RASTREIOS DE SAÚDE -...

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1 Agrupamento de escolas de Alhandra, Sobralinho e São João dos Montes Escola Básica 2, 3 Soeiro Pereira Gomes RASTREIOS DE SAÚDE 2008/2009

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Agrupamento de escolas de Alhandra, Sobralinho e São João dos Montes

Escola Básica 2, 3 Soeiro Pereira Gomes

RASTREIOS DE

SAÚDE

2008/2009

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Rastreios de Saúde 2008/2009

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Í!DICE

1. Introdução …………………………………………………………………… 3

2. Objectivos……………………………………………………………………. 4

3. Rastreios realizados….……………………………………………………...... 4

4. Resultados dos rastreios.…………………………………………………....... 5

4.1 Índice de Massa Corporal.………………………………………………. 5

4.2 Glicémia….…………...………………………………………………… 9

4.3 Tensão Arterial…..……………………………………………………… 11

4.4 Colesterol…..…………………………………………………………… 14

4.5 Rastreio Visual….………………………………………………………. 14

4.6 Rastreio Oral….………………………………………………………… 17

4.7 Rastreio Audiológico….………………………………………………… 18

5. Considerações finais…..……………………………………………………… 20

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1. Introdução

Os Rastreios de Saúde são realizados na Escola Básica 2, 3 Soeiro Pereira

Gomes desde o ano lectivo 2004/2005, à excepção do ano lectivo 2007/2008, com o

propósito de realizar uma avaliação e posterior caracterização dos indivíduos que

constituem a comunidade escolar, no âmbito do Programa de Promoção e Educação

para a Saúde.

Com estes rastreios pretende-se incutir na comunidade uma mudança de atitude

relativamente aos níveis de prática desportiva dos jovens e, sobretudo, ao nível da

criação de hábitos de vida saudável, incluindo os cuidados com aspectos nutricionais,

assim como a tomada de consciência da necessidade de se diagnosticar e analisar a sua

condição física e composição corporal.

O presente relatório refere-se aos dados recolhidos no ano lectivo 2008/2009.

Salienta-se que, não temos o mesmo número de participantes em cada um dos testes,

uma vez que nem todos os alunos realizaram os mesmos.

Durante o processo de avaliação das variáveis foi imprescindível a articulação

com vários parceiros da nossa comunidade educativa, a Farmácia Botto e Sousa,

Eyestore – Centro Óptico de Alhandra, Centro de Saúde de Alhandra e Escola Superior

de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

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2. Objectivos

Este projecto tem como objectivos:

� Promover a escola como observatório privilegiado, dos indicadores de

saúde e qualidade de vida, da comunidade educativa e meio envolvente;

� Criar um sistema regular de avaliação, dos principais indicadores dos

níveis de saúde;

� Avaliar os níveis de saúde dos alunos;

� Sensibilizar os alunos, famílias e toda a comunidade educativa para

hábitos de vida saudável;

� Sinalizar e encaminhar clinicamente casos de alunos que se situem fora

da “zona saudável”;

� Contribuir para a construção de um Projecto Educativo sustentado em

indicadores fiáveis;

� Fazer diagnóstico precoce de problemas visuais que possam interferir no

rendimento escolar dos alunos e optimizar as condições visuais dos

mesmos;

� Fazer o diagnóstico precoce de alterações audiológicas, que possam

intervir no processo de desenvolvimento e na capacidade de

aprendizagem;

� Permitir que os jovens usufruam de cuidados básicos de higiene oral;

� Contribuir para a construção de uma “cultura de saúde”;

� Promover a sociabilização entre funcionários, professores e alunos,

noutros contextos que não a sala de aula;

3. Rastreios realizados

No âmbito da implementação do projecto, os alunos e o pessoal docente e não

docente realizaram os seguintes rastreios de saúde:

� Índice de Massa Corporal

� Glicémia

� Tensão Arterial

� Colesterol

� Visual

� Oral

� Audiológico

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4. Resultados dos Rastreios

De seguida apresentamos os resultados dos rastreios que foram realizados.

