e aquosa. A fase orgânica
deve ser recolocada no funil de separação e extraída com uma solução de bicarbonato de sódio. Repita a
operação até que não se observe a liberação de gás CO2. A fase orgânica contendo o salicilato de metila é
seca sob MgSO4 (ou Na2SO4) durante alguns minutos. Filtrar usando papel filtro pregueado e eliminar o
CH2Cl2 em rota-evaporador para fornecer o produto bruto salicilato de metila como um óleo.
Salicilato de metila tem ponto de ebulição de 222 °C e é difícil de destilar pequena quantidade do
material com um ponto de ebulição elevado como esse. Ele pode ser facilmente caracterizado, no entanto por
análise de seu espectro de IV e RMN de 1H. Além disso, possui a fragrância característica do Gelol®.
4. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Contém ácido sulfúrico e sais inorgânicos.
o Tratamento: Diluir e neutralizar com bicarbonato de sódio; descartar na pia.
• Resíduo orgânico não- halogenado: salicilato de metila, metanol.
o Tratamento: Salicilato de metila: transferir para o frasco rotulado “Salicilato de metila,
Experimento IV” a ser indicado pelo instrutor. O metanol: retirar do balão coletor do rota-
evaporador e transferir para o frasco rotulado “Rejeitos líquidos orgânicos não-halogenados”.
• Resíduo orgânico halogenado: Diclorometano
o Tratamento: retirar do balão coletor do rota-evaporador e transferir para o frasco rotulado
“Rejeitos líquidos organohalogenados”.
• Resíduo sólido: sulfato de sódio e papel filtro.
o Tratamento: Descartar ambos em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos sólidos”.
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5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
3. Costa, P.; Pilli, R.; Pinheiro, S.; Vasconcellos, M. Substâncias carboniladas e derivados. Pg 265 a
272 .
4. Solomons, G.; Frihle, C. Organic Chemistry ou versão traduzida. McMurry , J. Organic Chemistry
ou versão traduzida. (procurar no índice de cada versão por esterificação de Fisher)
6. QUESTIONÁRIO
1) Como você prepararia os seguintes ésteres abaixo:
2) Como se remove o ácido sulfúrico e metanol depois que a esterificação está completa?
3) Por que se usa excesso de metanol nessa reação?
4) Um aluno(a) por descuido lavou a fase orgânica na etapa de isolamento com solução aquosa de hidróxido
de sódio ao invés de bicarbonato de sódio. Ao concentrar a fase orgânica, ele(a) obteve baixíssimo
rendimento de produto. Explique o que pode ter ocorrido.
5) Nesse experimento usamos ácido sulfúrico como catalisador. Como o catalisador torna a carbonila mais
reativa? Proponha um mecanismo para a síntese realizada.
6) Procure na literatura as principais bandas de estiramento no IV (infravermelho) do salicilato de metila.
7) Qual o reagente limitante nesse procedimento? Mostre com cálculos (lembre-se você irá precisar do valor
da densidade do metanol).
8) Um outro método de esterificação bastante eficiente para ésteres, principalmente quando as substâncias
são sensíveis ao meio ácido ou básico, ou ainda quando o uso em excesso de um dos reagentes é inviável,
trata da reação de um ácido carboxílico e o respectivo álcool na presença de DCC
(diciclohexilcarbodiimida), um agente desidratante. Qual a estrutura química do DCC?
9) Ésteres também estão presentes na química dos lipídeos. Forneça a estrutura geral dos óleos vegetais e
gordura animal.
28
EXPERIMENTO V Grupos Protetores em Síntese: Síntese da Acetanilida
1. INTRODUÇÃO
A maneira mais apropriada em síntese orgânica para se reagir um grupo menos reativo (ou posição
menos reativa) na presença de um grupo mais reativo é usar um grupo protetor. Por exemplo, na tentativa
de síntese da 4-bromoanilina, a partir da bromação da anilina fornece quantitativamente o produto indesejado
2,4,6-tribromoanilina (Esquema 1). Assim, faz-se uso de um grupo protetor acetila, o qual diminui a
reatividade do anel para substituição aromática eletrofílica e aumenta o impedimento estérico nas posições
orto. Grupos protetores éteres assim como amidas estão dentre os mais clássicos conhecidos.
