Mestrado em Artes Visuais / EBA / UFMG set/2001 Disciplina: Vulnerabilidade dos Materiais Degradao Canadian Conservation Institute CCI Notes 9/1 Reconhecendo a corroso ativa Introduo A corroso do metal pode estar ativa ou inativa. Alguns objetos de museu podem estar corrodos porem estveis, estando ento inativa a corroso; outros podem estar sendo corrodos ativamente. Uma parte importante para conservao preventiva de metais em colees de museu reconhecer rapidamente os estgios da corroso ativa e destrutiva. Alguns artefatos de metal que no esto corrodos iro permanecer assim. Somente os metais nobres como ouro, platina e prata apresentaro uma aparncia totalmente metlica ou polida por um longo tempo. A corroso inativa pode ser reconhecida pelas capas de xido estveis que lentamente se formam em objetos de metal e protegem a superfcie subjacente. Estes capas de xido podem ser consideradas uma ptina1, particularmente se eles tm uma aparncia esttica coerente. Ptinas artificiais so aplicadas freqentemente superfcie de objetos de metal para protege-los e dar-lhes uma aparncia desejada. Ptinas artificiais constantemente aparecem em objetos de colees de museu, principalmente em esculturas, medalhas, armas e ferramentas. Em contraste, a corroso ativa causa uma perda contnua de material no objeto. Aes devem ser tomadas para reduzir a velocidade deste processo ou prevenir deteriorao posterior.

1 Patina metlica um caso clssico que aparece e se desenvolve quando os materiais interagem com o seu ambiente. Um patina um filme ou encrustao em uma superfcie que produzida por alterao qumica ou pela adio ou remoo de material. Patinas pode se desenvolver naturalmente por corroso atmosfrica ou artificialmente por pinturas ou outros processos artsticos. A composio de um patina e nvel de desenvolvimento dependem do ambiente circundante. Por exemplo, patinas geralmente desenvolvem-se mais rapidamente em ambientes urbanos do que em reas rurais porque o ar da cidade tem concentraes mais altas de enxofre. A chuva e outros fatores tambm representam um papel importante na formao de patinas.

Examinando uma coleo para identificar objetos de metal corrodos, podem ser revelados problemas relacionados com as condies ambientais. Umidade relativa inadequada ou contaminantes2 podem provocar muitos dos processos de corroso. Fatores ambientais que poderiam contribuir com a corroso ativa devem ser discutidos em relao cada tipo especfico de metal. Somente os metais mais comumente encontrados em colees de museu sero considerados nesta nota: ferro, cobre, ligas de metal de cobre e bronze, chumbo, prata, estanho e metais folheados. Identificao A corroso ativa pode ser identificada pela expanso rpida no volume do metal como resultado do produto da corroso. Descamao ou pulverulncia de superfcie podem ocorrer. Qualquer objeto de metal que apresente ao seu redor escamas ou p solto pode ser considerado ativamente corrodo. Sinais comuns de corroso ativa em metais especficos esto considerados seguir: Ferro Normalmente ocorre maior presena de ferro em colees de museu do que de outros metais. Por esta razo, e por causa da sua instabilidade, os objetos em ferro apresentam maiores problemas de conservao. Entretanto, nem sempre fcil distinguir entre corroso ativa e inativa, mais os seguintes pontos podem ajudar: As superfcies estveis em ferro so compactas, aderidas, e varia em tons entre azul-negro e marrom. A corroso ativa comumente encontrada entre o interior metlico do objeto e sua capa externa de corroso. Indicaes claras de corroso ativa no ferro so fragmentos cnicos superficiais existentes em volta de um objeto, depresses na superfcie do metal e manchas alaranjadas no centro destas depresses. Particularmente a corroso ativa do ferro reconhecida por gotculas que aparecem "suando" ou "pingando" na superfcie do metal, em tons de amarelo, marrom e laranja. Estas gotculas ocorrem onde a UR do ambiente no qual o ferro est alojado constantemente alto (i.e., 70%). Em nveis mais baixos, 50% de UR, estas gotculas vo secar e produzir bolhas em tons laranja e marrom. (Para mais informao sobre o cuidado e armazenamento do ferro, e em objetos compostos com partes de ferro, veja CCI Notes 9/6, Care and Cleaning of iron.)

2 A presena de gases ou vapores reativos tambm podem causar alteraes qumicas. O oxignio e a umidade do ar e seus contaminantes, todos podem contribuir para a degradao dos materiais. O sulfato de hidrognio (H2S) responsvel pelo escurecimento da prata ou do cobre polido e o escurecimento dos pigmentos de chumbo. O dixido de enxofre prejudicial para o papel, o couro e alguns tipos de pedra. Os cidos orgnicos, principalmente o cido actico, so catalisadores na corroso do chumbo. DANIELS, Vincent D. y BLACKSHAW, Susan M.. Los Materiales Usados en el Almacenamiento y la Exhibicin en Museos.

