QUINTA AULA DE CONSTRUÇÕES RURAIS · Pintura – para cada tipo medir a área. Para as ... Não...

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QUINTA AULA DE CONSTRUÇÕES RURAIS CONFECÇÕES DE ORÇAMENTO

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QUINTA AULA DE CONSTRUÇÕES

RURAIS

CONFECÇÕES DE ORÇAMENTO

CONFECÇÃO DE ORÇAMENTOS

Um orçamento bem feito deve proporcionar facilidade

de leitura de operações e conferência de serviços.

Em qualquer construção, quase sempre ocorrem os

imprevistos, apesar de toda a atenção na elaboração do

orçamento. Procura-se reduzir ao mínimo essas

eventualidades, desde que se siga uma orientação

acertada. As condições primordiais para a confecção de

um orçamento viável e realista são: custo de mão-de-

obra local e leis sociais que incidem sobre os salários.

A confecção do orçamento compreende as seguintes

etapas gerais: medição dos serviços, cálculos dos preços

unitários e registro.

MEDIÇÃO

Os diversos serviços constantes de uma construção são

avaliados por meio de medições feitas no projeto com o

auxílio das especificações da obra, isto é, material a ser

utilizado e o processo de execução.

Nas medições as unidades são expressas em metro

linear, metro quadrado e metro cúbico, dependendo da

natureza do serviço.

Como orientação, os métodos usualmente adotados na

medição de serviços que ocorrem na maioria das

construções rurais, são os que se seguem.

1. Limpeza do terreno – área a ser limpa para a

locação da obra.

2. Terraplanagem – volume do corte ou aterro

inclusive transporte.

3. Cavas ou Fundações – volume a ser cortado,

levando-se em conta as prováveis dimensões das

fundações, conforme a natureza do solo e dimensões da

obra.

4. Alvenaria de pedra para fundações – em

metros cúbicos de acordo com o volume das

cavas.

5. Concreto ciclópico para as fundações –

idem.

6. Alvenaria de tijolos em metro quadrado.

Comprimento de todas as paredes de cada

espessura multiplicado pela altura. Os vãos com

áreas superiores a 0,60 m devem ser

descontados.

7. Concreto simples para lajes e piso – área

multiplicada pela espessura a ser adotada (em geral 0,10

m).

8. Concreto Armado – pode ser medido calculando-se

o volume total da estrutura ou por partes, isto é, volume

do concreto, superfície das formas e peso das armaduras.

O primeiro processo é muito usado quando se trata de

estrutura simples.

9. Telhado – mede-se a área de projeção do telhado.

Para se obter a superfície real, multiplica-se a área de

projeção pelos coeficientes 1,16 e 1,06 para cobertura

de telhas francesas e de amianto, respectivamente.

Outro processo mais detalhado consiste em: contar as

tesouras; medir os comprimentos totais das terças,

caibros, ripas, etc., obter área de cobertura. A

quantidade aproximada do comprimento total dos

caibros e ripas obtém-se multiplicando a superfície real

da cobertura por 2 e por 3.

10. Revestimento

a) Emboço – área das paredes, inclusive das partes

de concreto armado (pilares e vigas) multiplicado por 2.

Descontar os vãos

b) Reboco - idem

c) Cimentado – superfície a revestir

d) Azulejos – idem

e) Arremates – medem-se em metros lineares.

11. Pavimentação

a) Cimento – área a ser feita

b) Ladrilhos – idem

c) Soalhos de tacos ou tábuas – idem

d) Rodapés – medem-se em metros lineares.

e) Soleiras e peitoris – em metros lineares, de acordo

com a largura do vão, acrescentando-se no comprimento

0,10 m para cada lado.

12. Esquadrias – para cada tipo, podendo ser medidas

em metro quadrado, incluindo-se ou não as guarnições.

Neste caso medem-se os marcos, aduelas e alizares em

metros lineares.

13. Ferragens – quantidades expressas em unidades

(par, jogo etc.) para cada espécie de esquadria.