Esquema 1
As qualidades que um grupo protetor deve ter:
• Deve ser fácil colocá-lo na estrutura da molécula
• Deve ser resistente aos reagentes que atacariam a molécula com o grupo funcional não
protegido.
• Deve ser fácil de removê-lo (etapa de desproteção).
Algumas aminas aromáticas como acetanilida, fenacetina (p-etoxiacetanilida) e acetaminofen ou
paracetamol (p-hidroxiacetanilida) encontram-se dentro do grupo de drogas utilizadas para combater a dor de
cabeça. Estas substâncias têm ação analgésica suave (aliviam a dor) e antipirética (reduzem a febre).
29
A acetanilida 3, uma amida secundária, pode ser sintetizada através de uma reação de acetilação da
anilina 1 (talvez seja necessário destilar a anilina antes do uso, a anilina deve ser um líquido transparente
quando pura. Impurezas produto de oxidações levam a um escurecimento dessa amina), a partir do ataque
nucleofílico do grupo amino sobre o carbono carbonílico do anidrido acético 2, seguido de eliminação de
ácido acético 4, formado como um sub-produto da reação. Como esta reação é dependente do pH, é
necessário o uso de uma solução tampão (ácido acético/acetato de sódio, pH ~4,7).
Após sua síntese, a acetanilida pode ser purificada através de uma recristalização, usando carvão
ativo.
Esquema 2
Essa síntese fornece um produto cristalino que deve ser purificado por recristalização. Um solvente
apropriado para a recristalização de uma determinada substância deve preencher os seguintes requisitos:
a) Deve proporcionar uma fácil dissolução da substância a altas temperaturas;
b) Deve proporcionar pouca solubilidade da substância a baixas temperaturas;
c) Deve ser quimicamente inerte (ou seja, não deve reagir com a substância);
d) Deve possuir um ponto de ebulição relativamente baixo para que possa ser facilmente removido da
substância recristalizada.
e) Deve solubilizar mais facilmente as impurezas do que a substância.
O resfriamento durante o processo de recristalização deve ser feito lentamente, para que se permita a
disposição das moléculas em retículos cristalinos, com formação de cristais grandes e puros. Caso se
descubra que a substância é muito solúvel em um dado solvente para permitir uma recristalização
satisfatória, mas é insolúvel em um outro, combinações de solventes podem ser empregadas. Os pares de
solventes devem ser completamente miscíveis (exemplos: metanol e água, etanol e clorofórmio, hexano e
clorofórmio, etc.).
2. METODOLOGIA
Na prática de hoje será preparada a acetanilida 3 conforme Esquema 2. A preparação da acetanilida
ocorre através da reação entre a anilina 1 e um derivado de ácido carboxílico, neste caso, o anidrido acético
(Ac2O), na presença de uma solução tampão de ácido acético/acetato de sódio (AcOH/AcONa). Como a
30
reação é dependente do pH, este tampão fornece o pH ótimo para que a reação ocorra com maior velocidade
e rendimento.
A acetanilida sintetizada é solúvel em água quente, mas pouco solúvel em água fria. Utilizando-se
estes dados de solubilidade, pode-se recristalizar o produto, dissolvendo-o na menor quantidade possível de
água quente e deixando resfriar a solução lentamente para a obtenção dos cristais, que são pouco solúveis em
água fria.
As impurezas que permanecem insolúveis durante a dissolução inicial do composto são removidas
por filtração a quente, usando papel de filtro pregueado, para aumentar a velocidade de filtração. Para
remoção de impurezas no soluto pode-se usar carvão ativo, que atua adsorvendo impurezas coloridas e
retendo a matéria resinosa e finamente dividida. O ponto de fusão será utilizado para identificação do
composto e como um critério de pureza. Compostos sólidos com faixas de pontos de fusão pequenas (< 2 °C)
são considerados puros.
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Em um béquer de 250 mL, na capela, prepare uma suspensão de 1,1 g de acetato de sódio anidro em
4,0 mL de ácido acético glacial. Adicione, agitando constantemente, 3,5 mL de anilina. Em seguida, adicione
5,0 mL de anidrido acético, em pequenas porções. A reação é rápida.