4.1. Índice de Massa Corporal

O Índice de Massa Corporal (IMC) é usado para calcular o nível de gordura no

sangue de cada indivíduo. Para o cálculo deste valor utiliza-se uma fórmula (utilizando

o peso e a altura), aceite como padrão de medida internacional, para identificar, da

melhor maneira possível, o grau de obesidade de uma pessoa. Saber se o seu peso está

de acordo com a sua altura é um factor primordial para diagnosticar possíveis problemas

que possam vir a surgir e classificar o estado nutricional dos nossos alunos. No entanto,

nas crianças e jovens este cálculo não é realizado directamente, a utilização do índice

peso/altura é substituído pelo IMC/idade, mais adequado à correcta monitorização do

estado nutricional da criança ou jovem. Deste modo, foram utilizadas as curvas e tabelas

de percentis (em anexo).

Após o cálculo do Índice de Massa Corporal, e atendendo à idade do jovem,

consideram-se como valores de referência:

- Normal: um jovem que esteja entre o percentil 5 e 85;

- Magreza: um jovem que esteja abaixo do percentil 5;

- Sobrepeso: um jovem que esteja entre o percentil 85 e 95;

- Obesidade: um jovem que esteja acima do percentil 95.

A avaliação do estado nutricional foi realizada a 284 alunos, sendo 127 do 5.º

ano e 157 do 7.º ano de escolaridade. Na tabela seguinte, os resultados estão

representados por idade e sexo.

Masculino Magreza !ormal Sobrepeso Obesidade Total

Alunos Nº

Alunos % Nº Alunos % Nº Alunos %

Nº Alunos

%

10 Anos 1 3 20 59 8 24 5 15 34 11 Anos 3 10 17 59 7 24 2 7 29 12 Anos 4 8 29 60 10 21 5 10 48 13 Anos 3 9 22 63 3 9 7 20 35 14 Anos 5 33 6 40 3 20 1 7 15 15 Anos 1 25 3 75 0 0 0 0 4

Total 17 10% 97 59% 31 19% 20 12% 165

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Feminino Magreza !ormal Sobrepeso Obesidade Total

Alunos Nº

Alunos % Nº Alunos % Nº Alunos %

Nº Alunos

%

10 Anos 2 7 20 67 5 17 3 10 30 11 Anos 4 25 10 63 2 13 0 0 16 12 Anos 1 2 36 78 6 13 3 7 46 13 Anos 1 6 14 88 0 0 1 6 16 14 Anos 1 9 8 73 2 18 0 0 11

Total 9 7% 88 74% 15 13% 7 6% 119

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Após análise dos gráficos, verifica-se que o estado nutricional normal é mais

elevado nas raparigas do que nos rapazes, em todas as faixas etárias. Salienta-se, ainda,

que o estado de magreza dos rapazes de 14 anos é bastante elevado, se compararmos

com os resultados obtidos nas outras idades. Em relação aos rapazes, existem maiores

percentagens para os índices sobrepeso e obesidade, comparativamente com as

raparigas.

No geral, por sexo, podemos verificar que grande parte das raparigas está no

índice normal, no entanto, em relação aos rapazes a situação não se mantém, uma vez

que apenas 59% se encontram no índice normal. Salienta-se, ainda, que 12% dos

rapazes estão no índice de obesidade e 10% no índice de magreza.

Em suma, apenas 65% da população escolar se encontra no índice normal de

avaliação nutricional. Dos restantes 35%, 9% estão abaixo do índice normal,

apresentando um índice de magreza, e 26% estão acima do índice normal, estando 10%

destes no índice de obesidade. Esta percentagem é bastante elevada, ou seja dos 280

alunos que realizaram o rastreio, 28 são obesos.

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Em relação ao pessoal docente e não docente, apenas um total de 12 pessoas

realizaram o rastreio. Visto que este número é bastante reduzido, os resultados obtidos

são apenas uma pequena amostra da população, pelo que as conclusões que obtivemos

não são representativas.

Magreza !ormal Sobrepeso Obesidade Nº % Nº % Nº % Nº %

Total Docente / !ão Docente

0 0 5 42 6 8 1 8

Salienta-se que apenas 50% do pessoal docente e não docente do sexo

masculino se encontra no índice normal e que do sexo feminino é de apenas 40%. Os

restantes estão todos acima do índice normal, estando 10%, do sexo feminino, no índice

de obesidade.

