Raíz, Caule e Folha

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Morfologia Externa dos Fanerógamos Gimnospermas (sementes nuas) Seus óvulos e suas sementes apresentam-se expostos na superfície dos esporofilos protegidas por escamas foliares. Exemplo: Pinheiro, cipestres, sequoias e pinheiro brasileiro. Angiospermas (plantas com flores) Filo Anthophita Apresentam-se no início do cretáceo inferior (surgiram 130 milhões de anos) no registro fóssil. São em média 300.000 espécies atuais. Estudos moleculares e a existência de caracteres morfológicos fornecem evidências de serem monofiléticas. Dentre estes caracteres alguns como: 1) presença de flores; 2) Carpelos fechados para maior proteção do ovário e fruto; 3) Dupla fecundação, com formação de um tecido chamado endosperma. Estruturas Vegetativas das Plantas RAIZ Conceito: órgão aclorofilado, com coifa e pelos absorventes. Não segmentado em nós e entrenós. Há raízes gemíferas que tem a capacidade de brotar e formar novas plantas. Funções: Fixação da planta, absorção de água e minerais, condução de água e sais minerais, liberação, reserva alimentar (água e carboidratos) e promover a sustentação da planta. Importância para o homem: medicinal, alimentar e econômica. Desenvolvimento da raiz A semente das plantas fanerógamas contém uma plantinha em miniatura, o embrião. O embrião apresenta: raiz embrionária (radícula), eixo auxiliar embriatório (hipocótico -hepicótico - epicótilo), uma ou duas folhas embrionárias (cotilédones). Ao germinar a semente, a radícula se distende por divisões e alongamentos celulares formando uma raiz principal. Na porção apical da raiz distinguimos quatro zonas: 1) Coifa ou caliptra: Capaprotetora que recobre e reveste a região de crescimento (meristema radicular); 2) Zona Lisa, de crescimento ou alongamento: É a região média imediatamente acima do meristema apical, onde as células estão em rápido processo de alongamento. Promove o crescimento da raiz. 3) Zona bilífera ou de absorção: é a região onde se originam as raízes laterais. OBS.: Colo ou coleto: região de transição entre caule e a raiz. Tipos Especiais de Raízes e suas Adaptações Raízes subterrâneas (raízes que se encontram no solo) 1) Raiz axial ou pivotante: raiz principal desenvolvida e com raízes laterais com pouco desenvolvimento, em relação à raiz principal.

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Resumo de Morfologia de Fanerogámas para estudantes de agronomia.

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Morfologia Externa dos Fanerógamos

Gimnospermas (sementes nuas)

Seus óvulos e suas sementes apresentam-se expostos na superfície dos esporofilos protegidas por escamas foliares.

Exemplo: Pinheiro, cipestres, sequoias e pinheiro brasileiro.

Angiospermas (plantas com flores) – Filo Anthophita

Apresentam-se no início do cretáceo inferior (surgiram 130 milhões de anos) no registro fóssil. São em média 300.000 espécies

atuais. Estudos moleculares e a existência de caracteres morfológicos fornecem evidências de serem monofiléticas. Dentre estes

caracteres alguns como: 1) presença de flores; 2) Carpelos fechados para maior proteção do ovário e fruto; 3) Dupla fecundação, com

formação de um tecido chamado endosperma.

Estruturas Vegetativas das Plantas

RAIZ

Conceito: órgão aclorofilado, com coifa e pelos absorventes. Não segmentado em nós e entrenós. Há raízes gemíferas que tem a

capacidade de brotar e formar novas plantas.

Funções: Fixação da planta, absorção de água e minerais, condução de água e sais minerais, liberação, reserva alimentar (água e

carboidratos) e promover a sustentação da planta.

Importância para o homem: medicinal, alimentar e econômica.

Desenvolvimento da raiz

A semente das plantas fanerógamas contém uma plantinha em miniatura, o embrião. O embrião apresenta: raiz embrionária

(radícula), eixo auxiliar embriatório (hipocótico -hepicótico - epicótilo), uma ou duas folhas embrionárias (cotilédones).

