Rainha Santa Isabel de Portugal

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Isabel de Aragão nasceu por volta de 1271 no Palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel

por desejo de sua mãe em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, Duquesa de Turíngia.

O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”. As virtudes da sua tia-avó viriam

a servir-lhe de modelo e desde muito nova começou a mostrar gosto pela meditação, oração e jejum, não se sentido atraída pelos divertimentos comuns das jovens da sua idade. Isabel não gostava de música, passeios, nem jóias e

enfeites, vestia-se sempre com simplicidade.

A Infanta D. Isabel tornara-se conhecida em beleza discrição e virtudes. Estas levaram muitos Príncipes a apresentarem-se a D. Pedro como pretendentes à mão da sua admirável filha. Os pais escolheram o mais próximo, D. Dinis, herdeiro do

trono de Portugal, que era também o mais dotado de qualidades.

Isabel estava mais inclinada a encerrar-se num Convento, no entanto, como era submissa, viu no pedido dos pais, a vontade do céu. Foram assinadas a 11 de

Fevereiro de 1282 as bases do contrato de casamento, e o matrimônio realizou-se na vila de Trancoso, no dia de S. João Baptista de 1282.

Nos primeiros tempos de casada acompanhava o marido nas suas deslocações pelo país e com a sua bondade conquistou a simpatia do povo. Dava dotes a

raparigas pobres e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna. Isabel deu ao Rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso,

herdeiro do trono de Portugal. As numerosas aventuras extraconjugais do marido humilhavam-na profundamente.

Mas Isabel mostrava-se magnânima no perdão criando com os seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afeto. Entre seus familiares,

constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido de anjo da paz. Desempenhou sempre o papel de medianeira entre o Rei e o seu irmão D. Afonso, bem como entre o Rei e o Príncipe herdeiro.

Por sua intervenção foi assinada a paz em 1322.

Sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Tornou-se uma mulher de grande piedade

conservando em sua vida a prática da oração e a meditação da Palavra de Deus. Buscou sempre a reconciliação e a paz entre as pessoas, as famílias e até entre

nações. D. Isabel costumava dizer “Deus tornou-me Rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do Paço era seguida por pobres e andrajosos a

quem sempre ajudava.

Após a morte de seu marido, entregou-se inteiramente às obras assistenciais que havia fundado, não podendo vestir o hábito das clarissas e professar os votos no

mosteiro que ela mesma havia fundado, fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no Santuário de Santiago de Compostela e haver dado seus

bens pessoais aos necessitados. Fixou residência em Coimbra, junto ao convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana, de que faria doação ao convento.

Mandou edificar o hospital de Coimbra junto à sua residência, o de Santarém e o de Leiria para receber enjeitados. Viveu uma profunda caridade sendo sempre

sensível às necessidades dos pobres e excluídos. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações. Isabel

faleceu a 4 de Julho de 1336, deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos.

O povo criou à sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625. Foram-lhe atribuídos muitos milagres, como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só

noite os graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas.

Durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O Rei

perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu: São rosas senhor....” E,

abrindo o manto, perante o olhar atônito do Rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas.

Por ordem do Bispo D. Afonso de Castelo Branco abriu-se o túmulo real, verificando-se que o corpo da saudosa Rainha estava incorrupto. A sua

canonização pelo Papa Urbano III teve lugar em 1625. Quando esta notícia chegou à cidade realizaram-se grandes festejos que se prolongam até aos nossos dias.

17/ 02/2010