Raios X

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Raios X raios X duros raios X moles raios gama luz ultravioleta 1 µm 100 nm 10 nm 1 nm 100 pm 10 pm 1 pm 100 fm 1 eV 10 eV 100 eV 1 keV 10 keV 100 keV 1 MeV 10 MeV comprimento de onda energia do fóton luz visível Mamograa Segurança aerop. Tomograa Computad. Cristalograa Os raios X compõem o espectro eletromagnético, com compri- mentos de onda menores que a luz visível. Diferentes tipos de aplicações utilizam diferentes partes do espectro de raois X. A radiação X (composta por raios X) é uma forma de radiação eletromagnética, de natureza semelhante à luz. A maioria dos raios X possuem comprimentos de onda entre 0,01 a 10 nanómetros, correspondendo a frequências na faixa de 30 petahertz a 30 exahertz (3×10 16 Hz a 3×10 19 Hz) e energias dos entre 100 eV até 100 keV. Os comprimentos de onda dos raios X são menores do que os raios ultravioleta (UV) e tipicamente maiores do que a dos raios gama. Os raios X foram des- cobertos em 8 de novembro de 1895 pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen. A produção de raios X se deve principalmente devido à transições de elétrons nos átomos, ou da desacelera- ção de partículas energéticas carregadas. Como toda energia eletromagnética de natureza ondulatória, os raios X sofrem interferência, polarização, refração, difração, reflexão, entre outros efeitos. Embora de comprimento de onda muito menor, sua natureza eletromagnética é idêntica à da luz. 1 História 1.1 Tubo de Crookes Em uma ampola de vidro, William Crookes submeteu um gás a pressão ambiente e a altas tensões, por meio de duas placas metálicas localizadas no fundo e na frente da ampola, cada qual carregada com cargas diferentes. Quando a diferença de potencial entre as placas era sufici- entemente grande, os elétrons saiam do cátodo (placa car- regada negativamente), colidiam com moléculas do gás, ocorrendo a sua ionização e/ou liberação de luz devido às transições eletrônicas dos átomos do gás, iluminando assim, toda a ampola. X K A C W out W in U a U h Tubo de raios X O tubo de vidro é evacuado a uma pressão de ar, de cerca de 100 Pascais; lembre-se que a pressão atmosférica é 1,01*10^5 Pascais. O ânodo é um alvo metálico grosso, é assim feito a fim de dissipar rapidamente a energia tér- mica que resulta do bombardeamento com os raios cató- dicos. Uma tensão alta, entre 30 a 150 kV, é aplicada entre os elétrodos; isso induz uma ionização do ar residual e, assim, um feixe de electrões do cátodo ao ânodo surge. Quando esses electrões acertam o alvo, eles são desace- lerados, produzindo os raios-X. Um Tubo de Raio-X mais Detalhado apresenta dois tipos de Raios-X. O efeito de geração dos fotões de raios-X é geral- mente chamado efeito Bremsstrahlung, uma contração do alemão “brems” para a travagem e “strahlung” para a radiação. A energia de radiação de um tubo de raio-X consiste de energias discretas que constituem um espectro de linha e um espectro contínuo fornecendo o fundo o espectro de 1

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Descrição

Transcript of Raios X

Page 1: Raios X

Raios X

raios X duros

raios X moles raios gama

luz ultravioleta

1 µm 100 nm 10 nm 1 nm 100 pm 10 pm 1 pm 100 fm

1 eV 10 eV 100 eV 1 keV 10 keV 100 keV 1 MeV 10 MeV

comprimentode onda

energiado fóton

luz visível

Mamografia Segurança aerop.Tomografia Computad.Cristalografia

Os raios X compõem o espectro eletromagnético, com compri-mentos de onda menores que a luz visível. Diferentes tipos deaplicações utilizam diferentes partes do espectro de raois X.

