Re Lac He
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8/3/2019 Re Lac He
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RELACHE
Relache, rosa de folha - folha de rosa: vespa tamanha - tamanho de vespa, cu delampada, etc...
Relache uma passagem de nivel, uma passagem de nivaca: Relache lamentvel -
ou o amante-cadeira!
E alem disso Relache a vida, a vida como me agrada: a vida sem amanh, a vida
de agora, tudo para o agora, nada para para ontem, nada para amanh.
Os farois dos automveis, os colares de prolas, as formas redondas e finas das
mulheres, a publicidade, a musica, o automvel, alguns homens em fatos pretos, o
movimento, o rudo, o jogo, a gua transparente e clara, o prazer do riso, eis
Relache.
Relache foi feito como se corta dezassete vezes de seguida sem maquilhagem as
cartas.
Relache tem as mais belas pernas do mundo, os suas partes de baixo so de
champanhe, as suas ligas pretas e brancas.
Relache o movimento sem propsito, nem para a frente nem para trs, nem para a
direita nem para a esquerda.
Relache no se volta e no vai sempre a direito: Relache passeia-se na vida com uma
forte gargalhada: ERICK SATIE, BORLIN, ROLF DE MAR, REN CLAIR,
PRIEUR e eu criamos Relache um bocado como Deus criou a vida. No h
cenrios, no h roupas, no h nu, s h o espao, o espao que a nossa
imaginao gosta de percorrer.
Relache a felicidade dos instantes sem reflexo: porqu reflectir, porqu ter umaconveno de beleza ou de alegria?
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8/3/2019 Re Lac He
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Temos que arriscar as indigestes se temos vontade de comer!
Portque no arruinar-se? Porque no trabalhar quarenta e oioto horas de seguida senos aprover? Porque no ter quinze mulheres e porque que uma mulher no h-de
ter cinquenta e dois homens se isso lhe der prazer?
Relache aconselha-vos a ser dos que vivem, porque a vida ser sempre mais longa na
escola do prazer do que na escola da moral, na escola da arte, na escola religiosa, na
escola das convenes mundanas.
FRANCIS PICABIA
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8/3/2019 Re Lac He
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DADA FILOSFICO
para Andr Breton
Capitulo I
DADA tem olhos azuis, cara plida, cabelo encaracolado, tem o ar ingls de um
jovem desportista.
DADA tem dedos melanclicos, e um ar espanhol
DADA tem nariz pequeno, e um ar russo
DADA tem cu de porcelana e um ar francs
DADA devaneia sobre Byron e a Grcia.
DADA devaneia sobre Shakespeare e Charlot.
DADA devaneia sobre Nietzsche e Jesus Cristo.
DADA devaneia sobre Barrs e crepusculos.
DADA tem um crebro como um lirio de gua.
DADA tem um crebro como um crebro.
DADA tem uma vasta e delgada face e a sua voz arqueada como o timbre
das sereias.DADA uma lanterna mgica.
DADA tem uma pila enroscada num bico de uma guia.
A filosofia DADA triste e acolhedora, indulgente e vasta. Cristalaria
veneziana, joalharia, vlvulas, biblifilos, jornadas, novelas poticas, bares,
doenas mentais, Luis XIII, diletantismo, a opereta final, a estrela radiante, o
patgo, um copo de cerveja escorrendo devagarinho, um novo gnero de
orvalho: assim a fisionomia de DADA!Descomplicaes e incertezas.
Inconstante e nervoso, DADA a cama de rede que balana gentilmente.
Capitulo II
Uma estrela despenha-se sobre o rio, deixando um rasto de copias. Felicidade etristeza tm vozes socegadas e suspiram nas nossas orelhas.
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8/3/2019 Re Lac He
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Sol tenebroso ou brilhante.
No fundo de um pequeno barco, no sabemos qual o caminho a seguir.
Um tunel e o retorno.
O extase torna-se angustia no idilio do lar.As camas so mais plidas que os mortos, apesar do grito desesperado do
homem.
DADA beija na fonte e os seus beijos devem ser o contacto da gua com o
fogo.
DADA Tristan Tzara.
DADA Francis Picabia.
DADA tudo uma vez que ama os puros espiritos, a noite que cai, a
folhagem que suspira, e os amantes estreitando-se nos braos um do outro,
bebnendo apaixonadamente na dupla e divina fonte do Amor e da Beleza.
Caitulo III
DADA sempre teve vinte e dois anos toda a sua vida, creceu um bocadinho mais
magro nos ltimos vinte e dois anos. Dada casou-se com uma mulher do campo que
gosta de passarinhos.
Capitulo IV
DADA vive numa almofada de um peplo, est cercado por crisanrtemos que usam
mscaras parisiences.
Capitulo V
V as paixes humanas ao longo das margens do optimismo, despedaadas pela
poesia antiquada de Baudelaire.
Capitulo VI
"Mas estoun a tornar-me um idiota!", exclamou DADA.O desejo de adormecer.
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8/3/2019 Re Lac He
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Ter um servo.
O servo idiota, na outra extremidade do quarto.
Capitulo VII
O mesmo servo abriu a porta e, como sempre, recusou-se a deixar-nos entrar. Na
distncia ouvimos a voz de DADA.
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8/3/2019 Re Lac He
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manifesto DADA
Os cubistas querem cobrir DADA de neve. Isso espanta-vos, mas assim, eles
querem esvaziar a neve do seu cachimbo para tapar DADA.Tens a certeza?
Totalmente. Os factos so revelados por bocas grotescas.
Eles pensam que DADA os pode impedir de praticar esse comrcio odioso: Vender a
arte muito cara.
A arte custa mais do que os salpices, mais cara que as mulheres, mais cara que
tudo.
A arte visvel como Deus! (veja-se Saint-Suplice)
A arte um produto farmaceutico para imbecis.
As mesas rodam graas ao esprito: os quadros e as obras de arte so como as
caixas-fortes, o esprito est l dentro e torna-se cada vez mais genial seguindo os
preos dos locais de venda.
Comdia, comdia, comdia, comdia, comdia, meus caros amigos.
Os galeristas no gostam da pintura, pois conhecem o mistrio do espirito................
Comprai reprodues de autografos.
E no sejam snobs, pois no sereis menos intiligentes s porque o vizinho tem umacoisa semelhante vossa.
Chega de cagadelas de mosca nas paredes!
Continuaram a faz-las, pois claro, mas um bocadinho menos.
DADA com certeza que vai ser cada vez mais detestado, as suas credenciais vo
permitir-lhe de estragar as procisses cantando "eu tenho dois amores", que
sacrilgio!!!
O cubismo representa a escassez de ideias.Eles cubizaram os quadros dos primitivos, cubizaram as esculturas negras, cubisaram
os violinos, cubisaram as guitarras, os jornais ilustrados, cubisaram a merda e os
perfis das jovenzinhas, e agora h que cubisar o dinheiro!!!
