REDAÇĂO NA UFMS 2008. Aulas –resumo para o Vestibular de Inverno UFMS 2008 Professora Ana Maria...

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REDAÇĂO NA UFMS 2008

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REDAÇĂO

NA UFMS

2008

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Aulas –resumo para o Vestibular de Inverno UFMS 2008

Professora Ana Maria C. Bernardelli

Colégio Salesiano Dom Bosco

Campo Grande MS

[email protected]

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O QUE PODE VIR POR Aĺ ?

QUALQUER MODALIDADE!

MAS HÁ ALGUMAS MAIS

PROVÁVEIS!!

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DISSERTAÇĂO

☻ CRÔNICA☻ ARTIGO DE OPINIĂO

☻ NARRAÇĂO ☻ DESCRIÇĂO

☻ TEXTO PUBLICITÁRIO☻ CARTA ARGUMENTATIVA

☻ CARTA ABERTA - MANIFESTO☻ RESUMO - RESENHA CRITICA

☻ FÁBULA /APÓLOGO

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LEMBRETES FORMAIS

-AO REDIGIR SEU TEXTO, AS LINHAS DEVEM SER PLENAS !

-NÃO ESQUEÇA O TĺTULO!

-NÃO RASURE – PASSE SOMENTE UM TRAÇO SOBRE A PALAVRA ERRADA!

-DEMONSTRE AO CORRETOR QUE VOCÊ É BEM INFORMADO- INSIRA CONHECIMENTOS ALÉM DAQUELES DA COLETÂNEA DADA!

-CUIDADO COM A GRAMÁTICA!!! CONCORDÂNCIAS! REGÊNCIAS! CRASE!

-LETRA LEGĺVEL – TANTO CURSIVA COMO DE FORMA!

-NÃO CONFUNDA AS TIPOLOGIAS TEXTUAIS- CADA UMA TEM A SUA ESTRUTURA!!!

-LEITURA CUIDADOSA DA COLETÂNEA – SELECIONE IDÉIAS

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- INSIRA CITAÇÕES , MAS NÃO ESQUEÇA AS FONTES!!

- FAÇA INTERTEXTUALIDADE COM AS DEMAIS DISCI- PLINAS!!!

- UTILIZE FIGURAS DE LINGUAGEM! ( PELO MENOS 2)

- PROCURE SAIR DAS IDÉIAS ÓBVIAS!

- ESTEJA ATENTO ÀS ATUALIDADES POLĺTICO-SOCIAIS

- NÃO SEJA RADICAL – USE O BOM SENSO !!!!!!

- QUANDO POSSĺVEL, UTILIZE OS LIVROS INDICADOS!

- FIQUE ATENTO!!!COESÃO E COERÊNCIA!!!!

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JORNAIS:-Folha de S. Paulo – O Globo – O Estado de SP- -Le monde diplomatique

REVISTAS:

- ÉPOCA - EXAME- VOCÊ S/A - ISTO É- MANAGEMENT - CARTA CAPITAL- CULT - FÓRUM- BRAVO - PIAUĺ- CAROS AMIGOS- DISCUTINDO A HISTÓRIA- DISCUTINDO A FILOSOFIA- PESQUISA (FAPESP)- GALILEU

LEITURAS SUGERIDAS

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OBSERVAÇÃO: Casos de atribuição de nota ZERO à Prova de Redação.

I) texto com menos de 20 (vinte) linhas escritas

II) texto com sinais de identificação;

III) texto escrito a lápis;

IV) texto com letra ilegível;

V) texto que não desenvolve o tema proposto e/ou não elabora a estrutura proposta;

VI) desenhos, poemas, bilhetes, etc. em lugar do texto solicitado.

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Redação Nota Dez!!! Gustavo Santiago Torrecilha Cancio - 3°. GTema: E para você? o que é felicidade? Escolher uma carreira que traga reconhecimento? Encontrar o emprego ideal? Obter sucesso profissional? Status? Ter bom retorno financeiro? Escolher uma carreira que respeite sua vocação? Estudar matérias interessantes na faculdade? Gostar do trabalho que executa? Sentir-se realizado? Com base no texto e nas perguntas, faça uma dissertação em prosa.

Espaços de liberdadetese- De acordo com Luiz Carlos Ribeiro, professor de História da Universidade Federal do

Paraná, trabalho é “ toda atividade do homem transformando a natureza”. Sendo assim, a relação entre trabalho e realização torna-se evidente, e essa antiga “união” atravessa os tempos e chega a nossa atual sociedade, demonstrando que o homem procura a sua satisfação por meio do trabalho.

A1Trabalhar para os gregos e romanos era negar o ócio (tempo livre, destinado para refletir e descansar) e por isso existiam os escravos encarregados do serviço braçal.Na Idade Média, esse pensamento não se alterou muito, além da condenação do trabalho para acumular bens terrenos.Esse conceito começa a mudar no início da Idade Moderna, nos séculos XV e XVI, com os ideais de Nicolau Maquiavel (que dizia : o ser humano trabalhando por escolha, encontraria virtude na sua profissão ), Martinho Lutero com a “salvação através do trabalho e Jean Cauvin (Calvino) e as idéias luteranas.

