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Receita Culinária CONSULTORAS Patrícia Corsino e Hélen A. Queiroz

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Receita Culinária

CONSULTORASPatrícia Corsino e Hélen A. Queiroz

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SINOPSE geral

da série Chico, 6 anos, adora passar as tardes na estamparia de fundo de quintal do seu avô. Nela, Vô Manu construiu um “Portal” por onde o menino viaja pelo mundo da fantasia. Ocride, o papagaio tagarela do avô, é o grande companheiro de Chico na Ilha dos Jurubebas, uma civilização formada por seres que são uma mistura de dois bichos. Na ilha eles se transformam em personagens animados e encontram a menina Anabela. O lugar é fascinante, tem um vulcão que expele letras, frutas como a “mangalarancia” e seres que adoram cantar. Ozo, o monstro, quer expulsar os Jurubebas desse paraíso. Mas, Chico, Ocride e Anabela adoram aventuras e são bem mais espertos do que Ozo imaginava...

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PALAVRAS-CHAVE

Receita; ingredientes; modos de fazer; modos de servir; rendimento; porções; medidas.

nesse episódio, o desafio de Chico é encon-trar uma antiga receita de um rei que viveu na Ilha dos Jurubebas para fazer o vulcão voltar ao normal. Além de enfrentar o perigo de entrar na caverna do monstro Ozo para pegar a receita, o garoto preci-sa ler quais os ingredientes que deve usar e qual o modo de preparar a receita. Com a ajuda dos amigos Anabela e Ocride e com as dicas do Vô Manu, Chico prepara a receita que salva a Ilha da escuridão.

sinopse do episódio

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PRINCIPAIS CONCEITOS A SEREMTRABALHADOS

Esse episódio aborda a receita de uma poção mágica; os ingredientes misturados são capazes de produzir grandes efeitos. No mundo ficcional dos contos maravilhosos, elas são poderosas e, por isso mesmo, são escondidas, secretas e para poucos. Nessas histórias tradicionais são sábios, magos e bruxas os detentores de poder e de receitas de poções mágicas. Todo esse universo ficcional pode ser discutido e também trazido para as brincadeiras. Brincar de produzir poções, inventar ingredientes e formas de fazer é uma maneira lúdica de as crianças evidenciarem a apropriação deste gênero discursivo. Portanto, brincar é sempre uma opção importante para o trabalho com crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Existem receitas de vários tipos e com diferentes funções. Químicos, médicos, cozinheiros e também os detentores de conhecimentos da medicina popular e pajés fazem uso de receitas. O médico, ao final da consulta, prescreve uma receita para o paciente onde indica remédios ou procedimento. Já as receitas culinárias indicam como se prepara um alimento. São dois gêneros discursivos diferentes, ambos podem ser explorados em situações significativas e lúdicas, de forma a possibilitar que as crianças conheçam seus usos e funções e também sua organização e estrutura.

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Self Service do Pajé - produtos paraserem degustados

alunos em visita ao Mercado “Ver o Peso“

E. M. Palmira L. Carvalho - Belém/PA

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A receita médica, nesta faixa etária, pode entrar nas brincadeiras de casinha, numa brincadeira de mãe, pai e filhos, numa ida ao médico. Neste caso, vale sempre deixar um bloquinho e uma caneta sobre uma mesa que poderia ser do consultório médico. Brincar de escrever; escrever espontaneamente é fundamental no processo de aprendizagem da escrita. A receita médica vem indicando o nome do paciente, do medicamento prescrito, quantidade e como ministrá-lo - procedimentos e posturas podem também ser prescritos - e, ao final, a assinatura do médico. Há um vocabulário médico específico indicando o tipo de uso; ações como ingerir, friccionar e a periodicidade do uso do medicamento como, de 8 em 8 horas. Tudo isso pode ser explorado, preferencialmente, com uma receita “de verdade”. Fato que pode ocorrer quando você ou alguma criança da turma for ao médico. É muito importante que as crianças conheçam e participem de práticas sociais em que textos diversos circulem e exerçam funções, pois é a participação em eventos de letramento que vai permitindo que percebam os significados da escrita no mundo em que vivem. Certamente as crianças da sua turma já foram ao médico, mas não é certo que tenham tido acesso ao receituário, que alguém tenha lido para e com elas a receita prescrita.

