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índice
REVISANDO
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AtuAlIzAçãO méDIcA
cASO clíNIcO
AutOImuNIDADE
ASbAI Sp-RJ
AlgORítmOS - cOmpONENtES AléRgENOS
cOmpONENtES AléRgENOS
pRINcIpAIS AléRgENOS
RElAçãO DE lAbORAtóRIOS
Parâmetros laboratoriais no acompanhamento da alergia ao leite de vaca
Recomendações sobre o teste APS
Diagnóstico etiológico da urticária: um grande desafio
Imunodeficiência comum variável e seus diferentes fenótipos
Natural rubber latex allergens: Characterization and evaluation of their allergenic capacity
The IgE-microarray testing in atopic dermatitis: a suitable modern tool for the immunological and
clinical phenotyping of the disease Ao longo deste ano novos laboratórios oferecerão o Immu-
noCAP ISAC e o painel de componentes em seu portfolio.
Obtenha mais informações com a nossa equipe, através
do nosso site ou pelo telefone 0800-551535.
Gostaríamos de destacar neste número um “paper” co-
mentado, de autoria do Prof. Adriano Mari, que aborda a
utilização do ISAC como ferramenta diagnóstica auxiliar
no tratamento da Dermatite Atópica.
Outro destaque é a alergia ao látex. A utilização dos com-
ponentes nesse campo permite o diagnóstico diferencial,
como, por exemplo, as diferentes reatividades cruzadas
entre frutas e o látex. Na seção REVISANDO há outro “pa-
per” que enfatiza a importância dos componentes no de-
sempenho diagnóstico na alergia ao látex.
Lembro que comentários são sempre bem vindos para que
possamos aprimorar o nosso trabalho.
BoA leituRA!
Fabio Arcuri
Country Manager - Brasil
immuno Diagnostics Division
Thermo Fisher Scientific
Thermo Fisher scienTiFic
immUno DiAGnosTics DiVision
COuNTRy MANAgER BRAzIL/ Fabio Arcuri
MARkETINg/ Vanessa Hurtado
GeRente De PRoDuto/ Fábio Correia
GeRente De PRoDuto/ Shelma Martini
DP conTenT
DIRETOR ExECuTIVO/ Juan Carmona Ximenes
GeStão De PRoJetoS/ Vinícius Ruiz
GeStão De ConteúDo/ Claudio longo
reDAÇÃo
eDitoR/ Claudio longo
eDição De teXtoS/ Claudio longo
DiRetoRA De ARte e CRiAção/ Paola Cecchettini
DeSiGneR/ leonardo Cecchettini
eStAGiáRiA/ Fernanda Carpinter
EDITOR DE IMAgEM/ thiago lima
ColABoRADoReS De teXto/ Dra. Ariana Campos yang (CRM-
SP 95.235); Dra. Fernanda Pinto Mariz (CRM- RJ 5271117-9); Dra.
Lucila Camargo Lopes de Oliveira (CRM-SP 109.012); Dr. Marcelo
Vivolo Aun (CRM-SP 117.190); Dra. Marisa Rosimeire Ribeiro
(CRM-SP 122.603); Dra. Silvia Daher (CRM-SP 26.794)
conTATo
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Thermo Fisher scienTiFic
ReCAPtulando é uma publicação bimestral oferecida pela Immuno
Diagnostics Division, da Thermo Fisher Scientific, e produzida pela
DP Content.
EditorialThe indoor air and asthma: the role of cat allergens
Avanços na anafilaxia alérgica cutânea e reações de hipersensibilidade a
alimentos, medicamentos e insetos em 2011
4 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 5
revisando
Hans-peter Rihs, monika Raulf-Heimsoth
As reações ao látex podem ser IgE mediadas, com mani-
festações imediatas como urticária, rinoconjuntivite, asma
e anafilaxia; ou tardias, mediadas por linfócitos, como a
dermatite de contato, causada mais comumente pelos adi-
tivos utilizados no processamento da borracha. A dermatite
de contato irritativa também pode ocorrer decorrente do PH
alcalino encontrado nas luvas com pó. Produtos como luvas
cirúrgicas e domésticas, catéteres, preservativos, chupetas
e balões são fontes de proteínas alergênicas. Os grupos de
risco para alergia ao látex são mostrados abaixo.
Tabela 1: Prevalência de sensibilização ao látex da borracha
Componentes alergênicos da borracha natural
O látex é extraído da Hevea brasiliensis e é uma mistura
de vários componentes, sendo a unidade principal o cis
1,4-poliisopreno. Apenas 1 a 2% do seu peso seco é com-
posto por proteínas. Após ultracentrifugação, há três fra-
ções principais do látex: fase de partículas de borracha,
soro C e soro B; com 27%, 50% e 25% de proteínas, respec-
tivamente. Cerca de 25% das proteínas de todas as frações
ligam-se a anticorpos IgE em pacientes alérgicos ao látex.
O Comitê Internacional de Nomenclatura de Alérgenos
(www.allergen.org) apresenta a lista de alérgenos do látex
(tabela 2 atualizada).
ProPrieDADes Dos ALÉrGenos inDiViDUAis
Proteínas das partículas de borracha:
O Hev b 1 foi o primeiro alérgeno descoberto e não apre-
senta homologia com outras plantas. Tem reatividade
para IgE em 54 a 100% dos pacientes alérgicos ao látex
com espinha bífida (EB), sendo muito relevante neste
grupo. O Hev b 3 apresenta reatividade com IgE de 67
a 83% em pacientes alérgicos com EB, com homologia
com Hev b 1.
Proteínas do soro c:
Hev b 5 é uma proteína ácida, termoestável, com 46% de
homologia com proteínas do kiwi, mas presente em pe-
quenas quantidades no látex da borracha. Testes sorológi-
cos mostraram 92% de ligação a IgE em TS alérgicos ao
látex. O recombinante Hev b 5 vem sendo utilizado como
reagente complementar para aumentar o desempenho do
ImmunoCAP para k82. Pode ser o alérgeno que irá preen-
Natural rubber latex allergens: Characterization and evaluation of their allergenic capacity
Grupos Sensibilização
Espinha bífida até 72%
Trabalhadores da saúde até 30%
Exposição ocupacional em não profissionais da saúde até 11%
Atópicos com exposição ao látex até 36%
População geral com atopia até 8,6%
População geral sem atopia até 2,3%
Alérgenos Peso molecular (Kda) Nome ou função biológica
Significân-cia do
alérgenoReatividade cruzada Grupos
Hev b 1 14,6 Fator de alongamento da borracha P _ EB
Hev b 2 34-36 ß-1,3-glucanase P Banana e tomate TS
Hev b 3 24-27 Fator de alongamento da borracha-símile P _ EB
Hev b 4 50-57 ß-glucosidase S _ _
Hev b 5 16-24 Proteína ácida do látex P kiwi TS
Hev b 6Hev b 6.01 20Hev b 6.02 4,7Hev b 6.03 14
Proheveína Heveína
Domínio C P Abacate, castanha e
banana TS
Hev b 7 42,9 Patatina-símile S Batata e tomate EB
Hev b 8 14 Profilina S Banana e polens _
Hev b 9 51 Enolase S Tomate e fungos _
Hev b 10 26 Superóxido dismutase S Fungos _
Hev b 11 32 Quitinase classe I S Abacate, castanha e banana
_
Hev b 12 9 Proteína de transferência de lipídeos S Rosáceas _
Hev b 13 42 Esterase P - TS
Hev b 14 30 Hevamina P - _
Tabela 2: Alérgenos do látex e suas propriedades clínicas
P= principal
S= secundário
EB= espinha bífida
tS=trabalhadores da saúde
Alérgenos principais = com resposta IgE-específica positiva em mais de 50% dos soros dos pacientes alérgicos ao látex
o diagnóstico de alergia a látex baseia-se em história clínica e testes positivos in vivo e in vitro com extratos padronizados.
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revisando
cher a lacuna diagnóstica para pacientes alérgicos ao látex,
mas com testes sorológicos negativos. O Hev b 7 tem se-
quência homóloga à patatina da batata e está associado a
alergia ao látex em pacientes com EB. Seu recombinante
tem as mesmas propriedades que a proteína nativa. O Hev
b 8 é uma profilina, um panalérgeno pode reagir de forma
cruzada com polens e banana. Hev b 9 é uma enolase,
proteína ubíqua envolvida no metabolismo de carboidra-
tos. Há sequência idêntica de 60% entre enolases do látex
e de fungos.
Proteínas do soro B:
A Hev b 2 tem sua forma recombinante com menor capa-
cidade de ligação a IgE que a forma nativa. Está implicada
em alergia a látex em TS. Hev b 4 não tem papel definido
na alergia ao látex, pois se liga a IgE em pacientes alérgi-
cos e em controles sem alergia ao látex. Não há recombi-
nante disponível. Há três formas em que a pré-proheveína
é processada na planta: proheveína (Hev b 6.01), heveína
(Hev b 6.02) e domínio C (Hev b 6.03). Hev b 6.02 é a proteí-
na mais importante em alergia ao látex, especialmente em
TS. Tem homologia com domínios de lecitina ligados a qui-
tinas, com reação cruzada com alimentos. Hev b 7 pode
ser encontrada no soro C (Hev b 7.01) ou no soro B (Hev b
7.02), dependendo das condições de centrifugação. Hev b
10 tem sequência semelhante a do Aspergillus fumigatus.