14. Instalações elétricas – uma estimativa de

quantidade de serviço é obtida contando-se os pontos de

luz, tomadas e aparelhos.

15. Instalações hidráulicas – pode-se avaliar a

quantidade de serviços através da contagem dos pontos

de água, pontos de esgoto, caixas, ralos, tipos de

aparelhos etc. (projeto).

16. Pintura – para cada tipo medir a área. Para as

esquadrias a área deve ser acrescida de mais de 10%

para as portas com as guarnições. Para janelas com

venezianas acrescentar mais 20%. Nas janelas com vidro

tomar 2/3 da superfície total.

Preços Unitários

A composição de preços unitários para cada serviço e

baseada no cálculo dos seguintes itens: quantidade de

material, expressa em quilos, metros quadrados, metros

cúbicos ou simplesmente em unidades conforme a

natureza do trabalho; tempo ou fração que os operários

levarão para executar determinada quantidade de

serviço; leis sociais que incidem sobre os salários.

Uma relação sempre atualizada de preços vigentes no

comércio de materiais de construção e dados obtidos de

fontes idôneas sobre mão-de-obra para realização de

vários serviços são elementos essenciais para o cálculo

de preços unitários bem próximo da realidade.

Leis sociais ou encargos sociais são despesas previstas

para contribuições ao I.N.S.S., repouso remunerado,

férias, indenizações, seguros, etc., podendo ser

estimulados, atualmente, em 95% sobre o custo de mão-

de-obra.

REGISTRO

O registro dos cálculos compreendendo medição,

especificação resumida dos diversos serviços, preços

unitários, valores parciais e totais é feito em folhas

próprias para orçamentos. Devem ser lançados de

modo bem legível, principalmente as quantias

fracionárias.

HABITAÇÕES RURAIS

HABITAÇÕES RURAIS

As habitações rurais devem ser simples, higiênicas e

econômicas. O projeto deve ser estudado de modo a

preencher esses requisitos e ao mesmo tempo oferecer

conforto aos seus futuros moradores. Casas mal

divididas, sem circulação interna, com quartos pequenos

demais ou muito grandes, aeração deficiente, sala de

área reduzida, cozinha sem condições mínimas de

comodidade para a dona de casa, banheiros situados do

lado de fora da casa ou comunicando-se diretamente

com a cozinha e a sala, são comuns nas construções de

antigamente.

Um projeto de residência, seja urbana ou rural, se bem

feito, torna mais econômica a sua construção com

melhor aproveitamento de área e conseqüentemente

mais funcional.

O acabamento desses tipos de residências, embora seja

singelo, deve ser feito com certo capricho. As

instalações de água, esgotos e elétrica serão embutidas.

Nas dependências da casa que necessitam de

higienização constante como cozinha, copa e banheiros,

as paredes e os pisos devem ser executados de modo a

permitirem facilidade de limpeza e conservação.

Para a cozinha deve ser instalada caixas de gordura. O

esgotamento dos sanitários precisa ser bem feito, através

de fossas sépticas localizadas convenientemente e, sendo

necessário, com a execução de afluentes e poços

absorventes.

A localização da residência, quer para o trabalhador

rural, quer para o administrador ou o proprietário, será

feita de modo a melhor atender ao planejamento da

empresa rural. Condições de fácil abastecimento de água

e de acesso devem ser levadas em consideração.

Alguns cuidados com respeito à orientação da casa são

bastante importantes tais como proteção contra os ventos

frios dominantes e exposição aos raios solares. De

preferência os dormitórios devem ficar voltados para o

nascente.

Projetos de residências destinadas a sedes de fazendas

ou moradias de proprietários rurais escapam à finalidade

das construções rurais. Atualmente, em alguns casos, são

verdadeiras mansões, de maior ou menor requinte e

luxo, variando de acordo com o gosto e as posses do

dono. Não se trata propriamente de construção rural e

sim de projeto de arquitetura.