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    Inmeras pesquisas no Brasil trata-ram do uso do rdio por instituiesreligiosas tanto na Igreja Catlicacomo no ramo protestante e pentecos-tal. Todavia, so poucos os estudos emhistria que analisaram a radiodifusonuma das mais importantes institui-es pentecostais brasileira: a Igreja

    Assembleia de Deus. Assim, com ampa-ro metodolgico em estudiosos que tmse preocupado em aproximar a histriadas religies histria das tcnicas,sobretudo o historiador francs MichelLagre, neste trabalho analisamos osdebates sobre a radiodifuso nas Con-

    venes Gerais das Assembleias deDeus do Brasil (CGADB).

    Palavras-chave: Religio. Radiodifu-so. Assembleia de Deus.

    Os debates sobre a radiodifuso nasConvenes Gerais das Assembleias

    de Deus no Brasil1

    Andr Dioney Fonseca*

    Introduo

    Em 1999 o historiador Michel Lagreapresentou ao pblico francs um livro cujottulo evidenciava a ousadia da proposta:La bnediction de Promthe: religion ettechnologie.2 Conforme expressou JeanDelumeau em prefcio obra de Lagre,

    a abordagem do trabalho inovadora, so-bretudo por se lanar no desafio de apro-ximar a histria das religies histriadas tcnicas, ambas to segregadas, pelomenos, nos dois ltimos sculos, em que

    * Mestrando no Programa de Ps-Graduao em His-tria da Universidade Federal da Grande Dourados(PPGH/UFGD); bolsista Capes; membro do Grupode Pesquisa em Histria Religiosa e das Religies

    do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient-fico e Tecnolgico (CNPq). E-mail: [email protected]

    1 Verso deste trabalho foi apresentada no IVCongresso Internacional de Histria realizadona Universidade Estadual de Maring (UEM)em 2009. Agradeo, dessa forma, aos estudantese professores que contriburam com sugestesque dentro do possvel foram acrescentadas nes-te estudo.

    Resumo

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    vrios trabalhos se ocuparam em apontaros possveis confrontos entre religio e mo-dernidade.3

    Em seu estudo, Michel Lagre anali-sou os conflitos que gravitavam em torno

    da incurso de novos aparatos tecnolgicosno cotidiano religioso do perodo de vign-cia do catolicismo ultramontano.4 Para oautor, tais problemas surgiriam com asinovaes tecnolgicas na agricultura, napesca, com a difuso de novas fontes deenergia, com a evoluo dos transportes e,principalmente, dos meios de comunicaoe das tcnicas de transmisso. Segundo

    Lagre, a tipografia, as tcnicas de dupli-cao, de reproduo de imagens (com afotografia e o cinema), o telgrafo, o telefo-ne (principalmente no que se refere ao seuuso na confisso), os sistemas de armaze-namento de som (gravao), o rdio, a tele-grafia sem fio e a televiso foram catalisa-dores de enormes polmicas entre clrigose intelectuais do perodo ultramontano.5

    Nesse caso, entretanto, conformeLagre, essas tcnicas de informao, decomunicaes e de transmisses foramno s gradativamente aceitas pela Igre-

    ja (como ocorreu com as demais tcnicas),mas sofreram uma forte apropriao porserem extremamente teis, tanto na or-ganizao institucional quanto na evan-gelizao. o caso do rdio, sobre o qual

    Michel Lagre iniciou sua anlise com aseguinte indagao: Como o clero reagiadiante da radiodifuso?6A resposta indi-cada pelo autor demonstra que o ataque nova tecnologia gradualmente perdeu for-a diante das potencialidades encerradasna radiofonia: No nos surpreenderemos

    ao encontrar os trs momentos habituais:a crtica e a imprecao contra ameaa mo-ral, a organizao em resposta, e, enfim, ainstrumentalizao do objeto tcnico a ser-vio de uma perspectiva crist.7

    Ainda que os limites do estudo de La-gre estejam circunscritos, especialmente,ao espao de lngua francesa, o autor nodeixou de citar o desenvolvimento das r-dios catlicas na Amrica Latina chaman-do ateno necessidade de pesquisas so-bre a relao da Igreja latino-americanacom este meio de comunicao. Em suaspalavras:

    O verdadeiro reino do rdio catlico, nadcada de 1950, parece, no entanto tersido na Amrica Latina. A Radio Chi-lena transmitia desde 1953 no Chile, oBrasil possua duas estaes catlicasdesde 1956. A Bolvia tinha a Rdio Fi-des e a Rdio Loyola, o Equador, a RadioCatholica del Ecuador; a Venezuela e oParaguai eram igualmente equipados. Amais conhecida era a Radio Suttatenza,na Colmbia.8

    Mesmo que a presena catlica no r-dio tenha sido marcante na Amrica Lati-na, conforme apontaram diversos estudos,9outros grupos religiosos latino-americanostambm no demoraram a reconhecer aspotencialidades do rdio, como, por exem-plo, os protestantes e os pentecostais.10

    Assim, este trabalho tem por objetivo ana-

    lisar os debates sobre a radiodifuso nasConvenes Gerais das Assembleias deDeus do Brasil (CGADB),11 pois, mesmoque se tenha conhecimento do pioneiris-mo da Assembleia de Deus no uso do rdioem seus servios de evangelizao, poucose conhece sobre a desconfiana inicial da

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    cpula assembleiana em relao ao rdio es discusses que a situao de indecisosobre o uso ou no dessa tecnologia fomen-taram nas CGADBs.