DADA, no que lhe diz respeito, no quer nada, nada, nada, e faz qualquer coisa
para que o pblico diga: "ns no percebemos nada, nada, nada". "Os Dadastas no
so nada, nada, nada, e de certeza absoluta que no chegaro a nada, nada, nada."
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8/3/2019 Re Lac He
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FESTIVAL MANIFESTO -presbiopia-
Orador. - No meu ltimo manifesto canibal, eu disse que o cu, o cu representa avida tal como as batatas fritas e que se vende como a honra? Pois bem, esta noite
isso est dado como se fosse nada, e veja como esta pequena sala se encheu?
Espectador. - Ento vai comear de de novo, sempre com ordinarices e obscenidades?
Em vez de se expressar em francs!
Orador. - A obscenidade existe na sua pobre imaginao, no h obscenidade. A
vida uma obscenidade? Fazer filhos uma obscenidade?
Espectador. - A vida o que belo.
Orador. - Oh! um bom casamento ou um dote legal, o que d no mesmo, ou uma
vitria que se obtem com custa de funerais.
Espectador. - No possvel compreendermo-nos, voc leva tudo para a
materialidade.
Orador. - Eu entendo o que voc ama, a oficial glria! Voc quer que eu lhe diga
o que lhe desagrada em Dada? que Dada no gosta de vendas, de arremessos, de
lavagens ai crebro; voc sente que Dada se est cagar para si.
Espectador. - E pode-me dizer porque que se est nas tintas para mim?Orador. - Porque voc srio, logo idiota.
Espectador. - Eu no vejo muito bem porqu...
Orador. - O artista ou esse burgus, um gigantesco inconsciente , ele toma a sua
timidez por honestidade! As suas caridades e as suas admiraes, meu caro senhor,
so mais desprezveis do que a sfilis ou gonorreia que voc distribui ao seu vizinho,
sob o pretexto do temperamento ou do amor.
Espectador. - Eu no posso continuar a comprometer-me com algum como voc, eeu convido a todos vs, meus colegas espectadores a sair desta sala, ao mesmo
tempo que eu, pois no podemos mantermo-nos contacto com esta pessoa.
Orador. - Claro, voc tem medo que o vento levante a sua saia e vejamos que o
seu sexo falso, seu cabelo tambm falso, seus dentes so falsos, que voc tem um
olho de vidro e que o nico que me olha com franqueza, o outro um camaleo
de Asneiras, a 20.000 francos. o Carate, para os parvos.
Espectador. - Senhor, eu andando, alm de que no tenho nenhuma saia, eu sou umhomem!
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8/3/2019 Re Lac He
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Orador. - Oh! calas ou saias, vai dar ao mesmo, s muda sexo, mas tanto em si
como nos seus semelhantes o sexo no pode mudar, porque falso.
Espectador. - Mas no h nada errado, pelo menos uma das teorias que voc
papagueou.Orador. - Voc est certo, no h nada de errado.
Espectador. - A imitao, parece-me .....
Orador. - A imitao verdade, um jardim em celulide verdade, um papagaio de
cristal de rocha verdade, uma ovelha em ruoltz verdade.
Espectador. - Voc no me vai dizer que DADA verdade?
Orador. - DADA que lhe fala, ele tudo, ele entende tudo, de todas as
religies, ele no pode ser nem vitria nem derrota, ele vive no espao e no no
tempo. - Mas perdo Sr. Espectador de nacionalidade pretende ser?
Espectador. - Eu sou francs de Paris
Orador. - De Paris
Espectador. - Sim, de Paris
Orador. - Sim, existem os franceses de Marselha, de Bordeaux, de Besanon, de
Paris, voc como algumas pessoas na Terra, que se julgam russas, americanas,
alems ou inglasas, verdadade, verdade que voc gosta de viajar em diligncia.
Espectador. - Miseravel (e d um tiro de revlver no orador)
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8/3/2019 Re Lac He
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MANIFESTO CANIBAL DADA
Vocs so todos acusados, levantem-se. O orador no vos pode falar se no
estiverem de p.De p como para a Marselhesa,
De p como para o hino russo,
De p como para o God Save the King,
De p como em frente da bandeira.
Finalmente, de p em frente de DADA, que representa a vida e acusa-vos de amar
qualquer coisa por puro snobismo, desde que seja cara.
Vocs so todos ressequidos? Tanto melhor, porque assim vo escutar-me com mais
ateno.
O que que fazem aqui, estacionados como ostras srias - porque vocs so srios,
no ?
Srios, srios, srios at a morte.
A morte uma coisa sria, h?
Ns morremos como heris, ou como idiotas, o que d no mesmo. A nica palavra
que no efmera a palavra morte. Vocs gostam da morte para os outros.Morra! Morra! Morra! S o dinheiro que no morre, ele apenas vai de viagem.
o deus, aquele que respeitamos, o personagem srio - dinheiro respeito da famlia.
Honra, honra ao dinheiro: o homem que tem dinheiro um homem honrado.
A honra comprada e vendida como o cu. O cu, o cu representa a vida como as
batatas fritas, e todos vs que sois srios, vocs sentem-se pior do que a merda de
vaca.
Quanto a DADA, no sente nada, nada, nada, nada. como as vossas esperanas: nada.
como o vosso paraso: nada
como os vossos dolos: nada
como os vossos polticos: nada
como os vossos heris: nada
como os seus artistas: nada
como as vossas religies: nada
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8/3/2019 Re Lac He
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Assobiem, gritem, partam-me a cara a seguir, e depois? Eu vou dizervos mais uma
vez que so todos uns bananas. Dentro de trs meses, vamos vender-vos, eu e meus
amigos, os nossas quadros, por alguns francos.
Francis Picabia.
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8/3/2019 Re Lac He
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UM VMITO MSICAL
Embora educado na galanteria
signor jocundo, esempre delle donne... perfecto amicho
savio e cortese pi che bella dama,
ainda no consigo reter os soluos da mais imperiosa nausea sempre que me
encontro num tu-c tu-l com Euterpe. O meu estomago ainda recalcitrante
companhia dessa representao figurativa da arte dos sons cuja mera presena
provoca nas minhas visceras os mesmos efeitos e consequncias que o arfano mais
chalupa da vacilao-vertigem da nossa infncia.
Frequentemente camos em engano no que diz respeito pintura e poesia: mas
quanto msica enganamo-nos sempre.
O seu desenvolvimento tardio deu-se posteriormente ao de ambos os outros. Apesar
desse generoso handicapela ultrapassou os parceiros dianteiros e chegou, como numa
poltrona, ao mastro da estupidez total e do vasto malentendido.
Entre os praticantes-de-musica nunca se destacou uma mente clarividente.
Senza il menomo madore daffetazioneeu confesso uma natural averso no que diz
respeito ao mundo cromtico.
Graas a um treino intenso, consigo resistir, no entanto, a toda a tilintao que
tenha por origem um acorde ou uma melodia.
Tudo o que trate dessa arte decrpita e malfeitora me mergulha na mais mesquinha
das tristezas.