A2No século XVIII, Lutero e Maquiavel ganham um aliado em suas idéias – Adam Smith, considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico, que propunha a valorização do serviço produtivo, baseado na divisão de tarefas. Após as Revoluções Industriais, com a mecanização , a alienação dos trabalhadores ficou exacerbada, mostrando a falta de vontade própria sobre o que e como fabricar, ocasionada pelo interesse que os donos dos meios de produção tinham em ganhar dinheiro.

A3E hoje, como é visto o trabalho? Se formos analisar a etimologia dessa palavra , verificaremos que ela tem origem no vocábulo latino “tripalium”, que significa um aparelho de tortura composto por três paus . Se na própria formação da palavra ela traz um significado não tão atraente, então por que acreditar que nós, atualmente, nos sentimos felizes com o serviço prestado? Isso porque a raça humana, mesmo em situações adversas, de impotência, tem a capacidade de inventar e assim criar seus espaços de liberdade, nos quais encontra o seu contentamento.

concl.Definir felicidade é tão difícil quanto definir a realização humana. Esta é sempre um vir-a-ser e ambas não existem no sentido absoluto para o homem. A busca infindável da felicidade e da realização é que nos permite transformar o meio e fazer história.

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DISSERTATIVO – ARGUMENTATIVO(exemplo dado)

1- 20 a 30 linhas – plenas2- 3a. pessoa do singular ou 1a. do plural3- tĺtulo obrigatório4- linguagem formal5- inserir diferencial: citações/ fatos e dados históricos6- temas: polêmicos – discutidos em sociedade – ver painel da UFMS7- estrutura fixa: tese – argumentaçăo – conclusăo

( soluçăo – sintese dos argumentos – reafirmar a tese)

8- texto coerente – coeso – politicamente correto9- transmite visăo crítica – dialógica10 – objetivo: convencer o leitor de que suas idéias estão coerentes!!!

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CRÔNICA

1-20 a 30 linhas- 2- estrutura livre: o autor delimita os parágrafos3-1a. ou 3a. pessoa do singular4-tĺtulo obrigatório5-linguagem coloquial – permite gíria 6-inserir humor, ironia , narrativas e descrições7-temas: assuntos do cotidiano da sociedade atual8-segue o fluxo do pensamento organizado9-transmite emoçăo- interlocuçăo10- objetivo: desencadear a reflexăo

Característica principal: criatividade!!!!!!

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      Exemplo: A Última Crônica -  Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café  junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial,  episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar  fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.            Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.  Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma .

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A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho-um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.  A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.  São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado,a menininha repousa o queixo no mármore e sopra  com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de  bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido -- vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.  Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.

Texto extraído do livro "A Companheira de Viagem", Editora  do Autor - Rio de Janeiro.

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COMENTÁRIO

O cronista se mantém fiel às características da crônica quanto ao tema de natureza cotidiana.

Usa linguagem despojada, simples, coloquial com a intenção de cativar o leitor e conduzi-lo à reflexão.

Há momentos de metalinguagem quando o autor comenta sobre a arte de escrever e escrever crônicas .E esse momento se cristaliza no título.

Por meio de uma narrativa singela , o leitor é posto em contato com a realidade das diferenças sociais e convidado a refletir sobre esta problemática.

A descrição se faz presente e é usada como um forte recurso de persuasão com foco no leitor.

O número de linhas, delimitado pelo autor, registra na extensão exata a mensagem para o leitor.

Assim também o aluno deve tentar o seu texto na tipologia crô -nica: criatividade, sutileza, controle da linguagem.

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ARTIGO DE OPINIĂO

1- 20 a 30 linhas – procure escrever as 30 linhas plenas2- 1a. ou 3a. pessoa do singular3- tĺtulo obrigatório4- linguagem formal- interlocuçăo5- inserir dados e fatos fidedignos ( mídia)6- demonstre cultura!!!!7- temas: polêmicos – discutidos em sociedade8- segue a estrutura dissertativa9- introduçăo – desenvolvimento e conclusăo10- o desenvolvimento pode ter vários parágrafos!11- transmite conhecimento – novas leituras de mundo12- objetivo: contribuir para o enriquecimento cultural

LEMBRES-SE: Quem lê um artigo quer aprender mais!

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Exemplo: O jornalismo do deboche

Muitos leitores perguntam por que nunca escrevo artigos ridicularizando George W. Bush, desancando o governo PT ou ridicularizando as bobagens ditas por algum de nossos governantes. Não faço este tipo de colunismo porque é ilimitada a quantidade de bobagens feitas por seres humanos. Estaríamos destruindo todo o papel do planeta se comentássemos cada besteira feita. Depois, o tempo do leitor é curto, um jornalismo construtivo deveria também divulgar possíveis soluções e não ficar somente na crítica dos erros dos outros. Leitores são presas fáceis desta forma de crítica jornalística, porque ela insinua equivocadamente que somos superiores aos nossos semelhantes, governantes e amigos. Noventa por cento das nossas conversas é para se comentar gafes e fracassos dos amigos, nunca suas conquistas e realizações, por isto nunca sou o primeiro a sair de uma festa de amigos.

