RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva.

download RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva.

of 11

Transcript of RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva.

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    1/11

    JII.',

    rI

    I. ,

    COLEC;AOANTROPOLOGIA

    2Orlentacao de:

    ROBERTO AUGUSTODA M ATTAe

    LUIZ DE CASTRO FARIA

    PICHA CATAI.OGR.U1c.\( Pr ep at ad 4 p el o C en lr o de Calaloyag4o-na-lanlll doSilld'calo N ac lo na l da B E dl tor es de Ll vt Oa . aB)

    Rad cl l1f e-B rown, A lfr ed R egi na ld , 18 S1 -RIlle l!:&tl'll.tlira e fUt1~!ona Boole4ade prlmm'la; t : r a c I ,

    d e N at ha na el C , C l' !x el ro . Petrllp(lll.e. Vozes, 19'1l1.2'I2p. (Anttopologill, 2).BllIIlJolII'afla.1. AntropolOida s ocial, I. Titulo. II. S 4 ! 1 ' 1 e .o

    130055 CDD3D1.lI

    ESTRUTURA E FUNQAONA SOCIEDADEPRIMITIVAA. R. RADCLIFFE-BROWN

    Professor Bmerttod a U rr lv er sl da de d e Ox lo rdP re ia ci o d os P ra ie ss or es :

    E, E. Evans-PritchardP ro fe ss or de A n/r op %g ia S oc ia lrr a Un /v er sl da de d e Ox for d

    Fred EgganProfessor de An/rop%gla

    1 1 1 1 Vrr lvers/dade de ChicagoT ra du fii o d e

    Nathanael C. Caixelro

    PETR6pOLISEDIT O RA V OZES L TD A.

    73 "..

    ;.,

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    2/11

    1 I,

    J.

    ----- ..--- ,_ _ - - - - . . . _ . _ .

    'I .

    Introducao

    TODA A M ATER1AA QUJ REIM PRESSA E DE ClRCUNSTANC1A,no m ais pleno sentido d o terrno; cada urn dos ensaiosfoi escr ito pa ra c ircu nsta ncia s especia is . A pes ar d lsto,conserva m cer to gra u de unidade vis to que foram ela-b or ad os d e d et erm tn ad o p on to d e v is ta teo ric o.En te nd emo s . _po r teorla urn esquema de lnterpretacao

    a pli ca ve l, o u s up os ta m en te aplic itvet a compreensao de .f en 8m e no s d e d et er m in ad a especie. Urna teoria conslsted e u rn conju nto d e conceltos a na Uticos, qu e d evem s erclaramente d efi nid os em rela ~a o com a realidade con-creta e conservar um a mutua conexso 16gica. Propo-nho-m e, portanto, a d ar d efini~oes d e certo s concertosque em prego para fins de ana lise dos fen6m enos so-ciais, a gulsa d e introducao a estes ensa ios d ivers os .J Deve-se ter em m ente que poucas vezes concordam en -tre si os antropologosquanto a conceitos e expressoesqu e ernpregarn, d e m odo que es ta Introdu cao e as es-l !cr itos que se seguem devem ser conslderad os com o ex -posi 'ra o d e u ma teor ia p articu la r, e na o teoria a celta d emo d o g er a l,

    H IST O R JA E T EO R IAA d ife re nc a e nt re 0 es tu do h is to rico d as in sti tu icd es s o-cia ls e 0 es tu do te6 rico p od e s er fa cilrn en te p er ceb id a,com pa ra nd o-s e a h ist6ria econom lca e a econom ia teo-

    9

    ..,

    -;i

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    3/11

    rica , ou a h is t6 r ia d o d ireito com a [u r isprud encla tea-rica . N a an tropo logia , porem , sem pre houve e persls tea lnda m ulta confu sao a tra ves de d lscu ssees em qu e ter-m os com o hiatorla, clsncla e teoria sa o ernpre-gados pelos contendores nos m ais d iferentes sen tid os .Tala confusdes poderiarn ser evitad as em conslderavelgra u p elo emprego de term os aceitos d e 16gica e m ete-dologta e pela diterenclacao e nt re p es q ui sa s idiograficase nomoteticas. .r- N um a p es qu ts a i di og rM ic a '0 proposlto e estabelecer\como a d m i ss fv ei s d e te rm i n a da s proposlcoes ou cer tos'enuncjados f ac tu a is . /Uma pesquisa n am o te tlca , p elo c on -tra r lo, tern por escopo chega r a proposlcoes g era is a d-m is siveis . Deflnlm os a na tu reza de um a pesqu lsa pelotipo d e conclu soes a que se propoe.r A h is tor la , com o de m odo gera I e entendida, e 0 es -I tu do d os reg is tros e m onum entos com 0 fito de pro-