Agradam-me todo o gnero de leituras, mas uma Histria da Musica obriga-me a
um penoso esforo. Eu coro ao ver-me colocado no vesgo tableau-vivant dos
fazedores de bemol.
Num entardecer, antes de me deitar, ao ter imprudentemente aberto um livro de
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8/3/2019 Re Lac He
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musica insinuou-se-me um tipo de humor sereno que me indispensvel nessa hora
solitria e preciosa entre todas, o que proporcionou, durante o sono que lhe sucedeu,
uma srie de sonhos obscenos e de uma misria angustiante. E assim retive a
experincia, e desde ento, se tenho que me ocupar de sustenidos, sacrifico as horasmedianas da jornada: fico assim com o tempo de me rebocar, atravs de alguma
ocupao distrante e de pensamentos reparadores.
Tal qual , a musica uma arte insensata e imoral: exemplo de perversidade
burguesa: arte disposio de todos os vcios.
Mais odiosa e mais pegajosa que a piedade, ela acolhe nos seus braos no s a viuva
e o orfo, mas multides inteiras de renegados e de amaldioados.
Consolao nauseante para uso de tarados, de todos aqueles que levam um peso
sobre a conscincia, que tm um cancro na alma, de todos os submissos e
condenados de nascena.
Arte que d graxa e encoraja os piores instintos da multido: espelho impudico de
toda a obscenidade de um mundo sem leis nem moral.
Sublinharia dois episdios da minha vida que me provocaram o mais intenso e
inexprimivel desgosto: o primeiro prende-se minha infncia, ao dia em que sob a
instigao de um ajudante de cozinha sanguinrio e brincalho serrei o pescoo a um
pato; o segundo diz respeito minha adolescncia, numa tarde em que sob o
empurro de um alemo melomano assistia a uma espcie de orgia teatral onde as
torpezas sonoras do Sr. Richard Strauss tinham espao de deboche.
No ponto em que ela est de sobremaneira presente, a musica um insulto
dignidade de todo o tipo de cidado, aristocrata, burgs ou proletrio, seja ele pouco
honesto e asseado nos seus lenois, assim quanto nos seus afazeres.
O charme da harmonia o mais grave atentado honra do homem livre. Entre as
principais causas da criminalidade pela degenerescncia devemos colocar em primeirolugar a msica; bem antes do alcoolismo.
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8/3/2019 Re Lac He
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As populaes densas de idiotas, ignorantes, nojentos, doentes, degenerados, entram
no Templo da Msica como em casa. Eles encontram-se de facto completamente em
casa, uma vez que a se celebra um culto mo de semear de todas as maisrepugnantes misrias do esprito: a Assistncia Social para todas as rejeies da
humanidade.
No tempo em que, desprevenido, me entregava imprudentemente aos enlaces dessa
luxuria popularucha caramba, pouquissimos so os anos que me separem dessa
tristissima poca! experimentava infalivelmente penosas reaces. Era molestado por
remorsos e nem sequer tinha dormido com Aspasia! Repreendia-me, sentia-me
culpado, agachava-me sob o peso do meu pecado. Com o rictus de bestialidade
libidinosa apagado da minha face abismava-me na tristeza, curvava a cabea e
dobrava os rins, como a besta que acabou de foder.
Post coitum animal triste est!
ALBERTO SAVINIO
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8/3/2019 Re Lac He
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O DRAMA E A MSICA
Eu proponho libertar estas duas artes: o drama e a msica. Proponho consolid-las
em dominios vastos e firmes.
A minha finalidade, para ser sincero, seria de falar essencialmente de msica, mas
considero-a uma "arte incompleta" (darei adiante seguimento a esta assero) e tenho
por opinio que modernamente no saberemos construir uma obra "smente" musical
que fique bem slida, poderosa, completa, sem recorrer, para o conseguir, s
formulas protocolares que vingaram at agora no campo da msica, e que ao
construirem volta do "sentido musical" todo um suporte de formas artificiais e
heterogneas, tornaram essa mesma musica "antimusical". No saberemos ento
contruir uma "obra" musical tendo uma fora de existncia pessoal sem ter que
"corrigir o elemento musical" da sua falta de "totalidade". Mas, por outro lado,
corrigindo-a diminuimo-la. A contradio parece evidente.
Que fique bem entendido que a minha rpida concluso no encerra nenhuma
ameaa de regresso a essa coisa horripilante chamada at hoje "musica dramtica".
A questo completamente nova, e tenho a concepo de uma obra constituda ao
mesmo tempo de elementos dramricos e musicais, mas onde esses elementos -
contrriamente aos mtodos usados - no se sustentariam por qualquer dependncia
mutua.
Fica assim por establecer; para comear a razo "moral" que motivaria a unio desses
dois elementos; de seguida, a maneira como esses elementos seriam empregues; efinalmente - sobretudo! - a qualidade e o valor desses elementos.
Antes de empreender essa anlise, parece-me til oferecer um quadro comparativo
das artes modernas relativamente poca; porque se torna indispensvel tornar
preciso, antes de tudo, o espirito desta poca.
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8/3/2019 Re Lac He
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A idade moderna aparece, primeira vista, governada no pela influncia de um
caracter preponderante, mas por uma multido de caractres preponderantes,
dspares, opostos, mas todos exuberantes.
Esse"caos" no passa de uma iluso e todo superfcial; ele deve-se por outro lado a
razes muito normais, pois o apangio de uma libertao completa nos dominios
artsticos, e da sua democratizao. Esta noma "tomada da Bastilha", em tudo como
a verdadeira, deu frutos muito belos atravs do seu gesto libertador, mas ao mesmo
tempo desatou as mos de imensos gatunos.
Um exame mais seguro revela-nos todavia um caminho que ressalta com evidncia, e
que, pela sua importncia e o seu valor, me parece destinado a predominar na hora
actual e a sobreviver no futuro; - tal a sua fatalidade. - Este caminho caracteriza-se
sobretudo pela sua fora austera e sombria e pela aparncia rgida e bem
materializada da sua metafsica. Ele podia ser apelidado : "segundo romantismo", ou
ainda "romantismo completo".
A alguns isto pode parecer ainda muito vago e impreciso. Mas eu considero a poca
suficientmente madura para uma libertao espiritual completa. Eu considero-a aptapara a ecloso de uma nova e poderosa fora cerebral - pois tem vindo a ser bem
preparada de longa data atravs de exerccios de uma sensualidade sbia. - De tal
modo que seriamos levados a pensar no apenas na sequncia de um esforo mental,
mas tambm por uma necessidade corporal. "Sentir-se-ia" o seu pensamento (longe
dessas idades em que a abstraco reinava completa, a nossa poca seria levada a
fazer jorrar das prprias matrias (das coisas) os seus elementos metafsicos
inerentes.A "ideia metafsica" passaria, do estado de abstraco aquele do sentir. Issoseria, assim, a valorizao total dos elementos que informam o tipo de homem
pensante e sensvel).
Esse caracter bastaqnte particular da poca presente parece ter comeado a
manifestar a sua influncia nalguns casos raros em poesia em pintur. No sucede o
mesmo nem na musica nem no drama. So ainda spaos imaculados; mundos sem
deuses.