    A Conveno Geral das

    Assembleias de Deus no Brasil

    (CGADB)

    A Igreja Assembleia de Deus foi fun-dada no Brasil por dois missionrios sue-cos (Daniel Hgberg e Gunnar Adolf Vin-gren), que, expulsos da Igreja Batista de

    Belm do Par no ano de 1910 (por rixasdoutrinrias), fundaram a Misso da F

    Apostlica que viria a se chamar em 1914de Igreja Assembleia de Deus.12Depois desua fundao, a Assembleia de Deus cres-ceu grandemente durante as dcadas de1920, 1930 e 1940, crescimento que atmeados da dcada de 1920 se concentrounas regies Norte e Nordeste, mas que

    a partir de 1925 alcanou vrios estadosbrasileiros.13

    Conforme afirma Antonio GouvaMendona, da experincia da posse do Es-prito Santo com o sinal da glossolalia [a

    Assembleia de Deus percorreu] um longocaminho de institucionalizao at chegar[...] a ocupar o lugar de maior igreja evan-glica do Brasil.14O incio dessa institu-

    cionalizao deu-se no momento de grandeaumento de igrejas por variados estadosda federao e tambm de crescimento domovimento pentecostal no Brasil, princi-palmente com a presena da CongregaoCrist, nos trinta primeiros anos do sculo

    XX.

    Com o aumento no nmero de igrejas,os lderes assembleianos atentaram paraa importncia das reunies peridicas dealcance nacional, que tratassem de temasligados manuteno da identidade, da

    unidade doutrinria e demais assuntosadministrativos, pois perceberam a neces-sidade de uma nova maneira de organiza-o, num momento em que a Igreja experi-mentava um extraordinrio crescimento.

    Foram, assim, realizados entre 1930e 2005 mais de quarenta encontros da li-derana da Assembleia de Deus, no intuitode discutir assuntos doutrinrios admi-

    nistrativos, teolgicos, ministeriais, entreoutros. Foram 37 encontros chamados deConveno Geral (CGADB) e quatro se-manas bblicas (que igualmente privilegia-vam o carter de discusso). Para os lde-res assembleianos, a Conveno Geral das

    Assembleias de Deus no Brasil era frutode uma percepo que pouco a pouco foicristalizando-se no seio da liderana pen-

    tecostal em todo pas, [mas reconheciamque] como acontece com toda a idia, elateve seus catalisadores.15 De fato, noeram poucos os debates realizados nessas

    Assembleias Gerais. Sempre muito concor-ridos, os temas levantados pelos conven-cionais eram debatidos, votados e, aps oconsenso, eram redigidas as resoluescom as diretrizes que valeriam para todas

    as congregaes espalhadas pelo Brasil.O incio dessa movimentao em prol

    de uma maior institucionalizao e orga-nizao da Igreja deu-se com o primeiroencontro em 1921, na vila de So Luiz,localizada no municpio de Igarap-Au,no estado do Par. Reunidos na casa do

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    pastor Joo Pereira de Queiroz, os pre-sentes trataram de temas variados, comoevangelizao, o andamento dos trabalhose tambm algumas dvidas teolgicas.Entretanto, os primeiros passos para a re-

    alizao da primeira Conveno Geral sforam dados em 1929, por iniciativa dosobreiros nacionais do Norte e Nordeste.16

    At o ano de 1930, a liderana da ADestava a cargo dos missionrios suecos,uma vez que, aps a sua implantao noBrasil, tanto os fundadores Berg e Vingrencomo outros missionrios vindos da Suciae dos Estados Unidos mantinham as igre-

    jas sem autonomia, ainda que a maioriadelas fosse dirigida por obreiros brasilei-ros. Em razo dessa hegemonia mission-ria, antes de 1930, somente os sacerdotesestrangeiros se reuniam para decidir osassuntos inerentes Igreja e seu anda-mento. Somente em 1929, os obreiros na-cionais, encorajados pelo desejo de maiorparticipao e liberdade nas decises, pas-

    saram a organizar reunies, o que podemosobservar nas palavras de Silas Daniel:

    [...] na conduo dos trabalhos j esta-belecidos nas regies Norte e Nordeste,[...] se reuniram de 17 a 18 de fevereiro[...] em Natal (RN), para tomarem umadeciso. Ao final da reunio, resolverammarcar um outro encontro, tambm emNatal, mas desta vez reunindo tanto pas-tores nacionais como missionrios sue-

    cos. O objetivo era expor aos missionrioso desejo de ganhar autonomia.17

    Foi ento que em 1930, embaladapelo novo esprito de participatividade,ocorreu, entre os dias 5 e 10 de setembro,a primeira Conveno Geral das Assem-bleias de Deus. Missionrios e pastores

    nacionais deliberaram sobre diversos as-suntos: discusso em torno do relatrio dotrabalho dos missionrios, a criao de umnico jornal para a instituio, a polmicaquesto do ministrio feminino e a trans-

    ferncia da direo dos trabalhos aos pas-tores nacionais (sacramentada pela vitriado pastor nacional Ccero Canuto de Limapara a presidncia da Conveno Geral dasIgrejas Assembleias de Deus no Brasil).