O jornalista do deboche sabe que o sucesso do outro incomoda, e se aproveita disto. O jornalismo do deboche não somente mostra que somos supostamente mais inteligentes do que os que estão no poder, mas tem uma outra coisa “freudianamente” muito importante: mostra que o colunista é mais inteligente do que todos nós juntos. Não pelas suas idéias originais, critério único para se medir inteligência, mas pela burrice dos outros que o jornalismo do deboche tem o prazer de desancar. Como o debochador sempre trata do passado, quando os erros já são óbvios e evidentes, ele tem sempre a vantagem da onisciência, algo que o governante não teve na hora da sua decisão.

Não faço referência àqueles que escrevem uma crítica de forma construtiva, precisamos ser informados das mazelas e erros do governo. Um artigo debochado de vez em quando nos faz rir e permite agüentar o fardo da incompetência alheia. Mas muitos fazem do deboche a sua especialidade, sua razão de ser.

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O jornalismo deve criticar e ao mesmo tempo propor soluções para serem discutidas, inclusive correr o risco de ver a idéia debochada. Só que aí, o artigo teria de ser inovador, competente, criativo, sensato, conciliador, persuasivo e corajoso. A crítica barata é muito mais fácil do que a análise profunda. A análise requer pesquisa, números e estatísticas, o deboche só precisa de uma língua afiada.Se você adora o jornalismo do deboche, porque ele é engraçado, lembre-se que você está rindo de si mesmo, e embora autocrítica e umas risadas sejam sadias, limitar-se a isto é dar um tiro no pé. O Brasil está diariamente dando tiros no pé, e achando graça.

Num congresso de estudantes colocaram-me para falar em penúltimo lugar, e o encerramento foi feito por um profissional do deboche. Ele simplesmente destruiu o meu discurso otimista anterior, dizendo que o Brasil jamais daria certo, de que estávamos condenados pelo gene do patrimonialismo português, que o fracasso estava no nosso sangue, e assim por diante. Para a minha grande surpresa, a platéia simplesmente adorou. Riam a valer, e no final aplaudiram de pé. Inacreditável para mim!

Se um grande intelectual prevê que o Brasil jamais dará certo, não precisamos nos esforçar. Pode-se justificar o nosso fracasso pessoal, nossa mediocridade individual, como sendo inevitável, é nosso destino. “Não preciso melhorar, a culpa não é minha, a culpa é do Brasil, a culpa é dos portugueses”.

Muitos de nossos intelectuais jogam para a platéia, curvando-se à força do mercado, um discurso de que jamais daremos certo, quando a função do intelectual seria justamente mostrar as soluções, mostrar o caminho, mostrar o que nós pobres mortais não vemos.

Onde estão os poetas que antes nos inspiravam e motivavam, onde estão os filósofos que nos mostravam a essência do que está ocorrendo, onde estão os padres com seus sermões edificantes, onde estão os visionários que nos mostravam o caminho? Eles estão presentes como sempre estiveram, mas hoje estão sem platéia, porque o jovem brasileiro está encantado com o discurso do deboche, é sempre mais fácil culpar os outros.

O jornalismo do deboche é um fenômeno mundial, atingiu até o New York Times. Se acabou acreditando que você é mais competente que Lula, FHC ou Bush, consulte um especialista. O mundo não é tão simples nem tão ridículo quando lhe fizeram imaginar. Graças a Deus!

Stephan Kanitz

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COMENTÁRIO

Você percebeu que o artigo tem a finalidade de apresentar um assunto sob nova ótica, a fim de proporcionar ao leitor um momento de crescimento refle-xivo. Em vez de tese, o autor apresenta seu ponto de vista sobre um determinado assunto.

Ele apresenta um desenvolvimento de idéias. Discorre em seguida, comen-tando, exemplificando. Mas sem a preocupação da dissertação de persuadir o leitor de que seu ponto de vista está correto.

Veja que a primeira pessoa do singular pode ser usada- permite maior fide-dignidade ao texto e credibilidade também.

Ao longo do desenvolvimento, o autor procura apresentar inúmeros dadospara que o leitor possa interagir com sua leitura e elaborar suas próprias conclusões.

O artigo tem o objetivo de propor novas perspectivas para compreender assuntos de natureza social, politica, econômica, etc.

A linguagem utilizada segue a norma culta, sem qualquer desvio da partegramatical. Vocabulario exato, ausencia de ambiguidades, clareza, coesão e coerência são as grandes qualidades de um texto nesta tipologia.

