Redes de computadores_4%c2%ba_ed_andrew_s._tanenbaum

1593
TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4 a edição. EDITORA CAMPUS RADUÇÃO APAS 1 T : Vandenberg D. de Souza AT_Capas.doc C /P. [Primeira capa] QUARTA EDIÇÃO Redes de computadores Andrew S. Tanenbaum [Dísticos] [1]Satélite de órbita baixa [2]Camada de aplicação [3]Comunicação sem fios [4]LAN virtual [5]Difusão sem fios [6]Camada de transporte [7]LAN sem fios [8]Comutação da camada de enlace de dados [9]Camada de rede [10]Ponte [11]Colisão [12]Bem-vindo à Internet [13]Túnel

Transcript of Redes de computadores_4%c2%ba_ed_andrew_s._tanenbaum

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS RADUO APAS 1T : Vandenberg D. de Souza AT_Capas.doc C /P.

    [Primeira capa]

    QUARTA EDIO

    Redes de computadores

    Andrew S. Tanenbaum

    [Dsticos]

    [1]Satlite de rbita baixa

    [2]Camada de aplicao

    [3]Comunicao sem fios

    [4]LAN virtual

    [5]Difuso sem fios

    [6]Camada de transporte

    [7]LAN sem fios

    [8]Comutao da camada de enlace de dados

    [9]Camada de rede

    [10]Ponte

    [11]Coliso

    [12]Bem-vindo Internet

    [13]Tnel

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS RADUO APAS 2T : Vandenberg D. de Souza AT_Capas.doc C /P.

    [14]MAN sem fios

    [15]Congestionamento

    [16]Cliente

    [17]Servidor

    [18]GASOLINA

    [19]Qualidade de Servio

    [20]Dificilmente algum servio

    [21]Servios diferenciados

    [22]Ethernet de gigabit

    [23]Algoritmo de roteamento

    [24]Pilha de protocolos

    [25]E-mail

    [26]Balde vazando

    [27]A Web

    [28]IP mvel

    [29]Ol! Sou Harald

    Editora Campus

    ========================================

    [Quarta capa]

    [Criao de redes de computadores]

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS RADUO APAS 3T : Vandenberg D. de Souza AT_Capas.doc C /P.

    [Dsticos]

    [1] LAN sem fios

    [2] MAN sem fios

    [3] E-mail

    QUARTA EDIO

    Redes de computadores

    Andrew S. Tanenbaum

    A principal introduo mundial s redes completamente atualizado de acordo

    com as tecnologias fundamentais de amanh

    Redes de computadores, quarta edio, a introduo ideal s redes de hoje e

    s redes de amanh. Este best-seller clssico foi completamente atualizado para

    refletir as tecnologias mais novas e mais importantes de redes, com nfase

    especial em redes sem fios, incluindo 802.11, Bluetooth, comunicao sem fios

    de banda larga, redes ad hoc, i-mode e WAP. Porm as redes fixas no foram

    ignoradas, com cobertura de ADSL, Internet via cabo, Ethernet de gigabit, redes

    no hierrquicas, NAT e MPLS. Alm disso, existe grande quantidade de material

    novo sobre aplicaes, inclusive mais de 60 pginas sobre a Web, e ainda rdio

    na Internet, voz sobre IP e vdeo por demanda. Por fim, a cobertura de segurana

    de redes foi revista e expandida para preencher um captulo inteiro.

    Autor, educador e pesquisador, Andrew S. Tanenbaum, vencedor do ACM Karl V.

    Karlstrom Outstanding Educator Award, explica cuidadosamente como as redes

    funcionam do lado de dentro, desde o hardware subjacente na camada fsica at

    a camada de aplicao de nvel superior. Tanenbaum focaliza todos estes temas e

    muitos outros:

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS RADUO APAS 4T : Vandenberg D. de Souza AT_Capas.doc C /P.

    [B] Camada fsica (cobre, fibra ptica, redes sem fios, satlites e Internet via

    cabo)

    [B] Camada de link de dados (conceitos fundamentais de protocolos, verificao

    de protocolos, HDLC, SLIP e PPP)

    [B] Subcamada MAC (Ethernet de gigabit, 802.11, comunicao sem fios de banda

    larga e comutao)

    [B] Camada de rede (algoritmos de roteamento, controle de congestionamento,

    QoS, lPv4 e IPv6)

    [B] Camada de transporte (programao de soquetes, UDP, TCP, RTP e

    desempenho de redes)

    [B] Camada de aplicao (e-mail, a Web, PHP, Web sem fios, MP3 e streaming

    audio)

    [B] Segurana de redes (AES, RSA, criptografia quntica, IPsec e segurana da

    Web)

    O livro fornece descries detalhadas dos princpios associados a cada camada e

    apresenta muitos exemplos extrados da Internet e de redes sem fios.

    O Autor

    ANDREW S. TANENBAUM professor de cincia da computao na Vrije

    Universiteit em Amsterdam, Holanda, e diretor cientfico da ASCI, uma escola de

    ps-graduao holandesa fundada por universidades importantes de toda a

    Holanda. Ele tambm membro do conselho do IEEE e membro do conselho da

    ACM. Outros livros de Tanenbaum, como autor ou co-autor, incluem Structured

    Computer Organization, quarta edio; Operating Systems: Design and

    Implementation, segunda edio; Modern Operating Systems, segunda edio; e

    Distributed Systems: Principles and Paradigms (Prentice Hall).

    Visite a Editora Campus na Internet: http://www.campus.com.br ========================================

    [ej1] Comentrio: substituir por link por enlace (camada de enlace de dados um termo usual em portugus) .

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT00PRE.DOC PREFCIO/PGINA 1 DE 5 [TA]Prefcio

    Este livro j est em sua quarta edio. Cada edio correspondeu a uma fase

    distinta na forma como as redes de computadores eram utilizadas. Quando a

    primeira edio americana foi lanada em 1980, as redes eram uma curiosidade

    acadmica. Em 1988, ano da segunda edio, as redes estavam sendo usadas por

    universidades e grandes empresas. Na poca em que a terceira edio foi

    lanada, em 1996, as redes de computadores, especialmente a Internet, j haviam

    se tornado uma realidade diria para milhes de pessoas. O novo item na quarta

    edio o rpido crescimento das redes sem fio, em suas muitas formas.

    O quadro das redes mudou radicalmente desde a terceira edio. Em meados da

    dcada de 1990, existiam numerosos tipos de LANs e WANs, alm de vrias

    pilhas de protocolos. Em 2003, a nica LAN instalada com ampla utilizao era a

    Ethernet, e virtualmente todas as LANs estavam na Internet. De acordo com isso,

    foi removida deste livro uma grande quantidade de material sobre essas redes

    mais antigas.

    Entretanto, tambm h uma grande quantidade de novos desenvolvimentos. O

    mais importante o enorme crescimento das redes sem fios, incluindo 802.11,

    loops locais sem fios, redes celulares 2G e 3G, Bluetooth, WAP, i-mode e outras.

    Acompanhando essa tendncia, foi includa neste volume uma grande quantidade

    de material sobre redes sem fios. Outro tpico que se tornou importante

    recentemente a segurana; assim, foi acrescentado um captulo inteiro sobre

    esse assunto.

    Apesar de o Captulo 1 ter a mesma funo introdutria que tinha na terceira

    edio, o contedo foi completamente revisado e atualizado. Por exemplo, so

    dadas nesse captulo introdues Internet, Ethernet e LANs sem fios,

    juntamente com um pouco de histria e fundamentos bsicos. O captulo tambm

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT00PRE.DOC PREFCIO/PGINA 2 DE 5 discute brevemente as redes domsticas.

    O Captulo 2 foi um tanto reorganizado. Aps uma breve introduo aos

    princpios de comunicao de dados, h trs sees importantes sobre

    transmisso (meios guiados, sem fios e por satlite) seguidos por trs outros em

    exemplos importantes (o sistema de telefonia pblica comutada, o sistema de

    telefonia mvel e a televiso a cabo). Entre os novos tpicos abordados neste

    captulo esto ADSL, difuso sem fios, MANs sem fios e acesso Internet atravs

    de cabo e DOCSIS.

    O Captulo 3 sempre tratou dos princpios fundamentais de protocolos ponto a

    ponto. Essas idias so essencialmente atemporais e no mudaram durante

    dcadas. assim, a srie de exemplos detalhados de protocolos apresentados

    neste captulo permanece em grande parte inalterada desde a terceira edio.

    Em contraste, a subcamada MAC tem sido uma rea de grande atividade nos

    ltimos anos; assim, muitas mudanas esto presentes no Captulo 4. A seo

    sobre Ethernet foi expandida para incluir a Ethernet de gigabit. So

    completamente novas sees importantes sobre redes sem fios, difuso sem fios,

    Bluetooth e comutao da camada de enlace de dados, inclusive MPLS.

    O Captulo 5 tambm foi atualizado, com a remoo de todo o material sobre

    ATM e a incluso de material adicional sobre a Internet. A qualidade do servio

    tambm agora um tpico importante, incluindo discusses de servios

    integrados e servios diferenciados. As redes sem fios tambm esto presentes

    aqui, como uma discusso do roteamento em redes ad hoc. Outros tpicos novos

    incluem NAT e redes no hierrquicas (peer-to-peer).

    O Captulo 6 ainda trata da camada de transporte, mas tambm h grandes

    mudanas. Entre elas encontra-se um exemplo de programao de soquetes. Um

    cliente de uma pgina e um servidor de uma pgina so apresentados em C e

    discutidos. Juntos, eles fornecem um servidor primitivo de arquivos remotos ou

    [ej1] Comentrio: o gigabit Ethernet

    [ej2] Comentrio: completamente novas, so as sees importantes sobre

    [ej3] Comentrio: Um cliente e um servidor em cdigo C de uma pgina so apresentados e discutidos.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT00PRE.DOC PREFCIO/PGINA 3 DE 5 da Web, disponvel para experimentao. Outros novos tpicos incluem chamada

    de procedimentos remotos, RTP e transaction-TCP.

    O Captulo 7, que descreve a camada de aplicao, ficou mais nitidamente

    concentrado. Aps uma curta introduo ao DNS, o restante do captulo lida com

    apenas trs tpicos: e-mail, a Web e multimdia. Porm, cada tpico tratado

    com muitos detalhes. A descrio do funcionamento da Web tem agora mais de

    60 pginas, cobrindo uma ampla variedade de tpicos, inclusive pginas da Web

    estticas e dinmicas, HTTP, scripts da CGI, redes de entrega de contedo,

    cookies e caches da Web. Tambm h material sobre como escrever pginas da

    Web modernas, incluindo breves introdues a XML, XSL, XTML, PHP e muito

    mais, todas com exemplos que podem ser testados. A Web sem fios tambm

    discutida, focalizando o i-mode e o WAP. O material sobre multimdia inclui agora

    MP3, streaming audio, rdio pela Internet e voz sobre IP.

