Redução da Deputados, jornada de sindicatos e pronta transporte aquém do desejado, enfim uma gama...

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Deputados, sindicatos e funcionários esperam aprovação do piso salarial PAG. 03 Fale GRATUITAMENTE com o Sinsaúde: 0800-941-5411 Redução da jornada de enfermeiros está pronta para o Plenário A mudança na jornada de trabalho vai beneficiar 1,4 milhão de profissionais, segundo o Conselho Federal de Enfermagem. Com a redução, devem ser contratados cerca de 50 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, principalmente pela rede privada de saúde (hospitais ou instituições de saúde particulares), como explica o presidente do conselho, Manoel Carlos. PAG. 03 Ingerência administrativa pode fechar Santa Casa de Igarapava Dívidas com mais de R$ 2 milhões, falta de enfer- meiros e medicamentos tem agravado o problema. Em entrevista dada ao Jornal Comércio da Franca, no dia 05 de novembro, o atual diretor, Carlos Thirone afirma que o hospital está próximo de fechar suas portas a uma cidade de mais de 27 mil habitantes. PAG. 05 De auxiliar para técnico de enfermagem gratuitamente O Centro de Educação Profissional (CEPROSAÚ- DE) de Franca está com as inscrições abertas para o Programa TecSaúde. Este programa visa capacitar gratuitamente os profissionais em auxiliar de enferma- gem para se tornarem técnicos de enfermagem. A região foi contemplada com 720 bolsas auxí- lio para atender os auxiliares de enfermagem. Estes profissionais podem procurar a CEPROSAÚDE em Franca - à rua Paulo Roberto Cavalheiro Coelho, 1301 – Vila Europa, das 8 às 23 horas - para fazerem suas inscrições sem custo e receberem suas bolsas-auxílio integrais. PAG. 06 Sinsaúde faz parceria com seguradora de vida PAG. 05 Federação da Saúde reelege presidente PAG. 07 Sindicatos e centrais iniciam ano com grandes lutas PAG. 06 Importância do trabalhador estar associado ao seu sindicato de classe PAG. 02

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Deputados, sindicatos e funcionários esperam aprovação do piso salarial PAG. 03

Fale GRATUITAMENTE com o Sinsaúde: 0800-941-5411

Redução da jornada de enfermeiros está pronta para o Plenário

A mudança na jornada de trabalho vai beneficiar 1,4 milhão de profissionais, segundo o Conselho Federal de Enfermagem. Com a redução, devem ser contratados cerca de 50 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, principalmente pela rede privada de saúde (hospitais ou instituições de saúde particulares), como explica o presidente do conselho, Manoel Carlos. PAG. 03

Ingerência administrativa pode fechar Santa Casa de Igarapava

Dívidas com mais de R$ 2 milhões, falta de enfer-meiros e medicamentos tem agravado o problema. Em entrevista dada ao Jornal Comércio da Franca, no dia 05 de novembro, o atual diretor, Carlos Thirone afirma que o hospital está próximo de fechar suas portas a uma cidade de mais de 27 mil habitantes. PAG. 05

De auxiliar para técnico de enfermagem gratuitamente

O Centro de Educação Profissional (CEPROSAÚ-DE) de Franca está com as inscrições abertas para o Programa TecSaúde. Este programa visa capacitar gratuitamente os profissionais em auxiliar de enferma-gem para se tornarem técnicos de enfermagem.

A região foi contemplada com 720 bolsas auxí-lio para atender os auxiliares de enfermagem. Estes profissionais podem procurar a CEPROSAÚDE em Franca - à rua Paulo Roberto Cavalheiro Coelho, 1301 – Vila Europa, das 8 às 23 horas - para fazerem suas inscrições sem custo e receberem suas bolsas-auxílio integrais. PAG. 06

Sinsaúde faz parceria com seguradora de vida PAG. 05 Federação da Saúde

reelege presidente PAG. 07

Sindicatos e centrais iniciam ano com grandes lutas PAG. 06

Importância do trabalhador estar associado ao seu sindicato de classe PAG. 02

EDITORIAL

Há nos mais diversos departamen-tos trabalhadores reclamando de baixos salários, condições de trabalho precário, transporte aquém do desejado, enfim uma gama de queixas que podem ser re-solvidas existindo a união dos trabalha-dores com seus re-presentantes legais. É muito comum o trabalhador questio-nar “o que o sindica-to está fazendo por nós?”, esquecendo de olhar conquistas antes nem sonha-das e hoje em plena prática. Mas olhan-do para o futuro e vivendo o presente vemos uma luta diária do sindicato em defesa de trabalhadores que sofrem por assédio moral e buscam esta entidade no intuito de receber ajuda, a qual ob-tém com toda certeza, no entanto nem sempre comentam com seus colegas do setor os benefícios alcançados com auxílio da entidade.

Então meus amigos, deixo para vo-cês uma reflexão, quando somos dispen-sados injustamente a quem recorremos? Se vocês acham que para ser associado o desconto está alto, proponha que se seu colega de setor também ficar sócio assim poderemos baixar o valor que é cobrado atualmente.

Estar associado ao sindicato é uma questão de ser politizado e ter alguém para cobrar os benefícios mostrados por meio de bandeiras do governo, porém para serem colocadas em prática e ser lei, é preciso mobilização. Acredito que todos têm o direito e dever de reclamar quanto a atuação do sindicato. Mas tam-

bém creio que o Sindicato deve prestar contas apenas àquele que realmente faz parte do quadro de associados, cito como exemplo a seguinte situação: usar dinheiro da contribuição do hospital A

e ir atender ao chamado do hospital B, onde não há asso-ciado, pois em certos momen-tos dizem não precisar desta entidade. Ora quantas vezes já assistimos funcionários de cargo de con-f iança serem demitidos. Sim

aqueles mesmos que nos pisaram, hu-milharam os trabalhadores e os fizeram correr às portas desta entidade pedindo socorro!