    !poreionar ..conh ecim en to sobre a s cond lcbes e fa tes d opa ss ad o, in clu sive a s in vestiga cb es rela cion ad as co m '0passado ma i s recente, E' evidente que a h is t6r ia con-siste sobretudo d e p es q ui sa s i d io g ri if ic a s. No seculo pas -.s ad o h ouve um a polem ica , a fam osa Methodenstreii,quan to it s e o s h is to ri ad ore s d ev ia m a ce lta r _Q ~~ ~~ ra -::..~5es te6r icas em sell traba lho ou lid ar com genera liza-~ oes. N ao po ucos h is to ria do res a celta ra m 0 parecer dequ e a s p es qu is as nomoteticas na o d evia m fa zer pa rtedos estudos h is t6 ri co s, q ue deviant restrlngir-se a no sdizer 0 qu e aconteceu e como aconteceu. Pesquisas te6-ri ca s o u n om otet ica s dever iam fica r a ca rgo d a socio-logia. M as hlstorladores M qu e pens a m poder, e mesrnodever, inclu ir lnterpretacoes teorlcas em seu rela te dopass a do .. A co ntr ov er sia n es ta q ues ta o, b ern c omo na re-layao entre h is t6 ria e soclolog ia , pers is te a ind a, decor-r idos ses senta anos. Ha , sem duvida , escr itos de cer-to s historiadores qu e d evem ser recon hecid os n ao a pena scom o rela tos id iogrM icos dos fa tos do passad o, m as co-mo contendo interpretacoes te6rieas (nomoteticas) da-q ue le s fa to s. A tra diy ao n os es tu do s h ist6 rico s fra nce-ses de Fus tel de Cou langes e seu s segu ldores, ta is com oGustave Glotz, ilustra este tipo de comblnacao. Alguns

    10

    escr ltores m od erno s a d eslg na m p or h is t6r ia s oclolog icao u s oc io lo gi a h ls to rlc a.Na antropologla, entendendo por is to o estud o dosch ar na do s p ov os p ri m it iv es o u a tr as ad os , 0 te rm o e tn o-grafia aplica-se ao qu e e esp eclfica rn en te u rn m od o d ep es qu is a i di og ra fi ea , c uj o o bje ti vo e d ar e xp llc ac ao a cet -tavel desses povose sua v id a socia l . .h__J.rt. .Qgrq._f ja._~H! ! . .e. 9 . < i . ! t _ i . s t 9 ! : i ~ . .p _ ~ ! 2 _ t ~ ~ ode qu e 0 e tn6g!afo . ! !dg!:1 .! r~ ., : ( m h ~~;I t)ento~.~91J-pe lo .r i ie nos ' p a r 1eTund~n je n ta l dele, a , p~~. .. ;t ir d a o bs et :V a~ ao _. o . U .con ta to d iretos com o. povo sobreo q ua t es creve., e. nao , com o 0 historiador, a p ar tir d~registros escr ltos, A a rq ue olo gi a p re-h is to ri ca , q ue e ou -tro ra mo da a ntropolog ia , e estu do n itid am en te id io-g ra fic o, c ujo e sc op o e 0 d e no s prop orcion ar conh eci-m ento fa ctu al s ob re 0 p a ss a do p re -h ls to r ic o.o estu do. teo rico d as ins titu icd es so cia is em g era l ec omumen te m e n ci on ad o c omo sociologia , m as com o es tenom e pod e ser a rnplam en te ernpregad o referindo-se am u ita s esp ecles d iferen tes d e es cr ito s s obre a s ocled ad e,p od em o s fa la r m a is e sp ec ifi ca m en te d e S Qc iQ JQ gIa .._El.Q,r.icfl._ ? U < : ~ r . . n P ~ . ~ ~ ~ . ? :Quando Fra zer deu sua Au la Inaugu ra lcom o prim eiro profes so r de A ntropoIog ia Social, em1908, definiu a nt ro po lo gi a s oc ia l c om o 0 ram o da socio-logia que tra ta d a s socled ades prim itivas .Cer tas confusties entre o s a nt ro p6 1o go s resultant dofato de n ao s ab ere m d is ti ng ui r entre eluddafli(} historlcae c om p re en st io i eo ri ca d as lnstltu leoes, Se ind ag am os.0 po rq ue d a ex is ten cia d ecerta s in stitu i~5 es em deterrni-na da socleda de, a res p osta a dequa da sera u rn rela to h ls -t6r ico quanto a su as o rigens . Para ex plica r por qu e osE st ad os U ni do s tern um a consti tuicao p ollt ica c om P re -.sldente, duas Casas d o Congresso, Departamento deEstado, Corte Suprema, recoerernos a h ist6r ia d a A m e -r ica do N orte. Tra ta -se de eIucid a~a o h ist6r ica no sen-tido pr6prio do term o. A ex is tencia d e cer ta ins titu iya oe , po rta nto, ex plica da p ela referen cia a u m a: sequ en ciacornplexa d e a co nte ci m en to s q ue c on st it ue m ' u m a: c ad elacausal d e qu e el a e consequsncia.A a celt ac ao 'd a elu ci da ca o h is t6 ri ca d ep en de -d a p le ni -tu de e id oneid ade d a fonte h istor ica . Nas socledades

    11

    j

    I'f

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    4/11

    prirn l t ivas , estudadas p el a a nt ro po lo gi a social na o hitqualsquer registros historlcos. Nao ternos, par exernplo,conhecimento. d e especle a lgu rna qu anto a evolucao dasins titui~oes. soc lals dos aborigines australianos, Os an-t r op o lo g os , . su p o ndo ser se u estudo urna especie de es-!udo historico, recorrern a conjectura e imagina~ao, emventam expilcaeoes pseudo-hist6ricas ou pseudo-causais. Ternos t ido , por e xe rn pl o, i nu rn er os r ela te sp se ud o- hls to rlc os e as vezes contradit6rios quanto a ori-gem e evolu{:ao d as institui{:5es to temicas dos abortglnesaus tral lanos , Nos trabalhos constantes deste volume men-cionamos algumas dessas especulacdes pseudo-hist6ricas.o parecer que manternos, aqui e que ta is especulacoessao nao apenas destitufdas de valor, mas ainda plorque isto. Isto nao implica de modo algum a rejei~ao daelucida

