Rafael Oliveira Batista Diretor técnico INTEC Ambiental · manguezal . IMPACTO DOS EFLUENTES...

Rafael Oliveira BatistaRafael Oliveira BatistaDiretor tDiretor téécnicocnico

INTEC AmbientalINTEC Ambiental

O DENDEZEIRO O DENDEZEIRO

-- O dendezeiro (O dendezeiro (ElaeisElaeis guineensesguineenses, Jacq.) , Jacq.) éé uma palmeira uma palmeira originorigináária da costa ocidental da ria da costa ocidental da ÁÁfrica (Golfo da Guinfrica (Golfo da Guinéé))

-- Plantio comercial alcanPlantio comercial alcançça produtividade de ata produtividade de atéé 20 a 30 20 a 30 toneladas de cachos/ha/ano (8 toneladas de cachos/ha/ano (8 oo ano)ano)

-- Vida produtiva de 25 anosVida produtiva de 25 anos

-- O fruto do dendê produz dois tipos de O fruto do dendê produz dois tipos de óóleo: leo: üü ÓÓleo de dendê, extraleo de dendê, extraíído da parte externa do fruto, o do da parte externa do fruto, o mesocarpo (22%); e mesocarpo (22%); e üüÓÓleo de palmiste, extraleo de palmiste, extraíído da semente (3%). do da semente (3%).

Culturas Produção de óleo (tonelada/hectare)

Dendê 4,1Colza 0,6

Girassol 0,4Soja 0,4

Quadro 1.Quadro 1. Rendimento mRendimento méédio de dio de óóleo de diversas culturasleo de diversas culturas

FEDEPALMA (2006).FEDEPALMA (2006).

IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA

Posição Países Produção (milhões de toneladas)1 Indonésia 17,102 Malásia 16,603 Tailândia 0,954 Colômbia 0,835 Nigéria 0,826 Papua - Nova Guiné 0,387 Equador 0,348 Costa do Marfim 0,329 Costa Rica 0,29

10 Rep. Dem. Congo 0,1811 Brasil 0,1612 Outros países 1,04

Total 39,01

Quadro 2.Quadro 2. Principais paPrincipais paííses produtores de ses produtores de óóleo de dendê (2007/2008)leo de dendê (2007/2008)

Fonte: adaptado do AGRIANUAL (2008).Fonte: adaptado do AGRIANUAL (2008).


-- No Brasil os maiores produtores de No Brasil os maiores produtores de óóleo de dendê são: leo de dendê são: üüO ParO Paráá (70% da produ(70% da produçção), Bahia e Amapão), Bahia e Amapáá

-- O O óóleo de dendê leo de dendê éé matmatéériaria--prima para indprima para indúústrias oleoqustrias oleoquíímicas, micas, farmacêuticas, velas, sabões, detergentes, tintas, cosmfarmacêuticas, velas, sabões, detergentes, tintas, cosmééticos, ticos, insumos de primeira necessidade e insumos de primeira necessidade e biocombustbiocombustííveisveis. .

-- No entanto, seu uso principal No entanto, seu uso principal éé na alimentana alimentaçção humana, ão humana, responsresponsáável pela absorvel pela absorçção de 80% da produão de 80% da produçção mundial, na ão mundial, na fabricafabricaçção de margarinas, gorduras são de margarinas, gorduras sóólidas, lidas, óóleo de cozinha, leo de cozinha, maionese e para fritura industrialmaionese e para fritura industrial



-- O declO declíínio das reservas naturais de petrnio das reservas naturais de petróóleo e gleo e gáás natural e a s natural e a questão do aquecimento global abrem novas perspectivas para questão do aquecimento global abrem novas perspectivas para o o óóleo de dendêleo de dendê

-- O biodiesel feito a partir do O biodiesel feito a partir do óóleo de dendê leo de dendê éé estudado desde estudado desde 19701970

-- A introduA introduçção do biodiesel na matriz energão do biodiesel na matriz energéética brasileira tica brasileira ocorreu em janeiro de 2005 (Lei 11.097), estabelecendo ocorreu em janeiro de 2005 (Lei 11.097), estabelecendo percentuais mpercentuais míínimos de mistura de biodiesel ao diesel mineralnimos de mistura de biodiesel ao diesel mineral

