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Revista Êxito na Educação Número 3 (incompleta)

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  • DACESSE,

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    E BAIXE

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    Re

    vis

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    O p simplesmente no d mais no sapatoO p simplesmente no d mais no sapatoEntrevistacom Jorge Veschipg. 3

    Entrevistacom Jorge Veschipg. 3

    Brasil-Vrtex: as manifestaes e suas mudanaspor Nelson Job

    Pg. 9

    Brasil-Vrtex: as manifestaes e suas mudanas

    Pg. 9

    por Nelson Job

    V de Virada?O povo vai s ruas

    para mudar - do caos ao novo

    V de Virada?O povo vai s ruas

    para mudar - do caos ao novo

    Ptria Amada, Brasilpor Gabriela Anastcia

    Da horapor Cynthia Dorneles

    Ptria Amada, Brasil

    Da horapor Gabriela Anastcia

    por Cynthia Dorneles

  • Edit

    oria

    l

    http://vai.la/2Ugz

    ACESSE,

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    Sum

    rio

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    ANUNCIE AQUITORNE-SE UM PARCEIRO

    Desconto de at 50% para anncios em at seis edies!

    (21) 3989-3279

    E

    V de Virada?

    m relao s manifestaes a que

    todos assistimos recentemente,

    noticiadas mundo afora e que

    suscitam tantas anlises e

    interpretaes, parece haver um

    consenso: elas faro parte da histria

    deste pas. H quem as compare com a

    Primavera rabe, com as manifestaes

    na Sria e na Turquia, h quem enxergue

    motivaes oriundas dos subterrneos

    mais escuros de nossa histria recente,

    h quem defenda teorias conspiratrias,

    identifique mercenrios pagos entre os

    "vndalos" e motivaes poltico-

    partidrias em meio a um movimento

    de profusa indignao e que ultrapassa

    a pauta inicial das reivindicaes do

    Passe Livre. O certo que nenhuma das

    possibilidades acima pode ser de todo

    descartada.

    O V de Vingana (do original em

    quadrinhos V for Vendetta de Alan

    Moore e David Lloyd, publicado pela

    primeira vez na Inglaterra em 1982),

    passou a representar a legio de

    indivduos articulados a partir de 2003

    atravs das redes sociais e que se

    intitulam Anonymous. Esta personagem

    V, representada pela icnica mscara

    que estiliza o rosto de um soldado ingls (1)

    catlico condenado forca em 1606

    por traio e tentativa de assassinato,

    aparece em centenas de manifestaes

    em todo o mundo, orquestradas de

    forma anarquista por annimos sem

    partido, porta-vozes da indignao e

    que revelam a indiscutvel crise da

    representatividade poltica.

    Nesta terceira edio abordamos o que

    muitos j denominam um momento

    histrico e sem volta, de levante

    indignado e com uma longa pauta de

    reivindicaes que mostram a crise e

    confronto entre sociedade e estado,

    entre o povo e os que dizem governar

    em seu nome.

    V de Vrtice?

    Revista xito na Educao

    Do Caos ao Novo

    Ricardo Paes

    A vem

    procurando, desde seu primeiro

    nmero, reunir estreantes e veteranos,

    opinies e discusses que talvez

    raramente tenham lugar na grande

    mdia. Com este esprito, reunimos o

    instigante artigo Brasil-Vrtex:

    manifestaes e mudanas de Nelson

    Job que explica como este poderoso

    vrtice de mudanas, reflete a crise das

    representaes e que nos obriga a

    inventar conceitos novos para explicar o

    que as velhas teorias j no conseguem.

    O que emerge do caos globalizado e que

    deflagra, por sua vez, as cclicas

    transformaes que derrubaram

    imprios, nos explicado pelo psiclogo,

    psicanalista e comuniclogo Jorge Luiz

    Veschi em sua entrevista exclusiva. Ele

    nos aponta os desafios a que todos

    somos compelidos a enfrentar nestes

    crticos e criativos tempos que vivemos -

    no apenas o Estado e seus agentes,

    mas todos precisamos repensar as

    formas de representao do poder ora

    em crise.