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8/3/2019 Re Lac He
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Tudo o que se pode encontrar de mais moderno em musica - ou, melhor dizendo, de
mais recente - no deixa de ser ou "impressionista" ou "descritivo".
Eis os factos: a certo musico da escola britanica agrada-lhe ilustrar atravs dearabescos sonoros os episdios emprestados pelo "Livro da Selva" de Rudyard Kipling,
e ele tem um cuidado meticuloso no descrever-nos o combate de uma lagosta contra
uma serpente, ou ento uma luta de paquidermes; certos musicos de diferentes
escolas, vienensas, russas, checas, hungaras, ainda andam a traduzir em musica
impresses; e no que respeita a jovem e ilustre escola francesa, o seu caracter
essencialmente impressionista j demasiado conhecido para que se me incumba
assinal-lo.
Nenhum musico moderno - com os dramaturgos passa-se o mesmo -
consequentemente vtima do seu tempo. Estando de facto presentes, eles pertencem
toddos na verdade a pocas irremivelmente passadas.
A musica moderna, apesar da oposio aparente das suas multiplas orientaes,
encarada no seu todo, constitui apenas uma amlgama de exerccios sensuais e pouco
mais. Da que parea que essa msica divirja ntidamente do carcter da sua poca.
Uma musica que tivesse que ocupar actualmente um papel efectivo deveria ser
totalmente oposta ao que esses compositores contemporneos nos habituaram a
escutar. Ela no deveria ser formada exclusivamente por elementos sensuais, mas
seria chamada a "revelar" e a fazer brilhar tudo o que a metafsica moderna contem
de dramtico, de terrvel, de desconhecido e de apaixonado.
No se trata de ser apenas uma questo de revestir a msica de uma forma mas
nouva, nem mais original (como se diz), porque isso, longe de constituir uma
novidade, faltar-lhe-ia ainda qualquer meio para nos conduzir revelao de uma
coisa nova. E esta "revelao", distante da "aparncia artstica" (ou o que quer que
seja), no saberia de nenhum modo sublinhar qualquer uma dessas formas bizarras da
arte moderna que, de facto, no so mais do que ligeiras tapessarias atiradas sobre
um buraco bocejando de vazio.
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8/3/2019 Re Lac He
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Esta metafsica moderna que frequentemente menciono, merece de facto algumas
palavras de explicao. Eu no quero dar a entender por essas palavras, esse tal
sentido romantico que poderia fluir dos novos elementos e das novas formas nascidas
das exigncias que constituem "o pitoresco" da "vida moderna" - como o sonhamcertos poetas fogosos e certos artistas impetuosos mas estreis. - Eu no tomo em
considerao, quanto a mim, seno o resultado dessa fora espiritual que o artista
moderno
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8/3/2019 Re Lac He
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PROGRAMA DE CONCERTO
Deux amours dans las nuit e Perse so duas obras que, ainda que concebidas
recentemente, podem j ser consideradas como antigas, no tendo ainda nelas sidoadoptadas nenhumas das renovaes dramticas assinaladas pelo Sr. Savinio no seu
artigo "o Drama e a Msica" no nmero de abril das "Soire".
Em Niob, pelo contrrio, essas renovaes so quase totalmente postas em destaque.
Em variados stios desta obra recente, a musica no intervem no drama seno como
um elemento perfeitamente independente. Ns sublinhamos isto, ainda que o valor
duplo dessas renovaes s possa surgir verdadeiramente no momento das
representaes cnicas desse drama em musica.
No que diz respeito concepo puramente musical do Sr. Savinio, devemos
sublinhar o modo como a sua obra (sobretudo em Niobe), h uma completa
ausncia de qualquer polifonia, assim como a maior despreocupao quanto a
qualquer tentativa de harmonia. A musica de Savinio em nada harmoniosa, nem
mesmo harmonisada, ela , por assim dizer, uma musica desarmonisada.
A estrutura baseia-se essencialmente no desenho. Cada um desses desenhos - na
maioria todos muito correctos - repete-se duas, trs, e at quatro vezes, segundo a
necessidade natural da orelha; e, aps uma pausa de apenas um tempo, um desenho
musical diferente intervem de seguida.
deste modo uma musica nada formal e desprovida de polimentos, mas desenhada e
horizontal.
Esses desenhos musicais so quase todos muito rpidos e dansantes; e pertencem a
estilos muito dispares - segundo a considerao do compositor que cr que uma obra
musical sincera e verdadeira deve compreender as musicas mais variadas - tudo o que
se escuta - ou tudo o que a orelha imagina ou relembra - (melodias evocando
canticos conhecidos, ritmos repetindo outros ritmos familiares ao ponto de se
tornarem obcessivos, temas folclricos, musica burlesca, hino de Garibaldi, rufar detambor, etc.)
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8/3/2019 Re Lac He
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O tema folclrico tem at uma parte importante na musica do Sr. Savinio.
Assinalamos isto em oposio a maneira dita elegante, procurada por outros
compositores contemporneos, e em relao ao que foi realizado em pintura e empoesia pewlos grandes iniciadores da sinceridade.
A melodia aparece por vezes na sua forma mais trivial
A partitura compreende, alm do mais, cantos (vozes agrupadas ou isoladas), gritos,
chamas, choradeiras, barulhos, e sobretudo - danas, danas, danas.
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8/3/2019 Re Lac He
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DAI-ME A ANTEMA, COISA LASCIVA
(publicado em 291, n. 4, New York 1915)
Musica Nova
O artista criador homem politico. Ele goza da lei de inviolabilidade que preserva a
pessoa de um rei constitucional.
A poesia formidvel e arquitectural que gera a obra deixou de ser a inclinao
potica: ela no nada mais do que a poesia potica.
O sem-sentido aguenta-se em prodigioso equilibrio. Ele a expresso do sentimento
natural e superior - verdeiro em tudo - que tem razes na terra e que se subreleva
para l do stimo cu.
a que a msica flutua.
Toda uma nova criao se pe em movimento ou, tudo cantante.
Nada de dvidas charmosas, mas a realidade terrivel e fremente.
Mors stupebit et natura
Chega de doces mensagens, de banhos de vapor rosados, de estufas de esquecimento,de neblinas azuis, chega de sonhos, de venenos aucarados, de aquateffana.
A cortina dos ballets russos cau definitivamente diante das grades multicoloridas, e
tapou esse obsceno bric-a-brac.
No se falar mais. Requiescat in pace, amen.
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8/3/2019 Re Lac He
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As mquinas enormes e negras - rodas e pistons - prodigiosas e fatais, cantam na
continuidade o eterno retorno;
"eles so pobres! eles so pibres! eles so pobres!"
(lamentaes despedaantes)
Dionisio, meus senhores, pediu emprestada a sirene de um barco a vapor. Ele bem
mais terrvel.