A nossa vida é feita de eternas mudanças. Chegou o momento de refle-tirmos o quanto é importante conhecer antes de atacar. Neste final de ano po-deríamos fazer uma séria reflexão sobre os nossos problemas atuais, afinal nossa data base é março, logo em janeiro já teremos uma pauta de reivindicações para apresentar aos patrões. Vamos então aproveitar para nos engajar nessa primeira luta do ano e participarmos das assembléias convocadas e apresentar sugestões que nos façam crescer como profissionais e seres humanos que so-mos.

Quando formos comparar os nos-sos salários, com as demais categorias, NUNCA deixe de lembrar que as pessoas têm SAÚDE porque VOCÊ existe, então por que não brigar para ser reconhecido e valorizado como deve?

Importância do trabalhador estar associado ao seu sindicato de classe

Elaine da Silva Amaral Presidente

MOVIMENTO

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Jornal interno de divulgação do Sindicato dos Empregados em

Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Franca e Região (Sinsaúde)

Rua Artur Marangoni, 2.421 Vila Industrial - Franca - SP

Fone (16) 3721-4855

Editora Responsável: Carina Dragone

(30.986)Diagramação: Carina Dragone

E-mail: [email protected]: (16) 3722-2655 / 9122-0262

DIRETORIA SINSAÚDEPresidente:

Elaine da Silva AmaralVice-Presidente:

Luiz Carlos VergaraSecretário-Geral:

Edmilson Aparecido Ferreira1ª Secretária:

Ivone CarrociniTesoureira-Geral:

Maria Helena Anunciação de Souza1ª Tesoureira:

Ana Maria AieloDiretor de Patrimônio:

Alceu Silvestre Barbosa CamposDiretora da Região:

Kelly Alves Mendonça Gonçalves

Diretor Social e Formação:Crenio Severo Henrique

Suplentes da Diretoria Efetiva:Adriano Inácio SousaRegina Célia Galvão

José Victor LucasLúcia Ferreira das Graças

Rita de Cássia AdriãoMaria Emília dos Santos

Marli Aparecida Costa RamosIzildo Boneti

Conselho Fiscal Efetivo:Diocésio Dias de Souza Filho

Joana D’Arc CataCleuza Pini

Suplentes:Zenaíde Martins Moreira

Roberto da SilvaRosângela Bernardes da Silva

Delegados Representantes na Federação Efetivos:

Irani de Fátima CaetanoVilma D’Arc Santos Silva

Suplentes:Irany Maria de Jesus

Lorival dos Santos

Nossa Saúde

EXPEDIENTE

Campanha salarial vem aí!Faça sua reinvidicação

A partir de janeiro de 2010, nos dias 12, 13 e 14 na região e 15 na cidade de Franca, começaremos a realizar a discus-são para a pauta de reivindicação nos hospitais e Santas Casas

de nossa base. Você trabalhador leve sua reivindicação para discutirmos jun-

tos e levarmos aos patrões. Lembre, a capacidade de unidade é que faz a conquista.

Chega de desmandos e de baixos salários, enquanto grandes hospitais colocam em seus outdoors os grandes projetos mirabo-lantes visando lucros à custa da exploração da classe trabalhado-ra, que na verdade leva e carrega a empresa nas costas e vivem

com os baixo salários e uma correria desumana para cumprir dois empregos para saudar seus compromissos.

Está na hora de enfrentarmos a arrogância e irmos à luta por melhores condições de trabalho, pois quem sente na carne somos

nós. Fiquem atentos e vamos discutir a nossa Pauta de Reivindicação.

JANEIRO COMEÇA A LUTA POR NOSSA VALORIZAÇÃO.

Sinsaúde: 0800-941-5411

CONVÊNIOS DO SINSAÚDE

UNIODONTOSALÃO DE FESTASSALÃO DE BELEZA

CLUBE INTERNACIONALCOLÔNIA DE FÉRIAS DE SAÚDE

REMUNERAÇÃO

Deputados, sindicatos e funcionários esperam aprovação do piso salarial

O Projeto de Lei n.º 4.924/09, do deputado Federal, Mauro Nazif (PSB-RO) que estabelece o piso salarial do Enfermei-ro em R$ 4.650,00, do Técnico de Enfer-magem, em R$ 3.255,00 e do Auxiliar de Enfermagem e da Partei-ra para R$ 2.325,00 está na Comissão de Trabalho para anál i-se do relator Sabino Cas-telo Branco. “As formas de cus te io deverão ser arcados pelo Governo Fe-deral/Ministé-rio da Saúde e também pelos estabeleci-mentos de saúde particulares e filantrópi-cos. Sua aprovação forçará as instituições a buscarem maneiras de cumprimento de lei, a começar por melhor remuneração dos serviços mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que há anos não reajusta sua tabela de convênios com os hospi-tais. Além disso, os convênios médicos deverão ficar mais caros. Não diria que a aprovação do piso vá gerar desemprego e sim uma revolução salarial e o verdadeiro reconhecimento profissional”, analisa o presidente da Federação do Sinsaúde, Edison Laércio de Oliveira.

O deputado Mauro Nazif busca a igualdade do setor de saúde. Devido a isto nada mais justo do que lutar por todas as 14 categorias de saúde. “A presente a proposta de aumento salarial dos enfer-meiros para R$ 4.650,00, sendo que deste valor 50 % seria o salário dos técnicos em enfermagem e 40% dos auxiliares e parteiras. Depois que o projeto de lei passou pela Comissão de Segurança da Seguridade de Trabalho o relator Jofran Frejat apresentou relatório favorável com as mudanças de porcentagem para 70% e 50%. O mesmo foi aprovado por una-nimidade pelos deputados da Câmara”, comenta o deputado e acrescenta que os enfermeiros representam 58% do quadro de funcionários de um hospital, sendo que 42% são das 13 outras categorias de saúde. “O enfermeiro é o primeiro a

DESCANSO

Já está pronto para ser votado em Plenário o projeto que reduz a carga de trabalho dos profissionais de enferma-gem (PL 2295/00). A proposta do Senado fixa em 30 horas a carga de trabalho semanal de enfermeiros, técnicos, au-xiliares de enfermagem e parteiras. A intenção é assegurar isonomia dessa categoria com outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-dania. O relator do texto na comissão, deputado Colbert Martins (PMDB-BA), avalia que a mudança vai colaborar com a melhoria dos serviços prestados pelos profissionais. “Estamos fazendo justiça. Médico trabalha quatro horas por dia, os auxiliares de enfermagem, as parteiras e os enfermeiros vão trabalhar seis horas por dia. Acho mais que suficiente para ter um bom trabalho”.