    A formanda em jornalismo Gabriela

    Anastcia, com seu artigo Brasil, Ptria

    Amada faz uma breve resenha do tom

    com que a grande imprensa vem

    tratando o assunto, enquanto a

    veterana Cynthia Dornelles, escritora,

    cantora e psicanalista, em seu Da

    Hora, faz uma crtica concisa e

    contundente proposta de reduo da

    maioridade penal como soluo,

    quando todo um contexto de corrupo

    e controle precisa ser transformado.

    A todos uma boa leitura! E comentem e

    critiquem na verso online desses

    artigos!

    , Editor

    [email protected]

    (1)

    Guy Fawkes (1570-1606) participou da Conspirao da

    Plvora (1605) que pretendia assassinar o rei protestante

    James I da Inglaterra alm de todos os membros do

    Parlamento do Reino Unido. (Fonte: Wikipedia).

    O p simplesmenteno d mais no sapatoEntrevista com Jorge Veschi

    Brasil-VrtexNelson Job

    Da horaCynthia Dornelles

    Brasil, Ptria AmadaGabriela Anastcia

    Clipping

    Passatempo

    Pg. 3

    Pg. 9

    Pg. 13

    Pg. 14

    Pg.

    Pg.

    Foto de Capa: Betto Rodrigues

    (Shutterstock) Brasileiros protestam

    contra a corrupo no Brasil em frente ao

    Consulado Brasileiro em Los Angeles

    (23/06/2013)

  • Revista xito na Educao

    JORGE LUIZ VESCHI psiclogo,

    psicanalista, Mestre e Doutor em

    comunicao, membro da diretoria do

    Espao Brasileiro de Psicanlise. Livros

    publicados: Caos Sensvel, Nas

    Espumas do Tempo, Nietszche e Freud:

    a Morte de Deus e o Assassinato do

    Pai, Mdia e Identidade Pessoal. e-

    mail:[email protected], websites:

    www.clinicaepsicanalise.com.br,

    www.ocidenteorienteemedio.com.br.

    O p simplesmente no d mais no sapato

    O Estado e a

    Educao se

    tornam viveis

    enquanto se

    mantm em

    aberto, enquanto

    mantm a

    perspectiva de que

    lidam com algo

    vivo, em

    transformao, em

    desmoronamento

    Entrevista com Jorge Luiz Veschi

    concedida ao editor por e-mail

    xito na Educao - As ltimas

    manifestaes de junho de algum

    modo lembraram conceitos

    desenvolvidos por voc em seu

    "Caos Sensvel". Como voc

    definiria este momento de crise das

    representaes?

    - O sentimento - ou a

    impresso - de caos diz respeito

    maneira como a razo apreende as

    condies de incio, de fluxo, de

    vida, e o poder ao lado escuro de

    sua fora. O incio, o fluxo e a vida

    se compem de mltiplas linhas de

    fora e potncias em conflito e em

    ambiguidades. Estas condies

    ameaam a razo e o poder. O

    prprio poder precisa criar as

    ameaas que o sustentam e no

    pode deixar de se alimentar daquilo

    que consome outros.

    Usualmente a vivncia do caos diz

    respeito a um desvelamento de

    condies de origem, j o poder

    tem como principal caracterstica a

    criao de uma rea de iluso em

    torno de si. Por que Napoleo, um

    grande estrategista que estava

    conquistando a Europa, decide

    invadir a Rssia perto do inverno?

    Por que os troianos, depois de

    Jorge Veschi

    conseguirem resistir aos ataques

    dos gregos por muitos anos devido

    presteza de suas muralhas,

    decidem abrir uma brecha na

    muralha para colocar para dentro

    um cavalo deixado de presente

    pelos inimigos? Por que os Estados

    Unidos, ocupando

    o lugar de

    potncia mxima

    no mundo,

    decidem se

    envolver em

    conflitos que vo

    arrasando com

    sua reputao e

    economia?

    O poder no pode

    deixar de criar

    esta rea de

    iluso a partir da

    qual deixa de

    interpretar a

    realidade e

    supe-se

    soberano. Esta

    razo

    fundamental do

    prazer no poder, corresponde

    tambm ao seu ocaso. Este ocaso, o

    qual tende a ser interpretado como

    oriundo de um caos, diz respeito s

    condies geradas pela natureza do

    poder. Se formos considerar o que

    sabemos sobre nossa condio

    humana e sobre o que aprendemos

    com a histria,

    podemos dizer

    que, de forma

    mais ou menos

    inconsciente,

    todo poder

    pretende seu

    ocaso, e o

    promove sua

    maneira.

