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SUMÁRIO OS SEGREDOS DE UM BOM TEXTO .................................................................................. 3 CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NO TEXTO ........................................................................... 5 O PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-CIENTÍFICO ........................................................... 6 FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................ 8 DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA................................... 9 CRASE ................................................................................................................................ 20 PALAVRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS..................................................................... 22 ABREVIAÇÕES .................................................................................................................. 22 USO DOS PORQUÊS ......................................................................................................... 23 PRONOMES DEMONSTRATIVOS ..................................................................................... 24 PRÓCLISE, MESÓCLISE, ÊNCLISE .................................................................................. 25 SINAIS DE PONTUAÇÃO ................................................................................................... 26 CHAVÕES DA CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL ......................................................... 31 COMUNICAÇÃO POR E-MAIL (CORREIO ELETRÔNICO) ............................................... 33 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL .................................. 35 FUJA DO ÓBVIO ................................................................................................................ 37 GRAFIA DE ESTRANGEIRISMOS ..................................................................................... 38 ETIQUETA EMPRESARIAL ................................................................................................ 39 “InterNETiqueta”................................................................................................................ 40 ACORDO ORTOGRÁFICO ................................................................................................. 42 EXERCÍCIOS....................................................................................................................... 47

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SUMÁRIO

OS SEGREDOS DE UM BOM TEXTO .................................................................................. 3

CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NO TEXTO ........................................................................... 5

O PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-CIENTÍFICO........................................................... 6

FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................ 8

DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA................................... 9

CRASE ................................................................................................................................ 20

PALAVRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS..................................................................... 22

ABREVIAÇÕES .................................................................................................................. 22

USO DOS PORQUÊS ......................................................................................................... 23

PRONOMES DEMONSTRATIVOS ..................................................................................... 24

PRÓCLISE, MESÓCLISE, ÊNCLISE .................................................................................. 25

SINAIS DE PONTUAÇÃO ................................................................................................... 26

CHAVÕES DA CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL ......................................................... 31

COMUNICAÇÃO POR E-MAIL (CORREIO ELETRÔNICO) ............................................... 33

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL .................................. 35

FUJA DO ÓBVIO ................................................................................................................ 37

GRAFIA DE ESTRANGEIRISMOS ..................................................................................... 38

ETIQUETA EMPRESARIAL................................................................................................ 39

“InterNETiqueta”................................................................................................................ 40

ACORDO ORTOGRÁFICO ................................................................................................. 42

EXERCÍCIOS....................................................................................................................... 47

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OS SEGREDOS DE UM BOM TEXTO

Ler muito e de forma variada, praticar e ter humildade para refazer muitas e muitas vezes o que escrever são alguns desses segredos.

Tão importante quanto um bom currículo, ter habilidades em comunicar-se é indispensável para o profissional que procura ser bem sucedido no competitivo mercado globalizado. As empresas não consideram apenas a capacidade de expressão verbal, mas a facilidade de escrever de forma clara, concisa e objetiva. Uma carta, um memorando, um discurso de inauguração, um relatório de diretoria e mesmo uma mensagem por correio eletrônico dizem muito a respeito do profissional que os redige.

Escrever bem não é apenas copiar estilos, imitar os textos dos grandes jornais ou ler gramáticas e gramáticas. É necessário pesquisa, prática, persistência e humildade para aprender sempre. Revisar e reescrever devem ser verbos constantes no momento de construção das ideias.

Por que escrever bem? Porque assim podemos alcançar nossos objetivos, reivindicar melhorias na comunidade ou na empresa, esclarecer situações embaraçosas, argumentar com precisão ao pedirmos algo e sermos prontamente atendidos. E para aqueles que pretendem entrar e permanecer no mercado de trabalho, escrever é um quesito que pode decidir a contratação. Dicas para sua redação ficar correta: � faça muita leitura. E variada; � pesquise gramáticas e dicionários sempre que tiver dúvidas; dominar um bom vocabulário é

requisito para a elaboração eficiente de textos escritos. Afinal, dentre as características específicas da modalidade escrita da língua, destaca-se a necessidade de um vocabulário preciso e criterioso, capaz de suprir a ausência dos recursos mínimos e dos matizes da entonação da língua falada. Possuir um bom vocabulário não significa impressionar os outros com um punhado de palavras difíceis e desconhecidas. O que importa é conhecer e utilizar as palavras necessárias para a produção de textos claros, enxutos. O nível do vocabulário utilizado decorre dos fatores que condicionam a elaboração do texto: o tema tratado, a finalidade a que se propõe o receptor a que se dirige o meio de divulgação utilizado. Um comunicado oficial a ser lido na ONU ou uma carta aberta à população de uma pequena cidade ameaçada pela devastação da natureza pode tratar do mesmo assunto, mas a seleção vocabular deve ser apropriada a cada caso. Uma mesma notícia, transmitida por uma revista especializada ou por uma emissora de rádio, terá redação e vocabulário diferentes. Dessa forma, as melhores palavras são as mais eficazes, e não as mais pomposas (a não ser, é claro, nos discursos prolixos e demagógicos, cujo exagero verbal procura encobrir a pobreza do conteúdo);

� planeje o que vai escrever, buscando informações relevantes; antes de iniciar o texto é saudável perguntar-se: “Qual a informação mais importante que eu quero que o leitor saiba?” Sentenças curtas são fáceis de ler; preocupe-se com o seu leitor;

� escreva, escreva e escreva. Não desista nunca; � tenha sempre um dicionário por perto; � leia o texto em voz alta, depois de redigi-lo. � Evite:

� Ambiguidade (ou anfibologia): quando a frase apresenta mais de um sentido, em consequência da má pontuação ou da má colocação das palavras, especialmente os pronomes possessivos e os relativos. Ex.: “O diretor comunicou ao secretário sua demissão” (a demissão de quem? Do diretor ou do secretário?); “O Secretário abandonou a vida pública para entrar na privada”; “O chefe discutiu com o empregado e estragou seu dia”.

� Pleonasmo: repetição de um termo ou ideia. Ex.: “Não há elo de ligação entre os partidos”. “Voltou a estudar novamente”; “Ele reincidiu na mesma falta de novo”; “Primeiro subiu para cima, depois em seguida entrou nas nuvens”; “O navio naufragou e foi ao fundo” (nesses últimos quatro casos também se chama perissologia ou tautologia); "Cachorro faz mal a

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milhares de pessoas" (a notícia era sobre cachorro-quente estragado, mas estava com o título incompleto); “Vendem-se lençóis para casal de algodão” (ambiguidade provocada por troca da ordem das palavras); "Estamos acabando com os pobres" (má escolha. Em vez de pobre deveria ter sido usada a palavra pobreza); "Eu noivaria com você, Verinha, se tivesse um pouco de dinheiro" (ambiguidade ocasionada por omissão de termos. Quem deveria ter dinheiro: o autor da frase ou Verinha?).

� Cacofonia ou cacófato: som desagradável resultante da combinação de duas ou mais sílabas de palavras vizinhas. Ex.: “Ela tinha exigido um valor absurdo por cada hora trabalhada”; “O chefe havia dado ordens”; “Ele beijou a boca dela”.

� Eco: repetições desnecessárias de um som, produzindo um texto desagradável. Ex.: “O processo revelou que tinham agido com irreverência, negligência e incompetência durante o programa”; “É possível a aprovação da transação sem concisão e sem associação”.

� Solecismos: implicam erro de sintaxe, concordância, regência ou colocação. Ex.: “Fazem dois meses...” (Faz). “Me disseram que...” (Disseram-me); Ontem assistimos o filme (Ontem assistimos ao filme); “Cheguei no Brasil em 1923” (Cheguei ao Brasil em 1923); “Haviam muitas pessoas na festa” (Havia); “O pessoal já saíram?” (O pessoal já saiu?); “Pedro visava o posto de chefe” (correto: Pedro visava ao posto de chefe).

� Barbarismos: constituem erros de pronúncia, grafia ou flexão. Ex.: Rúbrica por rubrica. Excessão por exceção.

� Excessos de “quês”: Ex.: “Logo que ele telefonou, eu disse que esperava que ele resolvesse aquilo que ele dissera que iria resolver”.

� Gerundismos: usar o verbo estar (infinitivo) mais um verbo no gerúndio. Ex.: Nós vamos estar entrando em contato... A empresa vai estar enviando...

� Metáforas: é o emprego da palavra fora do seu sentido normal: “Eu sou um poço de dor e estupidez”; “Dois diamantes brilhavam no rosto da menina”; “Seus olhos são dois oceanos”; “Meu pensamento é um rio subterrâneo” (Fernando Pessoa); “Cada fruto desta árvore é um pingo de ouro”.

Os segredos dos 3 cês: clareza: evitar frases longas e difíceis. Ser objetivo e simples. Escolher bem o vocabulário; coerência e coesão: ligar suas ideias com lógica. Combinar as frases com harmonia. Evitar os vícios de linguagem; concisão: colocar apenas as informações mais importantes. Evitar palavras e ideias repetitivas. Expressar o pensamento com o menor número de palavras. Usar esses três itens significa ir direto ao ponto, fornecer a informação sem rodeios - isso é objetividade. Pergunte-se sempre: “Será que as informações estão completas?”; “Falta algum aspecto a abordar?”; “Há dados em excesso?”.

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CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NO TEXTO

COESÃO E COERÊNCIA

O texto técnico-científico deve ser claro, coerente e coeso para que produza um sentido

adequado. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo.

Um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão articulados entre si, quando há concatenação entre eles. A coesão contribui para a ligação entre as ideias e há uma série de recursos para estabelecê-la, como:

- Epítetos: palavras ou frase que qualificam pessoa ou coisa: Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o famoso cineasta brasileiro tenha morrido tão cedo.

- Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas: Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.

- Repetição de uma palavra, apenas quando não for possível substituí-la por outra: A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é o dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.

- Um termo-síntese: a palavra limitações neste exemplo sintetiza o que foi dito antes: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

- Pronomes: a) Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. b) O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes preocupam-se muito com a

educação. c) Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes. d) Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto

aquele tende a perdoar. - Numerais: a) Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece

dominar o assunto. b) Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia

justamente o contrário. - Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí): Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a

obra-prima de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa. - Elipse: O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele)

fez, então, seu discurso emocionado. - Repetição do nome próprio (ou parte dele): a) Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse

que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior. b) Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é

autora de “Antes do baile verde”, um dos melhores contos de nossa literatura. - Associação: uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto,

vínculos precisos de significação: São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.

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O PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-CIENTÍFICO

O parágrafo é a base de toda construção textual. É formado por um ou mais enunciados

que devem convergir para a produção de um sentido. É a “[...] unidade do discurso que tem em vista atingir um objetivo”. (MEDEIROS, 2004, p. 271)

Se o parágrafo visa atingir um determinado objetivo, em cada um deles se vão imprimindo as etapas do raciocínio que se quer expressar para o leitor. Essas etapas constituem uma sequência lógica e não podem ser dispostas de qualquer maneira, sob pena de tornar o texto incoerente. Parágrafos excessivamente longos ou formados por uma única frase podem denotar insegurança de quem escreve.

Cada parágrafo carrega consigo uma determinada ideia. Portanto, sua extensão e sua complexidade estão atreladas ao raciocínio que está sendo desenvolvido. Ao separar ou agrupar ideias é preciso saber exatamente a finalidade de cada uma, pois esse processo indica a articulação (processo reflexivo) e a importância de cada ideia. Ideias afins devem ficar no mesmo parágrafo (independentemente do seu tamanho físico); a abertura de um novo parágrafo indica o término de uma etapa e o começo da outra.

O parágrafo tem estrutura similar a de um texto com vários parágrafos: é composto por introdução, desenvolvimento e conclusão. Para que seja bem elaborado, o tópico frasal (aquele que contém a ideia-núcleo) deve conter uma palavra importante que possa ser explorada para o significado do parágrafo. A má definição do tópico frasal dificulta a redação do parágrafo.

Em nome da clareza e da objetividade é importante que se observem, ainda, no processo de paragrafação, dois aspectos: (a) devem-se evitar abstrações; (b) cada parágrafo deve explorar uma só ideia. Explorar várias ideias ao mesmo tempo torna o texto confuso, sem coerência.

Formas para iniciar um texto O primeiro parágrafo é sempre muito importante para qualquer texto. É a partir dele que o

autor atrai ou não a atenção do leitor. Existem várias maneiras criativas para iniciá-lo e, assim, fugir dos lugares-comuns. As formas a seguir expostas mostram-se úteis para escrever um artigo, relatório, dissertações etc.:

- Definição: trata-se de uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo: O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana. Fonte: ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1992, p. 62.

- Divisão: quando há duas ou mais direções a tomar. No texto a seguir, quando o autor, ao

dizer que há duas convicções errôneas, torna clara a direção que o parágrafo vai tomar. Mas o autor terá de explicá-las na frase seguinte: Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deva ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensivos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada. Fonte: Folha de São Paulo, 17 dez. 1996.

- Oposição: quando as frases iniciais criam uma oposição (quando usam, por exemplo: de

um lado, de outro) que estabelecerá o rumo da argumentação: De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É esse o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

- Alusão histórica: o conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O

leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema: Após a queda do Muro

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de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste, e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.

- Uma pergunta: a pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a

atenção do leitor para o tema e será respondida ao longo da argumentação: Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.

- Uma frase nominal seguida de uma explicação: isso se dá logo no início do texto. No

exemplo, a palavra tragédia é explicada logo a seguir, retomada por essa é a conclusão: Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3º Ano do 2º grau submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes da 4ª série e da 8ª série do 1º grau em todas as regiões do território nacional. Fonte: Folha de São Paulo, 27 nov. 1996.

- Citação: a citação inicial facilita a continuidade do texto. No texto a seguir ela é retomada

pela palavra comentário da segunda frase: “As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora”. O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos Alberto, Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1995, p. 73.

- Exposição do ponto de vista oposto: ao começar o texto com a opinião contrária,

delineia-se, de imediato, qual a posição dos autores. Seu objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra-argumentação: O Ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação. Orlando Silva Júnior e Eder Roberto Silva, Folha de São Paulo, 5 nov. 1996.

- Comparação: no texto a seguir, para introduzir o tema da reforma agrária, o autor

comparou a sociedade de hoje com a do fim do século XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas: O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, Pérsio S. de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 1991, p. 101.

- Retomada de um provérbio: sempre que se usar esse recurso, não se deve escrever o

provérbio simplesmente. Deve-se tecer um comentário sobre ele para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo, o autor diz “o corriqueiro adágio” e assim demonstra que está consciente de que está partindo de algo por demais conhecido: O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível. Jaime Sirotsky, Folha de São Paulo, 5 dez. 1995.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

No ato da comunicação, pode-se observar:

• o emissor: aquele que diz/escreve algo a alguém; • o receptor: aquele com quem o emissor se comunica; • a mensagem: tudo o que é transmitido do emissor para o receptor; • o código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem. Ex: Língua

Portuguesa; • o canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor. Ex: a língua oral; • o referente: o assunto da mensagem.

São estas as funções da linguagem: • Função Referencial (ou Denotativa; ou Informativa) Ocorre quando o referente é posto em destaque, ou seja, o objetivo do emissor é simplesmente informar o seu receptor. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações veiculadas pela mensagem. Os textos dessa linguagem são dotados de objetividade, uma vez que procuram traduzir ou retratar a realidade. Bons exemplos da função referencial são os textos jornalísticos e científicos. Por exemplo: “O programa XYZ apresenta as seguintes funcionalidades: acesso imediato; busca rápida; melhor organização dos ícones na tela”. • Função Conativa (ou Apelativa) Ocorre quando o receptor é posto em destaque, ou seja, a linguagem se organiza no sentido de convencer o receptor. Nesse tipo de função é comum o emprego de verbos no imperativo e verbos e pronomes na 2° ou na 3° pessoas. Bons exemplos da função conativa são os textos de publicidade e propaganda. Exemplo: “Compre aqui e concorra a um carro”. • Função Metalinguística Ocorre quando o código é posto em destaque, ou seja, usa-se o código linguístico para transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código linguístico. Bons exemplos da função metalinguística são as aulas de línguas, gramáticas e o dicionário. Exemplo: “Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me realizada [...]”. • Função Emotiva (ou Expressiva) Ocorre quando o emissor é posto em destaque, ou seja, a mensagem está centrada na expressão dos sentimentos do emissor. É um texto pessoal, subjetivo. É comum o uso de verbos e pronomes em 1° pessoa e também o uso de pontos de exclamação e interjeições. Bons exemplos da função emotiva são textos líricos. “Nós amamos nossos filhos!”. • Função Fática Ocorre quando o canal é posto em destaque. O interesse do emissor ao emitir a mensagem é apenas testar o canal, para ter a certeza que o receptor entendeu. Tem o mesmo valor de um aceno com a mão, com a cabeça ou com os olhos. Exemplos típicos da função fática são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa tarde", "sentem-se", “ok?”, “certo?” etc. • Função Poética Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou seja, chama-se a atenção para o modo como foi organizada. Bons exemplos da função poética são textos literários, tanto em prosa quanto em verso: “No peito a mata – aperta o pranto [...]”.

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DIFICULDADES MAIS FREQUENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA ACEITADO ou ACEITO? PAGO ou PAGADO? Nos verbos em que há duplo particípio (aceitado/aceito; entregado/entregue; acendido/aceso; imprimido/impresso etc.) utiliza-se a forma regular (terminação –do) com os auxiliares ter ou haver. Com os auxiliares ser ou estar, utiliza-se a forma irregular. Ex.: Eles tinham aceitado a encomenda. A encomenda foi aceita. O jovem havia pagado o curso. O curso foi pago pelo jovem.

