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No dia 26 de abril de 2012, Goiânia conheceu um pouco mais sobre fanzine na Biblioteca do SESC-GO da Rua 19, Centro. A caixa artesanal continha textos ( crônicas, contos, ensaios e prosa poética) ilustrados por Ivan Silva. Em breve, uma versão online também será lançada. Mas quem quiser adquirir a peça com os textos é só enviar os dados para o e-mail : [email protected] A caixa é vendida no valor de 10,00 reais para cobrir cus- tos. '' Sua obra perambula por diversas escolas literárias. A forma de escrever como se fala, o descomprometimento com pontuação e o verso fragmentado em cortes, como cortes de cinema, tem muito a ver com a beat generation. E não fica por aí. A palavra alquímica como porrada ritmando a ação, destruição do tema nobre, “os desregramentos dos sentidos”, é sua ligação com a poe- sia dita marginal, aquela não vinculada nas grandes mídias, que tem seu maior símbolo Arthur Rimbaud. Depois vem a poesia fescenina, aquela poesia erótica, sem papo na língua, que todo poeta carrega em si. Uns mais outros menos, como diz Sylvio Back no ensaio "A poesia das Inevitabilidades". Juntando tudo com seu misticismo, que namora, por vezes, com uma visão cética da existência, e a influência gritante que a MPB tem em sua vida, além da sombra “do it yoursef” do niilismo, do punk e da contracultura ( todos movimentos anteriores ao seu pró- prio nascimento, mas que carrega em si toda uma cara de inspiração e brilho), teremos Anna Alchuffi, minha par- ceira cósmica, a poesia viva em tom de fogo e sangue”. Diego El Khouri F ANZINE IN BOX: Rascunho Urbano O que aconteceu em 28/04/12 na Itália mostra que os testes em animais não têm mais espaço no tempo de in- formação em que vivemos. Mais de mil pessoas partici- param de uma enorme manifestação contra a empresa Green Hill, um criadouro multinacional que “fabrica” animais para testes em laboratórios ao redor do mundo. À luz do dia, donas de casa e ativistas corriam abraça- dos aos animais A multidão andou pelas ruas gritando e protestando con- tra a Green Hill e, quando chegou em frente ao criadouro de cães, simplesmente não parou. As pessoas ignoraram todos os avisos de propriedade privada e continuaram an- dando, escalando alambrados e cortando os arames far- pados. Aos poucos, filhotes, fêmeas esperando filhotinhos e cães maiores iam passando de mão em mão para uma nova vida, longe dos horrores dos laboratórios de testes. Ativistas e donas de casa corriam abraçados aos animais enquanto a polícia tentava dispersar a multidão. Resultado No fim do dia, 12 pessoas estavam presas e mais de 40 beagles estavam a salvo. Estima-se que existam mais de 2.500 beagles no criadouro da Green Hill, mas esta ação deixou bem claro que a so- ciedade italiana não vai mais tolerar a presença desta empresa que vive da tortura de animais em suas terras. Fonte: http://vista-se.com.br Mais de mil invadem criadouro e salvam Beagles Zine Aperiódico # 11 Abril/2012 Por Fabio da Silva Barbosa Foto de capa: Foto do “meu” gato Gohan, trabalhada no Photoshop merecer comida. Toma conta da casa e obedece to das as ordens. E seu gato? O que faz para merecer comida? Ele questiona: - Meu cachorro tra balha duro para Eu respondo: - Ele é li- vre. Agenda: - 05/05, às 21hs, no Moinho Negro (Rua Marcilio Dias, 1463, Azenha, Porto Alegre, RS), o Sarau da Pobreza abre espaço para todos que quiserem compartihar suas ideias. - 23/05 Ato da Fábrica Ocupada Flaskô contra o leilão de uma de suas máquinas. Em frente ao Fórum do Sumaré (SP), às 12:30. Informa- ções: www.fabricasocupadas.org.br - Acompanhe a agenda da Cambada de Teatro em Ação Levanta Favela no blog www.levantafavela.blogspot.com.br. Porto Alegre (RS). 1 de maio na Utopia e Luta. www.utopia-e-luta.blogspot.com.br