üü2005 a 2007 2005 a 2007 –– 2% facultativo2% facultativoüüA partir de 2008 A partir de 2008 -- 2% obrigat2% obrigatóóriorioüü A partir de 2013 A partir de 2013 -- 5% obrigat5% obrigatóóriorio

IMPORTÂNCIAIMPORTÂNCIA

-- O Brasil possui o maior potencial mundial para a produO Brasil possui o maior potencial mundial para a produçção do ão do óóleo de dendê, dado aos quase 75 milhões de hectares de leo de dendê, dado aos quase 75 milhões de hectares de terras aptas terras aptas àà dendeiculturadendeicultura

-- A Bahia participa com 850.000 hectares deste total, sendo o A Bahia participa com 850.000 hectares deste total, sendo o úúnico estado do nordeste brasileiro com condinico estado do nordeste brasileiro com condiçções climões climááticas ticas adequadas, na faixa costeira, para o plantio do dendezeiroadequadas, na faixa costeira, para o plantio do dendezeiro

-- A dendeicultura A dendeicultura éé uma atividade de grande importância suma atividade de grande importância sóóciocio--econômica na microrregião do Baixo Sul da Bahia. Nesta econômica na microrregião do Baixo Sul da Bahia. Nesta existem cerca de 400 unidades de extraexistem cerca de 400 unidades de extraçção de ão de óóleo de dendêleo de dendê

EXTRAEXTRAÇÇÃO DO ÃO DO ÓÓLEO DE DENDÊ LEO DE DENDÊ

-- Em geral, as unidades de processamento dos frutos de dendê Em geral, as unidades de processamento dos frutos de dendê possuem os seguintes npossuem os seguintes nííveis tecnolveis tecnolóógicos: gicos:

üü Nenhum: Nenhum: unidades que utilizam animais no processo de unidades que utilizam animais no processo de extraextraçção de ão de óóleoleo

üü Baixo: Baixo: unidades que utilizam pelo menos um equipamento unidades que utilizam pelo menos um equipamento mecânico no processo de extramecânico no processo de extraçção de ão de óóleoleo

üüMMéédio: dio: unidades que utilizam mais de um equipamento unidades que utilizam mais de um equipamento mecânico no processo de extramecânico no processo de extraçção de ão de óóleo leo

üüAlto :Alto : unidades de extraunidades de extraçção de ão de óóleo totalmente mecanizadasleo totalmente mecanizadas


Figura 1. IlustraFigura 1. Ilustraçção de unidade de extraão de unidade de extraçção de ão de óóleo de dendê de baixo leo de dendê de baixo nníível tecnolvel tecnolóógico gico


Figura 2. IlustraFigura 2. Ilustraçção de unidade de extraão de unidade de extraçção de ão de óóleo de dendê de alto nleo de dendê de alto níível vel tecnoltecnolóógico gico

RESRESÍÍDUOS GERADOSDUOS GERADOS-- Do processamento dos cachos de frutos do dendê para a Do processamento dos cachos de frutos do dendê para a extraextraçção de ão de óóleo são obtidos os seguintes subprodutos:leo são obtidos os seguintes subprodutos:

üüFibras e cachos vazios: Fibras e cachos vazios: podem ser utilizados com adubo podem ser utilizados com adubo ssóólido ou como fonte de energia para dispositivos de cozimento lido ou como fonte de energia para dispositivos de cozimento dos frutos de dendêdos frutos de dendêüüAmêndoas: Amêndoas: podem ser encaminhadas para usinas especpodem ser encaminhadas para usinas especííficas ficas para extrapara extraçção do ão do óóleo de palmiste gerando como subprodutos leo de palmiste gerando como subprodutos a casca das amêndoas (fonte de energia para caldeiras) e a a casca das amêndoas (fonte de energia para caldeiras) e a torta de palmiste (alimentatorta de palmiste (alimentaçção de animais domão de animais doméésticos)sticos)üüEfluentes: Efluentes: podem ser utilizados como fertilizantes lpodem ser utilizados como fertilizantes lííquidos quidos apapóós tratamento especs tratamento especííficofico

IMPACTO DOS EFLUENTESIMPACTO DOS EFLUENTES

-- O lanO lanççamento direto de efluentes gerados no processamento amento direto de efluentes gerados no processamento de frutos do dendê em corpos hde frutos do dendê em corpos híídricos pode afetar dricos pode afetar drasticamente os ecossistemas aqudrasticamente os ecossistemas aquááticos, devido ticos, devido àà eutroficaeutroficaçção ão e redue reduçção do OD ão do OD