    A segurana se tornou to importante que agora foi expandida para ocupar um

    captulo completo com mais de 100 pginas. Ele abrange os princpios de

    segurana (algoritmos simtricos e de chave pblica, assinaturas digitais e

    certificados X.509) e as aplicaes desses princpios (autenticao, segurana de

    correio eletrnico e segurana na Web). O captulo ao mesmo tempo amplo

    (variando desde criptografia quntica at censura governamental) e profundo (por

    exemplo, com detalhes sobre o funcionamento do SHA-1).

    O Captulo 9 contm uma lista totalmente nova de leituras sugeridas e uma

    bibliografia completa, com mais de 350 citaes sobre a literatura atual. Mais de

    200 dessas citaes se referem a artigos e livros escritos a partir do ano 2000.

    Os livros de informtica esto repletos de acrnimos. E este no exceo.

    Quando tiver concludo a leitura deste volume, todas estas siglas tero um

    sentido claro para voc: ADSL, AES, AMPS, AODV, ARP, ATM, BGP, CDMA, CDN,

    CGI, CIDR, DCF, DES, DHCP, DMCA, FDM, FHSS, GPRS, GSM, HDLC, HFC, HTML,

    [ej4] Comentrio: focado

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT00PRE.DOC PREFCIO/PGINA 4 DE 5 HTTP, ICMP, IMAP, ISP, ITU, LAN, LMDS, MAC, MACA, MIME, MPEG, MPLS, MTU,

    NAP, NAT, NSA, NTSC, OFDM, OSPF, PCF, PCM, PGP, PHP, PKI, POTS, PPP, PSTN,

    QAM, QPSK, RED, RFC, RPC, RSA, RSVP, RTP, SSL, TCP, TDM, UDP, URL, UTP, VLAN,

    VPN, VSAT, WAN, WAP, WDMA, WEP, WWW e XML. Mas no se preocupe. Cada um

    desses acrnimos ser cuidadosamente definido antes de ser usado.

    Para ajudar os instrutores a utilizarem este livro como um texto para um curso de

    treinamento, o autor preparou os seguintes complementos para auxlio ao

    ensino, incluindo:

    [B] Um manual de solues de problemas.

    [B] Arquivos contendo as figuras em vrios formatos.

    [B] Transparncias do PowerPoint para um curso com a utilizao do livro.

    [B] Um simulador (escrito em C) para os exemplos de protocolos do Captulo 3.

    [B] Uma pgina da Web com links para muitos tutoriais, organizaes, FAQs etc.

    O manual de solues est disponvel diretamente na Prentice Hall (mas somente

    para instrutores, no para alunos). Todo o material restante encontra-se no Web

    site do livro:

    http://www.prenhall.com/tanenbaum

    Quando estiver l, clique na capa do livro.

    Muitas pessoas me ajudaram durante o curso da quarta edio. Gostaria de

    agradecer especialmente s seguintes pessoas: Ross Anderson, Elizabeth Belding-

    Royer, Steve Bellovin, Chatschik Bisdikian, Kees Bot, Scott Bradner, Jennifer Bray,

    Pat Cain, Ed Felten, Warwick Ford, Kevin Fu, Ron Fulle, Jim Geier, Mario Gerla,

    Natalie Giroux, Steve Hanna, Jeff Hayes, Amir Herzberg, Philip Homburg, Philipp

    Hoschka, David Green, Bart Jacobs, Frans Kaashoek, Steve Kent, Roger Kermode,

    Robert Kinicki, Shay Kutten, Rob Lanphier, Marcus Leech, Tom Maufer, Brent

    Miller, Shivakant Mishra, Thomas Nadeau, Shlomo Ovadia, Kaveh Pahlavan, Radia

    PerIman, Guillaume Pierre, Wayne Pleasant, Patrick Powell, Thomas Robertazzi,

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT00PRE.DOC PREFCIO/PGINA 5 DE 5 Medy Sanadidi, Christian Schmutzer, Henning Schulzrinne, Paul Sevinc, Mihail

    Sichitiu, Bernard Sklar, Ed Skoudis, Bob Strader, George Swallow, George

    Thiruvathukal, Peter Tomsu, Patrick Verkaik, Dave Vittali, Spyros Voulgaris, Jan-

    Mark Wams, Ruediger Weis, Bert Wijnen, Joseph Wilkes, Leendert van Doorn e

    Maarten van Steen. Agradecimentos especiais a Trudy Levine, por provar que as

    avs so capazes de fazer um excelente trabalho de reviso de material tcnico.

    Shivakant Mishra elaborou muitos problemas desafiantes para os finais de

    captulos. Andy Dornan sugeriu leituras adicionais para o Captulo 9. Jan Looyen

    forneceu hardware essencial em um momento crtico. O dr. F. de Nies fez um

    timo trabalho de recorte e colagem, exatamente quando foi necessrio. Minha

    editora na Prentice Hall, Mary Franz, me ofereceu mais material de leitura do que

    eu havia consumido nos sete anos anteriores, e tambm foi til em vrios outros

    aspectos.

    Por fim, chegamos s pessoas mais importantes: Suzanne, Barbara e Marvin. A

    Suzanne, por seu amor, sua pacincia e seus almoos no campo. A Barbara e

    Marvin por serem divertidos e alegres o tempo todo (exceto quando reclamavam

    de alguns terrveis livros didticos da faculdade, o que me manteve sempre

    atento). Obrigado.

    Andrew S. Tanenbaum

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT_Autor.doc O AUTOR/P. 1 [TA]O autor

    Andrew S. Tanenbaum bacharel em cincias pelo M.I.T e Ph.D. pela University of

    California em Berkeley. Atualmente, professor de cincia da computao na

    Vrije Universiteit em Amsterdam, Holanda, onde lidera o Computer Systems

    Group. Ele tambm decano da Advanced School for Computing and Imaging, um

    programa interuniversitrio em nvel de ps-graduao, que desenvolve

    pesquisas sobre sistemas paralelos avanados, distribudos e de imagens. No

    entanto, Tanenbaum vem tentando de todas as formas no se tornar um

    burocrata.

    No passado, ele desenvolveu pesquisas sobre compiladores, sistemas

    operacionais, interligao de redes e sistemas distribudos locais. Sua rea de

    pesquisa atual tem como foco principal o projeto e a implementao de sistemas

    geograficamente distribudos que alcanam um bilho de usurios. Essa

    pesquisa, que est sendo realizada em conjunto com o professor Maarten van

    Steen, descrita em www.cs.vu.nl/globe. Em conjunto, todos esses projetos de

    pesquisa j produziram mais de 100 artigos em peridicos cientficos e

    conferncias, alm de cinco livros.

    O professor Tanenbaum tambm j produziu um considervel volume de

    software. Ele foi o principal projetista do Amsterdam Compiler Kit, um kit de

    ferramentas para o desenvolvimento de compiladores portteis amplamente

    utilizado, como tambm do MINIX, um pequeno clone do UNIX, destinado ao uso

    em laboratrios de programao para estudantes. Esse sistema forneceu a

    inspirao e a base sobre a qual foi desenvolvido o Linux. Juntamente com seus

    alunos do curso de doutorado e outros programadores, ele ajudou a desenvolver

    o sistema operacional distribudo Amoeba, um sistema operacional distribudo

    baseado na utilizao de um microkernel de alto desempenho. Agora, os sistemas

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT_Autor.doc O AUTOR/P. 2 MINIX e Amoeba esto disponveis gratuitamente na Internet.

    Aps conclurem o curso, geralmente seus alunos de doutorado seguem carreiras

    ainda mais brilhantes, o que o deixa muito orgulhoso.

    O professor Tanenbaum membro do conselho da ACM, membro do conselho do

    IEEE e membro da Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences; em 1994, ele

    recebeu da ACM o Karl V. Karlstrom Outstanding Educator Award. Tanenbaum

    tambm recebeu em 1997 da ACM/SIGCSE o Award for Outstanding Contributions

    to Computer Science Education e o prmio Texty de 2002 por excelncia em

    livros didticos. Ele tambm faz parte da lista Whos Who in the World. Sua home

    page na World Wide Web est no URL http://www.cs.vu.nl/~ast/.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT_INIC.DOC INCIO/PGINA 1 DE 3 Redes de computadores

    Quarta edio

    ========================================

    Outros ttulos de sucesso de Andrew S. Tanenbaum

    Distributed Systems: Principles and Paradigms

    Esse novo livro, em co-autoria com Maarten van Steen, aborda tanto os conceitos

    fundamentais quanto os paradigmas dos modernos sistemas distribudos. Na

    primeira parte, ele focaliza em detalhes os princpios de comunicao, processos,

    nomenclatura, sincronizao, consistncia e replicao, tolerncia a falhas e

    segurana. Em seguida, na segunda parte, se aprofunda em diferentes

    paradigmas utilizados para elaborar sistemas distribudos, inclusive sistemas

    orientados a objetos, sistemas de arquivos distribudos, sistemas orientados a

    documentos e sistemas baseados em coordenao. Numerosos exemplos so

    discutidos extensivamente.

    Modern Operating Systems, 2 edio

    Esse texto completo estuda em detalhes os conceitos fundamentais dos

    modernos sistemas operacionais e os ilustra com numerosos exemplos reais.

    Aps um captulo introdutrio, os cinco captulos seguintes lidam com os

    conceitos bsicos: processos e threads, impasses, gerenciamento de memria,

    entrada/sada e sistemas de arquivos. Os prximos seis captulos lidam de

    material mais avanado, incluindo sistemas de multimdia, sistemas de vrios

    processadores, segurana. Por fim, so apresentados dois estudos de casos

    detalhados: UNIX/Linux e Windows 2000.

    Structured Computer Organization, 4 edio

    [ej1] Comentrio: Sistemas operacionais modernos

    [ej2] Comentrio: deadlocks

    [ej3] Comentrio: com

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT_INIC.DOC INCIO/PGINA 2 DE 3 Esse clssico, um grande sucesso que est agora em sua quarta edio, oferece a

    introduo ideal arquitetura de computadores. Ele aborda o assunto com uma

    estratgia de fcil compreenso, estudando-o de baixo para cima. H um captulo

    sobre lgica digital para iniciantes, seguido por captulos sobre microarquitetura,

    sobre o nvel de arquiteturas de conjuntos de instrues, sistemas operacionais,

    linguagem assembly e arquiteturas de computadores paralelos.