Infinitivo Part. Regular Part. Irregular

aceitar aceitado aceito

acender acendido aceso

contundir contundido contuso

eleger elegido eleito

entregar entregado entregue

enxugar enxugado enxuto

expulsar expulsado expulso

imprimir imprimido impresso

limpar limpado limpo

murchar murchado murcho

suspender suspendido suspenso

tingir tingido tinto A CERCA DE, ACERCA DE ou HÁ CERCA DE? A cerca de significa a uma distância. Ex.: Osório fica a cerca de uma hora de automóvel da capital. Acerca de significa sobre. Ex.: Conversaram acerca de política. Há cerca de significa que faz ou existe(m) aproximadamente. Ex.: Moro neste apartamento há cerca de oito anos. ACHAR E ENCONTRAR Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Exemplos: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. A FIM ou AFIM? A fim (de) = finalidade. Ex.: Veio a fim de conhecer os parentes. Afim = semelhante. Ex.: O gosto dela era afim ao da turma. À MEDIDA QUE ou NA MEDIDA EM QUE À medida que significa “à proporção que”, “conforme”. Na medida em que corresponde a “tendo em vista que”. Não existe a expressão à medida em que. ANEXO / EM ANEXO Com as formas "anexo", "anexa", "anexos" etc., existe aí um particípio que frequentemente se usa como adjetivo. Como tal, deve ajustar-se ao substantivo que modifica: "O/s comprovante/s segue/m anexo/s"; "A/s fotocópia/s segue/m anexa/s". É importante observar que, nos exemplos

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dados, a alteração na ordem não afetaria os mecanismos de concordância: "Seguem anexos os comprovantes"; "Seguem anexas as fotocópias". Em textos da correspondência comercial, são mais do que comuns frases (duplamente erradas) como "Segue anexo os comprovantes" ou "Segue anexo as faturas". Há um erro de concordância verbal (o verbo está no singular, mas deveria ficar no plural) e um de concordância nominal (o adjetivo "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo que modifica). Há muito tempo o respeitado gramático Napoleão Mendes de Almeida escreveu que essa era uma construção errônea: "São espúrias locuções como ‘em absoluto’, ‘em definitivo’, ‘em suspenso’, ‘em anexo’. Assim, deverá, em lugar delas, aparecer ou um advérbio em mente ou o adjetivo com força adverbial: ‘Absolutamente não quero’ – ‘Estou definitivamente decidido a ir’ – ‘Deixei tudo suspenso’." (Dicionário de Questões Vernáculas, 1981, p. 93) A ex-secretária Manuela Rodriguez, agora professora, assinala: “Quando peço para anexar algo a algum documento escrevem "EM ANEXO", que é um erro grave. Anexo se origina da palavra em latim ANEXXU, que quer dizer "JUNTO COM". Se você escrever "EM ANEXO" estará mencionando "EM JUNTO COM". O correto é: ANEXO, ANEXA ou ANEXAMOS". Também convém salientar que alguns autores rejeitam a expressão "em anexo", de uso mais do que vivo (e compreensível) na língua. Numa frase como "As fotocópias seguem em anexo", por exemplo, "anexo" funciona como substantivo e forma com a preposição "em" uma expressão adverbial. O professor Evanildo Bechara é um dos gramáticos que registram o uso regular de "em anexo". Em sua "Moderna Gramática Portuguesa", o autor dá estes exemplos: "Vai em anexo a declaração"; "Vão em anexo as declarações". A concordância de anexo aplica-se também aos adjetivos incluso e apenso. Ex.: As guias de recolhimento seguem inclusas. O instrumento de procuração está apenso aos autos. Com base no fato que jamais alguém diria: As promissórias seguem em incluso, é que os linguistas se baseiam para afirmar que não existe a expressão EM ANEXO. Em resumo: o adjetivo "anexo" varia e a expressão "em anexo" não varia. A NÍVEL DE – AO NÍVEL A nível de é um modismo linguístico, desnecessário (Pensa-se que ‘a nível’ é tradução apressada do francês au niveau: trocou-se o "au" por "ao" sem se atentar que "em" seria a preposição apropriada para o caso, visto que indica ‘lugar onde’ ou o alcance de uma situação no tempo e no espaço). Evite usar essa expressão. Use em nível de. Existe ainda a expressão ao nível, que significa “à mesma altura”. Ex.: Santos está ao nível do mar. AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A? Ao encontro de quer dizer favorável a, para junto de. Ex.: Isso vem ao encontro do desejo da turma. De encontro a quer dizer contra. Ex.: Um carro foi de encontro a outro. A PAR ou AO PAR? A par significa estar ciente. Ex.: Maria não está a par do assunto. Ao par significa sem ágio no câmbio, pelo valor nominal. Ex.: As ações ficaram cotadas ao par. APÓS ou DEPOIS? Rigorosamente falando, há uma distinção entre os dois vocábulos: após é preposição – liga palavras ou termos de uma oração: ano após ano, um após outro, Pedro após Paulo; depois é advérbio – basicamente modificador do verbo: falaremos depois; vou depois. E tem-se ainda a locução prepositiva depois de, que rege um substantivo ou um pronome: depois da chuva, depois de mim, depois de você. Acontece que após vem sendo usado há séculos também nas duas últimas situações: falaremos após, após a chuva, após mim. Já não dá para dizer que esse emprego esteja errado, mas certamente é melhor usar depois (de) com verbos e com o particípio: vamos depois, sairei depois, depois de distribuído, depois de organizado. Recomenda-se também usar depois no início da oração, com o sentido de ‘posteriormente’: depois, disse sim.

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A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO? A princípio significa no começo, inicialmente. Ex.: A princípio, eles foram muito felizes. Em princípio significa em tese. Ex.: Em princípio, o preço solicitado parece-nos justo. ARTIGO DEFINIDO Numa frase em que haja uma relação de itens, ou se precede todos com o artigo definido ou nenhum deles. Exemplos: Os líderes do PT, PSDB, PDT E PMDB estão se reunindo hoje. (errado) Os líderes do PT, do PSDB, do PDT e do PMDB estão... (correto) Os líderes de PT, PSDB, PDT e PMDB estão... (correto) CHEGO ou CHEGADO? "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado. COMERCIALIZAR / VENDER Comercializar: comprar, vender, alugar, emprestar. Exemplo: Esta empresa comercializa automóveis e caminhões em todo o país. Vender: é uma das atividades da comercialização de um produto. Exemplo: O Vectra está sendo vendido por um preço bem em conta. COMUNICADO e INFORMADO Na linguagem culta diz-se que um fato é comunicado, e não que uma pessoa é comunicada. Tome-se a seguinte frase “errada” como exemplo: “O inquilino foi comunicado pelo síndico que as taxas seriam aumentadas”. Essa é uma construção passiva que teria como correspondente “O síndico comunicou o inquilino...”. O artigo o está grafado em negrito para chamar a atenção da ingramaticalidade da oração, que, de acordo com o português padrão, é dita assim: “O síndico comunicou ao inquilino que as taxas...”. EMAIS DE MAIS e DEMAIS De mais: quando apresenta o sentido oposto à "de menos" (= depois de um substantivo ou pronome). Exemplos: Para Ana, chegar à casa de madrugada não tem nada de mais. Há homens de menos para mulheres de mais. Demais (= junto): é advérbio de intensidade (= muito) ou pronome indefinido (= o restante, os outros). Exemplos: Rita fala demais (= fala muito - advérbio). Uns vaiavam, os demais aplaudiam (= o restante - pronome). CORROBORAR O significado deste verbo é confirmar e não colaborar. DESCRIMINAR OU DISCRIMINAR? Descriminar é absolver de crime, inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Ex.: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres. EM MÃOS ou EM MÃO? O certo é escrever no envelope que será entregue pessoalmente a expressão "em mão". EM RELAÇÃO A ou COM RELAÇÃO A? As duas preposições iniciais podem ser corretamente usadas:

- Nada ficou provado em relação a João ou aos negócios que ele tinha em Miami. - Com relação à documentação, verificar sua origem.

Também existem outras expressões que podem ser utilizadas na mesma circunstância: com referência ao assunto / com respeito ao documento / relativamente a isso / no tocante à lei / no que tange à administração / no que concerne ao tema tratado...

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EM VEZ DE ou AO INVÉS DE? A expressão em vez de significa em lugar de. Ex.: Em vez de Paulo, foi Pedro quem trabalhou hoje. A expressão ao invés de significa ao contrário de. Ex.: Ao invés de proteger, resolveu não assumir. Ao invés de curar, o remédio piorou a situação. ENFIM ou EM FIM? As expressões enfim (finalmente) e em fim (no fim) não devem ser confundidas: Enfim escreve-se junto, com N. Ex.: Enfim sós, graças a Deus! Em fim constitui-se de dois termos, em (preposição) + fim (substantivo). Ex.: Estes professores estão em fim de carreira: sua aposentadoria está prevista para breve. ENTRE / DENTRE A preposição "entre" só deve ser usada com "unidades" (entre elementos ou entre conjuntos). Exemplos:

A bola passou entre os jogadores da barreira. Ronaldinho, na foto, ficou entre Pelé e Zico. Andava tranquilo entre as árvores da floresta. Todos desejam a paz entre as nações.

Observação: Deve-se evitar o uso da preposição "entre" antes de palavras com ideia "coletiva". Exemplos:

A bola passou entre a barreira (errado). A bola passou "no meio da barreira", ou "entre a barreira e o juiz" (certo). Ronaldinho ficou "entre a dupla" (errado). Ronaldinho ficou "entre os dois craques", ou "entre a dupla e o troféu" (certo). Andava "entre a floresta" (errado). Andava "entre as árvores", ou "entre a floresta e o rio" (certo). Todos desejam a paz "entre a população" (errado). Todos desejam a paz "entre os homens, entre as pessoas, entre os habitantes, entre os povos"; ou ainda "entre a população e o governo" (certo).

Deve-se usar a forma "dentre" (de+entre = do meio de) quando houver ideia de "movimento". Exemplos: Dentre os turistas, saiu uma criança correndo. Dentre os manifestantes, surgiu meu primo. Alguém dentre nós será retirado deste lugar. ESTADA/ESTADIA Nunca se deve dizer estadia em lugar de estada. Estada é usada para designar permanência de pessoas e estadia para navios ou veículos. Ex.: A minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. ESTAR EM FÉRIAS / ESTAR DE FÉRIAS Cuidado com a regência: estar em férias e não estar de férias. EVENTUAL / POSSÍVEL / PROVÁVEL / POTENCIAL - Eventual = ocasional, esporádico, ocorre de vez em quando; - Possível = tudo o que pode acontecer; - Provável = o que deve acontecer; - Potencial = o que pode vir a ser. Assim: - "Um problema eventual": é aquele que acontece de vez em quando; - "Um possível problema": é o que pode tornar-se um problema; - "Um provável problema": é o que tem de tudo para tornar-se um problema; - "Um problema potencial": ainda não é um problema, mas pode tornar-se um.

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EXISTE ou EXISTEM muitas esperanças? Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias. EXPLICAR / JUSTIFICAR No dicionário Caldas Aulete, encontra-se "Explicar" com o significado de tornar inteligível ou claro; justificar [...] E "justificar", demonstrar a inocência de, dar ou reconhecer por inocente, desculpar. No Michaelis lê-se: "Explicar": tornar claro ou inteligível; aclarar; explanar; fazer-se compreender; justificar [...] E "Justificar": declarar justo, demonstrar ou reconhecer a inocência de; absolver; desculpar; explicar com razões plausíveis [...]. Pelo uso comum, os dois verbos até poderiam ser considerados sinônimos. Na prática, entretanto, é preferível fazer a conhecida distinção: se você quer esclarecer, explica; se você quer ser inocentado, justifica. Só assim é possível entender a tal história do "explica, mas não justifica", ou seja, "dá para entender, mas não dá para desculpar". EXPRESSÕES é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente. FAZEM ou FAZ cinco anos? Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. Fazia dois séculos. HÁ ou A? Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, pode-se escrever há ou a, nas seguintes situações: Há – quando o espaço de tempo já tiver decorrido e puder ser substituído por faz. Ex.: Ela saiu há dez minutos. (Ela saiu faz dez minutos). Há muitos anos atrás... é uma frase redundante, afinal, há já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente “há muito anos”, ou “muitos anos atrás”. A – quando o espaço de tempo ainda não transcorreu, ou (se não tiver transcorrido) não puder ser substituído por faz. Ex.: Ela voltará daqui a dez minutos. Estamos em novembro de 2000, portanto, a quase dois mil anos do nascimento de Cristo. HAJA VISTO ou HAJA VISTA? Deve-se empregar a expressão "haja vista", já que a palavra "vista", neste caso, é invariável. Haja vista significa "por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista". Compare: quando se usa a expressão "tendo em vista", ninguém diz "tendo em visto". Então, não esqueça: haja vista = tendo em vista. Exemplos: Haja vista o grande evento deste domingo. Haja vista os concursos deste ano. HAVER ou TER? Embora seja o verbo ter largamente usado na fala diária, a gramática não aceita a substituição do verbo haver por ter. Deve-se dizer, portanto, não havia mais pão na padaria. Obs.: Não tenho nada a ver com isso (e não haver com isso). Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. HORAS: COMO ESCREVÊ-LAS Existe uma convenção internacional, da qual o Brasil é signatário, que estipula o seguinte: o símbolo de hora é "h"; o de minuto é "min". Assim, deve-se escrever: "O jogo começará às 21h30min", "A reunião começou às 7h". Sempre com os numerais e letras juntos. Quanto à abreviação de horas e minutos, a grafia correta é esta: 13h10min. Pode-se ainda usar a forma digital, porém sem os símbolos h e min. Toda vez que disser “É meio-dia e meio" você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora. O dia começa a 0 hora e termina às 24 horas. A madrugada vai de 0 hora às 6 horas; a manhã, das 6 horas às 12 horas (ou meio-dia); a tarde, das 12 horas às 18

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horas; a noite, das 18 horas às 24 horas. Em horas quebradas, use 12h45min ou então 15h24min, e daí por diante. Tempos marcados são escritos assim: 2h10min36s356. Quando houver diferença de fuso horário, diga "às 21 horas de Paris (16 horas de Brasília)". HOUVERAM ou HOUVE muitos acidentes? Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. Significa que não tem sujeito. Consequentemente, não há com quem o verbo concordar, devendo ficar na terceira pessoa do singular, esteja sozinho ou formando locução verbal com verbo auxiliar, que também deverá ficar na terceira pessoa do singular. Por exemplo: Poderá haver muitas reclamações, e não "poderão haver". Outros exemplos: � Há duas semanas que não o vejo. � Deve haver duzentas pessoas esperando. � Poderá haver complicações legais. Segue o verbo haver e sua conjugação nos devidos tempos verbais.

Presente do Indicativo hei, hás, há, havemos, haveis, hão.

Presente do Subjuntivo haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.

Imperativo Afirmativo há, haja, hajamos, havei, hajam.

Imperativo Negativo não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam.

Pretérito Perfeito do Ind. houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram.

Pret. Mais-que-perfeito do Ind houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram.

Futuro do Subj. houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.

Pretérito Imperfeito do Subj.

houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem.

Futuro do Presente haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão.

Futuro do Pretérito haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam.

Infinitivo Pessoal haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem.

Pretérito Imperfeito do Ind. havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam.

Formas Nominais haver, havendo, havido.

IMPLANTAR / IMPLEMENTAR Implantar: dar início. Exemplo: É um sistema novo que ainda não foi implantado na empresa. Implementar: desenvolver, pôr em prática. Exemplo: Os projetos já estão aprovados. Falta só implementá-los. JUNTO Atualmente, está se empregando a palavra "junto" de maneira totalmente imprópria. "Junto" significa "pegado, anexo, unido, ao lado": "Junto à minha rua havia um bosque, que um muro alto proibia [...]". Vejamos os exemplos a seguir: "Ele está negociando um empréstimo junto ao banco"; "Ela está discutindo a questão junto ao Ministério da Fazenda"; "O Vasco comprou o jogador junto ao Flamengo". Nada disso é correto. Nas frases do parágrafo anterior, o correto é: "Ele está negociando um empréstimo com o banco"; "Ela está discutindo a questão com o Ministério da Fazenda"; "O Vasco comprou o jogador do Flamengo". Também não é correta a expressão “junto com”.