    -

    Significa que

    manifestaes

    desta enverga-

    dura expressam

    a transformao

    rumo ao declnio

    - ou como voc

    diz, ao ocaso - do

    poder tal como est estabelecido?

    - As manifestaes

    expressam condies de incio e de

    pessoas vivas. Como estamos vivos,

    estamos sempre em transformao.

    Quando estamos nos

    desenvolvendo fisicamente, vamos

    usando o mesmo sapato durante

    um tempo, depois o p chega a um

    xito na

    Educao

    Jorge Veschi

  • Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    Se formos

    considerar o

    que sabemos

    sobre nossa

    condio

    humana, e sobre

    o que

    aprendemos

    com a histria,

    podemos dizer

    que, de forma

    mais ou menos

    inconsciente,

    todo poder

    pretende seu

    ocaso, e o

    promove sua

    maneira

    ponto em que o sapato precisa ser

    trocado e no o p ser cortado. A

    sociedade viva e est sempre se

    transformando, se aqueles que a

    administram no acompanham

    estas mudanas, o desfecho se

    torna inevitvel.

    Esta situao que

    vivemos expressa as

    consequncias de

    uma guerra entre

    sociedade e Estado,

    entre as quais no

    existe um pacto por

    aqui. A sociedade

    vive o Estado como

    inimigo e o Estado

    vive a sociedade

    como campo de

    extrao de

    recursos para sua

    manuteno. Quem

    faria o pacto seriam

    as pessoas da

    sociedade que

    comporiam os

    agentes dos 3

    poderes polticos,

    magistrados e

    oficiais porm,

    estas pessoas, ao

    passarem a fazer

    parte do estado, rompem com sua

    identificao com a sociedade, no

    se consideram mais povo, passam

    a se sentir como de outra estirpe,

    do Estado. Estas condies no

    podem persistir ao infinito sem

    expor sua crise. Esta crise, como

    quando uma situao percebida

    como catica, exprime a base

    mesma daquela situao e no um

    estado extraordinrio.

    Entropicamente, quando um

    sistema entra em crise, tende-se a

    preservar sua evoluo dentro da

    crise. O que vivemos nas

    manifestaes? Um grande nmero

    de pessoas protestando em paz

    sendo atacadas

    duramente pelas

    foras do Estado,

    enquanto poucas

    outras vandalizando

    sem nenhuma ao

    das foras do mesmo

    Estado. Por um lado,

    dentro de um regime

    que

    chamamos

    de caos, ou

    de incio,

    existem

    foras

    fractais,

    existem

    pessoas de

    vrias

    naturezas,

    objetivos e

    estratgia

    de lidar

    com o

    problema.

    Se fosse

    possvel um ordenamento,

    no haveria a crise, se o

    estado soubesse como

    lidar com a situao, no

    haveria a crise. Por outro

    lado, a estratgia do

    Estado de apavorar as

    pessoas pacficas com a violncia da

    represso, deixar apenas a minoria

    inflamada para depois elimin-la.

    Esta estratgia poderia ser vigente,

    se o motivo da crise no fosse real,

    se a sociedade no estivesse

    expressando com isso a impos-

    sibilidade de se manter nas

    condies nas quais estava. O p

    simplesmente no entra mais no

    sapato.

    A razo e o Estado apostam em uma

    realidade iluminista, uma crena em

    que aquilo que se sabe, que se diz e

    se explica vai funcionar e

    corresponde efetivamente

    realidade e vida enquanto tal. Esta

    crena evolui para o sentimento de

    caos, quando as

    reas de sombra

    se mostram

    vigentes junto

    com a iluminada,

    como a prpria

    iluminao gerar

    sua sombra, sua

    ameaa. Vemos

    que o estado

    procura ganhar

    tempo, dar

    explicaes e

    endemoniar as

    sombras. Na

    poca em que

    lutvamos

    contra a

    ditadura, ramos

    acusados de ser

    contra o Brasil;

    atualmente,

    aqueles de ns

    que esto aqui,

    cooperam cada um com o Brasil,

    nunca fomos contra o Brasil.

