Recensão Sobre o Texto de Max Horkheimer e Theodor Adorno

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Ciências da Comunicação e da Cultura Arte, Cultura e Comunicação Recensão sobre o texto de Max Horkheimer e Theodor Adorno, “A indústria Cultural – O esclarecimento como manifestação das massas” Theodor Adorno e Max Horkheimer, dois filósofos, criadores do conceito de industria cultural, retratam, neste texto, o comportamento das massas na época em que a industrialização afeta, com grande peso, as artes. A cultura contemporânea é responsável por conferir a tudo um ar de semelhança, passa tudo a ser igual, a reprodutibilidade técnica possibilita uma massificação das obras culturais, fazendo com que se criem inúmeras obras idênticas. Cria-se assim um caos cultural onde não se consegue identificar a verdadeira obra da idêntica. O cinema, a rádio e as revistas não precisam de se apresentar mais como arte, sendo que não passam de um negócio onde são apresentadas apenas para vender e não como forma de cultura. O capitalismo é um sector predominante na época da indústria cultural, e o cinema, a rádio e as revistas são-nos apresentadas como sendo úteis, a indústria leva as pessoas a crer que os produtos são úteis. E é a partir da predominação do capitalismo que leva à criação de um modelo comum a todas as formas de arte, isto é, tudo é padronizado, seguem formas comuns que dizem respeito às vendas, ou seja, o cinema e a rádio não utilizam meios diferentes de apresentação, eles optam sempre pelas mesmas formas porque os consumidores sempre foram persuadidos daquela forma, e assim garantem que os seus produtos são vendidos e consumidos. Esta padronização dá-nos a ilusão de diferenciação, pensamos que os produtos diferem entre si, quando na realidade não. Um exemplo disso é a água, uma publicidade da marca Luso faz-nos querer que aquela água é melhor que a água Penacova, quando na realidade o conteúdo é igual, apenas muda a garrafa. Isto faz com que a sociedade seja manipulada, e é nesta manipulação e alienação que se constitui a base da publicidade. Um truque muito utilizado pela publicidade de modo a persuadir os espetadores a comprar os produtos é as estrelas de cinema ou vedetas. Por exemplo, um fanático pelo Cristiano Ronaldo, se o Carina Esteves 21304350

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Max horkheimer e Theodor adorno

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Cincias da Comunicao e da CulturaArte, Cultura e ComunicaoRecenso sobre o texto de Max Horkheimer e Theodor Adorno, A indstria Cultural O esclarecimento como manifestao das massasTheodor Adorno e Max Horkheimer, dois filsofos, criadores do conceito de industria cultural, retratam, neste texto, o comportamento das massas na poca em que a industrializao afeta, com grande peso, as artes.A cultura contempornea responsvel por conferir a tudo um ar de semelhana, passa tudo a ser igual, a reprodutibilidade tcnica possibilita uma massificao das obras culturais, fazendo com que se criem inmeras obras idnticas. Cria-se assim um caos cultural onde no se consegue identificar a verdadeira obra da idntica. O cinema, a rdio e as revistas no precisam de se apresentar mais como arte, sendo que no passam de um negcio onde so apresentadas apenas para vender e no como forma de cultura.O capitalismo um sector predominante na poca da indstria cultural, e o cinema, a rdio e as revistas so-nos apresentadas como sendo teis, a indstria leva as pessoas a crer que os produtos so teis. E a partir da predominao do capitalismo que leva criao de um modelo comum a todas as formas de arte, isto , tudo padronizado, seguem formas comuns que dizem respeito s vendas, ou seja, o cinema e a rdio no utilizam meios diferentes de apresentao, eles optam sempre pelas mesmas formas porque os consumidores sempre foram persuadidos daquela forma, e assim garantem que os seus produtos so vendidos e consumidos.Esta padronizao d-nos a iluso de diferenciao, pensamos que os produtos diferem entre si, quando na realidade no. Um exemplo disso a gua, uma publicidade da marca Luso faz-nos querer que aquela gua melhor que a gua Penacova, quando na realidade o contedo igual, apenas muda a garrafa. Isto faz com que a sociedade seja manipulada, e nesta manipulao e alienao que se constitui a base da publicidade. Um truque muito utilizado pela publicidade de modo a persuadir os espetadores a comprar os produtos as estrelas de cinema ou vedetas. Por exemplo, um fantico pelo Cristiano Ronaldo, se o vir num anncio publicitrio deduz logo que o produto em questo timo, s porque algum reconhecido socialmente aparece no anncio, e a as pessoas compram com mais confiana o produto.No cinema esta padronizao tambm notria, todas as histrias tm o mesmo tipo de atores, os mesmos argumentos, e tudo com o objetivo de vender, porque o espetador j sabes, desde o incio do filme quem o bom da fita e o mau, por exemplo, e isso d-lhe uma sensao de prazer e felicidade. Outro aspeto o facto de vermos quase sempre um ator conhecido interpretar um papel de uma determinada categoria, por exemplo, o Leonardo DiCaprio interpreta, na maioria das vezes, um papel de gal; o ator Adam Sandler faz grande parte dos papis de comdia. A aparncia dos atores tambm analisada com cuidado pois os filmes so sempre direcionados a um pblico-alvo, onde o ator consiga seduzir-los, e isso leva o filme a vender mais, provavelmente se no cartaz estivesse um homem gordo e com mau aspeto talvez o pblico no fosse to persuadido a assistir.