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Receitas médicas - ilustração

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As crianças nem sempre são incluídas ativamente nos eventos de letramento como agentes sociais plenos que são. Por isso, participam de forma indireta, não tendo acesso a gêneros que, muitas vezes, circulam ao seu redor.As receitas culinárias são convites às festas e comemorações. Quem não gosta de “colocar a mão na massa” para preparar biscoitinhos, bolos, docinhos? Afinal, sempre tem aniversário ou algum motivo para se organizar um lanche coletivo ou uma festa. São muitas as situações na escola nas quais se pode preparar alguma coisa para a turma ou convidados comerem. Quando queremos fazer alguma comida especial, algum doce diferente ou quando estamos sem ideia do que cozinhar para uma determinada situação, pesquisamos em livros,

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cadernos, anotações, programas de televisão, internet. Quando gostamos do que comemos na casa de alguém, pedimos a receita. As receitas culi-nárias estão registradas em muitos suportes e de muitas formas: folhas soltas manuscritas, cadernos, livros ilustrados, fichas, seções de jornais e revistas, embalagens de produtos. Além da internet e da televisão, as receitas também estão presentes em sites e programas culinários. Muitas ações acompanham o processo de escolha do prato à degustação. Você pode percorrer com as crianças da sua turma todo o processo: pesqui-sar com colegas, familiares, cozinhei-ros da escola, em livros, até chegar ao que se quer. Depois, organizar os ingredientes e a infraestrutura para preparar, arrumar o ambiente para servir e degustar.

Refeitório com alunos merendandoE.M. Aprígio Thomaz de Matos - Palmas (TO)

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A receita exige leitura antes da execução e durante. Antes, no processo de pesquisa para escolha. A leitura vai possibilitar analisar a escolha do prato, a partir de vários fatores: adequação à ocasião, facilidade de acesso aos ingredientes, preço, possibilidade de execução - utensílios a serem utilizados e modos de fazer. A procura pode ser coletiva, em pequenos grupos e tudo isso pode ser problematizado com as crianças: quantidade e preço dos ingredientes, facilidade/dificuldade de acesso ou da forma de fazer. Perguntas como: leva muitos ingredientes? Onde podemos conseguir o que precisamos para fazer tal receita? Será que estes ingredientes são fáceis de encontrar? Como vamos fazer para obter os ingredientes? E quanto será que custam? Temos dinheiro para pagar? Será possível usar a cozinha, o fogão, o forno da escola? Como deve ser servido? Será que as porções que rende dão para todos comerem? Durante a execução, a leitura é importante para indicar a medida dos ingredientes, a ordem de colocação de cada um e os modos de fazer. As crianças podem colaborar trazendo algum ingrediente ou utensílio, podem

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participar fazendo junto, medindo e colocando ingredientes, mexendo, etc. É sempre interessante aproveitar o momento para provar os ingredien-tes, ler as embalagens para conferir se é mesmo o que está sendo pedido, se o produto está com data de valida-de no prazo, etc. São muitas as pos-sibilidades que uma receita culinária abre para a leitura e também para as experimentações, observações, com-parações, medições e também para um trabalho coletivo que exige orga-nização da turma. Depois do preparo, comer o que foi feito é fundamental e, por fim, você pode distribuir a receita executada para as crianças lerem, observarem a organização do texto - lista de in-gredientes, modo de preparar, como servir - e levarem para casa. As re-ceitas podem ser textos interessantes no processo de alfabetização, pois, além de sua estrutura textual ser de fácil compreensão, sua execução tor-na uma saborosa brincadeira. É sempre importante que cada gênero discursivo trabalhado surja de uma necessidade do grupo. No caso da receita culinária, como já aponta-mos, são os momentos de come-moração e confraternização que vão

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motivar a procura e execução de um doce, salgado, suco. Uma história, uma visita, uma entrevista, uma reunião também podem mobilizar a busca e execução de uma receita na escola. É importante que as crianças tenham oportunidade de ler receitas em diferentes suportes textuais, podendo identificar as características básicas do gênero como: lista de ingredientes, modo de fazer que também explica como servir, quantidade de porções que rende. As receitas trazem também muitas possibilidades de trabalho com medidas que podem ser exploradas com as crianças.

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Participação dos alunos e professoras na hora da merendaE.M. Professora Consuelo Amora - Fortaleza (CE)

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SUGESTAÃO DEATIVIDADES

ara as crianças dos primei-ros anos, executar receitas culi-nárias pode ser um momento de integração do grupo, confraterni-zação e também de leitura. O ideal é que você, professor(a), trabalhe com uma receita de fácil prepa-ro como, por exemplo, uma sala-da de frutas, docinho de leite em pó, sanduíches ou sucos de fruta. Assim, evita-se a necessidade do uso de fogo/forno, mas, caso a escola tenha uma infraestrutura favorável, com o auxílio da me-rendeira, é possível preparar ali-mentos que necessitem cozimen-to como biscoitos e bolos. Mas, as crianças nunca devem usar o fogão! Elas podem arrumar a massa na forma ou no tabuleiro e marcar o tempo que demora até ficar pronta. Cabe a você contro-lar o

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alimento no forno e dar notícias para a turma. Você pode organizar com a turma um livro de receitas preferidas. Festas juninas e outras que têm doces e salgados típicos, são boas ocasiões para explorar receitas culinárias e observar que há modos diferentes de fazer muitas vezes o mesmo prato.