Mete mesmo d ao esoerar o ranger doloroso dessas pobres pequenas cadeiras da
Avenidas dos Campos Elisios que saltitam sobre as suas pernas demasiado finas e
nervosas.
Um enterro de sexta classe passa ao fundo da rua.
Em musica o canto belo porque . Belo e atroz.
Num artigo anterior eu bania o canto da minha musica. Eu visava o canto na
maneira em que ele foi sempre tratado pelos compositores; as palavras cantadas.
O canto sem pensamento, o canto estranho, o canto verdadeiro, puro e flamejante
como uma bandeira escarlate
Escutaram o canto na execuo do General Ramorino? (Chants de mi-mort, cenas
dramticas do Risorgimento)... Tudop era doce de luz na citadela de Turim - 22 de
Maio de 1849 - o cu de seda cinzento-prola. A bandeira do Hotel Lutcia estremecia
como uma lingua que saboreia s Benedictina. Ah, meus amigos, terrvel! terrvel! terrvel!
Safa! longe de mim o agradvel diletantismo no qual sobrenada a artede hoje. Porque
ser necessrio que a arte seja considerada - sobretudo em Frana - como uma coisa
amvel e no como um sofrimento atroz - navalha de seis polegadas espetada nos
rins, ou rosa de pequenos chumbos descarregada em plena figura?
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8/3/2019 Re Lac He
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Eis que os artistas modernos de Paris, tendo abandalhado a sua lgica atvica, se
abocanham ao sem-sentido das coisas. Daqui para a frente o sem-sentido ser um
dominio aberto a todo o atradado-mental. Eu consolo-me: ainda sobram recintos
onde certas pessoas nunca ho-de entrar.
Giuseppe Verdi: forma doce e terrivel de bilboquet ponteagudo forrado de tiras
policromas. Animal de estranha fidelidade. Os seus pulmes de papel vermelho vivo
quase que se descolavam-se do torax da mesma maneira que as barbatanas do peixe-
voador - eles esto expostos numa montra do Boulevard Saint-Germain. - Corao e
entranhas eram multiflores.
Orgo semelhantes cantaram emoes atrozes; relampagos que acariciam.
....il baln del tu sorriso
Trovador, aventureiro nostalgico, tinido de armas brancas, parada de sexto, heroismo
e liberdade, enigma de um homem:
...deserto su la terra
e d'ogni re maggior.
Para quando o aniquilamento do antropocentrismo? Matai o monstro. Emprestai a
corda ao animismo para que se enforque. Deixai o gnio da gua que corre para os
Zulus. Mulheres, aprendei a desfalecer com o grito espasmodico de uma sirene a
vapor. Homens, aprendei a flagelar-vos vista dos homens-alvos dos campos de tiro,
dansando a gibiana.
A musica uma filha submissa: ela sofreu o nivelamento atravs da moral, domesmo modo que o do espirito humano devido influncia do cristianismo. Ela
deixou de agir segundo a sua fora. A musica moralisada! Tudo o que encerra de
terrvel e de problemtico, a camada espessa de idealismo que lhe sufucou. E sobre
isso fica uma bela temporada. De resto, eu creio que nunca, em tempo algum, a
musica existiu segundo ela prpria, segundo o seu prprio valor. A musica uma
arte subdita, e em pura perda que procuraramos uma musica sem moral.
Eu bem vos dizia que ela uma filha submissa!
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8/3/2019 Re Lac He
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A raa dos musicos: eles tm os olhos escamosos, os dedos plidos e molhados, as
unhas geralmente em luto; os seus amores so dos mais simples; quanto carne das
suas faces ela horrivel vista - os seus rostos so feitos com as carnes dos ps.
A minha msica corre sem parar, e com uma velocidade vertiginosa.
A tranquilidade uma armadilha. Tudo mistrio, ou tudo movimento. Assim, a
morte no ser doravante considerada como sendo inrte j que um pequeno
mistrio, e o mnimo mistrio exige o movimento prestssimo.
A msica contempornea apenas um vago zumbido.
Uma verdadeira musica atinge o brilho de uma detonao espiritual. Pela
intermitencia dar-se- musica toda a sua vivacidade; libertando-a da formula de
equalizao onde ela repousa, retida pelo efeito da sua moralizao.
Vejam: por si, a musica um meio expressivo incompleto; juntemo-la ao drama, mas
de uma maneira acidental.
O modo do velho melodrama italiano - magnifico e desacreditado, grosseiro e sincero
- parece-me bem melhor que o mtodo de continuidade que de que sofre a musica
contempornea. Os diferentes pezzi distinguem-se deles prprios, isolando-se no
conjunto, pois os recitativos s a figuram como traos de unio sem importncia
musical.
Ao reduzi-la sua homogeneidade actual, os compositores responsveis rebaixaram amusica ao nvel de uma arte inferior, seguidista, sensorial e de convenincia.
A musica a emanao de uma metafsica real.
Eu disse: o artista criador um poltico.
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8/3/2019 Re Lac He
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A arte penetra em vastos dominios: politica, finana, industria, cincia; entre os
mdicos, os dentistas, as pdicures; entre os engenheiros de caminhos-de-ferro e
aqueles de pontes e caladas, entre ks militares, os tacticos, os estrategas, etc. etc...
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8/3/2019 Re Lac He
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EVOLA
Arte Abstracta
Reparei nas suas obras, e de como tm
fama de vivo, mas est morto.
Joo Ap. 3.1.
Ns vislumbramos o fulgor na luz que se reflecte sobre cenrios de carto colorido, e
no concebemos que o fulgor possa existir de outro modo, sendo para si, fora e
diferentemente dessa luz, no puro infinito cu: a corrente eltrica , para ns, o
eltrico que caminha, a lampada eltrica que ilumina. E ainda se fala de conscincia
e de profundidade.
Aquilo que encontrei de fundamentalmente puro no individuo no se conhece, no se
tem; e na conscincia e na f/na vontade/da forma prtica resolve-se invarivelmente
cada real do esprito.
Vinda do alto, a viva corrente inverte-se na superfcie: a encontra uma srie detransformadores e de utilizadores, atravs da qual uma parte dela vai mover turbinas,
outra a irrigar terrenos, otra a dar de beber cidade; outra, por fim, a imobilizar
contra os imanes de obscuros diques. Para a superfcie, corrente significa gua
potvel, energia hidraulica, eletricidade...
Porque em mim o Eu no o Eu, mas eu-prtica, eu-sentimento, eu-filosofia. A
doena construiu os transformadores, e fez que se deixasse de haver traos do sentir,de posse do Eu, com o Eu fora das categorias, o Eu sensao da intima liberdade
egostica, o Eu infinita riqueza para o qual a vida de cada dia surge estranha e irreal
faixa, incompreensvel tumefaco e corrupo das minhas esferas nocturnas.
Je est un autre.
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8/3/2019 Re Lac He
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Virtualmente existe a cada instante a corrente vital. Mas dado que os movimentos de
todos os dias se determinam entre simbolos, esquemas prticos, convenes cnodas
de orientao, essa no possuda, no pensada, como se no existisse.