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    5/11

    e podem os d efln i-lo com o a rneio pelo qua l um a pes -s oa a dq ui re c on hec im en to , es pecia lld ad e id ela s cr en ca st t' / / Tgo s os e se n imentos , m ed ia nte can ta ta com ou tra s pes-soas , ou pelo tra to com ou tras co isas , ta is com o livrosou obras d e a rte . E m d ad a s ocied ad e p od ernos d iscernirp roces so s d e tradi{:iio cultural, em pregand o a pa la vrat ra di ~a .? n o s en ti do Iit er ~I d e herdar o u le ga r. A c om-preens ao e em pre~~ d a h ngu agem tra ns mitern-se po r ur np ro cess o d e tra dl~ ao cu ltu ra l neste sentido. Gracas aela u .m Ing les aprende a com preend er e em prega r a lfn-gu a Inglesa , m as em a lguns setores da socied ade podev~ r ta m bern a aprender Ia tlm , ou grego, frances ou 0d ia leto ce1 ta d os ga leses, N as com plex as so cied ad es m o-de;nas ha grande num ero de d i st ir it a s t ra d i~ o es cultu-rars, Gra9as . a u .' :l a d e Ja s 0 indivlduo pode vir a serm ed ico ou crru rgiao , ou aprender engenh ar la ou arqui-tetu ra , e desem penh ar es sa s profis soes, N as form as d ev i d a . sO< :i a !mals e lemen t a r e s , 0 numero de tradlcees cul-t u ra i s d l st ln ta s p o de r ed u zi r- se a d oi s, li m a t ra d ic ra o p ar aas hom ens e ou tra para as m u lh eres . 'Se tra tam os a rea lid ad e socia l que estam os investl-gando , nao com o entld ade, m as com o processo nes teca.so cultura e trad icra o cu ltu ra l sa o nam es para ' d eter-m : na do ~ a sp ec to s I de nt it lc av el s daquele p ro ces so , m asn ao , ev id en te rn en te, d e t od o 0 processo. a s term os saon :odos ~onvelllentes para des lgna r cer tos aspectos d~v id a S OC ia lhu m ana . E ' em razao da existencia de cu l-tura e trad i~oes culturais que a v id a' socia l humana di-fer e m u it o marcantemente da v id a socia l de outras es-pecles an lrna is , A transm isa ao dos m odos aprend idos d epensar, sentir e ~ tu ar co ~s tlt ui 0 p ro ce ss o cu lt ur al, q uee a specto especltlco d a vid a socia l hu mana . E ', evlden-t em en te, ~ art e .d ~q ue Je p ro ces so d e i nt er ac ;a o en tr e p es -soas , aqu r d eflnido com o 0 p ro ces so s oc ia l c on ceb id ocom o a rea lld ade socia l. Send o a continu id ade e m u-d anca ~ as f?rm a s, d e v id a s ocia l os tem a s d e investiga ~a od a socio logia com pa ra da , a continu id a de das trad ic ;oescu ltu ra is e ~ d as m ud an ca s n aqu ela s tra di~ oes co nta m-seen tre a s co rs as qu e d evem s er tom a da s em co ns id era ca o.

    14

    SI ST EM A SO CI ALFoi M ontesqu ieu que, em m ea dos d o secu lo X VIII, Ian-90U as fu nd am entos da soclologla cornparada e dessaform a form ulou e em pregou um a concepcao qu e foi epode ser d es ignad a com o sistema social. S ua t eo ri a, aprirneira lei d a esta tica socia l, com o m ais ta rde serad enom lna da pa r C om te, a fir rn av a qu e, em d eterrnlna dafo rm a de vida socia l, ex is tem relacoes de in terconexa oe lnterdependencia, au , na expressao d e C ornte, rela-'ro es d e solidariedade entre as varies aspectos. A idelad e ur n s is tem a na tu ra l ou f en om e ni co s up oe u rn con-jun to de relacoes entre os fa tos , ta l com o u rn sis tem a16gico (p. ex ., a geom etr ia d e E uclid es) e u r n c on ju n tod e relacd es entre a s sentencas, a u u rn sis tem a etlco eur n c on ju nt o d e r ela cr 5e s e nt re [ulzos d e ord em etica.Q ua nd o Ia la m os d e sis tem a b an ca rio d a .In gla ter rareferim o-nos ao fa to de que ha consideravel volume d ea t iv id ades , interacdes e transacoes, ta is com o, po r exern-plo, pagam entos pa r m eio d e cheque ass inad o e sacadoco ntra -cer to ba nco , a tivid ad es es sa s qu e s e rela cion amd e m odo a cons titu ir em sua to ta lid a de u rn processo doqu al podem os Iazer descricao ana llttca qu e m os tra rac omo estao inter-relaclonadas e constitu indo asslm ums is tem a . E es ta m os , ev id en tem e nt e, d ia nte d e u rn p ro ce s-so, d e um a par te complexa do processo socia l tota l d av id a s oci al na Inglater ra.Nestes ensalos falo de sis tem as de parentesco. En-tendo qu e em d ad a sociedade podemos isolar teorica-m ente, se nao na realidade, certo co nju nto d e a ~5es einteraes entre as pessoas; essas a cr oe s e lnteracoesnascem da s rela9 0es de paren tesco ou ca sa mento : e en-tendo tarnbem que em cer ta socieda de tais a~oes estaoIn te r- re la ci ona da s d e m odo qu e podernos d ar um a des-cricra o a na lltlca g era l d ela s com o p ar tes Integra ntes d eu rn s is tem a. A irnpor tancia te6r ica d essa no~a[) de s is -tem as resum e-se no segu inte: nosso prlrneiro pa sso nosen tido d e com preender um a fei9ao com um de um a for-m a d e v id a socia l, ta l com o 0 u so d e ch equ es , ou acostum e pelo qu al u rn hom em deve evita r canta ta socia l