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As receitas têm também um toque pessoal. Cabe ressaltar que, em um livro de receitas, fotografias e desenhos do prato fazem parte do gênero. Para este projeto sugerimos que as próprias crianças tirem fotografias dos pratos que forem preparados pela turma, que escolham fotos e/ou desenhos dos pratos para compor as ilustrações do livro. Apropriar-se de um gênero discursivo é entender sua funções, fazer uso dele e também produzi-lo e, neste caso, textos verbal e visual se integram.

DURAÇÃCAODAS ATIVIDADES

SUGERIDAS

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O tempo entre escolher a receita, executar e degustar é bastante variável. Esta é uma atividade que exige planejamento, já que a escolha pode ser em um dia e a confecção e degustação em outro. É preciso que as crianças percebam que a execução de uma receita demanda várias ações em sequência: comprar ingredientes, trazer para a escola, organizar os utensílios necessários para sua confecção, preparar, arrumar o prato, organizar o ambiente e, finalmente, degustar. Um projeto de um livro de receitas da turma pode durar até um bimestre, tudo depende do interesse das crianças e de como você vai conduzir o processo.

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AVALIAÇÃCAO

A avaliação é processual. Cada momento deve ser avaliado com per-guntas que façam as crianças pensarem sobre os processos. A maioria das atividades sugeridas é coletiva, o que vai exigir cooperação entre as crianças e organização da turma e, principalmente, do(a) professor(a). É importante que as crianças percebam a relação entre parte e todo. A falta de um ingre-diente, por exemplo, impede a confecção da receita, assim como a desorga-nização do grupo impede a confecção. Só é possível avaliar conversando o tempo todo com as crianças e incluindo-as no processo.

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Professoras e alunos na

E.M. Aprígio Thomaz de Matos - Palmas (TO)

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SUGESTÃAO DE AMPLIACOÇÔES

Junto com as receitas culinárias, você, professor(a), poderá apresentar à turma as Receitas Poéticas da poeta Roseana Murray e fazer uma roda de poesia. Neste livro a autora traz receitas que abordam sentimentos e relações, fazendo uso da estrutura e organização textual de uma receita culinária. Comparar os dois gêneros (receita/poema), analisando semelhanças e diferenças entre um e outro é uma interessante proposta de interpretação textual. A partir da discussão, é possível que as crianças percebam que a poeta usa a estrutura da receita (ingrediente, modo de fazer) para fazer poesia. Veja um exemplo:

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Receita de espantar a tristezaRoseana Murray

Faça uma caretae mande a tristezapra longe pro outro ladodo mar ou da lua

vá para o meio da ruae plante bananeirafaça alguma besteira

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Você, professor(a), deve estimular a percepção das entrelinhas, as metáforas e outras figuras de linguagem que aparecem nos poemas. A partir desse trabalho, as crianças podem ser estimuladas a criar suas próprias receitas poéticas (em dupla, grupo), tendo um adulto como escriba. Por fim, as receitas culinárias e poéticas podem compor um livreto para as crianças (Parte I: receitas culinárias; – Parte II: receitas poéticas). Depois, é só saborear o livro com pessoas queridas!

depois estique os braçosapanhe a primeira estrelae procure o melhor amigopara um longo e apertado abraço

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Cantinho da Leitura

E.M. Professora Consuelo Amora - Fortaleza (CE)

Distribuição da merenda

E.M. Professora Consuelo Amora - Fortaleza (CE)

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SUGESTÃOES DE LEITURA~

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ARENA, Adriana Pastorello Buim. O ensino da proferição de textos. Trabalho apresen-tado no GT10, 36 Reunião da ANPED, Goiânia, 2013. Disponível em:http://36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_aprovados/gt10_trabalhos_pdfs/gt10_2994_texto.pdf

MURRAY, Roseana. Receitas poéticas. Ilustrações Elvira Vigna. São Paulo: FTD,1997.

Sites: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25748http://mundogloob.globo.com/programas/tem-crianca-na-cozinha/materias/cader-ninho-de-receitas.html

Chico, Anabela e Ocride na choupana do Sábio Bido.

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