Hev b 11 é termolábil, tem reatividade cruzada graças a 56
% de identidade com o rHev b 6.01 e também pode reagir
com frutas. Hev b 12 é uma proteína de transferência de li-
pídeos (LTP), termoestável, identificada em várias plantas,
especialmente nas Rosáceas, incluindo ameixa, maçã e da-
masco. Hev b 13 não está disponível como recombinante.
Utilidade dos alérgenos recombinantes do latéx:
A vantagem das proteínas recombinantes é a possibilida-
de de produção em larga escala com alta qualidade. Tam-
bém permitem o estudo da base molecular da reatividade
imune das proteínas. Há boa correlação entre o Hev b 6.01
e seu recombinante pelo ImmunoCAP. Em contraste, a cor-
relação entre o Hev b 2 e seu recombinante é muito restrita
devido a perda da glicosilação do recombinante.
ensaios sorológicos para determinação de ige Latéx-específica:
o sistema CAP da Pharmacia mostra sensibilidade diag-
nóstica de 97% e especificidade de 84% utilizando o limite
convencional de detecção de 0,35 ku/L. Estudos mostram
ausência de correlação entre o teste cutâneo de leitura
imediata para o extrato de látex e IgE específica sérica. Isto
pode ser explicado por falha nos testes in vivo para detectar
anticorpos IgE-específicos para certas proteínas ou escas-
sez ou ausência de certos alérgenos no extrato utilizado. O
Hev b 5 pode ter um papel importante no diagnóstico em
casos de testes falso- negativos in vitro. ImmunoCAP com
rHev b 5 adicionado ao extrato detecta maiores níveis de
IgE pela proporção de soro e em um pequeno número de
alérgicos, o resultado negativo se tornou positivo após sua
adição. Isto indica que é possível melhorar os extratos cujos
alérgenos relevantes estejam presentes em quantidades
subótimas. Outra novidade é a disponibilidade de Immuno-
CAP para alérgenos individuais que pode ser usado para de-
terminar sensibilização em grupos diferentes de pacientes.
comenTÁrios
A alergia ao látex é muito prevalente em países como o Brasil,
onde as luvas e objetos de borracha natural ainda são uma
alternativa barata. Os pacientes sintomáticos devem ser ava-
liados de forma adequada, pois estão expostos a um risco
significativo, especialmente se apresentarem reações IgE-
mediadas graves, como quadros de anafilaxia perioperatória.
Os alérgenos recombinantes disponíveis no ImmunoCAP são:
rHev b 5, rHev b 6.01, rHev b 6.02, rHev b 8, rHev b 9 e rHev b
11 e no ImmunoCAP ISAC: rHev b 1, rHev b 3, rHev b 5 e rHev
b 6. São ferramentas que auxiliam o diagnóstico, já que não te-
mos extratos padronizados para testes cutâneos no momento,
além de preverem reações cruzadas com alimentos.
Artigo resumido e comentado: Dra. marisa Rosimeire Ribeiro (cRm-
Sp 122.603) - médica especialista em Alergia e Imunologia clínica
pela ASbAI Sp, pós-graduanda da Disciplina de Imunologia clínica e
Alergia da FmuSp.
Referência bibliográfica: Natural rubber látex allergens: Character-
ization and evaluation of their allergenic capacity. New Horizons num-
ber 3, 2003
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revisando
The IgE-microarray testing in atopic dermatitis: a suitable modern tool for the immunological and clinical phenotyping of the diseasemari A, Scala E, Alessandri c
inTroDUÇÃo
A dermatite atópica (DA) acomete até 20% das crianças e
entre adultos sua prevalência é estimada em 0,2 a 8,8%.
Tem fisiopatogenia complexa que envolve o comprometi-
mento da barreira cutânea, com baixos níveis de ceramidas
e deficiência de filagrinas que aumentam a perda transepi-
dérmica de água e facilitam a penetração de alérgenos, pa-
tógenos e suas toxinas, os quais funcionam como gatilhos
para a inflamação da pele.
Por ter a dermatite atópica diversos desencadeantes, fer-
ramentas que investiguem estes fatores simultaneamente
são de grande interesse do profissional especialista. O mi-
croarray de alérgenos já é um método disponível e que tem
se mostrado útil na investigação de manifestações alérgi-
cas há alguns anos.
O presente texto revisa a utilidade da determinação de IgE
específica em DA através da técnica de microarray. Além
disto, os autores relatam alguns dados epidemiológicos
preliminares obtidos no Centro de Alergologia Molecular,
situado em Roma, na Itália.
DesencADeAnTes AmBienTAis
Aeroalérgenos
Em crianças com DA há uma correlação entre a gravidade
do quadro e o nível de sensibilização a aeroalérgenos, pro-
vavelmente favorecida pelo dano da barreira cutânea. Di-
versos estudos já demonstraram a importância dos ácaros,
fungos, polens e barata na indução de inflamação mediada
por IgE nestes pacientes.
Nos últimos anos, o Centro de Alergologia Molecular ava-
liou a reatividade específica da IgE para diversas proteí-
nas alergênicas em 1.165 pacientes com DA (61,29% na
faixa pediátrica) e constatou que o Der p 2 e Der f 2 dos
ácaros estavam entre os sensibilizantes mais comuns
(42,5 e 40,9%, respectivamente), além de outros polens
de gramíneas comuns na Europa.
Constatou-se ainda a sensibilização para proteínas envol-
vidas na reação cruzada entre alimentos de origem ve-
getal e polens, ou seja, alimentos que podem exacerbar
a DA em alguns pacientes sensibilizados primariamente
por polens específicos, principalmente o da bétula.
Alérgenos alimentares
Três padrões de reação cutânea por alimentos na DA são
possíveis: (1) reação imediata (urticária, angioedema) sem
piora do eczema; (2) prurido imediato seguido de piora do
eczema e (3) piora tardia do eczema (até horas após a in-
gestão do alimento). A história de piora do eczema induzi-
do por alimento não tem alta especificidade diagnóstica.
Cerca de 1/3 dos pacientes com DA moderada a grave têm
alergia alimentar comprovada por teste de provocação oral
(TPO) do tipo duplo-cego controlado por placebo. É impor-
tante salientar que embora muitas crianças com DA apre-
sentem sensibilização para alimentos, na grande maioria
a sensibilização é clinicamente irrelevante. utilizando-se o
diagnóstico molecular, a presença de sensibilização para
CCD ou profilina praticamente confirma a irrelevância clíni-
ca, ou seja, a ausência de sintomas associados.
10 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 11
Embora 90% das alergias alimentares em DA se associem
a ovo, leite, trigo, soja, amendoim, nozes e peixe, um per-
fil molecular destes alimentos nestes pacientes ainda foi
pouco estudado.
A manifestação de alergia ao leite de vaca é bem variável
e pode acometer diferentes órgãos. Pouco se sabe sobre
o perfil de reconhecimento da IgE nestes pacientes e se
estes associam-se a sintomas específicos. Analisaram o
soro de alérgicos a leite através de um microarray conten-
do 27 proteínas provenientes do leite. Dezoito pacientes
que sofriam apenas de DA reconheceram pouco núme-
ro de alérgenos e apresentaram reação baixa ou ausente
em teste de desgranulação de basófilos, enquanto aque-
les com sintomas sistêmicos graves e amaioria dos que
tinham sintomas gastrintestinais reconheceram muitas
proteínas e desgranularam basófilos.
A sensibilização para ovo é considerada marcador de ato-
pia já que 70% das crianças com DA têm IgE específica
para clara de ovo. Os autores fizeram um relato de 25
crianças com suspeita de alergia a ovo que tiveram seus
soros analisados pelo microarray ISAC 103 contendo gal
d 1 (ovomucóide), gal d 2 (ovoalbumina), gal d 3 (conal-
bumina) e gal d 5 (livetina). Os pacientes selecionados
reagiram no TPO duplo-cego controlado por placebo e 16
deles também apresentaram piora imediata da DA. Dife-
rentes resultados de IgE foram obtidos dependendo do
reconhecimento de alérgenos na clara ou na gema. Além
disto, 23 crianças demonstraram sensibilização a outros
alimentos ou aeroalérgenos evidenciando a necessidade
da investigação ampla que se faz necessária em pacientes
com DA e que é possível com o uso do microarray.
sensibilizantes/desencadeantes cutâneos: fungos e bactérias
A pele de indivíduos com DA tem maior vulnerabilidade
a colonização por bactérias e fungos. O principal agen-
te bacteriano envolvido é o Staphylococcus aureus cujas
exotoxinas são capazes de promover resposta mediada
por IgE e ativar células T agindo como superantígenos.
revisando
Também um número restrito de pacientes apresenta re-
atividade a antígenos de Escherichia coli. Dentre os fun-
gos destacam-se a Candida albicans, Alternaria alternata,
trichophyton rubrum, Penicillium chrysogenum, Aspergillus
fumigatus e Malassezia furfur. Há relatos recentes de sensi-
bilização para superóxido dismutase de manganês, uma
proteína possivelmente relacionada com autorreativida-
de. Os autores encontraram uma prevalência de 4,8% de
sensibilização para esta proteína do A. fumigatus em sua
coorte de pacientes com DA.
Autossensibilizantes/desencadeantes: mimetizadores de
alérgenos ambientais (ou o contrário?)
A reação mediada por IgE contra proteínas próprias que
têm similaridade estrutural a alérgenos exógenos é mais
uma hipótese na fisiopatogenia da DA. A gravidade do
quadro já foi relacionada a autorreatividade mediada por
IgE que melhorou após tratamento com ciclosporina A.