Martins acrescenta que vai aumen-tar a qualidade, mas com respeito ao profissional. “É difícil uma pessoa com oito horas de trabalho fazer uma ressus-citação cardiorrespiratória no limite do estresse, ou trocar um medicamento.”

A carga de trabalho desses pro-fissionais hoje no setor privado é a da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5452/43), fixada em 44 horas semanais. Já no setor público, muito Estados e Municípios já adotam 30 horas. A proposta altera a lei 7498/86, de regulamentação do exercício da en-fermagem.

Novas contrataçõesA mudança na jornada de trabalho

vai beneficiar 1,4 milhão de profissio-nais, segundo o Conselho Federal de Enfermagem. Com a redução, devem ser contratados cerca de 50 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, principalmente pela rede privada de saúde (hospitais ou instituições de saúde particulares), como explica o presidente do conselho, Manoel Carlos. “Essa me-dida gera um impacto muito maior para o setor privado, tendo em vista que na área privada a jornada de trabalho é de 44 horas semanais. No setor público (hospitais ou instituições de saúde do governo federal, estadual ou municipal),

nós avaliamos que o impacto é o mínimo possível”.

Na opinião do dirigente, a definição vai trazer um parâmetro nacional. “Além disso, é uma jornada de trabalho que é boa para os profissionais de enfermagem e para os usuários do sistema de saúde, que terão um profissional mais bem qua-lificado e menos estressado para atender a população.”

“Consideramos um importante e necessário ganho aos profissionais, uma vez que, na área de saúde, é a única que ainda não tem este benefício”, avalia o presidente do COREN-SP, Cláudio Alves Porto.

TramitaçãoCom tramitação em regime de prio-

ridade, a proposta também foi aprovada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Finanças e Tributação; mas foi rejeitada na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

O deputado Pedro Henry (PP-MT), que relatou a matéria nesta comissão, argumentou que as mudanças na jorna-da de trabalho não devem ser feitas por categorias. Ele considera que a carga menor levaria os profissionais a trabalhar em outros locais para complementar sua renda.

Enfermeiros“Esta redução já deveria ter sido

aprovada há muito tempo, pois a enfer-magem está carente de atenção. Preciso trabalhar em dois lugares para receber um salário mais digno, no entanto o lazer e convívio com a família é prejudicado”, opina a auxiliar de enfermagem, Valdete Luzia Morais Franco e Santos. Concor-dando com ela, Izildo Bonetti, técnico em enfermagem, declara sua posição, “independente de como será feita a redução em folgas ou banco de horas é um grande benefício conseguido pela categoria em prol de qualidade de vida e de trabalho”.

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Piso salarial deve ser compatível com a responsabilidade da função

ser chamado por um paciente dentro do hospital”, ressalta.

Para o deputado Federal e relator Jofran Frejat (PR/DF) “vale ressaltar que

o s b a i x o s salários e as c o n d i ç õ e s de trabalho a v i l t a n t e s a que são submetidos enfermeiros, técn icos e auxiliares de enfermagem, entre outros p r o f i s s i o -nais da área d e s a ú d e , constituem-se, portanto, n u m m e i o de cu l tu ra

altamente favorável a degradação da qualidade dos serviços de saúde. Sendo assim, nada mais justo que os auxiliares e técnicos também tenham reconhecido o seu trabalho e que seus salários possam ser, sempre que possível, melhorados”. Segundo o deputado, quando da apro-vação do referido projeto, as instituições hospitalares deverão cumprir o que deter-mina a lei, não cabendo questionamentos sobre dificuldades.

Os próprios trabalhadores e/ou seus respectivos sindicatos deverão ser os “fis-cais” de que a lei estará sendo cumprida.

TrabalhadoresA auxiliar de enfermagem Rita Cás-

sia dos Santos acredita que os valores são mais do que justos.

“Trabalhamos em dois lugares todos os dias para conseguirmos um salário mais decente. A defasagem de hoje do salário é muito grande”, opina. Por ser uma área considerada pelos profissionais de muito estresse, Clóvis J. D. da Silva, auxiliar de enfermagem, também concorda com Rita, “com o aumento poderíamos optar por um emprego”.

“A boa remuneração trará mais qualidade de vida tanto para as despesas financeiras quanto para o lazer. E além disse poderá trazer novas vagas de em-prego visto o projeto de lei de redução de jornada”, acrescenta Claudinei Aparecido Souza, auxiliar de enfermagem.

Izildo Bonetti, da Santa Casa, aguarda com ansiedade por mais momentos de descando

Redução da jornada de enfermeiros está pronta para o Plenário

MOMENTO SAÚDE

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Maus hábitos em casa podem levar a intoxicação alimentar; veja como evitar

Eles estão por toda parte: nas carnes, nos ovos, nos peixes e até nas folhas da-quela insuspeita saladinha. Geralmente, não causam problemas, mas quando a higiene não ajuda, os micro-organismos patogêni-cos proliferam-se na comida e provocam um grande estrago: náuseas, vômitos, diarréia e a sensação de que nada pára no estômago. Isso são sintomas bem conhecidos por quem já teve um episódio de intoxicação alimentar, quase todo mundo.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, mais de 117 mil brasileiros adoeceram e 64 morreram en-tre 1999 e agosto de 2008 por esse motivo.

Esses números, no entanto, estão subestimados, já que, entre outras razões, os sintomas de uma doença provocada por água ou alimentos costumam ser passageiros e, em cerca de 60% dos casos, não levam o doente a procurar um médico.