Ao germinar a semente, a radícula se distende por divisões e alongamentos celulares formando uma raiz principal. Na porção apical

da raiz distinguimos quatro zonas:

1) Coifa ou caliptra: “Capa” protetora que recobre e reveste a região de crescimento (meristema radicular);

2) Zona Lisa, de crescimento ou alongamento: É a região média imediatamente acima do meristema apical, onde as células

estão em rápido processo de alongamento. Promove o crescimento da raiz.

3) Zona bilífera ou de absorção: é a região onde se originam as raízes laterais.

OBS.: Colo ou coleto: região de transição entre caule e a raiz.

Tipos Especiais de Raízes e suas Adaptações

Raízes subterrâneas (raízes que se encontram no solo)

1) Raiz axial ou pivotante: raiz principal desenvolvida e com raízes laterais com pouco desenvolvimento, em relação à raiz

principal.

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2) Raízes fasciculadas: raiz que por atrofia é constituída por um feixe de várias raízes, onde não se distingue da principal.

3) Raízes tuberosas: são raízes subterrâneas dilatadas ricas em tecido de reservas nutritivas. Exemplos: cenoura (principal),

batata-doce (lateral), mandioca (adventícia).

Raízes aéreas (se desenvolvem expostas ao meio aéreo)

1) Grampiformes: raízes adventícias, em forma de grampos, destinadas a fixarem a planta em um suporte. Encontram-se nos

nós e/ou entrenós. Ricas em mucilagem, o que facilita a fixação ao suporte.

2) Escoras, suportes ou fúlcreas: raízes adventícias que brotam em direção ao solo, ajudando a fixar a planta como se

fossem escoras, depois penetram no solo.

3) Tabulares: são raízes adventícias que atingem grande desenvolvimento e tomam o aspecto de tábuas perpendiculares ao

solo. Ampliam a capacidade de sustentação, permitindo maior estabilidade. Aumentam sua superfície, facilitando a aeração e

a absorção de nutrientes.

4) Estrangulantes: são raízes adventícias que ao crescerem envolvem a superfície do tronco vegetal do hospedeiro. Estas

raízes formam verdadeiras redes que vão se especando, impedindo o crescimento da planta hospedeira, que na maioria das

vezes acaba morrendo.

5) Sugadoras ou haustórios: são raízes adventícias que ocorrem em plantas parasitas, onde o caule possui os opressórios

(estruturas de fixação do vegetal ao substrato) que entram e se ramificam até o floema da planta hospedeira, onde retiram

todos os nutrientes.

6) Respiratórias, pneumatóforos ou raízes de aeração: são raízes lenhosas que crescem (geotropismo negativo)

verticalmente para fora do solo. São plantas de mangue e de pântano. O solo apresenta muita concorrência por oxigênio, por

ser rico em microorganismos. São dotados de orifícios em sua superfície de uma estrutura denominada pneumortódios, por

onde se dá a aeração ou troca de gases.

Raízes aquáticas (se encontram em meios líquidos)

1) Fixas: são raízes que mesmo estando em meio liquido atingem algum substrato para sua fixação.

2) Flutuantes: são raízes que são geralmente pequenas e sem pelos absorventes e estão boiando no meio liquido.

Raízes sugadoras ou hautórios

1) Micorrizas: associação (simbiose mutualista) íntima de raízes de uma planta com determinados fungos. A planta hospedeira

fornece carboidratos e vitaminas para a multiplicação do fungo, enquanto esses absorvem nutrientes, minerais (fósforo) e

água do solo, transformando-os para as raízes.

Nódulos Radiculares

Aparecem nas raízes de muitas plantas da família Leguminosae (Fabaceae), como consequência da infestação por bactérias

(exemplo Rhizobium sp) fixadoras de nitrogênio N2 atmosférico. As bactérias penetram através dos pelos absoventes, chegam à

região do córtex, multiplicam-se e estimulam a divisão dessas células, assim formando o nódulo. N2(gás) do solo-> bactéria î NH. As

bactérias são capazes de absorver o nitrogênio do solo e converte-lo.