    Operating Systems: Design and Implementation, 2 edio

    Esse texto popular sobre sistemas operacionais, escrito em parceria com Albert S.

    Woodhull o nico livro que abrange os conceitos fundamentais de sistemas

    operacionais e tambm sua aplicao a um sistema real. Todos os tpicos

    tradicionais de sistemas operacionais so estudados em detalhes. Alm disso, os

    conceitos bsicos so cuidadosamente ilustrados com o MINIX, um sistema

    operacional gratuito baseado no POSIX, semelhante ao UNIX, para computadores

    pessoais. Cada exemplar inclui um CD-ROM gratuito, contendo o sistema MINIX

    completo, inclusive todo o cdigo-fonte. O cdigo-fonte est listado em um

    apndice do livro e explicado em detalhes no texto.

    ========================================

    [Dedicatria]

    A Suzanne, Barbara, Marvin e memria de Bram e Sweetie

    ========================================

    Redes de computadores

    Quarta edio

    Andrew S. Tanenbaum

    Vrije Universiteit

    Amsterdam, Holanda

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT_INIC.DOC INCIO/PGINA 3 DE 3

    Traduo: Vandenberg D. de Souza

    Analista de sistemas e tradutor

    Editora Campus

    ========================================

    [Marcas registradas]

    Todos os produtos ou servios mencionados neste livro so marcas comerciais ou

    marcas de servios de suas respectivas empresas ou organizaes.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poder ser reproduzida,

    em qualquer forma ou por quaisquer meios, sem permisso por escrito da

    editora.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 1 de 145 [TA1]Captulo

    [TA2]1

    [T1]Introduo

    Cada um dos trs sculos anteriores foi dominado por uma nica tecnologia. O

    Sculo XVIII foi a poca dos grandes sistemas mecnicos que acompanharam a

    Revoluo Industrial. O Sculo XIX foi a era das mquinas a vapor. As principais

    conquistas tecnolgicas do Sculo XX se deram no campo da aquisio, do

    processamento e da distribuio de informaes. Entre outros desenvolvimentos,

    vimos a instalao das redes de telefonia em escala mundial, a inveno do rdio

    e da televiso, o nascimento e o crescimento sem precedentes da indstria de

    informtica e o lanamento dos satlites de comunicao.

    Como resultado do rpido progresso tecnolgico, essas reas esto convergindo

    rapidamente e so cada vez menores as diferenas entre coleta, transporte,

    armazenamento e processamento de informaes. Organizaes com centenas de

    escritrios dispersos por uma extensa rea geogrfica podem, com um simples

    apertar de um boto, examinar o status atual de suas filiais mais remotas.

    medida que cresce nossa capacidade de colher, processar e distribuir

    informaes, torna-se ainda maior a demanda por formas de processamento de

    informaes ainda mais sofisticadas.

    Apesar de a indstria de informtica ainda ser jovem em comparao a outros

    setores industriais (por exemplo, o de automveis e o de transportes areos), foi

    simplesmente espetacular o progresso que os computadores conheceram em um

    curto perodo de tempo. Durante as duas primeiras dcadas de sua existncia, os

    sistemas computacionais eram altamente centralizados, em geral instalados em

    uma grande sala com paredes de vidro, atravs das quais os visitantes podiam

    contemplar embevecidos aquela maravilha eletrnica. Uma empresa de mdio

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 2 de 145 porte ou uma universidade contava apenas com um ou dois computadores,

    enquanto as grandes instituies tinham, no mximo, algumas dezenas. Era pura

    fico cientfica a idia de que, em apenas 20 anos, haveria milhes de

    computadores igualmente avanados do tamanho de um selo postal.

    A fuso dos computadores e das comunicaes teve uma profunda influncia na

    forma como os sistemas computacionais eram organizados. O conceito de "centro

    de computao" como uma sala com um grande computador ao qual os usurios

    levam seu trabalho para processamento agora est completamente obsoleto. O

    velho modelo de um nico computador atendendo a todas as necessidades

    computacionais da organizao foi substitudo pelas chamadas redes de

    computadores, nas quais os trabalhos so realizados por um grande nmero de

    computadores separados, mas interconectados. A estrutura e a organizao

    dessas redes so os temas deste livro.

    Ao longo do livro, utilizaremos a expresso "rede de computadores" quando

    quisermos mencionar um conjunto de computadores autnomos interconectados

    por uma nica tecnologia. Dois computadores esto interconectados quando

    podem trocar informaes. A conexo no precisa ser feita por um fio de cobre;

    tambm podem ser usadas fibras pticas, microondas, ondas de infravermelho e

    satlites de comunicaes. Existem redes em muitos tamanhos, modelos e

    formas, como veremos mais adiante. Embora possa parecer estranho para

    algumas pessoas, nem a Internet nem a World Wide Web uma rede

    computadores. No final deste livro, dever ficar claro o motivo dessa afirmao. A

    resposta simples que a Internet no uma nica rede, mas uma rede de redes,

    e a Web um sistema distribudo que funciona na Internet.

    Existe na literatura uma considervel confuso entre uma rede de computadores

    e um sistema distribudo. A principal diferena entre eles que, em um sistema

    distribudo, um conjunto de computadores independentes parece ser, para seus

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 3 de 145 usurios, um nico sistema coerente. Em geral, ele tem um nico modelo ou

    paradigma que apresenta aos usurios. Com freqncia, uma camada de software

    sobre o sistema operacional, chamada middleware, responsvel pela

    implementao desse modelo. Um exemplo bem conhecido de sistema distribudo

    a World Wide Web, na qual tudo tem a aparncia de um documento (uma pgina

    da Web).

    Em uma rede de computadores, essa coerncia, esse modelo e esse software

    esto ausentes. Os usurios ficam expostos s mquinas reais, sem qualquer

    tentativa por parte do sistema de fazer as mquinas parecerem e atuarem de

    modo coerente. Se as mquinas tiverem hardware diferente e sistemas

    operacionais distintos, isso ser totalmente visvel para os usurios. Se quiser

    executar um programa em uma mquina remota, o usurio ter de efetuar o

    logon nessa mquina e executar o programa l.

    Na prtica, um sistema distribudo um sistema de software instalado em uma

    rede. O software d ao sistema um alto grau de coeso e transparncia.

    Conseqentemente, o software (e em particular o sistema operacional) que

    determina a diferena entre uma rede e um sistema distribudo, no o hardware.

    Apesar disso, h uma considervel sobreposio entre os dois assuntos. Por

    exemplo, os sistemas distribudos e as redes de computadores precisam

    movimentar arquivos. A diferena est em quem o responsvel pela

    movimentao, o sistema ou o usurio.

    Embora este livro seja basicamente dedicado a redes, muitos tpicos tambm so

    importantes em sistemas distribudos. Para obter mais informaes sobre

    sistemas distribudos, consulte (Tanenbaum e Van Steen, 2002).

    [T2] 1.1 Usos de redes de computadores

    Antes de iniciarmos o exame detalhado das questes tcnicas, vale a pena

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 4 de 145 dedicar algum tempo a explicar por que as pessoas esto interessadas em redes

    de computadores e com que finalidade essas redes podem ser usadas. Afinal, se

    ningum estivesse interessado em redes de computadores, poucas delas seriam

    elaboradas. Comearemos com os usos tradicionais em empresas e para

    indivduos, e depois passaremos aos desenvolvimentos mais recentes

    relacionadas a usurios mveis e a redes domsticas.

    [T3] 1.1.1 Aplicaes comerciais

    Muitas empresas tm um nmero significativo de computadores. Por exemplo,

    uma empresa pode ter computadores separados para monitorar a produo,

    controlar os estoques e elaborar a folha de pagamento. Inicialmente, cada um

    desses computadores funcionava isolado dos outros mas, em um determinado

    momento, a gerncia deve ter decidido conect-los para poder extrair e

    correlacionar informaes sobre a empresa inteira.

    Em termos um pouco mais genricos, a questo aqui o compartilhamento de

    recursos, e o objetivo tornar todos os programas, equipamentos e

    especialmente dados ao alcance de todas as pessoas na rede, independente da

    localizao fsica do recurso e do usurio. Um exemplo bvio e bastante

    disseminado um grupo de funcionrios de um escritrio que compartilham uma

    impressora comum. Nenhum dos indivduos realmente necessita de uma

    impressora privativa, e uma impressora de grande capacidade conectada em rede

    muitas vezes mais econmica, mais rpida e de mais fcil manuteno que um

    grande conjunto de impressoras individuais.

    Porm, talvez mais importante que compartilhar recursos fsicos como

    impressoras, scanners e gravadores de CDs, seja compartilhar informaes. Toda

    empresa de grande e mdio porte e muitas empresas pequenas tm uma

    dependncia vital de informaes computadorizadas. A maioria das empresas tem

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 5 de 145 registros de clientes, estoques, contas a receber, extratos financeiros,

    informaes sobre impostos e muitas outras informaes on-line. Se todos os

    computadores de um banco sofressem uma pane, ele provavelmente no duraria

    mais de cinco minutos. Uma instalao industrial moderna, com uma linha de

    montagem controlada por computadores, no duraria nem isso. Hoje, at mesmo

    uma pequena agncia de viagens ou uma firma jurdica com trs pessoas

    depende intensamente de redes de computadores para permitir aos seus

    funcionrios acessarem informaes e documentos relevantes de forma

    instantnea.

    No caso de empresas menores, todos os computadores provavelmente se

    encontram em um nico escritrio ou talvez em um nico edifcio; porm, no

    caso de empresas maiores, os computadores e funcionrios podem estar

    dispersos por dezenas de escritrios e fbricas em muitos pases. Apesar disso,

    um vendedor em Nova York s vezes poderia ter necessidade de acessar um

    banco de dados de estoque de produtos localizado em Cingapura. Em outras

    palavras, o mero fato de um usurio estar a 15.000 quilmetros de distncia de

    seus dados no deve impedi-lo de usar esses dados como eles fossem dados

    locais. Resumindo, trata-se de uma tentativa de pr fim "tirania da geografia".

