Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação...

56
1 Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação de Oncologia Médica (V.FINAL)

Transcript of Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação...

Page 1: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

1

Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação de

Oncologia Médica

(V.FINAL)

Page 2: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

2

I - Índice

I - Índice 2

II – Equipa 3

III - Enquadramento legislativo e histórico 4

IV - Enquadramento da rede 8

V – Epidemiologia e Movimento Assistencial 9

VI - Necessidades previsíveis até 2019 13

VII - Caracterização e definição dos diferentes níveis e modelos organizativos de

Serviços 16

VIII – Requisitos em Oncologia Médica 19

IX - Indicadores e monitorização da Rede 23

X - Definição da Rede 25

XI - Modelo formativo 37

XII - Políticas de qualidade 38

XIII – Recomendações 40

XIV – Bibliografia 41

XV – Anexos 42

Recursos Humanos

População

Page 3: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

3

II - Equipa Rede de Oncologia Médica

NUNO MIRANDA

MARIA HELENA GERVÁSIO

RICARDO DA LUZ

JORGE ESPÍRITO SANTO

ANTÓNIO MOREIRA

DEOLINDA PEREIRA

ALBERTO MATIAS

Page 4: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

4

III - Enquadramento Legislativo e Histórico

Atualmente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) depara-se com diversos desafios

desencadeados, sobretudo, pelas alterações demográficas, mudanças nos padrões de

doença, inovação tecnológica e mobilidade geográfica.

Considerando as vertentes do acesso e a equidade em saúde, intrínsecas à prestação de

cuidados no seio do SNS, e a necessidade de assegurar cuidados de saúde a todos os

cidadãos, importa que as diferentes instituições hospitalares garantam a prestação de forma

coordenada e articulada entre si e com os restantes níveis de cuidados. Neste âmbito, as

redes de referenciação hospitalar, atualmente designadas de Redes Nacionais de

Especialidades Hospitalares e de Referenciação (RNEHR), assumem um papel orientador e

regulador das relações de complementaridade interinstitucionais, perspectivando-se a

implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão.

Vários são os normativos legais e documentos técnicos que abordam a temática das redes

hospitalares e a sua importância estratégica como garante da sustentabilidade e eficiência do

SNS. A Lei n.º 64-A/2011, de 30 de dezembro, que aprova as Grandes Opções do Plano para

2012-2015, bem como o Programa do XIX Governo Constitucional, preconizam a melhoria

da qualidade e acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, mediante a reorganização da

rede hospitalar através de uma visão integrada e mais racional do sistema de prestação de

cuidados.

Na sequência do Memorando de Entendimento celebrado com a União Europeia, o Banco

Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, foi criado o Grupo Técnico para a

Reforma Hospitalar (GTRH) - Despacho do Ministro da Saúde n.º 10601/2011, de 16 de

agosto, publicado no Diário da República, II Série, n.º 162, de 24 de agosto - cujo relatório

final intitulado “Os Cidadãos no Centro do Sistema, Os Profissionais no Centro da Mudança”

definiu oito Iniciativas Estratégicas, corporizadas, cada uma, por um conjunto de medidas,

cuja implementação e monitorização, promoverão o cumprimento de um programa de

mudança, com a extensão, profundidade e densidade exigidas numa verdadeira reforma

estrutural do sector hospitalar português.

No seu relatório, o GTRH defende que na reorganização da rede hospitalar devem ser

considerados diversos fatores, nomeadamente: (i) critérios de qualidade clínica; (ii)

proximidade geográfica; (iii) nível de especialização; (iv) capacidade instalada; (v) mobilidade

dos recursos; (vi) procura potencial; (vii) acessibilidades; (viii) redes de referenciação por

especialidade; (ix) equipamento pesado de meios complementares de diagnóstico e

terapêutica disponível; (x) benchmarking internacional e (xi) realidade sócio-demográfica de

cada região.

O GTRH elenca, ainda, um conjunto de fragilidades inerentes às RNEHR existentes,

designadamente: (i) desatualização da maioria das redes (a maioria foi elaborada até 2006 e

nunca ajustada); (ii) inexistência de um modelo único e homogéneo do documento; (iii)

inexistência de aprovação ministerial para algumas das RNEHR publicadas; (iv) ausência de

integração entre RNEHR de diferentes especialidades que se interpenetram; (v) inexistência

de inclusão dos setores convencionados e privados (nos casos em que se possa aplicar),

Page 5: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

5

contemplando apenas o universo do SNS; (vi) falta de integração do conceito de Centros de

Referência e (vii) indefinição quanto ao prazo de vigência das RNEHR.

No primeiro Eixo Estratégico “Uma Rede Hospitalar mais Coerente”, o GTRH propõe a

elaboração da Rede de Referenciação Hospitalar de forma estruturada e consistente e

dotada de elevados níveis de eficiência e qualidade dos cuidados prestados. Para o efeito, e

com o desígnio de redesenhar a rede hospitalar naqueles pressupostos, é proposta a revisão

das RNEHR atuais, bem como a elaboração das redes ainda inexistentes, promovendo-se uma

referenciação estruturada e consistente entre os cuidados de saúde primários e os cuidados

hospitalares (considerando toda a rede de prestação, desde os cuidados de primeira linha

aos mais diferenciados), assegurando uma melhor rentabilização da capacidade instalada aos

níveis físico, humano e tecnológico.

De igual forma, o Plano Nacional de Saúde 2012-2016 apresenta um conjunto de

orientações, nos eixos estratégicos “Equidade e Acesso aos Cuidados de Saúde” e “Qualidade

em Saúde”, propondo o reforço da articulação dos serviços de saúde mediante a

reorganização dos cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados integrados,

cuidados pré-hospitalares, serviços de urgência, entre outros, consolidando uma rede de

prestação de cuidados integrada e eficiente. Pretende-se, deste modo, uma rede hospitalar

coerente, racional e eficiente, consubstanciada num sistema integrado de prestação de

cuidados.

Desta forma, as RNEHR desempenham um papel fulcral enquanto sistemas integrados e

coordenados, articulados em rede, que promovem a satisfação das necessidades em saúde

aos mais variados níveis, nomeadamente: (i) diagnóstico e terapêutica; (ii) formação; (iii)

investigação e (iv) colaboração interdisciplinar, contribuindo para a garantia de qualidade dos

cuidados prestados pelas diferentes especialidades e subespecialidades hospitalares.

As RNEHR permitem a: (i) articulação em rede, variável em função das características dos

recursos disponíveis, dos determinantes e condicionantes regionais e nacionais e o tipo de

especialidade em questão; (ii) exploração de complementaridades de modo a aproveitar

sinergias, permitindo o desenvolvimento do conhecimento e a especialização dos técnicos

com a consequente melhoria da qualidade dos cuidados e (iii) racionalização de recursos

permitindo a maximização da sua rentabilidade.

Todas estas vantagens podem ser aproveitadas na criação de Redes de Referenciação por

Patologia, forma que o circuito dos doentes deverá assumir. Devido à variabilidade da

constituição das diversas estruturas multidisciplinares adequadas às várias patologias não é

possível que todos os doentes sigam o mesmo percurso. No entanto, é fundamental que as

diversas especialidades que participam no circuito doas doentes de uma patologia tenham

definidas as suas estruturas básicas.

Nesta conformidade, a Portaria n.º 123-A/2014, de 19 de junho, estabeleceu os critérios de

criação e revisão das RNEHR, bem como as áreas que estas devem abranger. De acordo com

o número 2 do artigo 2.º daquele diploma, foram determinados os princípios aos quais as

RNEHR devem obedecer, nomeadamente: “a) permitir o desenvolvimento harmónico e

descentralizado dos serviços hospitalares envolvidos; b) eliminar duplicações e subutilização

Page 6: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

6

de meios humanos e técnicos, permitindo o combate ao desperdício; c) permitir a

programação do trânsito dos utentes, garantindo a orientação correta para o centro

indicado; d) contribuir para a melhoria global da qualidade e eficácia clínica pela

concentração e desenvolvimento de experiência e competências; e) contribuir para a

diminuição dos tempos de espera, evitando a concentração indevida de doentes em

localizações menos adequadas; f) definir um quadro de responsabilização dos hospitais face à

resposta esperada e contratualizada; g) permitir a programação estratégica de

investimentos, a nível nacional, regional e local e h) integrar os Centros de Referência.”

No sentido de dar cumprimento ao disposto na portaria supramencionada, o Despacho n.º

10871/2014, de 18 de agosto, veio determinar os responsáveis pela elaboração e/ou revisão

das RNEHR. Com efeito, o processo inicia-se com a elaboração das seguintes RNEHR:

Oncologia Médica, Radioterapia e Hematologia Clínica; Cardiologia; Pneumologia; Infeção

pelo HIV e SIDA; Saúde Mental e Psiquiatria; e Saúde Materna e Infantil, incluindo Cirurgia

Pediátrica.

Em termos históricos, as RNEHR tiveram origem no Programa Operacional da Saúde –

SAÚDE XXI, na sequência das principais recomendações do Subprograma de Saúde 1994-

1999, constituindo-se, na altura, como o quadro de referência de suporte ao processo de

reforma estrutural do sector da saúde. No eixo prioritário relativo à melhoria do acesso a

cuidados de saúde de qualidade, a medida 2.1 do referido programa (“Rede de Referenciação

Hospitalar”) objetivava implementar RNEHR pelas áreas de especialização tidas como

prioritárias, visando a articulação funcional entre hospitais, mediante a diferenciação e

identificação da carteira de serviços, de modo a responder às necessidades da população,

garantindo o direito à proteção e acesso na saúde.

Deste modo, as RNEHR instigaram um processo de regulação e de planeamento da

complementaridade entre instituições hospitalares, contribuindo para a otimização e gestão

eficiente da utilização de recursos, com vista a assegurar um quadro de sustentabilidade a

médio e longo prazo do SNS.

Das 47 especialidades médicas definidas pela Ordem dos Médicos, 41 são especialidades

predominantemente hospitalares. Década e meia volvida após a elaboração das primeiras

RNEHR apenas 23 especialidades se encontram integradas em RNEHR (vide Figura 1), sendo

que as alterações ocorridas no SNS nos últimos anos não estão refletidas nas Redes mais

antigas.

Embora apenas algumas das RNEHR publicadas tenham merecido aprovação ministerial, a

Portaria n.º 123-A/2014, de 19 de junho, considera em vigor as RNEHR criadas e

implementadas.

Figura 1. Ano de produção e entidade de aprovação das RNEHR publicadas.