Cinco autoalérgenos já foram oficialmente identificados
(Hom s 1 a Hom s 5)
Ausência de desencadeantes mediados por ige na DA
Apenas através de uma técnica que analisa a resposta de
IgE para diversos alérgenos simultaneamente, como o
microarray, é possível confirmar o diagnóstico de DA in-
trínseca ( na qual o envolvimento da IgE está ausente).
extrapolando a mesma abordagem para outras doenças
alérgicas
Frequentemente a DA é acompanhada por outras ma-
nifestações alérgicas, se mostrando a investigação com
microarray também interessante. Supostamente pacientes
com urticária crônica podem ser sensibilizados para alér-
genos do suor como alguns pacientes com DA.
Assim como na DA intrínseca, o microarray pode ser usa-
do para confirmação de asma não alérgica.
concLUsÃo
o microarray é uma ferramenta que possibilita a investiga-
ção de sensibilização para um enorme painel de alérge-
nos e antígenos relevantes na DA e em todas as manifes-
tações alérgicas associadas. Trata-se do melhor método
de detecção de IgE específica existente na atualidade que
utiliza mínimas quantidades de soro dos pacientes. A pro-
dução de um microarray que contemple todos os alérge-
nos/antígenos discutidos nesta revisão deve ser encoraja-
da. No entanto, a interpretação dos resultados deste exame
requer experiência e, portanto, deve ser realizada por aler-
gologistas moleculares e não médicos generalistas.
comenTÁrios
A investigação de desencadeantes da DA através do mi-
croarray pode ser bastante interessante já que permite a
investigação de múltiplos alérgenos simultaneamente
necessitando pequenas quantidades de soro. Isto já é
uma realidade através do ImmunoCAP® ISAC que inclui
112 componentes alergênicos provenientes de mais de 40
fontes. No entanto, é preciso ressaltar que os alérgenos
podem variar de acordo com a localidade e o painel exis-
tente, de fabricação europeia, pode ainda não contemplar
em parte a necessidade brasileira. A proposta de inclusão
de outros desencadeantes envolvidos na DA, como alér-
genos próprios e de bactérias, é muito atraente.
Os autores do texto mencionam, e é importante mais uma
vez ressaltar, que a presença de IgE específica (sensibili-
zação) é diferente de alergia e não se deve tomar condu-
tas (isto ocorre principalmente no âmbito da alergia ali-
mentar com as dietas de restrição) baseadas meramente
na presença de sensibilização. Portanto, os múltiplos re-
sultados obtidos através de uma investigação deste tipo
devem ser analisados com extrema cautela por profissio-
nais experientes.
Artigo resumido e comentado: Dra. lucila camargo lopes de Oliveira
(cRm-Sp 109.012) - Especialista em Alergia e Imunologia pela Asso-
ciação brasileira de Alergia e Imunopatologia, especialista em aler-
gia pela Sociedade Européia de Alergia e Imunologia clínica (EAAcI).
pós-graduanda da uNIFESp/ Epm.
Referência bibliográfica: The IgE-microarray testing in atopic dermati-
tis: a suitable modern tool for the immunological and clinical phenotyp-
ing of the disease. Allergy and clinical Immunology 2011, 11:438-444
12 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 13
revisando
The indoor air and asthma: the role of cat allergenslibby A. Kelly, Elizabeth A. Erwin, and thomas A.E. platts-mills
inTroDUÇÃo
Sabe-se que a hipersensibilidade imediata a um ou mais
aeroalérgenos constitui fator de risco para asma. Entre-
tanto, entender de que forma se estabelece a relação cau-
sal entre exposição aos alérgenos particulados dispersos
no ar de ambientes interiores e asma é bem mais com-
plicado. As principais fontes de alérgenos dos ambientes
interiores são os ácaros da poeira, os fungos, baratas,
assim como alérgenos de animais domésticos. Diferente-
mente dos demais, os alérgenos de gato são facilmente
deslocados para locais distantes de onde foram produzi-
dos, tais como casas e locais públicos onde o gato não
circula. Além disso, parece haver um efeito de tolerân-
cia para alta exposição aos alérgenos de gato. Ou pelo
menos um efeito plateau, no qual acima de um nível de
exposição não há aumento na prevalência de sensibiliza-
ção. Vários estudos sugerem que existe ou poderia exis-
tir uma relação direta entre exposição a um alérgeno e
sensibilização, assim como entre exposição de indivíduos
sensibilizados e inflamação pulmonar.
oBjeTiVo
neste artigo os autores discutem o papel do ambiente de
interiores na asma, focando especialmente os alérgenos
de gato.
ALÉrGenos De GATo
O alérgeno Fel d 1 é uma proteína bem definida produzida
na pele e também nas glândulas salivares dos gatos.É o alér-
geno principal do gato. Existe ainda resposta IgE com uma
lipocalina (Fel d 4), IgE para albumina de gato (Fel d 2), e IgE
para alfa-gal na IgA de gato (Fel d 5w). Existe evidência
consistente apenas para o papel de Fel d 1 na asma. Foi
demonstrado que este alérgeno, diferentemente dos alér-
genos de ácaros, se mantém continuamente disperso no
ar de casas que possuem gato e poderia ser detectado em
casas sem gato. Estima-se que a exposição diária a Fel
d1 (200 -1000ng) seja muito maior do que ao alérgeno de
ácaro da poeira Der p 1 ( 5 -50ng). Apesar disso, nunca a
prevalência de alergia a gato é maior do que aos ácaros ou
pólens, mesmo em locais com grande número de gatos.
O alérgeno Fel d 4 apresenta reatividade cruzada com um
alérgeno de cão (Can f 2).
reLeVânciA DA iGe em PAíses TroPicAis
Em países tropicais a exposição a parasitas é frequente na
infância. Recentemente descobriu-se que anticorpos IgE
contra um oligossacarídeo galactose-alfa-1,3-galactose
(alfa-gal) ligam-se também a proteínas derivadas de gatos
e cães, assim como de outros mamíferos. Tal conhecimen-
to ganhou importância ao se demonstrar que a presença
de IgE para gato em soros provenientes da África podia
ser explicada exclusivamente pela presença de anticorpos
contra alfa-gal.
A reLeVânciA Do AmBienTe inTerior no AUmenTo
DAs DoenÇAs ALÉrGicAs e AsmA
uma recente análise de uma coorte de nascimento em
Boston (na idade de 12 anos) mostrou que havia uma forte
correlação entre IgE para gatos, cães ou ácaros e óxido ní-
trico exalado. Além disso, esta relação era fortalecida pela
exposição ao alérgeno em casa, e, também, se a criança
relatava ficar mais de dez horas assistindo televisão nos
dias de semana.
concLUsÃo
A relação entre a exposição aos alérgenos de gato e asma
apresenta algumas particularidades:
- Níveis muito altos de Fel d 1 são encontrados em casas
que abrigam gatos.
- Níveis baixos de Fel d 1 são encontrados mesmo em ca-
sas sem gatos e escolas.
- Exposição alergênica em locais sem o animal é suficiente
para sensibilizar.
- Morar numa casa com gatos não aumenta a prevalência
de sensibilização e poderia induzir tolerância.
- Teste positivo para extrato de gato pode significar a pre-
sença de IgE específica para Fel d 1, albumina de gato, ou
para alfa-gal, presente em várias proteínas inclusive IgA
de gato.
- IgE específica para Fel d 1 está fortemente associada com
inflamação pulmonar e asma sintomática.
- IgE específica para albumina de gato (Fel d 2), e IgE para
alfa-gal da IgA de gato (Fel d 5w) têm sido associadas a
novas formas de alergias de início no adulto manifestadas
por alergia a carnes.
comenTÁrios
As alergias respiratórias como a asma e rinite apresentam
importante impacto na qualidade de vida e estão associadas
a várias comorbidades. A base do tratamento de qualquer
doença alérgica consiste na identificação dos alérgenos cli-
nicamente relevantes e, a seguir, instituir medidas de con-
trole ambiental. No caso específico de alergia a gato algu-
mas particularidades dificultam a escolha de qual seria a
melhor decisão clínica no que diz respeito a: manter ou não
o gato em casa; indicar ou não a imunoterapia específica?
A evolução do conhecimento molecular dos alérgenos
abriu caminho para que possamos definir melhor o papel
dos testes com extratos totais, e como interpretá-los. Tendo
como exemplo um teste positivo para extrato de gato, hoje
Referência bibliográfica: The indoor air and asthma: the role of cat
allergens. curr Opin pulm med 2012, 18:29-34
Artigo resumido e comentado: Ariana campos Yang (cRm-Sp 95.235).
Doutora em ciências pela Fmu Sp. médica assistente, coordenadora
no ambulatório de alergia alimentar e dermatite atópica do Serviço de
Imunologia clínica e Alergia do Hospital das clínicas de São paulo –
FmuSp.
sabemos que poderia ser devido a uma IgE dirigida para
alérgeno de reatividade cruzada ou outro sem relevância
clínica; então poderíamos prosseguir na investigação de
forma mais específica para o alérgeno que está ligado a
alergia respiratória, o Fel d 1.