    O rdio no Brasil

    O rdio, assim como os primeiros

    pentecostais, chegou ao Brasil nas pri-meiras dcadas do sculo XX. A primeiratransmisso radiofnica oficial no Brasilaconteceu em plena comemorao do Cen-tenrio da Independncia no Brasil, em 7de setembro de 1922. O discurso do pre-sidente Epitcio Pessoa foi transmitido deuma estao de 500 W instalada no alto doCorcovado. Aps o discurso, que foi capta-

    do por oitenta aparelhos de rdio, a estaoreproduziu msicas lricas, conferncias econcertos e interrompeu a transmisso aofim das comemoraes.18

    Um ano aps a experincia inicial, ogoverno montou, na capital carioca, umaestao de rdio que transmitia, em con-dies bastante precrias, programas lite-rrios, musicais e informativos. Ainda em

    1923, Roquette Pinto e Henrique Morizefundaram a Rdio Sociedade do Rio de Ja-neiro. Sob a influncia da Rdio Socieda-de, vrias outras rdios foram fundadas,todas a partir da organizao da prpriasociedade, caracterstica comum s rdiosdo perodo. As principais foram Rdio Clu-

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    be Paranaense, Rdio Clube de Pernam-buco, a Rdio Sociedade Rio-Grandense,a Rdio do Maranho, a Rdio SociedadeEducadora Paulista e a Rdio Clube de Ri-beiro Preto.19

    Em 1932 a liberao da publicidadepelo governo Vargas e os primeiros ann-cios criados por Waldo Abreu marcariam ahistria do rdio, uma vez que, mantidaspelo dinheiro dos anncios, as emissoraspassaram a ter carter comercial. No anode 1935 o governo de Getlio Vargas inau-gurou a Rdio Jornal do Brasil, na qualia ao ar o programa oficial Voz do Brasil.

    Nesse mesmo ano a Rdio Kosmos, de SoPaulo, apresentou os primeiros programasde auditrio e, no clima de efervescncia,na ltima metade da dcada de 1930 seriainaugurada ainda a Rdio Nacional do Riode Janeiro e a Rdio Tupi de So Paulo esta ltima por iniciativa de Assis Chate-aubriand.20

    A dcada de 1940 considerada a

    dcada de ouro do rdio. Desse perodoso as radionovelas, bem como uma novaconcepo de jornalismo, que tinha comosmbolo maior oReprter Esso, e a consa-grao dos programas de auditrio, res-ponsveis pela promoo de dolos do r-dio, como Linda Batista, Araci de Almeida,Francisco Alves, Carmen Miranda, Orlan-do Silva, Slvio Caldas.21Entre a dcada de

    1950 e 1980 o compasso do desenvolvimen-to do rdio foi marcado pelos avanos tec-nolgicos. Alm da inveno do transmis-sor que permitiu a fabricao de aparelhosde rdio menores, surgiram tambm o somestreo e a frequncia modulada (FM).22

    Em suma, podemos afirmar que o r-dio cumpriu um importante papel na reade comunicao, principalmente num pascom as dimenses territoriais do Brasil, eos grupos evanglicos no tardaram a re-

    conhecer as potencialidades desse meio decomunicao, iniciando a partir de 1940suas primeiras experincias no rdio. Re-lata Luther King de Andrade Santana:

    A partir de 1940 surgiram no Brasil osprimeiros programas evanglicos no r-dio e as denominaes pioneiras forama Igreja Adventista, a primeira a alcan-ar o rdio a nvel nacional, e algumaspentecostais como a Assembleia de Deus,

    a Igreja do Evangelho Quadrangular,O Brasil Para Cristo e a Igreja Deus Amor. O modelo desses programas nosprimeiros anos era norte-americano, eposteriormente, passaram a ser idealiza-dos por brasileiros.23

    Conforme Ricardo Mariano, o evan-gelismo miditico em rdio e tev consti-tui-se no mais poderoso meio para atrair e

    recrutar rapidamente elevado nmero deadeptos. No entanto, mesmo com a chegadada televiso no Brasil na dcada de 1950,o rdio continuou sendo o veculo preferidodos evanglicos para a propagao de suasmensagens. Para Mariano, so pelo menostrs as razes para a predileo: O menorpreo de locao ou de compra das emisso-ras, seu baixo custo de manuteno e suaelevada audincia entre os estratos maispobres da populao.24Alexandre Fonse-ca lembra que a televiso um meio decomunicao que exige maior investimen-to financeiro, mas ainda assim no tem omesmo poder de insero das mensagensproselitista que o rdio.25