Assim toda a vida da humanidade se coloca na terra, sobre um invlocro resfriado
de um enorme oceano de fogo do qual no se utiliza o calor distante e plido; os
fogos que clareiam a "humanidade" e dos quais ela smente tem necessidade, so
pequenos, domesticados, artificiais. Para a sua no-vida, o homem do mercado no
sabe o que fazer com o seu fogo interno: tudo aquilo que construiu e com o qual
vive, indolncia, velhacaria, corrupo, elemento simblicamente esttico em vez
do elemento vital, e a chama interior que jaz abandonada a seus ps, se possuda,
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8/3/2019 Re Lac He
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Dada Manifesto 1918
o encantamento da palavra DADA
que ps os jornalistas em polvorosadiante das portas do imprevisto
para ns apenas mais uma treta
Para lanar um manifesto tu deves querer: ABC, bombardear contra 1, 2, 3.
Frustrao e aguar suas asas para conquistar e disseminao de grandes epequenos a, b, c, sinal, gritar, xingar, organizar a forma de prosa de
evidncia absoluta, irrefutvel provar sua no-plus-ultra e apoio que a
novidade se parece com a vida como a ltima apario de uma caarola de
prova a essncia de Deus. Sua existncia foi j provado pelo acordeo, da
paisagem e palavras suaves Exigir que o ABC uma coisa natural -. To
lamentvel. Todo mundo uma forma de cristalbluffmadone, sistema
monetrio, perna, farmacutica nua na primavera convidando ardente eestril. O amor da novidade a cruz simptica demonstrada sinal
jem'enfoutisme ingnuo sem justa causa, de passageiros, positivo. Mas essa
necessidade tambm antiga. Ao dar o impulso da arte suprema
simplicidade: novidade, humano e verdadeiro para a diverso, impulsivo,
vibrante para crucificar o tdio. Na juno das luzes, alerta, atento,
observando h anos, na floresta.
Eu escrevo um manifesto e no quero nada, mas eu dizer certas coisas e eusou em princpio contra o manifestos, como eu tambm sou contra os
princpios (decilitros para o valor moral de cada frase - muito conveniente, a
aproximao foi inventado pelos impressionistas). estou escrevendo este
manifesto para mostrar que voc pode fazer as aes opostas juntos em um
hlito fresco, eu sou contra a ao, pois contradio contnua, de afirmao
tambm, no sou nem a favor nem contra e Eu no explico porque eu odeio
o senso comum.
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8/3/2019 Re Lac He
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DADA - esta uma palavra que carrega idias na caa, cada cidado um
dramaturgo pouco, inventou cerca de diferente, em vez de colocar os
caracteres apropriados para o nvel de inteligncia, crislidas em cadeiras,
olhando para as causas ou efeitos ( de acordo com o mtodo psicanaltico elepratica) para cimentar seu enredo a histria, sobre e definida. Cada
espectador um intrigante, se ele tenta explicar uma palavra (connatre!).
Refgio acolchoada de complicaes serpentina, ele deve lidar com seus
instintos. Da as misrias da vida conjugal.
Explico: ventrerouges diverses dos moinhos de crnios vazios.
DADA sem sentido
Se houver ftil e se perde o seu tempo para uma palavra que no significanada ... O primeiro pensamento que corre na cabea est no bacteriolgica
encontrar a sua etimologia, histrico e psicolgico, pelo menos.
Aprendemos nos jornais que o Kroo negros chamar o rabo de uma vaca
sagrada: DADA. O cubo ea me em uma determinada regio da Itlia:
DADA. Um cavalo de madeira, a enfermeira, a afirmao de casal em russo e
romeno: DADA. Jornalistas estudiosos v-lo como uma arte para os bebs,
santos jsusapellantlespetitsenfants outras do dia, um retorno a primitivismoseco e barulhento, ruidoso e montono. Voc no constri em qualquer
sensibilidade palavra, qualquer construo que converge perfeitamente
chato idia, estagnadas de um pntano de ouro, produto humano relativo. A
obra de arte no deve ser a beleza em si, desde que ela morreu, nem gay
nem triste, nem clara nem escura, regozijai-vos maltratam ou
individualidades, servindo bolos aurolas dos santos ou suores um curso de
curvas atravs da atmosfera. Uma obra de arte nunca bonito, por decreto,de forma objetiva, para todos. A crtica intil, ela s existe subjetivamente,
para cada um, e sem qualquer carter geral. Acreditava ter encontrado a
base psquica comum a toda a humanidade? O julgamento de Jesus ea tampa
Bblia debaixo das suas asas largas e benevolente: merda, animais, dias.
Como voc quer que a ordem o caos que constitui aquela infinita variao
informa: o homem? O princpio "amor teu prximo" uma hipocrisia.
"Conhece a ti mesmo" utpico, mas mais aceitvel porque contm a
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8/3/2019 Re Lac He
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maldade nele. Sem piedade. Ainda temos esperana depois da carnificina de
uma humanidade purificada. Eu sempre falo para mim desde que eu no
quero convencer, eu no tenho direito de levar os outros em meu rio, no
estou forando ningum a seguir e todo mundo faz a sua arte sua maneira,se sabe a alegria subindo para os estratos astral, ou o que desce das minas
para as flores de cadveres e espasmos frtil. Estalactites: procur-los em
toda parte, no berrio ampliado pela dor, olhos brancos como lebres anjos.
Assim nasceu DADA de uma necessidade de independncia, a desconfiana
da comunidade. Aqueles que pertencem a ns manter a sua liberdade. Ns
no reconhecemos nenhuma teoria. Ns temos o suficiente do cubista e
futurista academias: laboratrios de ideias formais. H arte para ganhardinheiro e pet o burgus agradvel? Assonncia moeda slida rimas e slides
de inflexo ao longo da linha do ventre no seu perfil. Todos os grupos de
artistas levaram ao banco, montado em vrios cometas. A porta aberta a
oportunidades de chafurdar nas almofadas e alimentos.
Aqui ns damas ncora no barro.
Aqui ns temos o direito de proclamar, como vivemos a emoo e excitao.
Fantasmas de energia bbados que mergulhar a lana na carne descuidado.Maldies ns escoamento abundante vegetao tropical tonturas goma, ea
chuva o nosso suor, ns sangramos e queimar a sede, o nosso sangue a
fora.
Cubismo nasceu da maneira simples de olhar para o objeto: Czanne pintou
um copo de 20 centmetros abaixo dos olhos, os cubistas olhar para ela de
cima, outros complicar aparncia por uma perpendicular seo organizar
sabiamente seguinte. (No estou a esquecer os criadores, nem as razesprincipais foram na final.) O futurista v o mesmo copo em movimento, uma
sucesso de um objeto ao lado do outro maliciosamente embelezado alguns
linhas de fora. Isso evita que a tela uma pintura boa ou ruim para o
investimento de capital intelectual. O pintor cria um mundo novo, cujos
elementos so os meios, uma. Sbria e definido, sem argumento Os
protestos novo artista: ele j no pinta (reproduo simblica e ilusionista),
mas cria diretamente na pedra, madeira, ferro, estanho, pedras, corpos de
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8/3/2019 Re Lac He
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locomotivas que pode ser girado em todas as direes pelo vento lmpido de
sensao momentnea.