Terminada a reação, despeje a mistura reacional, com agitação, em 120 mL de H2O. A acetanilida
separa-se em palhetas cristalinas incolores. Resfrie a mistura em banho de gelo, filtre os cristais usando um
funil de Buchner e lave com H2O gelada.
Recristalização: Recristalizar o produto em água quente. Dica: adicione a água quente aos poucos
sobre a acetanilida até que esta esteja totalmente dissolvida (use a menor quantidade de água possível).
Adicione 0,4 g de carvão ativo – aproximadamente 2% em peso – (nunca adicione carvão ativo a solução em
ebulição. Ferva por alguns instantes e filtre a solução a quente usando um funil e papel pregueado como
mostrado na Figura 1. Deixe em repouso para permitir a formação de cristais. Filtre novamente em funil de
Buchner, seque sob vácuo, determine o rendimento e ponto de fusão.
31
Figura 1. Filtração simples a quente
4. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Contém ácido acético, acetato de sódio depois de diluir.
o Tratamento: Diluir com água e descartar na pia.
• Resíduo sólido: Papel filtro e Acetanilida.
o Tratamento: Descartar o papel filtro em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos
sólidos”. A acetanilida deve ser transferida para um recipiente apropriado rotulado
“Acetanilida, Experimento V”, com o nome de sua equipe, pois a mesma será usada por você
na próxima etapa de síntese”.
5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
McMurry , J. Organic Chemistry ou versão traduzida, 6th Ed., Cap. 21.
AULT, A. Techniques and Experiments for Organic Chemistry, 6th Ed., pg 459-460.
6. QUESTIONÁRIO
1) Qual a estrutura de cada produto orgânico A-D?
32
2) Fornecer a equação química e o mecanismo da reação da prática de hoje: a acetilação da anilina. Quem é o
reagente limitante? Mostrar os cálculos.
3) Fenóis também são acetilados usando anidrido acético com catálise básica ou ácida. Mostrar a equação
química da síntese do analgésico ácido acetilsalicílico (AAS).
4) Quais características deve ter um bom solvente para que possa ser usado em uma recristalização?
5) Por que uma solução aquosa ácida é capaz de dissolver a anilina mas não é capaz de dissolver a
acetanilida.
6) Quais as estruturas químicas do paracetamol e da fenacetina?
7) Por que o tratamento direto da anilina com uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico não é eficiente
para a síntese de 4-nitroanilina. Indique uma solução para esse problema (mostre as equações químicas).
33
PROJETO DE SÍNTESE SEQUENCIAL
Projeto 1. Síntese de um corante vermelho-alaranjado (p-(4-nitrobenzenoazo)-fenol)
Síntese seqüencial
IMPORTANTE: A síntese seqüencial gera a cada etapa o material que usaremos na etapa seguinte.
Portanto, é fundamental a obtenção de bons rendimentos em cada etapa, e para isso, a concentração nas
atividades realizadas deve ser redobrada. Por exemplo, vejamos: se 3 reações sucessivas são feitas com 90%
de rendimento em cada etapa, o rendimento total nas 3 etapas será de (0.9)3 x 100 = 73%. Se em cada reação
obtivermos apenas metade do rendimento, o nosso rendimento global será (0.45)3 x 100= 9% apenas. Assim,
quanto maior o número de etapas maior será o impacto de um baixo rendimento no rendimento global. Por
essa razão, síntese seqüencial é um bom teste para avaliar as habilidades de um bom laboratorista.
Projeto 1
A síntese de um corante com base em um composto azo conjugado será realizada em 3 etapas de
síntese a partir da acetanilida 2, sintetizada no experimento V, na seqüência: 1) nitração, 2) hidrólise do
grupo acetila protetor, e 3) diazotização seguida de reação com fenolato de sódio (Esquema 1).