14 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 15
caso clínico
Parâmetros laboratoriais no acompanhamento da alergia ao leite de vacaDra. lucila camargo lopes de Oliveira (cRm 109.012 Sp) - mestre em ciências pela uNIFESp/Epm.
iDenTiFicAÇÃo
EJSN, masculino, 5 anos e 1 mês, natural e procedente
de São Paulo. É trazido para avaliação do especialista
por história de alergia ao leite de vaca.
hPmA
Nascido sem intercorrências, mãe refere que menor apre-
sentou quadro de urticária generalizada aos 3 meses, mi-
nutos após beijo do primo que havia tomado leite. A reso-
lução dos sintomas foi espontânea após algumas horas.
Acompanhado pelo pediatra, teve diagnóstico de alergia
ao leite de vaca e orientação para dieta isenta de leite de
vaca e derivados. Recebeu aleitamento materno exclusivo
até 6 meses, quando foi introduzido fórmula de soja sem
intercorrências. Aos 6 meses de vida ingeriu vitamina de
abacate com leite de vaca oferecido pela avó com mes-
mos sintomas. Evoluiu sempre com bom ganho pôndero-
estatural e com aproximadamente 1 ano de vida iniciou
com sintomas alérgicos esporádicos respiratórios de na-
riz e pulmão, que se intensificaram no último semestre.
Mãe negava escapes da dieta após os 6 meses de vida da
criança. Quanto à história familiar, apenas a mãe sofria de
sintomas de rinite alérgica intermitente leve.
Com relação à alergia alimentar, os exames anteriores
eram os seguintes:
IdadeImmunoCAP (kUA /L)
Leite Caseína Alfa-lactoalbumina Beta-lactoglobulina
6 meses 8,6 < 0,35 *ND 1,42
2 anose 2 meses *37,0 *ND *ND *ND
4 anose 6 meses *ND 5,68 2,26 0,47
*ND: não disponível
eXAme Físico
• Eutrófico
• Rinoscopia anterior: hipertrofia de cornetos e palidez de
mucosa; otoscopia normal
• Cardiopulmonar: sem alterações
• Pele: sem alterações
conDUTA
Além das medidas de higiene ambiental e medicações
para controle dos sintomas respiratórios de rinite e asma,
novos exames foram solicitados para programação de tes-
te de provocação oral (TPO):
IdadeImmunoCAP (kUA/L)
Leite Caseína Alfa-lactoalbumina Beta-lactoglobulina
5 anos e 5 meses 2,37 2,65 1,34 0,75
O TPO realizado em ambiente hospitalar por equipe treina-
da revelou-se NEgATIVO, indicando resolução do quadro
de alergia ao leite de vaca.
DiscUssÃo
Embora neste caso não tenha sido realizado TPO para o
diagnóstico inicial de alergia ao leite de vaca, é bem pro-
vável que este indivíduo fosse realmente alérgico por apre-
sentar sintomas condizentes às exposições e altos níveis de
sensibilização ao leite de vaca: 8,6 kuA/L aos 6 meses de
vida. Diversos estudos procuraram estabelecer valores de
corte para diagnóstico baseados em resultados de ige es-
pecífica e tamanho de pápula ao Pricktest, mas estes não
devem ser extrapolados para outras populações, permane-
cendo o TPO como melhor método disponível para diagnós-
tico de alergia alimentar. O que é certo é que quanto maior
o grau de sensibilização, maior a chance de o indivíduo ser
alérgico, ou seja, apresentar sintomas quando exposto.
Embora estudos recentes evidenciem que a aquisição
de tolerância ao leite de vaca nos casos medidos por ige
esteja cada vez mais tardia, a maioria torna-se tolerante.
Dentre os parâmetros laboratoriais associados ao desen-
volvimento mais precoce de tolerância nestes pacientes,
destacam-se dois que são possíveis de acompanhamento
na rotina médica:
- taxa de decréscimo dos valores de IgE específicos (quan-
to maior, melhor o prognóstico);
- baixa ou ausente sensibilização para caseína.
No caso apresentado, a sensibilização para leite total dimi-
nui abruptamente e, para caseína, caiu pela metade, suge-
rindo ser alta a chance de o paciente já apresentar-se tole-
rante, mesmo sem a negativação dos valores. A realização
do TPO com equipe habilitada em local apropriado possi-
bilitou a confirmação da suspeita com maior segurança e
o paciente, podendo ingerir leite, certamente teve melhora
na sua qualidade de vida.
Referências bibliográficas:
Skiripak Jm, matsui Ec, mudd K, Wood RA. the natural history of IgE-
mediated cow’s milk allergy. J Allergy clinImmunol 2007;120:1172-7.
Shek lpc, Sonderstrom l, Ahlstedt S, beyer K, Sampson HA. Determi-
nation of food specific IgElevels over time can predict the development
of tolerance in cow’s milk and hen’s egg allergy. J Allergy clinImmunol
2004;114:387-91.
Vila l, beyer K, Järvinen Km,chatchatee p, bardina l, Sampson HA.Role
of conformational and linear epitopes in the achievement of tolerance
in cow`s milk allergy. ClinExp Allergy 2001;31:1599-606.
Savilahti Em, Rantanen V, lin JS, Karinen S, Saarinen KS, goldis m et
al. Early recovery from cow’s milk allergy is associated with decreasing
IgE and increasing Igg4 binding to cow`s milk epitopes. J AllergyclinIm-
munol2010;125:1315-21
16 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 17
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Laudo ImmunoCAP ISAC sIgE 112 – Componentes de Alérgenos
www.thermoscientific.com/phadia/pt-br
Sumário dos resultados IgE positivos:
ID Amostra:
Data da coleta:
Estado de Aprovação:Data Leitura:
Curva de calibração
14/05/2012
Aprovação14/05/2012
CTR 12 14/05/2012
ID Paciente:
Nome:
Data de Nascimento:Sexo:
Idade:
Médico
Endereço:
solicitante:
1. Summary of positive IgE resultsPrincipais componentes aeroalérgenos (espécie-específicos)
Polens de gramíneasGrama rasteira nCyn d 1 Gramíneas grupo 1 1,8 ISU-ECapim rabo de gato nPhl p 4 Enzima de ligação berberina 2,5 ISU-E
Polens de árvoresCedro japonês nCry j 1 Pectase liase 2,1 ISU-ECipreste nCup a 1 Pectase liase 1,5 ISU-EPólen de oliveira nOle e 1 Oliveira comum groupo 5 0,7 ISU-EPlátano nPla a 2 Poligalacturonase 1,6 ISU-E
AnimaisGato rFel d 1 Uteroglobina 1,3 ISU-E
FungosAspergillus fumigatus rAsp f 2 Proteína ligadora de fibrinogênio 0,3 ISU-E
Outros componentes espécie-específicos
VenenosVeneno de abelha rApi m 1 Fosfolipase A2 5,4 ISU-E
nApi m 4 Melitina 0,4 ISU-E
ParasitasAnisakis rAni s 1 Inibidor de protease serina 15 ISU-E
Componentes de reação cruzada
Proteína PR-10 Avelã rCor a 1.0401 Proteína PR-10 0,6 ISU-E
ISAC Standardized Units (ISU-E) Level< 0.3 Undetectable0.3 - 0.9 Low1 - 14.9 Moderate / High≥ 15 Very High
SAMPLE INFORMATION
Sample ID: 8A23224_12:05 PM_4
Sampling date: 14.05.2012
Approval status: Measured
Print date: 14.05.2012
Calibration curve: KS14 12/24/2011 3:52:32 PM
PATIENT INFORMATION
Patient ID:
Name:
Birth date: Age:
ID/MR#: Gender:
ORDERING PHYSICIAN INFORMATION
Ordering physician: VBC Genomics GmbH
Address: Donau City Strasse 1Techgate Vienna1220 ViennaAustria
PATIENT ID:8A23224_12:05PM_4
SAMPLE ID: Page 1 / 814.05.2012PATIENT NAME:
Nivel:
Indetectável:Baixo:Moderado/Alto:Muito Alto:
18 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 19
ram melhor eficiência no diagnóstico e a definição de
novas estratégias terapêuticas. Os testes in vitro ganha-
ram em especificidade e sensibilidade; para avaliação in
vivo também apareceram novas propostas, como o uso
de frutas frescas congeladas para prick-teste. Os estudos
para avaliação de imunoterapia oral e sublingual suge-
rem que esta é uma alternativa promissora para mui-
tos casos de alergia alimentar, especialmente quando o
alérgeno responsável é o amendoim.
A indução de tolerância ao leite induzida por ingestão de
alimentos contendo leite fervido tem importância práti-
ca considerável, uma vez que pode reduzir bastante o
tempo de dieta restritiva em crianças alérgicas. Além do
benefício para os pacientes em si e para sua família, é
importante também pelo custo financeiro e social que re-
sultam desta crescente prevalência de alergia alimentar.
Os progressos na área de anafilaxia, assim como de
alergia a drogas, residem principalmente no reconhe-
cimento de mecanismos fisiopatológicos e de acom-
panhamento clínico. Por sua vez, na alergia a insetos
as maiores evoluções foram quanto ao diagnóstico. A
disponibilidade de se testar componentes facilita a iden-
tificação de alérgenos específicos. As perspectivas de
tratamento também melhoraram. Hoje sabemos que a
manutenção de baixas doses de veneno de abelhas é
muito efetiva para crianças.
Em relação à alergia cutânea, quer na dermatite atópica,
quer na urticária, houve grande progresso no conhe-
cimento dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos,
assim como no tratamento adotado. Fatores genéticos
e imunes podem comprometer a integridade da barreira
cutânea e, assim, propiciar o desenvolvimento de ma-
nifestações clínicas, especialmente dermatite atópica.
