racionalidadeargumentativaefilosofia

13
Filosofia Quantificador: Qualquer dispositivo linguístico usado para dizer quantos particulares ( ou proprietários ) exemplificam uma dada propriedade, por exemplo, podemos dizer que alguns filósofos são gregos, estamos nesse caso a dizer que um numero indeterminado de particulares têm uma certa propriedade ( são gregos ). Quantificador existencial: Expressões como “alguns”, “pelo menos” , por exemplo, são quantificadores existenciais. A negação de um quantificador existencial é um quantificador universal, porque negar que alguns filósofos são imortais é o mesmo que afirmar que todos os filósofos são imortais. Quantificador universal: Expressões como “todos”, “nenhum”,por exemplo, são quantificadores universais. A negação de um quantificador universal é um quantificador existencial, porque negar que todos os filósofos são gregos é o mesmo que afirmar que alguns filósofos não são gregos. Argumento Dedutivo – um argumento dedutivo é valido quando é impossível ter premissas verdadeiras e conclusão falsa Não dedutivo – um argumento não dedutivo é valido quando é improvável, mas possível, ter premissas verdadeiras e conclusão falsa Silogismo: É um argumento dedutivo com 2 permissas e uma conclusão e que tem as seguintes características: Usa apenas proposições do tipo A, E, I, ou O; Tem necessariamente 3 termos e não mais do que isso: o termo menor é o termo sujeito da conclusão e tem de ocorrer numa das premissas ( e só numa delas ), a que se chama por isso permissa menor; o termo médio não ocorre na conclusão mas ocorre nas 2 premissas; e o termo maior, que é o termo predicado da conclusão e que tem de ocorrer numa

description

filosofia 11

Transcript of racionalidadeargumentativaefilosofia

Page 1: racionalidadeargumentativaefilosofia

FilosofiaQuantificador: Qualquer dispositivo linguístico usado para dizer quantos particulares ( ou proprietários ) exemplificam uma dada propriedade, por exemplo, podemos dizer que alguns filósofos são gregos, estamos nesse caso a dizer que um numero indeterminado de particulares têm uma certa propriedade ( são gregos ).

Quantificador existencial: Expressões como “alguns”, “pelo menos” , por exemplo, são quantificadores existenciais. A negação de um quantificador existencial é um quantificador universal, porque negar que alguns filósofos são imortais é o mesmo que afirmar que todos os filósofos são imortais.

Quantificador universal: Expressões como “todos”, “nenhum”,por exemplo, são quantificadores universais. A negação de um quantificador universal é um quantificador existencial, porque negar que todos os filósofos são gregos é o mesmo que afirmar que alguns filósofos não são gregos.

Argumento

Dedutivo – um argumento dedutivo é valido quando é impossível ter premissas verdadeiras e conclusão falsa

Não dedutivo – um argumento não dedutivo é valido quando é improvável, mas possível, ter premissas verdadeiras e conclusão falsa

Silogismo: É um argumento dedutivo com 2 permissas e uma conclusão e que tem as seguintes características:

Usa apenas proposições do tipo A, E, I, ou O; Tem necessariamente 3 termos e não mais do que isso: o termo menor é o termo

sujeito da conclusão e tem de ocorrer numa das premissas ( e só numa delas ), a que se chama por isso permissa menor; o termo médio não ocorre na conclusão mas ocorre nas 2 premissas; e o termo maior, que é o termo predicado da conclusão e que tem de ocorrer numa das premissas ( e só numa ), a que se chama por isso premissa maior.

Page 2: racionalidadeargumentativaefilosofia

Exemplo:

Todos os homens são mortais . Termo Médio

Termo Menor

Todos os mortais são infelizes. Termo Maior

Logo, todos os homens são infelizes. Termo Maior

Termo Menor

Figuras do silogismo:

1ª Figura 2ª Figura 3ª Figura 4ª Figura

T --------- TM T -------- TM TM --------T TM --------T

TM ------ T T -------- TM TM-------- T T --------- TM

TM = Termo Médio

Tabela de distribuição :

Termo sujeito A E Ambos

Nenhum I O Termo predicado

Conversão: Na lógica aristotélica, converte-se uma proposição trocando a ordem dos termos predicado e sujeito. Por exemplo, « Alguns filósofos são sábios » é convertido em « Alguns sábios são filósofos »