    Lutvamos porque somos

    brasileiros.

    A razo e o

    estado apostam

    em uma

    realidade

    iluminista, uma

    crena que

    aquilo que se

    sabe, que se diz

    e se explica vai

    funcionar e

    corresponde

    efetivamente

    realidade e a

    vida enquanto

    tal

  • Revista xito na Educao

    psic

    anal

    ista

    Rio de Janeiro

    Rua Muniz Barreto,

    682 / 101 - Botafogo

    Atrs do Botafogo Praia Shopping

    (21) 2539-3193

    Tel: (21) 9943-2198

    CR

    P 3

    9121

    Ana Paula Leite

    Iara Scherer Greenhalgh Barreto

    Psicloga Clnica - Psicanalista

    CRP 05/37610

    Crianas, Adolescentes

    e Adultos

    Cel.:(21)9994-6231

    [email protected]

    Rua Muniz Barreto,

    682 / 101- Botafogo

    Psicologia/Psicanlise

    Gisele A. Vettorazzo (21)8559-4950

    Anna Carolina Nogueira (21)8236-0388

    CRP/RJ 38079

    CRP/RJ 33338

    Atendimento a Adultos

    Av. N. Sra. de Copacabana 540, sala 405

    Prximo ao metr Siqueira Campos

    Endereo:

    A crise das representaes dos agentes do Estado, se

    deve ao fato destes romperem com sua identidade de

    origem, com sua pertinncia sociedade, se tornando

    exclusivamente agentes do Estado. Ao fazerem esta

    ruptura, eles deixam automaticamente sua funo de

    representantes, rompe-se imediatamente a possibilidade

    de um pacto entre sociedade e Estado, que procura

    espoliar a sociedade e esta procura espoliar o Estado. O

    que vivemos agora um limite desta guerra fria, onde as

    partes do confronto vm tona. Portanto, por um lado,

    temos a crise da representao que se deve ao fato de o

    representante social romper com sua identidade social,

    passando a visar seus prprios interesses e se

    identificando enquanto Estado; Plato j tinha advertido

    na Grcia antiga sobre o principal risco da democracia

    ser a tendncia da

    profissionalizao de

    seus agentes. Agora,

    por outro lado, temos

    o que se deve ao

    incremento dos

    agentes de

    singularizao, dos

    quais as mdias e a

    tecnologia so os mais

    importantes; o

    incremento da

    singularizao faz com

    que frequentemente

    sintamos dificuldade

    em encontrar uma

    palavra para

    representar o que

    sentimos ou pensamos,

    com que duas pessoas

    que se relacionem no

    consigam se ver

    representadas pelo que

    a outra pensa, sente ou

    deseja. Sendo assim,

    como seria possvel

    que uma pessoa

    pudesse representar

    uma comunidade ou

    uma coletividade?

    - No seu "Caos Sensvel" voc coloca

    que a lei e, ainda mais profundamente, a prpria

    linguagem estrutura-se a partir da necessidade de

    racionalizao do caos. O Estado, e a Escola, por

    exemplo, podem prescindir desta voraz necessidade de

    controle e tornarem-se porosos, permeveis a um modo

    mais cogestivo e no hierarquizado de "fazer poltica"?

    Como negociar com movimentos sem liderana?

    - Dizemos que nem todas as mos do

    mundo conseguem segurar o vento. Nem toda lei, nem

    xito na Educao

    Jorge Veschi

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    O tempo de se

    negociar, de se

    entender

    passou,

    estamos na

    ao. O que

    estes

    movimentos de

    massa criam de

    novo e de

    problemtico

    para o poder o

    poder se utilizar

    de subterfgios,

    de negociaes

    infinitas, e a

    massa no

    permite este

    tipo de manejo

  • 6Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    todas as palavras reunidas podem

    segurar a vida e o real enquanto tal.

    Isso est tambm intimamente

    ligado ameaa quanto ao caos: e

    quando o que achvamos se mostra

    falho? Quando nossos sonhos se

    tornam pesadelos?

    Quando a razo se

    torna delrio?