    No mais simples dos termos, possvel imaginar que o sistema de informaes

    de uma empresa consiste em um ou mais bancos de dados e em algum nmero

    de funcionrios que precisam acess-los remotamente. Nesse modelo, os dados

    so armazenados em poderosos computadores chamados servidores. Com

    freqncia, essas mquinas so instaladas e mantidas em um local central por um

    administrador de sistemas. Em contraste, os funcionrios tm em suas

    escrivaninhas mquinas mais simples, chamadas clientes, com as quais eles

    acessam dados remotos, por exemplo, para incluir em planilhas eletrnicas que

    esto elaborando. (Algumas vezes, faremos referncia ao usurio humano da

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 6 de 145 mquina cliente como o "cliente", mas deve ficar claro a partir do contexto se

    estamos nos referindo ao computador ou a seu usurio.) As mquinas clientes e

    servidores so conectadas entre si por uma rede, como ilustra a Figura 1.1.

    Observe que mostramos a rede como uma simples elipse, sem qualquer detalhe.

    Utilizaremos essa forma quando mencionarmos uma rede no sentido abstrato.

    Quando forem necessrios mais detalhes, eles sero fornecidos.

    [arte: ver original p. 4]

    [Dsticos]

    [1]Cliente

    [2]Servidor

    [3]Rede

    [F]Figura 1.1

    [FL] Uma rede com dois clientes e um servidor

    Todo esse arranjo chamado modelo cliente/servidor. Ele amplamente usado e

    constitui a base da grande utilizao da rede. Ele aplicvel quando o cliente e o

    servidor esto ambos no mesmo edifcio (por exemplo, pertencem mesma

    empresa), mas tambm quando esto muito distantes um do outro. Por exemplo,

    quando uma pessoa em sua casa acessa uma pgina na World Wide Web,

    empregado o mesmo modelo, com o servidor da Web remoto fazendo o papel do

    servidor e o computador pessoal do usurio sendo o cliente. Sob a maioria das

    condies, um nico servidor pode cuidar de um grande nmero de clientes.

    Se examinarmos o modelo cliente/servidor em detalhes, veremos que h dois

    processos envolvidos, um na mquina cliente e um na mquina servidora. A

    comunicao toma a forma do processo cliente enviando uma mensagem pela

    rede ao processo servidor. Ento, o processo cliente espera por uma mensagem

    em resposta. Quando o processo servidor recebe a solicitao, ele executa o

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 7 de 145 trabalho solicitado ou procura pelos dados solicitados e envia de volta uma

    resposta. Essas mensagens so mostradas na Figura 1.2.

    [arte: ver original p. 5]

    [Dsticos]

    [1]Mquina cliente

    [2]Processo cliente

    [3]Solicitao

    [4]Rede

    [5]Resposta

    [6]Mquina servidora

    [7]Processo servidor

    [F]Figura 1.2

    [FL] O modelo cliente/servidor envolve solicitaes e respostas

    Um segundo objetivo da configurao de uma rede de computadores est

    relacionado s pessoas, e no s informaes ou mesmo aos computadores. Uma

    rede de computadores pode oferecer um eficiente mdio de comunicao entre

    os funcionrios. Agora, virtualmente toda empresa que tem dois ou mais

    computadores tem o recurso de correio eletrnico (e-mail), que os funcionrios

    utilizam de forma geral para suprir uma grande parte da comunicao diria. De

    fato, os funcionrios trocam mensagens de e-mail sobre os assuntos mais

    corriqueiros, mas grande parte das mensagens com que as pessoas lidam

    diariamente no tem nenhum significado, porque os chefes descobriram que

    podem enviar a mesma mensagem (muitas vezes sem qualquer contedo) a todos

    os seus subordinados, bastando pressionar um boto.

    Contudo, o e-mail no a nica forma de comunicao otimizada que as redes

    de computadores tornaram possvel. Com uma rede, fcil duas ou mais pessoas

    [ej1] Comentrio: meio de comunicao

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 8 de 145 que trabalham em locais muito distantes escreverem juntas um relatrio. Quando

    um trabalhador faz uma mudana em um documento on-line, os outros podem

    ver a mudana imediatamente, em vez de esperarem vrios dias por uma carta.

    Tal acelerao facilita a cooperao entre grupos de pessoas distantes entre si, o

    que antes era impossvel.

    Outra forma de comunicao auxiliada pelo computador a videoconferncia.

    Usando essa tecnologia, funcionrios em locais distantes podem participar de

    uma reunio, vendo e ouvindo uns aos outros e at mesmo escrevendo em um

    quadro-negro virtual compartilhado. A videoconferncia uma ferramenta

    eficiente para eliminar o custo e o tempo anteriormente dedicado s viagens.

    Algumas vezes, dizemos que a comunicao e o transporte esto disputando uma

    corrida, e a tecnologia que vencer tornar a outra obsoleta.

    Um terceiro objetivo para um nmero cada vez maior de empresas realizar

    negcios eletronicamente com outras empresas, em especial fornecedores e

    clientes. Por exemplo, fabricantes de automveis, aeronaves e computadores,

    entre outros, compram subsistemas de diversos fornecedores, e depois montam

    as peas. Utilizando redes de computadores, os fabricantes podem emitir pedidos

    eletronicamente, conforme necessrio. A capacidade de emitir pedidos em tempo

    real (isto , conforme a demanda) reduz a necessidade de grandes estoques e

    aumenta a eficincia.

    Um quarto objeto que est comeando a se tornar mais importante o de realizar

    negcios com consumidores pela Internet. Empresas areas, livrarias e lojas de

    discos descobriram que muitos clientes apreciam a convenincia de fazer

    compras em casa. Conseqentemente, muitos empresas fornecem catlogos de

    suas mercadorias e servios on-line e emitem pedidos on-line. Espera-se que

    esse setor cresa rapidamente no futuro. Ele chamado comrcio eletrnico (e-

    commerce).

    [ej2] Comentrio: muitas empresas

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 9 de 145

    [T3] 1.1.2 Aplicaes domsticas

    Em 1977, Ken Olsen era presidente da Digital Equipment Corporation, ento o

    segundo maior fornecedor de computadores de todo o mundo (depois da IBM).

    Quando lhe perguntaram por que a Digital no estava seguindo a tendncia do

    mercado de computadores pessoais, ele disse: "No h nenhuma razo para

    qualquer indivduo ter um computador em casa". A histria mostrou o contrrio,

    e a Digital no existe mais. Por que as pessoas compram computadores para usar

    em casa? No incio, para processamento de textos e jogos; porm, nos ltimos

    anos, esse quadro mudou radicalmente. Talvez agora a maior motivao seja o

    acesso Internet. Alguns dos usos mais populares da Internet para usurios

    domsticos so:

    1. Acesso a informaes remotas.

    2. Comunicao entre pessoas.

    3. Entretenimento interativo.

    4. Comrcio eletrnico.

    O acesso a informaes remotas tem vrias formas. Ele pode significar navegar na

    World Wide Web para obter informaes ou apenas por diverso. As informaes

    disponveis incluem artes, negcios, culinria, governo, sade, histria,

    passatempos, recreao, cincia, esportes, viagens e muitos outros. A diverso

    surge sob tantas formas que no podemos mencionar, e tambm se apresenta em

    outras formas que melhor no mencionarmos.

    Muitos jornais so publicados on-line e podem ser personalizados. Por exemplo,

    s vezes possvel solicitar todas as informaes sobre polticos corruptos,

    grandes incndios, escndalos envolvendo celebridades e epidemias, mas

    dispensar qualquer notcia sobre esportes. Algumas vezes, at mesmo possvel

    transferir os artigos selecionados por download para o disco rgido enquanto

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 10 de 145 voc dorme ou imprimi-los na sua impressora pouco antes do caf da manh.

    medida que essa tendncia continuar, ela causar desemprego macio entre os

    jovens entregadores de jornais, mas as empresas jornalsticas gostam dela,

    porque a distribuio sempre foi o elo mais fraco na cadeia de produo inteira.

    A prxima etapa alm de jornais (e de revistas e peridicos cientficos) a

    biblioteca digital on-line. Muitas organizaes profissionais, como ACM

    (www.acm.org) e IEEE Computer Society (www.computer.org), j tm muitos

    peridicos e anais de conferncias on-line. Outros grupos esto seguindo com

    rapidez essa tendncia. Dependendo do custo, tamanho e peso de notebooks

    com dimenses de livros, os livros impressos podero se tornar obsoletos. Os

    cticos devem observar o efeito que a mquina de impresso teve sobre os

    manuscritos medievais com iluminuras.

    Todas as aplicaes anteriores envolvem interaes entre uma pessoa e um

    banco de dados remoto repleto de informaes. A segunda grande categoria de

    utilizao de redes a comunicao entre pessoas, basicamente a resposta do

    Sculo XXI ao telefone do Sculo XIX. O correio eletrnico (e-mail) j usado

    diariamente por milhes de pessoas em todo o mundo e seu uso est crescendo

    rapidamente. Em geral, ele j contm udio e vdeo, alm de texto e imagens. O

    odor talvez demore um pouco mais.

    Hoje em dia, qualquer adolescente fantico pela @@@troca de mensagens

    instantneas. Esse recurso, derivado do programa talk do UNIX, em uso desde de

    aproximadamente 1970, permite que duas pessoas digitem mensagens uma para

    a outra em tempo real. Uma verso dessa idia para vrias pessoas a sala de

    bate-papo (ou chat room), em que um grupo de pessoas pode digitar mensagens

    que sero vistas por todos.

    Newsgroups (grupos de notcias) mundiais, com discusses sobre todo tpico

    concebvel, j so comuns entre grupos seletos de pessoas, e esse fenmeno

    [ej3] Comentrio: no um termo tcnico. Pode ser traduzido literalmente.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 11 de 145 crescer at incluir a populao em geral. O tom dessas discusses, em que uma

    pessoa divulga uma mensagem e todos os outros participantes do newsgroup

    podem ler a mensagem, poder variar de bem-humorado a inflamado. Diferentes

    das salas de bate-papo, os newsgroups no so de tempo real, e as mensagens

    so gravadas. Assim, por exemplo, quando algum voltar das frias, todas as

    mensagens publicadas durante esse perodo estaro bem guardadas, esperando

    para serem lidas.

    Outro tipo de comunicao entre pessoas recebe freqentemente o nome de

    comunicao no hierrquica (peer-to-peer), com o objetivo de distingui-la do

    modelo cliente/servidor (Parameswaran et al., 2001). Nessa forma de

    comunicao, indivduos que constituem um grupo livre podem se comunicar

    com outros participantes do grupo, como mostra a Figura 1.3. Em princpio, toda

    pessoa pode se comunicar com uma ou mais pessoas; no existe nenhuma

    diviso fixa entre clientes e servidores.