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Modificações Radiculares

1) Espinhos: Exemplo: “Buritirana” – gênero Mauritiella, família Arecaceae. (Apresenta modificação da raiz aparecendo

espinhos nas raízes).

2) Gavinhas: Exemplo: Orquídea – gênero Vanilla, família Orchidaceae.

3) Plantas Epífitas: não possuem raízes, ou suas raízes não absorvem nutrientes e servem apenas para servem apenas para

sustentação. Os nutrientes são captados pela epiderme das folhas.

CAULE

Conceito: Órgão vegetativo responsável pela sustentação e produção das folhas, flores e frutos.

Funções: Fototropismo positivo, Condução de seiva, crescimento, geotropismo negativo, e positivo.

Funções adicionais: Reserva nutritiva, propagação vegetativa.

Origem: Meristema apical no embrião e das gemas caulinares na planta adulta.

Partes do caule: nó (gemas axilares), entrenó (região entre dois nós consecutivos), gemas (região meristemática que pode

produzir ramos, folhas e flores).

Tipos Fundamentais de Ramificações e Crescimento Caulinar

1) Sistema Monopodial: O crescimento pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida da planta.

Exemplo palmeiras.

2) Sistema Simpodial: várias gemas participam da formação de cada ramo. A gema apical cessa sua atividade ou eixo

principal e perde sua predominância sobre os ramos laterais. Exemplo árvores.

Principais Tipos Morfológicos de Caule

Aéreos

1) Haste: herbáceo, pouco tecido lenhoso, com estrutura primária e aclorofilada. Exemplo “serralha”.

2) Tronco: lenhoso, ramificado, rígido, parte basal indivisa, formando um fuste, porte elevado, com estruturas primárias e

secundárias, e sem clorofila aparente.

3) Colmo: caule dividido em nós e entrenós, clorofila aparente, folhas dês a base ou não. Pode ser cheio ou ocos.

Exemplos bambu, cana-de-açúcar, milho.

4) Estipe: caule com nós e entrenós que se sobrepõem. Folhas no ápice caulinar e uma única ramificação da

inflorescência. Exemplo palmeira, dracena.

5) Cladódio: caule com função fotossintetizante e/ou reservatório de água. Crescimento indeterminado. São plantas

geralmente afilas ou com folhas modificadas em espinhos.

6) Rizóforo: caule produzido por algumas plantas além do seu eixo caulinar normal em contato com o solo produzem na

região apical raízes adventícias.

Aéreos Rastejantes

1) Estolho (caule estolonífero ou estolão): Cresce junto à superfície do solo, entrenós bem alongados de espaço em

espaços, apresenta gemas, ode pode haver formação de ramos e raízes. Propagação vegetativa. Exemplos morango e

grama-barbante.

2) Prostrado: Caule que se desenvolve estendido pelo solo, estando presos ao solo com raízes em apenas um ponto, não

emite raízes adventícias. Exemplo melancia.

Aéreos Trepadores

1) Volúvel: Caule que se enrola a um suporte, mas sem auxilio de órgão de fixação.

2) Sarmentoso: Caule que possuiu algum elemento de fixação, como exempla as gavinhas. Exemplo parreiras, maracujá.

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Caules Subterrâneos

1) Rizoma: crescimentos horizontais de espaço em espaço, as gemas se desenvolvem e produzem ramos verticais.

Propagação vegetativa. Exemplos espada- de- São Jorge, gengibre, bananeira, bambu.

2) Tubérculo: caule tuberoso (curto e volumoso) rico em tecido de reserva, gemas laterais (olhos), protegidos por catafilos,

podem brotar facilmente e produzir vegetativamente novas plantas. Exemplo batata-inglesa.