Obversão: Na lógica aristotélica, obverte-se uma proposição mudando na conclusão a qualidade da premissa, usando como termo predicado o complemento do termo predicado da premissa. Por exemplo, « Todos os seres humanos são mortais » é obvertida em « Nenhum ser humano é imortal »

Termo Médio

Page 3: racionalidadeargumentativaefilosofia

Regras do silogismo

1 O termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez

Violação: falácia do médio não distribuído

2 Qualquer termo distribuído na conclusão tem de estar distribuído na premissa

Violação: ilícita maior ou ilícita menor

3 Pelo menos uma premissa tem que ser afirmativa

Violação: falácia das premissas afirmativas

4 Se uma premissa for negativa a conclusão tem que ser negativa

5 Se as premissas forem ambas universais, a conclusão tem que ser universal

Violação: falácia existencial

Falácia Formal = Falácia Informal: Numa falácia formal é a forma lógica do argumento que é inválida, apesar de parecer válida, é o caso da falácia da afirmação da consequente.

Numa falácia informal o problema não ocorre na forma do argumento que pode ser valido; O problema resulta ao invés, ou do argumento não ter premissas verdadeiras mas parecer que as tem, ou de não ter premissas mais plausíveis do que a conclusão mas parecer que as tem.

Page 4: racionalidadeargumentativaefilosofia

Falácias informais:

Petição de Principio Falso Dilema Apelo á ignorância Ad hominem Bola de neve Boneco de Palha

Petição de Principio: É um argumento cuja conclusão esteja explicita ou implicitamente contida nas premissas. Os casos mais evidentes são aqueles em que a conclusão se limita a repetir a premissa: “Deus existe porque diz na bíblia e a bíblia é a palavra de Deus”

Falso Dilema: Falácia que consiste na suposição de que, sobre um determinado assunto, só há duas alternativas quando de facto há mais. Ex: “Estas com a América ou contra a América”

Apelo á ignorância: Argumento em que, confessada a ignorância sobre a verdade de uma afirmação, se conclui que uma afirmação é falsa. Ex: “Ninguém provou que Deus existe ; Logo, Deus não existe.”

Boneco de Palha: Consiste em trocar as ideias das pessoas apresentando-as numa versão deficiente ou distorcida.

Ad Hominem (Ataque á pessoa): Falácia pela qual se pretende refutar uma afirmação, atacando ou desvalorizar de alguma maneira a pessoa que a defendeu.

Bola de Neve: Para mostrar que uma proposição (P) é inaceitável extraem-se as consequências de (P) e consequências das consequências.

Tipos de conhecimento:

Conhecimento proposicional: Saber que Paris é uma cidade. Saber-fazer: Saber andar de bicicleta. Conhecimento por contacto: Conhecer Paris.

Teoria de conhecimento CVJ: De acordo com esta teoria, para haver conhecimento terão de estar reunidas três condições: crença, verdade e justificação.

Isoladamente, estas 3 condições são encaradas como necessárias. Isto quer dizer que se uma proposição não satisfazer apenas uma dessas condições, não será um caso de conhecimento. Em conjunto, são encaradas como suficientes. Isto quer dizer que se todas forem satisfeitas, isso basta para que uma proposição seja um caso de conhecimento.

Refutação da teoria: É possível ter crenças verdadeiras justificadas que não são conhecimento. Uma crença pode ser verdadeira por mera sorte, e esta não pode ser conhecimento. (Gettier)

Page 5: racionalidadeargumentativaefilosofia

Teoria causal: Segundo esta teoria, uma crença verdadeira só pode constituir conhecimento se, além de estar justificada, tiver sido adquirida de tal modo que haja uma relação causal entre o sujeito que conhece e aqueles aspetos da realidade que tornam a sua crença verdadeira. (Goldman)

Criticas à teoria causal: Mesmo que consigamos apelar a relações causais para explicar alguns tipos de conhecimento, há vários casos em que não é possível fazê-lo.

Ex: 2+2 = 4

Conhecimento a priori: Conhecer algo pelo pensamento apenas ou independentemente da experiencia.

Conhecimento a posteriori: Conhecer algo através da experiencia.

Conhecimento primitivo: Quando sabemos que um carro é branco olhando para ele.

Conhecimento derivado: Para o obtermos temos de raciocinar.

Argumento a posteriori: Pelo menos uma das premissas tem que ser a posteriori.

Argumento a priori: Todas as premissas têm que ser a priori.