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No dia 26 de abril de 2012, Goiânia conheceu um poucomais sobre fanzine na Biblioteca do SESC-GO da Rua19, Centro. A caixa artesanal continha textos ( crônicas,contos, ensaios e prosa poética) ilustrados por Ivan Silva.Em breve, uma versão online também será lançada. Masquem quiser adquirir a peça com os textos é só enviar osdados para o e-mail : [email protected] caixa é vendida no valor de 10,00 reais para cobrir cus-tos. '' Sua obra perambula por diversas escolas literárias. Aforma de escrever como se fala, o descomprometimentocom pontuação e o verso fragmentado em cortes, comocortes de cinema, tem muito a ver com a beat generation.E não fica por aí. A palavra alquímica como porradaritmando a ação, destruição do tema nobre, “osdesregramentos dos sentidos”, é sua ligação com a poe-sia dita marginal, aquela não vinculada nas grandes mídias,que tem seu maior símbolo Arthur Rimbaud. Depois vema poesia fescenina, aquela poesia erótica, sem papo nalíngua, que todo poeta carrega em si. Uns mais outrosmenos, como diz Sylvio Back no ensaio "A poesia dasInevitabilidades". Juntando tudo com seu misticismo, quenamora, por vezes, com uma visão cética da existência, ea influência gritante que a MPB tem em sua vida, além dasombra “do it yoursef” do niilismo, do punk e dacontracultura ( todos movimentos anteriores ao seu pró-prio nascimento, mas que carrega em si toda uma cara deinspiração e brilho), teremos Anna Alchuffi, minha par-ceira cósmica, a poesia viva em tom de fogo e sangue”.Diego El Khouri

FANZINE IN BOX: Rascunho UrbanoO que aconteceu em 28/04/12 na Itália mostra que ostestes em animais não têm mais espaço no tempo de in-formação em que vivemos. Mais de mil pessoas partici-param de uma enorme manifestação contra a empresaGreen Hill, um criadouro multinacional que “fabrica”animais para testes em laboratórios ao redor do mundo.

À luz do dia, donas de casa e ativistas corriam abraça-dos aos animaisA multidão andou pelas ruas gritando e protestando con-tra a Green Hill e, quando chegou em frente ao criadourode cães, simplesmente não parou. As pessoas ignoraramtodos os avisos de propriedade privada e continuaram an-dando, escalando alambrados e cortando os arames far-pados.Aos poucos, filhotes, fêmeas esperando filhotinhos e cãesmaiores iam passando de mão em mão para uma novavida, longe dos horrores dos laboratórios de testes.Ativistas e donas de casa corriam abraçados aos animaisenquanto a polícia tentava dispersar a multidão.

ResultadoNo fim do dia, 12 pessoas estavam presas e mais de 40beagles estavam a salvo.Estima-se que existam mais de 2.500 beagles no criadouroda Green Hill, mas esta ação deixou bem claro que a so-ciedade italiana não vai mais tolerar a presença destaempresa que vive da tortura de animais em suas terras.

Fonte: http://vista-se.com.br

Mais de mil invadem criadouro e salvam Beagles

ZineAperiódico # 11

Abril/2012 Por Fabio da Silva Barbosa

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merecer comida.Toma conta dacasa e obedece to

das as ordens. E seugato? O que faz paramerecer comida?

Ele questiona: - Meu cachorro tra

balha duro para

Eu respondo:- Ele é li-

vre.

Agenda:- 05/05, às 21hs, no Moinho Negro (RuaMarcilio Dias, 1463, Azenha, Porto Alegre,RS), o Sarau da Pobreza abre espaço paratodos que quiserem compartihar suas ideias.- 23/05 Ato da Fábrica Ocupada Flaskô contrao leilão de uma de suas máquinas. Em frenteao Fórum do Sumaré (SP), às 12:30. Informa-ções: www.fabricasocupadas.org.br- Acompanhe a agenda da Cambada de Teatroem Ação Levanta Favela no blogwww.levantafavela.blogspot.com.br. PortoAlegre (RS).