Cobre e Ligas de cobre: lato e bronze Superfcies estveis em cobre e objetos com liga de cobre so caracterizados por uma larga variedade de ptinas, naturais e artificiais. As ptinas estveis nestes metais apresentam geralmente aspecto natural, com aderncia e textura lisa; capas de corroso estveis que se desenvolvem em objetos arqueolgicos de cobre podem se apresentar speras e irregulares. Patinas estveis variam em tons de vermelho, marrom, negro e azul at as sombras de verde. A corroso ativa do cobre e das ligas de cobre caracterizada pelo desenvolvimento rpido de um p verde brilhante que se espalha em manchas sobre a superfcie. Este p pode estar em volta de um objeto que no foi tocado. Este tipo de corroso muito comum em liga de cobre arqueolgico e conhecido como doena do bronze. Como as gotculas de corroso do ferro, a doena do bronze acontece onde a UR excessivamente alta (i.e., 70%). A reao de corroso progressiva e pode causar danos extensos rapidamente. A corroso ativa no cobre e ligas de cobre tambm pode aparecer como uma capa pulverulenta fracamente aderida sobre a superfcie, em lugar de se apresentar em forma de manchas. Estas capas de corroso podem ser induzidas pelos contaminantes atmosfricos, comumente as partculas de cloretos transportadas pelo ar (particularmente em reas litorneas) e cido actico. Ambos os contaminantes produzem uma capa superficial verde. Amnia, como um contaminante gasoso freqentemente encontrado em produtos de limpeza de janela, produz uma capa de corroso mais azulada. Chumbo e estanho As superfcies estveis em chumbo e estanho so geralmente cinza-escuro, embora o tom tambm pode variar do negro ao marrom. As superfcies escuras so geralmente identificadas como ptina. A corroso ativa em chumbo e estanho caracterizada pela formao de p branco fracamente aderido. O p pode se formar uniformemente em cima da superfcie mas freqentemente se concentra em manchas definidas. O p que cerca um objeto intocado uma indicao clara de corroso ativa. Este p branco o carbonato de chumbo bsico (melhor conhecido como chumbo branco) e induzido comumente pelos vapores de cidos orgnicos fracos. As fontes mais comuns destes vapores cidos em museu so: armazenamento de madeira ou vitrines de exibio (especialmente as executadas em carvalho), papelo deteriorado e papel de qualidade inferior, e cido actico (vinagre). Prata Na prata em colees de museu geralmente esperado que apresente uma aparncia metlica branca. A superfcie escurecida, caracterstica da corroso da prata no normalmente considerada uma ptina. Formas de escurecimento como uma capa densa, compacta e aderente, ocorrem quando a prata reage com gases de enxofre. Estes contaminantes atmosfricos so achados em reas industriais, particularmente as perto de usinas de papel, e so descobertos facilmente pelo cheiro de ovo podre caracterstico. A reao de corroso necessita tanto dos gases de enxofre

como da umidade atmosfrica para se iniciar. Muitos dos danos de escurecimento na prata resultado da abraso e polimentos executados para remover manchas e dar brilho prata. Em objetos folheados polindo freqentemente, o folheado prateado pode ser removido rapidamente. Metais folheados As combinaes de metais folheados comuns em colees de museu so: cobre e prata; cobre e ouro; cobre e nquel; cobre e lato; ferro e lato; ferro e cromo (normalmente com nquel e/ou cobre entre); ferro e nquel (normalmente com um pouco de cobre entre, gera a corroso verde nas ligas); e cobreniquelado e prata. Os folheados de metal apresentam problemas especiais e esto particularmente sujeitas a corroso. Dois metais diferentes em contato apresentam condies ideais para corroso galvnica que requer semente uma eletrlise (i.e., uma umidade atmosfrica salgada) para comear uma reao. Examinando objetos de metal folheados freqentemente difcil identificar o metal do folheado ou o metal debaixo. Superfcies estveis, particularmente ouro, prata, nquel e cromo, mantm freqentemente o brilho metlico original na aparncia quando mantidas sob condies ambientais apropriadas, embora o brilho pode ser obscurecido por p ou sujeira (veja CCI Notes 9/3, The cleaning, Polishing and Protection of Brass and Copper Objects). A corroso ativa em metais folheados se manifesta de vrios modos. encontrado freqentemente nas reas onde o objeto foi danificado ou foi folheado de forma defeituosa. O folheado normalmente levanta quando os produtos de corroso se expandem. Este levantamento pode ser visto, por exemplo, nas peas cromadas de automveis. Produtos de corroso do metal subjacente tambm podem acontecer sobre o folheado - freqentemente na forma de uma capa de corroso compacta. Tambm acontece na base de objetos folheados quando o folheado superficial perfurado com produtos de corroso que crescem de uma falha no metal subjacente. Toda corroso ativa em metais folheados acompanhada por uma expanso em volume que leva liberar pulverulncia ao redor do objeto, ou para pulverizar os prprios produtos de corroso sobre a superfcie. Inspeo rotineira Inspecionar os objetos de museu regularmente uma parte vital do gerenciamento de colees. Porque muitas reaes de corroso agem rpido, os objetos de metal deveriam ser inspecionados mensalmente. A deteriorao

pode ento ser notada em um estgio inicial e medidas preventivas podem ser adotadas antes do dano se tornar severo. Leituras posteriores U.S. Department of Commerce and the National Bureau of Standards. Corrosion and Metal Artifacts A Dialogue between Conservators and Archaeologists and Conservation Scientists. N.B.S. Special publication 479. Washington: U.S. Government Printing Office, July 1977. Site sobre simulao e gerao virtual de ptinas: http://www.sciam.com/2000/0200issue/0200dorsey.html By the staff of the Archaeology Laboratory Communications Canada, 1989 Cat. No. NM 95-57 / 9-1-1989E ISSN )0714-6221 1st printing, August 1986 2nd printing, (Revised) September 1989 Traduo: Wvian Diniz, UFMG, setembro/2001

Mestrado em Artes Visuais / EBA / UFMG set/2001Disciplina: Vulnerabilidade dos Materiais DegradaoCanadian Conservation InstituteCCI Notes 9/1

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