Nos Estados Unidos, onde o registro dessas doenças é muito mais amplo e eficien-te, os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) estimam que 76 milhões de pessoas sofram um episódio a cada ano.

Os alimentos não são estéreis, ou seja, contêm micro-organismos, mas isso não precisa ser um problema. “Só quando as bactérias patogênicas estão presentes e lhes damos a chance de se reproduzirem é que podem causar doenças”, afirma Maria Teresa Destro, professora do Departamento de Ali-mentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Temperatura inadequada e tempo de exposição a ela são os principais desenca-deantes. “Mas existem alimentos com maior risco e pessoas mais suscetíveis”, afirma Destro.

Nos Estados Unidos, uma entidade de defesa do consumidor baseou-se em dados recentes dos CDCs, da FDA (agência que regula fármacos e alimentos) e de univer-sidades para apontar os maiores vilões da alimentação segura, por limitações técnicas, carne de boi e de frango, que estão entre eles, não entraram nesse ranking. Folhas verdes, ovos, atum, ostras, batata, queijo, sorvetes, tomate, couve-flor e frutas vermelhas, nessa ordem, foram os campeões de problemas.

No Brasil, onde a notificação dos sur-tos, episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingeri-rem alimentos ou água da mesma origem, é compulsória, um terço deles não tem o veículo identificado.

Entre os demais, os ovos crus ou mal-cozidos ocupam o topo da lista do ministério, foram responsáveis por 22,8% dos 3.984 surtos de origem conhecida no período, se-guidos de alimentos mistos (como lasanha e estrogonofe, 16,8%), carnes vermelhas (11,7%), sobremesas (10,9%), água (8,8%)

e leite e derivados (7,1%). Para a professora da USP, o fato de os

ovos ocuparem o topo do ranking não significa que eles estejam muito contaminados. “Como todos sabem que frango e ovo podem estar contaminados, quando ocorre um surto que afeta muita gente, a pesquisa do alimento é mais rápida e é mais fácil de apontar o cul-pado. O ovo é a ‘vítima’”, diz.

Segundo ela, é difícil apontar os ali-mentos mais problemáticos porque os dados disponíveis no Brasil são esparsos. Ela se lembra, no entanto, do queijo-de-minas tipo frescal. “Ele é nota dez para contaminação devido à falta de higiene, desde a ordenha da vaca até o processamento. A contaminação por coliformes fecais é grande e, muitas ve-zes, a pasteurização não consegue evitá-la”, diz. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde o consumo de hambúrguer é elevado e a população tem preferência por carnes de espessura mais grossa, que não cozinham por inteiro, a carne moída não che-ga a ser motivo de preocupação por aqui.

Já o frango, temido pela contaminação por salmonela, tornou-se nos últimos anos um alimento mais seguro. Para Destro, a razão pode estar em um maior rigor na importação das aves, que chegam menos contaminadas ao país, e ao aumento dos cuidados na ma-nipulação e na conservação do alimento. Isso se reflete também nos ovos. “Já fizemos vá-rias pesquisas de salmonela em ovos e nunca conseguimos isolar uma”, diz Destro.

Na opinião da professora, pescados e frutos do mar, que por serem muito perecíveis, são apontados como ingredientes fáceis de provocar doenças, não aparecem entre os alimentos mais perigosos porque a coleta de dados não é sistematizada. “Isso leva a um desvio”, afirma.

Travessa suja Segundo o levantamento do ministé-

rio, as residências são os principais locais de contaminação (45,2%), seguidas por restaurantes (19,7%), instituições de ensino (10,7%) e refeitórios (7,4%). A comida vendida por ambulantes responde por apenas 0,5% dos surtos.

“O problema ocorre mais em casa e também nos quilos, em que não se limpa a travessa e se coloca a nova comida por cima”, afirma Maria Bernadete de Paula Eduardo, responsável pela Divisão de Doenças Trans-mitidas por Água e Alimentos do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde.

A refeição que estragou um feriado da advogada carioca Janaína Pinheiro Rufilo, 32, não foi feita em um desses locais, mas em um restaurante de uma rede internacional. Durante uma viagem a São Paulo, Janaína foi parar no hospital. “Jantei uma salada

com camarão e de madrugada tive vômitos, diarréia, meus lábios ficaram roxos, comecei a tremer. Acabei na emergência do hospital”, recorda-se ela, que teve que atrasar o retorno para casa em cinco dias, período em que ficou internada. Apesar de tudo, não excluiu o camarão da dieta.

A analista de compras Carolina Pimen-tel, 32, também sofreu depois de comer em um restaurante, de “junk food”, comida por-caria, como ela define. “Comi costeletas de porco com muito “sour cream” [creme azedo], o que provavelmente gerou o problema. Tive enjôo, diarréia, muita dor abdominal e de cabeça e vomitei várias vezes. Fiquei muito debilitada, mas não fui ao médico”, conta.

Para José Luiz Pereira, professor de microbiologia de alimentos da Unicamp (Uni-versidade Estadual de Campinas), excetu-ando-se os industrializados, que passam por rigoroso controle interno de qualidade, todo alimento manipulado está sujeito a riscos.

“A contaminação ocorre por falta de

conhecimento sobre como manipular e refri-gerar os alimentos. Guardam comida pronta por mais tempo do que deveriam, deixam-na à temperatura ambiente. Em geral, o alimento deve ser consumido em no máximo 24 horas, isso quando refrigerado”, afirma. Em sua opinião, os de origem animal são os principais responsáveis por doenças porque têm que ser preservados em baixas temperaturas. “Os frutos do mar são muito delicados. O cozimento mata os micro-organismos, mas algumas substâncias tóxicas produzidas por eles são termorresistentes.”

Segundo Paulo Olzon, clínico-geral da Universidade Federal de São Paulo, quando os sintomas aparecem, o indicado é consumir alimentos que não agravam os sintomas. “Se tomar remédio para prender o intestino, a recuperação demorará mais”, diz.