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MAL ou MAU? Quando se usa mau? Você vai usar mau (com u) quando ele for substituível por bom. Veja: O garoto mau ausentou-se da festa. Você pode substituir por: O garoto bom ausentou-se da festa. O mau desse passeio é que não se pôde levar crianças. O bom desse passeio é que não se pôde levar crianças. Quem tem medo de lobo mau? Quem tem medo de lobo bom? E mal (com l) quando se usa? É comum ouvirmos o seguinte: mau com u é o antônimo (contrário) de bom, e mal (com l) é o antônimo de bem. Será só isso? Não, não é só isso. É isso também. Veja: Mal se grafa dessa forma quando for: 1- advérbio de modo (substituível por bem). Ex.: - O gerente falou mal./ O gerente falou bem. - A criança estava mal de saúde. / A criança estava bem de saúde. - O senhor idoso estava ouvindo mal. / O senhor idoso estava ouvindo bem. 2- conjunção subordinativa temporal (substituível por assim que). Ex.: - Mal me viram, puseram-se a reclamar. / Assim que me viram, puseram-se a reclamar. - As crianças, mal o viram, desataram a chorar. / As crianças, assim que o viram, desataram a chorar. - Mal começou a falar, o candidato foi vaiado estrepitosamente. / Assim que começou a falar, o candidato foi vaiado estrepitosamente. 3- substantivo. Ex.: A pobre infeliz sofria do mal de Alzheimer. O mal de Hansen foi, durante muito tempo, chamado de lepra. Aquela senhora treme muito porque sofre do mal de Parkinson. Que horror! Você só pensa em praticar o mal! Você sofre de amor? Desse mal eu não sofro. Meu mal é a credulidade; preciso ser mais maliciosa. Conforme se pode constatar, há apenas um caso para mau (com u), e três para mal (com l). É mais fácil, portanto, memorizar o mau: é escrito assim quando puder ser substituído por bom; nos demais casos, é escrito com l. Voltando ao mal. Quando se usa hífen depois dele? Mal só aceita hífen quando depois dele vier palavra começada por h ou vogal. Memorize assim: Fulustreca é mal-humorada (h) porque é mal-amada (vogal). Ex.: Mal-acabado, mal-acostumado, mal-agradecido, mal-ajambrado, mal-arrumado, mal-assombrado, mal-educado, mal-encarado, mal-entendido, mal-estar, mal-intencionado. Então, sem hífen: malcasado, malcheiroso, malconformado, malconceituado, malconduzido, malcriado, malfeito, malnascido, malnutrido, malparecido, malpassado, malquerer, malvestido, malvisto, malsucedido. MEIO - CONCORDÂNCIA DA PALAVRA Essa palavra pode aparecer com diversos valores e significados. - Em "Esse não é o melhor meio de resolver o problema", por exemplo, funciona como substantivo e significa "método", "modo", "maneira". Nesse caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será empregada no masculino. Outros exemplos: Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa. "Os fins justificam os meios." (MAQUIAVEL) - Em "Comprei meio quilo de feijão", é numeral fracionário e significa "metade de". Nesse caso, concorda em gênero e número com o termo modificado: "duas meias porções de batatas", "meia dúzia de laranjas", "meio litro de água mineral", "pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim", "ela só sabe dizer meias verdades". É nesse caso que se enquadram expressões como "meio-dia e meia", "duas e meia", "cinco e meia" etc. Em todas elas está implícito o substantivo feminino "hora", com o qual concorda o numeral fracionário "meia".

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Atenção para quando se usar "meio" com valor de advérbio, com o sentido de "um pouco", "um tanto", "mais ou menos". Sabe-se que advérbios não costumam apresentar variação de gênero (masculino/feminino) ou de número (singular/plural). Não se diz, por exemplo, algo como "Aquela mulher está muita cansada" ou como "A menina ficou muita nervosa", muito menos algo como "Elas pareciam muitas inquietas". Nos três casos, emprega-se a palavra "muito", que modifica um adjetivo ("cansada", "nervosa" e "inquietas", respectivamente) e, por isso, tem valor de advérbio e não apresenta variação de gênero e de número. Quando modifica um substantivo, "muito" varia ("Havia muitas mulheres na sala"; "Revi muitos amigos nesse encontro"). Quando funciona como advérbio, "meio" deve seguir o mesmo caminho que segue a palavra "muito", ou seja, não deve variar nos casos em que modifica um adjetivo: "Ela estava meio nervosa"; "Elas pareciam meio inquietas". META / OBJETIVO Segundo nossos dicionários, as duas palavras poderiam ser consideradas sinônimas. No entanto, no meio empresarial faz-se diferença entre "meta" e "objetivo": Meta: é um objetivo quantificado. Exemplos: "O objetivo é aumentar a venda dos nossos produtos". “A meta é aumentar em 20% a venda dos nossos produtos, ou vender mensalmente no mínimo x unidades do produto y”. "O objetivo do governo é acabar com o analfabetismo no Brasil". "A meta é acabar com o analfabetismo até o fim do ano 2005”. OBRIGADA / OBRIGADO Fala-se obrigado / obrigada de acordo com o sexo da pessoa que está, na verdade, agradecida. No plural: obrigados / obrigadas. Cláudio Moreno afirma que nas repostas pode-se usar: "por nada", "de nada", "não há de quê" - que são, na verdade, respostas à frase completa, pois estou afirmando que o outro não me deve nada pelo que fiz, ou seja, ele não tem por que se sentir obrigado a mim. Outros linguistas, porém, assinalam que é somente correto usar "por nada" e "não há de quê", porque a resposta tem o seguinte sentido: Obrigado por nada (e não obrigado de nada). O MESMO Para os gramáticos mais rigorosos, existe erro em usar o vocábulo "mesmo" para substituir termos expressos anteriormente numa oração. Só se poderia usar a palavra "mesmo" como pronome de reforço. É comum hoje em dia encontrar a palavra mesmo sendo empregada para substituir outra palavra. Vejam-se os seguintes exemplos: Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo está parado no andar. Relatei o fato ao delegado e o mesmo irá instaurar o inquérito. Na linguagem culta, mesmo não deve ser empregado para substituir outra palavra. Dessa forma, as frases acima, devem ser escritas assim: - Antes de entrar no elevador, verifique se ele está no andar. - Relatei o fato ao delegado e ele irá instaurar o inquérito. Outros exemplos: Espera-se que os deputados empenhem-se nos trabalhos das diversas comissões, fazendo com que os mesmos sejam resolvidos o mais rápido possível. (incorreto) Eu mesmo (= eu próprio) fiz este trabalho. (certo) Ela mesma (= ela própria) resolverá o problema. (certo) Eles feriram a si mesmos (= a si próprios). (certo) Atente-se, nessa circunstância, que a palavra "mesmo" varia de acordo com o termo modificado. Entretanto, devido ao uso consagrado, muitos estudiosos da língua portuguesa já aceitam o uso do "mesmo" como pronome substantivo (substituindo um termo anterior). É recomendável, porém, evitar o uso do pronome "mesmo" em lugar de algum termo já expresso. Ainda que não seja erro, caracteriza pobreza de estilo. Muitas vezes usa-se a palavra "mesmo" porque falta vocabulário ou porque não se sabe usar outros pronomes.

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MESMO / IGUAL Mesmo: o próprio, análogo. Exemplo: Estamos com o mesmo problema do ano passado. (= É um problema só. Significa que o problema do ano passado não foi resolvido). Igual: com o sentido de outro. Exemplo: Estamos com um problema igual ao do ano passado. (= É outro problema, com as mesmas características do problema do ano passado). ONDE, AONDE E DONDE ONDE: É empregado em situações estáticas. Ex.: Onde moras? O local onde se situa a Praça da República. Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. AONDE: É empregado em situações dinâmicas (com verbos de movimento). Ex.: Aonde vamos? Aonde corres com tanta pressa? DONDE: Pode indicar procedência, causa ou conclusão. Ex.: Donde vens? Ele passou muito bem no vestibular, donde se conclui que deve ter estudado bastante. PALAVRAS ESCRITAS SOMENTE NO PLURAL Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Ex.: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorroidas etc. As palavras "saudade" e "ciúme", para muitos puristas, não deveriam ser usadas no plural. De qualquer maneira, diga "a saudade" ou "as saudades"; "o ciúme" ou "os ciúmes". PARA EU ou PARA MIM? Usa-se para eu (para tu), quando o eu (tu) é sujeito (geralmente seguido de um infinitivo). Ex.: Empresta-me este livro para eu ler. Este trabalho é para tu realizares. Usa-se para mim (para ti), quando, após essa expressão, não existir verbo (ou, em estando ali o verbo, o pronome não for o seu sujeito). Ex.: Empresta este livro para mim. Este trabalho é para ti. Lembre-se: MIM nunca faz nada, portanto MIM não pode ser sujeito. PARTÍCULAS "ATÉ" E "NEM" Até é uma partícula que traz a idéia de inclusão. Exemplo: Até o diretor estava presente no show dos alunos. Nem deve ser usado quando houver idéia de exclusão. Exemplo: Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona. PERCA / PERDA Perda: tem, entre outros, o sentido de "ato de perder", "prejuízo", "dano". Exemplo: Por causa das fortes chuvas, foram muito grandes as perdas dos agricultores. Perca: é a forma do verbo "perder". Exemplo: Espero que você não perca a paciência. Alguns dicionários chegam a registrar "perca" como sinônimo de "perda", com a ressalva de que se trata de uso popular. Em linguagem culta, não convém empregar expressões como "perca de tempo", "as percas foram grandes" etc. PERGUNTAR / QUESTIONAR Perguntar não é questionar. "Pergunta-se" quando se quer saber alguma coisa, e "questiona-se" quando se põe algo em dúvida. Exemplos: - Os alunos perguntaram ao professor quando seriam realizadas as provas. - O novo sócio daquela empresa questionou a validade dos contratos firmados. Observação: só a coisa pode ser perguntada, pois quem pergunta, pergunta alguma coisa (= objeto direto) a alguém (= objeto indireto). Isso significa que, na voz passiva, só a coisa pode ser perguntada. Exemplos: O deputado foi perguntado sobre o desvio de verbas públicas (errado) Ao deputado foi perguntado... (certo).

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PORCENTAGEM ou PERCENTAGEM? PORCENTUAL ou PERCENTUAL? Ambas as formas estão corretas. Atenção para os plurais: 80% votaram, mas 80% do eleitorado votou. 1% votou. 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado abstenha-se de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles prefere fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível. POR UM LADO / POR OUTRO... A expressão “por outro lado” pode ser usada, “isoladamente”, como elemento de transição que é. Sabe-se que um dos recursos para dar conexão entre ideias é o uso das chamadas partículas, locuções ou expressões de transição. São elas que permitem encadear de maneira coerente vários enunciados. Veja-se um exemplo prático:

Como expusemos anteriormente, na década de 1910 o Estado chamava para o espaço escolar as camadas pobres da população, incluindo os negros. Por outro lado, a inclusão dos negros na escola deveu-se em alguns casos a uma oportunidade apadrinhada. O caso mais conhecido é o do poeta catarinense Cruz e Sousa.

Tanto é uma expressão a ser usada por si mesma que ela tem substitutos ou equivalentes:

De outra parte... Por seu turno... Por sua vez.... Por seu lado / De outro lado De outro ponto de vista... Sob outra perspectiva...

No tocante ao paralelismo, o que na verdade não pode ocorrer é usar "por outro" (sem a palavra lado) sem colocar um "por um lado" anteriormente. Nem tampouco se pode dizer “por um lado” esquecendo-se do correspondente “por outro (lado)”. Seguem dois exemplos de pontuação usada com ambas as expressões. Note-se que elas não precisam ficar necessariamente entre vírgulas.

Essa prática tem suas raízes históricas nos critérios estéticos neoclássicos impostos de um lado pela Missão Francesa (1816) e, de outro, pelo ensinamento de artes e ofícios (1549 a 1780) desenvolvido pelos jesuítas. Ao longo dos anos 80 ocorreu a consolidação da sistemática da avaliação: por um lado, foram introduzidos aprimoramentos nos formulários de obtenção de dados, bem como sua progressiva informatização, foram criadas comissões de especialistas, etc.; por outro, a instituição oficial passou a consultar as áreas de conhecimento para obter indicações de nomes.

PRÁ ou PRA? Pra é redução de "para + a", não tendo acento gráfico, porque se trata de monossílabo átono. Exemplo: "Pra frente, Brasil!" QUANTIA / QUANTIDADE Emprega-se quantia para somas em dinheiro e quantidade para os demais casos. Ex.: Como prêmio recebeu a quantia de dez mil reais. A quantidade de carros aumenta dia a dia. REFUTAR / REJEITAR - Refutar: contestar. Exemplo: Os alunos refutaram os argumentos do diretor. - Rejeitar: negar, não aceitar. Exemplo: A nossa proposta de um novo curso foi rejeitada.

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RETIFICAR OU RATIFICAR? Não esqueça: retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar. Ex.: “Ratifico o que disse e retifico meus erros”. SEÇÃO, SESSÃO, CESSÃO - Seção significa divisão, repartição. Sessão equivale ao tempo de uma reunião, função. Cessão é verbo (ceder). Assim, Seção Eleitoral, Seção de Esportes, Seção de brinquedos; Sessão de cinema, Sessão de pancadas, Sessão do Congresso, Cessão de ingressos, Cessão de bens. SIC Normalmente, essa palavra, de origem latina, é vista em declarações de alguém nos jornais, onde aparece entre parênteses (sic), e significa "assim", "desse modo", "exatamente assim", "assim mesmo". O emprego desse termo serve para mostrar ao leitor que foi "desse modo" que a pessoa falou por mais que pareça estranho ou errado. Na verdade, acaba tendo tom irônico, sarcástico, pois torna clara a intenção do redator de chamar a atenção para uma barbaridade (ou erro) que alguém disse ou escreveu. SICLANO ou SICRANO? O correto é "sicrano", e sempre com a letra inicial maiúscula, assim como "fulano" e "beltrano". Trata-se de expressão utilizada quando não se quer determinar ou nomear seus sujeitos: “Fulano, sicrano ou/e beltrano”. SOMATÓRIA ou SOMATÓRIO? O correto é somatório. TAMPOUCO / TÃO POUCO Use tampouco no lugar de também não: Não foram feitas perguntas, tampouco (também não) foram tiradas fotografias. Use tão pouco quando couber plural: Ele tinha tão pouco tempo. / Ele tinha tão poucos amigos. TER diferente de EXISTIR Errado: Certo: “Não tem de quê” “Não há de quê” “Não tem lugar” “Não há lugar” “Não tem nada na gaveta” “Não há nada na gaveta” TER QUE ou TER DE? Há diferença no sentido entre uma expressão e outra: Ter de: expressa obrigação, dever, imposição; aparece associado a fato irrecorrível ou inescapável. Exemplos: - Eu não queria ir embora ainda, mas tenho de ir já, ou não chegarei a tempo. (tenho de = preciso, devo) - Um dia todos teremos de morrer. (queiramos ou não) - Se eu aceitar o cargo, terei de submeter-me a um período de treinamento? (terei de = serei obrigada) Ter que: aparece quando há escolha, quando há alternativa; serve para enumerar ou informar. Exemplos: - Tenho muito que dizer. (não há implicação de desagrado ou de imposição: direi de livre e espontânea vontade muita coisa). - Você ainda tem muito que ler? (quero saber o volume de leitura que ainda há pela frente, para calcular a que horas você poderá jantar conosco). TV A CORES ou TV EM CORES? O correto mesmo é dizer televisão em cores, assim como se diz TV em preto-e-branco (e não TV a preto-e-branco). Da mesma forma verifica-se, em situações similares, a preposição em:

- O cartaz foi feito em várias cores.

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- Apareceram milhares de votos em branco. - As paredes serão pintadas em quatro tons, mas em uma cor só. - Em quantas cores você quer o folheto?

UM AGRAVANTE ou UMA AGRAVANTE? A palavra "agravante", como substantivo, é do gênero feminino. Exemplo: O fato de João dirigir alcoolizado é uma agravante no caso de um acidente. O mesmo acontece com a palavra "atenuante". Exemplo: O advogado alegou a existência de algumas atenuantes, para justificar o pedido de redução de pena de seu cliente. UM TANTO QUANTO ou UM TANTO OU QUANTO? Jamais escreva "um tanto quanto", já que a forma correta é "um tanto ou quanto". Exemplo: Cristina está um tanto ou quanto aborrecida com o namorado. USO DA LETRA X Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe etc. Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar etc. Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher etc.) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro) etc.

CRASE Oriunda do grego, crase significa fusão, junção. Em português, ocorre a crase com as vogais idênticas a + a = à. Tal fusão é indicada pelo acento grave. CASOS EM QUE SEMPRE OCORRE CRASE Com a fusão da preposição a com: - o artigo feminino a ou as: Fui a a feira. Fui à feira. - Retornamos a as praias. Retornamos às praias. - o a dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo: Fui a aquele lugar. Fui àquele lugar. - o a do pronome relativo a qual e flexão (as quais): A cidade a a qual nos referimos fica longe. A cidade à qual nos referimos fica longe. - o pronome demonstrativo a ou as (= aquela, aquelas): Esta caneta é semelhante a a que me deste. Esta caneta é semelhante à que me deste. Ocorre ainda a crase quando estiver subentendida a expressão “a moda de”, mesmo diante de palavra masculina. Ex.: Filé à (moda de) Camões. Sapatos à (moda de) Luís XV. Serviu arroz à grega no jantar. (= à maneira dos gregos). Eles estão vestidos à italiana. (= à moda dos italianos). A sala de visitas foi decorada com móveis à Luís XV. As palavras terra e casa são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da palavra casa (lar) só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não ocorre a crase. Ex.: cheguei a casa antes de todos. Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier acompanhada de um modificador. Ex.: Os marinheiros voltaram a terra. Os marinheiros voltaram à terra natal. Com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase. Ex.: Os astronautas voltaram à Terra.

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O acento indicativo de crase é obrigatório: a) nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas em que aparece a ou as. À direita. À esquerda. Adverbiais: à parte; à disposição; à distância; à custa; às pressas; às vezes; às escondidas; às claras. Prepositivas: à procura de; à espera de; à roda de; em frente à; à beira de. Conjuntivas: à medida que; à proporção que. b) na indicação de horas: Ex.: O avião pousará às quinze horas. Das 8 às 18 horas. CASOS DE CRASE FACULTATIVA Pode ou não ocorrer crase: a) diante de nomes próprios femininos. Ex.: Contei à (a) Lúcia o desfecho do livro. b) diante de pronomes possessivos femininos. Ex.: “Entra o sol, gato amarelo, e fica à (a) minha espreita, no tapete claro” (Mário Quintana). Observação: sabe-se que a crase está condicionada ao uso simultâneo da preposição A com o artigo A; portanto, para ocorrer a crase é preciso que a palavra anterior [um verbo ou um nome] exija a preposição A e o substantivo posterior – que será obrigatoriamente feminino, explícito ou não – admita a presença do artigo definido. Consequentemente, se trocarmos a prep. PARA por A, não aparecerá o acento: Disse a minha mãe que voltaria cedo. Entretanto, outros leitores traduziriam esse “a minha mãe” por “para a minha mãe”, o que pressupõe a coexistência da preposição com o artigo definido. Nesse caso, escreve-se com o acento indicativo de crase: Disse à minha mãe que voltaria cedo. Conclusão sabida e regra repetida: o uso da crase antes do pronome possessivo é facultativo. Quer dizer, pode-se omitir o acento que não fica errado. Mas é altamente recomendável usá-lo, pois evita ambiguidades, sobretudo depois de verbos, veja:

Favor anexar a sua declaração de isento a sua identidade. Anexar o que a quê? Deixemos claro:

Favor anexar à sua declaração de isento a sua identidade. Favor anexar a sua declaração de isento à sua identidade. Favor anexar a sua identidade à sua petição. Anexamos à petição o documento solicitado.