Page 7: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

7

Page 8: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

8

IV – Enquadramento da RNEHR de Oncologia Médica

Desde 1990, data da publicação do primeiro Plano Nacional de Oncologia, que a organização

de uma Rede de Referenciação em Oncologia foi considerada uma das medidas mais

relevantes para a melhoria da qualidade da prestação dos cuidados e para a adequada

planificação das necessidades a prover, racionalizando a alocação dos recursos.

O Plano Oncológico Nacional – 2001-2005, aprovado pela Resolução do Conselho de

Ministros n.º 129/2001, de 17 de agosto, fixou como um dos objetivos estratégicos “Definir o

conceito de rede de referenciação hospitalar e enunciar as condições a que devem obedecer

as unidades terapêuticas para que possam participar na rede e assumir a responsabilidade de

diagnosticar e tratar doentes oncológicos.” Determinou, ainda, a criação da Rede de

Referenciação Hospitalar em Oncologia, definida como “um sistema que integra diferentes

tipos de instituições, que se articulam entre si para prestarem cuidados especializados em

oncologia, numa perspetiva integrada e globalizante, tendo subjacente a otimização dos

recursos humanos, dos procedimentos e dos equipamentos”.

Mas dificuldades de vária ordem impediram uma rápida concretização deste objetivo, e

apenas em 2002 foi publicado um documento que instituía a Rede de Referenciação em

Oncologia. As recentes alterações legislativas e a necessidade assumida de rever as Redes de

Referenciação levaram a que se retomasse este trabalho.

Assim, a RNEHR de Oncologia, deve ter como objetivos centrais a melhoria da acessibilidade

e da qualidade da prestação de cuidados aos doentes, a adequada planificação da oferta e

dos correspondentes investimentos em meios humanos e técnicos, assim como a

diferenciação de todo o sistema prestador.

Portugal não tem, neste momento, um problema de qualidade na prática da Oncologia,

quando medida em termos de sobrevivência. De acordo com o estudo EUROCARE 5 os

resultados obtidos em Portugal no tratamento da maioria dos tumores malignos é

francamente bom, estando ao nível dos 10 melhores países da Europa comunitária. No

entanto, a qualidade vai muito para além da sobrevivência, sendo mais difícil de mensurar

itens como a qualidade do atendimento, o grau de satisfação de doentes e de profissionais

ou a adequação dos cuidados às necessidades dos doentes e familiares.

Por outro lado, também não temos um problema em termos de consumo de recursos. De

acordo com um estudo publicado no final de 2013 na revista Lancet Oncology gastamos por

doente tratado cerca de metade da média dos 27 países da Europa comunitária, o que nos dá

a medida de eficiência da utilização dos recursos e da excelente relação custo/efetividade

dos cuidados prestados. É importante manter a alta eficiência do sistema.

A European Society for Medical Oncology - ESMO definiu, em position paper publicado em

Janeiro de 2014, o perfil do Oncologista Médico, considerando este Especialista o elemento

central da prestação de cuidados aos doentes oncológicos, pela sua abrangência de

conhecimentos e pela sua intervenção continuada em todos os níveis e momentos de

contacto dos doentes com os serviços prestadores.

Page 9: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

9

A visão da ESMO contempla de forma desenvolvida o exercício da Oncologia em centros não

académicos e vê o papel do Oncologista como um Especialista multicapacitado para a

intervenção em situações clinicas e condições patológicas muito variadas e para a garantia da

continuidade de cuidados a todos os doentes. Simultaneamente com este movimento é

essencial garantir formas de auditoria de processo e de resultados, de molde a garantir a real

equidade.

Page 10: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

10

V – Epidemiologia e Movimento Assistencial:

Preâmbulo

Na avaliação da atividade e distribuição de recursos humanos utilizámos a divisão do país em

três regiões: Norte, Centro e Sul. As duas primeiras correspondem às áreas das respetivas

ARSs e a última compreende as áreas das ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

Este modelo de análise deriva destas últimas regiões deverem ser observadas na globalidade,

já que não são autocontidas em termos de cuidados de saúde, havendo frequente

referenciação inter-regional. Embora também ocorram outros casos de referenciação inter-

regional, têm muito menor expressão numérica ou resultam de acordos que na prática

transferem a globalidade dos cuidados para outra região, com pouca partilha da tomada a

cargo.

Internamentos por Doença Maligna

Em 2013 houve mais de 75.000 internamentos por doença maligna, como diagnóstico

principal, em Portugal.

Fonte:ACSS, DPS, BDGDH, 2009 a 2013, data da extração 24 Novembro 2014, Distribuição de episódios de

internamento por secção de diagnóstico principal, Portaria nº 163/2013.

Internamentos por Diagnóstico Principal de Neoplasia Maligna 2009 2010 2011 2012 2013

Neoplasia Maligna do Lábio, Cavidade Oral e Faringe 2.150 2.298 2.319 2.252 2.021

Neoplasia Maligna de Órgãos Digestivos e do Peritoneu 19.338 19.710 20.467 19.815 20.020

Neoplasia Maligna de Órgãos Respiratórios e Intratorácicos 6.583 6.889 7.032 6.839 7.046

Neoplasia Maligna do Osso, Tecido Conjuntivo, Pele e Mama 16.786 10.109 10.634 10.758 10.798

Neoplasia Maligna de Órgãos Geniturinários 13.053 13.037 13.361 13.105 13.292

Neoplasia Maligna de Outros Locais e de Locais não Especificados 11.176 11.038 11.495 12.019 12.124

Neoplasia Maligna do Tecido Linfático e Hematopoiético 4.796 4.967 5.274 5.907 6.041

Tumores Neuroendócrinos 26 96 202 354 400

Carcinoma In Situ 1.077 1.032 1.074 1.107 1.112

Neoplasias de Comportamento Incerto 2.570 2.408 2.164 2.095 1.905

Neoplasias de Natureza Não Especificada 290 350 292 333 387

Total 77.845 71.934 74.314 74.584 75.146

Page 11: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

11

Sessões de Quimioterapia

Podemos ver a distribuição das sessões de quimioterapia, para o período 2009-2013, no

quadro seguinte. Cerca de 26% das mesmas foram realizadas no Grupo Hospitalar dos

Institutos Portugueses de Oncologia.

Os dados constantes são os decorrentes da faturação à ACSS. De molde a aumentar o lastro

dos dados de atividade, é apresentado à rente quadro integrador, que inclui diversas fontes.

Hospitais 2009 2010 2011 2012 2013

Centro Hospitalar Barreiro\Montijo, E.P.E. 5022 6234 7170 2983 3087

Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. 827 1545 995 1108 1167

Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, E.P.E. 13161 14371 12662 7958 4807

Centro Hospitalar de Leiria-Pombal, E.P.E. 0 1272 2465 2678 2654

Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. 10720 11218 11953 11778 11262

Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E. 11 20086 23061 22609 16186

Centro Hospitalar de São João, E.P.E. 12627 11198 12772 12736 13971

Centro Hospitalar de Tras-os-Montes e Alto Douro, E.P.E. 22 4595 3615 3629 4341

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E. 2228 5962 5516 6105 7178

Centro Hospitalar do Algarve, E.P.E. 6098 10036 11939 11886 9682

Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E. 7205 6822 6616 5042 3536

Centro Hospitalar do Baixo Vouga, E.P.E. 1155 3513 3004 2587 2248

Centro Hospitalar do Médio Ave, E.P.E. 1581 2143 2050 1678 1634

Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E. 6753 6071 5166 3476 2989

Centro Hospitalar do Oeste 1998 4323 4291 4588 3791

Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. 5191 5680 5227 4981 5297

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E. 6021 9454 9606 14362 13564

Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, E.P.E. 2708 7331 8176 8062 8161

Centro Hospitalar Setúbal, E.P.E 4431 3839 4000 3722 4113

Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, E.P.E. 838 1072 1343 1200 345

Centro Hospitalar Tondela-Viseu, E.P.E. 3472 3675 3543 3961 4637

Hospital Beatriz Ângelo - Loures 0 0 0 1093 3359

Hospital de Braga 6407 6146 5932 8325 7569

Hospital de Vila Franca de Xira 1535 2163 1903 1108 1170

Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E. 1267 1027 884 907 1041

Hospital Distrital de Santarém, E.P.E. 2679 5783 6516 6501 5519

Hospital do Espírito Santo - Évora, E.P.E. 1979 5070 4830 4855 5268

Hospital Garcia de Orta, E.P.E. - Almada 2802 6235 6048 5589 7111

Hospital Professor Dr. Fernando da Fonseca, E.P.E. 1690 6821 7374 7758 7679

Hospital Santa Maria Maior, E.P.E. - Barcelos 951 1071 905 813 795

HPP Hospital de Cascais, Dr. José de Almeida 490 173 0 0 0

Instituto Português Oncologia F. Gentil - Centro, E.P.E. 3469 13436 14318 14186 10532

Instituto Português Oncologia F. Gentil - Lisboa, E.P.E. 385 15360 24992 25243 23634

Instituto Português Oncologia F. Gentil - Porto, E.P.E. 3842 37463 38528 27007 28836

Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E. 739 771 751 740 820

Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, E.P.E. 747 970 1214 1009 886

Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E. 2999 2783 3511 3149 3414

Unidade Local de Saúde do Alto Minho, E.P.E. 1318 4393 4488 4382 4355

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, E.P.E. 2046 3827 3859 4003 3584

Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, E.P.E. 1537 2317 2053 2121 2083

Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano E. P. E. 1090 1819 1752 1365 1460

Unidade Local de Saúde Nordeste, E.P.E. 813 1330 969 911 1503

Total 130854 259398 275997 258194 245268

Sessões de Quimioterapia - Hospital de Dia (GDH 410)

Page 12: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

12

Internamento em Oncologia Médica

Os Institutos Portugueses de Oncologia concentram 56% dos lugares de internamento em

oncologia médica, como se pode verificar pela tabela seguinte.

Verifica-se, ainda, em geral uma taxa de ocupação elevada, designadamente, no IPO de

Lisboa e no IPO do Porto.

De notar que, como em muitas outras áreas de produção no SNS, existem diferentes critérios

de registo da atividade, assim como, no caso específico do internamento, diferentes formas

organizacionais: internamento dedicado para Oncologia Médica, internamento em camas

distribuídas por outro(s) serviço(s), internamento em área preferencial dentro de um Serviço

de Medicina ou Cirurgia. Esta variabilidade conduz a uma dificuldade enorme na avaliação da

informação.

De qualquer forma, o dado verdadeiramente importante, porque corresponde à prática que

pretendemos fomentar, é o número de casos a cargo da especialidade de Oncologia Médica.