Esquema 1
NH2 HN
O
HN
O
NO2
NH2
NO2
O2N N
N OH
a b c
d, e
1 2
3 4
5
a) Ac2O, AcOH/AcONa; b) HNO3, H2SO4; c) i. H2SO4,H2O ii. NaOH/H2O; d) i. NaNO2, H2SO4/H2O; ii. fenol,NaOH/H2O
34
EXPERIMENTO VI Síntese da p-nitroacetanilida
1. INTRODUÇÃO
A reação de nitração de compostos aromáticos é uma das mais clássicas em Química Orgânica. Trata
de uma reação de substituição eletrofílica aromática (SEAr), na qual um hidrogênio do anel aromático é
substituído por um grupo nitro (NO2). A reação se processa na presença de uma mistura nitrante, constituída
de ácido nítrico e ácido sulfúrico, e é realizada geralmente a baixas temperaturas pois é bastante exotérmica.
Compostos nitrados estão presentes em algumas classes de explosivos químicos, tal como o TNT
(trinitrotolueno).
H HNO3
H2SO4
NO2
benzeno nitrobenzeno
A espécie eletrofílica nessa reação é o íon nitrônium (+NO2), que é gerado pela protonação do ácido
nítrico seguido de perda de uma molécula de água. O íon nitrônio reage com o anel benzênico rico em
densidade eletrônica gerando um intermediário carbocátion. A perda de um próton do intermediário
restabelece a aromaticidade do sistema, fornecendo o produto nitrado neutro. Nitração de compostos
aromáticos é uma reação particularmente importante devido à possibilidade de redução do grupo nitro para
amino, através de hidrogenação catalítica ou uso de reagentes tais como ferro metálico ou SnCl2. A
introdução de um grupo amino em um anel aromático através de uma rota de 2 etapas (na sequência:
nitração/redução) é parte chave do processo industrial de síntese de corantes e muitas substâncias
farmacêuticas.
Em uma reação de nitração, assim como em todas as demais reações de SEAr, um substituinte ligado
ao anel aromático tem enorme influência na orientação da posição do anel a ser substituída. Grupos doadores
de elétrons, por ressonância ou por efeito indutivo, orientam a entrada do eletrófilo nas posições orto e para
do anel benzênico, relativo a sua posição. Tais grupos são conhecidos como ativantes da SEAr, doam
densidade eletrônica para o anel benzênico, portanto, deixando-o mais nucleofílico. Grupos retiradores de
elétrons, ao contrário, desativam o anel deixando-o menos nucleofílico, e orientam a entrada do eletrófilo na
posição meta.
35
2. METODOLOGIA
3.1 Na prática de hoje será preparada a p-nitroacetanilida 3 conforme Esquema 1, a partir da
acetanilida 2 preparada por sua equipe no Experimento V. A reação de nitração será efetuada com uma
mistura de ácido nítrico/ácido sulfúrico/ácido acético, com controle constante da temperatura do meio
reacional para que fique abaixo de 10 oC durante toda a adição da mistura nitrante. Será necessária a
purificação do produto por recristalização em etanol especialmente para retirar o subproduto orto-nitrado
indesejado. O etanol é um bom solvente para isso, porque pode dissolver a o-nitroacetanilida a frio, mas não
a p-nitroacetanilida que entra em solução apenas com etanol em ebulição. Para confirmação do produto
nitrado, além de efetuar o ponto de fusão e compará-lo com o da literatura, a equipe deverá fazer um teste de
confirmação com sulfato ferroso amoniacal. Uma solução de sulfato ferroso amoniacal é obtida a partir da
dissolução de sulfato de ferro (II) (FeSO4) em uma solução aquosa de amônia (NH4OH). Ao se adicionar
ácido à esta solução, ocorre uma reação ácido-base que gera no meio moléculas de amônia (NH3) que
complexam com os íons Fe2+ formando um composto de coordenação [Fe(NH3)6]2+ com coloração
esverdeada. A adição de íons hidróxido (OH-) basifica o meio e permite que o grupo nitro se reduza com
conseqüente oxidação dos íons Fe2+ para íons Fe3+. Os íons Fe3+ formam um composto de coordenação
(complexo) com coloração castanho-avermelhado, evidenciando a oxidação dos íons ferroso.
Esquema 1
HNO3
H2SO4
2
HN
O
HOAcO2N
HN
O
3
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Procedimento Experimental: (Recalcular as quantidades do procedimento abaixo para a quantidade
disponível de acetanilida de sua equipe preparada na última aula).