A radiação X (composta por raios X) é uma formade radiação eletromagnética, de natureza semelhante àluz. A maioria dos raios X possuem comprimentosde onda entre 0,01 a 10 nanómetros, correspondendoa frequências na faixa de 30 petahertz a 30 exahertz(3×1016 Hz a 3×1019 Hz) e energias dos entre 100 eVaté 100 keV. Os comprimentos de onda dos raios X sãomenores do que os raios ultravioleta (UV) e tipicamentemaiores do que a dos raios gama. Os raios X foram des-cobertos em 8 de novembro de 1895 pelo físico alemãoWilhelm Conrad Röntgen.A produção de raios X se deve principalmente devidoà transições de elétrons nos átomos, ou da desacelera-ção de partículas energéticas carregadas. Como todaenergia eletromagnética de natureza ondulatória, os raiosX sofrem interferência, polarização, refração, difração,reflexão, entre outros efeitos. Embora de comprimentode onda muito menor, sua natureza eletromagnética éidêntica à da luz.

1 História

1.1 Tubo de Crookes

Em uma ampola de vidro, William Crookes submeteuum gás a pressão ambiente e a altas tensões, por meiode duas placas metálicas localizadas no fundo e na frenteda ampola, cada qual carregada com cargas diferentes.Quando a diferença de potencial entre as placas era sufici-entemente grande, os elétrons saiam do cátodo (placa car-regada negativamente), colidiam com moléculas do gás,ocorrendo a sua ionização e/ou liberação de luz devidoàs transições eletrônicas dos átomos do gás, iluminandoassim, toda a ampola.

X

KA

C

Wout

Win

UaUh

Tubo de raios X

O tubo de vidro é evacuado a uma pressão de ar, de cercade 100 Pascais; lembre-se que a pressão atmosférica é1,01*10^5 Pascais. O ânodo é um alvo metálico grosso,é assim feito a fim de dissipar rapidamente a energia tér-mica que resulta do bombardeamento com os raios cató-dicos.Uma tensão alta, entre 30 a 150 kV, é aplicada entreos elétrodos; isso induz uma ionização do ar residual e,assim, um feixe de electrões do cátodo ao ânodo surge.Quando esses electrões acertam o alvo, eles são desace-lerados, produzindo os raios-X.

Um Tubo de Raio-X mais Detalhado apresenta dois tipos deRaios-X.

O efeito de geração dos fotões de raios-X é geral-mente chamado efeito Bremsstrahlung, uma contraçãodo alemão “brems” para a travagem e “strahlung” paraa radiação.A energia de radiação de um tubo de raio-X consiste deenergias discretas que constituem um espectro de linha eum espectro contínuo fornecendo o fundo o espectro de

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Page 2: Raios X

2 2 CARACTERÍSTICAS

linha.Os electrões incidentes podem interagir com os átomosdo alvo de várias maneiras.A partir desses experimentos, Joseph John Thomson ob-servou que tal fenômeno é independente do gás e dometalutilizado nos eletrodos (placas metálicas).Concluiu, então, que os raios catódicos podem ser ge-rados a partir de qualquer elemento químico. Devido aessa conclusão, Thomson pôde, posteriormente, atestar aexistência do elétron.Muitos cientistas na Europa começaram a estudar essetipo de radiação. Entre eles, o maior especialista em raioscatódicos da Alemanha, Philipp Lenard (1862-1947).[1]

1.2 A descoberta

Hand mit Ringen: a primeira de Wilhelm Röntgen referente amão de sua esposa, tirada em 22 de dezembro de 1895 e apre-sentada ao Professor Ludwig Zehnder, do Instituto de Física daUniversidade de Freiburg, em 1 de janeiro de 1896.

Foi o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923) quem detectou pela primeira vez os raios X, queforam assim chamados devido ao desconhecimento, porparte da comunidade científica da época, a respeito danatureza dessa radiação. A descoberta ocorreu quandoRöentgen estudava o fenômeno da luminescência produ-zida por raios catódicos num tubo de Crookes. Todo oaparato foi envolvido por uma caixa com um filme negro