Instituições LotaçãoNº de Dias

Internamento

Nº de Doentes

Saídos - Sem

Transf Interna

Demora

Média

Taxa de

Ocupação

ARS Alentejo

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 4 1.394 128 10,89 95%

ARS Algarve 3.113 279 11,16

Centro Hospitalar do Algarve, EPE 11 3.113 279 11,16 78%

ARS Centro

Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 10 2.726 234 11,65 75%

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 22 5.844 825 7,08 73%

Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 2 731 90 8,12 100%

Instituto Português Oncologia de Coimbra, EPE 40 10.991 1.864 5,90 75%

Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 6 511 258 1,98 23%

ARS Norte

Centro Hospitalar de São João, EPE 4.049 413 9,80

Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 19 5 3,80

Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 28 8.518 845 10,08 83%

Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 63 19.808 1.909 10,38 86%

Hospital de Braga, PPP 7.118 774 9,20

ARS LVT

Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 11 3.236 314 10,31 81%

Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 3 1.032 62 16,65 94%

Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 7 3.258 257 12,68 128%

Hospital Garcia de Orta, EPE 13 3.793 341 11,12 80%

Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 46 17.613 2.425 7,26 105%

Hospital de Loures, PPP 48 3 16,00

Fonte: SICA, 16 março 2015

Internamento Oncologia Médica 2013

Page 13: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

13

Consulta Externa

O movimento das consultas externas apresenta valores que carecem de uma análise

aprofundada nos casos em que as instituições apresentam valores que dispares ao que seria

de prever atendendo aos oncologistas médicos disponíveis e à população da sua área de

influência.

Da mesma forma que para o internamento o registo das consultas de oncologia médica não é

feito de forma uniforme, dependendo muitas vezes de decisões e interpretações locais,

tendo as comparações entre instituições de ser realizada de forma ponderada.

Consulta Externa (Oncologia Médica)

Instituições dez-13

Total Nacional 431.359

ARS Alentejo 29.112

Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 14.956

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 5.233

Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, EPE 2.913

Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo, EPE 6.010

ARS Algarve 18.861

Centro Hospitalar do Algarve, EPE 18.861

ARS Centro 74.515

Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 1.791

Centro Hospitalar de Leiria, EPE 3.464

Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 3.445

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 24.292

Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE 9.098

Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 1.335

Instituto Português Oncologia de Coimbra, EPE 27.908

Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 1.326

Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 1.856

Centro Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais

Hospital Arcebispo João Crisóstomo

Hospital Dr. Francisco Zagalo

Hospital José Luciano de Castro

ARS Norte 140.130

Centro Hospitalar de São João, EPE 16.968

Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 6.350

Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 5.234

Centro Hospitalar do Porto, EPE 9.888

Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 15.739

Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, EPE

Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE

Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 7.997

Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 7.271

Hospital Santa Maria Maior, EPE 1.928

Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 41.847

Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 9.597

Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE 2.994

Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 2.687

Hospital de Braga, PPP 11.630

ARS LVT 168.741

Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 12.770

Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 13.339

Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 24.972

Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 19.663

Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 23.542

Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 3.842

Hospital Distrital de Santarém, EPE 6.158

Hospital Fernando da Fonseca, EPE 14.544

Hospital Garcia de Orta, EPE 9.471

Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 25.408

Hospital de Cascais, PPP

Hospital de Loures, PPP 4.995

Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 3.402

Centro Hospitalar do Oeste 6.635

Instituto Gama Pinto

Fonte: SICA, 16 março 2015

Page 14: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

14

Hospital Registos ROR (2009)

Cirurgia Oncológica 2013

Consultas Oncologia Médica 2013

Sessões Hospital de Dia 2013

Especialistas Oncologia Médica 2015

ULS Alto Minho 1029 526 2994 4355

CH SÃO JOÃO 2807 2373 16968 13971 9

CH ALTO AVE 740 717 6350 3536 3

CH MEDIO AVE 252 346 5234 1634 2

CH PORTO 1491 1520 9888 5297 5

CHEDV 751 535 15739 4807 6

CHPVVC 371 295 0 0

CHTS 679 567 0 345

CHTAD 962 747 7997 4341 4

CHVNGE 1125 1040 7271 7178 4

HSMMAIOR 106 85 1928 795

IPOPORTO 7373 5021 41847 28836 27

ULSMATOSINHOS 1020 679 9597 3414 4

ULSNORDESTE 366 165 2687 1503

H BRAGA 1228 1220 11630 7569 5

Total Norte 20300 15836 140130 87581 69

CHCB 253 216 1791 1167 1

CHLP 774 677 3464 2654

CHBV 199 263 3445 2248 2

CHUC 3170 2958 24292 13564 2

CHTV 611 996 9098 4637 1

HDFF 239 257 1335 1041

IPOCOIMBRA 2180 2466 27908 10532 17

ULSGUARDA 418 321 1326 820

ULSCASTELOB 107 252 1856 886

Total Centro 7951 8406 74515 37549 23

CHBM 561 657 12770 3087 4

CHLC 3434 3220 13339 11262 6

CHLO 1542 1315 24972 8161 9

CHSESTUBAL 1049 740 19663 4113 2

CHLN 4708 1819 23542 16186 5

CHMT 712 438 3842 2989 1

HDSANTAREM 1309 959 6158 5519 2

HFF 1389 653 14544 7679 5

Page 15: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

15

HGO 1861 1405 9471 7111 3

IPOLISBOA 5927 3971 25408 23634 13

HCASCAIS 340 574

HBANGELO 721 4995 3359 6

HVFX 441 344 3402 1170 1

CHOESTE 539 244 6635 3791 2

HEVORA 887 711 14956 5268 3

ULSBA 561 237 5233 3584

ULSLA 157 2913 2083

ULSNA 472 224 6010 1460

CHA 2094 1295 18861 9682 4

Total SUL 27826 19684 216714 120138 66

Nesta tabela foram introduzidos, e por unidade hospitalar, o número de casos em que foram

fonte primária para o registo oncológico (dados de 2009), o número de intervenções

cirúrgicas codificadas como oncológicas, e registadas no SIGIC em 2013, o número de sessões

de hospital de Dia, de quimioterapia, faturadas em 2013, o número de consultas de

Oncologia Médica em 2013 e o número de especialistas de Oncologia Médica. A notar que o

Hospital Beatriz Ângelo não existia em 2009, nem havia registo de atividade da Unidade de

Saúde do Litoral Alentejano.

Rácios entre atividades e atividade /recursos humanos

Hospital CIR/ROR CONS/ROR SES/ROR SES/CIR cons/om ror/om sigic/om

ULS Alto Minho 0,51 2,91 4,23 8,28 CH SÃO JOÃO 0,85 6,04 4,98 5,89 1885 312 264

CH ALTO AVE 0,97 8,58 4,78 4,93 2117 247 239

CH MEDIO AVE 1,37 20,77 6,48 4,72 2617 126 173

CH PORTO 1,02 6,63 3,55 3,48 1978 298 304

CHEDV 0,71 20,96 6,40 8,99 2623 125 89

CHPVVC 0,80 CHTS 0,84

0,51 0,61 CHTAD 0,78 8,31 4,51 5,81 1999 241 187

CHVNGE 0,92 6,46 6,38 6,90 1818 281 260

HSMMAIOR 0,80 18,19 7,50 9,35 IPOPORTO 0,68 5,68 3,91 5,74 1550 273 186

ULSMATOSINHOS 0,67 9,41 3,35 5,03 2399 255 170

Page 16: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

16

ULSNORDESTE 0,45 7,34 4,11 9,11 H BRAGA 0,99 9,47 6,16 6,20 2326 246 244

Total Norte 0,78 6,90 4,31 5,53 2031 294 230

CHCB 0,85 7,08 4,61 5,40 1791 253 216

CHLP 0,87 4,48 3,43 3,92 CHBV 1,32 17,31 11,30 8,55 1723 100 132

CHUC 0,93 7,66 4,28 4,59 12146 1585 1479

CHTV 1,63 14,89 7,59 4,66 9098 611 996

HDFF 1,08 5,59 4,36 4,05 IPOCOIMBRA 1,13 12,80 4,83 4,27 1642 128 145

ULSGUARDA 0,77 3,17 1,96 2,55 ULSCASTELOB 2,36 17,35 8,28 3,52 Total Centro 1,06 9,37 4,72 4,47 3240 346 365

CHBM 1,17 22,76 5,50 4,70 3193 140 164

CHLC 0,94 3,88 3,28 3,50 2223 572 537

CHLO 0,85 16,19 5,29 6,21 2775 171 146

CHSESTUBAL 0,71 18,74 3,92 5,56 9832 525 370

CHLN 0,39 5,00 3,44 8,90 4708 942 364

CHMT 0,62 5,40 4,20 6,82 3842 712 438

HDSANTAREM 0,73 4,70 4,22 5,75 3079 655 480

HFF 0,47 10,47 5,53 11,76 2909 278 131

HGO 0,75 5,09 3,82 5,06 3157 620 468

IPOLISBOA 0,67 4,29 3,99 5,95 1954 456 305

HCASCAIS 1,69 HBANGELO

4,66 833

120

HVFX 0,78 7,71 2,65 3,40 3402 441 344

CHOESTE 0,45 12,31 7,03 15,54 3318 270 122

HEVORA 0,80 16,86 5,94 7,41 4985 296 237

ULSBA 0,42 9,33 6,39 15,12 ULSLA

13,27

ULSNA 0,47 12,73 3,09 6,52

CHA 0,62 9,01 4,62 7,48 4715 524 324

Total SUL 0,71 7,79 4,32 6,10 3284 422 298

Através do relacionamento dos dados da tabela anterior, é possível construir diversos

índices, para uma leitura crítica da atividade. Relacionámos o nº de cirurgias com número de

casos registados; o nº de consultas de Oncologia Médica com os casos registados; o nº de

Page 17: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

17

sessões de Hospital de Dia de quimioterapia com o nº de registos, o nº de sessões de QT com

o nº de cirurgias, o nº de consultas de Oncologia Médica com o nº de Oncologistas Médicos,

o nº de casos registados com o nº de oncologistas médicos e o nº de cirurgias oncológicas

com o nº de oncologistas médicos.

É necessário realizar uma leitura atenta dos dados e não esquecer que os registos no ROR são

de 2009, o que modifica a leitura, atendendo à abertura posterior do Hospital Beatriz Ângelo,

o que explica algumas disparidades de números no CHLN. Por outro lado, como se trata de

fontes primárias de registo, existe referenciação posterior ao diagnóstico, que não é

percebida e se traduz em modificações do índice registados/operados.