3) Bulbo: caule de crescimento vertical curto, volumoso, comprimido verticalmente, reduzido a um disco basal do qual

partem muitos catafilos, os mais externos são secos e os internos suculentos. Exemplos alho e cebola.

Adaptações Caulinares

Adaptações do caule ocorreram em consequência das funções que exercem ou em razão da influência do meio em que vivem.

1) Gavinhas: Estruturas filiformes que se enrolam a suporte dando maior sustentação. Tem origem da gema lateral,

portanto nas axilas das folhas.

2) Espinhos: Estruturas que originam das gemas e são vascularizadas, função protetora, encontram-se nas axilas das

folhas.

3) Acúleos: formações epidérmicas ou subepidérmicas, sem posição definida no caule. Formações contra a perda

excessiva de água e a herbivoria.

4) Cladódio: fotossintetizante e reservatório de água.

5) Tubérculo e Bulbo: Reserva de nutrientes.

FOLHA

Conceito e Origem: Órgãos achatados (finos e amplos), laminares, simetria bilateral, com tecido clorofilado próximo da

superfície.

Áfilas: Plantas sem folhas, suas folhas foram modificadas, podendo aparecer espinhos em seu lugar, como ocorre nos cactos.

A forma da folha deve estar associada à captação da luz solar e à absorção do gás carbônico para a fotossíntese. As folhas

iniciam-se como projeções laterais, os primórdios foliares, que se localizam próximo ao meristema apical caulinar. Os primórdios

foliares originam-se por divisões nas camadas mais superficiais do ápice caulinar, tendo assim origem exógena.

Funções: fotossíntese, trocas gasosas, condução e distribuição da seiva (xilema e floema), reserva nutritiva ou de água.

Prefoliação: é à disposição das folhas nas gemas vegetativas, antes de desabrocharem.

1) Involuta: Semi - limbos apresentam-se enrolados em espiral, no sentido longitudinal voltados

para a face superior (ventral).

2) Revoluta: Semi – limbos apresentam-se enrolados em espiral, no sentido longitudinal voltados para a face inferior

(dorsal).

3) Convoluta: Limbo apresenta-se enrolado na forma de cartucho, com um aspecto de um funil.

4) Conduplicada: Primórdio foliar apresenta-se dobrado longitudinalmente ao longo da nervura principal, na face superior,

semi limbos justapostos.

5) Plicada: Semi – limbos formando várias pregas paralelas a nervura principal. Exemplo

mamona.

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6) Circinada: Apresenta-se enrolado do ápice da lâmina foliar para a base, isto é, transversalmente a nervura principal.

Exemplo samambaia.

7) Plana: O primórdio foliar se apresenta plano, sem nenhuma dobra.

Filotaxia – disposição das folhas no ramo ou do caule.

Filotaxia Oposta

1) Oposta Dística: Quando a disposição das folhas ocorre formando único plano em duas fileiras.

2) Oposta Cruzada: quando cada par cruza-se em angula reto com o par seguinte.

Filotaxia Verticilada – Quando 3 ou mais folhas surgem no mesmo nó.

Filotaxia Alterna – Quando as folhas inserem-se individualmente em cada nó.

1) Alterna Dística: Quando a disposição das folhas ocorre formando um único plano em duas fileiras.

2) Alterna Espiralada: Quando a inserção das folhas descreve um curso helicoidal ao longo do ramo.

3) Alterna Rosulada: Quando as folhas estão muito juntas por ocorrer em entrenós muito curtos.

Organização Foliar

1) Folha Simples: Lâmina foliar ou limbo, pecíolo, base foliar.

2) Folha Composta

Venação ou Nervação – Distribuição das nervuras ou veias das folhas.

Peninérva (ou Pinada): quando existe uma única nervura primária (principal) servindo de origem para as nervuras secundárias.

1) Peninérva Craspedódroma: quando as nervuras secundárias terminam na margem foliar.

2) Peninérva Camptódroma: quando as nervuras secundárias não terminam na margem.

3) Peninérva Hifódroma (ou uninérvea): quando só existe a nervura primária.