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TEXTO NARRATIVO

Pode ser pedido das seguintes maneiras:

1- a UFMS apresenta um começo e o vestibulando deve continuar, observando os elementos narrativos:

a)narrador c) espaço e) diálogosb) tempo d) personagem (ns) f) trama

2- a UFMS apresenta um tema e instruções para a montagem do texto. Exemplo:

-personagem: menino de rua – sem familia -morador da periferia carioca

- descreva-o- vítima de traficantes

obs: título obrigatório – linguagem formalelementos narrativos – diálogo direto e indireto

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A tessitura narrativaA narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:

O QUÊ? – o(s) fato(s) que determina(m) a história;QUEM ? _ a personagem ou personagens;COMO? _ o enredo, o modo como se tecem os fatos;ONDE? _ o lugar ou lugares da ocorrência;QUANDO? _ o momento ou momentos em que se passam os fatos;POR QUÊ? _ a causa do acontecimento.

Exemplo: Tragédia brasileira Manuel Bandeira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.Conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, demite nos dedos, uma aliança

empenhada e os dentes em petição de miséria.Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico,

dentista,manicura…Dava tudo quanto ela queria .Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada.Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira Arranjava namorado, Misael mudava de casa.

Os amantes moravam no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos…

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

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VEJA:

O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional. Quem? Misael e Maria Elvira. Como? O envolvimento inconseqüente de um homem de 63 anos com uma prostituta. Onde? Lapa, Estácio, Rocha,Catete e vários outros lugares. Quando? Duração do relacionamento: três anos. Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira

Quanto à estrutura narrativa convencional, acompanhe a seqüência de ações que compõem o enredo:

•Exposição: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria Elvira, prostituta;

•Composição: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova moradia para o casal;

•Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo comportamento desregrado de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;

•Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.

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DESCRIÇÃOA descrição atua com a narração

Caracterizar os objetos, os seres e os lugares por meio de -- adjetivos, - orações adjetivas , - comparações, - impressões sensitivas: cores, formas,-cheiros, gostos, impressões táteis, sons.

A descrição permite, nos textos narrativos, que, nós , leitores,sintamos a mesma emoção experimentada pelos personagens. Empregam-se neste tipo de texto: verbos de estado: ser, estar, ficar, permanecer, virar, continuar.Texto altamente subjetivo!!!!

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EXEMPLO: O BURRINHO PEDRÊS

Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.            Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo à distância: no algodão bruto do pêlo - sementinhas escuras em rama rala e encardida; nos olhos remelentos, cor de bismuto, com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em constante semi-sono; e na linha, fatigada e respeitável - uma horizontal perfeita, do começo da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para cá, para lá, tangendo as moscas.            Na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido. Foram comprado, dado, trocado e revendido, vezes, por bons e maus preços. Em cima dele morrera um tropeiro do Indaiá, baleado pelas costas. Trouxera, um dia, do pasto - coisa muito rara para essa raça de cobras - uma jararacuçu, pendurada do focinho, como linda tromba negra com diagonais amarelas, da qual não morreu porque a lua era boa e o benzedor acudiu pronto. Vinha-lhe de padrinho jogador de truque a última intitulação, de baralho, de manilha; mas, vida afora, por amos e anos, outras tivera, sempre involuntariamente: Brinquinho, primeiro, ao ser brinquedo de meninos; Rolete, em seguida, pois fora gordo, na adolescência; mais tarde, Chico-Chato, porque o sétimo dono, que tinha essa alcunha, se esquecera, ao negociá-lo, de ensinar ao novo comprador o nome do animal, e, na região, em tais casos, assim sucedia; e, ainda, Capricho, visto que o novo proprietário pensava que Chico-Chato não fosse apelido decente. GUIMARAES ROSA

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CARTA ARGUMENTATIVAAPRESENTA:

local e data (centralizados)vocativo ( centralizado /de acordo com o destinatário)

Ver pronomes de tratamento

texto argumentativo com natureza persuasivainterlocução com o leitor.1°. parágrafo: intenção( parabenizar, criticar, sugerir, discutir, reivindicar, propor acordos…) 2°.3°.4°. parágrafos – os porquês: persuadir o leitor quanto ao ponto de vista do autor5°. parágrafo – reafirmar a intenção /despedida e assinatura

Tipos de assinaturas: iniciais / pseudônimo / João - Maria

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O redator escreve como se fosse outra pessoa, veste uma máscara. Campinas, 19 de novembro de 2006 (local)

A Associação Brasileira de Cultivadores de Cana-de-Açúcar, ( vocativo)

Sou produtor e cultivador de cana-de-açúcar há mais de trinta anos, tenho em minhas propriedades o hábito de requerer a melhor qualidade no plantio e na colheita desse produto que move diversos segmentos do mercado agrícola. Essa característica fez-me um dos maiores empresários do setor agrícola no país e, nessa condição, acompanhei o desenvolvimento de novas tendências de mercado em nossa área, atentamente, e por isso não poderia privar-me de propor à nossa associação uma cobrança efetiva em torno do Governo Federal, para que se ponham fim às barreiras criadas para exportação por parte dos norte-americanos.

Nossa classe viu na exportação um meio de aumentar nossos faturamentos anuais, fugindo das dificuldades financeiras locais e de determinados privilégios garantidos a certos produtores. Ganhando mais, pudemos investir em melhores tecnologias de plantio e colheita recorrendo quase sempre aos empréstimos junto ao governo ou à iniciativa privada, já que não tínhamos ainda o devido capital e nos preparávamos para colher os lucros da venda em moeda estrangeira e do pagamento antecipado.