Existe óbvia disparidade na distribuição de recursos humanos, ao longo do país e inter-

instituições. No estudo da relação entre o número de novos casos registados e o número de

Oncologistas, existe uma diminuição significativa de Norte (294 casos por médico), para o

Centro (346 casos por médico) e para o Sul (422 casos por médico). Por outro lado, alguns

números registados de consultas de Oncologia Médica são na realidade impossíveis, o que

leva a concluir que em alguns hospitais são registadas consultas de Oncologia Médica

realizadas por outros especialistas. É necessário um modelo uniforme e nacional de registo.

Realizando a análise por distrito, e de acordo com os casos registados, já não pela fonte

primária mas pelo local de residência, e cruzando estes dados com o número de oncologistas

em cada distrito temos a seguinte tabela:

DISTRITO CASOS NO ROR

CASOS PRIMÁRIOS

ONCOLOGISTAS RATIO CASOS/ONC

V do Castelo 1167 1029 0

Braga 3107 2074 8 388

Vila Real 925 962 4 231

Bragança 681 366 0

Porto 8348 15118 51 163

Aveiro 2122 950 8 265

Guarda 666 418 0

Viseu 1111 611 1 1111

Coimbra 1928 5589 19 101

Cast Branco 702 360 1 702

Leiria 2062 1313 2 1031

Santarém 2127 2021 3 709

Lisboa 10162 17781 49 207

Setúbal 3874 3471 9 430

Portalegre 475 472 0

Évora 732 887 3 244

Beja 688 561 0

Faro 1836 2044 4 459

Page 18: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

18

Nesta tabela observa-se uma diferença significativa entre o número de casos registados por

local de residência (registos ROR) e os casos registados por fonte primária. Para esta

diferença contribuem dois fatores: os casos que são tratados em mais do que uma instituição

são duplicados nos registos primários e os casos de tumores da pele do tipo basalioma,

embora presentes nos registos primários são suprimidos, para esta análise, nos números do

ROR.

A tabela acima evidencia algumas assimetrias regionais na distribuição dos profissionais. A

não esquecer que a divisão por distritos não é respeitada na distribuição de áreas de

hospitais e que alguns distritos-fronteira estão repartidos entre mais do que uma ARS. No

entanto, para uma perceção global da repartição de casos e de recursos humanos a tabela

supra é rica em informação.

Page 19: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

19

VI – Necessidades previsíveis até 2019

Para que um serviço de oncologia médica garanta a qualidade, a continuidade dos

tratamentos e a cobertura adequada da população, o número mínimo de especialistas deve

ser três, devendo existir pelo menos 100 novos doentes/ano na consulta de oncologia

médica.

Os serviços de Oncologia Médica devem ser analisados pela sua integração na Unidade

prestadora de cuidados, não sendo possível analisá-los separadamente. Este facto advém da

sua carteira de serviços depender de outros serviços conexos.

Consideramos quatro tipo de Unidades:

1 Centros Oncológicos Integrados

2 Centros Clínicos Oncológicos

3 Serviços de Oncologia

4 Unidades de proximidade

1 - Centros Oncológicos Integrados

Este grupo é integrado por estruturas com organização matricial, que acomodem

Serviços de Especialidade e Clínicas Multidisciplinares por patologia. Estas Unidades

distinguem – se essencialmente por aliarem a multidisciplinaridade, para cada caso

individual, à perspetiva global. É necessário que disponibilizem as principais

modalidades de tratamento, que tenham atividade desde a prevenção, ao rastreio,

ao diagnóstico, ao tratamento, à reabilitação e ao cuidar do fim-de-vida. Devem ter

internamento dedicado, atendimento não programado 24/24, com oncologista

permanente, e unidade de cuidados intensivos local. Devem ter atividade tanto na

prestação de cuidados, como na educação e na investigação e participarem

ativamente em grupos internacionais.

Estas Unidades devem ter preocupações particulares com os tratamentos

complementares, nomeadamente com a reabilitação e com a psico-oncologia, e

devem ter organizadas clínicas de sobreviventes, para atender às necessidades

particulares deste grupo de doentes. Dentro deste grupo de Unidades é desejável a

sub-especialização, nomeadamente cirúrgica. Estas Unidades devem ser capazes de

aferir resultados, nomeadamente em termos de sucesso terapêutico.

Estas Unidades devem fomentar uma cultura de colaboração com outros centros,

tanto para a promoção da centralização da patologia rara, como com a abertura de

consultas multidisciplinares a Serviços de menor dimensão.

É neste grupo de instituições que devem estar sediadas as consultas de cancro

familiar.

Estas Unidades devem acomodar o tratamento da maioria dos cancros raros,

problema analisado em separado.

Page 20: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

20

Este primeiro grupo de unidades é, atualmente, constituído pelos IPOs, sendo

desejável algum desenvolvimento em setores pontuais, nomeadamente a

consolidação das clinicas multidisciplinares nos três IPOs e a abertura de

atendimento não programado e de cuidados intensivos em Coimbra.

2 Centros Clínicos de Oncologia

O segundo grupo de Unidades corresponde à departamentação da Oncologia dentro

de um Hospital. O grande objetivo é a existência de uma cultura oncológica, que

coloque o doente no centro da ação, tornando o processo de tomada a cargo do

doente como um ato único, e não uma soma de atos e serviços.

Devem possuir internamento dedicado para Oncologia, estrutura organizada em

clínicas multidisciplinares, circuito de atendimento não programado com oncologista

disponível em permanência. Devem disponibilizar uma gama alargada de

tratamentos em oncologia localmente, incluindo as principais modalidades de

tratamento, nomeadamente cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Devem fornecer um conjunto de tratamentos complementares, nomeadamente em

termos de reabilitação, psico-oncologia e apoio à reintegração familiar e social dos

doentes.

Devem também garantir a realização de atividades de formação e de investigação

clinica em oncologia.

O elemento diferenciador destas unidades é a forma integrada de organização da

oncologia, ultrapassando a separação habitual, por especialidades. A organização

matricial, com base em patologias, é o fator chave.

Consideramos não existirem atualmente unidades com este tipo de perfil, mas

pensamos que este deve ser o objetivo para um número significativo de unidades

existentes, vindo a ser polos aglutinadores regionais fundamentais.

A evolução para este tipo de tipologia depende, em muito, da massa crítica local,

devendo ser este o objetivo dos hospitais universitários e daqueles que se queiram

assumir como líderes a nível regional

3 Serviços de Oncologia

O terceiro nível, unidades de oncologia, corresponde à tipologia mais básica, com um

serviço de Oncologia Médica, com o mínimo de três especialistas, e que deve

assegurar consultas multidisciplinares locais para a patologia mais frequente (pelo

menos mama, cólon e próstata). Nos casos em que não se justifique a formalização

de uma consulta multidisciplinar, pela raridade local da patologia ou pela inexistência

de meios técnicos ou humanos críticos para a decisão, devem estes serviços

estabelecer formas de afiliação.

Page 21: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

21

Estas unidades devem ter capacidade de internamento a cargo, ou seja,

internamento em serviço próprio ou em outro serviço, mas com a tomada a cargo

dos doentes pela Oncologia Médica, e ter circuitos de atendimento não programado

e de urgência estabelecidos.

4 Unidades de proximidade

Poderão, ainda, existir unidades de proximidade em hospitais que não disponham

destas tipologias de serviço. Estas estruturas, com natureza provisória, devem ter o

mínimo de 0,4 ETC de Oncologia Médica e a sua deslocação 3 vezes por semana. até

ao final de 2015, e evoluir até 2020 para um mínimo de 1 ETC.

Estas unidades devem estar formalmente afiliadas a um dos centros da Rede

(Serviço, Centro Clínico ou Centro Integrado), para garantir a continuidade de

cuidados e completar a estruturação da rede. Neste nível de estruturas deve estar

claro qual o circuito de atendimento dos doentes, fora das horas de permanência do

Oncologista, e em particular para as complicações do tratamento ou da doença.

Estas tipologias devem dar resposta a uma população mínima de 150 000 habitantes.

Para além desta regra básica é necessário atender à dispersão geográfica, defendendo

também, que em casos selecionados, existam unidades para populações de menor

dimensão.

As necessidades atuais de oncologistas médicos são de 20/1 000 000. Considera-se que o

número de oncologistas médicos deve evoluir de 20/1 000 000 para 30/1 000 000, ao longo

dos próximos dez anos, de acordo com o aumento das necessidades decorrentes do aumento

de incidência e de complexidade dos tratamentos, bem como do aumento da prevalência.

Os doentes tratados em unidades de proximidade devem ter os seus planos terapêuticos

validados em Consulta Multidiscilplinar do Centro em que estão afiliados.

As unidades de proximidade integram oncologistas médicos dos hospitais com serviços de

oncologia médica que se deslocam a hospitais sem esse serviço. Assegura-se, assim, a

proximidade garantindo, também, a qualidade inerente a um volume mínimo de trabalho.

Neste modelo a responsabilidade do tratamento é do serviço de origem dos médicos,

funcionando o hospital de proximidade como um posto avançado de consulta. As unidades

de proximidade devem garantir a continuidade de cuidados, os cuidados de urgência, bem

como, a assistência às eventuais complicações do tratamento.

As unidades de proximidade devem ser negociadas entre os hospitais constituídos como

Centros da Rede e as ARS. A afiliação pode ser de proximidade e/ou complementaridade.

Page 22: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

22

VII – Cancros Raros

Os Cancros Raros são um problema particular no campo da Oncologia. No seu conjunto

correspondem a 20% de todos os novos casos de cancro, e são atualmente definidos como as

neoplasias com uma incidência < 6 /100 000 habitantes.

Existe um movimento europeu para a centralização deste tipo de patologias, num número

reduzido de centros, com o propósito de oferecer a mesma qualidade assistencial a todos os

doentes, e com o objetivo de aumentar o conhecimento e melhorar os resultados, no

tratamento destes doentes.

Os desafios que colocam estes doentes começam no diagnóstico, que é muitas vezes difícil e

muito dependente da experiência do patologista, à abordagem inicial, que quando

desadequada pode comprometer definitivamente os resultados finais, e ao adequado plano

terapêutico e de monitorização, que envolve frequentemente a utilização judiciosa de meios

complementares sofisticados.

Mesmo a transmissão de informação ao doente, relacionada com a sua patologia, está

criticamente associada à experiência do centro onde o doente é tratado. Nestes casos a

cultura de multidisciplinaridade é ainda mais importante, para que o doente se sinta e esteja

seguro. Para além dos médicos, é também determinante nestes doentes, a experiência da

equipa de enfermagem e de outros profissionais.

Estes doentes necessitam de muitos circuitos associados ao seu processo, como reabilitação,

técnicas especiais de reconstrução e outras, que dificilmente são colocados em prática em

centros de pequena dimensão.