A crase, aliás, é sempre motivo de clareza. Também fica melhor: À SUA ESCOLHA [título de reportagem sobre imóveis à venda]

O Natal bate à sua porta [propaganda na TV sem o acento!] Dobre à sua direita.

A bem da verdade, esse tipo de crase só deveria ser dito “facultativo” em relação às regiões do Brasil, já que em alguns estados não se usa o artigo definido diante do possessivo. Ali as pessoas normalmente dizem: “de minha mãe, de meu pai, minha amiga, para/a minhas tias”, o que em tese as desobrigaria do “a craseado”. Já em outros lugares o artigo definido é usual: “da minha mãe, do meu pai, com a minha amiga, para as minhas tias”. Essa situação enseja o emprego de à/às: Refiro-me à minha amiga e às minhas tias, por exemplo, em vez de a minha amiga e a minhas tias. CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE a) Diante de substantivo masculino. Ex.: Ela gosta de andar a pé. b) Diante de verbos. Ex.: Estávamos prestes a sair de casa. Contas a pagar. Contas a receber. c) Diante de artigo indefinido e pronome indefinido. Ex.: Suas observações fizeram-me chegar a uma conclusão. Não conte isso a ninguém. d) Diante de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo e de alguns pronomes de tratamento que repelem o artigo. Ex.: “Peço a ela que me traga um copo d’água” (Mário Quintana).

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“[...] Eu estava tão presa a ti, que não sabia [...]” (Manuel Bandeira). O juiz cedeu o terreno a Vossa Senhoria. e) Quando um a no singular encontra-se diante de palavra no plural, fornecendo à expressão um sentido genérico. Ex.: Gostava de assistir a óperas. f) Nas expressões formadas por palavras repetidas. Ex.: frente a frente, cara a cara. REGRA PRÁTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DA CRASE • Para comprovar se deve ou não usar o acento indicativo de crase, substitua uma palavra feminina por uma palavra masculina, como no poema de Mário Quintana: “O poeta dá hesitações às folhas” (O poeta dá anseios ao vento). Se resultar na contração ao (a + o), o uso do acento grave será necessário. • Para saber se um nome de lugar aceita ou não o artigo a diante dele, elabore uma frase com um nome de lugar e os verbos vir ou voltar. Caso seja obtida a contração da (de+a), o artigo se faz necessário. Caso seja obtida somente a preposição de, o nome do lugar repele o artigo. Ex.: Vou à China: quero conhecer o mais populoso pais do mundo! (Volta da China). Vou a Paris em minhas férias (Venho de Paris).

PALAVRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

MAIÚSCULAS: empregam-se letras maiúsculas nos seguintes casos: a) nomes próprios (incluindo pessoas, cidades, países, acidentes geográficos, logradouros

públicos, títulos de obras, fatos históricos ou comemorativos, nomes de ciências, nomes de agremiações ou repartições etc.);

b) nomes que expressam conceitos políticos ou religiosos. Ex.: Estado, Igreja etc.; c) começo de citações (discurso direto). Ex.: O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, inicia

assim: “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes”; d) nomes que designam altos postos. Ex.: Presidente da República, Governador do Estado,

Secretário da Fazenda etc. – em correspondências; e) nomes de pontos cardeais. Ex.: “Durante o período da Guerra Fria, uma aproximação entre o

Oriente e o Ocidente era algo remoto. Os estados do Norte são maiores e menos populosos que os do Sul”.

f) expressões de tratamento e formas a ela relacionadas. Ex.: Meritíssimo Senhor Juiz, Vossa Reverendíssima, Excelentíssimo Senhor Presidente da República etc.

MINÚSCULAS: empregam-se letras minúsculas nos seguintes casos: nomes de meses; nomes de dias da semana; nomes das estações; nomes gentílicos (Ex.: gaúchos, brasileiros, argentinos etc.); nomes de línguas (Ex.: alemão, espanhol, inglês etc.); nomes de festas populares (Ex.: “Iremos a vários bailes de carnaval”); nomes de pontos cardeais (quando não caracterizados regionalmente - Ex.: “Percorreu os Estados Unidos de sul a norte”.); partículas monossilábicas e átonas no meio de nomes próprios (Ex.: Associação dos Caixeiros Viajantes, Incidentes em Antares, Cruz e Sousa); enumeração, exemplificação, complementação e conclusão após dois pontos. (Ex.: “Tinha duas virtudes: a bondade e a humildade”.)

ABREVIAÇÕES

Abreviação é um conceito genérico que abrange a abreviatura, a sigla e o símbolo. ABREVIATURA é a redução (seguida de ponto) da palavra por sua letra inicial, das sílabas iniciais ou das letras iniciais, médias ou finais. Ex.: Dec. (Decreto); Sr. (senhor); S.A. (Sociedade Anônima). As abreviaturas dos meses são feitas com três letras [maio, por ter apenas 4 letras, não precisa ser abreviado] e pode-se usar o ponto abreviativo ou não: janeiro – jan. ou jan; fevereiro – fev. ou fev; março – mar. ou mar; abril – abr. ou abr; maio – mai. ou mai (ou maio mesmo); junho – jun. ou

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jun; julho – jul. ou jul; agosto – ago. ou ago; setembro – set. ou set; outubro – out. ou out; novembro – nov. ou nov; dezembro – dez. ou dez. SIGLA é formada pelas letras ou sílabas iniciais dos nomes próprios. Na sigla, não se usa ponto abreviativo. Ela pode formar palavras derivadas. Ex.: Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS); Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (celetista). Como norma, observe os seguintes critérios: - as siglas formadas por até três letras são grafadas em maiúsculas. PPS, CBF, ONU, OAB etc.; - as siglas com mais de três letras devem ser grafadas com inicial maiúscula: Incra, Unesco etc. Exceção: se, porém, as siglas formadas por mais de três letras não puderem ser pronunciadas como uma palavra, também se grafarão em maiúsculas: ABNT, INSS, BNDES, CNBB etc. SÍMBOLO é um sinal que representa uma palavra. É usado sempre no singular e sem ponto abreviativo. Ex.: m (metro); g (grama); h (hora); min (minuto).

USO DOS PORQUÊS

A palavra porque, conforme sua posição e seu significado na frase, aparece escrita de

quatro maneiras distintas.

1) POR QUÊ Significa por qual motivo É usado antes de um ponto-e-vírgula ou dois pontos, ou no fim da frase, antes de um ponto. Ex.: Você está feliz por quê? Ela está zangada, mas eu não sei por quê. 2) PORQUÊ Significa motivo ou indagação. Está substantivado e admite artigo ou pronome adjetivo. Ex.: Não sei o porquê de teu entusiasmo. Estavas procurando resposta aos teus porquês. 3) PORQUE Significa porquanto, por causa que, pois. Quando pode ser usado em lugar de por causa que, introduzindo uma explicação, uma causa ou uma consequência. Ex.: Apurem o passo, porque o ônibus vem vindo. Sou feliz porque me ouves. Porque era distraído, riam dele. O sol devia estar forte, porque voltastes bem bronzeada. 4) POR QUE Significa por que motivo, pelo qual, o motivo pelo qual. Ex.: Afinal chegou o dia por que tanto esperei. Então por que não falas claramente? Daí por que estamos tristes. Obs.: nas perguntas usa-se sempre Por que (separado) e nas respostas Porque (junto).

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PRONOMES DEMONSTRATIVOS

O emprego dos pronomes demonstrativos este, esse, aquele, isto, isso, aquilo (e as flexões possíveis para o feminino e o plural) obedece ao seguinte esquema:

Pronome Demonstrativo

Pessoa Espaço Tempo

Este Esta Isto

1a (eu, nós) FALANTE Isto é meu.

Situação próxima AQUI

Este bule é de prata.

Presente

Este veraneio está ótimo. Esse Essa Isso

2a (tu, vós, você)

OUVINTE

Tira esse casaco.

Situação intermediária

Isso aí deverá ser transportado com

cuidado.

Passado ou futuro próximo Há pouco tempo, estive em Canela; nessa ocasião, pude verificar, mais uma vez, a beleza do lugar. Depois de amanhã, Bruna chegará; nesses poucos dias, poderemos mostrar-lhe como ficou a reforma da casa.

Aquele Aquela Aquilo

3a (ele, eles) ASSUNTO

Aquele sujeito é teimoso.

Situação distante. ALI, LÁ

Trouxemos aquela bagagem toda.

Passado remoto Naquele tempo, não havia os

perigos que há hoje. Além disso, é importante gravar: Emprego em relação ao discurso:

• o que vai ser mencionado: este. Ex.: É isto que eu digo sempre: cultura é fundamental. [o pronome está antes dos dois pontos]. Nosso vizinho vive repetindo este provérbio: "Casa de ferreiro, espeto de pau";

• o que se mencionou antes: esse. Ex.: A segunda parte do trabalho dispõe sobre a marginalidade social. É nesse capítulo / nessa parte / nesse ponto que se discutem os desvios verificados nas instituições pesquisadas. É possível comer manga e tomar leite junto? Melancia com vinho faz mal? Disso tratam os autores no fim do artigo; Cabe mencionar ainda que no Brasil as editoras, principalmente, não estão sendo demasiadamente rigorosas com o uso dos demonstrativos (a não ser na questão de lugar e tempo), porque no aspecto de ‘localização do discurso’ muitas vezes a distinção entre o que é ‘mencionado anteriormente’ e o que é ‘lugar/tempo’ é pouco perceptível. Por exemplo, num texto em que vários artigos de lei estão sendo citados, o autor pode preferir dizer este artigo ao se referir a um já citado (quando então usaria esse artigo) porque ele está justamente tratando "deste último", do mais próximo (lugar), do que está presente naquele momento (tempo).

• entre dois ou três fatos citados: • o primeiro que foi citado: aquele • o do meio: esse • o último citado: este

Exemplos: Houve uma guerra no mar entre corsários de França e Inglaterra: estes [desnecessário dizer que são os corsários ingleses] venceram aqueles. Música de câmara e ópera são as suas preferidas: esta, porque mexe com seus sentimentos; aquela, pelos efeitos relaxantes.

Uma questão de clareza - É bastante comum o uso de este/esta no lugar do pronome pessoal ele/ela como referência à coisa mais presente, mais à mão, mais próxima (embora já

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apresentada), quando na oração anterior aparecem outros substantivos que poderiam ser referidos pelo mesmo pronome pessoal, o que poderia confundir o leitor. Exemplos:

• Quando o rei D. João V faleceu e D. José ocupou o trono, este recorreu a Sebastião José para ser Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros.

São dois antecedentes masculinos. Com ‘ele’ no lugar de ‘este’, à primeira vista poderíamos pensar ter D. João V, e não D. José, nomeado Sebastião José (o Marquês de Pombal) ministro.

• Há necessidade de romper com o conhecimento do passado e, em consequência dessa ruptura, torna-se inevitável a retificação da linguagem para que esta se torne adequada à nova ciência.

O pronome ‘ela’ no lugar de ‘esta’ não nos permitiria saber se o autor estava fazendo referência à ‘linguagem’, ‘retificação’ ou ‘ruptura’. Quando os substantivos antecedentes pertencerem a número e gênero diversos ou quando não houver ambiguidade na frase, é melhor, mais adequado e correto usar o pronome pessoal ele(s) ou ela(s) em vez do demonstrativo:

• Bachelard, no que se refere à necessidade de superação de obstáculos, alerta que eles não têm origem externa ao ato de conhecer. [e não ‘estes’]

• Essa concepção de ensino não constitui novidade, a ponto de certos autores aludirem a ela como um aforismo. [desnecessário dizer ‘esta’]

• O metal, aquecendo-se progressivamente com o aumento da corrente, deve derreter quando ela ultrapassar 10% de um valor prescrito.

Mais um detalhe: ao se referirem a elemento anterior mais próximo, os pronomes este(s) / esta(s) são encontrados também em combinação com o termo ‘último’: preocupa-se o autor com a escrita como processo, e não como literatura ou como texto a ser linguisticamente analisado. Aliás, neste último caso não se leva em consideração o tipo de processo...

PRÓCLISE, MESÓCLISE, ÊNCLISE - Próclise Pronome tem colocação antes do verbo: Eu te amo. Atraem o pronome: - palavras de sentido negativo: Não me esqueças. Jamais te enganei; - pronomes relativos: O ator que me chamou a atenção foi aquele; - pronomes indefinidos: Tudo me faz crer em você. Alguém te telefonou; - pronomes demonstrativos: Isto me incomoda. Aquilo te diz respeito; - palavra ambos: Ambos te encontraram; - conjunções subordinativas: Quando me chamara, era tarde; - advérbios não seguidos de vírgula: Aqui me sinto bem. Agora a vejo melhor; - gerúndio precedido da preposição em: Em se tratando de você... - frases optativas com sujeito antes do verbo: Deus te proteja; - frases exclamativas, iniciadas por expressões exclamativas: Como te exibes! - frases interrogativas iniciadas por vocábulo interrogativo: Quem te falou? Próclise e pronomes pessoais do caso reto: embora o pronome pessoal do caso reto não tenha força atrativa, é recomendável a próclise para evitar o preciosismo (emprego desnecessário de vocábulos de “baixa frequência” (palavras de significado desconhecido da maioria das pessoas), arcaicos ou em língua estrangeira ou ainda qualquer forma afetada de expressão verbal) da mesóclise. - Mesóclise Usa-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente (fato imediato e certo: Comprar-te-ei os ingressos.) ou no futuro do pretérito quando a próclise não for obrigatória (contar-se-iam histórias, se fosse possível). - Ênclise Posição ocupada pelo pronome oblíquo átono, quando esse se encontra depois do verbo. - imperativo afirmativo: Levanta-te depressa! - infinitivo pessoal: Esperá-lo não custa.

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- gerúndio: Vendo-nos, surpreendeu-se. - orações que vêm depois de uma vírgula: Como era o coordenador, ofereceu-nos dois ingressos. - iniciando frases: Falei-lhe. Mostrei-lhe a blusa.

SINAIS DE PONTUAÇÃO

Pontuação é o conjunto de sinais gráficos destinados a indicar pausa mais ou menos acentuada de caráter objetivo, subjetivo ou distintivo. Uma das funções mais importantes da pontuação é tornar as orações e os períodos mais fáceis de ler. Toda frase mais ou menos longa deve merecer leitura atenta, para que a pontuação seja usada de modo correto. Noções básicas Não se separam os termos essenciais (sujeito, objetos e predicativo) com nenhum sinal de pontuação: Nós compramos a casa. Já os termos acessórios normalmente são separados por vírgulas. Ex.: Nós, empresários, compramos a casa. O Brasil, país do futuro, precisa descobrir o presente. Os advérbios podem ser separados ou não, é questão de estilo; o mais comum é separar os advérbios mais longos ou que se deseja enfatizar: Segue anexo o material solicitado. Ou: Segue, anexo, o material solicitado. A empresa puniu, de maneira absurda e desnecessária, os funcionários em greve. Advérbios deslocados para o início do período podem ser separados por vírgula. Ex.: Anexo, apresentamos os cheques. Anexo apresentamos os cheques. Porém, quando totalmente deslocados das suas posições, os advérbios devem ficar entre vírgulas. Ex.: Nós todos, periodicamente, precisamos fazer sérios exames de consciência. - PONTO (final, de interrogação e exclamação) Sinal utilizado para encerrar frases declarativas. É o sinal que indica a pausa de maior duração. As pessoas, em geral, mostram a tendência de evitar o uso do ponto, preferindo ajuntar em um só período várias orações, ligando-as por conectivos (e, que, se, porque etc.) e o resultado é desastroso. É utilizado ainda para indicar a abreviatura de palavras (denominado ponto abreviativo). Não se deve usar o ponto quando ele fragmenta o período: dentro de um período, o ponto não pode ser usado se o que vem a seguir é um fragmento de frase. Aquilo que precede e segue o ponto deve ser sintaticamente completo. Exemplo: “Mário chegou à escola. Correndo até perder o fôlego”. Nesse caso, “correndo até perder o fôlego”, não pode ser separado da frase anterior, da qual é dependente. Também se deve distinguir o “ponto simples” do “ponto-parágrafo”. Há o ponto de fim de período e o ponto de fim de parágrafo. Esse é um aspecto importante, já que este último delimita a estrutura dos parágrafos. Há pessoas que escrevem uma redação sem nunca mudar de parágrafo. É difícil ler textos desenvolvidos num único parágrafo, pois eles não deixam o leitor tomar fôlego e dificultam perceber quando se está mudando de tema. Já os textos fragmentados não permitem que o leitor capte o fio do discurso. Deve-se usar o ponto simples quando o texto continua a tratar da mesma ideia do período anterior; o ponto-parágrafo utiliza-se sempre que o texto acaba de desenvolver uma ideia e inicia uma nova. - VÍRGULAS É um sinal de pontuação que indica uma pausa de pequena duração sem marcar o fim do enunciado. - Isolam acréscimos (apostos, vocativos, expressões exemplificativas e retificativas: aliás, isto é, por exemplo, ou seja, ou melhor etc.). Ex.: Arafat, o líder palestino, é um homem polêmico. Você, por exemplo, é um bom aluno. - Separam termos da mesma função sintática (ou orações) em sequência. Ex.: O rádio, o relógio, a TV, tudo quebrou ao mesmo tempo.