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    evanglicas houvesse tentativa de controlepor parte das Igrejas tradicionais for-ma como a mensagem pentecostal era con-duzida. Do mesmo modo, as palavras dosconvencionais buscavam encontrar uma

    forma de restrio sem, contudo, chegar negao: No devemos nos associarmos[sic] a tais sociedades, pois, como pentecos-tais que somos, devemos estar separadosde tudo que possa tolher a nossa liberda-de que temos em Cristo; mas quanto a tero microfone para irradiar as pregaes,podemos.30

    O arremate discusso sobre as so-

    ciedades evanglicas de rdio foi dado porum convencional que, categoricamente,afirmou: Eu creio que se os crente esti-verem cheios do Esprito Santo, j temosnosso rdio.31

    Em consonncia com o desenvolvi-mento da radiofonia no Brasil, na segundametade da dcada de 1940 vrios progra-mas foram ao ar por iniciativa de pastores

    e missionrios assembleianos. NoDicion-rio do Movimento Pentecostalencontramosreferncia aos principais.32O programa dopioneiro do radioevangelismo na igreja As-sembleia de Deus Lawrence Oslon, aindaque sob forte oposio, foi ao ar em 1947,na Rdio Cultura de Lavras em Minas Ge-rais. Em 1950, o pastor Jos Gomes Mo-reno, da cidade de Curitiba, deu incio ao

    programa Voz Evanglica das Assembleiasde Deus pela Rdio Guairac.

    Em janeiro de 1955, Lawrence Oslonlanou pela Rdio Tamoio o histrico pro-grama Voz das Assembleias de Deus. Ain-da no ano de 1955, o pastor Alcebades Pe-reira de Vasconcelos props Igreja de So

    Lus no Maranho a criao de um serviode evangelizao pelo rdio. Sendo aprova-da a proposta, o programa utilizou, numprimeiro momento, os estdios da RdioRibamar, transferindo-se no ano de 1956

    para a Rdio Timbira do Maranho. Tam-bm do ano de 1955, foi ao ar o programaO Som do Evangelho na igreja de Belm doPar. Com a transferncia de AlcebadesPereira de Vasconcelos em 1960 da capi-tal do Maranho para a capital do estadodo Par, a Igreja Assembleia de Deus dacidade Belm entraria numa nova fase doradioevangelismo, posto que toda a expe-

    rincia de Vasconcelos nas rdios de SoLus serviu para reestruturao da radio-fonia evanglica na capital paraense.33

    Com esse rpido desenvolvimento doradioevangelismo assembleiano nas dca-das de 1940 e 1950, a questo da rdio no-vamente voltou ao temrio da CGADB. Adiscusso aconteceu no encontro realizadoem Recife, no dia 19 de novembro de 1962,

    aberta pelo pastor Rodrigo Silva Santanada Assembleia de Deus em Salvador, queapresentou aos convencionais a seguintequesto: Como fazer para as Assembleiasde Deus no Brasil manterem um progra-ma oficial radiofnico dirio em uma po-tente emissora?34Diante da complexida-de do tema, o presidente da mesa, pastorPetronilo dos Santos, pediu que o pastor

    Santana expusesse melhor o assunto. Noentanto, a fala do lder de Salvador nofoi o bastante para gerar consenso sobreo assunto, sendo para esta tarefa designa-da uma comisso especial por iniciativa dopastor Francisco Miranda da Assembleiade Deus em Braslia.35

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    Aproveitando a oportunidade aberta

    pela matria em apreciao, o pastor Nel-

    son da Silva Pinto props a oficializao do

    programa de rdio Voz das Assembleias de

    Deus. Deolando Almeida, ento gerente da

    Casa Publicadora das Assembleias de Deus

    (CPAD), pediu que, se oficializado, fosse

    um programa radiofnico que inclusse um

    quadro sobre a Escola Dominical. Como o

    tema era concorrido, os convencionais soli-

    citaram que os debates fossem conduzidos

    somente a partir da resoluo formulada

    pela Comisso do Rdio. A medida, no en-

    tanto, no apaziguou o clima, j que no

    havia concordncia sobre os membros queiriam compor a comisso. O pastor Joo

    Kolenda Lemos pediu mesa que se fizes-

    sem presentes na comisso aqueles que j

    possuam experincia em programas de r-

    dio. Aps as falas de Eurico Brgstn, S-

    tiro Loureiro e Jos Pimentel de Carvalho,

    ficou decidido que as delegaes estaduais

    escolheriam os membros da comisso.36

    O parecer da Comisso do Rdio foiapresentado na manh do dia 22 de no-vembro pelo pastor e j experiente radio-evangelista Alcebades Pereira de Vascon-celos, como segue:

    A Comisso constatou que o problema verdadeiramente complexo por suagrandiosa importncia, no podendo, emvirtude disso, resolver. Aps detido e pru-dente exame do assunto, a Comisso pro-

    pe Conveno Geral o seguinte:a) Orar a Deus para que nos concedauma emissora, que nos proporcionar ummaior rendimento quanto evangeliza-o pelo rdio;b) Fomentar, enquanto possvel a manu-teno dos atuais programas das igrejaslocais e a criao de muitos outros;

    c) Que fique a proposta do pastor Rodri-go Santana em evidencia entre ns, prin-cipalmente aos diretamente interessadosna evangelizao pelo rdio, como ques-to aberta e em estudo at se encontraruma forma equnime para sua soluo;

    d) Que de nenhuma forma e por qualquerhiptese, mesmo que venhamos a terum programa de mbito nacional e umaemissora prpria, sejam prejudicados osprogramas j existentes e aqueles quevierem a existir;e) Que o pastor Joo Kolenda Lemos est disposio de todos os atuais diretoresde programas radiofnicos e tambm dosfuturos no sentido de estes forneceremalguma ajuda til, inclusive por escrito;

    f) Que todos os diretores de programasradiofnicos evanglicos das Assembleiasde Deus no Brasil enviem Redao dosnossos peridicos os endereos das emis-soras em que operam, constando de ttulodo programa, horrio, dia, local, prefixo eciclagem da emissora utilizada.37

    Mesmo sem o conhecimento de todosos membros que compuseram a Comissodo Rdio, pode-se perceber que a indicao

    do pastor Kolenda Lemos sobre a impor-tncia da participao dos missionrios epastores com experincia na radioevange-lizao foi em parte atendida. Alm do re-lator Alcebades Vasconcelos, o prprio Ko-lenda Lemos tinha experincia no rdio,uma vez que atuou ao lado de LourenceOslon no programa Voz das Assembliasde Deus entre 1951 e 1955.38

    Assim, a presena de ministros quej vinham atuando no rdio marcou o tomda resoluo, primeiramente, pela ausn-cia de ressalvas quanto ao uso do rdio pe-los membros e seus malefcios f assem-bleiana, como o foi na resoluo de 1937.Tambm fica claro o af dos membros da

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    comisso em expandir os programas ra-diofnicos, sem, contudo, prejudicar os que

    j estava em andamento. Por fim, inte-ressante notar que a Resoluo do Rdio,ao mesmo tempo em que no dava qual-

    quer indicao de liberao do rdio parao uso dos membros, solicitava que os ra-dioevangelistas comunicassem redaodos peridicos que eram publicados pelaIgreja, os programas existentes, inclusivecom a ciclagem de sintonizao. Os lderesassembleianos teriam deixado de lado apreocupao com o uso do rdio nos laresde seus fiis?

    Nas CGADBs realizadas aps 1961no houve registro de debates sobre a uti-lizao de aparelhos de rdio por partedos membros da Igreja. Todavia, pelo queconsta no Dicionrio do Movimento Pen-tecostal, fora da CGADB as discusses seestendiam.39Emblemtico nesse debate foio artigo do conhecido doutrinador assem-bleiano pastor Francisco Assis Gomes, que

    nas pginas da revista A Seara de 1969cunhava a expresso radiolatria. Aindaque reconhecendo a importncia dos pro-gramas de rdio, o pastor Gomes preo-cupava-se com vrios aspectos da radiofo-nia: o tempo perdido pelos fiis em tornodo rdio, as canes apaixonadas e inde-centes, as coisas absolutamente inteis,a chiadeira dos aparelhos.40O artigo ain-

    da repreendia aqueles rdio ouvintes que,habituados s pregaes programadas,desprezam as mensagens simples dosirmos que no tiveram estudo. Ora apregao do rdio tem que ser antecipa-damente preparada com as boas regrasda homiltica e da gramtica, com muitocuidado para no conter erro teolgico

    nem de linguagem, diferente da feitaimprovisadamente [sic] no plpito pelopregador da roa. Uma coisa porm certa: o radilatra rvore sem fruto naigreja. No coopera nas despesas feitaspara a extenso da obra evanglica; nem

    mesmo para os programas de rdio. Tor-na-se improdutivo! Fica em casa ouvindoo rdio sim, mas sem receber as indis-pensveis instrues doutrinrias. O r-dio prega, mas nem sempre doutrina. Emmuitos casos a famlia se corrompe com aimundcie que o rdio lhe transmite. Jpresenciei em casa de crente, criancinhasfazendo voltas no corpo quando ouviam,pelo rdio, as msicas sambalsticas.41

    Durante as convenes realizadasnas dcadas de 1970 e 1980, tanto a radio-evangelizao como a liberao para o usodo aparelho por parte dos membros noapareceram nos registros. Entretanto, in-diretamente, outros acontecimentos regis-trados nas Convenes Gerais comprovamque, gradativamente, a restrio ao uso dordio nas casas dos fiis foi perdendo fora. o caso da Conveno de 1975, na qual foiaprovada a Resoluo de Santo Andr, quetratava das normas de usos e costumes dosfiis.