Actinódroma (ou Palmatinérvea): quando 3 ou mais nervuras primárias saem todas do mesmo ponto e divergem em várias

direções.

Acródroma (ou curvinérvea): quando 2 ou mais nervuras formam arcos convergentes no ápice.

Campilódroma: quando muitas nervuras primárias ou suas ramificações se originam de um ponto comum e formam arcos muito

recurvados antes de se convergirem em direção ao ápice.

Paralelódroma (ou paralelinérvea): quando 2 ou mais nervuras originadas uma ao lado da outra, na base foliar, correm

paralelas até o ápice, onde convergem.

OBS.: Nas folhas com nervação palmatinérvea e com nervação peninérvea dependendo da profundidade das reentrâncias

podem ser:

Palmatilobada

Palmatifendida

Palmatipartida

Palmatisecta

Pinatilobada

Pinatifendida

Pinatipartida

Pinatisecta

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Pecíolo: é a parte mais estreita e alongada da folha, que serve para unir a lâmina foliar ao caule. Varia no tamanho e na forma. Ele

auxilia na sustentação da lâmina foliar. Desempenha um importante papel na exposição da lâmina à luz (fototropismo). As folhas

quanto ao pecíolo podem ser classificadas em:

1) Peciolada: quando o pecíolo está presente.

2) Pecíolo alado: quando há expansões aliformes laterais no pecíolo.

3) Peltada: quando o pecíolo está preso no meio da lâmina foliar. Exemplo Hydrocotyle (Ubeline).

4) Folha séssil: quando o pecíolo está ausente e a lâmina foliar prende-se diretamente ao caule.

Base Foliar: é a porção terminal do pecíolo que serve para conectá-lo ao ramo ou ramos do caule.

Bainha: é a parte basal e alargada da folha que abraça o caule.

1) Folha invaginante: com estrutura tubular envolvendo o caule, abaixo da inserção lâmina ou pecíolo.

2) Pseudocaule ou falso caule: constituído dos restos das bainhas foliares superpostas.

3) Lígula: tecido que sai acima da bainha e serve para acumular água.

Estípula: são apêndices que variam muito em forma e tamanho. Podem estar presentes na base das folhas, mas podem estar

ausentes nas folhas ou serem caducas. Possuem grande valor no reconhecimento taxonômico de uma família. Além de grande

importância na proteção da gema terminal. Exemplos café (família Rubiaceae), fícus (família Moraceae), cacau e algodão – de – praia

(família Malvaceae)

Espinhos: Modificações de estípulas. Exemplo coroa-de-Cristo (Euphorbia millii).

Ócrea: modificações de estípulas, estrutura resultante da fusão de duas estípulas membranáceas, circundando o caule,

ultrapassando o ponto de inserção da folha.

Classificação Quanto à Organização do Limbo: Folha Simples ou Composta

Folha Composta: O limbo apresenta-se subdividido em segmentos ou unidades, os folíolos. O número de folíolos pode variar.

Apresentam nervuras e se articulam a um pecíolo comum, destacando-se dele sem se rasgar.

Organização da folha composta

Raque: eixo principal da folha. Os folíolos encontram-se dispostos na raque, apresentando filotaxia oposta ou alterna. Os folíolos

podem ou não apresentar peciólulos. Quando na raque os folíolos são opostos, dois a dois, estes pares são chamados de jugo.

Pulvino: no pecíolo pode ser encontrada uma região engrossada, espessada, com tecido parenquimático denominado pulvino. Nos

folíolos há os pulvínulos. O pulvino determina o movimento de abertura e fechamento dos folíolos, chamado movimento nástico,

provocados pela modificação da turgência das células.

Classificação das folhas compostas de acordo com o número e disposições dos folíolos.

1) BIFOLIOLADA: com dois folíolos partindo de um ponto comum. Ex: Vicia

2) TRIFOLIOLADA: com 3 folíolos partindo de um ponto comum.