Cada pictrica ou plstica intil, um monstro que assusta mentes servis,
no doce para enfeitar a refeitrios de animais em roupas humanas,ilustraes da fbula triste da humanidade. - A pintura a arte de juntar
duas linhas paralelas geometricamente observado, em uma tela, diante dos
nossos olhos a realidade de um mundo depois de transposta a novas
condies e oportunidades. Este mundo no especificado ou definido no
trabalho, em suas muitas variaes para o telespectador. Para seu criador,
sem justa causa ou teoria. Ordem = = distrbio no me-me = declarao
negao: as radiaes supremo de uma arte absoluta. Pureza absoluta docaos csmico e ordenou, eterna, nos glbulos segundo sem durao, sem
respirar, sem luz, sem controle. Eu gosto de um trabalho antigo de sua
novidade. H o contraste que nos liga ao passado. Os escritores que ensinar
e discutir moral ou melhorar a base psicolgica tm, alm de um desejo
escondido para ganhar, um conhecimento ridculo da vida, eles tm
classificados, compartilhada, canalizado, eles persistem em ver nas
categorias quando os combates da medida. Seus leitores rir e continuar:para qu?
H uma literatura que no atingir a massa voraz. Trabalho criativo, deixando
uma necessidade real para o autor, e para ele. Conhecimento de um egosmo
supremo, onde a madeira murchar. Cada pgina deve explodir, seja pela
seriedade profunda e pesada, o turbilho, tonturas, novamente, o eterno, a
piada de britagem, o entusiasmo dos princpios ou a forma de ser impresso.
Este um mundo cambaleando vazamento noivo a sinos infernal dointervalo, que o outro lado: novos homens. Bouncy, dura, soluos Rider.
Este um mundo mutilado e charlates literria em busca de melhoria.
Digo-vos no h comeo e no trememos, no somos sentimentais. Ns
rasgamos, vento furioso linho, de nuvens e de oraes, preparando o grande
espetculo do desastre, o fogo, a decomposio. Prepare a remoo de luto e
substituir as lgrimas por sirenes esticadas de um continente para outro.
Pavilhes de intensa alegria e vivos com a tristeza do veneno. &x2a50;
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8/3/2019 Re Lac He
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DADA o sinal de abstrao, publicidade e negcios tambm so elementos
poticos.
Eu destruo as gavetas do crebro e da organizao social desmoralizado em
toda parte e lanando mo do cu ao inferno, os olhos do inferno ao cu,restabelecer a roda fecunda de uma pessoa do circo.
Filosofia a questo: de que lado comear a olhar para a vida, deus, idia,
ou qualquer outra coisa. Todos ns olhamos errado. Eu no acho que o
resultado relativo mais importante do que a escolha entre bolo e cerejas
depois do jantar. Como olhar rapidamente o outro lado de uma coisa, impor
sua opinio indiretamente chamado dialtica, em outras palavras, o
esprito de barganha, enquanto mtodo de dana em torno dela. Se eugritar:
Perfeito, perfeito, perfeito
Conhecimento, compreenso, conhecimento,
Bumbum, Bumbum, Bumbum,
Eu gravei com bastante preciso o Progresso, a Lei moral, e todas as outrasqualidades bem que vrias pessoas muito inteligentes tm discutido ao longo
do livro para chegar ao final, dizer que todos ainda danaram ao depois o
pessoal Bumbum, e ele est certo para o seu Bumbum, a satisfao da
curiosidade doentia; Anel privado precisa inexplicvel; dificuldades
pecunirias banho; estmago com repercusses na vida; autoridade do wand
mstica formulada condutor bouquet fantasma para arcos mute, lubrificado
poes de base de amnia animal. Com o monculo azul de um anjo quemoated dentro de vinte centavos de dlar por reconhecimento unnime.
Se todos esto corretos e se todas as plulas so apenas-de-rosa, vamos
tentar mais uma vez no estar certo. Acredita-se para explicar
racionalmente, pelo pensamento, o que ele escreve. Mas muito relativo. A
psicanlise uma doena perigosa, entorpece as inclinaes anti-real de
homens e sistematiza a burguesia. No h verdade final. A dialtica uma
mquina divertida que nos leva / de uma forma ordinria / pareceres que
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8/3/2019 Re Lac He
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8/3/2019 Re Lac He
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proclamado nica base de entendimento: a arte. No a importncia que
ns, soldados da mente, prdiga ele por sculos. Art aflige as pessoas e
quem sabe se interessar, vai receber carcias e oportunidade de povoar o
pas de sua conversa. A arte uma coisa privada, o artista faz isso por ele,um produto de trabalho entendida como um jornalista, e porque eu gosto
de misturar cores neste ponto que o leo monstro: tubo de papel imitando
imprensa e de metal que paga automaticamente odeio covardia, vilania. O
artista, o poeta sada o veneno da massa condensada em um gerente de
departamento na indstria, ele feliz sendo insultado: evidncia da sua
imutabilidade. O autor, o artista elogiado pelos jornais, o entendimento
constante do seu trabalho: forro de um casaco de miserveis ao pblico;panos cobrindo brutalidade, mijar trabalhando no calor de um animal
incubando a instintos mais bsicos. Carne flcida e inspida multiplicando-
se com os micrbios tipogrficos.
Ns empurramos a tendncia se lamentar em ns. Qualquer filtro desta
natureza cristalizadas diarria. Para incentivar esta arte significa digeri-lo.
Precisamos de obras fortes, retas, precisa e sempre incompreendida. A
lgica uma complicao. A lgica sempre falso. Ele desenha o filho deconceitos, palavras, em seu exterior formal, at aos confins ilusria centros,.
Suas cadeias matar, independncia centopia enorme sufocante. Casado
com a lgica, a arte estaria vivendo em incesto, engolindo, engolindo a
prpria cauda sempre o seu corpo, fornicando em si mesmo e temperamento
se tornaria um pesadelo tarred protestantismo, um monumento, um monte
de cinza e intestinos pesado.
Mas a flexibilidade, entusiasmo e at mesmo o rosto da injustia, que averdade pouco que praticamos inocente e que nos faz bonito: ns somos
muito bem e nossos dedos so maleveis e deslizar como os galhos desta
planta insinuante e quase lquida; Ela diz que a nossa alma, dizem os
cnicos. tambm um ponto de vista, mas todas as flores no so santos, por
sorte, eo que divino em ns o despertar do anti-humano. Esta uma flor
de papel na lapela de cavalheiros que freqentam o baile da vida mascarada,
cozinha graa, brancas ou moles primos gordura. Eles lidam com o que ns
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8/3/2019 Re Lac He
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selecionamos. Contradio e unidade de um nico jato polar, pode ser
verdade. Se levarmos em qualquer caso, para decidir essa banalidade
apndice, um carter libidinoso, o mal cheiro. A atrofia moral como todo
produto do mal de inteligncia. Controle da moralidade e da lgica queinfligimos impassvel perante a polcia - por causa da escravido - ratos
podres cujos cidados tm a barriga cheia, e infectaram os corredores s de
vidro transparente e limpo que permaneceu aberta aos artistas.