    O palco desta resoluo foi o encontrorealizado na cidade de Santo Andr, entreos dias 20 e 24 de janeiro, da o nome peloqual ficou conhecido esse documento his-trico para a Igreja. Seu contedo reuniamuito dos debates de 45 anos de encon-tros da liderana assembleiana e vriasregras que j vinham sendo praticadaspelos membros desde os primrdios da As-sembleia de Deus no Brasil. Chama aten-o o fato de a resoluo citar at mesmoa televiso, mas mesmo assim ter deixado

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    de lado a indicao de proibio de uso dordio, conforme podemos notar:

    A Conveno Geral das Assembleias deDeus no Brasil, reunida na cidade deSanto Andr, Estado de So Paulo, re-

    afirma o seu ponto de vista no tocanteaos sadios princpios estabelecidos comodoutrinas na Palavra de Deus a BbliaSagrada e conservados como costumesdesde o incio desta obra no Brasil. Im-buda sempre dos mais altos propsitos,ela, a Conveno Geral, deliberou pelavotao unnime dos delegados das igre-jas da mesma f e ordem em nosso pas,que as mesmas igrejas se abstenham doseguinte:

    1. Uso de cabelos crescidos, pelos mem-bros do sexo masculino;2. Uso de traje masculino, por parte dosmembros ou congregados, do sexo femi-nino;3. Uso de pinturas nos olhos, unhas e ou-tros rgos da face;4. Corte de cabelos, por parte das irms(membros ou congregados);5. Sobrancelhas alteradas;6. Uso de mini-saias e outras roupas con-trrias ao bom testemunho da vida cris-t;

    7. Uso de aparelho de televiso convin-do abster-se, tendo em vista a m qua-lidade da maioria dos seus programas;absteno essa que se justifica, inclusive,por conduzir a eventuais problemas desade;8. Uso de bebidas alcolicas.42

    A resoluo no4/77, aprovada na Con-

    veno Geral realizada na capital do esta-do de Pernambuco no ano de 1977, indica apreocupao com a rpida disseminao dordio, propondo Comisso de Educaoe Cultura Religiosa que expedisse certifi-cado sobre o bom nvel de programas ra-diofnicos ou outros quaisquer veculos de

    divulgao mantidos pelas Igrejas.43O quese pode perceber que a ateno dos lde-res da CGADB voltava-se nesse momentomais qualidade dos programas do que proibio do uso do rdio por parte dos

    membros.

    Consideraes finais

    O advento do rdio colocou a IgrejaAssembleia de Deus em uma situao pa-radoxal, j que dois aspectos que marca-ram profundamente as primeiras dcadasdesta Igreja no Brasil passaram, diante da

    nova tecnologia, a gerar incmodas contra-dies.

    O primeiro aspecto a evangeliza-o intensiva, ou proselitista como pre-ferem alguns autores, que impulsionou ocrescimento da Igreja nos trinta primeirosanos.44 O segundo a importncia dadapela Assembleia de Deus aos chamadosusos e costumes, considerados um impor-

    tante elemento na formao da identidadedo crente assembleiano.45Desse modo, aomesmo tempo em que o rdio se apresen-tava como um formidvel instrumento depropagao da prdica pentecostal, tam-bm atentava contra o princpio de separa-o que deveria existir por parte dos mem-bros das coisas mundanas.

    Num campo religioso cada vez maismarcado pela pluralidade e concorrncia,46

    a Assembleia de Deus no teve outra opoa no ser prezar pelo aumento do nmerode membros e manuteno desses no corpode membros da Igreja. Rdio e televisoforam centrais nesse debate, pois, alm deextraordinrios instrumentos de evangeli-zao, podiam, pela privao ao uso, pro-

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    vocar perda de fiis a outros ramos do pen-tecostalismo que desde a dcada de 1950vinham tomando corpo no Brasil.

    Semelhante ao caso da televiso,47

    a aceitao da tecnologia de radiodifuso

    pela Igreja Assembleia de Deus foi graduale gerou inmeros debates, que se arrasta-ram por dcadas. Evidentemente, por serum veculo de comunicao mais acessveldo que a televiso, conforme j apontado, ordio teve predileo entre os pregadoresassembleianos e foi totalmente aceito ain-da na dcada de 1970 diferentemente dateleviso, que s foi liberada formalmente

    em fins da dcada de 1990.48

    Em ambosos casos, no entanto, sobressai-se uma ca-racterstica semelhante quela observadapor Lagre na recepo das tecnologias noultramontanismo francs: reconhecimentodo potencial de evangelizao das novastecnologias, aliado liberao do uso dosaparelhos por parte dos membros.

    The debates about broadcasting

    inside the Assembly of Godsgeneral conventions

    AbstractInnumerable researches in Brazil ap-proached the use of the radio for re-ligious institutions as the CatholicChurch, or the Protestant and Pen-tecostal segments. Though, there are

    few studies in history that analyzedthe broadcasting of the Assembly ofGod Church, one of the most importantPentecostals institutions of Brazil. So,with methodological help by specialiststhat have been concerned in approxi-mating the history of the religions tothe history of the techniques, mainly

    the French historian Michel Lagre,in this work we analyze the debatesabout the broadcasting in the GeneralConventions of the Brazils Assembliesof God (CGADB).

