Redes Sociais: Uma ameaça?

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28 · Human Resources Portugal · Agosto 2011 F o r m Aç ão O primeiro desafio é perceber qual é a rede ideal para um indivíduo ou para uma or- ganização, na realidade não existe uma rede que sirva para todos, a nossa escolha deve reflectir o que vamos aprendendo numa realidade que é dinâmica, não é uma opção estar de fora, sob pena de estarmos a ter um comportamento de avestruz. É uma enorme falácia pensar que a forma de nos pro- tegermos é estarmos ausentes das redes sociais, pois desta forma não há o perigo de comentários adversos, para quem ainda pense assim, deixo um facto, os comentários adver- sos poderão sempre existir, a diferença é quando estamos presentes podemos fazer algo, quando não estamos iremos reagir quando for demasiado tarde. Mas o Social Media não é só um mundo virtual ma- ravilhoso, coloca muitos desafios aos Recursos Humanos de qualquer orga- nização. Uma das queixas frequentes é o tempo perdido pelos colaboradores nas redes sociais, com reflexos claros na produtividade o que levou proibi- ções de utilização. Sou por natureza contra este tipo de proibições, acredito mais na responsabilização de cada colabora- dor, explicando através do exemplo, se um colaborador está com um bloqueio criativo e decide ir plantar tomates no Farmville durante 10 mi- nutos não vejo problema que o faça sempre e quando atinge os objectivos delineados de uma forma sustentada. Ninguém é proibido de sair do escri- tório para ir fumar, o que no entanto, é ainda pior para o colaborador e para aqueles que têm que cruzar com as nuvens de fumo à entrada. O engraçado é que já vimos essas proibições anteriormente, quem não se lembra das proibições de utilizar telefones, telemóveis, email, internet, eentre outras? E também sabemos o resultado final. Os colaboradores devem ser enco- rajados na utilização correcta de sites como Facebook, Linkedin, Twitter e YouTube que podem ser muito úteis se bem utilizados ou muito perniciosos. Fazendo um paralelo, só muitos anos depois dos telefones entraram nas empresas é que surgiram cursos de atendimento telefónico, a demora não foi muito problemática, pois o te- lefone foi sempre uma relação de um para um. Mas agora é muito diferente, qualquer colaborador de uma empre- sa é um potencial relações públicas não-oficial, podendo ser benéfico ou prejudicial para a sua organização. As empresas não podem estar de costas voltadas para as redes sociais sob pena de virem a sentir o mesmo que o comandante do Titanic sentiu, quando verificou na pele que o ice- berg era mais forte que o barco. Por Filipe Carrera Redes sociais: uma ameaça? O Social Media não é só um mundo virtual maravilhoso, coloca muitos desafios aos Recursos Humanos de qualquer organização www.filipecarrera.com ›› O Facebook superou os 700 milhões de utilizadores, o Linkedin os 100 milhões o Google não quer ficar atrás e contra-ataca com o Google+, sem dúvida as redes sociais estão em efervescência, sendo que as organizações e as pessoas não têm uma ideia exacta do que é e para que serve este mundo virtual

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28 · Human Resources Portugal · Agosto 2011

FormAção

O primeiro desafio é perceber qual é a rede ideal para um indivíduo ou para uma or-ganização, na realidade não existe uma rede que sirva para todos, a nossa escolha deve reflectir o que vamos aprendendo numa realidade que é dinâmica, não é

uma opção estar de fora, sob pena de estarmos a ter um comportamento de avestruz.

É uma enorme falácia pensar que a forma de nos pro-tegermos é estarmos ausentes das redes sociais, pois desta forma não há o perigo de comentários adversos, para quem ainda pense assim, deixo um facto, os comentários adver-sos poderão sempre existir, a diferença é quando estamos presentes podemos fazer algo, quando não estamos iremos reagir quando for demasiado tarde.

Mas o Social Media não é só um mundo virtual ma-

ravilhoso, coloca muitos desafios aos Recursos Humanos de qualquer orga-nização. Uma das queixas frequentes é o tempo perdido pelos colaboradores nas redes sociais, com reflexos claros na produtividade o que levou proibi-ções de utilização.

Sou por natureza contra este tipo de proibições, acredito mais na responsabilização de cada colabora-dor, explicando através do exemplo, se um colaborador está com um bloqueio criativo e decide ir plantar tomates no Farmville durante 10 mi-nutos não vejo problema que o faça sempre e quando atinge os objectivos

delineados de uma forma sustentada. Ninguém é proibido de sair do escri-tório para ir fumar, o que no entanto, é ainda pior para o colaborador e para aqueles que têm que cruzar com as nuvens de fumo à entrada.

O engraçado é que já vimos essas proibições anteriormente, quem não se lembra das proibições de utilizar telefones, telemóveis, email, internet, eentre outras? E também sabemos o resultado final.

Os colaboradores devem ser enco-rajados na utilização correcta de sites como Facebook, Linkedin, Twitter e YouTube que podem ser muito úteis se bem utilizados ou muito perniciosos.

Fazendo um paralelo, só muitos anos depois dos telefones entraram nas empresas é que surgiram cursos de atendimento telefónico, a demora não foi muito problemática, pois o te-lefone foi sempre uma relação de um para um. Mas agora é muito diferente, qualquer colaborador de uma empre-sa é um potencial relações públicas não-oficial, podendo ser benéfico ou prejudicial para a sua organização.

As empresas não podem estar de costas voltadas para as redes sociais sob pena de virem a sentir o mesmo que o comandante do Titanic sentiu, quando verificou na pele que o ice-berg era mais forte que o barco.

Por Filipe Carrera

Redes sociais: uma ameaça?

O Social Media não é só um mundo virtual maravilhoso, coloca muitos desafios aos Recursos Humanos de qualquer organização

www.filipecarrera.com

›› O Facebook superou os 700 milhões de utilizadores, o Linkedin os 100 milhões o Google não quer ficar atrás e contra-ataca com o Google+, sem dúvida as redes sociais estão em efervescência, sendo que as organizações e as pessoas não têm uma ideia exacta do que é e para que serve este mundo virtual