Preparação da p-nitroacetanilida: Em um béquer seco de 50 mL, adicione aproximadamente 2,5 g de
acetanilida (2). A seguir, adicione 3,0 mL de ácido acético glacial, e agite para obter uma suspensão.
Adicione sob agitação constante 6,25 mL de H2SO4 concentrado (a mistura ficará quente e límpida). Resfrie
a mistura reacional em um banho de gelo/água e sal até que a temperatura esteja entre 0 e 5 °C (a
temperatura deve ser medida com o termômetro imerso no meio reacional e não no banho de gelo/água).
Paralelamente, prepare a solução nitrante de 1,4 mL de HNO3 concentrado e 0,9 mL de H2SO4 em um tubo
de ensaio, resfrie essa solução mantendo o tubo de ensaio imerso no banho de gelo.
36
A solução nitrante resfriada entre 0 e 5 °C deve ser adicionada lentamente sobre a solução ácida da
acetanilida resfriada entre 0 e 5 °C e com agitação constante (ideal é usar uma pipeta Pasteur, adicionando-
se gota-a-gota). A adição deve ser feita tomando o cuidado para que a temperatura da reação nunca
ultrapasse 10 °C. Terminada a adição, deixe a mistura reacional em repouso a temperatura ambiente por 30
minutos.
Após esse período, verter a mistura reacional para um béquer contendo gelo triturado e água destilada
(~50 mL ou mais) agitando constantemente com o auxílio de um bastão de vidro. O produto precipita
imediatamente como um sólido amarelado. Deixe em repouso por 5 minutos enquanto prepara o papel filtro
e funil de buchner, filtre a vácuo lavando o filtrado várias vezes com pequenas porções de água destilada
gelada para remover todas as impurezas ácidas do sólido (provavelmente será necessário lavar com um
volume de 500 a 800 mL de água no total).
3.2 Isolamento e purificação da p-nitroacetanilida: Recristalizar o sólido obtido (após secar durante
alguns dias) em cerca de 30 mL de etanol.1,2 Após dissolver tudo a quente, deixe o sistema em repouso para
que a p-nitroacetanilida recristalize lentamente. Filtre os cristais em funil de Buchner lavando com mínima
quantidade de etanol gelado. Seque e meça o ponto de fusão.
3.3 Reação de confirmação: A um tubo de ensaio, misture alguns cristais do produto com 2 mL de
solução aquosa 5% de sulfato ferroso amoniacal recentemente preparada. Adicione uma gota de solução
aquosa a 10% (v/v) de H2SO4 e 1 mL de solução metanólica a 10% de KOH. Ponha uma rolha no tubo
rapidamente e agite. A presença do nitroderivado é revelada pela oxidação dos íons ferroso (Fe2+) a férrico
(Fe3+), evidenciada pela mudança de cor do precipitado, que passa para vermelho-acastanhado no decorrer de
1 minuto.
Notas:
1 Tome cuidado ao aquecer o etanol para a completa dissolução do produto, ideal usar o sistema apresentado
na Figura 1 abaixo. 2 Caso haja alguma impureza insolúvel mesmo com etanol em ebulição, filtre a quente a solução usando um
funil aquecido e papel pregueado.
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balão contendo águacolocado sobre o béquerfunciona como condensadore diminui os vapores de etanolno ambiente.
substância a ser recristalizadaem etanol , usar uma barramagnética para agitação.
escape de pressão
Figura 1. Representação ilustrativa do procedimento de recristalização de substâncias orgânicas em solventes voláteis e inflamáveis.
4. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Contém ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido acético e líquido de lavagem do
material orgânico nitrado, depois de diluir.
o Tratamento: Diluir com água e descartar na pia. Caso esteja muito amarelado, indicação de
presença de composto orgânico, não descarte na pia. Use o recipiente de rejeitos aquosos,
neutralize antes de descartar.
• Resíduo sólido: Papel filtro e p-nitroacetanilida.
o Tratamento: Descartar o papel filtro em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos
sólidos”. A p-nitroacetanilida deve ser transferida para um recipiente apropriado rotulado “p-
nitroacetanilida, Experimento VI”, com o nome de sua equipe, pois a mesma será usada por
você na próxima etapa de síntese”.
