Raticidas
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R E L A T O D E U M A E X P O S I Ç Ã O C O L E T I V A A S U P E R W A R F A R I N E R E V I S Ã O D A
L I T E R A T U R A
Raticidas
Introdução
Na década de 80, surgiram novos tipos de rodenticidas anticoagulantes que são letais para ratos e tóxicos para humanos após uma única ingestão aguda. O uso destes potentes rodenticidas anticoagulantes de longa-ação continua a aumentar. Os chamados superwarfarinas são rodenticidas anticoagulantes de segunda geração, caracterizados por sua ampla meia-vida de eliminação, como o brodifacum, difenacum, bromadiolona, difacinona e clorofacinona. Superwarfarins são similares a warfarina, mas, sua ação anticoagulante é 100 vezes mais potente que a do grupo assemelhado.
Apresentação e finalidade
Em várias apresentações, foi adicionado Bitrex®, substância
amargante que é útil para minimizar os casos de intoxicação acidental,
principalmente em crianças.
Apresentam-se para fins domiciliares e de saúde pública, em forma de iscas coloridas e tabletes
parafinados, respectivamente.
Mecanismo de ação
Antagonismo da vitamina K: inibindo no fígado a formação de fatores de coagulação dependentes de vitamina K
Ação vascular: causando vasodilatação, ingurgitamento e aumento da fragilidade capilar.
Derivados cumarínicos e indandiona
A warfarina e compostos relacionados (cumarinas e
indandionas) são os rodenticidas mais comuns. São bem absorvidos pela via
digestiva e podem determinar, na intoxicação aguda, hemorragias de vários graus, dependendo da dose ingerida e do tempo de exposição.
Toxicidade
Em geral os produtos warfarínicos são de baixa toxicidade, visto que necessitam de uma grande ingestão ou uma ingestão prolongada, por vários dias, para que ocorra o efeito anticoagulante. Intoxicação com superwarfarinicos podem causar:
Prolongamento do INR (Índice Normatizado Internacional);
Prolongamento do PT;
Prolongamento do PTTA;
Sangramentos.
Manifestações Clínicas
As manifestações clínicas se apresentam mais rápido nos casos de ingestão tóxica de warfarínicos ao contrário do que acontece com os superwarfarínicos, onde os sintomas se apresentam mais tardiamente.
Estadiamento das intoxicações
Leve: distúrbios da coagulação detectados somente por análise laboratorial;
Moderada: distúrbios de coagulação resultando em hematomas, hematúria, melena, sangramento excessivo em pequenos cortes, sangramento gengival, hemorragia conjuntival;
Grave: hemorragia digestiva, hemorragia retroperitoneal; acidente vascular encefálico hemorrágico; hemorragia interna resultando em choque.
Diagnóstico:
Tempo de Protrombina (TP)
Tempo de coagulação
Eritrograma (anemia)
Urina (hematúria)
Fezes (sangue oculto)
Medidas de Descontaminação
Esvaziamento gástrico (quando pertinente);
Carvão ativado em doses seriadas;
Catártico Salino.
Em caso de exposição não intencional (notadamente em crianças), não é necessária qualquer medida de descontaminação do sistema digestivo, e não há recomendação para monitorização laboratorial.
Tratamento
Vitamina K1: Kanakion®;
Evitar fármacos que alterem metabolismo dos anticoagulantes;
Medidas de manutenção.
Ácido ascórbico (Vitamina C):
Dose: adultos e crianças = 1g/dia, VO ou EV.