em seu interior e guardado numa câmara escura. Pró-ximo à caixa, havia um pedaço de papel recoberto de pla-tinocianeto de bário.Röentgen percebeu que quando fornecia energia cinéticaaos elétrons do tubo, estes emitiam uma radiação quemarcava a chapa fotográfica. Intrigado, resolveu colocarentre o tubo de raios catódicos e o papel fotográfico al-guns corpos opacos à luz visível. Desta forma, observouque vários materiais opacos à luz diminuíam, mas nãoeliminavam a chegada desta estranha radiação até a placade platinocianeto de bário. Isto indicava que a radiaçãopossui alto poder de penetração. Após exaustivas expe-riências com objetos inanimados, Röntgen pediu à suaesposa que posicionasse sua mão entre o dispositivo e opapel fotográfico.O resultado foi uma foto que revelou a estrutura ósseainterna da mão humana. Essa foi a primeira radiografia,nome dado pelo cientista à sua descoberta em 8 de no-vembro de 1895. Posteriormente à descoberta do novotipo de radiação, cientistas perceberam que esta causavavermelhidão da pele, ulcerações e empolamento paraquem se expusesse sem nenhum tipo de proteção. Emcasos mais graves, poderia causar sérias lesões cancerí-genas, necrose e leucemia, e então à morte.

1.3 Partícula ou onda

Logo que os raios X foram descobertos, pouco se sabia arespeito da sua constituição. No início do século XX fo-ram encontradas evidências experimentais de que os raiosX seriam constituídos por partículas. No entanto, e paraa surpresa da comunidade científica, Walther Friedriche Paul Knipping realizaram um experimento em 1912,no qual conseguiram fazer um feixe de raios X atraves-sar um cristal, produzindo interferência da mesma formaque acontece com a luz. Isto fez com que os raios X pas-sassem a ser considerados como ondas eletromagnéticas.Porém, por volta de 1920 foram realizados outros expe-rimentos, que apontavam para um comportamento cor-puscular dos raios X.O físico Louis de Broglie tentou resolver este aparenteconflito no comportamento dos raios X. Combinando asequações de Planck e de Einstein E = hν = mc2 , che-gou a conclusão de que “tudo o que é dotado de energiavibra, e há uma onda associada a qualquer coisa que tenhamassa”.[1]

2 Características

2.1 Produção

O dispositivo que gera raios X é chamado de tubo de Co-olidge. Da mesma forma que uma válvula termiônica,este componente é um tubo oco e evacuado, ainda possui

Page 3: Raios X

2.3 Espectro Contínuo 3

um catodo incandescente que gera um fluxo de elétronsde alta energia. Estes são acelerados por uma grandediferença de potencial e atingem ao ânodo ou placa.O ânodo é confeccionado em tungstênio. A razão destetipo de construção é a geração de calor pelo processo decriação dos raios X. O tungstênio suporta temperaturasque vão até 3340 °C. Além disso, possui um razoável va-lor de número atômico (74) o que é útil para o forneci-mento de átomos para colisão com os elétrons vindos docatodo (filamento). Para não fundir, o dispositivo neces-sita de resfriamento através da inserção do tungstênio emum bloco de cobre que se estende até o exterior do tubo deraios X que está imerso em óleo. Esta descrição refere-seao tubo de ânodo fixo.Ao serem acelerados, os elétrons ganham energia e são di-recionados contra um alvo; ao atingi-lo, são bruscamentefreados, perdendo uma parte da energia adquirida durantea aceleração. O resultado das colisões e da frenagem é aenergia transferida dos elétrons para os átomos do ele-mento alvo. Este se aquece bruscamente, pois em tornode 99% da energia do feixe eletrônico é dissipada nele.A brusca desaceleração de uma carga eletrônica gera aemissão de um pulso de radiação eletromagnética. Aeste efeito dá-se o nome de Bremsstrahlung, que significaradiação de freio.As formas de colisão do feixe eletrônico no alvo dão-seem diferentes níveis energéticos devido às variações dascolisões ocorridas. Como existem várias formas possí-veis de colisão devido à angulação de trajetória, o elétronnão chega a perder a totalidade da energia adquirida numúnico choque, ocorrendo então a geração de um amploespectro de radiação cuja gama de frequências é bastantelarga, ou com diversos comprimentos de onda. Estes de-pendem da energia inicial do feixe eletrônico incidente, eé por isso que existe a necessidade de milhares de voltsde potencial de aceleração para a produção dos raios X.