No geral, apenas 42% do pessoal docente e não docente se encontra no índice

normal, 50% está no índice de sobrepeso e 8% no índice de obesidade.

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4.2. Glicémia

A Glicémia é a taxa de glicose no sangue, ou seja, a taxa de açúcar contida no

sangue. Os valores de referência são:

- Glicémia em jejum (JJ) – menor do que 110 mg/dl.

- Glicémia após ingestão de glicose (PP) – menor do que 180 mg/dl.

Em relação ao teste de medição da glicémia, realizaram o teste 279 alunos,

sendo 127 do 5.º ano e 151 do 7.º ano de escolaridade. Os resultados obtidos foram os

apresentados na tabela em baixo.

Glicémia

Em Jejum Após ingestão de glicose < 110 mg/dl > 110 mg/dl < 180 mg/dl > 180 mg/dl Total

de Alunos

Nº Alunos

% Nº

Alunos %

Nº Alunos

% Nº

Alunos %

5º Ano 7 5 2 2 118 93 0 0 127 7º Ano 18 12 2 1 131 87 0 0 151 Total 25 9% 4 1% 249 90% 0 0% 279

Após a análise da tabela, verificamos que a grande maioria dos alunos (99%) se

encontra dentro da zona normal, apenas quatro alunos apresentaram um valor em jejum

acima do considerado normal, mas que não merece grande preocupação, uma vez que

são valores mínimos de diferença.

Durante a realização destes testes de glicémia, uma vez que se tinha que

considerar a glicémia em jejum ou após a ingestão de glicose, era perguntado aos alunos

a que horas tinha sido a sua última refeição. Deste modo, verificávamos se os alunos

tinham tomado o pequeno-almoço ou não. Este dado é bastante importante, visto que

assim percebemos que os alunos vêem muitas vezes para a escola sem terem feito esta

refeição.

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Os resultados obtidos foram os seguintes:

Com pequeno-almoço Em jejum Total de

Alunos Nº Alunos % Nº Alunos % 5º Ano 118 93 9 7 127 7º Ano 131 87 20 13 151 Total 249 90% 30 10% 279

Após análise da tabela e dos gráficos, verificamos que a percentagem de

alunos que não tomou o pequeno-almoço é superior nos alunos do 7.º ano do que do 5.º

ano. No entanto, esta diferença não é significativa, sendo apenas de 6%. Interessa referir

que é bastante elevada a percentagem de alunos do 7.º ano de escolaridade que não toma

habitualmente o pequeno-almoço, sendo esta de 13%.

Em suma, a percentagem de alunos que se encontrava em jejum é de 10%,

tendo em conta a população que foi inquirida. Salienta-se que a maioria destes testes foi

realizada a meio e no final da manhã, o que torna estes resultados alarmantes.

Nos rastreios realizados em 2006/2007, a percentagem obtida foi exactamente

a mesma. Daqui se conclui, que não existiu qualquer melhoria a este nível.

Ao compararmos dentro dos alunos que não tomaram o pequeno-almoço, a

percentagem de alunos do sexo masculino e feminino, obtemos o seguinte resultando:

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As percentagens obtidas são muito parecidas, sendo 52% do sexo feminino e

48% do sexo masculino.

Em relação ao pessoal docente e não docente, não existe nada a salientar, pois

todos os valores estavam dentro dos normais de referência.

4.3. Tensão Arterial

A Tensão Arterial, também conhecida como Pressão Arterial, é a pressão

exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. Os valores encontrados,

após a sua medição, deverão ser interpretados segundo as tabelas de percentis, em

anexo, e onde entra em linha de conta não só a idade e sexo da criança, mas também o

percentil da estatura.

Os valores de referência utilizados para a análise dos rastreios foram os

seguintes:

- Tensão Arterial Normal: Tensão Arterial Sistólica e Diastólica inferior ao

percentil 90 para a idade e sexo;

- Tensão Arterial Normal Elevada: Tensão Arterial Sistólica ou Diastólica entre

os percentis 90 e 95 para a idade e sexo;

- Hipertensão Arterial: Tensão Arterial Sistólica ou Diastólica superior ou igual

ao percentil 95 para a idade e o sexo.