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Os músicos do Selector Matanzas lançaram o EP digitalintitulado “Freedom”, em apoio à campanha “Mumia Li-vre Já!”. As canções incluem falas de Mumia Abu-Jamal,Angela Davis, Alice Walker, Nelson Mandela e muitosoutros. É uma mistura de hip hop, soul e jazz. O disco jáestá disponível para download gratuito na internet.

http://matanzas.bandcamp.com/album/freedom-epFonte: www.noticiasanarquistas.noblogs.org

Disco em apoio à campanha “Mumia Livre Já!” disponí-vel na internet

A filaPor: Fabio da Silva Barbosa

Dia desses tava com uma crise de tendinite. Depois dealgum tempo de espera e dor na fila de um hospital público,tomei um analgésico injetável e mandaram que eucomprasse os terríveis anti-inflamatórios. Para buscar oacompanhamento adequado me encaminharam a lugareslongínquos e decidi passar no posto de saúde perto decasa. Era ali. Boa decisão a minha. A moça do balcãodisse que eu tinha de ir ao clínico geral para ele meencaminhar a um especialista. Como só existia um dia nasemana que o clínico comparecia, a fila era enorme. Eolha que cheguei cedo. Falaram que tinha gente em pé alidesde a madrugada. O mesmo fenômeno observado emoutros cantos do Brasil: O péssimo atendimento no serviçopúblico. Se pagasse plano de saúde o sofrimento seriamenor. Que absurdo.Aproveitei o tempo na fila para lembrar e pensar. Lembreide quando estava caminhando com meu filho junto apasseata contra o aumento da passagem de ônibus. A genteali, conversando sobre as coisas da vida, enquanto osmanifestantes pediam por um transporte realmentepúblico. No dia seguinte, pensei nas pessoas que vendemsua vida para poder passear com o filho na beira da praia.Melhor que qualquer praia foi aquele passeio pelamanifestação.Lembrei também do bate papo na mesa de um bar em queum cara me alvejava com suas opiniões enlouquecidas.Ele se dizia socialista, mas nem ao menos compreendia o

povo. Não acreditou quando disse que muitas pessoasestavam trabalhando mais de nove horas por dia paraganhar R$ 700,00 ou um pouco mais (ou um poucomenos), sem direito a sábado, domingo ou feriado. Eleargumentou que isso não existe. Que R$1.000,00 não davanem para suas despesas... “Como um pai de família poderiasustentar os seus?” Respondi que esse era o problema.Pensei também no texto PQP. Depois da experiência nocampo, pude conhecer pessoas que trabalham mais de 14horas por dia, sem folga e sem qualquer tipo de motivaçãopara a vida sem ser o próprio trabalho. Será que eles estãocertos? Será que eu estou certo? Será que estamos todoserrados? Será que existe o certo e o errado? Vai saber.Talvez eles não tenham tido opção. Vai saber. Cada umcom sua história, cumprindo sua sentença. Vou tentandocompreender.Nisso, veio uma senhora que eu achava estar lá na frenteda fila. Mais um que havia desistido. As pessoas adoramquando alguém que está a sua frente desiste. Ela passouresmungando que a fila tava grande e que só tinha umapessoa para atender todo mundo. Ela estava preocupadacom o horário de entrar no trabalho. Passei mais um tempona fila e resolvi fazer o pessoal da retaguarda mais feliz.Saí caminhando. Segui a fila até onde pensei ser seu início(onde estava a tal senhora) e descobri que ali era apenasuma curva. A fila ainda continuava até uma portinha, ondeestava a tal funcionária preenchendo a papelada eencaminhando as pessoas para a fila seguinte (Essa sim ado atendimento médico).

Fui pela rua movimentando as mãos e torcendo para queela aguente firme mais um tempo. Aquilo era fila para odia inteiro e não podia ficar ali.

Noites Estranhas

Cálice de vinhoComemoramos mais um infeliz dia

De vida e sem cores, sem encantos e certezasPensamentos solitários

Recitando TrakalNoite afora

A lua ilumina seus olhosE a brisa lhe guiaSem direção certa

Lágrimas de sangueBrotam pela sua face

Procurando cansado pelas noitesCheias de tormentas e melancolia

Na busca constante e vorazDe consolo,sonhos e amorMais uma noite se acaba e

É hora de se recolherMais uma vez as pessoas vem e

Simplesmente se vão...Pelas ruas poetas e seres noturnos se esbarram, o sol já

não tarda a aparecerEntorpecidos na fé, esperança

Desamores, lembranças,sonhos, solidão eCálices de vinho...

Por: Thina Curtis