A criação de centros de referência para patologias particulares, tenta obviar a eventual

desigualdade no acesso a cuidados de qualidade, privilegiando a centralização destes casos

em centros de reconhecida capacidade.

Em alguns cancro raros a centralização deve ser imediata, a saber:

Tumores neuroendócrinos

Sarcomas Ósseos

Sarcomas de partes moles

Tumores da cabeça e pescoço

Tumores do esófago

Germinomas

Timomas

Mesoteliomas

Tumores do peritoneu

Page 23: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

23

Tumores das vias biliares

Parte destes doentes poderão ser tratados em modalidade de partilha de cuidados, entre

Unidades mais diferenciadas e Unidades mais periféricas, de acordo com as necessidades

particulares dos doentes, em cada momento do seu percurso.

A centralização destes casos obedece não a critérios estritos de quantidade, mas à

capacidade de reunir equipas multimodais necessárias e com experiência e capacidade

técnica adequada às melhores práticas. Em muitos casos a necessidade de centralização não

se prende diretamente com a Oncologia Médica, mas sim com outras especialidades.

Este movimento deve ser integrado na estratégia dos centros de referência.

Page 24: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

24

VIII – Caracterização e definição dos diferentes níveis e modelos

organizativos de serviços

A análise da documentação internacional permite-nos afirmar que não existe um modelo

internacional que se adapte à realidade portuguesa, pelo que é necessário criar um modelo

organizativo que seja adequado a esta realidade específica.

A prestação de cuidados em oncologia deve garantir:

A – Consultas Multidisciplinares de Decisão Terapêutica

Para todos os doentes, o planeamento terapêutico deve ser estabelecido em reunião

multidisciplinar, com participação das valências que possam estar envolvidas na

prestação de cuidados, antes da primeira abordagem terapêutica (excepto em

situações que requerem tratamento urgente). O relatório da reunião multidisciplinar

deve ser parte integrante do processo do doente.

Na reunião multidisciplinar devem ser estabelecidos a estratégia, os requisitos

técnicos e o nível de diferenciação necessário para a realização do tratamento e para

a continuidade de cuidados. O doente deve ser informado das diferentes fases de

tratamento propostas e respectivos “timings”.

B - Protocolos terapêuticos

Protocolos terapêuticos – Os Centros da Rede devem dispor de protocolos

escritos que orientem a abordagem e tratamento dos doentes, segundo princípios

de qualidade, efectividade e boa relação custo / benefício. Nestes protocolos devem

ser tidas em conta as normas de avaliação nacionais ou, na sua ausência,

avaliações reconhecidas internacionalmente.

Os doentes devem ter acesso à inovação terapêutica de acordo com os

conhecimentos científicos disponíveis.

C - Diagnóstico anatomo-patológico – O relatório anatomo-patológico deve obedecer

aos requisitos mínimos de qualidade e validação.

a. Quando um doente é tratado em instituição diferente daquela em que o

diagnóstico foi efectuado o diagnóstico anátomo-patológico da neoplasia

deve ser objecto de uma revisão por um anátomo-patologista da instituição

onde o doente irá ser tratado.

b. É recomendável que os serviços de anatomia patológica de menor

dimensão ou de recursos menos diferenciados requeiram segunda opinião

nas patologias neoplásicas raras, pré-neoplásicas ou “lesões de fronteira”,

em que o anatomo-patologista considere a sua experiência limitada.

c. A dupla leitura dentro do mesmo serviço é recomendável como processo

periódico de controlo de qualidade interna. A dupla leitura é

Page 25: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

25

particularmente recomendável sempre que o diagnóstico se basear em

biópsia(s) e sempre que se tratar de “lesões de fronteira”

D - Valências a garantir pelos Centros da Rede:

O Hospital que assume o tratamento de doentes oncológicos deve promover a continuidade

e a globalidade dos cuidados.

a. Quando a instituição que assume o início do tratamento não dispõe dos

recursos técnicos ou humanos necessários para a continuidade global dos

cuidados deverá estabelecer os necessários protocolos ou acordos com

outras instituições.

b. A Instituição deve possuir protocolos para assegurar a assistência dos

doentes que necessitam:

i. Tratamento em cuidados intensivos

ii. Tratamento de neutropenia febril

iii. Suporte transfusional

iv. Atendimento não programado

v. Intervenções no sentido de restabelecer a estética e/ou a função (ex.

reconstruções mamárias; próteses penianas; reabilitação motora).

vi. Cuidados psico-oncológicos

vii. Cuidados paliativos (hospitalares e domiciliários)

viii. Controle da dor

ix. Cuidados continuados

E - Comissão de Coordenação Oncológica

O Hospital reconhecido como Centro da Rede para o tratamento de doentes oncológicos

deve possuir uma Comissão de Coordenação Oncológica (CCO), em funcionamento regular

(Portaria nº 420/90).

F - Registo Oncológico

O Hospital reconhecido como Centro da Rede para o tratamento de doentes oncológicos

deve assegurar e manter actualizado o Registo Oncológico hospitalar, reportando

regularmente os novos casos e o seu seguimento ao respetivo Registo Oncológico Regional

(Portaria nº 35/88 de 16 de Janeiro).

G - Avaliação de qualidade

De acordo com os programas de qualidade em Saúde, a definir pelo Departamento da

Qualidade na Saúde da Direção Geral de Saúde, os Centros da Rede de Oncologia Médica

deverão promover a avaliação regular da sua atividade.

Page 26: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

26

IX - Requisitos dos Centros da Rede de Oncologia Médica

Competências técnicas individuais

a. Os doentes propostos para tratamento sistémico devem ser avaliados por

oncologista médico

b. A estratégia e sequência do tratamento anti-neoplásico sistémico devem

ser coordenadas por oncologista médico.

c. Os protocolos / regimes terapêuticos devem ser prescritos por oncologista

médico.

d. Os ciclos terapêuticos integrantes de um programa terapêutico devem ser

supervisionados por oncologista médico.

e. Nos Serviços, Departamentos ou Centros Integrados de Oncologia também

poderão colaborar outros especialistas médicos com formação e dedicação

dominante da sua prática ao tratamento sistémico de doentes oncológicos.

f. A preparação de fármacos anti-neoplásicos deve ser feita por ou sob

supervisão de farmacêutico com formação e treino específicos na área

oncológica.

Requisitos hospitalares

a-- Área de ambulatório com gabinetes de consulta em número adequado de

acordo com as necessidades;

b - Hospital de Dia com cadeirões e camas para tratamentos mais demorados

ou complexos, com os necessários equipamentos de segurança;

c –Área de atendimento não programado para as situações agudas (por

toxicidade ou progressão da doença)

d- Ter internamento em espaço dedicado.

e- O hospital deve assegurar, internamente ou por protocolo com outra

instituição, a colocação de cateteres intra-venosos para administração

de tratamento anti-neoplásico.

f- A preparação dos fármacos anti-neoplásicos deve ser feita

preferencialmente no âmbito dos serviços de Farmácia Hospitalar, em

instalações que cumpram o estabelecido nas normas aplicáveis à

preparação de medicamentos, por técnico(s) qualificado(s), de forma a

minimizar os riscos para os doentes e os operadores.

i. Para hospitais que não disponham de uma unidade autónoma e que

não disponham de recursos para o seu desenvolvimento, a

Page 27: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

27

preparação de fármacos anti-neoplásicos poderá ser efectuada

noutra instituição, mediante a elaboração de um protocolo, onde

conste de forma objectiva: metodologia de pedido dos fármacos;

preparação dos fármacos; transporte dos fármacos; controlo de

qualidade em todo o processo (desde o pedido até à administração

no doente e identificação de eventuais efeitos colaterais).

g- O Centro deve possuir enfermeiros com formação e competências na

abordagem do doente oncológico, com treino particular na administração de

fármacos anti-neoplásicos

h- Devem existir planos de formação contínua para os grupos profissionais

envolvidos no tratamento dos doentes oncológicos

Requisitos organizacionais

Os doentes têm direito a ter uma consulta de orientação multidisciplinar para

decisão terapêutica. Nessa reunião, é validada a estratégia terapêutica e a boa

capacidade técnica do Centro para o tratamento indicado. A mesma deve ficar

registada no processo clínico e incluirá a identificação dos profissionais presentes, as

decisões tomadas e o responsável por transmitir a informação ao doente.

O resultado da consulta de grupo deve ser transmitido ao médico de família,

devendo existir uma obrigatoriedade na transmissão de informação no início do

tratamento, nas mudanças de tratamento e no final do mesmo.

Deverá estar identificado o médico responsável por tomar o doente a cargo e o

contacto para quem o doente poderá recorrer se necessitar. Os serviços de urgência

devem identificar os doentes que a ela recorrem que estejam em tratamento

oncológico de forma a poderem identificar situações decorrentes da

doença/tratamentos.

Os serviços devem assegurar o circuito de urgências das complicações decorrentes

do tratamento e da doença

Os cuidados paliativos são parte integrante dos cuidados oncológicos e devem estar

presentes desde o início dos cuidados sempre que se preveja que venham a ser

necessários.

Deve existir, também, uma articulação estreita com outras áreas que tenham

intervenção no tratamento oncológico como: unidades de reabilitação, cirurgia de

reconstrução e suporte nutricional.

Deve estar contemplado o atendimento de Psico-Oncologia e o apoio por Assistente

Social.

Page 28: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

28

Reuniões de revisão de morbilidade e de mortalidade – devem realizar-se

regularmente reuniões em que se discutem e avaliam a morbilidade e a

mortalidade em cada serviço.

Deve também estar disponível um Relatório anual de atividade, contendo avaliação

de resultados, atividade por sectores e por médico

Internamento:

Atualmente existem diversas realidades no internamento designadamente:

Doentes internados no serviço de oncologia médica;

Doentes internados noutros serviços mas a cargo da oncologia médica;

Doentes do foro da OM internados noutro serviço a cargo de outro serviço;

Tomada a cargo informal pela oncologia médica.

A Oncologia Médica deve ter os seus doentes internados a seu cargo,

independentemente de poderem estar internados fisicamente no serviço de

Oncologia Médica ou noutro.

Contudo a existência de um espaço de internamento próprio contribuirá para

promover a formação e a adequação dos cuidados quer médicos, quer de

enfermagem às necessidades específicas dos doentes oncológicos.

Clínicas de sobreviventes

A definição de sobreviventes, como os doentes que ultrapassam a doença

oncológica, ficando livres de tratamentos anti-neoplásicos (habitualmente

convencionado como um período mínimo de cinco anos) corresponde a uma nova

população de doentes, com necessidades particulares. O peso crescente dos

cuidados associados a esta população, medida do nosso sucesso, coloca desafios aos

serviços de oncologia, que têm de ser urgentemente resolvidos.