    15

    . ,

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    6/11

    com a sogra , e descobr i r 0 lu ga r d essa fei~ao no s is -tem a d o q ua l ela co ns titu i pa rte.A te or ia d e M o nte sq ui eu , porem, e 0 q ue po dem osch am ar d e teorla do s is tem a socia l to ta l, d e acordo coma qu al todos os a spectos d a vid a socia l es tao unifica -dos num todo coerente, C om o es tu dio so d a [ur isprudsn-c ia , M o nte sq uie u e sta va s ob re tu d o interessado em leis ,e procu rava m ostra r qu e a s leis d e certa socied ad e es taor ela cio na da s c om a c on stltu ic ao p olft ic a, v id a e co no m ic a,relig la o, clim a, v olu m e d a populacao, u sos e cos tu mes ,e aquilo qu e eIe chamava d e e sp fr it o g er al ( es pr it g e -neral) - qu e mais ta rd e o s es crito res chamararn deethos da socledade, Um a lei teorica, com o es ta leifu nd am en ta l d a es ta tica s ocia l , . n a o e a m esm a coisaq ue lei ernp i r lca , m as u rn gu ia pa ra a investlgacao, Achoq ue po dem os a va nca r n os sa co mpreen sa o d as s ocied ad esh um anas se inves tigarmos s is tem a ti cam e n te a s I nt er -r el a-t ;o e s e n tr e os a specto s d a v id a s ocia l.

    EST A T IC A EDI N A -M I CAC om te a ss ina lo u qu e em s oclologla , com o em ou tra s es-pecles d e clenc ia , M d uas s eries d e problem as , aos qu aisch am ava d e problem as d e estatlca e dinamica, Na esta-t ica , t en t a m o s d es co br fr e d ef in ir c or id i\= oe s d e exfstenciae d e co ex is ten cia ; n a d in arn ica , em pen ha mo -n os em d es -c ob rir co nd ico es d e tr an sto rm a ca o. A s condlcees d e e xis -M ncla d e moleculas ou d e organism os sa o questd es dees ta tica , e, a na lo ga men te, a s co nd lcees d e ex is ten cla d associedades, s i s t emas socials, ou form a s d e vid a socia ls ao questoes deestatlca social. J a o s p ro bl em a s de dl-namica s ocia l reierem -s e a s condicdes de mudanca d asform as d e vid a socia l .A base d a ciencia e a c la ss ific ac ao s is te m at ic a. C on s-titu i prim eira ta refa d a es ta tica soc ia l ernpenh ar-se nosentid o d e com pa ra r form as d e vid a socia l, a fim dechega r a cla ss ificaeoes . M as form as d e vid a socia l naopod em ser cIa ss ificad as em especies e g~ neros ta l com ocla ss ifica mo s a s fo rm as d a v id a o rg an lca : a cla ss ifica ca o

    16

    nao pod e ser especl tlca , m as d eve ser tipoJ6gica , e is toe ur n m od o m ais compllcado de Investlgacao. Esta clas-s ifica ~a o s 6 p od e s er co ns eg uid a po r m elo d o es ta beleci-. m ento d e tipologia s pa ra a s pectos d a vid a socia l ou oscom plexos d e a spectos que s ao d ados em sis tem as so-c ia is p ar cia is . A ta re fa e co m plex a e tern s i do tambemdesprezada, em v is ta da no~ao de que 0 rnetodo d aantropologia deve se r 0 hist6rico.Nao o bs ta nte o s e stu do s t ip oJ 6g ic os serem pa rte im -portante da estatica s ocia l, o utra ta refa s e apresenta: ad e fo rm u la r general izacdes sob re a s condlcoes d e ex i s -tencia d e s is tem as socia ls , ou d e form as d a vid a socia l.A c h am a d a prlmelra le i d a estatica soc i a l e u ma g ene-ra lizacao que decla ra s6 poder pers is tir ou continu a r aform a de vid a socia l cujos varlos a sp ec to s e xi ba m cer-ta especie ou grau de coersncla ou conslstencia; m asisto apenas define 0 problem a d a es ta tlca socia l, qu econsls te em inves tiga r a na tu reza d essa coerencla ,o estudo d a dinamica social ocupa-se em e s ta b el ec erg en era liza cd es s ob re co mo o s s is tem a s s e tra ns fo rm am .A h ip6tese d a cor relacao s is tem atica d e a spectos d a vi-d a socia l tern com o corolarlo que a s t rans tormacees ema lg u ns a s pe ct os devern provavelmente e ns eja r m u da nc ase m o utr os a sp ec to s.