Racionalismo: Posição filosófica segundo a qual a razão tem um papel preponderante na aquisição de conhecimento. É a doutrina que considera que o único instrumento adequado ao conhecimento verdadeiro é a razão: é ela que fornece as ideias normativas e os princípios por meio dos quais conhecemos.O racionalismo é assim o oposto do empirismo.

(Descartes)

Empirismo: Perspetiva filosófica de acordo com a qual todo o nosso conhecimento substancial deriva da experiencia e das impressões recolhidas pelos 5 sentidos. O empirismo divide-se em geral, em 2 posições:

Empirismo radical: Posição segundo a qual todo o nosso conhecimento deriva da experiencia, não havendo espaço para o conhecimento a priori.

Empirismo moderado: Posição segundo a qual, apesar de todo o conhecimento substancial derivar da experiencia, existe conhecimento a priori só que este não nos diz nada a cerca do mundo, exprimindo meras relações entre conceitos.

(Hume)

Ceticismo: É a posição segundo a qual o conhecimento não é possível.

Argumento dos ceticismos: Por mais forte que sejam as nossas crenças e por melhores que nos pareçam as suas justificações, estas serão sempre falíveis ou insuficientes. Mas se nenhuma das nossas crenças estiver suficientemente justificada, não há conhecimento.

Hume e dúvida radical: Hume defende que a duvida radical é universal, recomendada por Descartes, não permite reconstruir o edifício do conhecimento depois de o destruirmos.

Isto porque uma vez adotado nunca mais podemos ver-nos livre dela.

Page 6: racionalidadeargumentativaefilosofia

Duvida metódica: Consiste em tomar como se fossem falsas todas as nossas crenças acerca das quais se possa levantar a mais pequena dúvida.

Crença indubitável: É uma crença que não se pode duvidar dela.

Descartes – O Discurso do Método Para Bem Conduzir a Razão e Procurar a Verdade nas Ciências

Logo pelo título fica claro que Descartes não era ceptico, pois se é um método para procurar a verdade prossupõe que ela exista.

Bom senso é o mesmo que razão para Descartes, ou seja, é o poder de bem julgar e destinguir o verdadeiro do falso e é igual em todos os Homens.

Relacionar bom-senso, verdade e método

O bom senso é naturalmente igual em todos os Homens, isto é, todos os humanos possuiem razão. O facto de haverem opiniões diferente não é, assim, devido a haverem pessoas com mais bom senso, é sim devido a essas pessoas seguirem caminhos de pensamento diferentes ou não considerarem as mesma coisas. Para chegar á verdade é preciso seguir um método e Descartes mostra qual foi o que ele usou.

Objetivo do livro (Discurso do Método) : Mostrar qual o método que usou para chegar á verdade.

Opinião sobre o conhecimento do seu tempo Todos os conhecimentos filosóficos e todas as coisas ensinadas na escola são dúvidosas.

Page 7: racionalidadeargumentativaefilosofia

Descartes conclui assim que, se ele quiser chegar á verdade, tem de procurar em si próprio.

Objetivo da reforma cartesiana : Reformar os seus pensamentos* a partir dum fundamento todo seu; reconstruir a partir das exigências da razão.

*Os seus pensamentos são o objeto da reforma cartesiana.

A dúvida cartesiana é universal e radical (porque dúvida de tudo, no inicio), provisória (porque só vai duvidar até encontrar algo indubitavel e evidente), metodica (porque é o ponto de partida do método), não prática (porque não se aplica ás ações. Para isso Descartes criou a moral provisória [ver parte 3] ).

A dúvida cartesiana é diferente da dúvida ceptica, pois os cepticos acreditam que é impossivel conhecer, logo a sua dúvida é sistematicamente radical.

A duvida é o ponto de partida do método porque Descartes duvida até encontrar algo indubitavel e evidente.

A Matemática é muito importante para o método porque ele está a seguir o método matemático, ou seja, parte de principios claros e distintos e procede a deduções e demonstrações para o resultado ser o mais objetivo possível.

No método cartesiano, a razão tem 2 poderes fundamentais:

1. Intuição intelectual (racional) apreensão imediata de um objeto ou ser, que é presente imediatamente á razão existência de ideias inatas (ideias exclusivamente racionais)

2. Poder de raciocinar construir cadeias de deduções/demonstrações

Regras do método

1. Regra da evidência Só considerar o verdadeiro/evidente (claro e distinto)2. Regra da divisão dividir o mais difícil em parcelas pequenas para se tornar mais fácil

de conhecer.3. Regra da síntese Começar por conhecer as coisas mais simples e fáceis e ir

gradualmente até conhecer as mais difíceis.4. Regra da enumeração Fazer revisão geral para ter a certeza que nada foi omitido.