3) TRIFOLIOLADA-PINADA: com formação de uma pequena raque sustentando o folíolo ímpar. Ex: “carrapicho” – Desmodium

4) PALMADA OU DIGITADA: com mais de três folíolos partindo de um ponto comum. Ex: “paineira” - Ceiba speciosa.

PINADA: folíolos saindo dos dois lados, em toda a extensão, dispostos oposta ou alternadamente ao longo da raque.

Conforme a existência de 1 ou 2 folíolos terminais as folhas pinadas podem ser: Paripinada ou Imparipinada

1) PARIPINADA: pinada com 1 par de folíolos terminais. Ex: “chuva-de-ouro” Cassia fistula

2) IMPARIPINADA: pinada com um folíolo terminal. Ex: “roseira”, “espatódea” Spathodea campanulata

3) BIPINADA (ou RECOMPOSTA): Folha cuja raque principal saem ramificações que sustentam os folíolos ou foliólulos que

podem ser peciolados ou não. Ex: “pau-brasil”, “pau-ferro”.

4) UNIFOLIOLADA: com 1 único folíolo com um peciólulo partindo de um pecíolo da folha.

OBS.: Quando a folha tem na raque ramificações opostas, e nestas se inserem os folíolos, todo este conjunto é chamado de pina.

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Modificações Foliares

1) Cotilédones: Primeira ou uma das primeiras folhas do embrião. Acumular reserva.

2) Escamas ou catáfilos: Folhas reduzidas, geralmente aclorofiladas. Função proteger as gemas ou acumular substâncias

nutritivas.

3) Gavinhas: Estrutura filamentosa com função de sustentação, resultante da modificação da folha inteira, folíolo, partes da

lâmina foliar ou da estípula.

4) Espinhos e acúleos: Estruturas pontiagudas e endurecidas que são modificações das folhas ou de alguma de suas partes.

5) Bráctea: Folhas modificadas, vistosas ou atrativas, geralmente, associadas as flores ou inflorescências, que podem auxiliar

na polinização.

6) Folhas das plantas insetívoras ou carnívoras: Folhas que apresentam variação morfológica com formas especializadas para

captura de organismos (insetos). Ascídios e Utrículos: plantas carnívoras ou insetívoras que capturam e digerem insetos

através de sucos secretados por glândulas especiais. São conhecidas cerca de 450 espécies de insetívoras, que apreciam

lugares úmidos e terrenos pantanosos. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro recebeu as primeiras mudas de insetívoras em

1935. Plantas cultivadas:

Nepenthes (Nepenthaceae) - originárias de Madagascar, Índia, Austrália e Sudeste Asiático.

Dionaeaa (Droseraceae) - popularmente conhecidas como "papa-moscas", são facilmente encontradas nos EUA e no

México.

Drosera (Droseraceae) - gênero muito comum no Brasil, principalmente em São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Sarracenia (Sarraceneaceae) - são encontradas no leste dos EUA, em regiões pantanosas.

Utricularia (Lentibulariaceae) - existem várias espécies difundidas por todo o território brasileiro. A espécie mais comum é

conhecida como boca-de-leão ou violeta-do-brejo.

7) Filódio: folha muito reduzida e onde o pecíolo adquire a forma e função da lâmina foliar.

8) Pulvino e pulvínulo: Porção espessada do pecíolo e dos peciólulos responsáveis pelos movimentos násticos. Ex: “sensitiva”

FOLHAS COLETORAS: Folhas que servem como reservatório de substâncias húmicas e detritos de onde as raízes absorvem água e

sais minerais. Ex: “chifre-de-veado” - Platycerium alcicorne

HETEROFILIA: Folhas com mais de uma forma, produzidas em regiões distintas de uma mesma planta. Ex: “amora”, “cabomba”.

Duração das Folhas

1) Caducas: folhas que caem, deixando a planta sem folhas durante a floração ou durante o inverno.

2) Persistentes: quando as folhas sempre estão presentes na planta.

3) Marcescentes: quando as folhas secas ficam presas na planta, durante um longo tempo.