Os Centros da Rede deverão estruturar o acompanhamento destes doentes em duas

modalidades: acompanhamento partilhado com os cuidados primários e clinicas de

sobreviventes. A opção por qualquer um destes modelos, e doente a doente, deve

ser tomada de acordo com as necessidades de cada doente, assegurando a

acessibilidade. Nestes doentes deve-se optar por uma lógica de promoção da saúde,

através de estilos de vida saudáveis.

A necessidade de clínicas de sobreviventes advém de três ordens de razões:

1- Doentes submetidos a tratamentos de reconhecida toxicidade tardia.

Page 29: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

29

2- Doentes com esperança de vida muito longa, para os quais existe pouco

conhecimento sobre os efeitos a longo prazo, particularmente para as novas

modalidades de tratamento.

3- Doentes com uma perspetiva razoável de remissão de longa duração, mas que

mantêm risco significativo de recaída.

No primeiro grupo de doentes encontram-se os submetidos a modalidades

combinadas de quimio e radioterapia, os submetidos a quimioterapia intensiva,

particularmente em idades precoces e os sujeitos a cirurgias mutilantes. Este grupo

de doentes deve ser seguido para a vida, com preocupações particulares na sua

reintegração completa. Devem ter um programa de monitorização das toxicidades

mais frequentes, pró-ativo, com particular atenção à ocorrência de segundas

neoplasias. Deve também ser privilegiada a promoção da saúde, pela adoção de

estilos de vida saudáveis.

No segundo grupo, onde incluímos os doentes submetidos a tratamentos com novas

drogas ou os doentes tratados com intenção curativa, os programas de

monitorização devem ser partilhados com os cuidados de saúde primários, mantendo

sempre âncoras no serviço de Oncologia, que assegurem o registo e tratamento

adequado das complicações tardias.

No terceiro grupo o fator mais importante é a disponibilização de canais fáceis para

nova referenciação, quando a tomada a cargo do follow-up não é efetuada pelo

serviço de origem.

Page 30: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

30

X - Arquitectura da Rede

A rede foi estruturada tomando como base três regiões: Norte, Centro e Sul. As duas primeiras

correspondem às Regiões de Saúde com o mesmo nome e a última engloba as Regiões de Saúde de

Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, atendendo ao caráter complementar que estas têm entre si.

Nos quadros que seguem apresentamos a análise da situação de cada uma das regiões e a proposta

de desenvolvimento.

No primeiro quadro apresentamos a proposta de reorganização da Região Norte

IPO Porto

CH São João

CH Porto

C.H.T.A.D.

CHVNGE

ULS Matosinhos

ULS Alto Minho

ULS NORDESTE

CH BRAGA

CHEDV

CHAA

CHTS

CHVC

HOSPITAL SANTA

MARIA MAIOR

CHMA

HospitaisNorte

Unidades tipo I

Unidades tipo II

Unidades tipo III

Unidades de proximidade

Sem unidade de oncologia

Proposta de reorganizaçãoda Região Norte, deacordo com a tipologia Definida.

Page 31: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

31

No quadro seguinte apresentamos a proposta de desenvolvimento da Região Centro

IPO COIMBRA

CHTV

CHCB

CHUC

CHBV

CHLP

HDFF

ULS GUARDA

ULS CASTELO BRANCO

Hospitais Centro

Unidades tipo I

Unidades tipo II

Unidades tipo III

Unidades tipo

PROXIMIDADE

Sem unidade de oncologia

Proposta para RegiãoCentro, considerando asUnidades existentes ea tipologia definida na proposta de Rede

A situação da Região Centro tem algumas particularidades, particularmente no CHUC pela dispersão da

Oncologia pelos Serviços de especialidade de órgão.. Obviamente que o movimento e a condição de

Hospital Universitário justificam a evolução para um serviço do tipo II. Por outro lado, não se prevê

capacidade, no médio prazo, de maior evolução, do que a proposta, na Beira Interior.

Page 32: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

32

O quadro seguinte mostra a proposta de desenvolvimento da Região Sul

IPOLISBOA

CHLN

CHLC

CHLO

CHGO

CHSETUBAL

CH EVORA

ULS BA

ULS NA

CHA

CH SANTARÉM

ULS LA

CHO

HFF

CHBM

CH CASCAIS

CHMT

Hospitais Sul

Unidades tipo I

Unidades tipo II

Unidades tipo III

Unidades PROXIMIDADE

Sem unidade de

ONCOLOGIAProposta de desnvolvimemto da Região Sul,

Consideramos que o CHLC só terá capacidade para evoluir para Unidade tipo II após a construção do

novo Hospital. Embora só seja proposta a evolução do CHLN para Unidade tipo II, consideramos que

outros centros hospitalares que consigam reunir as condições o poderão, e deverão, fazer.

Page 33: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

33

XI – Indicadores e monitorização da Rede

O desenvolvimento das redes nacionais de especialidades hospitalares contribui

decisivamente para o reforço da capacidade dos respetivos serviços, reduzindo a sua

fragmentação e garantindo um elevado nível de equipamento e especialização dos médicos,

enfermeiros e outros profissionais de saúde. Desta forma é melhorada a consistência e a

precisão do diagnóstico e o resultado dos tratamentos.

De igual modo é fomentada uma abordagem terapêutica multidisciplinar, centrada no

doente, tendo em consideração as suas necessidades e preferências, bem como, a sua

participação nas decisões sobre os tratamentos e os cuidados.

Um dos objetivos centrais das redes de referenciação é diminuir as assimetrias territoriais no

que concerne o acesso a serviços altamente especializados, de modo a que as desigualdades

relativamente aos cuidados de saúde de qualidade sejam minimizadas.

O funcionamento das Redes de Referenciação deve ser monitorizado, de forma a permitir

saber se as mesmas estão a funcionar de acordo com o planeado, ou se carecem de revisão.

As mesmas devem responder às necessidades efetivas das populações pelo que serão

revistas periodicamente de modo ajustar eventuais disfunções.

As auditorias devem abordar, não apenas, as referenciações inter-hospitalares, como

também as dos diferentes níveis de cuidados, especificamente, dos cuidados primários para

os cuidados hospitalares.

Assim, define-se um conjunto de indicadores a utilizar no desenvolvimento e na

monitorização de cada rede.

Os indicadores devem ser monitorizados periodicamente de modo a permitir avaliar o estado

de implementação da Rede.

Indicadores de monitorização das RNEHR:

1. Recursos em saúde:

1.1. Recursos humanos;

1.1.1. Nº de ETC médicos por unidade

1.1.2. Nº de primeiras consultas de Oncologia Médica por ETC

1.1.3. Nº de sessões de quimioterapia por ETC

1.2 Capacidade

1.2.1. Nº de camas de internamento de Oncologia Médica

1.2.2. Nº de postos de Hospital de Dia

1.2.3. Horário de funcionamento

Page 34: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

34

2. Produção:

2.1. Nº de consultas de Oncologia Médica

2.2. Nº de primeiras consultas de Oncologia Médica

2.3 Nº de doentes saídos (internamento)

2.4 Nº de cirurgias oncológicas

3. Acesso:

3.1 . . Conformidade da referenciação entre cuidados de saúde primários e

hospitalares, com a arquitetura da Rede (através do CTH);

3.2 . Percentagem de consultas realizadas dentro do TMRG;

4. Qualidade:

4.1 - Percentagem de doentes com consulta multidisciplinar

4.2 - Nº de doentes tratados por diagnóstico principal (do foro oncológico)

4.3 - Sobrevivência aos 5 anos, por estadiamento ao diagnóstico e por patologia, para

as doenças mais relevantes, neste tipo de avaliação (cancro da mama, colon, recto,

estômago e pulmão).

4.4 - Registo de programação terapêutica

4.5 - Adequação do programa terapêutico às normas existentes (institucionais,

nacionais ou internacionais)

4.6 - Existência de protocolos institucionais

4.7 - Tempo de espera

4.8 - Existência de Registo Toxicidade da terapêutica

4.9 - Percentagem de doentes com Registo da resposta da terapêutica

4.10 - Nº de sessões de quimioterapia por doente e por patologia

4.11 - Articulação com serviços afiiados

4.12 - Percentagem de doentes registados no registo oncológico

Page 35: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

35

XI - Definição da Rede

Propõe-se uma referenciação competitiva, não restrita a uma só unidade, de forma a

maximizar a acessibilidade e a qualidade.

Page 36: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

36

REGIÃO DE SAÚIDE DO ALGARVE

Page 37: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

37

REGIÃO DE SAÚDE DO ALENTEJO

Page 38: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

38

REGIÃO DE SAÚDE DE LISBOA E VALE DO TEJO

Page 39: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

39

Page 40: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

40

Page 41: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

41

Comentário [a1]: Inserir CHLC na caixa de drenagem do ACES Loures-Odivelas

Page 42: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

42

REGIÃO DE SAÚDE DO CENTRO

Comentário [a2]: confirmo

Page 43: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

43

Page 44: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

44

REGIÃO DE SAÚDE NORTE

Page 45: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

45

Page 46: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

46

Page 47: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

47

XII – Modelo formativo

O modelo formativo em Oncologia Médica está contemplado no Programa de Formação do

Internato Médico.

Considera-se que a velocidade de evolução da especialidade de Oncologia Médica torna

necessário a discussão de modelos de formação complementar e recertificação, para

assegurar a atualização e equidade de acesso a cuidados.

Deverá ser tido em conta o plasmado na lei e nos documentos aprovados sobre o tema pela

OM)

Page 48: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

48

XIII – Políticas de qualidade

A Saúde em geral e a Oncologia em particular, são uma área profissional onde a comunicação

interdisciplinar e multiprofissional atinge maior exigência. Se a definição de competências de

cada um dos intervenientes se encontra formalmente estabelecida, importa que cada

profissional tenha das suas competências o maior conhecimento, para que da intervenção de

todos e de cada um resultem excelentes índices de eficácia, eficiência e qualidade de

prestação.

Em Oncologia, os doentes são sujeitos a múltiplas intervenções terapêuticas, sob a

responsabilidade de uma vasta equipa de profissionais, por longos períodos de tempo (1).

As consultas multidisciplinares de decisão terapêutica em oncologia (CMDT) visam promover

a coordenação, comunicação e troca de saberes específicos dos profissionais envolvidos,

valorizar a decisão terapêutica baseada na evidência, facilitar a inclusão em ensaios clínicos e

tem como objetivo máximo a melhoria dos resultados do tratamento do cancro. Permitem

ainda melhorar a comunicação e articulação entre serviços, entre instituições hospitalares ou

entre as instituições hospitalares e os cuidados de saúde primários.