A indstria cultural muito astuta, pois ela sabe que se no inicio de uma novela cruzar o olhar de duas personagens, o espetador faz a deduo de que vo ficar juntos no final, e depois a novela acabado modo como o espetador pensou, dando-lhe assim a satisfao de adivinhar o final da novela e de lhe dar a tal sensao de prazer e felicidade que j referi mais acima. Todos ns sabemos o desfecho de uma telenovela ou de um filme, e esta astucia prolongou-se at aos dias de hoje, pois como j disse h medo de arriscar em algo novo. E esta a prova da padronizao dos produtos da indstria cultural.Na rdio oferecido aos ouvintes aquilo que eles querem ouvir, uma vez que passa sempre os mesmos artistas e o mesmo tipo de msica. A indstria cultural acaba por se alimentar daquilo que queremos ver e ouvir.Para o consumidor, no h nada que no tenha sido antecipado no esquematismo da produo, ou seja, o pblico tambm j se encontra padronizado, para quem produz os produtos, os consumidores so todos iguais e todos reagem da mesma maneira. Isto torna a grande maioria da sociedade irracional e incapaz de pensar por si prpria, seguindo sempre o que lhe oferecido pela indstria cultural. Esta mesma cria modelos que as pessoas tendem a seguir, como, por exemplo, a protagonista bonita de um filme, ou a modelo que nos mostra as roupas bonitas. Isto faz com que haja uma predominao sobre a sociedade, onde os indivduos so passivos e no ativos. A sociedade dominada sem saber, h um atrofio da imaginao e espontaneidade do pblico, ou seja, o pblico absorve tudo o que lhes oferecido nos filmes, (e hoje em dia na televiso) e vive muito em funo disso.Na relao com os filmes e as telenovelas pode levar a uma identificao com uma personagem, ou com a histria de vida da personagem, que leva a um escape da vida quotidiana. Todas as obras de arte seguem um estilo, estilo esse que o capitalismo criou para vender, ou seja, elas copiam o modelo uma das outras e h, por isso, uma imitao. O que se verifica no cinema, onde os protagonistas so sempre bonitos, e nas publicidades, onde a pessoa que anuncia o produto maioritariamente uma figura pblica.O liberalismo termina onde comea a indstria cultural, visto que no h liberdade de escolha, a sociedade pensa que a tem, mas na realidade no, (Os produtos da indstria cultural podem ter a certeza de que at mesmo os distrados vo consumi-los abertamente) porque escolhemos sempre aquilo que a indstria cultural pe ao nosso dispor, padronizadas, e ns, pblico, somos os trabalhadores e os empregados da indstria cultural, que fazemos sempre aquilo que ela quer.A indstria criou novas formas de divertimento, e a cultura une-se diverso, ou seja, o pblico passa a divertir-se enquanto ouve rdio; a ver televiso ou no cinema. Mas a criao deste divertimento leva-nos, enquanto consumidores, a novas formas de apresentao de produtos industriais para nos persuadir a compr-los. A publicidade comea a infiltrar-se em todo o lado, um exemplo atual o programa voc na TV que interrompe o programa para mostrar ao consumidor um produto de emagrecimento. Isto leva as pessoas a terem necessidades e desejos despertados pelos anncios e so esses sentimentos que a indstria quer despertar em ns e que faz com que compremos o produto, entra aqui, de novo, as figuras pblicas, que so utilizadas para dar mais credibilidade ao produto e garantir a sua compra pelo facto de o consumidor querer ficar como a personagem.A indstria cultural tambm se apresenta como um refgio, um escape. As telenovelas baseiam-se em histrias reais, que so o reflexo da sociedade, e onde as pessoas se podem identificar e refletir um bocado. Porm, o que a indstria nos mostra nem sempre alcanvel. O que mostra que existe uma privao, isto , os produtos s esto disponveis para uma grande minoria. Voltamos ao mesmo exemplo, o filme O grande Gatsby, ao v-lo pensamos que qualquer um consegue ter aquela vida luxuosa, dando-nos uma sensao de poder, mas na realidade essa vida s est disponvel para muito poucos.A arte acaba por se tornar numa mercadoria, ela criada para vender. E por isso que h tanta a necessidade de se recorrer s figuras pblicas para encenar ou vender um produto, porque ns seguimos o que vimos, o que leva decadente destruio da nossa personalidade. A anorexia e a bulimia so casos extremos que mostram a dependncia da nossa sociedade em seguir padres impostos, pela indstria cultural.Na indstria cultural a publicidade torna-se arte e d-nos uma falsa liberdade de escolha, como j referi, vivemos assim numa iluso e falsa liberdade de escolha.

Carina Esteves21304350