• Resíduo orgânico não-halogenado: contém etanol de recristalização e o-nitroacetanilida
principalmente.
o Tratamento: Transferir para o recipiente apropriado rotulado “rejeito orgânicos não-
halogenados”. Não jogue na pia!
5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
McMurry , J. Organic Chemistry ou versão traduzida, 6th Ed., Cap. 16.
AULT, A. Techniques and Experiments for Organic Chemistry, 6th Ed., pg 469-472.
6. QUESTIONÁRIO
1) Qual o papel do ácido sulfúrico e do ácido acético nessa reação?
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2) Indicar a estrutura química do produto que seria obtido caso não fosse adicionado o ácido nítrico, apenas
ácido sulfúrico.
3) Propor um mecanismo para a nitração da acetanilida.
4) Por que o isômero para é obtido preferencialmente?
5) Com base na estrutura química da acetanilida e do produto a ser obtido, o grupo acetamido ligado ao anel
benzênico, é doador ou retirador de elétrons? Qual a orientação do ataque eletrofílico? Explique mostrando
estruturas de ressonância.
6) Por quê precisa manter a temperatura da reação abaixo de 10 °C?
7) Por quê o etanol é um bom solvente para purificar nosso produto?
39
EXPERIMENTO VII Síntese da p-nitroanilina
1. INTRODUÇÃO
A reação de hidrólise de ésteres e amidas se processa através de mecanismo de substituição
nucleofílica no grupo carbonila, onde o nucleófilo é a molécula da água. Tal reação é catalisada por ácido ou
base, e freqüentemente é empregada em transformações na indústria química, em especial, processos que
envolvem etapas a remoção de grupos protetores. A hidrólise de amidas para fornecer um ácido carboxílico e
uma amina, é geralmente realizada sob condições ácidas para que a amina que está sendo liberada fique na
forma de seu sal de amônio, e dependendo da estrutura química, possível de ser solubilizada no meio
reacional (Esquema 1).
Esquema 1
O
NH
RR'
H3O+
H2O
O
R OH+ H3N
R'
Dentre os compostos carbonilados, as amidas tem sua carbonila menos reativa frente a nucleófilos,
isso porque o par de elétrons não-ligante do átomo de nitrogênio está em ressonância com a carbonila,
estabilizando a carga parcial positiva sobre o carbono da carbonila. Assim, na maior parte dos casos se
necessita de condições bastante drásticas para hidrolisar uma amida, mais do que se necessitaria para fazer o
mesmo com um éster.
O grupo acetoíla é removido por hidrólise liberando a amina correspondente em uma etapa conhecida
na síntese seqüencial como etapa de desproteção. A amina livre pode agora ser usada em diversas outras
transformações, incluindo a próxima etapa de nossa etapa de reação que será a diazotização.
2. METODOLOGIA A p-nitroacetanilida 3, preparada na aula anterior, seca e caracterizada, deverá ser empregada nessa
etapa de remoção do grupo protetor acetoíla (reação de hidrólise). A reação será efetuada com catálise ácida,
tornando o meio fortemente ácido com ácido sulfúrico 70%, seguido de alcalinização do meio reacional para
precipitar a p-nitroanilina 4 (Esquema 2).
Esquema 2
HN
O2NO
1. H2SO4 70% NH2
O2N2. NaOH(aq.)
3 4
40
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Procedimento Experimental: (Recalcular as quantidades do procedimento abaixo para a quantidade
disponível de p-nitroacetanilida de sua equipe preparada na última aula).
Preparação da p-nitroanilina: Aqueça uma mistura de 7,5 g de p-nitroacetanilida e 37,5 mL de
ácido sulfúrico a 70 %1 utilizando um condensador de refluxo por 25 – 30 minutos. Após essa reação, a p-
nitroanilina está presente no líquido reacional sob a forma de sulfato de p-nitroanilinio. Coloque a solução
aquecida e límpida em um béquer contendo 250 mL de água fria (≈ 8 oC); Para precipitar a p-nitroanilina,
adicionar um excesso de solução de hidróxido de sódio à 10 %2. Quando esfriar (esfrie a mistura em água
gelada, se necessário), filtre o precipitado amarelo cristalino a vácuo, lave-o bem com pequenas porções de
água gelada e deixe escorrer por completo. Seque e meça o ponto de fusão.