2.2 Detecção

A detecção dos raios X pode ser feita de diversas ma-neiras, a principal é a impressão de filmes fotográficosque permite o uso medicinal e industrial através das ra-diografias. Outras formas de detecção são pelo aqueci-mento de elementos à base de chumbo, que geram ima-gens termográficas, o aquecimento de lâminas de chumbopara medir sua intensidade, além de elementos que pos-suem gases em seu interior a exemplo da válvula Geiger-Müller utilizada para a detecção de radiação ionizantee radiação não ionizante. Podendo ainda ser difratadoatravés de um cristal e dividido em diversos espectros deonda. Sensores (Foto transistores ou foto diodos) captamuma ou algumas faixas de espectro, e são amplificados edigitalizados, formando imagens. Esse último processo(difração de raios X, por cristais) é comumente utilizadoem equipamentos de inspeção de bagagens e cargas.

2.3 Espectro Contínuo

Desaceleração de um Electrão por um Núcleo PositivamenteCar-regado.

Quando os electrões acelerados (raios catódicos) chocamo alvo de metal, eles colidem com electrões no alvo.Em tal colisão, parte do impulso de electrão incidente étransferido para o átomo do material alvo, perdendo, as-sim, sua energia cinética, ΔK. Essa interação dá origemao aquecimento do alvo.[2]

O electrão projétil pode evitar os electrões orbitais do ele-mento de alvo, mas pode chegar suficientemente perto donúcleo do átomo e ficar sob sua influência. O electrão pro-jétil que estamos a controlar, está agora além da camada-K e está bem dentro da influência do núcleo.O electrão está agora sob a influência de duas forças, ouseja, a força de Coulomb atraente e uma força mais in-tensa, força nuclear. O efeito das duas forças sobre oelectrão é torná-lo lento ou desacelerá-lo.O electrão deixa a região da esfera de influência do núcleocom a energia cinética reduzida e sai fora em uma dire-ção diferente, porque o vector velocidade foi alterado. Aperda em energia cinética reaparece como um fotão deraios-X, conforme ilustrado na Figura ao lado.Durante a desaceleração, o electrão irradia um fotão deraios-X de energiahv = ∆K = Ki −Kf

A energia perdida por electrões incidentes não é a mesmapara todos os electrões e assim os fotões de raios-X emi-tidos não têm o mesmo comprimento de onda.Este processo de emissão de fotão de raios-X através dedesaceleração é chamado Bremsstrahlung e o espectro re-sultante é contínuo, mas com um comprimento de ondade corte bem definido.O comprimento de onda mínimo, que corresponde a umelectrão incidente, perde toda a sua energia em uma únicacolisão, irradiando-a como um único fotão.Se K é a energia cinética do electrão incidente, entãoK = hv = hc

λmin

O comprimento de onda de corte depende unicamente datensão de aceleração.hvmáx =

hcλmin = eV

Page 4: Raios X

4 2 CARACTERÍSTICAS

de V é a tensão aceleradora.

2.4 Espectro de Raio-X Característico

Transições de Raio-X sem a estrutura fina.

Por causa da elevada tensão aceleradora, os electrões in-cidentes podem (i) excitar electrões nos átomos do alvo;(ii) ejetar electrões rigidamente ligados aos núcleos dosátomos.A Excitação dos electrões dará origem à emissão defotões da região óptica do espectro electromagnético. Noentanto, quando electrões mais próximos do núcleo sãoejectados, o preenchimento subsequente dos estados va-gos dá origem a radiação emitida na região de raios-Xdo espectro electromagnético. Os electrões mais internospoderiam ser das camadas K-, L- ou M.Se electrões da camadaK (n = 1) são removidos, electrõesidos dos estados de energia superiores a cair nos estadosda camada K vagos, produzem uma série de linhas de-notadas como Kα,KB, ... como é mostrado na figura aolado.Transições para a camada L resultam na série L e aquelespara a camadaM dão origem à sérieM e assim por diante.Dado que electrões orbitais têm níveis de energia defini-dos, os fotões de raios-X emitidos também têm energiasbem definidas. O espectro de emissão tem linhas nítidascaracterísticas do elemento do alvo.Após uma investigação bem apurada das linhas de raios-X das séries L, M acima, torna-se evidente que as linhassão compostas de um número de linhas mais próximasumas das outras ,desdobradas pela interação spin-órbita.Nem todas as transições são permitidas. São permitidasapenas as transições que satisfaçam a seguinte regra deseleção:∆l = ±1