Outras propostas devem ser encaminhadas ao governo, caso essa medida anti-protecionismo não funcione. Não sugeriria jamais propostas no mesmo nível norte-americano, pois sei que existiriam outros milhares de produtores indo à falência.

Sugiro apenas que se reduzam as taxas de juros e que o governo se comprometa no processo de renegociação de nossas dívidas. Se houver essa garantia, não deixaremos inúmeros brasileiros desempregados, continuaremos a contribuir com o meio ambiente, fornecendo a matéria prima de combustíveis menos poluentes, atitude que os norte-americanos preferem não tomar em decorrência de seus interesses financeiros e também não contribuiremos para uma possível crise econômica brasileira em virtude de nossas dificuldades.

Sem mais, coloco minha experiência a disposição da nossa classe nessa

batalha! É pelo Brasil e pela igualdade de condições comerciais que lutamos! S.E.H.

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COMENTÁRIO

Observe que a estrutura fixa da carta argumentativa foi mantida durantetodo o texto.

A data , o vocativo- estrategicamente colocados.

A intenção no primeiro parágrafo e os porquês nos demais parágrafos, respectivamente, seguem a estrutura.

A linguagem dentro da norma culta demonstra domínio da língua.

A interlocução está devidamente incorporada na fala do autor.

Despedida em caráter formal e assinatura na forma de iniciais.

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Carta aberta à população.

A saúde no Real Parque Pede Socorro

A Unidade Básica de Saúde do Real Parque, que atende a três comunidades (Real Parque, Jardim Panorama, Porto Seguro além de uma parcela do Paraisópolis) padece de todo o tipo de carência: faltam medicamentos, médico e pessoal administrativo.Enquanto isso, a população sofrida pelas enfermidades não encontra efetivo atendimento na UBS-REAL PARQUE, perambula por outras unidades do Butantã procurando o socorro que lhe falta na porta de sua casa. A Secretaria Municipal de Saúde, marcada pela inércia e pela absoluta falta de política pública de saúde, tem no improviso a sua característica mais evidente (quatro secretários de saúde em pouco mais de três anos); ainda não começaram as obras de reforma da UBS nova (mas, nem tanto), prometida para ser entregue em junho deste ano; não resolveu o problema de falta de pessoal como agentes de políticas públicas (antigos ATA´s) e médicos. O que dizer da qualidade de uma UBS em que há falta de Clínicos Gerais? Como se trabalha a prevenção e tratamento de doenças tipicamente femininas se há falta de médicos ginecologistas?

Cega, surda e muda ao caos no setor, a atual administração reduz a saúde a mera estratégia de marketing, solapando o Sistema Único de Saúde (SUS) todos os dias, privatizando (OS´s – Organizações Sociais) e terceirizando tudo o que encontra pela frente. O resultado é a tragédia diária de uma população desassistida e sofrida que, em pesquisas recentes, rejeitou com o índice de 70% a saúde da atual administração. Os graves problemas que atingem a UBS-Real Parque são recorrentes a todas as demais UBS´s da região: Jardim D´Abril, Jaqueline, São Jorge, Peri-Peri, João XXIII, COHAB e vai por aí afora..

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De um lado, a insensibilidade da prefeitura; de outro, o povo organizado dá o devido enfrentamento ao caos na saúde e, de forma politizada, arranca da administração algumas conquistas. No Real Parque, mais especificamente, a licitação para a reforma do Posto foi uma grande vitória. Na cidade, a tentativa de golpe da Prefeitura contra o Conselho Municipal de Saúde foi rechaçada por amplos setores da sociedade civil organizada e pelo Poder Judiciário, que restaurou a ordem democrática na cidade de São Paulo e evitou que a Prefeitura instalasse um conselho fantoche, um conselho chapa-branca e que avalizasse a sua política de destruição da saúde pública e do SUS.Implantou-se um sistema de atendimento, uma rede de computadores na UBS que vem deixando muito a desejar: não funciona, a toda hora cai o sistema, e mais, não deram treinamento aos funcionários causando uma verdadeira guerra no atendimento entre funcionários e população. Tem-se, assim, mais uma prova de uma verdadeira improvisação que causa filas imensas, discussões e até agressões. Assim, fartos de esperar, porque a doença não espera, o Movimento Popular de Saúde do Butantã exige o fim do caótico estado de saúde na zona oeste da cidade de São Paulo.

São Paulo, 4 de maio de 2007.Vera Lucia Vieira

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TEXTO PUBLICITÁRIOO texto publicitário deve apresentar uma forte persuasão, pois o objetivo configura o convencimento do leitor e a mudança de comportamento . A estrutura caracteriza-se: (20 linhas)- título chamativo( frasede efeito)1°§ expor o “produto” – a situação (geral)2°§ descrever a situação/citar dados que comprovem a necessidade de persuasão diante de tal situação.(detalhar)3 °§ mostrar que já há procedimentos em relacao à situação4°§ Incitar o leitor a fazer o mesmo – aspectos humanitáriosUsar apelos, recursos lingüísticos, frases de efeito , metáfo-ras, ambiguidades, trocadilhos.Fique atento ao público alvo : jovem, sociedade, políticosLinguagem de acordo com o público-alvo e meio de publicaçãoObserve: Converse com o leitor!!!!!!!! Use o Vocativo. Use o Imperativo.