É preciso ficar atento a sinais de de-sidratação, como tontura, cansaço e sede nesse caso, deve-se ir a um hospital. A febre também deve ser avaliada.

- Lave as mãos cuidadosamente, incluindo dorso, entre os dedos, polegar, articulações, punhos e unhas.

- Se tiver cortes ou ferimentos, não manipule alimentos; se não tiver alternativa, faça um curativo.

- Animais carregam micro-organismos e devem ficar longe da cozinha.

- Seque as mãos com papel toalha; o pano de prato acumula micro-organismos.

- Unhas devem ser mantidas limpas, aparadas e sem esmalte.

- Use touca ou pren-da os cabelos.

- Evite adornos como pulseiras e anéis, que acu-mulam sujeira e podem soltar peças.

- Utilize diferentes utensílios para alimentos crus e cozidos.

- Troque o pano de prato assim que estiver molhado.

- Evite falar, cantar, tossir ou espir-rar.

- Não use pano de prato como se fosse avental.

- Não coma alimentos prontos que ficaram mais de quatro horas fora da ge-ladeira.

- Lave pia, mãos e utensílios com água e sabão após o contato com alimen-tos crus.

- Separe carnes e peixes crus de outros alimentos.

- Prefira recipientes de louça ou de vidro, em vez dos de plástico.

- Não use pregado-res de roupa para fechar pacotes; prefira prendedo-res próprios para isso.

- Respeite o prazo de validade.

- Evite se coçar ou limpar os ouvidos; se fizer isso, lave as mãos em seguida.

- Evite encher a gela-deira; Mantenha a tempe-ratura inferior a 5°C; Não cubra as prateleiras com papel-alumínio ou toalhas plásticas; Não misture ali-mentos diferentes, como carnes e vegetais.

- Diariamente, colo-que a esponja úmida no

micro-ondas por um minuto; substitua-a semanalmente.

- Não use lixeira de pia, pois ela apro-xima as bactérias dos alimentos.

- Utensílios de madeira são exce-lente moradia para bactérias; prefira os de silicone.

- Lave bem panelas e utensílios, como o liquidificador.

Dicas de higiene com os alimentos

RACHEL BOTELHOda Folha de S.Paulo

Fontes: PATRÍCIA DAVIDSON HAIAT, nutricionista, MARIA BERNADETE DE PAULA EDUARDO, da Divisão de Doenças Transmitida por Água e Alimentos do Centro de

Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, e ANVISA

FINANCEIRO

Má e boa administração e seus resultadosExemplos de má e boa administra-

ção nas Santas Casas brasileiras tem mostrado o paradoxo entre fracasso e empreendedorismo. Na região de Ri-beirão Preto e Franca há dois exemplos concretos das formas de se gerir um hospital. Em Jardinópolis, cidade vizinha de Ribeirão Preto, a Santa Casa local está fechando por falta de administração, verbas e dívidas acima de R$ 1 milhão. “Chegamos a uma situação que não tem mais reversão. Como o corpo clínico não estava produzindo o suficiente, a Prefeitura não pode repassar as verbas. Além disso, perdeu o gerenciamento do Pronto Atendimento dificultando ainda mais o repasse de verbas”, comenta a presidente do Conselho Administrativo da Santa Casa, Eliete Hernandes.

Há anos o caso vem se agravando, inclusive de junho até o momento. Os funcionários estão aguardando o aviso prévio para resolver a situação deles. “Na última assembléia ocorrida dia 22 de outubro ficou determinado duas pessoas para organizar o fechamento do hospital. Os atendimentos mais simples estão sen-do feitos no Pronto Atendimento admi-nistrado pela Prefeitura e os casos mais graves são encaminhados para Ribeirão Preto ou Batatais”, declara Eliete.

Em São Joaquim da Barra, região de Franca, o cenário é bem diferente. A Santa Casa local a aproximadamente 15 anos encontrava-se na mesma situação ou ainda se encontram 90% das Santas Casas do Brasil. Sucateada, sem cre-dibilidade junto à sociedade e com os colaboradores desmotivados, desvalori-zados e sem nenhum treinamento, falta de gestão administrativa e financeira, dividas bancárias. “Pois a grande maio-ria das Santas Casas foram e ainda são administradas por pessoas inabilitadas sem nenhum conhecimento adminis-trativo ou financeiro, geralmente algum aposentado que dispõe de tempo que é indicado pelo provedor porque os prove-dores são figuras políticas e não dispõe de tempo para administração hospitalar, como conseqüência forma-se grupos de especialista em vender rifas, bingos, bois no rolete etc”, pensa João Alberto Destro, administrador do hospital.

Segundo Destro a falta de uma política administrativa ou uma gestão competente em uma instituição filantró-pica inviabiliza o seu funcionamento daí adota-se uma política de atendimento de baixa qualidade onde geralmente quando

o cidadão procura a instituição não há médico, se há, não tem medicamento ou um serviço de diagnóstico e todos per-dem. Não é raro encontramos noticias de morte de pessoas por falta de assistência médica hospitalar. Outro ponto a ser con-siderado é o descaso que os governos tem tratado as instituições filantrópicas que no seu entender é a base de susten-tação do Sistema Único de Saúde, pois na grande maioria das cidades do interior só há um hospital e esse geralmente é uma Santa Casa. Não há para onde o cidadão correr, o SUS paga hoje por atendimento valores irrisórios que não cobre os custos do atendimento e como conseqüência o sucateamento.

“Para sanar os problemas da Santa Casa de São Joaquim da Barra houve a necessidade de uma grande reestrutura-ção de toda a organização onde a mesa administrativa, a provedoria, os médicos e os funcionários tiveram que entender que havia necessidade de mudar, buscar alternativas, diversificar a clientela e tor-nar o SUS um dos produtos do hospital, mas não o único produto”, acrescenta Destro.