Notas: 1 O ácido sulfúrico à 70 % é preparado, adicionando-se cautelosamente 60 mL de ácido sulfúrico
concentrado em fina corrente com agitação, a 45 mL de água;.
2 Adicione NaOH até pH ser levemente básico.
4. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Contém basicamente sulfato de sódio, acetato de sódio e hidróxido de sódio e
líquido de lavagem do material orgânico, depois de diluir.
o Tratamento: Descartar na pia. Caso esteja muito amarelado, indicação de presença de
composto orgânico, não descarte na pia. Use o recipiente de rejeitos aquosos, neutralize antes
de descartar.
• Resíduo sólido: Papel filtro e p-nitroanilina.
o Tratamento: Descartar o papel filtro em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos
sólidos”. A p-nitroanilina deve ser transferida para um recipiente apropriado rotulado “p-
nitroacetanilida, Experimento VII”, com o nome de sua equipe, pois a mesma será usada por
você na próxima etapa de síntese”.
5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
McMurry , J. Organic Chemistry ou versão traduzida, 6th Ed., Cap. 21.
AULT, A. Techniques and Experiments for Organic Chemistry, 6th Ed., pg 605.
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6. QUESTIONÁRIO
1) Qual o papel do ácido sulfúrico nessa reação?
2) Propor um mecanismo para a hidrólise ácida da p-nitroacetanilida.
3) Para preparar p-nitroanilina, porque não foi realizada a nitração direta da anilina? Que etapas mais foram
necessárias? O que isso acarreta no rendimento global?
4) Hidrólises de ésteres, ao contrário de amidas, são mais eficientes por catálise básica do que ácida.
Explique.
5) Como você prepararia m-bromoanilina?
6) Como você prepararia 4-metil-2,6-dinitroanilina partindo do tolueno? Mostrar todas as etapas e
intermediários necessários para chegar no produto desejado.
42
EXPERIMENTO VIII Síntese do p-(4-nitrobenzenoazo)-fenol
1. INTRODUÇÃO Sais de diazônio são preparados a partir de aminas aromáticas correspondentes pelo tratamento de
uma solução ácida da amina com um equivalente de solução aquosa de nitrito de sódio.
Ar NH2 + HNO2 + HCl Ar N2 Cl
sal de arildiazônio
+ 2 H2O
O íon diazônio é melhor representado como um híbrido de ressonância com a contribuição de duas
estruturas de Lewis, abaixo:
N N N N
íon benzenodiazônio
A formação do íon diazônio é feito a temperatura baixa, aproximadamente 0 °C, para evitar a reação
paralela do diazônio com água para gerar fenol. Porque a diazotização é uma reação exotérmica, deve-se
tomar cuidado para que a temperatura não se eleve acima de 5 °C, adicionando-se o nitrito de sódio de forma
lenta. Contudo, o sal de diazônio gerado pode reagir com a amina não diazotizada para formar um composto
azo. Para evitar isso, é desejável que a diazotização seja tão rápida quanto possível para minimizar ao
máximo o tempo em que o sal de diazônio e a amina não diazotizada estejam juntos. Assim a reação de
diazotização deve ser feita controlando-se a temperatura baixa, adição lenta do nitrito de sódio, porém
constante, com uma boa agitação do meio reacional. Isso evita a formação de subprodutos indesejáveis. Um
excesso de nitrito de sódio é geralmente empregado.
Sais de diazônios são importantes eletrófilos em síntese de benzenos substituídos, uma vez que
muitos diferentes nucleófilos podem reagir com sais de diazônios.
Uma das mais importantes reações de sais de diazônios aromáticos é a reação de acoplamento com
nucleófilos tais como aminas aromáticas e fenóis, em uma reação típica de substituição eletrofílica aromática
no anel contendo o grupo funcional hidroxila ou amino.
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Os produtos, compostos azo por sua coloração brilhante, e conhecidos corantes para tecidos, tintas e
comidas. Atualmente, nove substâncias são aprovadas para uso como corantes na indústria alimentícia (inf.