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Exemplo: Aprenda a pensar o mundoPor meio da difundida tela mágica, verdadeira janela aberta para o

mundo, e de outros variados meios de divulgação, temos acesso a informações e dados tão preciosos, que fariam inveja a qualquer sábio da Grécia antiga. Pelo monitor, principalmente, o nosso olhar alcança desde o profundo dos oceanos

até o interior da célula que viaja pela nossa corrente sangüínea. Torna-se impossível não se deixar envolver com o deslumbramento e curiosidade que nos

são oferecidos, não é mesmo, caro leitor?Porém devemos ficar atentos, pois a posse de um estoque tão variado

de informações é, inegavelmente, uma condição necessária para a construção do saber, mas não suficiente. A quantidade e a variedade de conhecimentos pode criar em nós uma ilusão de onisciência (de tudo saber). O verdadeiro saber (a sabedoria) na realidade pressupõe algo mais do que o mero estoque de conhecimentos superpostos. Você há de concordar comigo que não podemos ser meros repetidores do que vemos e ouvimos.

Lembre-se de que o verdadeiro sábio é aquele que se mostra capaz de organizar as informações e dados dentro de um sistema, de encaixá-los numa estrutura onde eles se correlacionam e adquirem sentido, de hierarquizá-los, de distinguir os que se implicam dos que se excluem. É preciso filtrá-los para inseri-los na rotina da vida individual e coletiva. A estratégia da TV , e da mídia em geral, de se mostrar inquestionável é extremamente eficaz – para ela- resulta numa falsa opinião pública, que ,na verdade, acaba expressando um desejo, não mais da sociedade, mas sim do poder concentrado da mídia.

Ora, a massa perdeu o hábito de pensar e principalmente o de se auto-avaliar. A ignorância e a miséria de conteúdos são negociadas pela mídia. Basta olhar para os programas de maior sucesso da TV. Trata-se aqui da intenção da mídia que cuida para que sociedade continue assim: ignorante e burra. Sufocado e tolhido pelo materialismo exacerbado e pelo brilho das aparências, o intelecto coletivo apodrece. Sendo assim, caro leitor, a condição indispensável para tirar proveito da consulta a todo e qualquer comunicado que nos chega pelos modernos meios sem que nos deixemos violentar é desenvolver a criticidade diante de qualquer assunto que nos seja apresentado. Não se curve rapidamente às informações, leia matérias confrontantes, ouça opiniões as mais variadas e depois, trace você mesmo a sua visão sobre a problemática discutida.

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COMENTÁRIO

O texto publicitário tem uma estrutura bem distribuída, apresenta-se na medida certa a fim de atingir o leitor na sua totalidade.

Os parágrafos configuram cada um dos passos da persuasão.

A interlocução está presente para dar uma certa intimidade entreAutor/leitor.

O uso do pronome você também permite esta intimidade.

O texto publicitário procura corretamente "vender" a idéia, uma forma de conceber as coisas ; busca estimular o leitor a mudar seu compor -tamento, suas atitudes.

Assim, o texto manifesta-se como um traço da intenção projetada de um emissor para um receptor, a fim de comunicar uma mensagem e produzir um efeito.

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APÓLOGOO mais famoso: A linha e a agulha de Machado de Assis

Texto narrativo, figurativo: ficcional, com a finalidade delevar à reflexão sobre as qualidades humanas, virtudes e defeitos morais.Narrativa convencional: começo, meio , fim - tendo natureza moralizante .

Os personagens são objetos, cujos comportamentos asse -melham-se aos dos humanos.Contém título.

Quantidade de parágrafos a critério do autor.Pode ser escrito tanto em primeira como em terceira pessoa.

Moral bem definida ( não usar aquelas já conhecidas)

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Um Apólogo - Machado de AssisEra uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?— Deixe-me, senhora.— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.— Mas você é orgulhosa.— Decerto que sou.— Mas por quê?— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...— Também os batedores vão adiante do imperador.— Você é imperador?— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo Adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

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Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto neces-sário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! 

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FÁBULAAs mais famosas : Fábulas de ESOPO

Texto narrativo, figurativo: ficcional, com a finalidade delevar à reflexão sobre as qualidades humanas, virtudes e defeitos morais.Narrativa convencional: começo, meio , fim - tendo natureza moralizante . Os personagens são animais, cujos comportamentos asse -melham-se aos dos humanos.Exemplo: raposa: esperto; coruja: intelectual; lobo: mauContém título.

Quantidade de parágrafos a critério do autor.Pode ser escrito tanto em primeira como em terceira pessoa.