-- Nos Nos ecossistemas costeiros acarreta a reduecossistemas costeiros acarreta a reduçção das espão das espéécies cies de peixes e invertebrados que vivem nos manguezais, de peixes e invertebrados que vivem nos manguezais, principalmente aquelas de importância sprincipalmente aquelas de importância sóóciocio--econômicaeconômica

-- Efluentes gerados no processamento de frutos do dendê não Efluentes gerados no processamento de frutos do dendê não atende aos padrões dispostos na Resoluatende aos padrões dispostos na Resoluçção CONAMA n.ão CONAMA n.ºº357/2005357/2005


Figura 3. Ilustrações dos efluentes gerados no processamento do dendê na microrregião do Baixo Sul da Bahia, bem como o seu lançamento direto no manguezal


Quadro 1. Características físicas e químicas dos efluentes gerados no processamento dos frutos do dendê para extração de óleo

CaracterísticasEfluente dos frutos

de dendêEsgoto doméstico

Sólidos suspensos (mg L-1) 17.070,00 270,00

Óleos e gorduras (mg L-1) 15.510,00 60,00

Demanda química de oxigênio (mg L-1)

207.760,00 562,00

Demanda bioquímica de oxigênio (mg L-1)

51.640,00 278,00

Fósforo (mg L-1) 65,00 7,70

Nitrogênio (mg L-1) 576,00 67,00

Potássio (mg L-1) 560,00 15,00

TRATAMENTO DE EFLUENTES GERADOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES GERADOS NO PROCESSAMENTO DOS FRUTOS DE DENDÊPROCESSAMENTO DOS FRUTOS DE DENDÊ

-- ÉÉ de fundamental importância conhecer as caracterde fundamental importância conhecer as caracteríísticas do sticas do efluente para a escolha da tecnologia apropriadaefluente para a escolha da tecnologia apropriada

-- As possibilidades de sistemas para tratamento de efluentes As possibilidades de sistemas para tratamento de efluentes gerados no processamento de frutos de dendê são gerados no processamento de frutos de dendê são classificados em:classificados em:

üüTratamento preliminar: Tratamento preliminar: tem por finalidade remover as tem por finalidade remover as partpartíículas sculas sóólidas grosseiras e lidas grosseiras e óóleos e graxas em suspensão leos e graxas em suspensão nos efluentes, por meio de processos fnos efluentes, por meio de processos fíísicos. Peneiras sicos. Peneiras estestááticas e vibratticas e vibratóórias, grades, caixas de areia e caixas de rias, grades, caixas de areia e caixas de gordura pertencem a essa classegordura pertencem a essa classe


üü Tratamento primTratamento primáário: rio: objetiva a reduobjetiva a reduçção de são de sóólidos lidos orgânicos sedimentorgânicos sedimentááveis. Nessa etapa pode, tambveis. Nessa etapa pode, tambéém, ocorrer m, ocorrer a degradaa degradaçção anaerão anaeróóbia do material orgânico em suspensão, bia do material orgânico em suspensão, facilitando o tratamento secundfacilitando o tratamento secundáário. Sedimentadores, rio. Sedimentadores, floculadores e filtros pertencem a essa classe.floculadores e filtros pertencem a essa classe.

üüTratamento secundTratamento secundáário:rio: tem por finalidade a redutem por finalidade a reduçção de ão de ssóólidos orgânicos dissolvidos. Os processos biollidos orgânicos dissolvidos. Os processos biolóógicos de gicos de remoremoçção utilizados classificamão utilizados classificam--se em: aerse em: aeróóbio bio -- utiliza utiliza microrganismos que necessitam continuamente de oxigênio microrganismos que necessitam continuamente de oxigênio dissolvido, no meio ldissolvido, no meio lííquido, fornecido por aeradores mecânicos quido, fornecido por aeradores mecânicos ou pela circulaou pela circulaçção dos lão dos lííquidos (lagoas aeradas e lagoas quidos (lagoas aeradas e lagoas facultativas); e anaerfacultativas); e anaeróóbio bio -- utiliza microrganismos que não utiliza microrganismos que não necessitam de oxigênio dissolvido no meio lnecessitam de oxigênio dissolvido no meio lííquido, sendo quido, sendo utilizado em efluentes com alta carga orgânica (biodigestores, utilizado em efluentes com alta carga orgânica (biodigestores, reatores e lagoas anaerreatores e lagoas anaeróóbias).bias).