    EVOLUCAO SOCIALA teoria d a evolueao s ocia l fo l enunciada po r H erb er tSpencer com o pa rte d e su a to rmulacao d a teo ria gera ld a evolu cao. D e acord o com aqu ela tcoria 0 desenvotvl -m en to d a vid a na terra cons titu i u rn tin ico processo aoq ua l S pe nc er aplicava 0 t e rmo evolnca o . A teor la d aevolucao organica e s up ero rg an lca (s ocia l) po de s er re-d u zid a a du a s proposlcoes fund am enta ls : 1) Q ue tantona evolu cao d a s form as d a vid a organica com o na evo-lu -rao d as forrna s d e v id a socia l h um ana h ou ve u rn pro-c es so d e d iv er slfic ac ao p elo q ua l r nu ita s fo rm a s d ife re nte sd e vid a organica ou vid a socia l d esenvolveram -se a pa r-tir d e u rn num ero m uito rnenor d e Iormas o ri gi na is . 2 )

    17

    '.

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    7/11

    Q ue houve um a tendenCia gera l de evolu~ao pel~ qu~a las form as rna ls co rnplexas de es tru tu ra e orgam zacao(orgAnica e social) surglram ~ de f~ rm a s m a is s im p~ es .~Aa ce it aea o d a t eo ri a d a e vo lu ca o ex rg e a pen as a . a cei ta ca odessas proposicdes d an do -n os . u rn e sq ue~ a d e m ~ er pre ta -\!ao apllcavel a o es tu do d a v id a o rg ~n Ic a I? s oc ia l. M a sd ev e-s e t er em m en te q ue a lg un s a ntr op 6Io go s rejeitama h ip6tese d a evolucao, Podemos aceitar provisor i~men-te a t eo ri a fu nd am en ta l d e S pen cer , emb or a r ej ei te rn osa s d iv ers as pseudc-especulacoes qu e ele acrescentou, eessa a ceita ca o nos prop orciona cer tos conceitos qu e po-dem ser t'tteis com o instrum entos de ana lise.

    ADAPTA~AOA a da pta ca o e u rn concelto-chave d a teo ria da evolu -9ao. E', ou pod e ser, aplica do tanto a o estud~ das f~r-m as de vida organicacom o a form a s de vida socialentre seres h um anos. Urn organism o vivo s6 ex iste econtinu a ex istlndo se for ao rnesmo tempo interna eexternamente a da pta do. A a d ap ta ca o i nt er na d ep en de d oajustarnento do s varlos 6rgaos e. ~ua s . a tivid ade~ , dem o do . q ue os diversos p ro ce ss es f ls lo lo gl co s c on st it u ar nu rn sis tem a de funcionam ento continu ado pelo qua l avid a do organ ism o se mantenha. A. a da pt a~ ao e x~ er ~ae a d o o rg an is m o ao rnelo no qual v ive. A diferenclaeaode adaptacao ex te rn a e in ter n a e s im p l esm e nt e u rn m o d ode dlstlngulr da is aspectos do s is tema ada ft~ciona l q~ ee 0 m esm o para as o rganism os de um a unrca especle.Quando t r a t amos da vid a socia l dos animals , depara-m os u rn ou tre tlpo de adaptacao, A ex istencia d e um acolonia de abelhas depende da combinacao das ativida-d es d as a belh as opera ria s ind lvid ua lm ente em colh er 0m el e 0 p6len, d a fabr ica ~ao da cera , d a construcao dascolmeias , da postura de ovos e larvas bern como d aa li m en ta '! {a o d es ta s, d a protecao do a rmazenamen to ~em el contra os Iadroes , da ventilacao dos fa vos por meioda vib ra~a o de suas asas, e da conservacao da tempe-ra tu ra no inverno pela a glornera ea o de t od as . S pe nc er

    18

    ,I

    II

    '11

    emprega 0 t e rr n o coo p er a c ao s para designareste as-pecto da vid a socia l. V ida socia l e adaptacao socialimpllcam, portanto, 0 a ju sta m en to d a conduta de orga-n lsm o s i nd i vi d ua is a s ex lgs ncia s d o process o pelo qu ala vid a socia l continu a.,A o examinarrnos um a form a de vid a socia l entre seresh um a no s co m o s is tem a adaptacional, e 11tH d ls ti ng u ir t re saspectos do sistem a tota l. Ha um m odo pelo qua l a vid asocial e a ju stada ao ambiente flsko, e p od er no s, sequ lserm os, fa la r d ele com o a da pta ca o ecol6gica . E m se-gu nd o Iu ga r, Ita d is po si ed es i ns tit uci on ai s p ela s q ua isum a v id a s oc ia l ordenad a se m antern, d e m odo que sed a 0 qu e Spencer ch am a de cooperaca o e 0 conflito eredu zido ou regu lado. A is to podem os charna r, se qu i-se rmos , 0 aspecto lnstitucional da a daptacao socia l. Emt er ce ir o l ug a r, . M 0 processo so cia l pelo qu al 0 indivf-duo adqu ire habitos e cara cteris ticas m enta is que 0adaptam para u rn Iu gar na vida socia l e 0 habilitam ap art iclp ar err r-s ua s ' a ti vid ad es , Is to p od erla m os c ha rn arde adaptacao cu ltu ra l, d e a cord o com a previa defini-~a o d e tra di9 ao cu ltu ra l com o proces so. 0 qu e se deveressal tar e que esses m odos d e adaptaeao sa o a pena saspectos d lf er en te s d os qua is 0 s i s tema a d ap ta cl on al t o-ta lpode ser conslderado po r conveniencia da ana lisee comparacao.A teoria d a evolucao social c on st it ui , p ol s, parte den osso esqu em a d e interpreta ca o d e sistem as socia ls pa raex am ina r qu alqu er sis tem a d ad o com o u rn sis tem a a da p-tac ional. A establlidade do s is tem a e, portanto, su a con-tinu id ade por cer to per iodo , depende da eficacla daadaptacao,

