RASCUNHOS - perse.com.br · PDF fileDe volta pra casa...24 Escolha,26 ......
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RASCUNHOS...
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Daniel Menezes
RASCUNHOS...
“A existência é um belíssimo livro. Ninguém pode fazer uma excelente leitura desse livro se
não aprender as pequenas palavras...” (frase extraída do livro o Futuro da Humanidade, Augusto
Cury)
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Dedicatória
Dedico a todos aqueles que passaram e ainda passam deixando suas marcas na minha
existência...
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Sumário
Prefácio,8
Um dia de estresse,9
Sem Noção,11
Vírus,12
A Brisa,13
Mensagem de Anjo,14
Tesouro Maior,15
Esconderijo,16
Pessoas Especiais,17
Retrato na Parede,18
Sonhos,20
Insônia,21
Mudança,22
Horizonte,23
De volta pra casa...24
Escolha,26
A voz do coração,27
A visita,28
Janela,29
Será? 30
Outro Mundo,32
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Mãe Adolescente,34
Enigma de um bêbado,36
Cansei...38
Excitação,39
Oração,41
Mascarado,42
Professor,43
Herói,45
Rumo,46
Iletrado,47
Encantamento,49
Tranquilo... 51
Ciclo da Infelicidade,53
Ciúme,55
Lar,57
Relógio,58
Radinho,59
Conversa Alheia,61
Síndrome do Pânico,62
Proteção,64
Precioso,66
Vou partir para outros mundos,67
Ligação,68
Reduto,69
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O Palhaço,71
Carro “véio”,72
Amor dividido,73
Sopro,75
Foco,77
A festa,78
Roupa Social,80
Tenho,81
Perder,82
Carta de um aventureiro,84
Agradecimetos,86
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Prefácio
Escrevo por escrever atualmente sem a mínima intenção das consequências. Essa
capacidade de transmitir as ideias e sentimentos da alma através da escrita em folhas de
papel nasceu por acaso, digamos, há pouco tempo.
Estranhamente, foi uma pessoa muito especial que despertou isso. O engraçado que o
espaço de convivência entre nós foi curto, mas, o suficiente para ser plantada uma
semente de amizade sincera e verdadeira. Uma marca profunda (com direito a cicatriz)
deixada pelo resto da vida.
As conversas, os pensamentos e opiniões filosóficas durante os raros intervalos devido
aos compromissos profissionais foram proveitosas. Período maravilhoso! Mas, com o
tempo e ironia do destino, houve a necessidade de explorar e conhecer outros mundos
desconhecidos.
Parti para uma expedição em busca de novas descobertas. Por minha causa (e acho que
o destino já propunha este desafio a mim) tomamos caminhos diferentes. Não a vejo faz
um tempo... Pergunto-me, às vezes, com os meus “botões” qual caminho que minha
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parceira escolheu. De vez em quando, mando SMS para ela. Ela responde! Pelo menos
sei que continua viva. Por enquanto, o destino não permitiu o reencontro... Quem sabe
num dia qualquer, o inesperado destino dá o seu jeitinho de nos encontrarmos para
tomarmos um café na padaria.
Enquanto sigo meu trajeto de ida, vou descobrindo algumas coisas que passavam
despercebidas bem diante dos olhos. Uma delas, é a percepção que a vida será um
eterno rascunho. Como lápis de Deus que escreve a minha história com variados
acontecimentos propositais e incomuns, tento acompanhar o ritmo feroz dos seus
ensinamentos através de lições e provações que recebo diariamente.
Como todo aprendiz, tenho dúvidas e indagações que instigam independente de vitórias,
derrotas, alegrias e tristezas a continuar a buscar respostas para a minha incontável lista
de perguntas.
A viagem não terminou e não terminará tão cedo, melhor assim pois, continuarei a
conversa filosófica da vida, seja através das pessoas ou no silêncio dos meus
pensamentos, tentado transmitir através da escrita rabiscadas nas folhas de rascunhos...
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Um dia de estresse
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Sai tão injuriado do meu posto de trabalho que esqueci meu guarda-chuva sabe Deus
onde. Desço alguns andares do prédio apressadamente, negando o conforto e a rapidez
do elevador. Ao chegar na porta de saída, vejo um grupo de pessoas, abrigado e
esperando a forte chuva passar. Aguardo também junto com o grupo. Por pouco tempo.
Impaciente, não aguento esperar nem mais um minuto naquele lugar, responsável pelo
meu extremo mau humor do final do dia. Na coragem e emoção na flor da pele, saio da
proteção do abrigo no meio do temporal. Não fiz questão de correr enquanto muitos
faziam isso (mesmo com o guarda-chuva nas mãos). O ponto de ônibus não estava tão
longe, mas, fiz questão de prolongar o caminho da caminhada. Estava tão nervoso e
furioso, que não me importei com a roupa, mochila e sapatos molharem rapidamente. A
vontade naquele instante era jogar tudo para o alto, chutar o balde (popularmente dito):
família, emprego, despesas de contas pra pagar, faculdade ou qualquer tipo de
compromisso dessa vida.
Cheguei ao ponto de ônibus já lotado de gente com guarda chuva. O pequeno (e único)
abrigo para se proteger do temporal que continuava a cair sem dó, já estava todo
ocupado. A opção era aguardar no meio da chuva mesmo no meio daquela gente. A
roupa e o sapato estavam tão encharcados que a sensação inicial agora era de estar
pelado, mergulhado numa banheira de gelo do ártico (não faço a mínima ideia como é
por lá, deve ser frio pra c...).