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- Antecedem as conjunções adversativas e conclusivas. Ex.: Ele iria à reunião, mas teve um problema. Lutou muito, pois nada tinha a perder. Vírgula depois de mas e porém. Usa-se vírgula para separar as orações coordenadas sindéticas ligadas pelas conjunções adversativas, conclusivas, explicativas etc. Eu queria falar, mas não conseguia. Cumprimos nossa obrigação, logo nada temos que temer. Não chore, que será pior. Vens, pois, anunciar-me uma desventura. A casa estava abandonada e, por isso, estava suja. Foram enumeradas as mais usadas: mas – senão – não só – mas também - que (= pois) – pois – porque – senão ainda – porém – contudo – entretanto – todavia – não obstante – logo – portanto – por conseguinte - por isso – porque – porquanto – de modo que - então - ora... ora - quer... quer - seja... seja etc. Observações. [1] - Use a vírgula antes e depois dessas conjunções, sempre que elas estiverem intercaladas na oração: Estava sem camisa; sentia, por isso, muito frio. [2] - Quando iniciarem frase, porém, contudo, todavia, no entanto e entretanto poderão ou não ser seguidas da vírgula: As roupas estavam caras. Contudo compramos algumas. [3] - Como sempre [mas] irá iniciar frases, não use, neste caso, vírgula: Diga o que quiser. Mas seja rápido. (e não: Mas, seja rápido.) Depois de "mas". Não se usa nunca vírgula depois da conjunção adversativa "mas": Mas eu não tinha a intenção de fugir... Mas você não é quem eu imaginava... Mas a lei não passou. [1] - Se houver, porém, uma oração intercalada entre o "mas" e o vocábulo seguinte, aí, sim, usa-se a vírgula: Mas, para dizer a verdade, eu não tinha a intenção de fugir... Mas, de qualquer forma, você não é quem eu imaginava... Mas, apesar de todos os votos a favor, a lei não passou. [2] - É recomendado o uso da vírgula depois das outras conjunções adversativas apesar, entretanto, contudo, todavia, porém: Porém, eu não tinha a intenção de fugir... Todavia, você não é quem eu imaginava... Entretanto, a lei não passou. A conjunção e é uma das partículas mais utilizadas no nosso idioma. Como tal, ela pode ser encontrada em várias situações: com vírgula antes ou depois e, mais frequentemente, sem vírgula. Tudo depende do caso. NÃO se usa vírgula com a conjunção e quando ela coordena ou liga os elementos de uma enumeração (indicação de coisas uma por uma), que pode ser formada por substantivos, pronomes, adjetivos, orações etc. O e justamente substitui a vírgula diante do último elemento da enumeração: - Fico satisfeito em ver matéria tão clara, objetiva, concisa, correta e informativa. - Produtos inovadores reduzem o colesterol, controlam a pressão arterial e tratam a depressão, entre outros efeitos. - Thompson era extremamente criativo e original, com seu estilo próprio e sua notável capacidade de interpretação e de crítica. - CEDAE – produzindo qualidade e distribuindo saúde. (Atenção: uma vírgula aqui não mudaria em nada o sentido da afirmação, mas seria excessiva). APARECE necessariamente uma vírgula antes ou depois da conjunção e na enumeração quando ali se coloca alguma intercalação. Nesse caso, a vírgula não tem relação direta com o e - ela está lá para fechar ou abrir o encaixe apenas. Abaixo, segue a enumeração ou soma sem a intercalação e com ela: - O Estado de São Paulo e a Fundesp firmaram convênio com vistas a formar pessoal.

O Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, e a Fundesp firmaram convênio com vistas a formar pessoal.

- Proceder de acordo com os arts. 2º e 12 da Lei 2.309/87.

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Proceder de acordo com os arts. 2º, § 1º, e 12 da Lei 2.309/87. - João Silva e sua mulher, Nair Silva, brasileira, professora, requerem...

João Silva, brasileiro, comerciante, residente na Rua X, e sua mulher, Nair Silva, brasileira, professora, requerem...

- Só beberam água e um cafezinho. Só beberam água, que faz tanto bem à saúde, e, no fim da festa, um cafezinho.

- Dividiu o bolo em fatias e distribuiu-as rapidamente. Dividiu o bolo em fatias e, pela pressa das crianças, distribuiu-as rapidamente.

Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja: 1- E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade - a sua hora e sua vez, como diria mestre Rosa - ficam num desespero de "aparecer", de "vencer", de "ser alguém". SER ALGUÉM - Rachel de Queiroz. 2- Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se pode matá-la - ainda - é a distância. SOGRA X SOGRA - Danuza Leão. 3- Como temos pouco poder e voz na arena internacional - e temos cada vez menos -, os maus resultados por fazer a coisa certa de maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo) permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos próprios ombros. [...] E seu governo, em vez de fazer certa a coisa - destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o crescimento -, optou por um choque de demanda: [...]. O Crescimento do Peru no pires - Marco Antonio Rocha – Estadão – 5-2-07. 4- IRONIA das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor - comemora-se neste 15 de março o Dia Internacional do Consumidor -, reduzir o rendimento das cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Balas perdidas contra o consumidor - Maria Inês Dolci - Folha – 13-3-07. 5- Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão eliminando infecções que são das causas mais frequentes de mortes - e com isso alongam a vida média das pessoas - coloca-se esta questão: a contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a vida? Washington Novaes - Estadão – 1º /2/08. Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória. - PONTO E VÍRGULA Marcam uma pausa mais longa que a vírgula e menor que a do ponto. Hoje, com a redação mais objetiva, é menos usado. Mas esse útil sinal gráfico é bastante usado em enumerações, leis e sequências ou para separar orações. Em síntese, o ponto e vírgula: 1 - separa os vários membros de uma enumeração descritiva ou narrativa: Em sua oração fúnebre, Péricles refere-se ao heroísmo dos combatentes mortos; à dor de suas mães; à gratidão dos sobreviventes e à necessidade de guardar a memória dos que morreram pela pátria. Anota Celso Luft que o ponto e vírgula “é inevitável, sobretudo entre os vários membros de enumeração e paralelismo cuja estrutura interna contenha vírgula”, como neste período: Participaram daquela reunião: Roberto M. Lacerda, 43 anos, que veio a ser reitor entre 72 e 76; Caspar Stemmer, engenheiro, mais tarde prefeito do campus, também reitor de 76 a 80; Ernani Bayer, hoje membro do CFE; Acácio Santiago, professor, e toda a equipe técnica. 2 - separa as orações adversativas (introduzidas por mas, porém, contudo, todavia, entretanto) e as conclusivas (logo, portanto, assim, então, por isso, consequentemente etc.), esteja subentendida ou explícita a conjunção, quando se quer fazer uma pausa maior do que vírgula: Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros. Era incrível a variedade dos adornos; contudo, a pessoa não gostou de nenhum. Há muitos modos de afirmar; há um só de negar tudo. [conj. adversativa implícita] As doses eram diminutas; tinham, portanto, de aguardar longo prazo pelo efeito.

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A natureza das relações sociais constitui a base do desenvolvimento das capacidades humanas; logo, das qualificações.

"Tinha a pedra na mão, mas já não era necessária; jogou-a fora." [conjunção conclusiva subentendida antes da última oração]

3 - separa os considerandos, incisos de leis ou decretos e os diversos itens de uma enumeração. Três exemplos: O Governador do Estado, Considerando que... ; Considerando que... ; Considerando, finalmente, que... , decreta Constataram os técnicos vários problemas: a) vazamento de água; b) ruptura da rede em três pontos; c) alteração do medidor. (Observação: não é obrigatório o uso da conjunção e entre o penúltimo e o último item) Art. 14. Os infratores das disposições desta Lei ficam sujeitos às seguintes sanções: I - notificação; II - multa; III - cassação do atestado; IV - embargo da obra. É importante observar que se usa letra minúscula depois de ponto e vírgula. A única exceção fica por conta dos Considerandos. Caso você opte pela inicial maiúscula em cada item/linha de uma enumeração, feche todos eles com o ponto final. - DOIS PONTOS - Marcam uma suspensão de voz em frase ainda não concluída. Introduzem discurso direto.

Nesse caso, usam-se letras maiúsculas. Ex.: Emocionado, o deputado gritou: “Não aceitarei mais a corrupção”.

- Introduzem explicações, enumerações, complementações etc.; nesse caso, usam-se letras minúsculas após os dois pontos. Ex.: O caso foi grave: os documentos foram fraudados.

- PARÊNTESES Os parênteses servem para intercalar em um texto explicações, indicações, comentários etc. Ex.: “O primeiro beijo (convém sabê-lo) não é dado com a boca, mas com os olhos”. Segundo o Professor Cláudio Moreno, essas observações, quando se usam os parênteses, são do próprio autor do texto. Podem ser usados travessões quando se deseja pausa forte. Usam-se os parênteses também em indicações bibliográficas. Ex.: (MACHADO, 1988, p. 3); para separar o latinismo sic, cuja função é demonstrar a fidelidade de uma declaração, como por exemplo: O governador anunciou que já não tem vontade própria (sic); para separar a sigla do Estado, quando se faz referência a uma de suas cidades: Mossoró (RN); para incluir letra, número ou sinal de caráter explicativo no texto: (a); (b); (1); (*). Porém, se a letra ou o número inicia o período, basta o segundo parêntese: a); b) 1) etc. - COLCHETES São usados quando se cita literalmente outro autor e suprime-se parte do texto. Ex.: “Um dia [...], despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: ‘Ladrões, ladrões, malditos ladrões!’” (Gibran Khalil Gibran). Ainda segundo o Professor Moreno, usam-se colchetes para assinalar uma intervenção nossa no que está sendo dito POR OUTREM! Eles assinalam uma intercalação de palavras minhas no texto de outra pessoa.

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- TRAVESSÃO X HÍFEN Há quem faça confusão entre hífen e travessão. O hífen é menor e só pode ser usado na separação das partes de uma palavra: decreto-lei, convenci-o, ex-diretor, na separação de sílabas. O travessão é maior, sendo usado na introdução de diálogos e para separar frases ou orações, substituindo vírgulas ou parênteses. O erro mais frequente é o que ocorre em relação aos espaços: o travessão requer espaço antes e depois, e o hífen o dispensa. O uso do hífen ficou mais fácil com o Acordo Ortográfico. Quando a palavra composta tiver elemento de ligação como A, DE, COM, QUE, o hífen deixa de existir. Veja alguns exemplos: água de coco, água de cheiro, água de goma, água de melissa, água de rosas, água de toalete, água que gato não bebe, água que passarinho não bebe, ama de leite, azeite de dendê, banho de cheiro, banho de igreja (casamento), cabeça de bagre, cabeça de burro, cabeça de casal, cabeça de porco (cortiço), cabeça de galo, cabeça de vento, cabo de guerra, caldo de cana, camisa de força, camisa de vênus, caminho de mesa, caminho de rato, capitão de corveta, capitão de fragata, capitão de longo curso, capitão do mato, cara de anjo, cara de bode, cara de freira, cara de bolacha, cara de enterro, cara de fome, cara de lua cheia, cara de pau, carne de ceará, carne de charque, carne de pescoço, (carne-de-vaca = alguma coisa corriqueira), café com leite, café com isca, café com mistura, café da manhã, café de duas mãos, carne de sol, dia a dia, fim de semana, fim de safra, fim de século, general de brigada, general de divisão, mão de finado (avarento), mão de leitão, mão de obra, mão de onze (ocasião decisiva), mão de padre (preguiçoso), mão de vaca, maria vai com as outras, mula sem cabeça, nariz de burro (garrucha com dois canos), nariz de cera (introdução vaga a uma notícia), nariz de folha (o que vai a festa sem ser convidado), olho de boi, olho de cabra, olho de gato, olho de peixe, olho de sogra, pau de sebo, pé de cana, pé de chinelo, pé de chumbo, pé de galinha, pé de moleque, pé de pato, pé de valsa, pé de vento (exceção: pé-de-meia), pôr de sol, pôr do sol, suco de uva, suco de laranja, suco de abacaxi, suco de frutas, tenente do mar, tomara que caia. Com nomes de animais e plantas, porém, deve-se utilizar o hífen. Nomes de animais: abelha-do-pau, abelha-do-reino, águia-de-cabeça-branca, andorinha-de-pau-oco, aranha-de-água, aranha-do-mar, bicho-da-seda,bicho-de-pé, borboleta-da-urtiga, cão-do-alentejo, cavalo-das-bruxas, gato-dos-pampas, lobo-do-campo, melrinho-de-papo-vermelho, mico-de-goeldi, piolho-da-madeira, pomba-de-sertão, pombinha-das-almas, pombo-de-leque, pulga-de-galinha, rã-das-moitas, raposa-do-mato, rato-de-casa, sabiá-do-brejo, sagui-de-bigode, sapo-de-chifre, tatu-de-folha, tigre-de-mão-torta, touro-das-índias, tucano-de-peito-amarelo, urso-de-óculos, urubu-de-cabeça-vermelha, veado-de-virgínia, víbora-do-deserto, vespa-do-figo, Nomes de plantas: alface-d'água, abóbora-de-coroa, agrião-do-brejo, aguapé-do-amazonas, anêmona-do-mar, angico-do-campo, araticum-dos-grandes, argelim-de-folha-larga, azedinha-da-horta, azedinha-do-campo, bambu-de-caniço, banana-de-são-tomé, barriga-de-sapo, batata-de-bugio, batatinha-d'água, boca-de-velha, brinco-de-princesa, chapéu-de-couro, chifre-do-diabo, cipó-da-praia, couve-de-bruxelas, erva-de-são-joão, feijão-de-lisboa, flor-de-maio. Veja: cavalo de batalha = argumento principal; cavalo-de-batalha = planta caldo de feijão = caldo do feijão; caldo-de-feijão = rolinha mão de vaca, = sovina; mão-de-vaca = árvore ou trepadeira; olho de peixe = quartzo; olho-de-peixe = libélula; lobo do mar = marinheiro; lobo-do-mar = peixe; beijo de freira = beijo dado por freira; beijo-de-freira = planta; pé de chumbo = o que dirige mal; pé-de-chumbo = planta. - ASPAS - Quando a pausa coincide com o fim da expressão ou sentença que se acha entre aspas, coloca-

se o competente sinal de pontuação depois delas.

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- Usadas na transcrição de citações. Ex. “A maldade quase sempre é miséria ou ignorância” (Jorge Amado).

- Caracterizam gíria, ironia ou ênfase. Ex.: Você realmente é um “gênio”. - Quando se citam nomes de jornais, revistas, livros etc.: Li a notícia no “Jornal da Manhã”. - RETICÊNCIAS Marcam interrupção intencional do discurso, quebrando a sua sequência lógica ou deixando um pensamento suspenso (continuidade, ironia, hesitação, suspense etc.). Ex.: “De tudo ao meu amor serei atento [...]”; “[...] E o sol da liberdade em raios fúlgidos [...]”. As reticências entre parênteses também são usadas para indicar que parte de uma citação foi omitida. Veja no texto a seguir os resultados do uso incorreto da pontuação:

O Testamento Um homem rico, sem filhos, sentindo-se morrer, pediu papel e caneta e escreveu assim: “Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do mecânico nada aos pobres”. Não teve tempo de pontuar – faleceu. Eram quatro concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete: “Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres”. A irmã do morto chegou em seguida com outra cópia do testamento e pontuou assim: “Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres”. Apareceu o mecânico, pediu uma cópia do original e fez estas pontuações: “Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres”. Um juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade. Um deles, mais sabido, tomou outra cópia do testamento e pontuou deste modo: “Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres”.

CHAVÕES DA CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL Você já imaginou receber uma mensagem no correio eletrônico, um dos mais modernos canais de comunicação, contendo expressões da década de 60? E uma exposição de motivos, defendendo a implantação de um novo sistema de informatização, que termine em "Renovando nossos votos de estima e consideração"? Expressões antiquadas, porém já condicionadas a pertencerem ao texto empresarial, denominam-se chavões. Chama-se chavão a um vício de estilo incorporado como linguagem do texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou semânticos, mas outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que convém evitar uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade. A principal razão da eliminação dos chavões diz respeito à eficácia do texto. Estudos linguísticos comprovam que um texto deve conter só algum nível de redundância (repetições), como os pronomes e as palavras de um mesmo campo semântico, denominadas redundâncias positivas. Não é adequado que o texto contenha redundâncias negativas, como os chavões, pois esses farão com que o leitor suponha uma familiaridade excessiva com o tom do texto e a consequência imediata, embora subliminar, da familiaridade, será uma menor consideração pela informação nova.

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Assim, os chavões assumem esse papel negativo, não só de concepção do texto como antiquado, mas também de falha no poder de mobilização do leitor. Exemplos de chavões

• Outrossim, anexamos a este ofício a cópia do comprovante... • Outrossim, informamos que não será possível... • Debalde de nossos esforços, esclarecemos que não será possível...

