Reabilitação do paciente com Espectro Autista - Musicoterapia · autistas no que se refere ao...
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Musicoterapia no tratamento do Transtorno do Espectro Autista
Ms. Mayara kelly A. Ribeiro
Transtorno do Espectro Autista DSM - V
Principais área de alteração:
Comunicação e interação social.
Déficits e comportamentos fixos
ou repetitivos em interesses ou atividades.
Obs: tendência para CID -11
MAHJOURI, S. & LORD, C.E. What the DSM-5 portends for research, diagnosis, and treatment for autism spectrum disorders. Current Psychiatry Reports, v. 14, n. 6, 2012. p. 739-47.
Diretrizes de atenção a pessoa com TEA
• Necessidade de intervenção, o que aumenta a chance de maior eficácia no cuidado.
• Conhecimento das etapas dos desenvolvimento típico e características da pessoa com TEA auxilia no diagnóstico.
Tratamento
Fonoaudiologia
Psicologia
Terapia Ocupacional
Fisioterapia
Psicopedagogia
Musicoterapia
MÚSICA EM TERAPIA
Não é agente terapêutico principal ou
único
Utilizada para intensificar os efeitos da
relação cliente-terapeuta ou de outras
modalidades de tratamento
A música auxilia quando necessário
Função de facilitadora do contato
terapêutico do paciente consigo mesmo,
com uma pessoa
Outro profissional da área da saúde -
Musicalidade
MÚSICA COMO TERAPIA
Estímulo primário para a mudança terapêutica do
paciente
Estímulo sonoro-musical - Influência diretamente
sobre o corpo, os sentido, os sentimentos, os
pensamentos e o comportamento do paciente
Música como resposta: possibilita o paciente a
explorar e aprender as opções terapêuticas que
possui
Ênfase: paciente e sua relação com a música
Musicoterapeuta: mediador do contato terapêutico
com a música Musicoterapeuta - conhecimento
necessário pra prescrever a música ou a experiência
musical adequada ao paciente - Musicalidade
Clínica.
MUSICOTERAPIA É UMA EXPERIÊNCIA SONORA
BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. Rio de Janeiro: Enelivros. 2000.
Música e TEA
• Crianças autistas podem apresentar:
– afinação perfeita,
– Habilidade no fazer musical comparada a músicos;
Através da musicoterapia essa habilidade pode ser usada como uma chave para melhorias no desenvolvimento da criança.
RICKETTS L. Music and handicapped children. Journal ofthe Royal College of General Practitioners. 1976; 26: 585-587.
Música e TEA
É importante lembrar que esses pacientes possuem uma grande dificuldade em expressar:
– gestos,
– expressões faciais
– verbalizar o que estão sentindo,
a música vem como facilitadora dessas manifestações.
GATTINO G.S. Effects of relational music therapy on communication of children with autism: a randomized controlled study. Nordic Journal of Music Therapy 2011;20(2):142–54.
Principal função da música: necessidade humana de expressão de seu mundo interno.
MILLECO-FILHO, L.A.; BRANDÃO, Mª.R.; MILLECO, R.P. É preciso cantar. Rio de Janeiro: Enelivros, 2001. 136p.
Música e TEA
• O potencial de previsibilidade e antecipação provocada por estruturas musicais facilita: – a percepção;
– produção de fala e linguagem;
– melhora habilidade de comunicação;
– Atenção conjunta;
– Contato visual;
– Troca de turnos.
GERETSEGGER M, HOLCK U, GOLD C. Randomised controlled trial of improvisational music therapy’s effectiveness for children with autism spectrum disorders (TIME-A): study protocol. BMC Pediatrics 2012;12(2):1–9.
Processamento auditivo-musical no TEA
• Hipersensibilidade auditiva ;
• Capacidades intacta para percepção global de melodias simples em comparação a melodias complexas (melodias ascendentes e descendentes executadas simultâneamente);
• Capacidade para percepção melódica (ascendente ou descendente) mais avançada do que em indivíduos típicos.
BOUVET, l.; et al. Auditory local bias and reduced global interference in autism. Cognition. v.131, n. 3. 2014. p. 367-372.
Processamento auditivo-musical no TEA
• Neurônios Espelho: Imitação; Atenção compartilhada e Memória musical.