Estas consultas têm ainda um papel fundamental no ensino e na formação, devendo reservar

tempo para discussão do conhecimento e da forma de comunicação com o doente (4).

A consultas de decisão terapêutica multidisciplinares são, na essência, o alicerce para a

prestação de cuidados da mais alta qualidade em Oncologia.

O acesso às CMDT é um direito fundamental do doente oncológico, em alguns países

obrigatório por lei, com repercussões na satisfação do doente, dos profissionais, no tempo

de espera (6) na melhoria do plano de tratamento (8) e mesmo na sobrevivência (5)(7). Em

Inglaterra pelo menos 80% dos doentes com cancro são discutidos em CMDT (3).

Estas consultas reúnem profissionais com conhecimentos especializados no diagnóstico e

tratamento dum vasto grupo de patologias. Deverão incluir obrigatoriamente cirurgião,

radioncologista, oncologista médico e especialista da área em questão, e, preferencialmente,

anatomopatologista e imagiologista, além de outros profissionais médicos. Deverão ser

disponibilizados outros recursos, complementares à decisão terapêutica e que incluam

nomeadamente enfermagem, psicologia, nutrição, serviço social.

A consulta multidisciplinar pode ser efetuada com ou sem a presença do doente,dependendo

da conveniência clínica.

A avaliação de resultados é critica para a garantia de qualidade dos cuidados prestados e

deve ser realizada anualmente por todos os Centros da Rede. Esta avaliação deve ser

publicada e auditada tendo em conta as normas nacionais e internacionais em uso. Uma vez

identificados os constrangimentos detectados, devem ser definidas e implementadas as

medidas necessárias à sua correcção.

Page 49: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

49

Os tempos de resposta não devem ser superiores aos previstos nas normas nacionais.

O circuito de segundas opiniões deve estar formalizado. A segunda opinião é um direito do

doente. O circuito deve ser transparente e devem ser fornecidos, pelo 1º clínico, os

elementos necessários para a emissão da segunda opinião. A 2ª opinião fornecida

formalmente ao doente também deve ser fornecida formalmente ao 1º clínico exceto se o

doente não o autorizar. O pedido de segunda opinião não é motivo para quebra da relação

terapêutica com o 1º clínico, nem o vincula à mesma.

Quando o diagnóstico é de uma entidade externa o clínico tem o direito de confirmar o

diagnóstico através da revisão histológica do material de diagnóstico. Preferencialmente, no

acto de referenciação, esta possibilidade deve ser acautelada, com envio imediato de

material para revisão. Os exames de patologia molecular devem estar centralizados no

Serviço Nacional de Saúde e devem ser financiados autonomamente.

O follow-up pode ser realizado pela oncologia médica, ou por outras especialidades

envolvidas no tratamento e/ ou partilhado com o médico de família (nestes casos mediante

um plano).

Page 50: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

50

XIV – Recomendações

As referenciações secundárias serão por patologia e dirão respeito tanto aos cancros raros <6

/100.000 hab, como aos casos em que os recursos, sejam humanos ou técnicos, não possam

estar largamente disseminados.

O objetivo é trabalhar em rede coordenada, organizada em torno das necessidades dos

doentes, em que o sistema seja fluído, a comunicação viaje facilmente e integrando os

cuidados de saúde primários. A partilha de cuidados é essencial, ao longo de todo o percurso

da doença.

Embora existam áreas de referenciação, deve ser atendida a vontade dos doentes e o seu

direito de escolha quanto ao local em que querem ser tratados.

Devem ser privilegiados os modelos de cuidados totais e integrados, compreendendo as

diversas modalidades terapêuticas dentro da mesma instituição ou em instituições

agregadas.

Page 51: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

51

XV – Bibliografia

Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas “Requisitos Para a Prestação de Cuidados em Oncologia” Maio 2010

Jennifer Walsh James D Harrison,1 Jane M Young e col. What are the current barriers to effective cancer

care coordination? A qualitative study. BMC Health Serv Res. 2010; 10: 132. Sidhom MA, Poulsen MG. Multidisciplinary care in oncology: medicolegal implications of group decisions. Lancet Oncol 2006; 7: 951–54. Fleissig A, Jenkins V, Catt S, Fallowfi eld L. Multidisciplinary teams in cancer care: are they eff ective in the UK? Lancet Oncol 2006; 7: 935–43.

Ricky A Sharma*, Ketan Shah, Eli Glatstein. Multidisciplinary team meetings: what does the future hold for the fl ies raised in Wittgenstein’s bottle?

Lancet/oncology, 2009, 10 :98-99

M Birchall*,1, D Bailey2 and P King2Effect of process standards on survival of patients with head and neck cancer in the south and west of England. British Journal of Cancer (2004) 91, 1477 – 1481

Molly Gabel, Nathan E. Hilton, Multidisciplinary Breast Cancer Clinics Do They Work? CANCER June 15, 1997 / Volume 79 / Number 12

Khami MH , Smedh K: Centralization of rectal cancer surgery improves long-term survival. Colorectal Dis. 2010 Sep;12(9):874-9. F.C. Wrighta,*, C. De Vitob, B. Langerc, Multidisciplinary cancer conferences: A systematic review and development of practice standards. European Journal of Cancer 4 3 ( 2 0 0 7 ) 1 0 0 2 –1 0 1 0 1007

Page 52: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

52

XV - ANEXOS

Page 53: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

53

Recursos Humanos

Segundo os dados da Ordem dos Médicos, em 2015 193 médicos oncologistas tinham

atividade como oncologistas em Portugal continental. Os médicos oncologistas distribuem-se

da seguinte forma pelas diferentes instituições e Regiões de Saúde (163 exercem em

instituições do SNS):

Em 2015 contabilizavam-se 63 internos desta especialidade, dos quais, 24 do 5º ano.

Rótulos de Linha Contagem de Hospital

Alentejo 3

H Évora 3

Algarve 4

CH Algarve 3

H Faro 1

Centro 23

CH Baixo Vouga 2

CH Cova da Beira 1

CHUC 2

H Viseu 1

IPO Coimbra 17

Lisboa e VT 64

CH Algarve 2

CH Médio Tejo 1

CHBM-H. Barreiro 4

CHLC-HCapuchos 6

CHLN-HSMaria 5

CHLO-HSFXavier 9

H Caldas 1

H FF-Amadora 5

H GO-Almada 3

H Santarém 2

H Setubal 2

H Torres Vedras 1

H VF Xira 1

HBA 6

HFAR 3

IPO Lisboa 13

Norte 69

CH Alto Ave 3

CH Médio Ave 1

CH Porto 5

CH São João 9

CH VNG/Espinho 4

CHEDV 6

CHTMAD 4

H Braga 5

H S Tirso 1

IPO Porto 27

ULS Matosinhos 4

Total Geral 163

Page 54: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

54

Em 2013 estavam contabilizados pela ACSS os seguintes médicos oncologistas no SNS:

Estes números, por equivalente a tempo completo (40 horas), correspondem a 115 médicos

especialistas ETC e 171 internos a ETC distribuídos da seguinte forma:

Oncologia Médica

Total

Região/Instituição 0-29 30-39 40-49 50-59 60-64 65+ 0-29 30-39 40-49 50-59

Alentejo 2 2 4 1 3 4 8

HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO - ÉVORA, E.P.E. 1 1 2 1 3 4 6

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO BAIXO ALENTEJO, E.P.E. 1 1 2 2

Algarve 2 1 3 2 5 7 10

CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE, E.P.E. 2 1 3 2 5 7 10

Centro 4 10 2 2 1 19 14 9 23 42

CENTRO HOSPITALAR DA COVA DA BEIRA, E.P.E. 1 1 1

CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA, E.P.E. 2 2 2 1 3 5

CENTRO HOSPITALAR TONDELA - VISEU, E.P.E. 1 1 1 1 2

CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA 1 1 3 1 4 5

IPO COIMBRA, E.P.E. 3 8 1 1 1 14 9 6 15 29

Lisboa e Vale do Tejo 4 13 9 20 5 2 53 41 32 2 1 76 129

CENTRO HOSPITALAR BARREIRO MONTIJO, E.P.E. 1 1 1 3 2 2 2 1 7 10

CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA OCIDENTAL, E.P.E. 2 1 3 4 4 8 11

CENTRO HOSPITALAR DE SETÚBAL E.P.E. 1 2 1 4 1 1 5

CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE, E.P.E. 2 1 3 5 6 11 14

GRUPO HOSPITALAR DO CENTRO DE LISBOA 1 3 4 7 2 9 13

HFF, EPE 2 3 1 1 7 5 4 9 16

HOSPITAL DISTRITAL DE SANTARÉM, E.P.E. 1 1 2 1 2 3 5

HOSPITAL GARCIA DE ORTA, E.P.E. - ALMADA 1 4 5 4 1 5 10

INST.PORT.ONCOLOGIA DE LISBOA -FRANC.GENTIL,E.P.E. 3 5 2 1 1 12 12 11 23 35

SGHL - SOCIEDADE GESTORA DO HOSPITAL DE LOURES, SA 3 4 3 10 10

Norte 31 13 10 54 34 30 64 118

CENTRO HOSP. DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, E.P.E 3 1 4 3 3 7

CENTRO HOSP. V. N.GAIA ESPINHO, E.P.E. 1 1 2 2

CENTRO HOSP.ENTRE DOURO E VOUGA, E.P.E. 3 1 1 5 3 4 7 12

CENTRO HOSPITALAR DE S. JOÃO, E.P.E. 4 2 6 15 4 19 25

CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE, E.P.E. 2 1 3 3

CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO AVE, E.P.E. 1 1 2 2

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO, E.P.E. 1 1 2 3 5 6

HOSPITAL DE BRAGA 2 3 5 1 5 6 11

INSTITUTO PORT.ONCOLOGIA DO PORTO, E.P.E. 14 7 1 22 9 12 21 43

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORDESTE, E.P.E. 1 1 1

UNIDADE LOCAL SAÚDE DE MATOSINHOS, E.P.E. 1 1 1 3 1 2 3 6

Total 4 50 36 32 8 3 133 92 79 2 1 174 307

Fonte: Dados Inventário Profissionais da Saúde - Dez 2013

(*) Não inclui informação do HPP Hospital de Cascais

Médicos Empregos Grupo Profissional

Médico Médico

Total

Internato Médico Internato

Médico

Total

Oncologia Médica - Médicos Oncologistas equivalentes a tempo completo (ETC - 40h/sem)

Região/Instituição Médico Internato Médico Total Geral

Alentejo 3,1 4,0 7,1

HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO - ÉVORA, E.P.E. 1,8 4,0 5,8