    [arte: ver original p. 7]

    [F]Figura 1.3

    [FL] Em um sistema no hierrquico no existem clientes e servidores fixos

    A comunicao no hierrquica realmente alcanou o auge por volta de 2000 com

    um servio chamado Napster que, em seu pico, teve mais de 50 milhes de fs de

    msica trocando todos os tipos de msicas, constituindo aquilo que

    provavelmente foi a maior violao de direitos autorais em toda a histria

    registrada (Lam e Tan, 2001; Macedonia, 2000). A idia era bastante simples. Os

    associados registravam em um banco de dados central mantido no servidor

    Napster a msica que tinham em seus discos rgidos. Se queria uma cano, cada

    associado verificava no banco de dados quem tinha a cano e ia diretamente at

    o local indicado para obt-la. Por no manter de fato nenhuma msica em suas

    [ej4] Comentrio: No-hierrquico est correto, mas o termo par-a-par tambm usado e melhor adaptado a sigla P2P.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 12 de 145 mquinas, a Napster argumentou que no estava infringindo os direitos autorais

    de ningum. Os tribunais no concordaram e fecharam o site e a empresa.

    Porm, a gerao seguinte de sistemas no hierrquicos eliminou o banco de

    dados central, fazendo cada usurio manter seu prprio banco de dados local,

    alm de fornecer uma lista de outras pessoas prximas associadas ao sistema.

    Um novo usurio pode ento ir at qualquer associado para ver o que ele tem e

    obter uma lista de outros associados, com a finalidade de examinar outras

    msicas e outros nomes. Esse processo de pesquisa pode ser repetido

    indefinidamente, at constituir em um local um grande banco de dados do que

    existe fora desse local. Essa atividade seria tediosa para as pessoas, mas

    especialmente adequada para computadores.

    Tambm existem aplicaes legais para comunicao no hierrquica. Por

    exemplo, aficionados que compartilham msicas de domnio pblico ou amostras

    de faixas liberadas por novos conjuntos musicais para fins de publicidade,

    famlias que compartilham fotografias, filmes e informaes sobre a rvore

    genealgica, e adolescentes que participam de jogos on-line com vrias pessoas.

    De fato, uma das aplicaes mais populares de toda a Internet, o correio

    eletrnico, inerentemente no hierrquica. Espera-se que essa forma de

    comunicao venha a crescer consideravelmente no futuro.

    O crime eletrnico no se restringe a infraes de direitos autorais. Outra rea

    agitada a dos jogos de apostas eletrnicos. Os computadores tm simulado

    vrios tipos de atividades durante dcadas. Por que no simular mquinas caa-

    nqueis, jogos de roleta, mesas de vinte-e-um e outros equipamentos de jogos?

    Bem, porque isso ilegal em muitos pases. O grande problema que o jogo

    legal em muitos outros lugares (na Inglaterra, por exemplo) e os donos de

    cassinos perceberam o potencial para jogos de apostas pela Internet. Ento, o

    que acontecer se o jogador e o cassino estiverem em pases diferentes, com leis

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 13 de 145 conflitantes? Essa uma boa pergunta.

    Outras aplicaes orientadas a comunicaes incluem a utilizao da Internet

    para realizar chamadas telefnicas, alm de videotelefonia e rdio pela Internet,

    trs reas de rpido crescimento. Outra aplicao o ensino distncia

    (telelearning), que significa freqentar aulas s 8 da manh sem a inconvenincia

    de ter de sair da cama. No final das contas, o uso de redes para aperfeioar a

    comunicao entre os seres humanos pode se mostrar mais importante que

    qualquer dos outros usos.

    Nossa terceira categoria o entretenimento, uma indstria enorme e que cresce

    mais e mais a cada dia. A aplicao fundamental nesse caso (aquela que dever

    orientar todas as outras) o vdeo por demanda. Dentro de aproximadamente

    uma dcada talvez seja possvel selecionar qualquer filme ou programa de

    televiso, qualquer que seja a poca ou pas em que tenha sido produzido, e

    exibi-lo em sua tela no mesmo instante. Novos filmes podero se tornar

    interativos e ocasionalmente o usurio poder ser solicitado a interferir no roteiro

    (Macbeth deve matar Duncan ou aguardar o momento propcio?), com cenrios

    alternativos para todas as hipteses. A televiso ao vivo tambm poder se tornar

    interativa, com os telespectadores participando de programas de perguntas e

    respostas, escolhendo entre concorrentes e assim por diante.

    Por outro lado, talvez a aplicao mais importante no seja o vdeo por demanda,

    mas sim os jogos. J temos jogos de simulao em tempo real com vrios

    participantes, como os de esconder em um labirinto virtual, e simuladores de vo

    em que os jogadores de uma equipe tentam abater os jogadores da equipe

    adversria. Se os jogos forem praticados com culos de proteo e imagens

    tridimensionais de qualidade fotogrfica e movimentos em tempo real, teremos

    uma espcie de realidade virtual compartilhada em escala mundial.

    Nossa quarta categoria o comrcio eletrnico no sentido mais amplo do termo.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 14 de 145 A atividade de fazer compras em casa j popular e permite ao usurio examinar

    catlogos on-line de milhares de empresas. Alguns desses catlogos logo

    oferecero a possibilidade de obter um vdeo instantneo sobre qualquer produto

    com um simples clique no nome do produto. Aps a compra eletrnica de um

    produto, caso o cliente no consiga descobrir como us-lo, poder ser

    consultado o suporte tcnico on-line.

    Outra rea em que o comrcio eletrnico j uma realidade o acesso a

    instituies financeiras. Muitas pessoas j pagam suas contas, administram

    contas bancrias e manipulam seus investimentos eletronicamente. Sem dvida,

    isso crescer medida que as redes se tornarem mais seguras.

    Uma rea que praticamente ningum previu a de brechs eletrnicos (e-

    brech?). Leiles on-line de objetos usados se tornaram uma indstria prspera.

    Diferente do comrcio eletrnico tradicional, que segue o modelo

    cliente/servidor, os leiles on-line se parecem mais com um sistema no

    hierrquico, uma espcie de sistema de consumidor para consumidor. Algumas

    dessas formas de comrcio eletrnico utilizam pequenas abreviaes baseadas no

    fato de que "to" e "2" tm a mesma pronncia em ingls. As mais populares esto

    relacionadas na Figura 1.4.

    [arte: ver original p. 9]

    [T]Tabela

    Abreviao Nome completo Exemplo

    B2C Business-to-consumer Pedidos de livros on-line

    B2B Business-to-business Fabricante de automveis solicitando pneus a um

    fornecedor

    G2C Government-to-consumer Governo distribuindo eletronicamente

    formulrios de impostos

    C2C Consumer-to-consumer Leiles on-line de produtos usados

    [ej5] Comentrio: O mercado livre eletrnico (e-mercado livre?)

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 15 de 145 P2P Peer-to-peer Compartilhamento de arquivos

    [F]Figura 1.4

    [FL] Algumas formas de comrcio eletrnico

    Sem dvida a diversidade de usos de redes de computadores crescer

    rapidamente no futuro, e provvel que esse crescimento se d por caminhos

    que ningum capaz de prever agora. Afinal, quantas pessoas em 1990 previram

    que o fato de adolescentes digitarem tediosamente pequenas mensagens de

    texto em telefones celulares enquanto viajavam de nibus seria uma imensa

    fbrica de dinheiro para as empresas de telefonia 10 anos depois? No entanto, o

    servio de mensagens curtas muito lucrativo.

    As redes de computadores podem se tornar imensamente importantes para

    pessoas que se encontram em regies geogrficas distantes, dando a elas o

    mesmo acesso a servios que oferecido s pessoas que vivem em uma grande

    cidade. O ensino distncia pode afetar de forma radical a educao; as

    universidades podero ser nacionais ou internacionais. A telemedicina s agora

    est comeando a se desenvolver (por exemplo, com o monitoramento remoto de

    pacientes), mas pode vir a ser muito mais importante. Porm, a aplicao

    fundamental poder ser algo comum, como usar a @@@cmera da Web (webcam)

    no refrigerador para verificar se preciso comprar leite no caminho do trabalho

    para casa.

    [T3] 1.1.3 Usurios mveis

    Computadores mveis, como notebooks e PDAs (personal digital assistants),

    constituem um dos segmentos de mais rpido crescimento da indstria de

    informtica. Muitos usurios desses computadores tm mquinas de desktop no

    escritrio e querem se manter conectados a essa base mesmo quando esto

    [ej6] Comentrio: (short message) um termo muito usado, vale a pena manter o termo em ingls entre parnteses.

    [ej7] Comentrio: cmera via web

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 16 de 145 longe de casa ou em trnsito. Tendo em vista que impossvel ter uma conexo

    por fios em automveis e avies, existe um grande interesse em redes sem fios.

    Nesta seo, examinaremos rapidamente alguns usos das redes sem fios.

    As redes sem fios tm muitas utilidades. Um uso comum o escritrio porttil.

    Quando viajam, muitas vezes as pessoas querem usar seu equipamento

    eletrnico porttil para enviar e receber ligaes telefnicas, fax e correio

    eletrnico, navegar pela Web, acessar arquivos remotos e se conectar a mquinas

    distantes. Alm do mais, elas querem fazer isso enquanto se encontram em

    qualquer lugar do planeta. Por exemplo, nas conferncias de informtica de hoje,

    os organizadores muitas vezes configuram uma rede sem fio na rea de

    conferncia. Qualquer pessoa com um notebook e um modem sem fio pode

    simplesmente ligar o computador e se conectar Internet, como se o computador

    estivesse ligado a uma rede de fiao. De modo semelhante, algumas

    universidades instalam redes sem fios no campus, para que os alunos possam se

    sentar debaixo das rvores e consultar o catlogo de fichas da biblioteca ou ler

    seu correio eletrnico.

    As redes sem fios tm grande valor para frotas de caminhes, txis, veculos de

    entrega e funcionrios de servios de assistncia tcnica, que precisam manter-

    se em contato com a base de operaes da empresa. Por exemplo, em muitas

    cidades, os motoristas de txi so homens de negcios independentes, em vez de

    serem funcionrios de uma empresa de txi. Em algumas dessas cidades, os txis

    tm uma tela de vdeo que o motorista pode observar. Ao receber uma chamada,

    um despachante central digita os pontos de partida e destino. Essa informao

    exibida nas telas de vdeo dos motoristas, e tambm emitido um aviso sonoro.