Moral bem definida ( não usar aquelas já conhecidas)

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“A história é capaz de transformar o abstrato em concreto” Os valores humanos são uma energia que pulsa em todos os seres humanos. Estão vivos e presentes no pensamento humano a todo momento, determinam o compor-tamento e orientam a inteligência e a criatividade. Eles integram o conhecimento, a família, a escola e a vida em sociedade. Vinculam o ensinamento ministrado na escola às circunstância da vida, construindo uma cons-ciência da ética e da estética do bem. As narrativas oferecem um manancial riquíssimo para aplacar nossa sede de encon-trar o ponto de coexistência das tensões positivas e negativas do personalidade. Muitos são os valores que podem ser trabalhados através das narrativas: amor, cari-dade, prudência, justiça, honestidade, paciência, respeito, responsabilidade, fortaleza e temperança... Pequena narrativa em que se aproveita a ficção alegórica para sugerir uma verdade ou reflexão de ordem moral, com intervenção de pessoa, animais e até entidades inanimadas. A fábula trata de certas atitudes humanas, como a disputa entre fortes e fracos, a esperteza, a ganância, a gratidão, o ser bondoso, o não ser tolo. Muitas vezes, no finalzinho das fábulas aparece uma frase destacada chamada de MORAL DA HISTÓRIA, com provérbio ou não; outras vezes essa moral está implícita. Não há necessidade de descrever com muitos detalhes os personagens, pois o que representam nas fábulas (qualidades, defeitos) já é bastante conhecido. Tempo indeterminado na história. É breve, pois a história é só um exemplo para o ensinamento ou o conselho que o autor quer transmitir. Conflito entre querer / poder. O título não deve antecipar o assunto, pois não sobraria quase nada para contar. A resolução do problema deve combinar com a sua intenção ao contar a fábula e com a moral da história.

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Exemplo: A Cigarra e a Formiga

Tendo a cigarra cantado todo o estio, achou-se em apuros com a entrada do inverno. Não possuía nem um pedacinho de mosca, nem um vermezinho para se alimentar. Desesperada, foi bater à porta da formiga sua vizinha. Pediu que lhe emprestasse algum grão, a fim de poder subsistir até à chegada do tempo melhor.

- Eu pagarei com juros, disse ela, antes de agosto. Palavra de honra.

A formiga não gosta de dar emprestado, nem é prestimosa: é esse o seu defeito.

- Que fazias no tempo de calor? - perguntou-lhe. - Eu cantava noite e dia a todos que apareciam. - respondeu a

cigarra. - Cantavas no verão? Que bela vida! Pois bem, dança agora. Muitos são contra a formiga por ter procedido assim. Mas o Sr. La

Fountaine certamente explicaria que esse seu defeito é pequeno em face das virtudes, pois é trabalhadeira, diligente e precavida. Já o não foi a cigarra, que nada fez garantir os dias futuros.

E lançou mão da mais simples das soluções: pedir emprestado.

A lição de La Fountaine consiste em que devemos cuidar do dia de amanhã, e não contar com empréstimo para cobrir o que não produzimos.

Que cante a cigarra, mas que trabalhe! Essa é a lição. Fábulas de La Fountaine – Tomo I

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NOTÍCIA

Relata um fato de interesse geral - é imparcial.A linguagem é objetiva.Responde às perguntas:quem – o quê – quando – onde – como - por quêEstrutura: - apresenta a manchete – lead ( chamativa)- apresenta mais ou menos 4 parágrafos.-os fatos devem ser bem explicitados .Quanto mais detalhe, melhor.-deve passar credibilidade-citar fontes fidedignas-atualidade- a grande qualidade da notícia-Leitura de mundo diversificada – capacidade de analogia.

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Peritos encerram reconstituição do crime de Isabella

São Paulo – 28-04-08

Depois de mais de sete horas de trabalho, interrompidas apenas para um rápido lanche de meia hora, os peritos da Polícia Civil de São Paulo terminaram, às 17h20, a reconstituição da morte da menina Isabella Nardoni, ocorrida na noite do dia 29 de março.

O trabalho foi concentrado no Residencial London, zona norte de São Paulo, onde a garota foi atirada do 6º andar, do apartamento do pai e da madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

Apesar do fim dos trabalhos, os peritos ainda estão reunidos no local, trocando informações sobre as simulações realizadas hoje. Em uma das últimas etapas da reconstituição do crime, um casal que reside no edifício ao lado acompanhou os peritos.

Os dois teriam ouvido a eventual discussão do casal, no dia do crime, e foram até o edifício London para saber o que havia acontecido.

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RESENHA CRĺTICA/ RESUMO

Um resumo comentado.Conserva o mesmo título, ou cria-se outro MUITO PERTINENTE.

ESTRUTURA:

- o 1º.parágrafo dá os dados técnicos. - nos 2º. 3º. 4º comenta-se favorável ou contrariamente ao assunto exposto. - ao contrário do resumo : as idéias são comentadas, analisadas, comparadas, catalogadas. - os comentários devem ter fundamentação em teorias ou opiniões de especialistas na área.

objetivo: demontrar entendimento acerca de um assunto.