1998), e dentre esses, três são dos compostos azo abaixo:
O3SNa N N
HO SO3- Na+
SO3- Na+
F, D & C Red No. 2
O3SNa N N
HO
SO3- Na+
F, D & C Red No. 40
O
O3SNa N N
HO
SO3- Na+
F, D & C Yellow No. 6
2. METODOLOGIA
Na prática de hoje será preparado o nosso produto final da síntese seqüencial: o p-(4-
nitrobenzenoazo)-fenol 5 conforme Esquema 1. Primeiramente será feito a diazotização da p-nitroanilina 4
preparada por sua equipe na última aula, seguido pela reação de acoplamento com fenolato de sódio.
Esquema 1
O2N NH2
NaNO2/H2SO4
0 - 5 oCN N N N
sulfato de benzenodiazônio
HSO4O2N O2N
N
N OH
5
4
O2N
O- Na+ H2O0 - 5 oC
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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Procedimento Experimental: (Recalcular as quantidades do procedimento abaixo para a quantidade
disponível de p-nitroanilina de sua equipe preparada na última aula).
A. Preparação do sulfato de p-nitrobenzenodiazonio: Faça uma solução de 2 mL de ácido sulfúrico
concentrado em 10 mL de água em um béquer de 100 mL. Adicione a essa solução 1,38 g de p-nitroanilina e
aqueça a mistura gentilmente até completa dissolução da amina. Resfrie a solução abaixo de 10 °C, agite
constantemente. A essa suspensão de sulfato de p-nitroanilinium adicionar lentamente com auxílio de uma
pipeta Pasteur uma solução de 0,69 g de nitrito de sódio (NaNO2) em 2 mL de água, a uma velocidade
constante e que a temperatura do meio reacional não ultrapasse 10 °C. Mantenha a solução resultante do
sulfato de p-nitrobenzenodiazonio em banho de gelo.
B. Preparação do de p-(4-nitrobenzenoazo)-fenol (5): Prepare uma solução de 0,94 g de fenol em 5 mL de
solução 1M de NaOH. Resfrie essa solução para 5 C e adicione a ela a solução do sal de diazonio também
fria sob agitação constante. Agite por uns 5 minutos sob banho de gelo, e colete os cristais do corante por
filtração em funil de Buchner. O produto pode ser recristalizado em tolueno.
4. RESÍDUOS
• Resíduo aquoso: Contém ácido sulfúrico, nitrito de sódio depois de diluir. Hidróxido de sódio.
o Tratamento: A solução de NaOH, diluir com água e descartar na pia. O resíduo aquoso
contendo ácido sulfúrico, nitrito de sódio, resultante da filtração deve ser descartado no frasco
rotulado “Resíduo aquoso” após ser neutralizado com bicarbonato de sódio.
• Resíduo sólido: Papel filtro.
o Tratamento: Descartar o papel filtro em um recipiente apropriado rotulado “Rejeitos
sólidos”.
• Resíduo orgânico sólido: p-(4-nitrobenzenoazo)-fenol.
o Tratamento: Transferir o produto puro e caracterizado para o frasco apropriado rotulado
“corante azo: p-(4-nitrobenzeno)-fenol, Experimento VIII”.
5. REFERÊNCIAS
Ler antes e depois do experimento:
McMurry , J. Organic Chemistry ou versão traduzida, 6th Ed., Cap. 24.
AULT, A. Techniques and Experiments for Organic Chemistry, 6th Ed., pg 502-503.
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6. QUESTIONÁRIO
1) Mostre as estruturas de ressonância do íon fenolato (fenol em meio básico). Indique quais são as posições
com elevada densidade eletrônica.
2) Na reação de diazotização com NaNO2 em meio ácido, quem é a espécie eletrofílica? Mostre o
mecanismo pelo qual ela é gerada.
3) Por que devemos manter o sal de diazônio a uma baixa temperatura e reagi-lo rapidamente?
4) Proponha rotas de síntese para os corantes F, D & C, red no. 6, red no. 40 e yellow no. 6.
5) Na reação de formação do corante azo o estereoisômero isolado é o E, por quê?
6) Pesquise: qual o comprimento de onda em nanômetros (nm) da cor vermelha observada?
7) Por que o composto final de nossa síntese seqüencial é um corante? Qual característica estrutural que dá a
esse composto uma coloração avermelhada?