Razão e emoção: a difícil tarefa de ser relações...

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Petr Kurecka Curso de Comunicação Social Newsletter da Disciplina Planejamento da Comunicação Institucional Ano 1 - Número 11 – 3ª semana de maio de 2007 Editor – Cleon Gostinski Razão e emoção: a difícil tarefa de ser relações públicas Inês Manthei Quando ingressamos no mundo profissional, um requisito básico é saber lidar com os nossos sentimentos. É no trabalho que passamos a maior parte do nosso tempo e convivemos com os mais diversos tipos e gêneros de pessoas. Muitas vezes, temos que controlar a raiva que sentimos de alguém, e até “engolir alguns sapos”. As angústias, os medos e os problemas pessoais devem ficar esquecidos. Precisamos deixar de lado as diferenças que temos com alguém e procurar sempre olhar e aproveitar o lado positivo que cada um de nós tem a oferecer. Ser profissional em primeiro lugar e ser profissional acima de tudo não é uma tarefa muito fácil, mas é indispensável. Entre outras coisas requer paciência, tolerância e maturidade. Agora, imaginem tudo isso no cotidiano de um relações públicas? Este profissional que é responsável pela boa imagem da organização, que ameniza os conflitos, que é mediador e que encontra soluções. A partir do momento em que assumimos ser relações públicas em uma empresa, precisamos estar conscientes do nosso papel e mostrar que estamos preparados para agir, independente da situação, sem ficar reclamando dos problemas e percalços que vão surgindo no caminho. E, além de tudo, temos que olhar para o “problema” como um aprendizado, reverter a situação, ou melhor, como diz a professora Vera Corrêa: “vamos fazer deste limão, uma limonada. Divulgando as relações públicas Silvia dos Santos Em meu último artigo fiz alguns questionamentos sobre o mercado de traba- lho para os profissionais de Relações Públi- cas. Depois da repercussão que causei, passei a ter idéias para reverter à situação de desconhecimento que a maioria dos empre- sários tem sobre a profissão. E se nós, futuros relações públicas, organi- zássemos palestras com administradores, lojistas e outros profissionais para divulgar esta profissão e assinalar tudo o que podemos fazer pelas suas empresas? Melhor ainda, e se esta iniciativa fosse coordenada pela AGERP, a agência experimental de relações públicas da FACCAT?

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Curso de Comunicação Social Newsletter da Disciplina Planejamento da Comunicação Institucional Ano 1 - Número 11 – 3ª semana de maio de 2007 Editor – Cleon Gostinski

Razão e emoção: a difícil tarefa de ser relações públicas

Inês Manthei Quando ingressamos no mundo profissional, um requisito básico é saber lidar com os nossos sentimentos. É no trabalho que passamos a maior parte do nosso tempo e convivemos com os mais diversos tipos e gêneros de pessoas.

Muitas vezes, temos que controlar a raiva que sentimos de alguém, e até “engolir alguns sapos”. As angústias, os medos e os problemas pessoais devem ficar esquecidos. Precisamos deixar de lado as diferenças que temos com alguém e procurar sempre olhar e

aproveitar o lado positivo que cada um de nós tem a oferecer. Ser profissional em primeiro lugar e ser profissional acima de tudo não é uma tarefa muito fácil, mas é indispensável. Entre outras coisas requer paciência, tolerância e maturidade. Agora, imaginem tudo isso no cotidiano de um relações públicas? Este profissional que é responsável pela boa imagem da organização, que ameniza os conflitos, que é mediador e que encontra soluções. A partir do momento em que assumimos ser relações públicas em uma empresa, precisamos estar conscientes do nosso papel e mostrar que estamos preparados para agir, independente da situação, sem ficar reclamando dos problemas e percalços que vão surgindo no caminho. E, além de tudo, temos que olhar para o “problema” como um aprendizado, reverter a situação, ou melhor, como diz a professora Vera Corrêa: “vamos fazer deste limão, uma limonada.

Divulgando as relações públicas

Silvia dos Santos Em meu último artigo fiz alguns questionamentos sobre o mercado de traba-lho para os profissionais de Relações Públi-cas. Depois da repercussão que causei, passei a ter idéias para reverter à situação de desconhecimento que a maioria dos empre-sários tem sobre a profissão. E se nós, futuros relações públicas, organi-zássemos palestras com administradores, lojistas e outros profissionais para divulgar esta profissão e assinalar tudo o que podemos fazer pelas suas empresas? Melhor ainda, e se esta iniciativa fosse coordenada pela AGERP, a agência experimental de relações públicas da FACCAT?

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Esta proposta poderá gerar outros ganhos: ainda mais atenção aos anseios dos alunos e maior procura no vestibular pelo curso de relações públicas.

Soluções devem ser adotadas de imediato, para que eu, assim como muitos outros colegas, que dentro de algum tempo estarão exercendo esta profissão, tenhamos um campo de trabalho ampliado e reconhecido. São idéias simples que podem dar um grande resultado.