2.5 A Relação de Moseley

A partir de um experimento, Henry Moseley foi capazde mostrar que as frequências de raios-X característicoaumentam regularmente com número atómico Z, satisfa-zendo a relaçãoν

12 = A(Z − Zo)

onde Z é o número atómico do material do alvo e A e Z0

são constantes que dependem da transição específica queestá sendo observada. O termo (Z − Zo) é chamado acarga nuclear efetiva como visto pelos electrões, fazendoa transição para uma determinada o camada.A frequência da linha Kα pode ser calculada aproximada-mente, usando a teoria atómica de Bohr. O comprimentode onda de linhas emitidas pelos átomos hidrogenóides édado pela fórmula de Rydberg.

1λ = RZ2

(1

nl2−nu2

)(K)

Onde nu e nl são os números quânticos principais dos es-tados superior e inferior da transição, Z é o número ató-mico de um átomo com um electrão.Para a linha Kα a carga efetiva é (Z−1), nl = 1 nu = 2

de modo que a equação (K) se torna,

νKα= c

λ = cR(Z − 1)2

(112 − 1

22

)νKα = 3cR

4 (Z − 1)2 (Z)O gráfico de ν

Kα12versus Z produz uma linha reta. A

Equação (Z) é uma outra maneira de expressar a relaçãode Moseley.

2.6 Difração do Raio-X:

Difracção de Raios-X a partir de planos atómicos

O plano de átomos num cristal, também chamado deplano de Bragg, reflete a radiação de raios-X de raio Xexatamente da mesma forma que a luz é refletida de umespelho plano, conforme é ilustrado na ao lado.Reflexão de planos sucessivos pode interferir construtiva-mente se a diferença de caminho entre dois raios é igual aum número inteiro de comprimentos de onda. Esta afir-mação é chamada de lei de Bragg.

Page 5: Raios X

2.8 Exposição 5

A partir da Figura, notamos queAB = 2.d. sen θde modo que pela lei de Bragg, temos2.d. sen θ = n.λ

onde na prática, é normal assumir a difração da primeiraordem, de modo n = 1. Um determinado conjunto deplanos atómicos dá origem a uma reflexão em um ângulo,visto como um ponto ou um anel num padrão de difraçãotambém chamado de difratograma.Variando o ângulo teta, as condições da lei de Bragg sãosatisfeitas por espaçamentos diferentes d em materiaispolicristalino. Traçando as posições angulares e intensi-dades dos picos da radiação difratada, a resultante produzum padrão que é característica da amostra. Sempre quehouver uma mistura de diferentes fases, o difractogramaresultante é formado pela adição dos padrões individuais.Com base no princípio da difração de raios-X, podem serobtidas muitas informações estruturais, físicas e químicassobre o material investigado. Uma série de técnicas deaplicação para várias classes de materiais está disponível,cada um revelando seus próprios detalhes específicos daamostra estudada.Eu estou ilustrando a técnica de difracção de raio-Xusando uma parte do nosso trabalho em estudos mine-ralógicos de minerais locais. Estou a apresentar difracto-gramas de raios-X de amostras de sulfureto de ferro se-lecionado do campo de ouro do Lago Vitória, Tanzânia.A técnica utilizada aqui é aquela do Método de pó atra-vés do qual a amostra é moída em pó e girada num feixede raios-X. Em qualquer orientação, apenas planos cujosraios-X reflectidos interferem construtivamente, dará ori-gem a um sinal no detector. Girando a amostra no feixede raios-X todo um conjunto de planos de cristal será vi-sualizado.

2.7 Medicina

Na medicina os raios X são utilizados nas análises dascondições dos órgãos internos, pesquisas de fraturas, tra-tamento de tumores, câncer (ou cancro), doenças ósseas,etc.Com finalidades terapêuticas os raios X são utilizadoscom uma irradiação aproximada de cinco mil a sete milRads, sobre pequenas áreas do corpo, por pequeno pe-ríodo de tempo.No Brasil, os raios X do pulmão para fins diagnósticos detuberculose pulmonar são chamados de abreugrafia, quese trata de uma incidência sobre uma pequena área dopulmão.