    . ESTRUTVRA SOCIAL

    A teorla d a e vo Iu 9 a o a fi rm a um a tendencla d e desen-volvin iento em que os tipos m ais com plexes de estru -tu ra vern a e xi stir a pa rtir d e tlpos m enos com plex os ,Inclu i-se nes te vo lu me u ma conterencla sobre a Estru -tu ra Socia l, m as com o foi feita ern epoca de guerra efoi pubU cad a d e m od o resum ido nao esta ta o cla ra co-19'

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    8/11

    r na d ev eri a. Q ua nd o em p reg am o s 0 te rr no es tru tu ra , e s-t am a s n os r efe ri nd o a certa especle de ajuste ordenadodas pa rtes au dos com ponentes, Um a com pos lcao m u-s ica l tern um a estru tu ra , do m esm o m odo que um a frase,Urn ed iflclo tern um a es tru tu ra , do m esm o m odo qu euma molecula ou an im al. O s com ponen tes ou u nidad esda es tr ut ur a s oci al s ao pessoas, e um a pessoa e urn se rh umano considerado nao com o u rn organism -a , m as co-m o ocupand o pos i~ao num a es tru tu ra socia l.U m d os p ro blem a s te 6r ic os tundamentais d a s oc io lo -gia e '0 qu e s e refere a natureza 'da continuidade social.A continu id ade em Iormas de vida socia l depende d ac on ti nu id ad e e st ru tu ra l, i st o e t d e um a especle de con-t inuidade no ajustamento d as pessoa s u rna s com as ou -tra s . A tua lm en te ex iste u rn a ju s ta men to das pessoa s emn a cr oe s, e 0 fa to de qu e por seten ta anos eu pertencaa nacrao inglesa , ernbora tenha passad o grande par tede rninha v id a em ou tras na cd es, e u rn fa to d ees tru -tura social. Urn a na ~a Oj uma tribo, um cia , um orga-n ism o com o a Academ ia Francesa, ou com o a JgrejaCa t6 lica , pod em continuar a ex is tir com o aju s ta mentod e p es so as , e m bo ra 0 co nju nto d as pes so as, a s u nid ad esde que cada u rn se cornpd e, m udem vez por outra, Ex is -te contluu ld ade da estru tu ra , ta l com o lJllt corpo h u-m ano, do qu a l os com ponentes sao m olecu las e estaco ntln uid ad e perm a nece, em bo ra a s m olecu la s q ue .co ns-tituem C) corpo es teja m con tlnua mente em m uda nca . N aes tru tu ra polltica dos Estad os Unidos deve haver sem -pre um Presldente: par cer to tem po e H er be rt H o ov er ,em ou tro perlod o e Fra nklin R oos evelt, m a s a es tru tu rap err na nec e co nt in ua co m o u rn a ju st am e nt o.As rela cdes socla ls , d as qu a is a rede contlnua cons-titu i a estru tu ra socia l, na o sao conju ncdes a ciden ta is d eInd ivld uos , m as sa o d eterrnina da s pelo p ro ces so so cia l.e q ua lq uer r ela ~a o e aqu ela em que a condu ta da s pes -soas em sua s ln tera eees com a s d em ais e c on tr ola d a p o~norm as, reg ras au padrees, A ss im sendo , em qu alquerrela~ao no seio de um a estru tu ra socia l a pessoa sabeque se d eve cond uzlr de acord o com essas norm as etern ra zdo em espera r que ou tras pessoas fa cam 0 mes -

    20

    tIm o. C os tt tm a -s e ch am a r instituidies as normas de ca n-d uta esta belecid as d e d eterrnina da form a d e v id a socia l,Institu i~ao e um a norm a estabelecida de conduta reco-nheclda com o ta l por um grupo socia l au classe lden-U ficA veis i a norm a 1h es serve, pa is , de institu i~a o. A si ns ti tu i ~o es d es ig n am urn tipo ou classe dlscernlvel dere la cee s a u in te ra co es socials. A ssim , em d eterm ina dasociedade r eg io n alm en te d ef in id a , descobrlmos qu e Mnormas acei t as quanto ao m odo pelo qual 0 hornernd ev e a gir em rela c;:a o a s ua m u Ilte r e f iIhos. A relacraod as institu lcd es para com a es tru tu ra socia l e , portanto,d upla . Por u rn lad o, h i a es tru tu ra socia l, ta l com o afa m ili a n o p res en te exernplo, p ar a c uja s r ela ~o es co ns ti-tu intes a s in st it ui ~5 es p ro po rci on am a s normas : po r ou-tro la do, h a 0 gru po , a so cied ad e loca l nes te ex ernp lo ,na qu a l a norm a e estabelecida pelo reconhecimento ge-ra l dela co mo a qu e d eterrnina a conduta adequada, Asj ns ti tu i~ oe sj s e e st e t er m o e em preg ad o p ar a d es lg na r 0ordenam ento da sociedad e da s interacoes d as pessoasnas relacoes sociais , apresenta esta dupla conexao coma es tru tu ra , com urn grupo ou clas se d a qu a l se pod ea firm ar ser um a ins titu i~ao) e com aqu elas rela cd es noseio d o s is te m a es trtr tural ao qua l as normas se aplicam,N um sistem a socia l pode haver Instltu icdes que estabe-lecarn normas de conduta para um rei, p ara [u lzo s q ua n-ta ao cum prim ento dos deveres de seu offclo, pa ra aspo licia is , pa ra os chefes de fa mIlia , e a ss im por d lante,com o tam bern norm as de condu ta referen tes a pessoasque venham a en tra r em conta to d entro da vid a . socia l.D ev em o s m e nci on ar Ii ge ir am en te a te rm o organiza{:iio.o conceito es ta ev id entem ente em estreita rela ca o como concelto d e estru tu ra socia l, m as e a co ns el ha ve l n aotra ta r am bos os term os com o s lnnnimos, Empregoade -quado, qu e nao pa rte d o em prego com u rn em ingI~s, edefinir a estru tu ra socia l com o u rn a ju s ta mento d e pes -s oa s em re la c;5 es co ntr oJ ad as o u d efin id as In sti tu ci on al-m ente, com o a relac;:ao de rei e s r id l to, au de m a rldo em ulh er, e em prega r o rganlza eao com o d es ignando u rna ju stam en to d e a tiv id ades. A organiza cjo de um a 1 0 \ -brica e u rn a ju s tam en to da s d iversas a tlvid ad es de ad -