Público: a grande razão do espetáculo

Paula Cristiane Pereira dos Santos Ocorreu nos dias 27, 28, 29 e 30 de abril de 2007, o 10º Festejando Parobé. Trata-se da comemoração do 25º aniversário de emancipação deste município.

Um dos grandes acontecimentos do evento foi o show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, que ocorreu no dia 30. Os cantores sertanejos sempre fizeram sucesso neste tipo de evento. No show deste ano, compareceram 35 mil pessoas para prestigiarem a dupla.

A razão do sucesso, deste evento, vem de encontro aos ensinamentos que tenho tido no curso de relações públicas, pois, antes de iniciá-lo, sempre me questionava: porque, ao invés de trazerem esses tipos de artistas, os organizadores não contratavam Caetano Veloso, Djavan e Marisa Monte, por exemplo, que são mais da minha preferência? Ao ingressar no mundo da comunicação, comecei a freqüentar diversos eventos, mesmo gostando ou não. Precisei entender que não devo participar, necessariamente, como público, mas sim como acadêmica de Relações Públicas. E, como tal, preciso estudar, pesquisar e conhecer o público-alvo de cada espetáculo. Aprendi que, para um evento ser bem sucedido, a equipe organizadora deve conhecer as preferências predominantes do público e trabalhar sintonizada com suas necessidades. Hoje, entendo que, para a comemoração do aniversário de emancipação de Parobé, é mais apropriada a escolha por cantores sertanejos do que por ícones da MPB. Por isso, não devemos ser imaturos e ir contratando os artistas de nossa preferência. Temos que suprir as necessidades do público-alvo. Sem público não existe show!

Conquistar espaço de trabalho exige ousadia

Maria Graziela da Silva Precisamos nos desprender do comodismo da aceitação: da inação, dá má qualidade e da falta de perspectiva. São inúmeras as paralisias humanas. É necessário começar sem medo de errar. A nobreza do dito popular: “quem não arrisca não petisca”, transcende uma simples lição. Ele indica que podemos correr riscos, tornando nossas vidas muito mais interessantes. Esta é, talvez, a maior razão para que você saia hoje de sua zona de conforto. Ou você prefere passar o resto de seus dias levando uma vida rotineira, previsível, sem nunca saber a pessoa extraordinária que pode se tornar? Torne desafiadoras as circunstâncias de sua vida para que sua grandeza possa subir à superfície. Relações Públicas é uma profissão do futuro e exige um profissional do futuro. Este pode ser você! Aliás, tudo depende de você!

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Manter-se atualizado e, cada vez mais, desenvolver suas habilidades, são pontos muito fortes que podem levá-lo onde você, talvez, nunca tenha sonhado chegar! O espaço de trabalho do futuro pertencerá àqueles que saibam, pelo menos, controlar suas emoções e especializar suas habilidades. E, é claro que não basta sonhar, entrar no sonho, se envolver com ele. É preciso por os pés no chão, agir e conquistar.

O relações públicas precisa entender os componentes da liderança

Luiz Fernando Valentini A liderança pode ser definida como a influência interpessoal exercida numa situação, por intermédio do processo de comunicação, para atingir algum objetivo, seja ele geral ou específico.

A liderança precisa estar associada à valorização humana. O individualismo, a centralização e o autoritarismo devem ceder lugar à “liderança em equipe”. O sucesso do profissional de relações públicas está diretamente ligado à administração desta

questão, uma vez que sua atividade está voltada à gestão de pessoas e ao relacio-namento interpessoal e intergrupal. O líder, através de suas habilidades, tem como obrigação a busca constante, junto a seus liderados, do comprometimento e da lealdade para que sua equipe possa alcançar um bom desempenho, construindo o sucesso da organização. Percebe-se que alguns indivíduos da equipe precisam ser orientados, mas a grande maioria necessita ser conduzida. Nestas duas situações desponta a figura do líder nato: alguém capacitado que consiga fazer com que as pessoas possam dar o melhor de si, quando exigidas. E para que a equipe obtenha o melhor resultado o líder deve estar, permanentemente, motivado para com-tagiar a todos em quaisquer circunstâncias.

Atores profissionais ou atores da vida?

Fabiane Denice Gerhardt As coisas bem organizadas e as riquezas dos detalhes dão outro sentido a um evento. Precisamos planejar, seja um simples churrasco com os amigos até um evento de maior proporção. Assisti no dia 28 de abril, o espetáculo Tholl, imagem e sonho. Ao entrar no local, logo pude perceber que o espetáculo seria um show maravilhoso. Casa cheia, uma diversidade de públicos que buscavam uma cultura diferenciada. O que nossos olhos puderam presenciar foi um espetáculo rico em detalhes que fizeram à diferença. No princípio a voz do locutor deu especial ênfase à abertura. No contexto, os atores, sem lona ou picadeiro, usavam apenas o palco para transmitir a magia do circo, enaltecendo a emoção dentro de uma linguagem corporal perfeita. Um show de luzes, ação, dança, maquiagem, confiança, magia, encantamento e liberdade de expressão. uma riqueza de detalhes muito bem planejada e estruturada. A energia fluía com muita cor, acrobacias e equilíbrio. Os habitantes daquele palco criavam um mundo imaginário, ultrapassando limites com alegria, autonomia, paixão e confiança mútuas. Pudemos ver as técnicas dentro das possibilidades das realizações humanas, nos

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saberes, nas forma de expressão e nas celebrações de cada gesto.