    O primeiro motorista a pressionar um boto na tela de vdeo recebe a chamada.

    As redes sem fios tambm so importantes para os militares. Se, de uma hora

    para outra, for necessrio disputar uma guerra em qualquer lugar no mundo,

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 17 de 145 talvez no seja possvel contar com a possibilidade de usar a infra-estrutura de

    rede local. Ser melhor levar seu prprio equipamento de rede.

    Embora as redes sem fios e a computao mvel freqentemente tenham uma

    estreita relao, elas no so idnticas, como mostra a Figura 1.5. Aqui,

    observamos uma distino entre redes sem fios fixas e sem fios mveis. Algumas

    vezes, at mesmo os computadores portteis podem estar conectados por fios.

    Por exemplo, se um viajante conecta um notebook tomada de telefone em um

    quarto de hotel, ele tem mobilidade sem precisar utilizar uma rede sem fio.

    [arte: ver original p. 10]

    [T]Tabela

    Sem fios Mvel Aplicaes

    No No Computadores de desktop em escritrios

    No Sim Um notebook usado em um quarto de hotel

    Sim No Redes em edifcios mais antigos que no dispem de

    fiao

    Sim Sim Escritrio porttil; PDA para registrar o estoque de uma

    loja

    [F]Figura 1.5

    [FL] Combinaes de redes sem fios e computao mvel

    Por outro lado, alguns computadores sem fio no so portteis. Esse o caso,

    por exemplo, das empresas sediadas em edifcios antigos, nos quais no h

    cabeamento de rede para conectar os computadores. Para instalar uma rede sem

    fio, essas empresas s precisaro adquirir uma pequena caixa com alguns

    componentes eletrnicos, retir-la da embalagem e conectar o equipamento. Essa

    soluo pode ser muito mais econmica do que instalar a fiao necessria no

    edifcio.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 18 de 145 Porm, claro que tambm existem as verdadeiras aplicaes sem fios mveis,

    que variam desde o escritrio porttil at pessoas caminhando por uma loja com

    um PDA para fazer o levantamento do estoque. Nos aeroportos de grande

    movimento, os funcionrios das locadoras de automveis trabalham no

    estacionamento com computadores portteis sem fios. Eles digitam o nmero da

    placa do automvel que est sendo devolvido, e seus equipamentos portteis,

    nos quais h uma impressora interna, entram em contato com o computador

    principal, acessam as informaes sobre o aluguel e imprimem a conta na mesma

    hora.

    medida que a tecnologia sem fio se torna mais difundida, podem surgir

    numerosas outras aplicaes. Vamos examinar rapidamente algumas das

    possibilidades. Parqumetros sem fios apresentam vantagens, tanto para usurios

    quanto para as administraes municipais. Esses equipamentos poderiam aceitar

    cartes de crdito ou dbito, com verificao instantnea, pelo link sem fio.

    Quando o tempo de estacionamento expirasse, o equipamento poderia confirmar

    a presena de um automvel (fazendo ecoar um sinal) e relatar o trmino do

    prazo polcia. Estima-se que apenas as prefeituras das cidades dos Estados

    Unidos poderiam recolher 10 bilhes de dlares a mais dessa maneira (Harte et

    al., 2000). Alm disso, uma fiscalizao melhor do estacionamento ajudaria a

    preservar o ambiente, pois os motoristas que soubessem que seu estacionamento

    ilegal certamente seria punido preferiram usar o transporte pblico.

    Mquinas automticas para venda de alimentos, bebidas e outros itens so

    encontradas em todo lugar. Porm, o alimento no entra nas mquinas por

    mgica. Periodicamente, algum chega com um caminho para reabastec-las. Se

    as mquinas automticas de venda emitissem um relatrio sem fio uma vez por

    dia anunciando seu estoque atual, o motorista do caminho saberia quais

    mquinas precisariam de reposio e que quantidade de produto seria necessria.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 19 de 145 Essa informao poderia levar a um planejamento mais eficiente do roteiro.

    claro que essas informaes tambm poderiam ser transmitidas por uma linha

    telefnica padro, mas equipar cada mquina automtica de venda com uma

    conexo telefnica fixa para fazer uma nica ligao por dia iria aumentar a

    despesa mensal fixa.

    Outra rea em que as redes sem fios poderiam economizar dinheiro a da leitura

    de medidores de consumo de servios de utilidade pblica. Se os medidores de

    eletricidade, gs, gua e outros existentes nos lares das pessoas informassem o

    consumo mensal por uma rede sem fios, no seria necessrio contratar pessoas

    para fazer a leitura dos medidores. De modo semelhante, detectores de fumaa

    sem fios poderiam ligar para o corpo de bombeiros em vez de fazer um grande

    rudo (o que teria pouco valor se ningum estivesse em casa). medida que o

    custo dos dispositivos de rdio e do tempo no ar carem, cada vez mais medies

    e relatrios sero realizados com redes sem fios.

    Uma rea de aplicao bem diferente para redes sem fios a fuso esperada de

    telefones celulares e PDAs, transformando-os em minsculos computadores sem

    fios. Uma primeira tentativa nesse sentido foi a dos pequeninos PDAs sem fios

    que podiam exibir pginas da Web simples em suas telas ainda mais reduzidas.

    Esse sistema, chamado WAP 1.0 (Wireless Application Protocol protocolo de

    aplicaes sem fios), foi malsucedido principalmente devido s telas

    microscpicas, baixa largura de banda e ao servio deficiente. Contudo,

    dispositivos e servios mais novos funcionaro melhor com o WAP 2.0.

    Uma rea em que esses dispositivos podem se destacar chamada m-commerce

    (mobile-commerce) (Senn, 2000). A fora motriz por trs desse fenmeno

    consiste em um amlgama de fabricantes de PDAs sem fios e operadores de redes

    que esto tentando descobrir como obter uma fatia do comrcio eletrnico. Uma

    de suas esperanas usar PDAs sem fios em transaes bancrias e compras.

    [ej8] Comentrio: da taxa de utilizao (air time)

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 20 de 145 Uma idia usar os PDAs sem fios como uma espcie de carteira eletrnica,

    autorizando pagamentos em lojas, em substituio ao dinheiro e aos cartes de

    crdito. O dbito aparece ento na conta do telefone celular. Do ponto de vista da

    loja, esse esquema pode poupar-lhes a maior parte das tarifas da empresa de

    cartes de crdito, o que pode significar uma porcentagem elevada. claro que

    esse plano pode ter efeito contrrio ao desejado, pois os clientes de uma loja

    poderiam usar seus PDAs para verificar os preos dos concorrentes antes de

    comprarem. Pior ainda, as empresas de telefonia poderiam oferecer PDAs com

    leitoras de cdigos de barras que permitiriam a um cliente examinar um produto

    em uma loja e depois obter instantaneamente um relatrio detalhado de onde

    mais ele poderia ser adquirido e a que preo.

    Tendo em vista que o operador de rede sabe onde o usurio est, alguns servios

    so intencionalmente dependentes da localizao. Por exemplo, talvez seja

    possvel procurar por uma livraria vizinha ou um restaurante chins. Mapas

    portteis so outra possibilidade, bem como previses do tempo bastante

    especficas ("quando vai parar de chover em meu quintal?"). Sem dvida surgiro

    muitas outras aplicaes medida que esses dispositivos se tornarem mais

    difundidos.

    Uma enorme vantagem do m-comrcio que os usurios de telefones celulares

    se acostumaram a pagar por tudo (em contraste com os usurios da Internet, que

    esperam conseguir tudo de graa). Se um Web site da Internet cobrasse uma taxa

    para permitir a seus clientes efetuarem pagamentos com carto de crdito,

    haveria uma imensa reclamao dos usurios. Se uma operadora de telefonia

    celular permitisse s pessoas pagarem por itens de uma loja usando o telefone e

    depois cobrassem uma tarifa por essa convenincia, provavelmente isso seria

    aceito como algo normal. O tempo dir.

    Um pouco mais distantes no tempo encontram-se as redes pessoais e os

    [ej9] Comentrio: m-commerce, para manter a coerncia com a introduo do termo.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 21 de 145 computadores que podem ser usados como objetos pessoais. A IBM desenvolveu

    um relgio que executa o Linux (incluindo o sistema de janelas X11) e que tem

    conectividade sem fio para a Internet, a fim de enviar e receber correio eletrnico

    (Narayanaswami et al., 2002). No futuro, as pessoas podero trocar cartes de

    visitas simplesmente mostrando seus relgios umas s outras. Computadores

    sem fio de uso pessoal podem dar s pessoas acesso a salas seguras, do mesmo

    modo que os cartes com tarjas magnticas de hoje (talvez em combinao com

    um cdigo PIN ou alguma medio biomtrica). Esses relgios tambm podero

    ser capazes de obter informaes relevantes localizao atual do usurio (por

    exemplo, restaurantes locais). As possibilidades so infinitas.

    Relgios inteligentes com rdios fazem parte de nosso espao mental desde seu

    aparecimento nas tiras de quadrinhos de Dick Tracy em 1946. Porm, o que dizer

    da poeira inteligente? Os pesquisadores de Berkeley acondicionaram um

    computador sem fio em um cubo com 1 mm de aresta (Warneke et al., 2001). As

    aplicaes potenciais incluem controle de estoque, embalagens e at pequenos

    pssaros, roedores e insetos.

    [T3] 1.1.4 Questes sociais

    A ampla introduo das redes trouxe novos problemas sociais, ticos e polticos.

    Vamos apenas fazer uma rpida referncia a alguns deles; seria preciso pelo

    menos um livro inteiro para fazer um estudo completo desses problemas. Uma

    caracterstica popular de muitas redes so os newsgroups ou BBSs, a partir dos

    quais as pessoas podem trocar mensagens com indivduos que tm os mesmos

    interesses. Quando so tratados apenas assuntos tcnicos ou passatempos como

    jardinagem, no h muita polmica.

    Os problemas comeam a vir tona quando os newsgroups abordam temas mais

    palpitantes, como poltica, religio ou sexo. Os pontos de vista divulgados nesses

    [ej10] Comentrio: o acompanhamento de estoque, embalages e at de pequenos pssaros, roedores e insetos.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 22 de 145 grupos podem ser altamente ofensivos para algumas pessoas. Pior ainda, elas

    podem no ser politicamente corretas. Alm disso, as mensagens no esto

    obrigatoriamente limitadas ao texto. Fotografias coloridas de alta resoluo e

    mesmo pequenos videoclipes j podem ser transmitidos com facilidade pelas

    redes de computadores. Algumas pessoas adotam a viso de que cada um sabe o

    que faz, mas outras acham que a publicao de certos tipos de materiais (por

    exemplo, ataques a determinados pases ou religies, pornografia etc.)

    simplesmente inaceitvel e tem de ser censurada. Diferentes pases tm leis

    distintas e conflitantes sobre esse assunto. Assim, essa polmica est ficando

    cada vez mais acirrada.