Melhorar a qualidade da hotelaria do hospital para poder oferecer melho-res serviços aos pacientes que podem pagar, atrair pessoas diferenciadas como clientes, criar serviços de boa qualidade para segurar o paciente no município “e não fazer como muitos fazem onde o maior investimento em saúde é com-prar ambulância para correr para outros municípios, quando o hospital chegar a esse patamar deve-se criar um produto como saúde suplementar que irá trazer recursos para melhoria continua.

Por fim houve investimento em

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pessoas, no sis-tema de gestão, e pensamento estratégico que é conduz i r a instituição para uma ref lexão capaz de identi-ficar os elemen-tos essências do contexto compe-titivo do hospital e permitir a defi-nição de estraté-gias capazes de fortalecer a sua posição compe-titiva”, avalia o adminsitrador.

A Santa Casa de São Joaquim da

Barra enfrenta problemas como qual-quer outra empresa, contudo, não tem dívidas, todos os funcionários recebem

Ingerência administrativa pode fechar Santa Casa de Igarapava

A briga do empurra-empurra dos responsáveis pela Santa Casa de Iga-rapava não cessa. Dívidas com mais de R$ 2 milhões, falta de enfermeiros e me-dicamentos tem agravado o problema. Em entrevista dada ao Jornal Comércio da Franca, no dia 05 de novembro, o atual diretor, Carlos Thirone afirma que o hospital está próximo de fechar suas portas a uma cidade de mais de 27 mil habitantes.

Segundo declaração dada ao Jornal Comércio da Franca, a crise financeira teria sido provocada pela Prefeitura do município e pela Funda-ção Sinhá Junqueira, estabelecida na cidade, que não passariam recursos suficientes para o funcionamento do hospital.

Conforme Carlos e o ex-diretor, Aloísio Antônio Maciel Filho, em feve-reiro deste ano haviam atrasos nos pagamentos dos fornecedores, funcio-nários, recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Imposto de Renda, contas de

luz, água.O Jornal Nossa Saúde conversou

com o administrador da instituição, José Eurípedes Garcia, este alegou que no mês de outubro os pagamentos a fun-cionários e fornecedores estariam todos em dia. E a previsão do 13º salário ser pago na data do dia 20, seria como manda a lei. No entanto em processo aberto pelo Sinsaúde onde constam holerites de funcionários demonstra que a multa prevista em convenção coletiva de trabalho, de um salário dia por atraso, não foram acertadas com os profissionais da saúde.

As divergências quanto a saúde financeira da Santa Casa tem causa-do cada vez mais nebulosidade para a situação dos funcionários e demais parceiros que ali prestam seus serviços. O Sinsaúde solicitou duas reuniões, sendo uma com a diretoria do hospital e outras com a Prefeitura, ambas foram negadas, causando ainda mais incerte-zas quanto ao futuro e integridade dos direitos de todos.

em dias e há valorização constante dos colaborados como investimento em edu-cação continuada, não há dividas com fornecedores e nem com prestadores de serviços.

“Fizemos investimentos em um novo centro cirúrgico, construímos uma UTI de 8 leitos, inauguramos um serviço de diagnóstico por imagem totalmente novo com tomógrafo, mamógrafo, ultraso-nografia 3D, densidomentria óssea, RX, arco em C etc. Adquirimos equipamentos para produzir oxigênio, compramos ge-rador, construímos uma nova lavanderia e finalmente estamos construindo um novo hospital com aproximadamente 2.500 metros quadrados de arquitetura moderna e fino acabamento”, detalha Destro e acrescenta que para manter tudo isso é necessário muito trabalho com competência e responsabilidade mantendo os clientes e colaboradores satisfeitos e valorizados.

De auxiliar para técnico de enfermagem gratuitamente

ESTUDO

O Centro de Educação Profissional (CEPROSAÚDE) de Franca está com as inscrições abertas para o Programa Tec-Saúde. Este programa visa capacitar gra-tuitamente os profissionais em auxiliar de enfermagem para se tornarem técnicos de enfermagem. A aula de inauguração foi dia 10 de dezembro.

A CEPRO SAÚDE é a única escola autorizada pelo governo do Estado de São Paulo a ministrar o curso. As cida-des que compõe o DRS8 – Franca e 22 municípios da região - fazem parte da região proposta pelo governo.

“Queremos qualificar os auxiliares e pôr fim na diferença salarial que há nas duas categorias. O curso tem duração de 10 meses e a escola CEPRO fez parceria com a Santa Casa de Franca, Hospital do Coração e do Câncer, Hospital Allan Kardec, ProntoMed, Santa Casa de Patrocínio Paulista e Unidades Básicas de Saúde de Franca para garantir os estágios para todos os alunos. Assim eles terão acesso aos melhores Centros Tecnológicos da Saúde de nossa região”, informa Nilseleno Martins da Silva, pre-

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Patrícia Rosa, responsável técnica pelo Projeto Técnico de Enfermagem e Nilseleno Martins da Silva, presidente do Sinsaúde de Ribeirão Preto

sidente do Sinsaúde de Ribeirão Preto e mantenedor da escola.

A região foi contemplada com 720 bolsa-auxílio para atender os auxiliares de enfermagem. Estes profissionais podem procurar a CEPROSAÚDE em Franca - à rua Paulo Roberto Cavalheiro Coelho, 1301 – Vila Europa, das 8 às 23 horas - para fazerem suas inscrições sem custo e receber suas bolsas-auxílio integrais.

A escola adquiriu modernos equi-pamentos para o laboratório de enferma-gem, convênio por meio da Cooperação Técnico Científica com a Associação Brasileira de Enfermagem para capa-citar mensalmente todo corpo docente para serem agentes multiplicadores. Oferecem auxílio transporte e seguro de vida com apólice para escola-casa e casa-escola, exames laboratoriais caso haja acidente no campo de estágio com material perfuro-cortante evitando doen-ça profissional adquirida no aprendizado e apostila. “Este é um presente de natal do Sinsaúde para seus representados de enfermagem”, finaliza Nilseleno.

APOSENTADORIA

O que é o Fator Previdenciário?