O rastreio da Tensão Arterial foi realizado a 282 alunos, sendo 129 do 5.º ano e

153 do 7.º ano de escolaridade. Os resultados obtidos encontram-se divididos por anos

de escolaridade e sexo, na tabela seguinte:

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Tensão Arterial !ormal !ormal elevada Total de

Alunos Nº Alunos % Nº Alunos %

5º Ano Masc. 64 81 15 19 79 Fem. 41 82 9 18 50

7º Ano Masc. 73 87 11 13 84 Fem. 58 84 11 16 69

Total 236 84% 46 16% 282

Após a análise dos gráficos, verificamos que não existem diferenças

significativas entre os resultados para as raparigas e para os rapazes. As percentagens,

tanto ao nível da tensão arterial normal como da tensão arterial normal elevada, são

muito parecidas.

No geral, podemos verificar que 16% dos alunos têm a Tensão Arterial Normal

Elevada e que 84% têm a Tensão Arterial Normal. Salienta-se que, embora estes valores

não sejam preocupantes, é necessário o acompanhamento e vigilância dos alunos cuja

tensão se encontra um pouco mais elevada do que o normal.

No que concerne ao pessoal docente e não docente, o rastreio foi realizado a 45

elementos, sendo 28 do pessoal docente e 17 do pessoal não docente.

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Tendo em conta que estamos a falar de adultos, os valores de referência são

diferentes dos anteriores, pelo que iremos considerar os valores que se encontram na

tabela seguinte:

Tensão Arterial Tensão Arterial -

Máxima

Tensão Arterial -

Mínima

Óptima 100 – 120 60 – 80

Normal 100 – 130 60 – 85

Normal elevada 130 – 139 85 – 89

Hipertensão – Grau I 140 – 159 90 – 99

Hipertensão – Grau II 160 – 179 100 – 109

Hipertensão – Grau III > 179 > 109

Após a análise e avaliação dos resultados, obtivemos os valores que se

encontram na tabela e gráfico seguintes:

Tensão Arterial Docentes / !ão Docentes Nº de elementos %

Óptima 12 27 Normal 15 33

Normal elevada 8 18 Hipertensão – Grau I 8 18 Hipertensão – Grau II 1 2 Hipertensão – Grau III 1 2

Total 45

Apenas 60% do pessoal docente e não docente tem uma tensão arterial normal

ou óptima, os restantes apresentam valores de tensão arterial acima do normal, o que

não deixa de ser um valor bastante preocupante. Salienta-se, ainda, que 2% do pessoal

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docente e não docente apresenta hipertensão de grau II ou hipertensão de grau III. Seria

muito importante a vigilância destes valores.

4.4. Colesterol

O colesterol é uma substância gorda presente em todas as células do organismo,

necessária, em pequenas quantidades, ao seu funcionamento. No entanto, quando o

nível de colesterol no sangue está elevado, o risco de desenvolvimento de doenças

cardiovasculares aumenta. O índice de colesterol no sangue não deve exceder 190

mg/dl.

Este rastreio só foi realizado ao pessoal docente e não docente no total de 24

elementos e os resultados obtidos encontram-se na tabela em baixo.

Colesterol < 190 mg/dl ≥ 190 mg/dl

Total Nº elementos % Nº elementos %

Docentes/ Não Docentes 21 87 3 13 24 A maioria do pessoal docente e não docente encontra-se dentro dos valores de

referência, havendo somente 13% com o valor do colesterol acima do valor considerado

ideal.

4.5. Rastreio Visual

O Rastreio Visual foi realizado por 280 alunos da Escola Básica 2, 3 Soeiro

Pereira Gomes, sendo 129 do 5.º ano de escolaridade e 151 do 7.º ano de escolaridade.

Foi, ainda, realizado o rastreio a 23 docentes e a 14 não docentes, num total de 37

elementos da Comunidade Educativa.

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Para a realização do rastreio, foi pedida a parceria do Eyestore - Centro Óptico

de Alhandra, que disponibilizou dois técnicos da sua equipa, para estarem ao dispor da

escola durante quatro dias.