    Key words: Religion. Broadcasting. As-sembly of God.

    Notas2 LAGRE, Michel.La bndiction de Promthe.

    Religion et technologie XIXe-XXe sicle. Paris:Fayard, 1999. Traduo para lngua portuguesa:

    Religio e tecnologia: a bno de Prometeu. LA-GRE, Michel. Religio e tecnologia: a bno

    de prometeu. Trad. de Viviane Ribeiro. Bauru:Edusc, 2002.3 DELUMEAU, Jean. Prefcio. In: LAGRE, Mi-

    chel. Op. cit.4 Conforme Ivan Aparecido Manoel, o chamado

    catolicismo ultramontano (1800-1960) tinhapor objetivo levar todos a: [...] aceitarem epraticarem os preceitos do ritualismo catlicoem sua forma romanizada; [...] repelirem o con-

    junto terico e filosfico racionalista do mundomoderno; [...] aceitarem o tomismo como nicafilosofia vlida para a humanidade; [...] recusa-rem o mundo capitalista e recuperarem a feuda-

    lidade como paradigma social. MANOEL, IvanA. O pndulo da histria: tempo e eternidadeno pensamento catlico (1800-1960). Maring:Eduem, 2004. p. 51. Augustin Wernet analisaa reao ultramontana nos seguintes termos:Engendrado com a mesma concepo medie-val unitria do Universo, esse catolicismo esta-va marcado pelo centralismo institucional emRoma, por um fechamento sobre si mesmo e poruma recusa de contato com o mundo moderno.Conscientes de que essa ordenao doutrinriaconstitua-se na fora mantenedora da unidadeda Igreja, os pontfices romanos, desde Gregrio

    XVI at Pio XII, no mediram esforos para asua consolidao. WERNET, Augustin.A Igre-

    ja paulista no sculo XIX. So Paulo: tica 1987.p. 40.

    5 LAGRE, op. cit., 2002.6 LAGRE, op. cit., 2002, p. 423.7 LAGRE, op. cit., 2002, p. 422-423.8 LAGRE, op. cit., 2002, p. 437.

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    Histria: Debates e Tendncias v. 9, n. 2, jul./dez. 2009, p. 376-390, publ. no 1osem. 2010

    9 SOUZA, Andr Ricardo de. Igreja in concert:padres cantores, mdia e marketing. So Paulo:

    Annablume e Fapesp, 2005; SOUZA, Andr Ri-cardo de. As investidas catlicas na mdia. Re-ver, v. 9, p. 27-45, 2008; CARRANZA, Brenda.

    Movimentos do catolicismo brasileiro: cultura,mdia, instituio. Tese (Doutorado em CinciasSociais) - Universidade Estadual de Campinas,2005; PERUZZO, Cicilia M. K. Comunicao nosmovimentos populares: a participao na cons-truo da cidadania. Petrpolis: Vozes, 1998;DIAZ BORDENAVE, Juan E. Teleducao ou

    educao distncia: fundamentos e mtodos.Rio de Janeiro: Vozes, 1987.

    10 ASSMANN, Hugo. A Igreja eletrnica e seuimpacto na Amrica Latina. Petrpolis: Vozes,1986; ALDAMA Garrido M. Radiofonia evan-

    gelica en la America Latina. Buenos Aires: LaAurora, 1948; GOMES, Ana Maria Suman. As

    ondas do evangelho: introduo histria dordio evanglico no Brasil. Dissertao (Mes-trado em Teologia) - Seminrio Teolgico Batis-ta do Sul do Brasil, 2003; CAMPOS, LeonildoSilveira. O milagre no ar. Persuaso a serviode quem. Simpsio, So Paulo: Aste, v. 5, 1982;CAMPOS, J. R. Lus de Castro. Comunicao ereligio: o rdio como meio para o crescimentodas igrejas pentecostais. Vale, Assis, v. 1, p. 65-73, 2005; ORO, Ari Pedro. Religies pentecos-tais e meios de comunicao de massa no Suldo Brasil.Revista Eclesistica Brasileira, v. 50,n. 198, p. 304-334.

    11

    Para a realizao deste estudo utilizou-se comofonte o livro Histria da conveno geral dasassembleias de Deus no Brasil, organizado pelopastor Silas Daniel com o amparo de uma equi-pe da Casa Publicadora das Assembleia de Deus(CPAD). Sobre a importncia dos impressos ins-titucionais publicados pelas Igrejas Pentecostais livros de histria escritos por memorialistas,manuais de doutrinas, dirios de lderes, biogra-fias, entre outros; para as pesquisas em hist-ria ver FONSECA, Andr Dioney. Os impressosinstitucionais como fonte de estudo do pentecos-talismo: uma anlise a partir do livro Histria

    da Conveno Geral das Assembleias de Deusno Brasil. Revista Histria em Reflexo, v. 3,p. 1-20, 2009.