Page 8: racionalidadeargumentativaefilosofia

Descartes duvida das suas crenças porque:

1. Os sentidos enganam-nos ás vezes.2. Os homens enganam-se a raciocinar por vezes.3. Quando sonhamos, pensamos e os nossos pensamentos são falsos. Ninguém nos pode

garantir que não estamos a sonhar agora mesmo.

Mas ao duvidar de tudo, Descartes percebeu que ele, aquilo que duvidava de tudo, tinha de existir para pensar. Eu penso logo existo 1º Principio da Filosofia Cartesiana

O Cogito é uma substância pensante, pois é uma unidade autónoma (independente do corpo) que pensa, ou seja, cuja essência é pensar.

Para Descartes algo verdadeiro é algo evidente (claro e distinto).

Pensar Duvidar Ser imperfeito

Ser imperfeito Tem ideia de perfeição

A ideia de perfeição não pode derivar de um ser imperfeito, logo existe um ser perfeito que dá essa ideia de perfeição Deus

Criar Perfeição = Criar ideia de perfeição

ou seja Ideia de Perfeição = Existência de Perfeição

Descartes distingue 3 tipos de ideias:

1. Ideias Inatas (ver acima)2. Ideias Adventícias – não são claras e distintas porque se baseiam na esperiência

sensível (Empirismo)3. Ideias Factícias ou Ficticias – dependem da livre associação dos dados sensíveis

recolhidos ( Imaginação)

Page 9: racionalidadeargumentativaefilosofia

Círculo cartesiano: O cogito só por si, dificilmente podia constituir um fundamento sólido para o conhecimento. De facto, é a existência de Deus que garante a Descartes que quando pensa clara e distintamente. Mas por outro lado, parece que Descartes só pode saber que Deus existe porque compreende clara e distintamente a sua existência, a existência de um ser perfeito. Se este é o argumento de Descartes, como pensam alguns críticos, é falacioso, pois trata-se de um argumento circular: Para saber que as ideias claras e distintas são verdadeiras tenho primeiro de saber que Deus existe; Mas para saber que Deus existe, tenho primeiro de saber que as ideias claras e distintas são verdadeiras.

David Hume

Principal diferença entre impressões e ideias nível de intensidade e vivacidade

Impressões estimulação dos sentidos (experiência)

Ideias Junta a experiência com a razão

David Hume não admite ideias inatas.

Ideias

Generalização mais abstrata capacidade racional de estabelecer relações.

Conteúdo Em ultima análise, dependem das impressões (sensações, experiência, sentidos)

Para David Hume, existem dois tipos de conhecimento:

1. Relações de ideias simples operação de pensamento2. Conhecimento de factos Conhecimento daquilo que existe implica as impressões

(experiência sensível)

Para David Hume, existem dois tipos de ciências:

1. Aquelas de se baseiam apenas na relação de ideias Matemáticas (e Lógica Formal) Certas (intuitiva e demonstrativa mente) dependem exclusivamente das operações da razão (conceptualização, capacidade de julgar, o grande fundamento da certeza é o principio da não contrariedade; não nos dão a conhecer o existente)

2. Aquelas que se baseiam nos conhecimento de factos Todas menos as matemáticas e a Lógica formal (exemplo: Biologia) O seu objetivo é conhecer o existente (a realidade) Provas vindas da experiência. O seu fundamento é a relação causa-efeito. O fundamento da relação causa-efeito é o hábito. Logo, estas ciências não são certas (ou seja, logicamente necessárias, o valor das suas relações é relativo, contingente, provável)

Page 10: racionalidadeargumentativaefilosofia

Impressões: Imagens ou sentidos que derivam da realidade. São mais intensas e mais vividas do que as ideias.

Ideias: São representações ou imagens enfraquecidas das impressões depois de ficarem guardadas no pensamento.

Sexto Empírico:

Divergências de opinião:

1. Seja qual for o assunto, há sempre divergência irreconciliável de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto.

2. Se há divergência irreconciliável de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto, então nenhuma delas esta suficientemente justificada

3. Logo, nenhuma opinião (ou crença) está justificada.

Ilusões e erros de percetivos: É a falsa imagem da realidade, criada pelos nossos sentidos.

Regressão infinita da justificação: Sempre que se inicia um processo de recuo sem fim.