A palavra outrossim, embora seja de fato muito expressiva, já que pode ser empregada em vários sentidos, não deve ser mais usada nos textos modernos. Seu uso, hoje em dia, é absolutamente inadequado por já ser considerado um chavão. Como os textos são documentos que visam refletir uma imagem de modernidade da empresa, convém evitar expressões desse tipo. Junto a essa palavra, incluem-se debalde, destarte e outras que, embora expressivas, denotam o uso de um padrão de linguagem que, por ser muito culto, extrapola a qualidade valorizada nos dias de hoje: a simplicidade. Vamos identificar agora alguns chavões mais usados para serem substituídos no texto. Chavões de introduções: 1. Vimos, através desta, solicitar... Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra através significa atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da vidraça, pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo, “aprovar o aumento através do decreto nº 33”, pois o decreto não é atravessado para que o aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do decreto”. Logo não é correta e não deve ser usada a expressão “através dessa carta”. Exemplos: "Ele escapou através da janela do banheiro." "Os pássaros voavam através dos galhos das árvores.” Apesar do largo uso (oral e escrito) de "através de" com o sentido de "por intermédio de" ou "por meio de", nossos dicionários insistiam em não registrar esse valor da expressão. Salvo engano, é da última edição do "Aurélio" ("Novo Aurélio Século XXI", publicada em 1999) o primeiro registro de "através de" com o sentido de "por intermédio de". O "Houaiss" (lançado em 2001) registra a expressão com o sentido (classificado de "figurado") de "por meio de", "mediante", com estes exemplos: "Educar através de exemplos." "Conseguiu o emprego através de artifícios.” 2. Venho, pela presente, solicitar a V.Sa... Pois bem, já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se óbvia e absolutamente dispensável. 3. Solicitamos a V. Sa. a inclusão de Maria de Fátima Silva no curso de... O pronome de tratamento V.Sa. só será utilizado quando o destinatário exigir tal formalidade, ou por ser de hierarquia superior dentro da empresa e houver tal orientação, ou por tratar-se de destinatário externo para o qual se deseja manter tal formalidade. No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido, resultando em um texto com maior empatia e, consequentemente, maior eficácia simbólica. 4. Acusamos o recebimento de seu ofício... Hoje em dia não se utiliza mais o verbo acusar nos textos empresariais, ficando restrito ao âmbito jurídico e nas situações em que seu emprego seja correto: Eu acusei Maria. 5. Em resposta ao contrato referenciado... Não existe a palavra referenciado, tão usada nos textos. Substitua-a pela forma correta: mencionado, referido ou citado. 6. Nunca use Att. Em português é at. = para atenção de. 7. Atualmente, está muito divulgado o sistema “bloco”, de origem americana: a mudança de parágrafo não deixa distância na margem, isto é, sem branco paragráfico. É um sistema que contraria a tradição da nossa língua e das demais línguas neolatinas.

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Chavões em fechos: 1. Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração. Esse fecho, exemplo clássico de chavão utilizado em ofícios e insistentemente usado por setores do judiciário, está anacrônico desde 1982, quando a Instrução Normativa nº 133 do Departamento de Administração do Serviço Público recomendou a sua substituição por fechos mais simples. Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer votos, isto é, desejos de estimar alguém; podemos desejar prosperidade, saúde, felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por desejo. Ressalte-se que a IN nº 4/92 – recomenda apenas dois tipos de fecho:

• Para autoridades superiores, inclusive o presidente da República: "Respeitosamente,” • Para autoridades da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: "Atenciosamente,”

2. Sem mais para o momento. Ora, quando se analisa o significado dessa frase, percebe-se que ela indica com rudeza que não se tem mais nada para acrescentar. Portanto, só deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de forma polida, como em cartas de cobrança ou similares.

COMUNICAÇÃO POR E-MAIL (CORREIO ELETRÔNICO)

TORNANDO O EMAIL UMA FERRAMENTA PRODUTIVA (dicas de Carlos Alberto Paula Motta -

Diretor e Consultor em Comunicação Escrita, do GIP Cultural Ltda. - www.grupoindependente.com.br)

O e-mail é, sem dúvida alguma, a mais revolucionária ferramenta de comunicação surgida nos últimos tempos. E vem, a passos largos, se tornando a principal ferramenta de gestão no mundo corporativo. Afinal, basta lembrar que essa fantástica ferramenta conseguiu atender, simultaneamente, duas exigências imprescindíveis à boa Comunicação Corporativa:

� a velocidade, quase instantânea, com que a informação precisa circular; e � a necessidade de compartilhar, de imediato, a informação com os funcionários da empresa,

seus clientes e parceiros, setores governamentais e sociedade em geral. Portanto, utilizar o e-mail com efetividade é não só otimizar a Comunicação Corporativa, mas, sobretudo colaborar, de forma decisiva, para o aumento da produtividade na empresa. Para que o e-mail se torne uma ferramenta produtiva, é preciso unir a rapidez com que a informação deve circular à necessidade de proporcionar ao leitor quantidade significativa de informações, que lhe permitam tomar decisões de forma rápida e segura. Isso só se obtém se o texto do e-mail ajustar-se adequadamente ao perfil do leitor, atender com precisão as necessidades de informação e explorar, com inteligência e senso de oportunidade, os recursos disponibilizados pela comunicação eletrônica. Aqui vão algumas dicas que certamente ajudarão você a produzir e-mails eficientes, sem perder seu precioso tempo:

Dicas para redigir e-mails de sucesso 1. Decida, antes de tudo, se você precisa escrever o e-mail. A comunicação por e-mail é

prática e muito rápida, mas nem sempre é a solução mais adequada para certas situações. Seria, por exemplo, adequado demitir um funcionário ou promovê-lo a um cargo de chefia por e-mail? Seria, ainda, adequado informar por e-mail ao cliente a inclusão do nome dele no SERASA? Às vezes, o contato pessoal ou um telefonema são bem mais adequados, e por isso, mais eficientes do que o e-mail.

2. Defina claramente o objetivo do texto. Não comece a escrever sem ter certeza de que ação ou ações você espera desencadear. Lembre-se: se você não sabe aonde quer chegar, não é o leitor que vai adivinhar.

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3. Responda precisamente ao que foi perguntado. Na medida do possível, não deixe perguntas sem respostas. Imprecisão gera retrabalho dobrado: resposta incompleta gera novo e-mail.

4. Aja como um bom comunicador. Entre em sintonia com o leitor. Para tanto, defina: ���� A linguagem a ser usada (formal ou informal, técnica ou leiga?); ���� O nível adequado de formalidade (tratamento simples e direto ou cerimonioso?); e ���� O grau de detalhamento das informações (O que o leitor já sabe sobre o assunto? Sem

essa informação, corre-se o risco de ser prolixo ou de sonegar informações). 5. Seja específico na redação do “Assunto”. Aproveite o título para iniciar a comunicação com o

leitor. Títulos bem formulados, na maioria das vezes, dispensam o leitor de ter de ler o e-mail até o fim. Evite títulos genéricos como Contrato, Pagamento, Cancelamento ou Proposta, que não orientam adequadamente o leitor. Prefira títulos completos, que realmente deixem claro o assunto de que trata a mensagem. � Em vez de: Proposta, prefira: Proposta técnico-comercial para a realização do 2º Encontro

de Secretárias; ou ainda: Segundo Encontro de Secretárias – proposta técnico-comercial 6. Primeiro, diga o fundamental; depois, o importante; por último, o acessório. Em vez de:

"Tendo em vista a realização da terceira turma do curso Qualidade no Texto Empresarial, no período de 26 a 28 de julho, no Hotel Apa, situado na Rua Toneleiros, 250, em Copacabana e que alguns dos funcionários designados para a segunda turma não puderam comparecer por estarem envolvidos com a digitação das folhas de pagamentos, gostaríamos de solicitar a inscrição dos colaboradores João Santos, Roseni Paiva e Augusto Peçanha", prefira: "Solicito a inscrição dos colaboradores João Santos, Roseni Paiva e Augusto Peçanha na terceira edição do curso Qualidade no Texto Empresarial, a ser realizado no período de 26 a 28 de julho. A ausência desses funcionários, originariamente indicados para a segunda turma, deveu-se ao fato de que..." Vá direto ao assunto. Se você tem que informar, informe; se você tem que solicitar, solicite; se você tem que convidar, convide.

7. Mensagens por e-mail devem ser curtas. Mensagens curtas não quer dizer necessariamente telegráficas. Em vez de escrever “De acordo”, redija um texto curto que deixe claro com o que é que você concorda. Evite mensagens formadas por uma só palavra ou por siglas. Coisas do tipo: SIM, O.K., FYI (for your information).

8. Não se deve dispensar vocativo e fechos de cortesia. Para o vocativo, use uma das seguintes formas: Senhor Diretor. Senhor Ricardo. Ricardo. Nada impede você de usar como vocativo as seguintes saudações: Bom dia, Ronaldo. Boa tarde, Marta. São formas de personalizar o e-mail e dar um tom mais próximo da linguagem falada. Nos fechos, use um "Atenciosamente", para situações formais, um "Muito Obrigado(a)", para situações informais ou "Um Abraço", para situações com certo grau de afetividade.

O e-mail deve conter, após o fecho, uma Assinatura, que identifique claramente quem é o remetente. Você pode usar as seguintes informações na identificação do remetente: Nome completo Cargo ou função que ocupa Nome da empresa Sigla do setor Telefone Fax E-mail Site

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL

� Na empresa, a escrita é coletiva, isto é, você não escreve em seu próprio nome, mas em nome da empresa para a qual trabalha. Por isso, deve pensar não em "eu", mas em "nós". � Mesmo na comunicação interna, deve-se considerar que se trata da empresa interagindo verbalmente com seus funcionários. � Apenas alguns relatórios ou notas serão assinados por você correspondendo a um compromisso pessoal, mas a maioria dos documentos diz respeito ao coletivo e exige que se respeitem os posicionamentos organizacionais diante dos fatos relativos à correspondência, porque está transmitindo uma mensagem no lugar de outrem, sua empresa. � Isso exige um esforço duplo: ao mesmo tempo em que você precisa apropriar-se da mensagem, colocando-se no lugar do locutor real, não pode esquecer-se do interlocutor, da outra empresa, preocupando-se com o modo como ela pensa, a forma como ela vai reagir ao conteúdo do texto produzido por você e enviado por sua empresa. � É preciso lembrar ainda que o texto empresarial não reflete apenas o trabalho de quem o redigiu, ele reflete toda a empresa. � É por isso que uma carta mal escrita, rasurada, malformatada, uma mensagem sem clareza e coerência, nem correção, por exemplo, representa uma empresa pouco confiável. � Daí a importância de você se preocupar com a clareza, concisão, objetividade e correção ao redigir em nome de sua empresa, a fim de evitar uma imagem negativa. Na Redação Empresarial, recomenda-se: a) usar poucos adjetivos; b) evitar expressões ambíguas; c) optar por palavras simples, técnicas; d) empregar verbos poderosos como aguardamos, solicitamos, enviamos, comunicamos e não “esperamos”, “pedimos” “mandamos”; e) utilize-se sempre da cortesia, expressividade e bom senso; f) fugir dos clichês e expressões banais; g) erros evitáveis: - evitar palavras imprecisas, subjetivas: bom, contingência, melhor, superado, reacionário,

dúvidas, problemas. - evitar palavras que irritam: com respeito ao problema, dúvida, despreparo, descuidado,

extravagante, falha, ineficiência, não podemos, permita-nos lembrar, prematuro. - Enviamos – não “estamos enviando”. - Recebemos – não “acusamos o recebimento.” - para finalizar – não “aproveitamos a oportunidade.” - assunto em referência – não “assunto em tela”. - para, a fim, visando – não “com o propósito de.” - há duas semanas – não “a duas semanas atrás”. - citado – não “acima citado”. - acreditamos, consideramos – não “somos de opinião”. - comunicamos – não “temos a comunicar”. - anexo – não “anexo à presente”. - agradecemos – não “antecipadamente somos gratos”. - remetemos – não “estamos remetendo-lhe”.

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Modismos: não se encontra; alavancar; elencar; prospectar, pontuar etc.; Colocar-Colocação: evite usar a palavra “colocação” no sentido de comentário. Por exemplo, a frase “Ele fez uma boa colocação: disse que seu adversário era tolo e não estava a sua altura” pode ser perfeitamente escrita assim: “Ele observou (ou comentou, disse, falou) que seu adversário era tolo e não estava a sua altura”. Maiores informações: trata-se de uma expressão equivocada. A informação não pode ser maior ou menor, pois informação é algo que não tem tamanho, somente volume. Se todas as informações não foram prestadas no texto, deve-se dizer: Mais informações sobre o curso para expositores pelo telefone... Palavras muletas: tipo assim, coisa, negócio, problema, dificuldade etc. Termos coloquiais, regionalismos ou gírias deverão ser usados com máxima parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos e citações, por exemplo), para não darem ao leitor a ideia de banalização ou vulgaridade e, principalmente, para que não se tornem novos lugares-comuns. Veja algumas expressões evitáveis: “deixar a desejar”; “chegar a um denominador comum”; “transparência”; “pano de fundo”; “estourar como uma bomba”; “encerrar com chave de ouro”; “segredo guardado a sete chaves”; “jurássico”; “a mil”; “detonar”; “com a corda (ou a bola) toda” etc.

h) Introduções mais comuns na correspondência: Participamos-lhe que… Cientificamos-lhe que… Com relação aos termos de sua carta de… Atendendo às solicitações constantes em sua carta… (ou mensagem) Solicitamos a especial fineza de… Com referência a sua carta de… Em vista do anúncio publicado no…

I) Fechos de cortesia: Atenciosamente, Cordiais saudações, Saudações, Apreciaremos sua pronta resposta, Agradecemos a atenção, Cordialmente.

Endereçamento

Ao endereçar uma correspondência (no rodapé) ainda se faz necessário colocar: MD., Ilmo., DD. etc.? Não é mais preciso, não. O Manual de Redação da Presidência da República (1991), que atualiza, uniformiza e simplifica as normas de redação de atos e comunicações oficiais, aboliu o uso do tratamento digníssimo (DD.) a todas as autoridades, ficando também “dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares” – nesse caso é suficiente o tratamento Senhor. No endereçamento basta: Ao Senhor ou À Senhora.

Contudo, há uma exceção para as “excelências”: a elas ainda se destina Excelentíssimo Senhor / Exmo. Sr. Quanto à colocação no rodapé, não há absoluto rigor nisso. O usual – e mais estético até – é fazer o endereçamento em cima e à esquerda.

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FUJA DO ÓBVIO

Tautologia: repetições viciadas Tautologia é o termo usado para designar um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. Veja a lista a seguir. A razão é porque A seu critério pessoal A última versão definitiva Acabamento final: pode existir acabamento

parcial? Abertura inaugural Amanhecer o dia Almirante da Marinha Anexo junto à carta Check up geral Brigadeiro da Aeronáutica Certeza absoluta Comparecer em pessoa Como prêmio extra Conviver junto: pode-se conviver

separadamente? Continua a permanecer Criar novos empregos: tudo o que se cria é

novo De sua livre escolha Detalhes minuciosos Demasiadamente excessivo Em duas metades iguais Despesas com gastos Erário público Elo de ligação: um elo é sempre de ligação Escolha opcional Empréstimo temporário Expressamente proibido Encarar ou enfrentar de frente Exultar de alegria Estrelas no céu: onde mais as estrelas estariam?

Fato real

Exceder em muito Ganhar grátis General do Exército Goteira no teto Há anos atrás Gritar bem alto Nos dias 8, 9 e 10, inclusive. Juntamente com Outra alternativa Labaredas de fogo: existem labaredas de

água? Países do mundo Monopólio exclusivo: se é monopólio já é

exclusivo Planejar antecipadamente Possivelmente poderá ocorrer Prefeitura Municipal: existe prefeitura não municipal?

Propriedade característica

Retornar de novo Sintomas indicativos Sorriso nos lábios: onde mais o sorriso estaria?

Superávit positivo

Todos foram unânimes Surpresa inesperada Viúva do falecido Vereador da cidade Não existe adiar para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

Subir para cima, descer para baixo, sair para fora, entre outros: são redundâncias que devem ser evitadas. Tem até jogadores que entram dentro da área.

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GRAFIA DE ESTRANGEIRISMOS

Os estrangeirismos, quando não aportuguesados, escrevem-se de acordo com o seu idioma original e deverão ser escritos entre aspas (quando manuscritos), itálicos (digitação) ou ainda sublinhados. Quando aportuguesados, obedecem as normas de nossa língua. Alguns exemplos de estrangeirismos:

- Latinismos Sine qua non Deficit Habitat Quorum A posteriori Honoris causa Grosso modo Sine die A priori In memorian

Ipsis litteris Sui generis Habeas corpus Como se pode observar, essas palavras não são acentuadas graficamente.

- Anglicismos Apartheid Freeway Feedback Weekend Bestseller Gentleman Milkshake Short Byebye Must Show Compact disc Hall Officeboy Slogan Charter Hot dog Outdoor Smoking Cheeseburger Iceberg Playground Top model Coffee break Icecream Pedigree Stand Cowboy Impeachment Performance Standard e-mail Know how Pole position Living Lady Rock’and’roll Up-to-date Nesta categoria, as palavras também não são acentuadas. - Galicismos

Ampère Déja-vu Laissez-faire Avant-première Maitre Soirée Tournée Sous-plat En passant Menu Mignon Tête-à-tête Buffet Gourmet Fondue - Algumas formas já aportuguesadas:

Abajur Coquetel Jóquei Álibi Crachá Lanche Pulôver Ateliê Craque Lasanha Purê Balé Creche Leiaute Quepe Bangalô Crochê Líder Quermesse Batom Cupom (cupão) Limusine Quimono Bege Rosbife Quiosque Beisebol Lorde Quitinete Bibelô Maçon Raquete Boxe Deletar Maiô Ravióli Bife Destroier Maionese Recorde Bijuteria Dólar Manchete Biquíni Drinque Manicuro Ringue Blecaute Escore Mantô Boate Escrete Maquete Jérsei Pôquer Boné Esnobe Maquilagem

(maquiagem) Sanduíche Xampu

Espaguete Matinê Sinuca Buldogue Médium Soçaite Jipe Esqui Memorando Suéter Buquê Estoque Metrô Surfe Cabaré Filé Mezanino Tanque Cabina Filme Teipe Cachê Nhoque Tênis Camelô Flerte Nocaute Conhaque Folclore Nuança Time Camioneta Futebol Omelete Tique Garagem Ônus Tíquete Carnê Garçom Toalete Carrossel Gim Parque Tobogã Cartum Glacê Patê Trailer Gol Picles Tricô Cavanhaque Grátis Pierrô Chalé Grife Pingue-pongue Turfe Champanha

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Gueixa Piquenique Turista Chassi Gueto Pistão Uísque Chique Guichê Pivô Chofer Guidão Placar Vagão Chope Ianque Vedete Clube Iate Plissê Vermute Comitê Iene Ponche Vitrina Complô Iogurte Pônei Vôlei Confete

O uso excessivo de expressões em língua estrangeira pode dar a ideia de um autor presunçoso ou que deseja mostrar grande conhecimento. Quando houver correspondentes em português, prefira a palavra em língua portuguesa. Fica mais simples, fácil e direto. Exemplo: A página eletrônica da xxxxx inaugura um novo visual, mais dinâmico e despojado, sem poluição e com muitas informações, sem ser excessivo. Cuidado, home page é a primeira página e sítio representa o conjunto! Como não fazer: A home page da xxxx inaugura um novo look, mais dinâmico e clean, sem poluição e com muitas informações, sem ser over.