2.8 Exposição

A tolerância do organismo humano à exposição aos raiosX é de 0,1 röntgen por dia no máximo em toda a su-perfície corpórea. A radiação de um röntgen produz em1, 938 × 10−3 gramas de ar, a liberação por ionização,de uma carga elétrica de 3, 33× 10−3 C.

2.9 Efeitos somáticos da radiação

No ser humano a exposição contínua aos raios X podemcausar vermelhidão da pele, queimaduras por raios X ouem casos mais graves de exposição, mutações do DNA,morte das células e/ou leucemia.

2.10 Pesquisa de materiais

Na indústria, os raios X são utilizados no exame de fra-turas de peças, condições de fundição, além de outrosempregos correlatos. Nos laboratórios de análises físico-químicas os raios X têm largo espectro de utilização.

2.11 Natureza eletromagnética

Os raios X propagam-se à velocidade da luz, e comoqualquer radiação eletromagnética estão sujeitos aosfenômenos de refração, difração, reflexão, polarização,interferência e atenuação. Sua penetrância nos materiaisé relevante, pois todas as substâncias são transparentesaos raios X em maior ou menor grau.Em algumas substâncias como compostos de cálcio eplatinocianeto de bário, os raios X geram luminescência.Esta radiação ioniza os gases por onde passa. A exem-plo da luz visível, não é desviado pela ação de camposelétricos ou magnéticos. Desloca-se em linha reta, sensi-biliza filmes fotográficos, além de descarregar os objetoscarregados eletricamente, qualquer que seja a polaridade(sendo uma característica não totalmente confirmada a dedescarregar eletricamente os objetos).

3 Interação com a matéria

Quando os raios X atingem a matéria, assim como o te-cido do paciente, os fótons têm quatro possíveis destinos.Os fótons podem ser:

• Completamente espalhados sem perda de energia.

• Absorvidos com perda total de energia.

• Espalhados com alguma absorção e com perda deenergia.

• Transposotos sem qualquer alteração.

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6 4 REFERÊNCIAS

3.1 Definições dos termos

• Espalhamento - mudança de direção de um fótoncom ou sem perda de energia.

• Absorção - deposição de energia, ou seja, remoçãode energia do feixe.

• Atenuação - redução da intensidade do feixe princi-pal causada pela absorção e espalhamento.

• Ionização - remoção de um elétron de um átomoneutro produzindo um íon negativo (o elétron + ou-tro átomo neutro) e um íon positivo (o átomo rema-nescente).

3.2 Interações dos raios X em Nível Atô-mico

Existem quatro principais interações em nível atômico,dependendo da energia do fóton incidente:

• Espalhamento não modificado ou coerente - espa-lhamento puro.

• Efeito fotoelétrico - absorção pura.

• Efeito compton - espalhamento e absorção.

• Produção par - pura absorção.

4 Referências[1] Martins, Roberto de Andrade. O Nascimento de uma

Nova Física. Scientific American: . N°13, p.11.

[2] KIWANGA, Christopher Amelye. In: ChristopherAmelye. KIWANGA. Física Nuclear: Introdução à Fí-sica Nuclear (em português). 1 ed. Reino Unido: [s.n.],2013. 133 p. 1 vol.

• Manual RCA de válvulas e reemplazos RC 26

• Manual RCA de válvulas e reemplazos RC 29

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5 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