Tudo isto me fez refletir no meu “fazer” profissional. Realmente precisamos agir como atores em busca da perfeição para que haja sucesso, seja nos eventos ou em qualquer outra tarefa que decidimos executar. As ações devem ser planejadas, idealizadas com amor, dedicação e confiança, que são palavras-chave perfeitas para o caminho do sucesso em qualquer aspecto da vida. É preciso entrelaçar sabedoria, competência, vontade, conhecimento para se ter o diferencial do sucesso.

A relações públicas formada pela vida

Michele Masera Minha Relações Públicas é a melhor que conheço, sempre preocupada com minha imagem de todas as formas possíveis, desde a aparência até a integridade. Conhece-me a fundo. Sabe o que quero apenas em olhar para mim. Sabe quando estou triste ou muito feliz. É incrível, percebe pelo meu jeito de andar, vestir, falar, olhar e, até mesmo, quando fico em silêncio. Se tenho problemas não adianta querer disfarçar, ela percebe, ou melhor, tem certeza que tenho dificuldades. Mas como todo bom profissional de relações públicas, pensa, analisa... e faz o diagnóstico certo, providencia as ações para resolver, e, se necessário, reverte a situação. Se eu estiver errada aconselha, me mostrando o caminho correto, fazendo que as demais partes

envolvidas não fiquem com uma imagem negativa de mim. E se eu estiver certa, aí sim, fará de tudo para provar a todos minha competência, fazendo com que os meus públicos confiem, respeitem e me admirem. Desde que era pequena, até antes, ela planeja passo a passo meu sucesso, me observa, orienta na criação dos meus valores, missões, objetivos. Praticamente não falha. Se o faz, ninguém percebe tamanha é sua organização, planejamento e competência. Sempre bem organizada, planeja tudo nos mínimos detalhes, me orienta com a certeza de quem sabe. Não há quem não a perceba, sempre impecável em suas decisões. Todos que a conhecem confiam em seu conheci-mento, sua garra, disposição, virtuosidade e originalidade.

Posso afirmar com toda certeza e orgulho, que o que sou hoje é graças aos esforços de minha Relações Públicas, minha mãe.

Oportunidade para integração entre relações públicas e publicitários

Michel Ayres Machado Nas minhas últimas duas matérias para nosso newsletter, comentei sobre o setor de eventos relacionado ao profissional de Relações Públicas e sobre minha vontade de trazer ao nosso estado um grande encontro para fortalecer essa profissão em nossa região. No nosso encontro de hoje, mantenho direcionado o assunto ao setor de eventos para divulgar o 16º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, que está

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programado para os dias 13, 14 e 15 do mês de junho deste ano. Trata-se de um encontro importantíssimo relacionado ao setor de comunicação e que estará ao alcance de todos, pois será realizado a poucos quilômetros de distancia dos alunos da FACCAT. Para nós, futuros comunicadores será uma ótima oportunidade para promover a integração com os profissionais desse meio, conhecendo seus trabalhos e como está a expectativa para esse setor, já que esta atividade é interligada a nossa futura profissão.

O Festival Mundial de Publicidade chega a sua 16º edição, mantendo a tradição de ser realizado na primeira quinzena de junho e em anos impares, adquirindo prestígio interna-cional e sendo considerado o maior evento de publicidade da América Latina. Ele tem como objetivo divulgar, promover e premiar as peças e as campanhas publicitárias que se destacaram em 2006. As inscrições encerram no dia 20 de maio e maiores informações sobre o festival e eventos paralelos podem ser obtidas pelo site www.festivalgramado.com.br.

Evento reuniu personalidades internacionais da comunicação

Juliana Meirelles(ABRAPCORP) As perspectivas da Comunicação Organizacional e Relações Públicas no Século XXI foram discutidas por renomados pesquisadores nacionais e internacionais da comunicação no I

Congresso Brasileiro de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. O evento ocorreu entre os dias 3 e 5 de maio de 2007, na Universidade de São Paulo (USP). Tendo como tema central “A Comunicação Organizacional e as Relações Públicas no século XXI: um campo acadêmico e aplicado de múltiplas perspectivas”, o Congresso reuniu e promoveu o debate entre pesquisadores e profissionais na busca de legitimar os campos de conhecimento da Comunicação Organizacional e Relações Públicas no Brasil. Entre os convidados estiveram presentes Larissa Grunig (University of Maryland, EUA), Linda Putnam (Texas A&M University, EUA), Antoni Noguero Grau (Universidad Autónoma de Barcelona), Antonio Castillo Esparcia (Universidad de Málaga, Espanha) e Maria Antonieta Rebeil Corella (Universidad Ánáhuac – México). A realização foi da Abrapcorp - Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – juntamente com o programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP). Professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e de graduação, além de profissionais e gestores da comunicação tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos e discuti-los com os participantes do evento.

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