• Inadequação de funcionamento de neurônios espelhos
em autistas: Imitação de expressões faciais e gestos. • Funcionamento normal dos neurônios espelhos em
autistas no que se refere ao processamento musical.
Música como forma de estimulação e como terapia para autistas
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Atividades relacionadas à música envolvem imitação e sincronização, levando à ativação de áreas que contém
neurônios-espelho e estimulando emoções em indivíduos autistas, que tipicamente tem dificuldade
em expressa-las.
WAN CY, DEMAINE K, ZIPSE L, Norton A, Schlaug G. From music making to speaking: Engaging the mirror neuron system in autism. Brain Res Bull. 2010 may 31; 82(3-4): 161–168.
Processamento auditivo-musical no TEA
Dificuldade para percepção de
conteúdo emocional em
expressões faciais.
Percepção de sentimentos
através de peça musical comparada
a indivíduos típicos.
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Processamento auditivo-musical no TEA
Atividade reduzida em áreas auditivas
responsáveis pelo processamento da fala
Sons da fala são processados
principalmente no córtex auditivo primário
Música se torna mais atrativa pois é
processada principalmente no córtex
auditivo primário
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Musicoterapia e TEA
• Aumento da atenção e prazer observado em indivíduos autistas quando apresentados conteúdos musicais em oposição aos estímulos verbal.
• Os processos que ocorrem dentro da interação musical podem ajudar as pessoas com autismo a:
– desenvolver habilidades de comunicação;
– capacidade para a terapia de interação social.
GERETSEGGER M, HOLCK U, GOLD C. Randomised controlled trial of improvisational music therapy’s effectiveness for children with autism spectrum disorders (TIME-A): study protocol. BMC Pediatrics 2012;12(2):1–9.
Musicoterapia e TEA
• Ativação de áreas cerebrais responsáveis pela emoção;
• Melhora do processamento espaço-temporal;
• Estimula a Criatividade;
• Desenvolver e melhorar habilidades como a atenção compartilhada, atenção conjunta, imitação e reciprocidade;
• Processamento fonológico e semântico.
Musicoterapia e TEA
• Utilização sistemática da música facilita a organização do indivíduo:
Tocar
(Introdução)
Cantar
(Desenvolvimento)
Tocar
(Conclusão)
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Principais Abordagens
Musicoterapia Improvisacional
Musicoterarapia Orff
Modelo campo do Tocar
Musicoterapia Neurológica
Instrumental Orff
Musicoterapia Neurológica
• A música é uma linguagem auditiva altamente estruturada envolvendo percepção complexa, cognição e controlo motor.
• Música: estimula áreas cerebrais distintas – Cognitivas
– Sensório-motoras
– Afetivas
• Esta linguagem sensorial pode efetivamente ser usada para treinar e re-educar o cérebro.
THAUT, Michael H.; HOEMBERG, Volker. Neurologic Music Therapy . United Kingdon: Oxford. 2014.
Técnicas da Musicoterapia Neurológica no TEA
Treinamento musical sensorio-orientativo ou MSOT (Musical Sensory Orientation Training )
Treinamento musical para o controle de atenção ou MACT (Musical attention control training )
Treinamento musical de funções executivas ou MEFT (Musical Excecutive function training )
Treinamento da percepção auditiva ou APT (Auditory Perception Training)
Execução Instrumental Terapêutica ou TIMP (Therapeutic Instrument Playing)
Desenvolvimento da linguagem e comunicação através do treinamento com música ou DSLM(Developmental speech/language trainning throu music)
THAUT, Michael H.; HOEMBERG, Volker. Neurologic Music Therapy . United Kingdon: Oxford. 2014.