Que cada homem chora h um grande trabalho destrutivo, negativo, a ser
feito. Varrer, limpar. A limpeza do indivduo se afirma a partir do estado de
loucura, loucura agressiva, completa, d, um mundo deixado nas mos de
bandidos que rasgam e destroem os sculos. Sem propsito ou design, semorganizao: a loucura indomvel, de decomposio. Fortes por palavra ou
por fora de sobreviver, porque eles esto vivos na defesa, agilidade e
sentimentos dos membros em seus lados chamas facetada.
Moralidade determinou caridade e piedade, duas bolas de sebo que
cresceram como os elefantes, os planetas, e chamado de bom. Eles no tm
nada de bondade. A bondade lcida, clara e decisiva, o cruel para o
compromisso ea poltica. A moralidade a infuso de chocolate nas veias detodos os homens. Esta tarefa no ordenado por uma fora sobrenatural,
mas a confiana dos comerciantes de idias e monopolistas acadmico.
Sentimentalismo: vendo um grupo de homens discutindo entediado e eles
inventaram o calendrio ea sabedoria da medicina. Colando etiquetas, a
batalha se desenrolava filsofos (mercantilismo, equilbrio, medidas
cuidadosas e mdia) e percebemos mais uma vez que a piedade um
sentimento, como a diarreia relacionada com a averso que estraga a sade,o trabalho sujo carnia de comprometer o sol.
Eu proclamo a oposio de todas as faculdades csmica para que
blennhorragie um sol podre fora das fbricas do pensamento filosfico, a
luta com todos os meios de
Dadasta NOJO
Cada produto de desgosto capaz de se tornar uma negao da famlia dad;
punhos em protesto de todo o seu ser em ao destrutiva: Dada;
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8/3/2019 Re Lac He
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conhecimento de todos os meios at ento rejeitadas pelo sexo do
compromisso pblico de convenincia e polidez : DADA; abolio da lgica,
da dana da criao impotente: DADA; qualquer equao hierarquia e social
estabelecida para os valores por nossos manobristas: DADA; cada objeto,todos os objetos, sentimentos e obscuridades, aparies e precisa de choque
de linhas paralelas, so meios para a luta: Dada; abolio da memria:
DADA; abolio da arqueologia: DADA; abolio dos profetas: DADA;
abolio do futuro: DADA; crena absoluta indiscutvel em cada deus
produto imediato de espontaneidade: DADA; salto elegante e menos que
uma harmonia a outra esfera; trajetria de um som da fala jogado como um
grito difcil respeitar todas as individualidades, em sua loucura do momento:grave, medroso, tmido, ardente , vigoroso, determinado, entusiasmado,
cascas de igreja cuspir acessrio intil e pesado, como uma cascata luminosa
de amor ou depreciativos pensamento, ou mimo - com grande satisfao que
muito igual - com a mesma intensidade em o mato, puro sangue de insetos
para bem-nascidos, e os rgos dourada dos arcanjos, de sua alma.
Liberdade: DADA DADA DADA, uivando tensa dor, entrelaamento dos
contrrios e todas as contradies, grotescos, inconsistncias: LIFE.
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8/3/2019 Re Lac He
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FESTIVAL MANIFESTO-presbiopia-
Orador. - No meu ltimo manifesto canibal, eu disse que o cu, o cu representa a
vida tal como as batatas fritas e que se vende como a honra? Pois bem, esta noite
isso est dado como se fosse nada, e veja como esta pequena sala se encheu?
Espectador. - Ento vai comear de de novo, sempre com ordinarices e obscenidades?
Em vez de se expressar em francs!
Orador. - A obscenidade existe na sua pobre imaginao, no h obscenidade. A
vida uma obscenidade? Fazer filhos uma obscenidade?
Espectador. - A vida o que belo.
Orador. - Oh! um bom casamento ou um dote legal, o que d no mesmo, ou uma
vitria que se obtem com custa de funerais.
Espectador. - No possvel compreendermo-nos, voc leva tudo para a
materialidade.
Orador. - Eu entendo o que voc ama, a oficial glria! Voc quer que eu lhe diga
o que lhe desagrada em Dada? que Dada no gosta de vendas, de arremessos, de
lavagens ai crebro; voc sente que Dada se est cagar para si.Espectador. - E pode-me dizer porque que se est nas tintas para mim?
Orador. - Porque voc srio, logo idiota.
Espectador. - Eu no vejo muito bem porqu...
Orador. - O artista ou esse burgus, um gigantesco inconsciente , ele toma a sua
timidez por honestidade! As suas caridades e as suas admiraes, meu caro senhor,
so mais desprezveis do que a sfilis ou gonorreia que voc distribui ao seu vizinho,
sob o pretexto do temperamento ou do amor.Espectador. - Eu no posso continuar a comprometer-me com algum como voc, e
eu convido a todos vs, meus colegas espectadores a sair desta sala, ao mesmo
tempo que eu, pois no podemos mantermo-nos contacto com esta pessoa.
Orador. - Claro, voc tem medo que o vento levante a sua saia e vejamos que o
seu sexo falso, seu cabelo tambm falso, seus dentes so falsos, que voc tem um
olho de vidro e que o nico que me olha com franqueza, o outro um camaleo
de Asneiras, a 20.000 francos. o Carate, para os parvos.
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8/3/2019 Re Lac He
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Espectador. - Senhor, eu andando, alm de que no tenho nenhuma saia, eu sou um
homem!
Orador. - Oh! calas ou saias, vai dar ao mesmo, s muda sexo, mas tanto em si
como nos seus semelhantes o sexo no pode mudar, porque falso.Espectador. - Mas no h nada errado, pelo menos uma das teorias que voc
papagueou.
Orador. - Voc est certo, no h nada de errado.
Espectador. - A imitao, parece-me .....
Orador. - A imitao verdade, um jardim em celulide verdade, um papagaio de
cristal de rocha verdade, uma ovelha em ruoltz verdade.
Espectador. - Voc no me vai dizer que DADA verdade?
Orador. - DADA que lhe fala, ele tudo, ele entende tudo, de todas as
religies, ele no pode ser nem vitria nem derrota, ele vive no espao e no no
tempo. - Mas perdo Sr. Espectador de nacionalidade pretende ser?
Espectador. - Eu sou francs de Paris
Orador. - De Paris
Espectador. - Sim, de Paris
Orador. - Sim, existem os franceses de Marselha, de Bordeaux, de Besanon, de
Paris, voc como algumas pessoas na Terra, que se julgam russas, americanas,alems ou inglasas, verdadade, verdade que voc gosta de viajar em diligncia.
Espectador. - Miseravel (e d um tiro de revlver no orador)