üü A disposiA disposiçção de ão de áágua residugua residuáária no solo ria no solo éé um tipo de um tipo de tratamento secundtratamento secundáário/tercirio/terciáário. A disposirio. A disposiçção de ão de ááguas guas residuresiduáárias no solo pode ser feita por infiltrarias no solo pode ser feita por infiltraççãoão--percolapercolaçção, ão, escoamento superficial, fertirrigaescoamento superficial, fertirrigaçção e sistema alagado ão e sistema alagado construconstruíídodo


Figura 4. Ilustração de um sistema de tratamento de efluente gerado no provessamento de frutos de dendê visando o seu uso na fertirrigação de cultivos agrícolas ou lançamento em corpo hídrico


Figura 5. Ilustração de um sistema de tratamento de efluente gerado no provessamento de frutos de dendê visando o seu uso na fertirrigação de cultivos agrícolas, geração de biogás ou lançamento em corpo hídrico


Figura 6. Ilustração de um sistema de tratamento de efluente gerado no provessamento de frutos de dendê visando o seu uso na fertirrigação de cultivos agrícolas ou lançamento em corpo hídrico

SISTEMAS PARA FERTIRRIGASISTEMAS PARA FERTIRRIGAÇÇÃO COM ÃO COM EFLUENTES GERADOS NO PROCESSAMENTO EFLUENTES GERADOS NO PROCESSAMENTO DOS FRUTOS DE DENDÊDOS FRUTOS DE DENDÊ

- Utilizado em cultivos agrícolas

- Baixo custo de implantação, facilidade de operação e baixo consumo de energia elétrica

- Limitações de automação

- Sob baixa pressão o efluente deverá ser pré-tratado

Figura 7. Ilustração de um sistema de aspersão em malha.


Figura 8. Ilustração de um autopropelido operando com efluente tratado.


- Permite fertirrigar várias áreas e a confecção do projeto é simples

- Alto custo com energia elétrica e alta intesidade de aplicação

- Como trabalha sob alta pressão pode ser utilizado para aplicação de efluentes brutos


Figura 9. Ilustração de emissores de um sistema de irrigação localizada


- Baixo custo com energia elétrica, possibilidade de automação e mínimo risco ambiental

- Como trabalha sob baixa pressão o efluente precisa ser pré tratado

- O efluente em condição anaeróbia minimiza o risco de entupimento dos emissores

CRITCRITÉÉRIOS PARA FERTIRRIGARIOS PARA FERTIRRIGAÇÇÃO COM ÃO COM EFLUENTES GERADOS NO PROCESSAMENTO EFLUENTES GERADOS NO PROCESSAMENTO DOS FRUTOS DE DENDÊDOS FRUTOS DE DENDÊ

-- A dose de A dose de áágua residugua residuáária na fertirrigaria na fertirrigaçção ão éé determinada com determinada com base em um ou mais constituinte do efluente. O teor de base em um ou mais constituinte do efluente. O teor de nitrogênio pode ser utilizado como referencialnitrogênio pode ser utilizado como referencial

MMéétodo EPA (EPA, 1981)todo EPA (EPA, 1981)

em que: em que: LLww -- lâmina de aplicalâmina de aplicaçção anual, cm anoão anual, cm ano--11;;CCpp -- concentraconcentraçção de nitrogênio na ão de nitrogênio na áágua de percolagua de percolaçção, mg Lão, mg L--11;;PR PR -- taxa de precipitataxa de precipitaçção local, cm anoão local, cm ano--11;;ET ET -- taxa de evapotranspirataxa de evapotranspiraçção da cultura local, cm anoão da cultura local, cm ano--11;;U U -- absorabsorçção de nitrogênio pela cultura, kg ha ão de nitrogênio pela cultura, kg ha --11 anoano--11;;CCnn -- concentraconcentraçção de nitrogênio na ão de nitrogênio na áágua residugua residuáária, mg Lria, mg L--11; e; eF F -- frafraçção de nitrogênio aplicada que ão de nitrogênio aplicada que éé removido por desnitrificaremovido por desnitrificaçção e volatilizaão e volatilizaçção.ão.

Muito obrigado pela atenção

E-mail: [email protected]

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Telefone: (31) 3 885 1212

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