    As pessoas abriram processos contra operadores de redes, partindo do princpio

    de que, a exemplo do que ocorre com os jornais e revistas, eles tm que assumir

    a responsabilidade pelo contedo do que publicam. A resposta inevitvel que

    uma rede como uma companhia telefnica ou uma empresa de correios e no

    se pode esperar que ela censure seus usurios. No entanto, seria ainda mais

    grave o fato de que, temerosos com a possibilidade de serem processados, os

    operadores de rede comeassem a excluir todas as mensagens que pudessem dar

    margem a algum tipo de processo judicial, cerceando dessa forma a liberdade de

    expresso dos usurios. Com certeza, essa discusso ainda ir perdurar por

    algum tempo.

    Outra rea polmica envolve os direitos do empregado e do empregador. Muitas

    pessoas lem e escrevem mensagens de correio eletrnico no ambiente de

    trabalho. Muitos empregadores afirmam que tm o direito de ler e at mesmo

    censurar as mensagens de seus funcionrios, inclusive as que so enviadas a

    partir de um computador domstico depois do expediente. Nem todos os

    empregados concordam com esse ponto de vista.

    Ainda que os empregadores tenham poder sobre os funcionrios, poderemos

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 23 de 145 dizer que esse relacionamento tambm se aplica s universidades em relao aos

    estudantes? E no caso das escolas secundrias em relao a seus alunos? Em

    1994, a Carnegie-Mellon University decidiu vetar o acesso a diversos newsgroups

    relacionados a sexo porque, na opinio de sua diretoria, o material era

    inadequado para menores (ou seja, seus poucos alunos com menos de 18 anos).

    Essa polmica ainda vai durar alguns anos.

    Outro tpico importante a relao entre o governo e os cidados. O FBI instalou

    um sistema em muitos provedores de servios da Internet para bisbilhotar todas

    as mensagens de correio eletrnico de entrada e sada, em busca de fragmentos

    de interesse para a instituio (Blaze e Bellovin, 2000; Sobel, 2001; e Zacks,

    2001). O sistema foi originalmente chamado Carnivore, mas a publicidade ruim

    fez com que ele fosse renomeado com a sigla aparentemente mais inocente

    DCS1000. No entanto, seu objetivo ainda espionar milhes de pessoas, na

    esperana de encontrar informaes sobre atividades ilegais. Infelizmente, a

    Quarta Emenda Constituio dos Estados Unidos probe buscas do governo sem

    um mandado de busca. O fato dessas 54 palavras, escritas no Sculo XVIII, ainda

    terem algum peso no Sculo XXI uma questo que poder manter os tribunais

    ocupados at o Sculo XXII.

    O governo no tem o monoplio das ameaas privacidade das pessoas. O setor

    privado tambm faz sua parte. Por exemplo, pequenos arquivos chamados

    cookies que os navegadores da Web armazenam nos computadores dos usurios

    permitem que as empresas controlem as atividades desses usurios no

    ciberespao e tambm podem permitir que nmeros de cartes de crdito,

    nmeros de CPF e outras informaes confidenciais vazem pela Internet (Berghel,

    2001).

    As redes de computadores oferecem o potencial para o envio de mensagens

    annimas. Em algumas situaes, esse recurso pode ser desejvel. Por exemplo,

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 24 de 145 ele proporciona um meio para alunos, soldados, trabalhadores e cidados

    denunciem o comportamento ilegal de professores, oficiais, superiores e polticos

    sem medo de possveis represlias. Por outro lado, nos Estados Unidos e na

    maioria dos pases democrticos, a lei permite especificamente s pessoas

    acusadas o direito de se confrontarem com o acusador perante o juiz. Acusaes

    annimas no podem ser usadas como evidncias.

    Em resumo, as redes de computadores, assim como a imprensa h cerca de 500

    anos, permitem que os cidados comuns manifestem suas opinies de um modo

    novo para platias inteiramente diferentes. Essa nova liberdade traz em seu bojo

    uma srie de questes sociais, polticas e morais.

    Junto com o lado bom vem o lado ruim. A vida parece ser assim. A Internet torna

    possvel encontrar informaes com rapidez, mas uma grande parte dessas

    informaes incorreta, enganosa ou completamente equivocada. O

    aconselhamento mdico que voc conseguiu na Internet pode ter vindo de um

    ganhador do Prmio Nobel ou de algum que abandonou os estudos no ensino

    mdio. As redes de computadores tambm introduziram novos tipos de

    comportamento anti-social e criminoso. O lixo de correio eletrnico (spam) se

    tornou parte de nossa vida porque as pessoas renem milhes de endereos de

    correio eletrnico e vendem esses endereos em CD-ROM para supostos

    negociantes. As mensagens de correio eletrnico incluindo contedo ativo

    (basicamente, programas ou macros que so executados na mquina do receptor)

    podem conter vrus capazes de causar devastao.

    O roubo da identidade est se tornando um problema srio, pois os ladres

    coletam informaes suficientes sobre uma pessoa para obter cartes de crdito

    e outros documentos em nome da vtima. Finalmente, a capacidade de transmitir

    msica e vdeo digital abriu a porta para violaes macias de direitos autorais,

    difceis de capturar e punir.

    [ej11] Comentrio: denunciarem ou para que ... denunciem

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 25 de 145 Muitos desses problemas poderiam ser resolvidos se a indstria de informtica

    levasse a srio a segurana dos computadores. Se todas as mensagens fossem

    criptografadas e autenticadas, seria mais difcil haver danos. Essa tecnologia est

    bem estabelecida e ser estudada em detalhes no Captulo 8. O problema que

    os fornecedores de hardware e software sabem que a incluso de recursos de

    segurana custa dinheiro, e seus clientes no buscam tais caractersticas. Alm

    disso, um nmero substancial de problemas causado por bugs de software, que

    ocorrem porque os fornecedores continuam a acrescentar mais e mais recursos a

    seus programas, o que inevitavelmente significa mais cdigo e portanto mais

    bugs. Um imposto sobre novos recursos poderia ajudar, mas isso talvez

    dificultasse as vendas em poucos trimestres. Um programa de reembolso por

    software defeituoso talvez fosse timo, exceto pelo fato de levar bancarrota

    toda a indstria de software no primeiro ano.

    [T2] 1.2 Hardware de rede

    Vamos desviar nossa ateno das aplicaes e dos aspectos sociais das redes (a

    parte de diverso) para as questes tcnicas relacionadas ao projeto de redes (a

    parte de trabalho). No existe nenhuma taxonomia de aceitao geral na qual

    todas as redes de computadores possam ser classificadas, mas duas dimenses

    se destacam das demais: a tecnologia de transmisso e a escala. Vamos examinar

    cada uma delas.

    Em termos gerais, h dois tipos de tecnologias de transmisso em uso

    disseminado nos dias de hoje:

    1. Links de difuso.

    2. Links ponto a ponto.

    As redes de difuso tm apenas um canal de comunicao, compartilhado por

    todas as mquinas da rede. Mensagens curtas, que em determinados contextos

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 26 de 145 so chamadas pacotes, enviadas por qualquer mquina, so recebidas por todas

    as outras. Um campo de endereo dentro do pacote especifica o destinatrio

    pretendido. Quando recebe um pacote, uma mquina verifica o campo de

    endereo. Se o pacote se destinar mquina receptora, ela o processar; se for

    destinado a alguma outra mquina, o pacote ser simplesmente ignorado.

    Como uma analogia, imagine uma pessoa gritando no final do corredor que leva a

    uma srie de salas: "Watson, venha c. Preciso de voc." Embora o pacote possa

    ser recebido (ouvido) por muitas pessoas, apenas Watson responder. As outras

    pessoas iro ignor-lo. Outra analogia um anncio em um aeroporto

    informando que todos os passageiros do vo 644 devem se encaminhar ao porto

    12 para embarque imediato.

    Em geral, os sistemas de difuso tambm oferecem a possibilidade de

    endereamento de um pacote a todos os destinos, com a utilizao de um cdigo

    especial no campo de endereo. Quando um pacote com esse cdigo

    transmitido, ele recebido e processado por todas as mquinas da rede. Esse

    modo de operao chamado difuso (broadcasting). Alguns sistemas de difuso

    tambm admitem a transmisso para um subconjunto das mquinas, o que se

    conhece como multidifuso (multicasting). Um esquema possvel reservar um

    bit para indicar a multidifuso. Os n - 1 bits de endereo restantes podem conter

    o nmero de um grupo. Cada mquina pode se "inscrever" em qualquer um ou

    em todos os grupos. Quando um pacote enviado a um determinado grupo, ele

    entregue a todas as mquinas inscritas nesse grupo.

    Em contraste, as redes ponto a ponto consistem em muitas conexes entre pares

    de mquinas individuais. Para ir da origem ao destino, um pacote nesse tipo de

    rede talvez tenha de visitar primeiro uma ou mais mquinas intermedirias. Como

    normalmente possvel haver vrias rotas com diferentes tamanhos, encontrar

    boas rotas algo importante em redes ponto a ponto. Como regra geral (embora

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 27 de 145 existam muitas excees), redes menores geograficamente localizadas tendem a

    usar difuso, enquanto redes maiores em geral so redes ponto a ponto. A

    transmisso ponto a ponto com um transmissor e um receptor s vezes

    chamada unidifuso (unicasting).

    Um critrio alternativo para classificar as redes sua escala. Na Figura 1.6,

    mostramos uma classificao de sistemas de vrios processadores organizada por

    seu tamanho fsico. Na parte superior encontram-se as redes pessoais, redes

    destinadas a uma nica pessoa. Por exemplo, uma rede sem fios conectando um

    computador com o mouse, o teclado e a impressora uma rede pessoal. Alm

    disso, um PDA que controla o aparelho de audio ou o marcapasso de um

    usurio se enquadra nessa categoria. Alm das redes pessoais, encontramos

    redes de maior abrangncia. Essas redes podem ser divididas em redes locais,

    metropolitanas e geograficamente distribudas (ou remotas). Finalmente, a

    conexo de duas ou mais redes chamada inter-rede. A Internet mundial um

    exemplo bastante conhecido de inter-rede. A distncia importante como uma

    mtrica de classificao, porque so empregadas diferentes tcnicas em escalas

    distintas. Neste livro, nos preocuparemos com as redes em todas essas escalas.