ETIQUETA EMPRESARIAL BEM-EDUCADO.COM.BR

Dentre as profundas transformações desse início de século, a Internet é o mais revolucionário e espetacular avanço da sociedade. Contudo, se os princípios éticos para a rede são os mesmos da sociedade tradicional, as regras de comportamento, também chamadas de “netiqueta” ou “etiqueta digital”, têm suas particularidades. A “netiqueta” foi amadurecendo a partir de regras aceitas por usuários mais experientes da rede. As regras são válidas em todo o mundo e estabelecem um padrão de cortesia para a correspondência eletrônica. No Brasil, há mais de meio milhão de pessoas que utilizam a Internet. A cada mês, mais de 65.000 pessoas se ligam à rede. Como em qualquer grupo social, deve-se usar o bom senso ao interagir com outras pessoas de maneira a evitar ofensas, agressões ou desentendimentos. O conhecimento dessas regras é recomendado a usuários que buscam praticar a comunicação mais apropriada na rede, via e-mail ou listas de discussão. Seguem algumas dicas: � Preencha o campo “assunto” (subject) de maneira sucinta e objetiva. Assim as pessoas podem decidir se a mensagem é ou não de seu interesse, antes de lê-la. Existem pessoas que recebem dezenas de mensagens todos os dias. Quando o histórico ficar muito grande, apague o texto das mensagens anteriores. Se o tema mudar, altere, também, o campo “assunto”. � Toda mensagem deve conter saudação e despedida. Somente entre amigos ou profissionais que se comunicam com muita frequência podem ser dispensadas essas formalidades. Criar e incluir uma assinatura facilita muito o retorno caso seja necessário um contato telefônico. A assinatura deve conter: nome, empresa, cargo, telefones para contato e endereço, não devendo exceder quatro linhas. � Deixar linhas em branco entre os blocos de texto contribui para deixá-lo organizado e facilita a leitura. Quando a mensagem for muito longa, assinale na linha do assunto da seguinte forma: (mensagem longa). � Não escreva mensagens somente com LETRAS MAIÚSCULAS (caixa alta). Letras maiúsculas são entendidas como se você estivesse GRITANDO, além de dificultar a leitura. NÃO GRITE! Use letras maiúsculas e minúsculas, normalmente. � Um e-mail é como uma carta. Antes de enviá-la, leia e passe o corretor ortográfico. Textos com erros denotam descuido e desinteresse. Atualmente, a maioria dos programas consegue visualizar

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corretamente acentos, cedilhas e outros caracteres da língua portuguesa, portanto, o melhor é usá-los. � Toda mensagem deve ser respondida em, no máximo, 24 horas após o recebimento. Mas caso a resposta não chegue nesse prazo, não é elegante insistir. Se a mensagem for muito importante, você pode contatar o destinatário certificando-se de que ela foi recebida corretamente. Nada de mostrar ansiedade reenviando a mensagem dúzias de vezes. � Não responder a mensagens enviadas diretamente a você ou aos serviços de atendimento ao cliente constitui deselegância corporativa. Também são notórios casos como: não dar atenção ao que foi solicitado e em seguida incluir o nome do remetente para receber mensagens publicitárias da empresa. � A forma como virtuais fornecedores e clientes potenciais são atendidos reflete diretamente na imagem corporativa da empresa. Até mesmo uma resposta informando que não há interesse ou que a solicitação não pode ser atendida é o mínimo que se pode esperar de um profissional bem-educado. Cabe às secretárias encaminharem todos os assuntos aos chefes deixando que eles decidam sobre a sua importância. � Quando precisar enviar arquivos anexos, peça permissão e, caso sejam muito grandes, divida em mais mensagens. � Enviar piadas pode ser engraçado para alguns, mas não para todos. Antes de sair atirando-as para todos os lados, consulte seus amigos e exclua os que não desejarem recebê-las. Fotos pornôs ou que externem qualquer tipo de preconceito podem gerar demissão sumária! Nesse caso também se inclui o acesso a sites pornográficos. Quanto às salas de bate-papo, deixe para os momentos de relaxamento, em casa. � Nunca passe adiante correntes, alertas de vírus e outras mensagens estapafúrdias. Não envie propagandas, ordens de compra, faturas etc., a menos que seja solicitado. O envio de mensagens desse tipo denomina-se spam e é fortemente repudiado por todos os usuários. � Cuidado ao abrir arquivos executáveis (programas). Utilize sempre o antivírus antes de executar qualquer arquivo. � Evite afirmações que possam ser interpretadas como posição oficial da empresa; não expresse sarcasmo ou sátira; use linguagem clara e concisa, mas sem exageros. Enfim: bom senso. Uma boa regra é nunca enviar nada que não possa ver publicado. Lembre-se: na Internet não há privacidade. Atualmente, mesmo em empresas cuja intranet é segura, discutem-se políticas de monitoramento de mensagens e acompanhamento de acessos. � Nunca critique ou ridicularize opiniões alheias. Cuidado ao enviar informações pessoais. Lembre-se de que existem pessoas na outra ponta, trate-as como gostaria de ser tratado. � Para terminar, evite disparar mensagens no fim de semana para colegas ou subordinados, que logo ao abrirem a caixa postal na manhã de segunda-feira já encontram um calhamaço de tarefas. Mesmo que você tenha trabalhado à noite ou no fim da semana, prefira enviá-las no início do expediente. *Maria Aparecida A. Araújo é consultora de Comportamento Profissional, Etiqueta Social e Internacional, Marketing Pessoal, Cerimonial e Protocolo; palestrante e facilitadora de cursos especiais; membro do Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear.

“InterNETiqueta”

Tão importante quanto se comportar à mesa sem errar os talheres é ser bem-educado ao navegar na super-rodovia da informação. Para isso, já existe a etiqueta da Internet. Você até pode achar que “pãos ou pães é questão de opiniães”, como ensinou o escritor Guimarães Rosa. Mas na rede planetária de computadores, com mais de 35 milhões de frequentadores, não é bem isso. Há convenções (não “convençães”) para facilitar a comunicação. A seguir algumas dicas para quem não quer passar por deselegante:

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Não use frases com maiúsculas É muito mais difícil ler letras maiúsculas do que minúsculas. Num cenário virtual em que as pessoas não se conhecem, escrever em maiúsculas equivale a falar gritando numa reunião de trabalho. Pura grosseria. Modere a linguagem Seus interlocutores são pessoas desconhecidas. Evite afirmações contundentes, do tipo “dono da verdade”. Cada um tem sua própria opinião que deve ser sempre respeitada. Não seja irônico, nem violento, muito menos arrogante. Quando escrever alguma coisa, coloque-se no lugar de quem está lendo sua mensagem do outro lado da linha. Vá direto ao ponto Os newsgroups, os centros de discussão da Internet, são muito específicos. Portanto, não divague. Se estiver num newgroup sobre religião, não fale sobre rock. Não “enrole” em seus textos, defendendo teses mirabolantes e sem embasamento. Cuidado com as respostas Se alguém quer saber sua opinião sobre determinado assunto, evite as respostas pomposas e longas. Evite também as curtas demais. Tipo: se falam sobre a metafísica e a loucura em Nietzsche, jamais responda “é isso aí”. Se não tem nada para dizer fique quieto. Inclua no seu texto as questões que deram origem à discussão, ou um pequeno resumo, entre aspas. Serve para localizar os novos usuários. Leia sempre o que escreveu Não há nada mais desagradável do que receber um texto repleto de erros de ortografia ou concordância, escrito de maneira rápida. Dá a impressão de que o autor não estava muito interessado em tomar parte na discussão e despachou a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Não use linhas compridas O padrão dos textos para internet é de cerca de 60 caracteres por linha. Programe seu computador para isso. Dessa forma, o destinatário consegue ler seu texto na tela cheia, sem ter de usar a barra de comandos para encontrar o fim de uma frase. Bibliografia utilizada: - OLIVEIRA, Édison de; BERND, Maria Elyse. Escreva certo. L&PM, 2002; - MORENO, Cláudio. Guia prático do português correto: ortografia. L&PM, 2003; - MORENO, Cláudio. Guia prático do português correto: morfologia. L&PM, 2003; - MORENO, Cláudio. Guia prático do português correto: sintaxe. L&PM, 2003; - NICOLA, José de; TERRA, Ernani. 1001 dúvidas de português. Saraiva, 2006; - MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. Sagra Luzzatto,

2001. - SACCONI, Luiz Antonio. Não erre mais! Escala Educacional. 29a. edição; - SACCONI, Luiz Antonio. Não erre mais! Testes e exercícios. Escala Educacional. 1a. edição; - SACCONI, Luiz Antonio. Tudo sobre português prático. Escala Educacional. 29a. edição; - SACCONI, Luiz Antonio. 1000 erros de português da atualidade. Escala Educacional. 2a.

edição; - SACCONI, Luiz Antonio. Dicionário de dúvidas, dificuldades e curiosidades da língua

portuguesa. Harbra, 2005. - www.linguabrasil.com.br

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ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. Trema Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. Mudanças nas regras de acentuação 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica Como era Como fica Alcalóide alcaloide estóico estoico

Alcatéia alcateia estréia estreia

Andróide androide estréio (verbo estrear) estreio

apóia (verbo apoiar) apoia geléia geleia

apóio (verbo apoiar) apoio heróico heroico

Asteróide asteroide idéia ideia

Bóia boia jibóia jiboia

Celulóide celuloide jóia joia

Clarabóia claraboia odisséia odisseia

Colméia colmeia paranóia paranoia

Coréia Coreia paranóico paranoico

Debilóide debiloide platéia plateia

Epopéia epopeia tramóia tramoia

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica Baiúca baiuca Bocaiúva bocaiuva Cauíla cauila Feiúra feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica Como era Como fica Abençôo abençoo magôo (verbo magoar) magoo

crêem (verbo crer) creem perdôo (verbo perdoar) perdoo

dêem (verbo dar) deem povôo (verbo povoar) povoo

dôo (verbo doar) doo vêem (verbo ver) veem

Enjôo enjoo vôos voos

lêem (verbo ler) leem zôo zoo

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4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era Como fica Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo. Ele foi ao polo

Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção: • Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. • Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:

Ele tem dois carros. Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas.

Eles intervêm em todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja: a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. • verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Uso do hífen Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

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1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:

anti-higiênico proto-história anti-histórico sobre-humano

co-herdeiro super-homem

macro-história ultra-humano

mini-hotel

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:

aeroespacial coautor agroindustrial coedição

anteontem extraescolar antiaéreo infraestrutura

antieducativo plurianual autoaprendizagem semiaberto

autoescola semianalfabeto autoestrada semiesférico

autoinstrução semiopaco Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:

anteprojeto microcomputador antipedagógico pseudoprofessor

autopeça semicírculo autoproteção semideus

coprodução seminovo

geopolítica ultramoderno Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc. 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:

antirrábico contrassenso

antirracismo cosseno

antirreligioso infrassom

antirrugas microssistema

antissocial minissaia biorritmo multissecular

contrarregra neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:

anti-ibérico contra-atacar anti-imperialista contra-ataque

anti-inflacionário micro-ondas anti-inflamatório micro-ônibus

auto-observação semi-internato

contra-almirante semi-interno

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6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:

hiper-requintado super-racista inter-racial super-reacionário

inter-regional super-resistente sub-bibliotecário super-romântico

Atenção: • Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:

hiperacidez superamigo hiperativo superaquecimento

interescolar supereconômico interestadual superexigente

interestelar superinteressante

interestudantil superotimismo 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:

além-mar pós-graduação aquém-mar pré-história

ex-aluno pró-europeu ex-diretor recém-casado

ex-hospedeiro recém-nascido

ex-presidente sem-terra 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: mamoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

girassol paraquedas madressilva paraquedista

mandachuva pontapé Observação: Veja-se ainda que o figurão ou líder passou a ser designado por substantivo sem hífen: mandachuva, quando antes o hífen era facultativo: também se podia escrever manda-chuva. Por isso é discutível a manutenção do hífen em vaga-lume e pica-pau, que extraoficialmente se escrevia picapau (O sítio do picapau amarelo); e vagalume já teve registro oficial, como variante, no Pequeno Vocabulário da Língua Portuguesa de 1999. Acredita-se tratar-se do mesmo fenômeno de perda da noção de verbo do primeiro elemento que se vê em mandachuva e girassol. A incoerência se evidencia na grafia das palavras vagalumear, vagamundear e vagamundo. Por que não vaga-mundo? Ou, melhor, por que não vagalume? 12. Para clareza gráfica, se no fim da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar. O diretor recebeu os ex--alunos. Observações: a) com o prefixo BEM desaparece nas palavras citadas no acordo e nas suas correlatas, provocando aglutinação. Como era: bem-feito, bem-querer, bem-querido. Como fica: benfeito,

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benquerer, benquerido. O acordo não se refere ao prefixo BEM antes de vogais, supondo que prevalece a orientação anterior ao acordo de usar o hífen: bem-aventurado, bem-educado etc. b) com o prefixo MAL, continua e passa a ser usado diante de L, H e vogal. Como era: mal limpo, mal-humorado. Como fica: mal-limpo, mal-humorado. Resumo do emprego do hífen com prefixos Regra básica Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem. Outros casos 1. Prefixo terminado em vogal: • Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. • Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo. • Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom. • Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas. 2. Prefixo terminado em consoante: • Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário. • Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico. • Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. Observações 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc. 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc. 6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. Observação: Recém é uma redução de “recente” e significa “ocorrido há pouco”. Trata-se de um elemento de composição – não é (ou melhor, não era) palavra independente, daí a necessidade do hífen na formação do adjetivo:

São comoventes as juras de amor eterno dos recém-casados. O distrito de Limeirinha foi recém-emancipado. Pensão alimentícia e guarda de filhos são motivos de exaustivos conflitos para os recém-separados. Todos os convênios recém-assinados contêm erro jurídico, devendo ser refeitos. A secretaria apresentou o relatório do ano recém-findo. Recém-chegada dos Estados Unidos, Marlete já quer voltar para lá. No último culto, o pastor fez menção especial às pessoas recém-convertidas.

Entretanto, também se ouve muito um tipo de construção em que o termo recém fica solto, sem hífen, porque age como advérbio. Neste caso ele só modifica verbos no tempo pretérito. Por exemplo:

O namorado da Tilinha recém chegou. [Em vez de: é recém-chegado] Ou também:

A mãe dela se separou recém. Recém venderam a estância de gado. Não vais encontrar Mercedes: ela recém saiu.

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EXERCÍCIOS

BLOCO I - CLAREZA, CONCISÃO E COERÊNCIA/COESÃO

1) Utilizando os recursos de coesão, substitua os elementos repetidos quando necessário: São muito raras as pessoas que, ao mexer no Google Earth, não ficam encantadas com o Google Earth. Com o Google Earth e uma conexão banda larga, podem-se baixar, em segundos, fotos de qualquer lugar do planeta feitas por satélites. O Google Earth permite voar de um lugar para outro de forma espetacular. As imagens do Google Earth mostram até os automóveis nas ruas. Nas imagens do Google Earth, INFOLAB identificou, com facilidade, o prédio da Editora Abril, que publica a INFO, o dirigível da Goodyear voando sobre São Paulo e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Em algumas cidades dos Estados Unidos, como Nova York e Miami, o Google Earth exibe desenhos tridimensionais dos prédios. Em áreas montanhosas, um recurso de visualização oblíqua destaca o relevo. E há uma versão do Google Earth paga que troca dados com aparelhos de GPS. (Adaptado de GREGO, Maurício. O planeta no micro. InfoExame, São Paulo, n. 233, p. 136, ago. 2005.) 2) Reestruture os períodos abaixo para que possam ter uma redação clara e correta.

a) Os homens modernos nesta situação de incerteza, gerada pela inflação altíssima, salários sem o devido reajuste e uma indefinição política. Faz com que gere nas pessoas uma certa angústia e insegurança. (texto extraído de uma redação feita em concurso público)

b) Os países subdesenvolvidos por se basearem numa economia praticamente agrária e sendo eles o palco da fome, uma reforma agrária seria imprescindível para diminuir a fome nesses países. (texto extraído de uma redação feita em concurso público)

c) O camponês nordestino vive num regime no qual ele é altamente explorado e sua produção agrícola é mínima, devido a isto urge uma modernização na estrutura agrária. Que só poderá ser feito através da Reforma Agrária. Na qual deverá haver distribuição de terras a camponeses e condições de fixar o homem ao campo e destes produzirem adequadamente. (texto extraído de uma redação feita em concurso público)

d) Cabe-nos levar ao conhecimento dessa Gerência Financeira, que todos os nossos esforços foram baldados no sentido de localizarmos diferenças ainda existentes nos saldos financeiros das contas de estoques, as quais não nos foi possível localizar, embora tivéssemos pesquisado, com profundidade, os saldos de todas as contas que compõem o grupo de estoques. (texto retirado de um relatório)

3) Observe o período: “Para possuirmos uma boa adaptação à sociedade em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural, em níveis altos, o que irá proporcionar uma melhor assimilação a esta”. Assinale o item em que o período foi reescrito com total concisão, conservando a idéia do texto original.

a) Para nos adaptarmos à sociedade em que vivemos, é essencial uma elevada formação física e cultural.

b) Para nos adaptarmos à sociedade é essencial uma aprimorada formação física e cultural. c) Para a adaptação à nossa sociedade é essencial elevada formação física e cultural. d) Para possuirmos uma adaptação adequada à sociedade em que vivemos, é essencial uma

elevada formação física e cultural. e) Para possuirmos uma boa adaptação à sociedade em que vivemos, é essencial uma

elevada formação física e cultural. 4) Leia a frase abaixo e assinale a opção que está melhor redigida no que diz respeito à concisão. “É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, conselhos estes que nos ajudam a formar nossa base”.