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Resumo: É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capí-tulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qual-quer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor.

Resenha-crítica: É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.

O que deve constar numa resenha

Devem constar: O título A referência bibliográfica da obra Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada O resumo, ou síntese do conteúdo A avaliação crítica

O título da resenha

     O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir:Título da resenha: Astro e vilãoSubtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael JacksonLivro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995

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 Veja exemplo do resumo feito de "Língua e liberdade: uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (Celso Luft), na resenha intitulada "Um gramático contra a gramática", escrita por Gilberto Scarton.

  "Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, a inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

     O velho pesquisador apaixonado pelos problemas de língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e lingüística;o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante".

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Veja o exemplo da resenha "Receitas para manter o coração em forma" (Zero Hora, 26 de agosto,2006), sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", produzido pela LDA Editora, com o apoio da Beal.

 Receitas para manter o coração em forma

     "Na apresentação, textos curtos definem os diferentes tipos de gordura e suas formas de atuação no organismo. Na introdução os médicos explicam numa linguagem perfeitamente compreensível o que é preciso fazer (e evitar) para manter o coração saudável.

     As receitas de Cozinha do Coração Saudável vêm distribuídas em desjejum e lanches, entradas, saladas e sopas; pratos principais; acompanhamentos; molhos e sobremesas. Bolinhos de aveia e passas, empadinhas de queijo, torta de ricota, suflê de queijo, salpicão de frango, sopa fria de cenoura e laranja, risoto com açafrão, bolo de batata, alcatra ao molho frio, purê de mandioquinha, torta fria de frango, crepe de laranja e pêras ao vinho tinto são algumas das iguarias".

 

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A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estr presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram.

O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo, etc. Deve ser lembrado que os resenhistas - como os críticos em geral - também se tornam objetos de críticas por parte dos "criticados" (dire-tores de cinema, escritores, etc.), que revidam os ataques qualificando os "detratores da obra" de "ignorantes" (não compreenderam a obra) e de "impulsionados pela má-fé".

A leitura (inteligente) desse tipo de texto poderá aumentar o leque de opções para iniciar uma recensão crítica de maneira criativa e cativante, que leva o leitor a interessar-se pela leitura.

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Exemplo:Um gramático contra a gramática -Gilberto Scarton  Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu

ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de idéias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula.

 Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

 O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e lingüística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante.

  Essa fundamentação lingüística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processos espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.

 Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula.

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MANIFESTO

Sobre o gênero manifesto, o professor William Roberto Cereja seposiciona:O manifesto é um gênero textual que se produz quando uma pessoa ou um grupo de pessoas deseja chamar a atenção da população, denunciando um problema de interesse geral, que afeta a todos, ou alertando para um problema que está prestes a ocorrer.

Características do Manifesto:. texto de intenção persuasiva, que objetiva sobre um problema ou faz a denúncia pública de um problema que está ocorrendo;. linguagem geralmente no padrão culto formal da língua;. verbos predominantemente no presente do indicativoÉ interessante que o aluno perceba a caracterização do gênero como uma forma discursiva que apresenta uma denúncia. Além disso, é um texto que traz como conseqüência uma convocação (direta ou não) do leitor para uma ação .Linguagem de acordo com o público e presença de título.

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Para isso, é importante contemplar no texto:. o contexto em que se realiza a denúncia: EX: escola de B.H.;. o fato: aumento do índice de violência nas escolas (podem-se usar dadosdisponíveis no texto base);. o objetivo do discurso: expor como a violência interrompe o aprendizado(é bom ressaltar que as conseqüências dessa interrupção não prejudicamapenas as pessoas diretamente envolvidas nos atos de violência, mas todaa comunidade escolar). Nesse tópico, podem-se contemplar fatores como:. violência moral (intimidação, ameaças a grupos de alunos e professores)que mantém um clima de medo e tensão constante e interfere na realizaçãoavaliativa, por exemplo, além de trazer grandes empecilhos à relaçãoprofessor – aluno e aluno-aluno na sala de aula;. depredação do patrimônio: um ambiente mal preservado pode atrapalhara manutenção do processo ensino–aprendizagem, sobretudo em relação aoestímulo desse processo;. tráfico e uso de drogas: prejuízo orgânico, que interfere na recepção doaprendizado, aumento da criminalidade, também responsável pelo clima detensão e desvio da atenção dos estudos para essas questões.O candidato deve também atentar-se para adequação da linguagemao público alvo.

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Finalizando:

1- elabore primeiramente o seu texto, depois as questões2- utilize rascunho3- organize as idéias4- confira a gramática do seu texto: ortografia/ regência/ concordância/ crase/ tempos verbais5- letra legível/ estética6- seja crítico7- demonstre engajamento na realiade de seu país8- insira comparações9- siga os direcionamentos

CONSULTE A PAGINA DA PROFESSORA NO SITE DO COLÉGIO DOM BOSCO MUITAS INFORMAÇÕES PARA VOCÊ E …

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UM GRANDE ABRAÇOANA MARIA

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