    12 OLIVEIRA, Joanyr.As Assembleias de Deus noBrasil: sumrio histrico ilustrado. Rio de Ja-neiro: CPAD, 1997.

    13 CONDE, Emlio. Histria das Assemblias deDeus no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD,2005.

    14 MENDONA, Antonio Gouva. A experinciareligiosa e a institucionalizao da religio.Es-tudos Avanados, So Paulo, v. 18, n. 52, p. 29-46, 2004. p. 42.

    15 DANIEL, Silas et al. Op. cit., 2004, p. 19.16 DANIEL, Silas et al. Op. cit., 2004.17 DANIEL, Silas et al. Op. cit., 2004, p. 23.18 MOREIRA, Sonia Virgnia. O rdio no Brasil.

    Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1998.19 CALABRE, Lia.A era do rdio. Rio de Janeiro:

    Jorge Zahar, 2002.2o HAUSSEN, D. F. Rdio e poltica. Tempos de

    Vargas e Pern. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs,2000.

    21 CALABRE, Lia. No tempo das radionovelas. Co-municao & Sociedade, v. 49, p. 64-84, 2008.CALABRE, Lia. O rdio no Brasil (1920-1960).Tese (Doutorado em Histria) - UniversidadeFederal Fluminense/UFF, Rio de Janeiro, 2002.

    22

    FEDERICO, M. E. B.Histria da comunicao.Rdio e TV no Brasil. Petrpolis: Vozes, 1982.23 SANTANA, Luther King de Andrade. Religio e

    mercado: a mdia empresarial-religiosa. Rever,v. 1, n. 1, p. 54-67, 2005. p. 56.

    24 MARIANO, Ricardo. Crescimento pentecostalno Brasil: fatores internos. Rever, v. 8, p. 1-8,2008. p. 76.

    25 FONSECA, Alexandre Brasil. Evanglicos emdia no Brasil. Dissertao (Mestrado em So-ciologia) - IFCS-UFRJ, Rio de Janeiro, 1997. p.76.

    26 ARAJO, Isael (Coord.).Dicionrio Movimento

    Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 2007. p. 722-72327 Conveno Geral de 1937. In: DANIEL, Silas

    et. al.Histria da Conveno Geral das Assem-bleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD,2004. p. 128.

    28 Conveno Geral de 1937. In: DANIEL, Silas etal. Op. cit., 2004, p. 129.

    29 GOMES, Ana Maria Suman. Op. cit., 2003.30 Conveno Geral de 1937. In: DANIEL, Silas et

    al. Op. cit., 2004, p. 129.31 Conveno Geral de 1937. In: DANIEL, Silas et

    al. Op. cit., 2004, p. 129.32 ARAJO, Isael (Coord.). Op. cit., 2007, p. 722-

    723.33 ARAJO, Isael (Coord.). Op. cit., 2007, p. 724-

    726.34 Conveno Geral de 1962. In: DANIEL, Silas et

    al. Op. cit., 2004, p. 33135 Conveno Geral de 1962. In: DANIEL, Silas et

    al. Op. cit., 2004, p. 331.

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    36 Conveno Geral de 1962. In: DANIEL, Silas etal. Op. cit., 2004. p. 331-332.

    37 Resoluo da Comisso do Rdio. ConvenoGeral de 1962. In: DANIEL, Silas et al. Op. cit.,2004, p. 342.

    38 Biografia de Joo Peter Kolenda Lemos. In:ARAJO, Isael (Coord.). Op. cit., 2007, p. 722-723, p. 421.

    39 ARAJO, Isael (Coord.). Op. cit., 2007.40 GOMES, Francisco Assis. O que tenho atribudo

    sobre rdio. A Seara, ago. 1969. In: ARAJO,Isael (Coord.). Op. cit., 2007, p. 727.

    41 GOMES, Francisco Assis. O que tenho atribudosobre rdio. A Seara, ago. 1969. In: ARAJO,Isael (Coord.). Op. cit., 2007, p. 727.

    42 Conveno Geral de 1975. Resoluo de SantoAndr. In: DANIEL et al., op. cit., 2004, p. 438.

    43 Resolues Convencionais de 1977. In: DANIEL,Silas et al. Op. cit., 2004, p. 454.

    44

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    45 FONSECA, Andr Dioney. A Dcada da Colhei-ta: uma reflexo sobre as aes doutrinrias naIgreja Assemblia de Deus na dcada de 1990.Monografia (Licenciatura em Histria) - Univer-sidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Amam-bai, 2008; SILVA, Cludio Jos da. A doutrinados usos e costumes da Assemblia de Deus. Dis-

    sertao (Mestrado em Cincias da Religio) -Universidade Catlica de Gois, Goinia, 2003.46 BOURDIEU, Pierre.A economia das trocas sim-

    blicas. So Paulo: Perspectiva, 1992.47 FONSECA, Andr Dioney; ROIZ, Digo da Sil-

    va. As representaes da Igreja Assemblia deDeus sobre a televiso entre 1960 e 2000. Re-vista Brasileira de Histria das Religies, v. II,p. 185-205, 2009.

    48 FONSECA, Andr Dioney; ROIZ, Digo da Silva.Op. cit., 2009.

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