Após a realização dos vários testes, os alunos enquadravam-se em uma das três

categorias: visão normal, consulta de Optometria ou consulta de Oftalmologia. Nos dois

últimos casos, significa que os alunos estão a necessitar de uma avaliação mais

pormenorizada da sua visão, pois o rastreio indicou uma discrepância comparativamente

aos valores normais.

Os resultados obtidos, em relação aos alunos, foram os indicados na tabela

seguinte:

Visão !ormal

Consulta de Optometria

Consulta de Oftalmologia

N.º alunos % N.º alunos % Ñ.º alunos % Alunos 5.º ano

84 65% 45 35% 0 0%

Alunos 7.º ano

88 58% 62 41% 1 1%

Total alunos 172 61% 107 38% 1 1%

Salienta-se que grande parte dos alunos do 5.º ano tem uma visão normal, no

entanto, 35% dos alunos necessitam de uma consulta de Optometria. Em relação aos

alunos do 7.º ano, os resultados obtidos são muito mais preocupantes, visto que cerca de

metade dos alunos necessita de uma consulta de Optometria ou Oftalmologia.

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No geral, de todos os alunos rastreados, os resultados obtidos são os seguintes:

Dos 280 alunos, aos quais foi realizado o rastreio visual, 108 alunos apresentam

falta de visão e/ou algum problema de visão, ou seja, 39% dos alunos deverão ir a uma

consulta de Optometria ou Oftalmologia.

Em relação aos restantes elementos, docentes e não docentes, os resultados

obtidos são muito inquietantes, pois mais de metade dos rastreados necessitam de uma

consulta de Optometria ou Oftalmologia, tal como se pode verificar pela tabela e gráfico

seguinte. Salienta-se que o facto de terem participado poucos elementos conduz a

resultados pouco representativos da sua população.

Visão !ormal

Consulta de Optometria

Consulta de Oftalmologia

N.º % N.º % N.º % Total Docente/ !ão Docente

14 38% 22 59% 1 3%

Dos 37 docentes e não docentes que realizaram o rastreio, apenas 14 têm uma

visão normal, o que corresponde apenas a 38% da sua populção, e se considera um valor

muito baixo.

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De um modo geral, os problemas ao nível da visão aumentam com o aumento

da faixa etária, tal como se pode observar pelo gráfico abaixo.

4.6. Oral

No âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), da

Direcção Geral de Saúde, foi realizado o Rastreio Oral aos alunos nascidos em 1995,

1998 e 2001. O rastreio foi realizado pela Higienista Oral do Centro de Saúde de

Alhandra e consistia apenas na observação da dentição do aluno. Após esta triagem,

seria emitido um cheque-dentista aos alunos com cárie dentária em dentes definitivos e

seriam referenciados os alunos livres de cárie dentária em dentição definitiva, para

consulta de higiene oral no Centro de Saúde.

Neste primeiro ano de implementação do programa, e tendo em conta que o seu

início foi tardio, foram emitidos cheques-dentistas para todos os alunos nascidos nos

anos que o programa abrangia.

Assim, do universo de 670 alunos da escola básica, foram rastreados 197 e

emitido o mesmo número de cheques-dentista.

Deste modo, foram abrangidos, no Programa Nacional de Promoção da Saúde

Oral, 29% da população dos alunos da escola. Salienta-se que não foi possível ter dados

concretos sobre o número de alunos com cáries, uma vez que foram emitidos cheques

para todos os alunos.

Saúde Oral

!ão abrangidos pelo plano

P!PSO Total

Nº alunos % Nº alunos % 473 71 197 29 670

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No próximo ano lectivo, o programa abrangerá os alunos nascidos em 1996,

1999 e 2002. Uma vez que estaremos no segundo ano da sua implementação, e que a

emissão de cheques-dentistas se fará entre Setembro e Abril, será possível ter dados

mais concretos sobre o estado oral dos nossos alunos.

4.7. Audiológico

O rastreio consiste em identificar alterações audiológicas não detectadas que, a

curto ou a médio prazo, podem interferir no processo de desenvolvimento e na

capacidade de aprendizagem. Um dos períodos, em que deve ser detectada e prevenida a

hipoacusia (diminuição do nível de audição) e possíveis distúrbios psicossociais a ela

associados, é no período escolar. Assim, identificando o mais precocemente possível

algumas alterações da função auditiva, minimizam-se possíveis danos que possam vir a

ser irreversíveis.