O maldito ônibus não aparecia. O trânsito caótico, parado da avenida deve ter deixado
preso em algum lugar do centro da cidade. Eu queria chorar, mas, ria da situação. No
ponto, enquanto nenhum ônibus aparecia, o falatório rolava solto. Não faltavam
reclamações do chefe, do colega falso de trabalho, do marido ou esposa, das contas pra
pagar no final do mês, do governo, dos professores da faculdade... Caramba, não sou o
único com problemas neste mundo do cacete!
Resolvi suavizar as coisas. Para o bem pessoal. Deixei a chuva cair no rosto como
calmante (coisa de maluco). As pessoas já me olhavam curiosas: o que essa anta quer
fazer? Deixei a água cair por alguns minutos. Isso curiosamente fez bem. Contei até dez
para a raiva passar. Se ficasse remoendo, arrumaria briga fácil com qualquer um e,
levaria adiante a vontade de jogar tudo para o alto. Só de imaginar essa ideia
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incomodou. Carregar no peito isso não mudaria nada. Raiva e mágoa prejudicam.
Condena-te a estagnação. Parado e preso na zona de conforto não muda nada. Melhor
arrumar um jeito de sair disso. A saída? É rir da desgraça mesmo não tendo graça.
Alivia pelo menos.
O ônibus finalmente chegou. E entro aos empurrões, cotoveladas (até pontapés) e
xingamentos por causa do espaço mínimo. Com muita dificuldade consegui conquistar o
meu. Ufa! Os que não tiveram sorte ficaram para trás, praguejando a má sorte para
aguardar o próximo ônibus. Naquela altura, ia demorar bastante. O sofrimento deles
continuaria por mais algum tempo.
A torneira do céu alguém deve ter esquecido fechar, pois a chuva não parava de cair. O
ônibus lotado não prosseguiu viagem por causa do trânsito. Teve gente (dentro do
ônibus) que colocou culpa até no motorista. Cada uma viu... Tenho aula ainda hoje e
chegarei atrasado. Para ajudar, é dia de prova valendo a nota do semestre. O professor
da matéria tem fama de carrasco, por causa da falta de compaixão com qualquer um que
chega atrasado. Duvido que tenha comigo ou com outros, mesmo com essa justificativa
convincente. Quer saber? Melhor ir para casa, tomar um banho quente, vestir uma roupa
confortável e limpa e beber um chocolate quente. Deitarei na minha cama, ligarei a
televisão para assistir alguma programação que interessa. Deixarei para amanhã, se
houver. Se existir o amanhã, será outra história e, espero que ela não seja como hoje,
aliás, esforçarei para mudar esse capítulo para que jamais se repita.
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Sem noção
Hoje estou no mundo da lua, perdido no tempo sem saber por quantas horas... Estou
sorrindo sozinho no meio da multidão que me vê como um louco ou um sem noção.
Com o fone no ouvido, apertado na condução lotada, não presto atenção nos
comentários do locutor ou na letra de uma música qualquer que está tocando no rádio.
Foco minha atenção na viagem ao passado distante e nas fotografias das lembranças. Não me interesso ou não me preocupo no que pensam ao meu respeito. Preocupo-me
com o que penso naqueles que passaram e deixaram marcas na minha vida.
Continuo rindo sozinho como se tivesse rodeado pelas pessoas que amo. As piadas sem
graça, pessimamente contada, mas, que causavam risos de todo mundo por causa de
uma risada gostosa de um idiota boa praça, onde este contagiava arrancando
gargalhadas de outros. Os tempos de escola, da vagabundagem, da falta de
responsabilidade... Por que o tempo passa? Por que ele envelhece as pessoas? Por que
ele é capaz de tirar um por um que amamos? Por que sempre mentimos para os grandes
amigos que nos encontraremos em breve?
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Digo bobagens para minimizar a saudade. Nada trará de volta estes melhores momentos.
Eles existem justamente para isso, para lamentarmos o que passou. Mas, continuarei
rindo sozinho... Apenas quero ficar brisando, enquanto não acontece outro momento
inesquecível que o tempo tirou de mim!
Vírus
Sinto algo estranho no corpo. Tento fugir, mas não consigo. Por mais que eu lute, o
adversário é mais forte, invisível e muito poderoso. Aos poucos, vai dominando e
espalhando pela corrente sanguínea. É questão de tempo chegar ao coração.
Apareceu de repente, sem pedir licença ou passagem, invadindo minha vida e
modificando-a para sempre... O vírus vai completando o seu percurso... Finalmente
chega ao coração. Quando atinge, sinto a sensação de paz, harmonia e de calma na
minha alma.
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Os sintomas já mostram suas consequências no qual não quero mais ser curado... Deste
vírus chamado amor.
A Brisa
Sentir a brisa leve do vento no rosto nos leva para a sensação de liberdade... Uma
sensação que nos faz alçarmos voos, como pássaros.
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Aliás, o que deve pensar um pássaro enquanto está em pleno voo, quando olha o mundo
a seus pés? Eu posso imaginar sua viagem pelo tempo, pela lembrança através da brisa
suave...
A lembrança, que aparece como fotografias mostram momentos ou vários deles e
pessoas especiais que não apenas marcaram, mas, foram capazes de escrever escritas
eternas do livro da vida.
Na medida em que a brisa do vento vai se tornando mais forte, a brisa nos leva para a
outra sensação... Pouco valorizada, mas necessária: a saudade que, sempre aparecerá a
cada lugar familiar, ou através de uma cadeira vazia ou um gesto de um conhecido.
O peito aperta... De leve, quando o desejo que o momento marcante aconteça
novamente jamais acontecerá. A tristeza aparece momentaneamente, mas esta é
passageira, pois bons momentos se guardam com carinho.
Com a esperança que novos momentos marcantes apareçam... vou viajando... deixando
a brisa leve bater no rosto, para que novamente eu volte a alçar os voos da
imaginação...como os pássaros.
Mensagem de anjo