Por outro lado, drogas imunossupressoras e até mes-
mo vitamina D estão sendo avaliadas em pacientes com
quadros importantes de urticária crônica. Vacinas mo-
dificadas combinadas ou não com anticorpos anti-IgE e
até mesmo terapias baseadas em ervas medicinais apa-
recem como perspectiva consistente de tratamento para
muitos casos de atopia.
Esta evolução estimula a continuidade das pesquisas, é
preciso agilizar e aprofundar os estudos para encontrar
ferramentas mais úteis para prevenção, diagnóstico e tra-
tamento da alergia.
comentado por: Dra. Silvia Daher (cRm-Sp 26.794). médica Alergista
Doutora em Imunologia e Alergia
Referência bibliográfica: J ALLERGY CLIN IMMUNOL VOLUME 129,
NumbER 1
atualização médica
Avanços na anafilaxia alérgica cutânea e reações de hipersensibilidade a alimentos, medicamentos e insetos em 2011Scott H. Sicherer, mD, e Donald Y. m, leung, mD, pHD
Esta revisão destaca alguns avanços observados na pes-
quisa da anafilaxia; das reações de hipersensibilidade
a alimentos, drogas e insetos; e manifestações cutâne-
as de alergia que foram apresentadas nesta revista em
2011. A prevalência de alergia alimentar tem aumentado,
acarretando graves problemas econômicos. Os fatores
de risco incluem componentes da dieta, tais como de-
ficiência de vitamina D e esquema de alimentos com-
plementares, e fatores genéticos, tais como mutação de
gene da filagrina, com perda de função. Novos meca-
nismos envolvidos na alergia alimentar incluem o papel
das células T natural killer e a influência de componentes
da dieta, tais como a isoflavona.
Entre os numerosos estudos de tratamento pré- clínicos
e clínicos, observações promissoras incluem a eficácia
de imunoterapia sublingual e oral, medicamento prepa-
rado a partir de ervas chinesas que mostra resultados in
vitro animadores, o potencial efeito imunoterapêutico de
se observar crianças que ingerem alimentos com leite
fervido quando se tornaram tolerantes, e o uso de anti-
IgE com e sem imunoterapia concomitante. Estudos de
doenças alérgicas cutâneas, anafilaxia, e hipersensibili-
dade a drogas e veneno de inseto ajudam a elucidar os
mecanismos celulares, melhoram o diagnóstico e apon-
tam alvos potenciais para definição de novos tratamen-
tos. O papel das alterações na barreira cutânea, assim
como o efeito modulatório das respostas imunes inata e
adaptativa representam as principais áreas de investigação.
comenTÁrios
A prevalência de alergia alimentar continua crescendo em
todo mundo. Alguns alérgenos têm sido implicados na maio-
ria dos casos, mas existem diferenças importantes relacio-
nadas a vários fatores, inclusive aos hábitos alimentares da
região. Com o intuito de reduzir ou pelo menos controlar o
número de casos e melhorar a abordagem clínica dos pa-
cientes, inúmeras investigações têm sido realizadas. grandes
avanços têm sido observados com a identificação de fatores
potencialmente preditivos; e de mecanismos fisiopatológi-
cos, como por exemplo, a participação de células dendríticas
na mediação dos efeitosanti-alérgicos das isoflavonas.
Os progressos na área de tecnologia também permiti-
20 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 21
autoimunidade
Recomendações sobre o teste APSLakos G, Favaloro EJ, Harris EN, Meroni PL, Tincani A, Wong RC, Pierangeli SS
No 13º Congresso Internacional sobre Anticorpos Antifos-
folipídicos, em abril de 2010, em galveston, Texas, uma for-
ça tarefa de cientistas e pioneiros na área discutiu a falta
de um amplo consenso internacional para medição de aCL
e anti-ß2gPI.
Portanto, esta força tarefa desenvolveu diretrizes de con-
senso internacional sobre as melhores práticas recomen-
dadas para imunoensaios para usuários finais (laborató-
rios clínicos) e desenvolvedores de kits.
AnTeceDenTes
Apesar de diversas publicações terem abordado a questão
da falta de padronização para o diagnóstico da síndrome
dos anticorpos antifosfolipídicos (SAAF) de acordo com os
Referência bibliográfica: International consensus guidelines on anticar-
diolipin and anti-(beta)2-glycoprotein testing: Report from the 13th Inter-
national Congress on Antiphospholipid Antibodies [Diretrizes de consenso
internacional sobre teste de anticardiolipina e anti-(beta)2-glicoproteína:
Relatório do 13º Congresso Internacional sobre Anticorpos Antifosfolipídi-
cos] Arthritis Rheum 2012;64:1-10
critérios de classificação internacional, ainda há discordân-
cia sobre o desenvolvimento e utilização de ELISAs para a
determinação de anticorpos anticardiolipinas (aCL) e anti-
ß2-glicoproteína I (anti-ß2gPI).
Os autores, como membros de uma força tarefa, desenvol-
veram recomendações e expectativas de última geração
para os usuários finais e fabricantes em relação ao teste de
aCL e anti-ß2gPI.
resUmo
As recomendações mais importantes dirigidas aos usuá-
rios (laboratórios clínicos) são:
Teste para isótipos de acL e anti-ß2GPi
Os isótipos Igg e IgM são recomendados tanto para aCL,
quanto para anti-ß2gPI. Se estes testes forem negativos,
mas ainda houver a suspeita de SAAF, o isótipo IgA deve
ser testado tanto para aCL, quanto para anti-ß2gPI.
controles positivos/negativos
um controle positivo e um negativo devem ser usados em
cada execução. Se um dos controles sair de sua faixa, a
execução deve ser rejeitada.
relatório de resultados
Os resultados devem ser relatados em unidades e em fai-
xas semiquantitativas. Para aCL, recomendam-se unida-
des gPL/MPL/APL. As interpretações devem ser negativas,
médias-positivas e altas-positivas.
comentários interpretativos
Os comentários são enfaticamente recomendados para au-
xiliar os médicos na interpretação dos resultados do teste.
concLUsões
A adoção das recomendações baseadas em evidência da
força tarefa para o teste de aCL e anti-ß2gPI ajudará os
usuários, desenvolvedores e fabricantes na padronização e
harmonização dos ensaios para diagnóstico de SAAF.
comenTÁrio
A padronização de ensaios para teste de aCL e anti-ß2g-
Pi para chegar a uma comparabilidade de resultados
e, portanto, a uma base consistente para interpreta-
ção, é uma questão requerida a um longo tempo no
diagnóstico de SAAF. Estas recomendações são um
enorme passo nesta direção, especialmente porque
são dedicadas a todas as partes envolvidas.
22 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 23
ASbAI Sp
A urticária é uma síndrome dermatológica que aparece
em um grande número de doenças e condições clínicas
heterogêneas, em qualquer faixa etária. Todos os tipos de
urticária têm um padrão de reação cutânea comum, que é
a presença das lesões cutâneas típicas e/ou angioedema.
As lesões elementares cutâneas presentes na urticária são
as pápulas e placas que têm três características típicas:
1. edema central circundado por eritema reflexo;
2. prurido presente, por vezes acompanhado de queimação
ou ardor;
3. natureza fugaz, com a pele recuperando seu aspecto
normal em uma a 24 horas.
Já o angioedema, que pode acompanhar ou não a urti-
cária, ou mesmo aparecer isoladamente, é caracterizado
clinicamente por edemas deformantes, quase sempre as-
simétricos, com algumas peculiaridades:
1. súbito aparecimento de edema da derme profunda e hi-
poderme;
2. presença de dor ao invés do prurido;
3. acometimento submucoso frequente;
4. resolução mais lenta, podendo durar até 72 horas.
Entre 15 e 20% da população geral apresenta ao menos um
surto de urticária ao longo da vida, mas alguns casos se tor-
nam arrastados e comprometem muito a qualidade de vida.
O maior desafio na abordagem de um paciente com urticá-
ria é encontrar um diagnóstico etiológico. Devido à vasta
gama de mecanismos fisiopatológicos que podem levar
à desgranulação do mastócito, muitas vezes a causa da
reação acaba não sendo esclarecida. O principal meio
para se chegar à etiologia da urticária é a realização de
uma anamnese bem detalhada, na qual o questionamen-
to por parte do médico sobre possíveis fatores desenca-
deantes é fundamental. Muitas vezes o paciente não tem
a percepção de possíveis fatores causais, principalmente
nos casos de urticária crônica de mais longa evolução. É
importante também questionar o tipo e tempo de evolu-
ção das lesões, a presença ou não de angioedema, me-
dicamentos de uso regular e esporádico, fatores físicos
e ocupacionais envolvidos, comorbidades, presença de
sintomas sistêmicos (artralgias/artrite, febre, emagreci-
mento), fatores psicológicos, etc.
Com relação às urticárias espontâneas, a urticária aguda é,
em geral, de mais fácil diagnóstico, pois a história clínica
em geral sugere algum fator causal. Dentre os principais
estão: medicamentos, alimentos, ferroadas por insetos,
infecções agudas etc. Já na urticária crônica, comumente
a história clínica é difícil, com o paciente fazendo diver-
sas associações, muitas vezes enganosas, de possíveis
fatores desencadeantes. Alimentos e aditivos alimentares,
que podem ser a causa de boa parte dos quadros agu-
dos, correspondem a menos de 1% das causas de urticária
crônica. Podem estar envolvidos, principalmente: medica-
mentos, infecções crônicas, doenças autoimunes etc.