    Apresentaremos a seguir uma breve introduo ao hardware de rede.

    [arte: ver original p. 16]

    [Dsticos]

    [1]Distncia entre processadores

    1 m

    10 m

    100 m

    1 km

    10 km

    100 km

    [ej12] Comentrio: o termo unidifuso extremamente raro. Nesse caso, seria melhor deixar apenas unicasting.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 28 de 145 1.000 km

    10.000 km

    [2]Processadores localizados no(a) mesmo(a)

    Metro quadrado

    Sala

    Edifcio

    Campus

    Cidade

    Pas

    Continente

    Planeta

    [3]Exemplo

    Rede pessoal

    Rede local

    Rede metropolitana

    Rede geograficamente distribuda

    A Internet

    [F]Figura 1.6

    [FL] Classificao de processadores interconectados por escala

    [T3] 1.2.1 Redes locais

    As redes locais, muitas vezes chamadas LANs, so redes privadas contidas em

    um nico edifcio ou campus universitrio com at alguns quilmetros de

    extenso. Elas so amplamente usadas para conectar computadores pessoais e

    estaes de trabalho em escritrios e instalaes industriais de empresas,

    permitindo o compartilhamento de recursos (por exemplo, impressoras) e a troca

    de informaes. As LANs tm trs caractersticas que as distinguem de outros

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 29 de 145 tipos de redes: (1) tamanho, (2) tecnologia de transmisso e (3) topologia.

    As LANs tm um tamanho restrito, o que significa que o pior tempo de

    transmisso limitado e conhecido com antecedncia. O conhecimento desse

    limite permite a utilizao de determinados tipos de projetos que em outras

    circunstncias no seriam possveis, alm de simplificar o gerenciamento da rede.

    A tecnologia de transmisso das LANs quase sempre consiste em um cabo, ao

    qual todas as mquinas esto conectadas, como acontece com as linhas

    telefnicas compartilhadas que eram utilizadas em reas rurais. As LANs

    tradicionais funcionam em velocidades de 10 Mbps a 100 Mbps, tm baixo

    retardo (microssegundos ou nanossegundos) e cometem pouqussimos erros. As

    LANs mais modernas operam em at 10 Gbps. Neste livro, vamos aderir

    tradio e medir as velocidades das linhas em megabits/s (1 Mbps

    correspondente a 1.000.000 bits/s) e gigabits/s (1 Gbps igual a 1.000.000.000

    bits/s).

    As LANs de difuso admitem diversas topologias. A Figura 1.7 mostra duas delas.

    Em uma rede de barramento (isto , um cabo linear), em qualquer instante no

    mximo uma mquina desempenha a funo de mestre e pode realizar uma

    transmisso. Nesse momento, as outras mquinas sero impedidas de enviar

    qualquer tipo de mensagem. Ento, ser preciso criar um mecanismo de

    arbitragem para resolver conflitos quando duas ou mais mquinas quiserem fazer

    uma transmisso simultaneamente. O mecanismo de arbitragem pode ser

    centralizado ou distribudo. Por exemplo, o padro IEEE 802.3, mais conhecido

    como Ethernet, uma rede de difuso de barramento com controle

    descentralizado, em geral operando em velocidades de 10 Mbps a 10 Gbps. Os

    computadores em uma rede Ethernet podem transmitir sempre que desejam; se

    dois ou mais pacotes colidirem, cada computador aguardar um tempo aleatrio

    e far uma nova tentativa mais tarde.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 30 de 145 [arte: ver original p. 17]

    [Dsticos]

    [1] Computador

    [2] Cabo

    (a)

    [3] Computador

    (b)

    [F]Figura 1.7

    [FL] Duas redes de difuso. (a) Barramento (b) Anel

    Um segundo tipo de sistema de difuso o anel. Em um anel, cada bit se propaga

    de modo independente, sem esperar pelo restante do pacote ao qual pertence.

    Em geral, cada bit percorre todo o anel no intervalo de tempo em que alguns bits

    so enviados, muitas vezes at mesmo antes de o pacote ter sido inteiramente

    transmitido. Assim como ocorre em todos os outros sistemas de difuso, existe a

    necessidade de se definir alguma regra para arbitrar os acessos simultneos ao

    anel. So usados vrios mtodos, como fazer as mquinas adotarem turnos. O

    IEEE 802.5 (a rede Token Ring da IBM) uma rede local baseada em anel que

    opera a 4 e 16 Mbps. O FDDI outro exemplo de uma rede de anel.

    As redes de difuso ainda podem ser divididas em estticas e dinmicas,

    dependendo do modo como o canal alocado. Em uma alocao esttica tpica, o

    tempo seria dividido em intervalos discretos e seria utilizado um algoritmo de

    rodzio, fazendo com que cada mquina transmitisse apenas no intervalo de

    tempo de que dispe. A alocao esttica desperdia a capacidade do canal

    quando uma mquina no tem nada a transmitir durante o intervalo de tempo

    (slot) alocado a ela, e assim a maioria dos sistemas procura alocar o canal

    dinamicamente (ou seja, medida que solicitado, ou por demanda).

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 31 de 145 Os mtodos de alocao dinmica de um canal comum so centralizados ou

    descentralizados. No mtodo centralizado de alocao de canal, existe apenas

    uma entidade, por exemplo, uma unidade de arbitragem de barramento, que

    define quem transmitir em seguida. Para executar essa tarefa, a entidade aceita

    solicitaes e toma suas decises de acordo com algum algoritmo interno. No

    mtodo descentralizado de alocao de canal, no existe nenhuma entidade

    central; cada mquina deve decidir por si mesma se a transmisso deve ser

    realizada. Voc poderia pensar que isso sempre leva ao caos, mas isso no

    acontece. Mais tarde, estudaremos muitos algoritmos criados para impedir a

    instaurao do caos potencial.

    [T3] 1.2.2 Redes metropolitanas

    Uma rede metropolitana, ou MAN, abrange uma cidade. O exemplo mais

    conhecido de uma MAN a rede de televiso a cabo disponvel em muitas

    cidades. Esse sistema cresceu a partir de antigos sistemas de antenas

    comunitrias usadas em reas com fraca recepo do sinal de televiso pelo ar.

    Nesses primeiros sistemas, uma grande antena era colocada no alto de colina

    prxima e o sinal era ento conduzido at a casa dos assinantes.

    Em princpio, esses sistemas eram sistemas ad hoc projetados no local.

    Posteriormente, as empresas comearam a entrar no negcio, obtendo

    concesses dos governos municipais para conectar por fios cidades inteiras. A

    etapa seguinte foi a programao de televiso e at mesmo canais inteiros

    criados apenas para transmisso por cabos. Com freqncia, esses canais eram

    altamente especializados, oferecendo apenas notcias, apenas esportes, apenas

    culinria, apenas jardinagem e assim por diante. Entretanto, desde sua concepo

    at o final da dcada de 1990, eles se destinam somente recepo de televiso.

    A partir do momento em que a Internet atraiu uma audincia de massa, as

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 32 de 145 operadoras de redes de TV a cabo comearam a perceber que, com algumas

    mudanas no sistema, eles poderiam oferecer servios da Internet de mo dupla

    em partes no utilizadas do espectro. Nesse momento, o sistema de TV a cabo

    comeou a se transformar, passando de uma forma de distribuio de televiso

    para uma rede metropolitana. Em uma primeira aproximao, uma MAN seria

    semelhante ao sistema mostrado na Figura 1.8. Nessa figura, observamos que os

    sinais de televiso e da Internet so transmitidos ao @@@head end centralizado

    para distribuio subseqente s casas das pessoas. Voltaremos a esse assunto,

    estudando-o em detalhes no Captulo 2.

    [arte: ver original p. 18]

    [Dsticos]

    [1]Caixa de juno

    [2]Antena

    [3]Internet

    [4]Head end

    [F]Figura 1.8

    [FL] Uma rede metropolitana baseada na TV a cabo

    A televiso a cabo no a nica MAN. Os desenvolvimentos recentes para acesso

    Internet de alta velocidade sem fio resultaram em outra MAN, que foi

    padronizada como IEEE 802.16. Estudaremos esse assunto no Captulo 2.

    [T3] 1.2.3 Redes geograficamente distribudas

    Uma rede geograficamente distribuda, ou WAN (wide area network), que tambm

    j foi denominada rede remota, abrange uma grande rea geogrfica, com

    freqncia um pas ou continente. Ela contm um conjunto de mquinas cuja

    finalidade executar os programas (ou seja, as aplicaes) do usurio.

    [ej13] Comentrio: equipamento terminal central (head end). Esse termo geralmente no traduzido.

    [ej14] Comentrio: Isso no est no texto original, e a denominao estranha.

  • TANENBAUM, ANDREW S. Computer Networks 4a edio. EDITORA CAMPUS TRADUO: Vandenberg D. de Souza AT01.DOC CAPTULO 1/P. 33 de 145 Seguiremos a tradio e chamaremos essas mquinas de hosts. Os hosts esto

    conectados por uma sub-rede de comunicao ou, simplificando, uma sub-rede.

    Os hosts pertencem aos clientes (por exemplo, so os computadores pessoais

    dos usurios), enquanto a sub-rede de comunicao em geral pertence e

    operada por uma empresa de telefonia ou por um provedor de servios da

    Internet. A tarefa da sub-rede transportar mensagens de um host para outro,

    exatamente como o sistema de telefonia transporta as palavras da pessoa que

    fala para a pessoa que ouve. Essa estrutura de rede altamente simplificada, pois

    separa os aspectos da comunicao pura da rede (a sub-rede) dos aspectos de

    aplicao (os hosts).

    Na maioria das redes geograficamente distribudas, a sub-rede consiste em dois

    componentes distintos: linhas de transmisso e elementos de comutao. As

    linhas de transmisso transportam os bits entre as mquinas. Elas podem ser

    formadas por fios de cobre, fibra ptica, ou mesmo links de rdio. Os elementos

    de comutao so computadores especializados que conectam trs ou mais

    linhas de transmisso. Quando os dados chegam a uma linha de entrada, o

    elemento de comutao deve escolher uma linha de sada para encaminh-los.

    Esses computadores de comutao receberam diversos nomes no passado; o

    nome roteador agora o mais comumente usado. Em ingls, algumas pessoas

    pronunciam esse nome da mesma forma qu