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RECONHECIMENTO DE ARGUMENTOS

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RECONHECIMENTO DE ARGUMENTOS

ARGUMENTOS

A argumentação é o modo como é exposto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos sob o mesmo ponto de vista.

É bastante comum que raciocínios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor lógico do raciocínio empregado na argumentação.

Argumentos

O objetivo de um argumento é justificar uma afirmação que se faz, ou dar as razões para uma certa conclusão obtida.

Exemplo: “Você me traiu. Pois, disse que ia estudar e

meu irmão lhe viu na boate.” Um argumento demonstra/prova como a

partir dos dados de um problema chegou-se a uma conclusão.

Argumentação

Como ele o faz?- Usando razões a favor da tese que

sejam persuasivas.- Tem em conta – prevê no seu próprio

discurso: possíveis objeções, contra-argumentos e refutação.

Argumentação - ESTRUTURA

A argumentação pode assumir diferentes configurações e utilizar inúmeros argumentos e linguagens;

Normalmente associa-se a argumentação à persuasão, mas pode assumir um caráter de refutação.

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O reconhecimento de argumentos é mais difícil que das premissas ou conclusão.

Muitas pessoas abarrotam textos de asserções sem sequer produzir algo que possa ser chamado argumento.

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Algumas vezes os argumentos não seguem os padrões descritos acima. Por exemplo, alguém pode dizer quais são suas conclusões e depois justificá-las. Isso é válido, mas pode ser um pouco confuso.

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Para piorar a situação, algumas afirmações parecem argumentos, mas não são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus ou foi um louco, um mentiroso, ou o Filho de Deus”.

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Isso não é um argumento; é uma afirmação condicional. Não explicita as premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar que possui outras falhas.VEJAMOS:

Jesus: Senhor, Mentiroso ou Lunático? “Jesus existiu? Se não, então não há o que discutir.

Mas se existiu, e se autodenominava ‘Senhor’, isso significa que: ele era o Senhor, um mentiroso, ou um lunático. É improvável que ele tenha sido um mentiroso, dado o código moral descrito na Bíblia; seu comportamento também não era o de um lunático; então certamente conclui-se que ele era o Senhor.”

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Primeiramente, esse argumento admite tacitamente que Jesus existiu de fato. O que é, no mínimo, algo questionável. Ele possui uma falácia lógica que poderemos chamar “Trifurcação”, por analogia com a Bifurcação. É uma tentativa de restringir a três as possibilidades que, na verdade, são muitas mais.

Duas outras hipóteses:

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- A Bíblia apresenta as palavras de Jesus de modo distorcido, pois ele nunca alegou ser o “Senhor”.

- As histórias sobre ele foram inventadas ou então misturadas com fantasia pelos primeiros cristãos.

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Note que no Novo Testamento Jesus não diz ser Deus, apesar de em João 10:30 ele ter dito “Eu e meu pai somos um”. A alegação de que Jesus era Deus foi feita após sua morte pelos seus doze apóstolos.

Finalmente, a possibilidade de ele ter sido um “lunático” não é tão pequena. Mesmo hoje em dia há várias pessoas que conseguem convencer multidões de que são “o Senhor” ou “o verdadeiro profeta”. Em países mais supersticiosos, há literalmente centenas de supostos “messias”.

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Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha que, tentando provar que Albert Einstein acreditava em Deus, disséssemos: “Einstein afirmou que ‘Deus não joga dados’ porque cria em Deus”.

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Isso pode parecer um argumento relevante, mas não é; trata-se de uma explicação da afirmação de Einstein.

Para perceber isso, lembre-se que uma afirmação da forma “X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que resultaria em: “Einstein cria em Deus, por isso afirmou que ‘Deus não joga dados’”.

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Agora fica claro que a afirmação, que parecia um argumento, está admitindo a conclusão que deveria estar provando.

Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal preocupado com assuntos humanos. VEJAMOS:

Einstein e “Deus não joga dados”

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“Albert Einstein acreditava em Deus. Você se acha mais inteligente que ele?”

Einstein uma vez disse que “Deus não joga dados (com o Universo)”. Essa citação é comumente mencionada para mostrar que Einstein acreditava no Deus cristão. Mas nesse caso ela está fora de contexto, pois dizendo isso ele pretendia apenas recusar alguns aspectos mais populares da teoria quântica. Ademais, a religião de Einstein era o judaísmo, não o cristianismo.

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Talvez essas citações de sua autoria possam deixar a ideia mais clara:

“Eu acredito no Deus de Spinoza que se revela através da harmonia do existente, não num Deus que se preocupa com o destino e vida dos seres humanos.”

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“O que você leu sobre minas convicções religiosas é uma mentira, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e nunca neguei isso, mas o afirmei claramente. Se há algo em mim que pode ser chamado religião, é a minha ilimitada admiração pela estrutura do mundo.”

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“Eu não acredito na imortalidade do indivíduo, e considero a moral como algo que diz respeito somente aos homens, sem qualquer relação com uma autoridade supra-humana.”

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Portanto, sempre que uma ordem, em vez de uma asserção, ocupa o lugar próprio de uma conclusão, não temos um argumento.

Premissas e conclusões devem ser afirmadas num argumento e é por isso que certos trechos não expressam argumetnos.

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Para que um argumento esteja presente, uma dessas proposições afirmativas deve decorrer de outras proposições declaradas como verdadeiras, as quais se apresentam como base para a conclusão – ou razões para se acreditar na conclusão.

O uso de indicadores de premissa ou conclusão ajuda na sua identificação.

Em cada caso, a interpretação e compreensão do enunciado e o contexto podem ajudar a esclarecer a intenção do escritor ou do locutor...

Exercícios. COPI, p. 33-34. - Nºs de 1 a 10.