Os quadros mais arrastados são de difícil diagnóstico
e, em geral, exigem propedêutica suplementar e, mesmo
assim, aproximadamente 50% dos casos ficam sem confir-
mação da etiologia.
Em geral, inicia-se a investigação com hemograma com-
pleto, provas inflamatórias (PCR, VHS), IgE total, urina tipo
I e parasitológico de fezes. De acordo com o caso, a inves-
tigação pode ser ampliada, incluindo: perfil tireoidiano, au-
to-anticorpos, dosagem do complemento, enzimas hepáti-
cas, sorologias, eletroforese de proteínas, endoscopia com
pesquisa de Helycobacter pylori, triagem para neoplasias e
doenças hematológicas. Quando houver suspeita de urti-
cária vasculítica ou para afastar diagnósticos diferenciais,
a biópsia cutânea está indicada.
Na suspeita de urticária crônica auto-imune, pode-se lan-
çar mão do teste do soro autólogo (TSA) ou teste do auto-
soro, no qual é retirado o sangue do paciente, separa-se
o soro, que será centrifugado, e, por fim, faz-se um teste
intradérmico na superfície volar do antebraço do próprio
paciente, com leitura de 15 a 20 minutos. A positividade in-
dicaria a presença de ativação dos mastócitos pelo próprio
soro do paciente. Entretanto tem sido observada grande
quantidade de testes positivos em pacientes com outras
doenças auto-imunes e sem urticária, o que dificulta muito
a interpretação do resultado. Não preconizamos o uso do
TSA na rotina para investigação de urticária crônica idiopá-
tica, exceto em pacientes selecionados.
Da mesma forma, os conhecidos testes alérgicos de leitura
imediata (prick test) e tardia (patch test) e a pesquisa de IgE
específica sérica (RAST e ImmunoCAP) são de pouca valia
na investigação da urticária crônica, pois os mecanismos
IgE-mediado e por linfócitos raramente estão envolvidos
nesses quadros. A procura de IgE específica é um fator
fundamental em quadros nos quais a história clínica sugi-
ra algum fator causal imediato, com provável mecanismo
mediado pela IgE, como na alergia alimentar, a veneno de
insetos himenópteros e alergia a látex. A pesquisa de IgE,
tanto in vivo com in vitro, não é preconizada na investigação
Dr. marcelo Vivolo Aun (cRm-Sp 117.190) - médico pós graduando da Disciplina de Imunologia clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP. Diretor Científico Adjunto da ASBAI, Regional São Paulo.
Diagnóstico etiológico da urticária: um grande desafio
da urticária idiopática, mas sim direcionada pela anamnese.
Para os casos de angioedema isolados, quando aparen-
temente não há medicação envolvida, a dosagem das
frações do complemento C1, C3 e C4 e do complemento
total estão indicadas, mas é imprescindível a dosagem do
inibidor de C1 (C1-INH), nas formas quantitativa e funcio-
nal, para afastar os diagnósticos de angioedema heredi-
tário ou adquirido.
Na prática clínica, devemos lembrar que pacientes por-
tadores de urticária crônica devem ser sempre acompa-
nhados, fazendo retornos em consultório no mínimo duas
vezes ao ano, pois há associação entre quadros mais du-
radouros e aparecimento de doenças sistêmicas, notada-
mente colagenoses.
Referências bibliográficas:
zuberbier t, Asero R, bindslev-Jensen c, canonica gW, church mK et
al. EAACI/GA2LEN/EDF/WAO guideline: definition, classification and di-
agnosis of urticaria. Allergy 2009: 64; 1417–26.
powell RJ, toit gl, Siddique N et al. bSAcI gudelines for the manage-
ment of chronic urticaria and agio-oedema. Clin Exp Allergy 2007; 37: 631-50.
Bas M, Adams V, Suvorava T, Niehues T, Hoffmann TK, Kojda G. Nonal-
lergic angioedema: role of bradykinin. Allergy 2007: 62; 842–56.
24 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 25
As imunodeficiências primárias (IDPs) constituem um gru-
po heterogêneo de mais de 150 doenças que resultam de
defeitos genéticos em um ou mais componentes do siste-
ma imunológico. Por existirem tantas IDPs diferentes, esse
grupo de doenças, como um todo, acaba representando
um problema de saúde importante e ocorre com uma fre-
quência comparável à da leucemia e linfomas, e maior que
a da mucoviscidose.
As IDPs usualmente manifestam-se na infância, mas algu-
mas podem ter início na vida adulta, como é o caso da
imunodeficiência comum variável. A manifestação clínica
mais comum das IDPs é a ocorrência de infecções de re-
petição. Mas estes pacientes também podem apresentar
outras manifestações, tais como sintomas gastrointesti-
nais com retardo no crescimento e baixo ganho ponderal,
doenças autoimunes, tumores, quadros alérgicos graves,
fenótipo clínico sugestivo, com alterações faciais, esquelé-
ticas e/ou alterações neurológicas.
uma vez estabelecido o diagnóstico, o paciente deverá ser
avaliado quanto à indicação de transplante de medula ós-
sea, e instituídas medidas terapêuticas tais como antibio-
ticoterapia profilática e/ou reposição de Imunoglobulina
Humana, de acordo com o caso. O diagnóstico precoce das
iDPs encontra-se intimamente relacionado com a morbi-
mortalidade destes pacientes.
Segundo os registros europeu e latino-Americano de imu-
nodeficiência primária, 55.75% e 59.7%, respectivamente,
destas IDPs são constituídas pelas doenças predominante-
mente de anticorpos. De acordo com registro Europeu en-
volvendo 13.708 pacientes de 41 países, a imunodeficiên-
cia comum variável (IDCV) corresponde a 21% (2.880) dos
casos, sendo a IDP a mais freqüente, seguida por imuno-
deficiência seletiva de IgA com 10.4% (1.424 pacientes). Esti-
ma-se que a incidência de IDCV varie de 1:10.000 a 1:50.000.
A IDCV é definida por níveis séricos de Igg menores do
que 2DP para a população saudável, diminuição de IgA e/
ou IgM, infecções recorrentes, resposta inadequada frente
a antígenos vacinais e exclusão de outras causas de hipo-
gamaglobulinemia em pacientes maiores de 2 anos (cri-
térios diagnósticos ESID-PAgID). Os pacientes geralmente
apresentam sinusites e infecções pulmonares recorrentes,
evoluindo para bronquiectasia em mais de 30% dos casos.
Doenças autoimunes, gastrointestinais, linfoproliferativas
e granulomatosas também podem ser observadas.
O tratamento da IDCV consiste na reposição venosa ou
sub-cutânea de Imunoglobulina Humana e antibioticotera-
pia profilática, apesar desta última não ser consenso entre
os especialistas. A etiologia exata da IDCV ainda perma-
nece desconhecida, mas foram descritas mutações em al-
guns genes: CD19, CD20, BAFF-R, ICOS, CD80, TACI.
A despeito da etiologia desta doença, a análise do fenóti-
po da população de linfócitos B vem sendo utilizada para
dividir os pacientes com IDCV em diferentes subgrupos, o
que encontra-se relacionado com diferentes prognósticos.
Apesar das infecções do trato respiratório serem manifes-
tações comuns em quase todos os pacientes, a incidência
de doenças linfoproliferativas, granulomatosas e autoimu-
nes varia entre os pacientes com IDCV.
Neste sentido, diversas classificações vêm sendo propos-
tas visando estabelecer uma correlação entre o fenótipo
linfocitário e as manifestações clínicas. Entretanto, a gran-
de maioria foi realizada em adultos.
Três classificações são propostas atualmente: Freiburg,
Paris e EuROclass. A classificação de Freiburg divide os
Dra. Fernanda pinto mariz (cRm - RJ 5271117-9) - Doutora em medicina - setor da saúde da criança e do adolescente. Professora adjunta de pediatria do IPPMG/UFRJ. Especialista em alergia/ imunologia pela ASBAI RJ.
Imunodeficiência comum variável e seus diferentes fenótipos
pacientes em três grupos distintos baseando-se na análi-
se da expressão de IgM, IgD, CD27 e CD21. Foi observada
maior incidência de esplenomegalia naqueles pacientes
com importante diminuição da subpopulação CD27+IgM-
igD- e importante aumento da subpopulação de células B
com baixa expressão de CD21low. Este mesmo grupo de pa-
cientes também apresentou maior incidência de granulomas.
A classificação proposta pelo grupo de Piqueras (classifi-
cação Paris) baseia-se nas alterações dos diferentes fenó-
tipos das células B de memória, e também foi capaz de
identificar os pacientes com maior incidência de espleno-
megalia e granulomas.
Já a classificação do EuROclass baseada no número de
linfócitos B circulantes (CD19+ >1% ou ≤ 1%) e expressão
de CD27, IgM, IgD, CD21 e CD38 mostrou-se superior na
avaliação de esplenomegalia, linfoadenopatia e doença
granulomatosa, quando comprada com às demais. Além
disto, nesta classificação foi proposto que uma diminuição
relativa de células CD27+IgM-igD- encontra-se associada a
doenças autoimunes.
Além da análise fenotípica dos linfócitos B, também vem
sendo proposto que alterações nas subpopulações de lin-
fócitos T possam estar correlacionadas com maior risco
de doença linfoproliferativa, enteropatia crônica e citope-
nia autoimune.