    Quando no

    conseguimos nos

    entender com

    nossos filhos ou

    nossos amores? Se

    diz na China:

    quando se mata o

    pai se procura o

    Buda, mas e quando

    se mata o Buda?

    A mente

    corresponde a um

    artifcio, a um

    aparato ou

    instrumento que

    inventamos para dar conta da

    pluralidade de foras que nos

    compe e que compe um real

    qualquer. Como a inventamos, com

    alguma frequncia podemos

    experimentar seus limites, suas

    bordas. Nem sempre esta

    experincia acalentadora, com

    frequncia origina angstias e

    crises.

    Freud dizia que existem 3 profisses

    impossveis: governar, educar e

    curar. Serem impossveis significa ao

    mesmo tempo que correspondem

    sempre a tentativas, quanto ao fato

    de fazer parte de suas condies de

    possibilidades o seu fracasso. O

    fracasso no est fora, no se trata

    de uma eventualidade, ele parte

    inerente das condies destas

    vivncias. Entre os samurais

    dizemos que: um guerreiro que fala

    de suas vitrias deve estar

    mentindo, ou ser um covarde que

    age apenas em tocaias, pois como

    um guerreiro pode s ter vitrias se

    o combate j faz parte de um

    fracasso?

    O Estado e a Educao se tornam

    viveis enquanto se mantm em

    aberto, enquanto mantm a

    perspectiva de que lidam com algo

    vivo, em transformao, em

    desmoronamento. Mas, como

    resistir ao principal prazer do Estado

    e da educao que criar e impor

    seu prprio mundo,

    seus prprios

    valores? Conta-se

    que uma vez um

    prncipe recorreu a

    um mestre em retiro

    em uma montanha,

    demandando se

    tornar seu discpulo,

    pois estava destinado

    a se tornar o

    Imperador e

    pretendia ser um

    bom imperador; o

    mestre sorriu e lhe

    disse: antes volte ao

    seu palcio e

    primeiro decida se

    voc quer ser bom

    ou se quer ser imperador.

    O Estado e a educao no

    correspondem apenas s suas

    instituies, correspondem a

    micropolticas, microeducaes

    disseminadas por toda rede social.

    Tanto a macro quanto a micro agem

    em sincronia, oferecem ambas o

    prazer da soberania tendo ambas

    que se deparar com os limites de

    seus fracassos quanto ao seu

    objetivo a longo prazo e dentro de

    uma totalidade.

    Nossas instituies de ensino se

    originaram na necessidade de se

    formar funcionrios para as

    indstrias, e se mantm dentro

    destes pressupostos de formar

    operrios, funcionrios e agentes

    para as indstrias. No tm

    compromisso com a educao de

    singularidades, de potncias e

    quanto ao levar adiante de

    atratores que no sejam genricos.

    Temos a perspectiva da lei

    enquanto oriunda das interaes de

    um organismo com seu real, e a lei

    enquanto instauradora de seu real.

    Esta segunda possibilidade a que

    inventa o caos como sendo aquilo

    que ela no legifera, como sendo

    aquilo que dela no padece. Quanto

    a esta lei, que instaura em um

    campo de possibilidades mltiplas

    uma determinao, existem os que

    ficam de fora dela e vm a ser

    encapados enquanto doentes ou

    marginais, e aqueles que se

    colocam para alm dela. Estes que

    se colocam para alm dela so

    entre ns os mais problemticos.

    Os agentes da lei, em todas as suas

    instncias, muito geralmente no se

    consideram objetos da lei. Muito

    comumente os magistrados, oficiais

    da justia e da lei tm uma viso

    bastante particular da lei quanto a

    si mesmos; como ocorre quanto aos

    agentes religiosos quando se trata

    do pecado.

    A voracidade do controle, na base

    destas condies e na formulao

    da ameaa do caos, obedece a um

    imperativo de gozo muito presente

    em ns. O exerccio deste controle

    est amplamente disseminado pela

    vida humana tendo sua origem em

    um

    senti-

    mento

    de que,

    caso

    tenha-

    mos o

    controle,

    teramos

    assegu-

    rado no

    apenas o

    objeto

    de nosso

    desejo,

    mas

    principal

    mente o

    prazer

    do controle enquanto tal.