O Fator Previdenciário foi apro-vado em 1999, como parte da Reforma da Previdência iniciada em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso. A Lei Nº 9.876, que cria o Fator Previden-ciário, modificou os critérios de cálculo dos benefícios e foi um dos maiores ataques aos direitos do trabalhador no Brasil. Ele reduz de 25 a 40% as apo-sentadorias e prejudica principalmente os mais pobres e aqueles que começam a trabalhar jovens.

Com o Fator Previdenciário, um trabalhador urbano que possui 60 anos de idade e 25 anos de contribuição, e quiser se aposentar por idade, não receberá o valor integral de sua apo-sentadoria. Para recebê-lo, terá que trabalhar mais alguns anos para com-pletar o tempo de contribuição mínimo. Irá se aposentar aos 70, sendo que a expectativa de vida média do brasileiro é 71 anos, segundo o IBGE.

Desta forma, o governo reduziu o número de benefícios concedidos aos 60 anos (homens) e 55 anos (mulhe-res), adiando a aposentadoria de quem trabalhou a vida inteira. Com isso, eco-nomiza R$ 20 bilhões por ano.

O Fator Previdenciário, criado no governo FHC e mantido no governo Lula, ignorou também o peso do tra-balho informal, do desemprego e do trabalho juvenil na parcela mais pobre da população.

Da mesma forma acontece na aposentadoria por tempo de contribui-ção. Imaginemos uma trabalhadora e um trabalhador que começaram a con-tribuir aos 20 anos de idade e, ao com-pletarem seu tempo de serviço (con-tribuição), aos 50 anos e aos 55 anos respectivamente: o Fator Previdenciário causará uma redução do benefício de cada um, no montante de 38% para a mulher e 26% para o homem.

POLÍTICA

Defender a imediata aprovação da Política Permanente de Recupera-ção do Salário Mínimo, até 2023, com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do anterior, acrescido da variação do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, conforme projeto de lei do Executivo.

Para recuperação do salário mínimo tem que haver uma política de reajuste ao do PIB, vamos ter uma política de crescimento das faixas de renda mais baixas.

Quando se aumenta o salário mínimo, criam-se as condições de viabilizar a distribuição de renda. Com esse salário mínimo, podemos dizer que o Brasil tem rumo. É uma política consistente, porque a cada ano quem ganha salário mínimo vai ganhar mais do que o crescimento do PIB. Isso, sim,

Sindicatos e centrais iniciam ano com grandes lutas

é distribuição de renda”,A previsão dos dirigentes é que

se chegue a um acordo com o Governo ainda esse ano, para que o índice acor-dado seja aplicado no começo de 2010, quando acontece também o reajuste do salário mínimo, em 1º de janeiro.

Defender o estabelecimento de uma Política Permanente de Recupera-ção dos Benefícios das Aposentadorias e Pensões com valores superiores ao salário mínimo, com base na variação do INPC do ano anterior, acrescido de 80% da variação do PIB de dois anos anteriores.

Ratificar a posição unitária das Centrais e das representações dos apo-sentados, favoráveis ao fim do fator pre-videnciário, contra a exigência de idade mínima para aposentadorias e contra a adoção da chamada média curta para cálculo das aposentadorias.

Dia da Consciência Negra, discriminação a vencer

IGUALDADE

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Para comemorar o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o Movimento Negro Unificado do Estado de São Paulo, trouxe à Franca, Reginaldo Bispo, coor-denador do MNU para uma palestra sobre Cotas e Estatuto da Igualdade Racial. “As cotas estão em risco porque enquanto há um empenho de forças partidárias no Con-gresso, o Senado a faz dormir. Elas já foram aprovadas na Câmara o ano passado. E tudo indica que continuarão nas gavetas. Outra questão importante é o avanço do movimento negro sobre as ações afirmativas (são medidas especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo estado, espontânea ou compulsoriamente, com o ob-jetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. Portanto, as ações afirmativas visam combater os efeitos acumu-lados em virtude das discriminações ocorridas no passado. GTI, 1997; Santos,1999; Santos,2002)”, explica Bispo. E ainda o projeto do movimento negro na política do Brasil. O coordenador analisou a discriminação existente no país, atualmente:

Nossa Saúde - Como está a situação do negro brasileiro hoje?Bispo – Tivemos ganhos significativos nos últimos 30 anos, por conta de

nossa organização e do próprio negro que colocou na boca da sociedade brasileira a discussão contra o racismo, um basta na discriminação racial. Conseguimos em-placar nos anos 70 ainda o Dia Internacional da Consciência Negra, introduzimos na Constituinte a questão dos Quilombolas, avançamos com a lei das Cotas. São todas vitórias do movimento negro. Se fosse somente pelo governo seria mais difícil conseguir isso. Agora estamos sofrendo um reverso com a aprovação do Estatuto Racial sem a questão dos Quilombolas, sem as cotas, sem verbas autorizativas, sem a cor no Censo. Isso vem de novo mostrar que devemos avançar por nossa conta para mantermos o que conquistamos e para adquirirmos mais ainda.

Nossa Saúde – Onde se concentra o maior índice de discriminação racial no Brasil?

Bispo – A discriminação é praticada no Brasil todo. Por incrível que pareça no nordeste do País devido a presença negra ser mais forte. É algo semelhante ao “apartheid” mesmo. Os negros se encontram em um setor da cidade e os brancos de classe média e alta em outro. A situação é como antigamente, eles são serviçais, fazem limpeza. Você verifica que não há atendentes negros em escritórios, bancos, etc. Hoje a polícia nordestina é campeã no genocídio de jovens negros.

Da esquerda para direita: Reginalo Bispo, coordenador Nacional de Organização do Movimento Unificado e José Moisés Ribeiro, membro do Conselho MNU

BENEFÍCIOS

Sinsaúde faz parceria com seguradora de vida

O Sinsaúde e a Nacional Vip Corretora de Seguros formaram uma parceria para oferecer mais benefícios aos seus associados, um seguro de vida da American Life.