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a) É no lar que recebemos os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base.

b) No lar, recebemos dos pais os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base.

c) No lar, recebemos dos pais os principais conselhos, que constituem a base de nossa formação.

d) No lar, os principais conselhos são os dos pais e constituem a base da nossa formação. e) No lar, recebemos dos pais os principais conselhos, que ajudam a base da nossa formação.

5) No que diz respeito às qualidades da redação oficial, o objetivo desejado é a eficácia na comunicação. Por isso, em torno do sentido e do alcance que assumem, algumas palavras e expressões indevidas dão margem a vários pareceres interpretativos que aumentam de intensidade se causarem controvérsias, sobretudo em relação ao campo jurídico, no qual os conflitos ganham maiores proporções. Considerando o que o trecho acima sugere, analise as seguintes afirmações: I – O redator deve levar em conta a exatidão das afirmações e das situações que aborda. II – Amabilidade e intimidade são características que devem ser valorizadas, pois favorecem o estilo e revelam polidez. III – Cacófatos, assonâncias e ecos são vícios que devem ser evitados, pois são prejudiciais à harmonia, embora não interfiram no sentido que se pretende dar às idéias. IV – O emprego do menor número de palavras e o uso de vocábulos de acepções inconfundíveis e diferenciadores favorecem a clareza, a concisão e a preciso da redação oficial. Estão corretos: a) Apenas a I e a II. b) Apenas a I e a IV. c) Apenas a II e a III. d) Apenas a II e a IV. e) Apenas a III e a IV. 6) Leia com atenção as frases: I – Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. II – Durante séculos a atividade humana complementou as belezas naturais. III – Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais. Assinale a alternativa em que as frases acima estão em correta relação lógica, de acordo com o texto. a) Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais, mesmo tendo acontecido de, antes, complementá-las, logo que se iniciou a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. b) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, quando ocorreu o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, visto que, durante séculos, a atividade humana complementou as belezas naturais. c) Assim que chegou o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, à proporção que, durante séculos, a atividade humana complementou as belezas naturais. d) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, embora a atividade humana tivesse, durante séculos, complementado as belezas naturais, quando chegou o tempo de degradá-las. e) Apesar de, durante séculos, a atividade humana ter complementado as belezas naturais, chegou o tempo em que ela começou a degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.

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BLOCO II – GRAMÁTICA

7) Corrija, quando houver necessidade:

a) Haviam dezenas de pessoas que vinham lhe felicitar. b) A carta de cuja nos referimos segue anexo. c) Segue incluso a petição em cujo o texto veio o pedido. d) Toda comunidade cujas as aspirações e necessidades devem vincular-se os temas da

pesquisa científica, possui uma cultura própria de que precisa ser preservada. e) Se lhe disserem que não enviamos o relatório, enganam-lhe. f) Esses são os problemas de que lê aludiu no ofício passado. g) Uma promoção imediata é a única coisa a que eles anseiam.

8) Completar com por que, por quê, porque, porquê:

2. ________ não trabalha? 3. Ele não estuda _______ não quer. 4. Não trabalhas __________? 5. Não entendo o ________ de semelhantes atitudes. 6. Gostaria de saber o motivo ______________ não viestes. 7. Não sei _______ ele não gosta dela. 8. O caminho ______________ passei é íngreme. 9. Não há _____________ temer. 10. Eis a razão __________ não gosto de tirar conclusões apressadas. 11. Nem sempre chegamos a saber o ___________ das coisas. 12. Não temos ____________ desistir. 13. Eis ____________ ele não vence o medo. 14. “E ___________ reparas tu no argueiro que está no olho de teu irmão?” 15. ______________ era surdo, todos se impacientavam com ele. 16. Era um cientista emérito, ______________ muito estudioso; poucos sabiam, entretanto, o

______________ de sua frustração. 17. De onde viera, como viera, __________________ viera, poucos o saberiam dizer.

9) Complete com o pronome demonstrativo adequado:

- Gostamos de ler a Folha de São Paulo, porque __________ (este – esse) periódico possui uma das melhores equipes jornalísticas do país.

- __________(este – esse) programa a que estamos assistindo não é tão bom como _____________(este – aquele).

- Aqui ______________ (neste – nesse) bairro, há muitas recordações da minha vida. - Pedro e Paulo são irmãos; _________________(este – esse), porém é bem mais

simpático do que ___________ (esse – aquele). - Guarde bem _______________ (isto – isso) que eu vou te dizer: os aduladores não são os

melhores amigos. - Estive na praia, na semana passada, e verifiquei, _______________ (nesta – nessa)

ocasião, que as casas, devido às chuvas, estavam úmidas. 10) Preencha com de ou que.

a. A reunião teve _______ ser adiada, por motivo- de força maior. b. Infelizmente, teremos _____ vender nossa empresa para o concorrente. c. Tenho _____ fazer muito serviço. d. Tive _____ ir trabalhar no último domingo. e. Todos temos muito _____ aprender.

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11) Use onde ou aonde:

- ___________________ foste com tanta pressa? - ___________________está o livro? - ___________________mora a senhora? - Vê ________________queres chegar? - O lugar ________________ela reside é tranquilo.

12) Complete com HÁ ou A:

a. Esta duplicata foi descontada ____ dois meses. b. Estamos ___ dois meses de um novo ano. c. Estamos ___ dois meses trabalhando aqui. d. Daqui ___ alguns anos ele estará aposentado. e. Cheguei ____ alguns minutos; daqui ___ pouco retornarei ao salão. f. ___ muito que não vejo aquele pessoal.

13) Testes de escolha simples

a. Assinale a frase correta quanto à colocação do pronome: a) Nunca apresenta-se corretamente. b) Sempre lembrar-se-á de ti. c) As flores que me foram entregues são lindas. d) Alguém falou-me das belezas da Bahia. e) Me chamou a atenção a elegância da jovem.

b. Idem: a) Isto abalou-me profundamente. b) Embora falassem-me, não acreditei. c) Deus acompanhe-te. d) Em se dizendo ouvinte do programa, telefonou à emissora. e) Darei-te o remédio na hora certa.

c) Assinale a frase incorreta: a) Aquilo incomoda-a. b) O lugar para onde nos mudamos é aprazível. c) É importante que nos venha visitar. d) Arruma-te de uma vez. e) Contei-lhe o caso.

BLOCO III - REDAÇÃO

14) Reescreva a correspondência a seguir: Senhor Presidente, Em atenção ao solicitado através da C.PRESI.CEB 1238, estamos encaminhando folders, catálogo de publicações e outras informações relacionadas às atividades desenvolvidas pela Embrapa Monitoramento por Satélite, conforme relação em anexo. Com relação aos convênios, a Embrapa Monitoramento por Satélite, juntamente com seus parceiros, desenvolve produtos e projetos de pesquisa que isoladamente cada um não poderia realizar. As parcerias são formalizadas, em geral, através de convênios, contratos, protocolos de entendimento e planos de trabalho. No tocante aos serviços (projetos concluídos e em andamento) prestados pela Unidade, permitimo-nos sugerir seja consultada a Home Page da Unidade no endereço: http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/index, onde poderão obter maiores informações.

15) Estruture períodos compostos, ligando as orações com um operador argumentativo:

a) Venha logo. Traga o livro. b) Torça pelo seu time. Não seja fanático. c) Venha logo. Perderá o início da apresentação.

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d) Gritou demais. Ficou rouca. e) Vamos voltar. Estou exausto. f) O tempo está instável. Chove. Faz sol. g) Comeu demais. Passou mal. h) Ouviu muito bem. Não respondeu. i) Você já é maior. Tome você mesmo suas decisões. j) Primeiro, olhe bem. Depois, desenhe com cuidado. k) Não sabe mesmo. Não pode explicar bem. l) Não deveria vir na chuva. Veio. Ficou doente. m) Não terminou a tarefa. Não poderá ir embora. n) Esforçou-se muito. Queria aprender. o) Não demore. Perderá o ônibus. p) Ela não só cantava. Também dançava. q) Volte! Você não terminou a tarefa. r) Prometeram bastante! Pouco fez! s) Juçara não é culpada. Será absolvida. t) Sente-se! A aula não terminou.

16) Reescreva os períodos excluindo todas as palavras QUES (É proibido usar QUE): a) Os homens que tinham chegado um pouco antes à repartição levantaram-se quando seu

futuro chefe entrou. b) O chefe de setor que me trouxe a portaria que você citou, falou que, depois que a

comentarmos, todos se convencerão da utilidade que tem a referida portaria. c) Os temas dados para os últimos comunicados oficiais se tornaram tão difíceis face à

situação que vivemos, que até os melhores redatores que tem a repartição não conseguiram o êxito que estão acostumados a ter.

d) Carlos Drummond de Andrade, que é um dos maiores cronistas que nasceram no Brasil, apresenta uma temática que vai desde o sentimento mais lírico que o ser humano pode ter até a consciência mais profunda que o homem contemporâneo tem da realidade sociopolítica em que vive.

e) Os questionários que vocês solicitaram que fossem feitos, logo que o bimestre iniciasse, foram preparados. Espero que vocês respondam para que possa tirar as dúvidas que foram suscitadas pelos assuntos que discutimos na reunião que passou.

f) É bom que revisemos todos os destaques que foram inseridos na última unidade do balancete e que, pelo regimento que tem a Empresa, é certo que serão temas da Portaria que faremos no fim do ano.

g) Você afirmou que o problema que a seção estava tendo foi resolvido pelo auditor, que fez com que os servidores mudassem o comportamento que tinham assumido.

17) Complete as lacunas das frases a seguir com palavras de conteúdo geral, ou sinônimos, de modo a evitar a repetição idêntica dos termos anteriores em destaque. a) O novo prazo de financiamento de automóveis procura reanimar a indústria de __________________, paralisada desde o anúncio do plano. b) Dizem que a maconha diminui a fertilidade masculina. Um cientista declarou que o uso da ________ produz a redução do número de espermatozoides. c) Toda imprensa italiana parou ontem, em uma greve sem precedentes no país. A __________ está sendo promovida pelo sindicato da categoria. d) Quando chegaram, os bombeiros encontraram o prédio em ruínas, mas ainda puderam retirar uma vítima dos _______________. e) Mais de cinco presos foram removidos da cadeia de Santo André; lá os __________ prometeram baderna caso continue a superlotação.

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18) Leia o texto abaixo, redija o documento que a Divisão de Recursos Humanos deverá encaminhar à Divisão de Informática, para atender a solicitação que lhe foi feita pela Presidência da empresa. (Limite máximo de 20 linhas). Lembre-se de todas as regras da redação discursiva. O desenvolvimento da aplicabilidade e operacionalização dos recursos de informática vem ocasionando um elevado índice de ocorrências que comprometem a execução de diversas atividades, em todos os setores de uma empresa. Por isso, a Presidência da empresa solicitou à Divisão de Recursos Humanos que encaminhasse à Divisão de Informática uma solicitação de aplicação de uma avaliação diagnóstica para cada seção, bem como, apresentasse um estudo sobre a viabilidade de execução de um curso de capacitação, pertinente às necessidades evidenciadas, para todas as seções do supracitado órgão. 19) Corrija o que for necessário: São Paulo, 25 de maio de 2.000. Ilmo Sr. João da Penha Gerente Comercial Imperial Comércio e Indústria Rua Vasco da Gama, 486, Maceió (AL) Prezado Senhor: A meses, solicitou-nos V.S.ª o obséquio de verificar a possibilidade de instalar-se com seus escritórios nesta cidade, temendo, entretanto, a dificuldade de encontrar imóvel em condições de abrigar todo o imenso plantel de funcionários dessa empresa. Realmente não nos foi fácil atender à solicitação de V.Sª e quase nos deixávamos tomar de igual temor. Entretanto, há poucos dias foi-nos oferecido um imóvel cujas condições nos parecem de acordo com as necessidades de sua empresa. Trata-se de um prédio de fins exclusivamente comerciais, situado à Av. Ademar Figueira, com previsão de entrega para novembro deste ano. Ocupa área total de 5200 metros quadrados, sendo 3360 destinados aos escritórios em 14 pavimentos corridos, servidos por três elevadores automáticos e salão de 580 metros quadrados, dispondo ainda de 55 vagas para veículos em subsolo e em pavimento elevado. O preço do imóvel é de 300 mil reais, podendo, em contraproposta, ser arbitrado o financiamento de parte desse montante. Gostaríamos de que V.Sª se pronunciasse com a maior urgência, pois temos opção de compra até o dia 20 deste mês, da qual abrimos mão em seu favor com o maior prazer. Sempre pronto para melhores informações caso se faça mister, subscrevemo-nos muito atenciosamente. Modesto Rodrigues Diretor Comercial.

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BLOCO IV - PONTUAÇÃO

20) Complete com pontuação necessária:

a) Nasceu em São Paulo mas passou a infância no interior b) São Caetano 01 de março de 2004 c) O orçamento o ajuste fiscal a arrecadação foram na reunião de hoje discutidos pelos

técnicos d) Olhando o fato relembrava com emoção o encontro com os colegas e) Conversaram muito trocaram ideias fizeram planos entretanto nada realizaram f) Com a liminar concedida a usina nuclear voltou a funcionar g) Alguns preferem ler romances outros biografias h) Caro amigo não se esqueça de rever com cuidado os textos redigidos há pouco i) Na sexta-feira às quinze horas será a posse do ministro j) Estudou muito se esforçou bastante aprendeu portanto a resolver estes problemas k) Luís que é muito popular foi eleito presidente do grêmio l) Ela muito emocionada só conseguiu dizer Muito obrigada a todos m) A produção embora sem mercado continua numerosa

21) Assinale a opção em que o emprego dos sinais de pontuação está correto:

a) Motoristas e montadoras de automóveis, não terão que desembolsar mais recursos com a mudança para o biodiesel, pois esse combustível não exige nenhuma alteração nos motores dos veículos. b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assegurou a garantia dos motores dos veículos que utilizarem o biodiesel misturado ao diesel na proporção de 2%, como foi autorizado. c) Além disso, o combustível renovável poderá ser usado, em substituição ao óleo diesel em usinas termelétricas, na geração de energia elétrica em comunidades de difícil acesso, como é o caso de diversas localidades na região Norte. d) Para autorizar o uso do biodiesel no mercado nacional, o governo, editou um conjunto de atos legais que tratam dos percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, da forma de utilização e do regime tributário. e) Tal regime, considera a diferenciação das alíquotas com base na região de plantio, nas oleaginosas e na categoria de produção (agronegócio e agricultura familiar). O governo cria também o Selo Combustível Social e isenta a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). (Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)

BLOCO V – NOVO ACORDO 22) Assinale a opção em que há erro de ortografia: a) mão de obra (designando trabalho); b) mão de vaca (designando pessoa avarenta); c) mão de vaca (designando planta); d) mão de criança; e) mão de moça. 23) O hífen foi corretamente empregado em: a) presidente-mirim; b) parati-mirim; c) diretor-mirim; d) secretário-mirim; e) tesoureiro-mirim.

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24) Marque as opções incorretas: a) bem-educado; b) mal-educado; c) bem-comportado; d) mal-comportado; e) bem-vindo. 25) Identifique a opção em que os termos não se alternam: a) amígdala – amídala; b) receção – recessão; c) corrupto – corruto; d) concepção – conceção; e) caracteres – carateres. 26) Em compacto mantém-se a consoante pronunciada; é o mesmo caso de: a) acto; b) afectivo; c) direcção; d) exacto; e) adepto. 27) Os prefixos que são seguidos de hífen quando o segundo termo da palavra composta inicia-se com h, m, n ou vogal são: a) hiper-, inter- e super-; b) circum- e pan-; c) sub- e sob-; d) ab- e ob-; e) recém- e aquém-. 28) Marque a opção incorreta: a) pan-telegrafia; b) pan-helenismo; c) pan-islâmico; d) pan-mágico; e) pan-negro. 29) Assinale a opção incorreta: a) inter-humano; b) inter-hemisférico; c) inter-relacionar; d) interrelacionar; e) intersocial. 30) Marque a opção em que o hífen foi indevidamente usado: a) hiper-hepático; b) hiper-emotivo; c) hiper-realismo; d) hipertireoidismo; e) hipersensibilidade. 31) Pré-pago é grafado com hífen assim como: a) pré-bossa nova – pré-produção – pré-Oscar; b) pré-opinar – pré-definir – pré-sentimento; c) pré-rogativa – pré-maturo – pré-julgado;

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d) pré-excelso – pré-excelência – pré-estabelecimento; e) pré-eminente – pré-ordenar – pré-existencialismo. 32) Assinale a opção em que um dos termos compostos foi indevidamente grafado: a) os cursos não-presenciais – os resíduos pós-consumo; b) os brindes pós-compras – o mundo pós-11 de setembro; c) o período pós-soviético – o período pós-crise internacional; d) a política pós-racial – o período pós-batidas africanas; e) o período pós-funk – o período pós-Bush.