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO BAIXO ALENTEJO, E.P.E. 1,3 1,3

Algarve 2,8 7,0 9,8

CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE, E.P.E. 2,8 7,0 9,8

Centro 18,7 23,0 41,7

CENTRO HOSPITALAR DA COVA DA BEIRA, E.P.E. 1,0 1,0

CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA, E.P.E. 2,0 3,0 5,0

CENTRO HOSPITALAR TONDELA - VISEU, E.P.E. 1,0 1,0 2,0

CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA 0,9 4,0 4,9

IPO COIMBRA, E.P.E. 13,8 15,0 28,8

Lisboa e Vale do Tejo 38,5 74,3 112,8

CENTRO HOSPITALAR BARREIRO MONTIJO, E.P.E. 3,1 7,0 10,1

CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA OCIDENTAL, E.P.E. 2,8 8,0 10,8

CENTRO HOSPITALAR DE SETÚBAL E.P.E. 2,0 0,3 2,3

CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE, E.P.E. 2,7 10,0 12,7

GRUPO HOSPITALAR DO CENTRO DE LISBOA 3,6 9,0 12,6

HFF, EPE 5,7 9,0 14,7

HOSPITAL DISTRITAL DE SANTARÉM, E.P.E. 1,0 3,0 4,0

HOSPITAL GARCIA DE ORTA, E.P.E. - ALMADA 4,2 5,0 9,2

INST.PORT.ONCOLOGIA DE LISBOA -FRANC.GENTIL,E.P.E. 10,7 23,0 33,7

SGHL - SOCIEDADE GESTORA DO HOSPITAL DE LOURES, SA 3,0 3,0

Norte 51,7 63,0 114,7

CENTRO HOSP. DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, E.P.E 4,0 3,0 7,0

CENTRO HOSP. V. N.GAIA ESPINHO, E.P.E. 1,8 1,8

CENTRO HOSP.ENTRE DOURO E VOUGA, E.P.E. 4,6 6,0 10,6

CENTRO HOSPITALAR DE S. JOÃO, E.P.E. 5,5 19,0 24,5

CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE, E.P.E. 3,0 3,0

CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO AVE, E.P.E. 1,3 1,3

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO, E.P.E. 1,0 5,0 6,0

HOSPITAL DE BRAGA 5,1 6,0 11,1

INSTITUTO PORT.ONCOLOGIA DO PORTO, E.P.E. 21,5 21,0 42,5

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORDESTE, E.P.E. 1,0 1,0

UNIDADE LOCAL SAÚDE DE MATOSINHOS, E.P.E. 3,0 3,0 6,0

Total Geral 114,8 171,3 286,1

Fonte: Dados Inventário Profissionais da Saúde - Dez 2013

(*) Não inclui informação do HPP Hospital de Cascais

Nota: Os valores apresentados não refletem com total exatidão o número de horas efetivamente trabalhadas, nomeadamente no que diz

respeito aos contratos de prestação de serviços, uma vez que em alguns casos não são registadas as cargas horárias nos sistemas

informáticos de RH.

Page 55: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

55

População

População por ULS C. Hospitalar

Entidade Hospitalar TOTAL_HM TOTAL_H TOTAL_M

REGIÕES AUTÓNOMAS DA MADEIRA E AÇORES 514557 247802 266755

CENTRO HOSPITALAR BARREIRO-MONTIJO, E.P.E. 213584 102272 111312

CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA, E.P.E. 87869 42025 45844

CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO, E.P.E. 330386 155720 174666

CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE, E.P.E. 451006 219931 231075

CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE, E.P.E. 256696 124079 132617

CENTRO HOSPITALAR DO BAIXO VOUGA, E.P.E. 285846 136617 149229

CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO AVE, E.P.E. 244361 117996 126365

CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO, E.P.E. 227999 108706 119293

CENTRO HOSPITALAR DO OESTE 292546 141177 151369

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO. E.P.E. 304396 143262 161134

CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA, E.P.E. 368938 174279 194659

CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA, E.P.E. 274859 132784 142075

CENTRO HOSPITALAR LEIRIA E.P.E. 317436 153162 164274

CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL E.P.E. 428191 198691 229500

CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE, E.P.E. 154208 70436 83772

CENTRO HOSPITALAR LISBOA OCIDENTAL, E.P.E. 233465 107663 125802

CENTRO HOSPITALAR PÓVOA DO VARZIM - VILA DO CONDE, E.P.E. 142941 68427 74514

CENTRO HOSPITALAR TÂMEGA E SOUSA, E.P.E. 519769 253188 266581

CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU, E.P.E. 267633 126933 140700

CENTRO HOSPITALAR TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO, E.P.E. 273263 130828 142435

CENTRO HOSPITALAR VILA NOVA DE GAIA - ESPINHO, E.P.E. 334081 159602 174479

CENTRO HOSPITALR DE SETÚBAL, E.P.E. 184016 88472 95544

HOSPITAL ARCEBISPO JOÃO CRISÓSTOMO - CANTANHEDE 36595 17394 19201

HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO - LOURES, P.P.P. 287119 137638 149481

HOSPITAL DE BRAGA, P.P.P. 290407 138926 151481

HOSPITAL DE CASCAIS DR. JOSÉ DE ALMEIDA, P.P.P. 206479 96866 109613

HOSPITAL DE SANTA MARIA MAIOR, E.P.E. - BARCELOS 154645 74562 80083

HOSPITAL DE VILA FRANCA DE XIRA, P.P.P. 244377 118642 125735

HOSPITAL DISTRITAL DA FIGUEIRA DA FOZ, E.P.E. 88296 41991 46305

HOSPITAL DISTRITAL DE SANTARÉM, E.P.E. 196620 93951 102669

HOSPITAL DO ESPIRÍRITO SANTO, E.P.E. - ÉVORA 166726 80261 86465

HOSPITAL DR FERNANDO DA FONSECA, E.P.E. 552971 263047 289924

HOSPITAL DR. FRANCISCO ZAGALO - OVAR 55398 26671 28727

HOSPITAL GARCIA DA ORTA - ALMADA, E.P.E. 381799 182729 199070

HOSPITAL JOSÉ LUCIANO CASTRO - ANADIA 29150 13967 15183

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA, E.P.E. 155466 73625 81841

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE CASTELO BRANCO, E.P.E. 108395 51520 56875

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE MATOSINHOS, E.P.E. 175478 83444 92034

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO, E.P.E. 244836 114369 130467

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO BAIXO ALENTEJO, E.P.E. 126692 61949 64743

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO LITORAL ALENTEJANO, E.P.E. 97925 48624 49301

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORDESTE, E.P.E. 136252 65615 70637

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORTE ALENTEJANO, E.P.E. 118506 56757 61749

Portugal 10562178 5046600 5515578

Page 56: Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de ... · implementação de um modelo de prestação de cuidados de saúde centrado no cidadão. ... rede hospitalar através de uma visão

56

População por ACES

ACES/ULS TOTAL_HM TOTAL_H TOTAL_M

REGIÕES AUTÓNOMAS DA MADEIRA E AÇORES 514557 247802 266755

ALENTEJO CENTRAL 166726 80261 86465

ALGARVE I - CENTRAL 232068 112813 119255

ALGARVE II - BARLAVENTO 163951 80342 83609

ALGARVE III - SOTAVENTO 54987 26776 28211

ALMADA-SEIXAL 332299 158412 173887

ALTO AVE - GUIMARÃES/VIZELA/TERRAS DE BASTO 256696 124079 132617

AMADORA 175136 82342 92794

ARCO RIBEIRINHO 213584 102272 111312

ARRÁBIDA 233516 112789 120727

AVE - FAMALICÃO 133832 64849 68983

BAIXO MONDEGO 362361 171047 191314

BAIXO VOUGA 370394 177255 193139

CASCAIS 206479 96866 109613

CÁVADO I - BRAGA 181494 86707 94787

CÁVADO II - GERÊS/CABREIRA 108913 52219 56694

CÁVADO III - BARCELOS/ESPOSENDE 154645 74562 80083

COVA DA BEIRA 87869 42025 45844

DÃO LAFÕES 267633 126933 140700

DOURO I - MARÃO E DOURO NORTE 105025 50106 54919

DOURO II - DOURO SUL 74095 35576 38519

ENTRE DOURO E VOUGA I - FEIRA/AROUCA 161671 78201 83470

ENTRE DOURO E VOUGA II - AVEIRO NORTE 113188 54583 58605

ESTUÁRIO DO TEJO 244377 118642 125735

GRANDE PORTO I - SANTO TIRSO/TROFA 110529 53147 57382

GRANDE PORTO II - GONDOMAR 166522 80277 86245

GRANDE PORTO III - MAIA/VALONGO 229164 109871 119293

GRANDE PORTO IV - PÓVOA DO VARZIM/VILA DO CONDE 142941 68427 74514

GRANDE PORTO V - PORTO OCIDENTAL 136369 62255 74114

GRANDE PORTO VI - PORTO ORIENTAL 101222 45849 55373

GRANDE PORTO VII - GAIA 152062 71961 80101

GRANDE PORTO VIII - ESPINHO/GAIA 183524 88371 95153

LEZÍRIA 196620 93951 102669

LISBOA CENTRAL 261350 120681 140669

LISBOA NORTE 225038 102667 122371

LISBOA OCIDENTAL E OEIRAS 233465 107663 125802

LOURES-ODIVELAS 349603 167083 182520

MÉDIO TEJO 227999 108706 119293

OESTE NORTE 176298 84720 91578

OESTE SUL 206269 100077 106192

PINHAL INTERIOR NORTE 131468 62617 68851

PINHAL LITORAL 260942 125876 135066

SINTRA 377835 180705 197130

TÂMEGA I - BAIXO TÂMEGA 182125 88022 94103

TÂMEGA II - VALE DO SOUSA SUL 175852 85905 89947

TÂMEGA III - VALE DO SOUSA NORTE 161792 79261 82531

TRÁS-OS-MONTES - ALTO TÂMEGA E BARROSO 94143 45146 48997

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA, E.P.E. 155466 73625 81841

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE CASTELO BRANCO, E.P.E. 108395 51520 56875

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE MATOSINHOS, E.P.E. 175478 83444 92034

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO, E.P.E. 244836 114369 130467

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO BAIXO ALENTEJO, E.P.E. 126692 61949 64743

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO LITORAL ALENTEJANO, E.P.E. 97925 48624 49301

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORDESTE, E.P.E. 136252 65615 70637

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO NORTE ALENTEJANO, E.P.E. 118506 56757 61749

Portugal 10562178 5046600 5515578