As coberturas são diversas como: morte acidental, morte natural, invalidez total e parcial, em caso de morte do titu-lar a família receberá seis cestas básicas ou o valor de R$ 1.200,00 imediatos, diária por incapacidade temporária por acidente dentro e fora do trabalho, ou seja, um salário por até três meses, além

do salário do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Cobre também doenças graves com ajuda financeira para infarto, angioplastia, câncer, transplante de ór-gãos vitais, insuficiência renal crônica e acidente vascular cerebral (AVC).

A apólice se estende a esposa e filhos até 24 anos, há funeral familiar de até R$ 3 mil reais e um sorteio todo último sábado por mês pela Loteria Fe-deral. Os interessados podem entrar em contato com o Sindicato e obter todas as informações.

Sinsaúde: 0800-941-5411

Federação da Saúde reelege presidente

A Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, chamado de Sinsaúde, realizou no mês de outubro suas eleições para a nova gestão da diretoria. Foi reeleito o já presidente, Edison Laércio de Oliveira. “A nossa gestão era trienal e agora em 2009 por uma mudança nos estatutos da entidade se tornou qüinqüenal, ou seja, a atual diretoria foi eleita para o período de 2009/2014”, explica o presidente.

De 2006 a 2009 a diretoria reali-zou encontros estaduais pelo décimo segundo ano consecutivo e o maior destaque foi garantir a edição de uma norma visando a saúde e a segurança exclusiva para os trabalhadores da área da saúde. É a Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32) publicada pelo Ministério da Saúde cujo resultado trouxe grande contribuição aos trabalhadores da saú-de. Esta ação teve início no Sinsaúde Campinas e Região por meio dos se-minários denominados Cipa Saúde que começaram a ser realizados em 1996. A Federação aderiu a proposta da base de Campinas e realizou workshop em todas as bases sindicais.

“Nosso foco nos próximos meses será a formação dos diretores sindicais,

mas queremos fazer de uma forma objetiva e que seja capaz de propor-cionar novos projetos de trabalho para a Federação”, espera Edison.

Os Sindicatos de Trabalhadores são associados da Federação e cada um representando seus trabalhadores. A união de todo o Estado de São Paulo numa única entidade fortalece as lutas mais amplas que envolvam negocia-ções com os governos estadual e na-cional visando a melhoria das condições de vida e trabalho dos profissionais de saúde. A valorização da categoria passa por este processo de organização.

Franca e RegiãoPara a nova diretoria da Federa-

ção a cidade de Franca e região tem seus representantes junto a entidade. A presidente do Sinsaúde Franca assume como secretária geral, cargo que já ocupa há dois mandatos. Luiz Carlos Vergara será o novo diretor de comunicação e marketing, esta pasta foi ocupada por ele em seu penúltimo mandato. Ainda o Sinsaúde conta com quatro suplentes: Maria Helena Anun-ciação de Souza, Ivone Carrocini, Irani Maria de Jesus e Edmilson Aparecido Ferreira.

ELEIÇÃO

OPINIÃO

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Mais um ano que se finda!

Amigo (a) trabalhador (a) estamos prestes a iniciar mais um ano, em breve estaremos finalizando este, um ano que tivemos vitórias e derrotas. As vitórias conquistadas para categoria nos deixa enaltecido quando encontramos o traba-lhador e esse nos cumprimenta por ter representado-o ou defendido-o quando estava sendo tortuoso seu caminho perante aos patrões capitalistas e explo-radores do trabalhador. Demos um salto de enriquecimento em lutas, pela valo-rização salarial e de humanização para o trabalhador da saúde, na redução da jornada de trabalho, onde o empregado terá mais tempo com sua família e poderá terminar projetos de estudos suspendi-dos, visando assim uma qualificação melhor para seu curriculo.

A Valorização Salarial e a Redução da Jornada de Trabalho terá seu resul-tado no inicio do próximo ano, a historia de conquistas dos trabalhadores e tra-balhadoras se deve a capacidade e a disposição de unidade. Esta em nossas mãos companheiros se iremos conquis-tar o nosso respeito e valor profissional ou continuaremos explorados e escravi-zados pelos capitalistas feudais.

O objetivo para 2010 não é diferen-te desse que se finda, estaremos juntos lutando para a realização de nossos sonhos, pois queremos chegar no final do próximo ano realizando sonhos fami-liares. Todo trabalhador busca comprar um presente de natal para o seu filho, em ter uma ceia farta na noite natalina, sonhos estes que já deveriam ter sidos realizados a anos para aqueles que tra-balham de sol a sol, com 240 horas por mês ou 180 horas. E na realidade não podem comprar ou ter uma ceia farta, porque tem que pagar resíduos causados pelo sistema capitalista, onde obteve atrasos de pagamentos causados pela má administração, o financiamento obri-gatório pela desvalorização econômica. É imprescindível a unidade da classe trabalhadora como instrumento de luta e organização para a realização desses objetivos.

VALORIZAÇÃO SALARIAL, RE-DUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO, E HUMANIZAÇÃO DO TRABALHADOR DA SAÚDE. Essa é nossa bandeira de luta para 2010.

Feliz Natal e um Ano Próspero de vitória e realizações.

Dimy FerreiraSecretário - Geral

É hora de renovar os sonhos e acreditar na vida. Não existe realização sem sonho, sonhar é rascunhar a realidade; con-quistar é acreditar, não conquistamos aquilo o que não acredi-tamos. Mais importante que os adornos luminosos, que a be-leza poética dos arranjos natalinos, do que a troca de cartões e presentes... É acendermos luzes novas em nosso coração e nossa mente, reescrevermos os versos sutis de paz e amor, agendar um encontro com a nossa consciência, trocar velhos preconceitos por uma nova visão de mundo.

Conheça nossos diretores

Iraní (Santa Casa) Zenaíde (Hospital Regional)

Marlí (Hospital Allan Kardec) Crenío (Hospital São Joaquim)

BOAS FESTAS