    21 .~ .

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    9/11

    minlstracao, da chefla, do s operarios dentro da atividadetota l d a fabrica . A estru tu ra de um a fam ilia , com preen-dendo p ai s, fi lh os e e m pr eg ad os , e i n st i tu c ion a lmen t e c on- trolada. As atlvidades d os d ivers os memb r o s da casesera o prov avelm ente su jeita s a cer to a ju sta mento reg u-la r e a organisacao da vid a do Ja r nes te sen tido podeser d iferente em d iversas fam flias na m esm a socieda de.A estru tu ra d e u rn exerc ito m oderno consiste, em prt-rneiro Ingar , de u rn a ju stam ento em gru pos - reg i-mentes, divisoes, brlgadas, etc., e em segundo lu gar um ,ajustamento hierarquico - generals, coronets, majore s ,capitaes, etc. A organiza~ao do ve x er c it o c ons i s te doa ju stam ento d as a tlv id ad es de seu pessoa l na paz e naguerra . No seio d e um a organ iia~ao cada pessoa ternurna funfiio. Podem os, pols , d izer que qua ndo estamostratando d e urn s i st ema e s tr u tu r a le s tamo s Interessadosnum sis tem a de posicses socia ls , a o passo que numaorganlzacao tra tam os d e ur n sis tem a de [uncses.

    I I FUN~AO SOCIALo term o fun9 ao tern gra nde variedade d e s ig ni fi ca d os ,.d epen dend o d o co ntex te. N a m atem atica , confo rm e a pre-senta da por Eu ler no secu lo XVIII, a pa lavra reiere-sea um a expres sao ou s fm bolo qu e pode ser escrita nopapel com o Jog . X, e nao tern qua lquer relacao com .a pa lavra ta l qua l e em pregada num a ciencia com o afi si ol og la , N a f is io lo gi a 0 conceito de fun~ao ede fun-da menta l im portancia pa ra capaclta r-nos a tra ta r d a ill-sepa ravel rela cao de estru tu ra e processo da vid a orga-nlca. Urn organ ism o com plexo, ta l com o 0 corpo h u-m ano, tern a estru tu ra com o um a d isposi~ao de 6rgaos~tecidos e flu ldos . M esrno um organism o qu e consistad e u rna (m ica celu la tern cer ta es tru tu ra com o u rn a ju s -ta m en to d e m o lecu la s, 0 o rg an is rn o t ern t ar nb er n v id a,e esta des lgnam os por processo. 0 co nce it o d e fu n~ a()oorganlca e a quele que em pregarnos pa ra des ignar a cor-relaca o entre a estru tu ra de u rn organisrno e 0 processovita l desse organlsm o. as processos que transcorrem

    22

    i

    '1

    1Ij

    d entro de u rn corpo humane en qu an to v iv o d ep en den tda estru tu ra organlca , E ' fun~ao do coracao bom bearsangue a traves do corpo. A es tru tu ra organica , com oes tru tu ra viva , pa ra sua continu id ade depende do pro-cesso que constitu i todo ~ processo vita l. Se 0 coracaocessa r de execu ta r su a fun~ao, 0 p ro ces so v ita l t er mi naea . estru tura c omo estrutura viva tambern a ca ba . A ss im ,o processo d epend e d a estrutura, e a continuldade daestrutura d ep en de d o p ro ce ss o.Co m referencia aos s is te m as s oc ia is e s ua c om p ree n-Sao te6rica , u rn d os m eios deem pregar o concelto defunr;ao e identlco a o e m pr eg o c ie nt ffi co f ei l!o em fisiolo-gla , Pode ser em pregado pa ra d esignar a interconexa oentre a estrutura social e 0 processo de vida socia l. E 'o em prego d a pa lav ra fun9ao que m eparece nes te sen-tido uti! em soclologia co rn pa ra da . O s tres conceitos:p ro ce ss o , e st ru t ur a e fun~ao sa o, pois, com ponen tes deum a tinica teor ia ou esquem a de in terpretacao de sis-tem as socia is hum an o s. O s tres conceitos estao logica-men t e i n te r -r e la c ion ad os , vista q ue d U1 l9 ao e u sadopara d esignar as relacd es de processo -e e st ru tu ra . T eQ -ria e 0 q ue p ad em o s aplicar ao estudo tan to da conti-nu idade em farm as de v ida socia l com o tarnbem 80p ro ce ss o d e t ra ns fo rrn aca o n es sa s fo rr na s,Se cons ideram os determ ina do a specto da v id a socia lo omo 0 castIgo do cr im e, ou , em ou tra s pa lav ras , aa plica ca o, m ed ia nte cer to proced im ento orga niza do , d esa ncbes pena is qu anto a cer to s tip os d e cond uta , 'e inda-gam os qua l e su a fun~ao socia l, ternos u rn problem afu nd am enta l d e soclologla oom pa ra da pa ra 0 qual tunad as prim elraa contr ibu icoea fo i a de Durkh eim em suaDivision du Travai l Social . Urn problem a gera l m ultoam plo se coloca qu ando ind agam os qua l e a fu n~aosocia l d a religiao. Com o foi as sina la do em urn dos e/J-s ai os d es te volume, 0 estudo des te ' problem a ex ige aconsid era ca o d e gra nd e rn irnero d e prob lem as m ais res-trlto s, ta l com o a fU1l9ao socia l d a adorayao dos ante-passados naquelas sociedades em que isto se verifiea ,M as nessas investiga90es m ais Iim ita das, no caso dateor ia a qu i esbocada ser a ceita , a proced im en to tern de23