O rastreio audiológico foi realizado por alunos do Curso de Audiologia da

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, coordenado pela Directora do

Curso Margarida Serrano. Este rastreio foi realizado aos alunos do 7.º ano de

escolaridade, num total de 156 alunos. Nos rastreios realizados, foi distribuído material de

carácter informativo sobre o ruído, as suas causas e efeitos, perda auditiva temporária e

higiene auditiva.

Audição !ormal

Aconselhamento médico Total

Nº alunos % Nº alunos % 7º Ano 140 90 16 10 156

Após a análise dos vários resultados dos testes realizados, 10% dos alunos foram

aconselhados a ir a uma consulta de Otorrinolaringologia, tendo 90% dos alunos

passado nos exames realizados.

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Dos alunos que

foram aconselhados a ir a

uma consulta de

Otorrinolaringologista, 31%

são do sexo feminino e os

restantes do sexo

masculino, tal como se

observa no gráfico

seguinte:

Foram, ainda, realizados rastreios a 13 docentes e não docentes, que

participaram neste rastreio.

Após a avaliação dos resultados, 15% foram aconselhados a ir ao médico de

Otorrinolaringologia e 85% apresentaram um resultado normal.

Audição !ormal

Aconselhamento médico

Total Nº

elementos %

Nº elementos

%

Docentes/ Não Docentes

11 85 2 15 13

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Rastreios de Saúde 2008/2009

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5. Considerações finais

Ao analisar todos os resultados obtidos, as conclusões gerais que podemos

retirar da realização dos rastreios, no que diz respeito aos alunos, são:

� 26% dos alunos têm excesso de peso, sendo 10% obesos.

� 10% dos alunos não tomaram o pequeno-almoço.

� 16% dos alunos têm a Tensão Arterial Normal Elevada.

� 39% dos alunos necessitam de consulta de Optometria/Oftalmologia.

� 10% dos alunos necessitam de consulta de Otorrinolaringologia.

Relativamente à comunidade escolar, as conclusões gerais são:

� 58% dos indivíduos têm excesso de peso, sendo 8% obesos.

� 40% dos indivíduos têm a Tensão Arterial Elevada.

� 13% dos indivíduos têm os níveis de colesterol elevados.

� 62% dos indivíduos necessitam de consulta de Optometria/Oftalmologia.

� 15% dos indivíduos necessitam de consulta de Otorrinolaringologia.

Com base nestas conclusões, verificamos que é importante continuar as políticas

que temos vindo a desenvolver. É necessário sensibilizar os alunos para a importância

de uma alimentação saudável e da prática de exercício físico. Neste sentido, a aposta

será na continuidade de acções de sensibilização, no âmbito da alimentação saudável e

de alguns distúrbios alimentares, bem como na continuidade de actividades que

envolvam os alunos na aquisição de bons hábitos alimentares.

Considera-se imprescindível, continuar a apostar na consciencialização dos

Encarregados de Educação/Pais para a necessidade de realizarem o diagnóstico precoce

de determinados problemas de saúde dos seus educandos, que possam vir a interferir no

rendimento escolar e optimizar as condições físicas e mentais dos mesmos. Neste

sentido, e tendo em conta a população escolar que actualmente temos, seria importante

continuar com estes rastreios nos próximos anos lectivos e abranger um maior número

de alunos e elementos da comunidade escolar.

Refere-se, ainda, que durante este ano lectivo foi, sem margem de dúvidas,

muito importante o empenho e a dedicação demonstrada pelos profissionais envolvidos,

sendo uma mais-valia que fez a diferença. Deste modo, pretendemos manter e intensificar

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Rastreios de Saúde 2008/2009

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as parcerias já existentes, para que possamos responder de forma mais eficaz e atempada às

necessidades da população escolar.

No próximo ano lectivo, os rastreios de saúde serão realizados aos alunos do 5.º e

7.º anos de escolaridade, sendo o rastreio oral realizados aos alunos nascidos em 1996, 1999

e 2002.