O diagnóstico precoce de pacientes com IDCV, assim como
a instituição de um protocolo para pacientes em faixa etá-
ria pediátrica onde possam ser estabelecidos diferentes
fenótipos linfocitários e correlacioná-los com as complica-
ções clínicas, poderá contribuir para uma redução da mor-
bimortalidade destes pacientes.
ASbAI RJ
26 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 27
algorítmos . componentes de alérgenos
D. pteronyssinus (d1) + Der p 10 (d205)
Camarão (f24) + Pen a 1 (f351)
Clara de ovo (f1) + Ovomucóide (f233)
Fruta + Pru p1 (Pr-10) + Pru p3 (LTP)
Trigo (f4) + Tri a 19 ω-5 Gliadina (f416)
d1: pos / Der p 10 (d205): neg
f24: pos / pen a 1 (f351): neg
f1: pos / Ovomucóide (f233): neg
pru p1 (f419): negpru p3 (f420): neg
Fruta: pos
pru p1 (f419): pospru p3 (f420): neg
Fruta: pos
pru p1 (f419): pos/negpru p3 (f420): pos
Fruta: pos
f4: pos / ω-5 gliadina (f416): neg
Risco diminuído de reatividade cruzada entre crustáceos,
moluscos e insetos (ex. barata)
Reações específicas ao camarãosão mais prováveis
Ausência de anticorpos IgE contraovomucóide indica tolerância ao ovo
cozido e receitas assadas que contém ovo como ingrediente
(ex: bolos e tortas)
teste de reações cruzadas- Pru p4 (profilinas) f421- ccD (k202)- Outros alimentos vegetais
Baixo risco de reações severasimediatas ou induzidas porexercício devido ao trigo
Risco aumentado de reatividade cruzada entre ácaros, crustáceos,
moluscos e insetos (ex. barata)
Outros crustáceos, ácaros do póO anticorpo IgE contra a
tropomiosina pode causar reações aoutros mariscos, moluscos e aos
ácaros do pó e barata
Risco aumentado da sensibilização ao ovo
não regredir
Risco de SAO*Alimentos cozidos
frequentemente tolerados
Alto risco de reações severasimediatas ou induzidas porexercício devido ao trigo
d1: pos / Der p 10 (d205): pos
f24: pos / pen a 1 (f351): pos
f1: pos / Ovomucóide (f233): pos
f4: pos / ω-5 gliadina (f416): pos
Veja algoritmo do camarão
Risco de reaçõesgraves
* Síndrome da Alergia Oral
tropomiosina do ácaro
f420f419
principais componentes de alérgenos
PRINCIPAIS COMPONENTES DE ALÉRGENOS
COMPONENTES ALÉRGENOS ESPÉCIE - ESPECÍFICO
COMPONENTES COM REATIVIDADE CRUZADA
ALIMENTOS
AEROALÉRGENOS
código código
código código
f76
f422
f423
f424
f354
d202
f419
f420
f421
K202
t215
t216
t220
w211
g210
K218
K220
K222
o214
g212
K219
K221
K224
f351
e94
e204
e220
e221
e222
i208
f352
f427
f428
f425
f355
f426
f353
f77
d203
f78
d205
f334
f232
f431
f432
f416
f233
f323
K208
m219
K215
K217
i210
i211
i209
ALIMENTOS
OUTROS
ALIMENTOS
AEROALÉRGENOS
OUTROS
ALIMENTOS
rAsp f 2 (Aspergillus fumigatus)
rHev b 1 (Látex)
rHev b 3 (Látex)
rPol d 5 (Marimbondo)
rVes v 1, Fosfolipase A1 (Vespa)
rVes v 5 (Vespa)
* Em breve disponível no Brasil
nBos d 4, Alpha-lactalbumina (Leite)
rAra h 1 (Amendoim)
rAra h 2 (Amendoim)
rAra h 3 (Amendoim)
rBer e 1 (Castanha do Pará)
nDer p 1 (Dermatophagoides pteronyssius)
rPru p 1, PR-10 (Pêssego)
rPru p 3, LTP (Pêssego)
rPru p 4, Profilina (Pêssego)
nAna c 2, Bromelina (CCD)
rBet v 1, PR-10 (Bétula)
rBet v 2, Profilina (Bétula)
rBet v 4 (Bétula)
rPar j2 LTP (Parietária Judaica)
rPhl p 7 (Capim rabo-de-gato)
rHev b 5 (Látex)
rHev b 6.02 (Látex)
rHev b 9 (Látex)
MUXF3, Bromelina (CCD)
rPhl p 12, Profilina (Capim rabo-de-gato)
rHev b 6.01 (Látex)
rHev b 8, Profilina (Látex)
rHev b 11 (Látex)
rPen a 1, Tropomiosina (Camarão)
rFel d 1 (Gato)
nBos d 6, BSA (Vaca)
nFel d 2 Albumina sérica (Gato)
nCan f 3, Albumina sérica (Cão)
nSus s, Albumina sérica (Porco)
rApi m 1, Fosfolipase A2 (Abelha)
rAra h 8, PR-10 (Amendoim)
rAra h 9, LTP (Amendoim)
rCor a 1, PR-10 (Avelã)
rCor a 8, LTP (Avelã)
rCyp c 1, Parvalbumina (Carpa)
rGad c 1, Parvalbumina (Bacalhau)
rGly m 4, PR-10 (Soja)
nBos d 5, Beta-lactoglobulina (Leite)
rDer p 2 (Dermatophagoides pteronyssius)
nBos d 8, Caseína (Leite)
rDer p 10, Tropomiosina (Dermatophagoides pteronyssius)
nBos d, Lactoferrina (Leite)
nGal d 2, Ovalbumina (Ovo)
nGly m 5, Beta-conglycinin (Soja)
nGly m 6, Glycinin (Soja)
rTri a 19, Ômega-5 Gliadina (Trigo)
nGal d 1, Ovomucóide (Ovo)
nGal d 3, Conalbumina (Ovo)
nGal d 4, Lisozima (Ovo)
*
*
*
**
*
*
***
***
*
*
28 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 29
principais alérgenos
ORIGEM ANIMAL EPITÉLIOS
INSETOS
MISCELÂNIA
FUNGOS
ÁCAROS E PÓ DOMÉSTICO
PÓLENS DE ÁRVORES
PÓLENS DE GRAMÍNEAS
DROGAS
GRUPOS DE TRIAGEM GRUPOS DE TRIAGEM
ISOLADOS
ISOLADOS
OUTROS
GRUPOS DE TRIAGEM
GRUPOS DE TRIAGEM
GRUPOS DE TRIAGEM
GRUPOS DE TRIAGEM
ISOLADOS
ISOLADOS
ISOLADOS
ISOLADOS
ISOLADOS
Alimentos Infantis
(Clara de ovo - Leite - Peixe - Trigo - Amendoim - Soja)
Cereais (Trigo - Aveia - Milho - Gergelim - Trigo negro)
Frutos do Mar
(Peixe - Camarão - Mexilhão azul - Atum - Salmão)
Semente Oleaginosas
(Amendoim - Avelã - Castanha do Pará - Amêndoa - Côco)
Epitélio de animais (Gato - Cão - Cavalo - Vaca)
Penas de Animais (Ganso - Galinha - Pato - Peru)
Fungos (Penicillium - Cladosporium - Aspergillus
Candida - Alternaria - Helminthosporium)
Caspa de cão
Cavalo
Cobaia
Galinha
Gato
Hamster
Vaca
Alternaria alternata
Aspergillus fumigatus
Candida albicans
Cladosporium herbarum
Penicillium notatum
Barata do esgoto
Barata Doméstica
Formiga Lava-pé
Mutuca
Pernilongo
Veneno de Abelha
Veneno de Marimbondo/ Vespa
Triagem para inalantes: poeira doméstica /
ácaros, epitélios de animais, fungos, polens
Algodão
Folha de tabaco
Látex
Abacate
Abacaxi
Abóbora
Alho
Alpha - lactalbumina
Amêndoa
Amendoim
Arroz
Atum
Aveia
Avelã
Banana
Batata
Beta - lactoglobulina
Cabra, leite
Cacau
Camarão
Carangueijo
Caseína
Castanha do Pará
Cebola
Cenoura
Cereja
Côco
Corante vermelho carmim (E120) novo
Ervilha
Espinafre
Feijão Branco
Galinha, carne
Gergelim
Gluten
Kiwi
Lagosta
Laranja
Leite
Limão
Lula
fx5
fx3
fx2
fx1
f49
f91
f87
f37
f8
f44
f245
f1
f75
f3
f94
f95
f59
f26
f82
f81
f41
f61
f14
f25
f4
f11
f27
hx2
h2
d70
d201
d2
d3
d1
d73
ex1
ex71
tx7
gx2
mx2
e5
e3
e6
e85
e1
e84
e4
m6
m3
m5
m2
m1
i206
i6
i70
i204
i71
i1
i4
o1
o201
k82
ImmunoCAP
Phadiatop
c6