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    10/11

    se r 0 exarne da correla cao entre os a spectos estru tu -rais da vid a socia l e 0 c or re sp on de nt e p ro ce ss o s oc ia l,na med ida em qu e a mbos es teja m im plica dos nu m sis-t em a c on ti nu o.o prlrneiro ensaio desta cole~ao pode servir parailu st ra r es ta s ldeias te6ricas. T ra ta ele da institu i~a op ela qu al 0 Who d a i rm a t er n fa rn iIi ar id ad e p ri vll eg ia d aperm itid a em sua condu ta para com 0 Irrnao d e suamae . 0 cos tume e conhecido em tr ibos da Am erica doN ort e co m o osWinnebago e outros, nos povos da O cea-nia , ta is com o os habltantes de Fiji e Tonga , e em al-gum as tr ibes da Africa . M inhas observacces pessoa lsdessa institu i~ao foram feita s em T ong a e Fiji, m as co-.rna 0 trabalho destinava-se a publico sul-africano, pa-receu -rne preferfvel referlr-m e : a u rn unico exem plosu l-a fr icano , visto que um a analise com pa ra tiva m aisampla d em a nd aria en sa io mals longo. 0 m odo usua ld e tra ta r des ta institu i~ao , ta nto na Oceania com o naA fr ic a, f oi p ro po rc io na r u m a e xp li ca ca o p se ud o- hi st or lc atendente a dem ons tra r que se tra tava de. sobrevivencianum a socied ade pa trilinear a par tir de um a antiga con-di

  • 5/17/2018 RADCLIFFE-BROWN. Estrutura e Fun o na Sociedade Primitiva.

    11/11

    tern um a reforrnu lacao na qua l certos term os sao em -pregados d iferentem ente d o m od o com o 0 foram nosa n. tig os e ns ai o.s a go r~ reimpressos. Par exernplo, no sprim elros ensa ros escritos h a vinte au rna ls anos , a pa -la vra cu ltu ra ~ em preg ad a co m 0 signif icado adrni t idodaqueIa epoca com o term o geral d es igna tivo de u m m o-d o d e v id ~, in clu siv e 0 m od o d e pen sa r, d e d eterm in ad og ru po s oc ia l Iocalmente defin ido. "

    r.

    .'

    26

    Capitulo I

    o Irrnao da Maena Africa do SuI .A TR IB UI-S E G RA ND E IM PO RT AN CIA A RELAt:;AO DE IRMAO-d m ae e filh o d a irm a en tre pov os pr imi t ivos em mui-ta a r tes do m undo. Em alguns ca ses , 0 filh o d a irm artos d ireitos especia is sobre a propried ade doIrrnao su a m ae. Houve epoca em que era cos tum e-co ns id era r es sa s pra tica s com o rela cion ad as com insti-tu icdes m at' rca is , e sus tentava-se que su a presen(:a.num povo patr 'near pod ia s er o on si de ra d a c om o p ro va .d e que aquele p. YO ter ia sid e m atr ilinea r em algum aepoca passada . Es t m odo de ve r e a inda m antid o porun s poucos antropolo s e foi adotado por Junod em-seu liv ro s ob re o pova baThonga d a A frica Orienta lP or tu g ue sa . R et er ln d o- se s co stu m es relac ionados co mo com portam enfo reclproco irm ao da m ae e W ho da"irm a, d iz ele: Ora , tend o pes u lsad o com especia l cu i--d ado es te cu rlos lss im o aspecto s is tem a thonga , ch e-go a conclusao de. qu e a unica plica~ao poss lvel e'qu e, antlgam ente, em tem pos m ulto "em otos , nossa tri-'bo passou por u rn es tagto m atr iarca l unod , Th e L ifeof a South African Tribe, 1913, Viol. p. 253).E' des ta teoria qu e desejo tra ta r nes te ensa io; m as'nao e m in ha in te nc ao vrepetir ou acrescent as obje-'c roes que jii se levanta ram contra ela por d i rsos crl-ticos nos u ltlm os anos . A crltica m eram ente ega tiva1Bnsa lo lido peran te a Sou th A fr ican A ssocia t ion for th e Ad vancem ent'01 Science, em 9 de Julho de 1924, e Impressa no South African Journal.of Science, Vol . XXI , p p . 5 42 -5 !i .

    27