Integração Sensorial na Musicoterapia
Estimulação Auditiva
Reconhecimento de sons
Estimulação Audio-Visual
Associação entre sons e Imagens
Programas Interativos GenVirtual CromoTMusic
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
GenVirtual
Instrumentos de Avaliação
• Avaliações Musicoterapêuticas validadas no Brasil:
– Category System of Music Therapy (KAMUTHE)
– Music in Everyday Life (MEL)
– Individualized Music Therapy Assessment Profile (IMTAP)
– Escala de Relaciones Intramusicales (ERI)
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Instrumentos de Avaliação
• Escalas em Processo de Validação:
– Improvisation Assessment Profiles (IAP’s)
– The Individual Music-Centered Assessment Profile for Neurodevelopmental Disorders (IMCAP)
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Evidências da Musicoterapia no Transtorno do Espectro Autista
Objetivo: investigar os efeitos da Relações Musicoterapêuticas em comunicação verbal, não-verbal e social de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo. Estudo Controlado Randomizado – n:24 Desenho: comparar os indivíduos tratados com a musicoterapia (n = 12) e tratamento padrão (atividades de rotina, incluindo exames médicos clínicos e consultas, n = 12). Avaliação por dois avaliadores cegos, antes e após as intervenções, por meio dos escores de comunicação verbal, não-verbal e sociais da versão brasileira da Childhood Autism Rating Scale (CARS-BR). Resultados: As pontuações CARSBR não apresentaram uma diferença estatisticamente significativa , porém o estudo encontrou uma diferença estatisticamente significativa positivo na análise de subgrupo de comunicação não-verbal entre os pacientes com transtorno autista, p = 0,008 e diferença média padrão de 2,22 (IC 95% 1,90-2,53). Conclusões: Menores estimativas de tamanho de efeito e de ferramentas mais precisas para a avaliação dos resultados (incluindo algum instrumento específico de musicoterapia).
Objetivo: Investigar os impactos da Musicoterapia Centrada na Família ( MTCF) em habilidades de engajamento social em autistas graves. - Estudo Controlado Randomizado; - Intervenção precoce + MTCF (n:12) e Intervenção Precoce (n:11) – 16
semanas. - Mudança no engajamento social medida com avaliações de relatórios
padronizados, dos pais, entrevistas e observação clínicas da mãe. - Resultados: efeito significativo a favor da FCMT. Análise qualitativa temática
mostrou fortalecimentos da relação pai-filho. - Conclusão: melhora das interações sociais em casa, na comunidade e na
relação pai-filho, mas não em habilidades de linguagem ou sensibilidade social em geral.
Objetivo: avaliar os efeitos da Musicoterapia para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo. Metodologia: Uso de Bases de dados; Resumo de dissertações internacionais; Critérios de Inclusão: Ensaios clínicos randomizados (ECR) ou ensaios clínicos controlados. Coleta e Análise de dados: Seleção de estudos por dois autores de forma independente avaliou o risco de viés, e extraíram os dados de todos os estudos incluídos. Resultados: 10 estudos incluídos, 165 sujeitos avaliados (2-9 anos); Foco na comunicação não-verbal. Conclusão: Melhora de habilidades básicas da comunicação (Manter contato visual e iniciar interação), melhora da relação pai-filho. Necessidade de estudos em autistas adolescentes e adultos. Necessidades de estudos com uma maior quantidade de sujeitos. Profissional capacitado para utilizar a música como terapia.
GERETSEGGER M, HOLCK U, GOLD C. Randomised controlled trial of improvisational music therapy’s effectiveness for children with autism spectrum disorders (TIME-A): study protocol. BMC Pediatrics 2012;12(2):1–9.
TIME - A
• Estudo Multicêntrico em andamento (9 países); • Estuda o papel da Musicoterapia Improvisacional em
crianças autistas; • Pretende incluir 300 sujeitos com idade entre 4-6 anos; • Musicoterapia comparada ao grupo controle em duas
modalidades: MT -20 semanas ( 1x por semana ou 3 x por semana)
• Sessões individuais de 30 minutos • Escalas de avaliação: Autism Diagnostic Observation
Schadule (ADOS); Social Responsiveness Scale (SRS) e Assessment of Quality Relationship (AQR).
GATTINO, Gustavo Schultz. Musicoterapia e Autismo: Teoria e Prática. São Paulo: Memmon, 2015.
Considerações Finais
• Uso da Música como terapia por um profissional qualificado – Musicoterapeuta;
• Sessões de Musicoterapia Individual tem sido mais frequentemente utilizadas;
• Musicoterapia tem se mostrado efetiva no tratamento do TEA.
• Necessidade de ECR’s com maior número de sujeitos autistas, em especial na adolescência e fase adulta.
• Evolução significativa na validação de Escalas de Avaliação Musicoterapêutica nos últimos 5 anos.
Musicoterapia no tratamento do Transtorno do Espectro Autista
Ms. Mayara kelly A. Ribeiro