5.1 Texto• Raios X Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_X?oldid=43527084 Contribuidores: Manuel Anastácio, Mschlindwein, E2m,NH~ptwiki, Angeloleithold, LeonardoRob0t, Nuno Tavares, Get It, NTBot, RobotQuistnix, Rei-artur, Leslie, Clara C., Marcelo-Silva,333~ptwiki, 999, Gustavotcabral, Jp, Giro720, OS2Warp, FML, Lijealso, Colato, YurikBot, Gpvos, FlaBot, Luís Felipe Braga, Malafaya-Bot, Arges, PatríciaR, Xandi, LijeBot, Marcos Viana “Pinguim”, Luiz Jr, Reynaldo, Vigia, FSogumo, Luan, Mamona~ptwiki, Thijs!bot,Rei-bot, GRS73, Escarbot, Belanidia, Daimore, Ródi, JAnDbot, Alchimista, Rhcastilhos, MarceloB, Bisbis, Mengue, Albmont, Barão deItararé, Augusto Reynaldo Caetano Shereiber, Py4nf, Alexanderps, Eric Duff, Idioma-bot, Der kenner, TXiKiBoT, Tumnus, WaldirBot,VolkovBot, Brunosl, SieBot, Lechatjaune, Santos nilton, OTAVIO1981, Teles, BotMultichill, Spra, Kaktus Kid, Jozeias3d, PixelBot, Alex-bot, Ruy Pugliesi, Caractere, SilvonenBot, Vitor Mazuco, Numbo3-bot, Luckas-bot, Eamaral, Andreia vis, Claudiopedagogo, Vanthorn,Salebot, ArthurBot, DumZiBoT, Lauro Chieza de Carvalho, Xqbot, Gean, Rubinbot, LucienBOT, RibotBOT, Garrythefish, Jeanfarias,MastiBot, Dinamik-bot, Marcos Elias de Oliveira Júnior, HVL, Dbastro, Jolielegal, Johnmartins, EmausBot, ZéroBot, HRoestBot, Sala-mat, Courcelles, Stuckkey, Mjbmrbot, Barão de Capanema, Colaborador Z, PauloEduardo, Rodrigolopes, Gabriel Yuji, Épico, AnaWer,Lisa116, Zoldyick, Raul Caarvalho, Thepalerider2012, Legobot, Marcos dias de oliveira, Julianafcosta e Anónimo: 215

5.2 Imagens• Ficheiro:Camadas_electroes.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cf/Camadas_electroes.png Licença: CCBY-SA 3.0 Contribuidores: http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Atomica Artista original: KIWANGA, Christopher Amelye - Pro-fessor Associado de Física - Universidade Aberta da Tanzânia (ver arquivo fonte - página 132). Carregado por Thepalerider2012.

• Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg Licença: Public domainContribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to beslightly warped.) Artista original: SVG version was created by User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG version,created by Reidab.

• Ficheiro:Difracção_de_Raios-X_a_partir_de_planos_atómicos..png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/Difrac%C3%A7%C3%A3o_de_Raios-X_a_partir_de_planos_at%C3%B3micos..png Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Atomica Artista original: KIWANGA, Christopher Amelye - Professor Associado de Física - Universi-dade Aberta da Tanzânia (ver arquivo fonte - página 132). Carregado por Thepalerider2012.

• Ficheiro:Emissão_fóton_raios_x.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/Emiss%C3%A3o_f%C3%B3ton_raios_x.png Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Atomica Artista original:KIWANGA, Christopher Amelye - Professor Associado de Física - Universidade Aberta da Tanzânia (ver arquivo fonte - página 132).Carregado por Thepalerider2012.

• Ficheiro:First_medical_X-ray_by_Wilhelm_Röntgen_of_his_wife_Anna_Bertha_Ludwig’{}s_hand_-_18951222.gif Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/First_medical_X-ray_by_Wilhelm_R%C3%B6ntgen_of_his_wife_Anna_Bertha_Ludwig%27s_hand_-_18951222.gif Licença: Public domain Contribuidores: [1] (National Aeronautics and Space Administra-tion). Artista original: Wilhelm Röntgen.

• Ficheiro:NoFonti.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b5/NoFonti.svg Licença: CC BY-SA 2.5 Contribuido-res: Image:Emblem-important.svg Artista original: RaminusFalcon

• Ficheiro:Roentgen-Roehre.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/89/Roentgen-Roehre.svg Licença: Publicdomain Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Hmilch

• Ficheiro:Tubo_raios_X.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/Tubo_raios_X.png Licença: CC BY-SA 3.0Contribuidores: http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Atomica Artista original: KIWANGA, Christopher Amelye - Professor Associ-ado de Física - Universidade Aberta da Tanzânia (ver arquivo fonte - página 132). Carregado por Thepalerider2012.

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