c5
c71
c73
c70
c1
c2
f96
f210
f225
f47
f76
f20
f13
f9
f40
f7
f17
f92
f35
f77
f300
f93
f24
f23
f78
f18
f48
f31
f242
f36
f340
f12
f214
f15
f83
f10
f79
f84
f80
f33
f2
f208
f58
Maçã
Manga
Melão
Mexilhão Azul
Milho
Morango
Ovo
Ovo, clara
Ovo, gema
Peixe
Pêra
Pêssego
Polvo
Porco, carne
Queijo (tipo Cam, Brie, Roqf)
Queijo (tipo cheddar)
Salmão
Sardinha
Soja
Tomate
Trigo
Trigo negro
Vaca, carne
Pó caseiro
Acarus siro
Blomia tropicalis
D. farinae
D. microceras
D. pteronyssinus
Glycyphagos domesticus
Amoxicilina
Ampicilina
Insulina bovina
Insulina humana
Insulina suína
Penicilina G
Penicilina V
Poeira doméstica
(D.pteronyssinus - D. farinae - Pó caseiro - Barata)
Pólens de Árvores (Olea europaea, Salix caprea,
Pinus strobus, Eucalyptus spp., Acacia longifolia,
Melaleuca leucadendron)
Gramíneas (Cynodon dactylon, Lolium perene,
Phleum pratense, Poa pratensis, Sorghum halepense,
Paspalum notatum)
30 ReCAPtulando | edição 48 | 2012 2012 | edição 48 | ReCAPtulando 31
relação de laboratórios
sÃo PAULo
cAPiTAL
AFIP - AssocIAção Fun. de IncentIvo à PsIcoFArmAcologIA
AmIco - Foccus
BIesP
BIoclÍnIco
cAmPAnA
cdB - centro de dIAgnóstIcos BrAsIl
cluB dA
crIesP
delBonI
dIAg. medIAl sAÚde - totAl lABorAtórIo
FleurY
Hc
HosP. AlBert eInsteIn
HosP. cruZ AZul - lABcrAZ
HosP. são PAulo
HsPm
lABsolutIon
Icr – InstItuto dA crIAnçA
lAvoIsIer
lego
nAsA
sAntA cAsA
sAlomão e ZoPPI
urP
AmIco - Foccus
AnA rosA
mArIcondI
ÁlvAro - cAscAvel
centro de ImunologIA clÍnIcA - curItIBA
cHAmPAgnAt - curItIBA
FrIsHmAnn - curItIBA
sAntA BrÍgIdA - curItIBA
sAntA cAsA - curItIBA
cdA - centro dIAg. AndrAde
QuAglIA
tAJArA
BAlAgue center
Ids
unImed
lAB. osWAldo cruZ - centro
delBonI
sÃo cArLos
sÃo josÉ Dos cAmPos
sÃo josÉ Do rio PreTo
sorocABA
TAUBATÉ
BerTioGA
PArAnÁ
PernAmBUco
PiAUí
serGiPe
DisTriTo FeDerAL
GoiÁs
dIAg. medIAl sAÚde - totAl lABorAtórIo
FAculdAde de medIcInA do ABc
FlemIng
FleurY
jUnDiAí
moGi-mirim
moGi DAs crUZes
noVA oDessA
osAsco
PinDAmonhAnGABA
PirAcicABA
riBeirÃo PreTo
sAnTAnA Do PArnAíBA
lAB. Hormon
AmericAnA
lAvoIsIer
PAsteur
lAB. osWAldo cruZ
rocHA lImA
cAÇAPAVA
cAmPinAs
tecnolAB
vAnguArd
BIológIco
nAsA
sAncet
Pro-consult
PAsteur
dIAg. medIAl sAÚde
lAB. osWAldo cruZ
PrevIlAB
HosP. dAs clÍnIcAs
lAB. BeHrIng
PAsteur
dIAg. medIAl sAÚde
11 5908.7222
11 4208.1010
11 3016.8686
11 3285.2355
11 2853.9722
11 5908.7222
11 3049.6980
11 2853.9797
11 3049.6999
11 2101.6900
11 3179.0822
11 3069.6000
11 3747.1233
11 3399.3381
11 5576.4470
11 3208.2211
11 2661.8570
11 4301.0556
11 3047.4488
11 3016.8700
11 2090.0500
11 2176.7000
11 5576.7878
11 3882.7777
11 4208.1010
11 3579.8544
11 3049.6999
11 2101.6900
11 4993.5488
11 2164.5000
11 3179.0822
11 4433.3233
11 3047.4488
11 4229.3544
11 2824.3200
11 4435.7222
19 3462.2294
12 3653.2992
19 3255.3393
19 3734.3041
12 3662.3894
11 2101.6900
12 3132.3100
11 4521.9882
11 2090.0500
11 4727.7177
19 3862.8288
19 3466.4990
11 2101.6900
12 3642.1066
19 3429.6900
16 3602.1000
16 3877.4514
19 3455.1554
11 2101.6900
16 2107.0123
12 3931.4068
12 2138.9500
17 2136.7900
15 3237.7780
15 3331.6220
15 3222.3222
12 2123.9200
ABc
inTerior
LiTorAL
reGiÃo sUL
cerPe dIAgnóstIcos - olIndA
mArcelo mAgAlHães - recIFe
PAulo loureIro - olIndA
eXAme - teresInA
lAmAc - ArAcAJÚ
unImed - ArAcAJÚ
eXAme - BrAsÍlIA
PAsteur - BrAsÍlIA
sABIn - BrAsÍlIA
HosP. verA cruZ
conFIAnce
cAmPos Do jorDÃo
cAll - rIo de JAneIro
cluB dA - rIo de JAneIro
dAFlon - rIo de JAneIro
HÉllIon PóvoA - rIo de JAneIro
HosP. clementIno F. FIlHo - rIo de JAneIro
HosP. unIv. gAFFrÉ e guInle - rIo de JAneIro
lÂmInA - rIo de JAneIro
mAIolIno - rIo de JAneIro
PlÍnIo BAcelAr - cAmP. dos goYtAcAZes
sÉrgIo FrAnco - rIo de JAneIro
lAB. osWAldo cruZ
coTiA
dIAg. medIAl sAÚde
PAsteur
PAsteur
cUBATÃo
PAsteur
PrAiA GrAnDe
sAnTA cATArinA
donA HelenA - JoInvIlle
nÚcleo - goIÂnIA
BIoclÍnIco - cAmPo grAnde
medlABor - PAlmAs
cArlos cHAgAs - cuIABÁ
cedIc - cuIABÁ
cedIlAB - cuIABÁ
mATo Grosso
mATo Grosso Do sUL
TocAnTins
13 3317.5786
21 2540.0598
21 2538.3842
21 3003.0339
21 3003.0338
21 2562.2673
21 2569.1620
21 2538.3939
21 3003.0340
22 2726.6000
21 2672.7070
45 3220.8011
41 3362.2129
41 3262.9723
41 4004.0103
41 3214.3872
41 4004.0106
51 3217.6868
51 3230.2469
51 3314.3838
47 3451.3408
47 3441.9760
48 4004.1300
42 3522.4888
unImed - JoInvIlle
vItA lÂmInA - FlorIAnóPolIs
WIllY Jung - Porto unIão
62 3223.5000
67 3317.2050
63 3215.7044
65 3901.4700
65 3319.3319
65 3315.3200
61 4004.3883
61 4004.9669
61 3329.8022
81 3416.9922
81 3231 0244
81 3003.7117
86 2106.5959
79 2107.9700
79 2107.5700
GUArATinGUeTÁ
GUArULhos
lAB. osWAldo cruZ
dIAg. medIAl sAÚde
nAsA
jAcAreí
lAB. osWAldo cruZ
11 2101.6900
11 2090.0500
12 3951.9475
13 3372.9652
13 3491.5898
13 4004.6999
13 4004.6999
13 3284.2300
13 3466.6770
31 3228.6200
31 3239.9058
cluB dA
delBonI
PAsteur
PAsteur
sAnTos
sÃo VicenTe
Hermes PArdInI - Belo HorIZonte
HosP. João PAulo II - FeHmIg - Belo HorIZonte
esPiriTo sAnTo
minAs GerAis
reGiÃo sUDesTe
FAlAIce - Porto Alegre
HosP. mãe de deus - Porto Alegre
rio GrAnDe Do sUL
WeInmAnn - Porto Alegre
AmAZonAs
PArÁ
BAhiA
reGiÃo norTe
reGiÃo norDesTe
KenYA - mAnAus
AmArAl costA - BelÉm
PAulo AZevedo - BelÉm
dIAgnoson - sAlvAdor
leme - sAlvAdor
QuAlItecH - sAlvAdor
uFBA - Ics - sAlvAdor
HuPes lABorAtórIo centrAl - sAlvAdor
92 3232.6145
91 4005.5000
91 4009.8899
71 2104.2000
71 3338.8500
71 3003.7117
71 3235.5367
71 3283.8000
ceArÁ
mArAnhÃo
HosP. InF. AlBert sABIn - FortAleZA
lAB PAsteur - FortAleZA
vIcente lemos - crAto
gAsPAr - são luIs
85 3101.4200
85 3462.6000
88 3312.6757
98 3212.4488
83 3241.5451
PArAíBA
roseAnne dore - João PessoA
reGiÃo cenTro-oesTe
34 3236.2002Pneumocenter - uBerlÂndIA
rio De jAneiro
BronsteIn - rIo de JAneIro 21 2227.8080
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Portugal +351 214 23 53 50Reino Unido/Irlanda +44 19 08 76 91 10República Tcheca +420 220 51 87 43Suécia +46 18 16 60 60Suíça +41 433 43 40 50Taiwan +886 225 16 09 25Outros países +46 18 16 50 00
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