    Quanto ao relacionamento com as

    ausncias de liderana, trata-se de

    uma situao das mais antigas.

    Quando inicialmente o homem se

    viu diante da natureza, sem poder

    controlar quando chover e quando

    Dizemos que

    nem todas as

    mos do mundo

    conseguem

    segurar o vento.

    Nem toda lei,

    nem todas as

    palavras

    reunidas podem

    segurar a vida e

    o real enquanto

    tal

  • fazer sol, onde estaria a caa ou a pesca, inventou os

    deuses, os quais representava e que liderariam a

    natureza e se poderia controlar atravs de rituais e

    oferendas. Este o paradigma do homem diante do

    real. A novidade dos movimentos emergentes no

    mundo ultimamente, a nvel poltico, diz respeito a um

    tipo de retomada deste estado de coisas por parte dos

    Estados. As mdias permitem um movimento difcil de

    ser interceptado pelos rgos contra revolucionrios,

    no existem reunies extensas, comunicao

    detalhada, existe o movimento. Como envolve uma

    crise das representaes no se torna pertinente um

    lder, que seria um representante. Para o poder

    sempre mais fcil lidar com um lder, que pode ser

    manipulado ou com quem se pode chegar a um

    acordo, no existe acordo com o real. O prprio

    movimento diz o que se pretende, no h o dizer do

    dizer.

    O tempo de se negociar, de se entender passou,

    estamos na ao. O que estes movimentos de massa

    criam de novo e de problemtico para o poder o

    poder se utilizar de subterfgios, de negociaes

    infinitas, e a massa no permite este tipo de manejo.

    Quando os lderes evocam sobre lideranas, na

    verdade querem

    tempo para ver se o

    movimento cessa,

    porque de fato est

    dito tudo o que se

    pretende, e o estado

    sabe muito bem disso.

    - O

    que, a seu ver, deve o

    educador do sculo

    XXI refletir para dar

    conta - como um certo

    agente da norma e do

    Estado que - desta

    nova forma de

    organizao que acena

    to prxima a ns?

    - Com a

    acelerao da

    informao e dos

    dispositivos de singularizao, a educao precisa se

    reinventar para alm da informao. Classicamente a

    educao se faz identificar com o manejo e o passe da

    informao, porm isso j est dado, as informaes

    esto por a, cada vez mais.

    A presso das singularidades fazem com que a

    educao tenha que se desidentificar do Estado. O que

    est implcito nas crises e demandas feitas ao Estado

    quanto educao trata-se dos prenncios de se

    perceber a falncia deste Estado, sua incapacidade de

    lidar com as singularidades.

    xito na Educao

    Jorge Veschi

    Revista xito na Educao

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    No existe por

    aqui um pacto

    entre sociedade

    e estado. A

    sociedade vive

    o estado como

    inimigo e o

    estado vive a

    sociedade como

    campo de

    extrao de

    recursos para

    sua

    manuteno

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    J se pode divisar bem como a ordem poltica, o

    Estado como um todo, se encontra na dependncia

    da ordem econmica, a qual no local. Portanto,

    no existem mais centros de controle. Os Estados

    ainda ficam nostlgicos quanto ao seu sonho de

    controle, mesmo os servios de inteligncia,

    procurando monitorar as redes de comunicao,

    ainda procuram alimentar a perspectiva do Leviat.

    De fato, trata-se, como diz a msica, daquilo que

    nunca teve controle nem nunca ter.

    Existe o que

    chamamos

    esprito do

    tempo, ou o

    movimento da

    histria. Os

    imprios foram

    caindo sob o peso

    das revolues

    em uma

    determinada

    poca, enquanto

    expresso do

    movimento da

    histria. Agora, a

    histria se move

    na direo de

    uma no-

    localidade, da

    fora das

    singularidades

    que podem emergir em pontos imediatos e

    imprevisveis. Em poucos dias, ditadores vieram por

    terra, regimes caram sem mais nem menos, mas

    determinados pelo esgotamento de suas condies

    de possibilidades.

    A juventude est se dando conta de que os cordeiros

    criam os lobos, e no esto mais querendo ser

    predados pelas matilhas que a prpria sociedade

    fomenta.

    O educador passa a ter que se haver com pessoas que

    tm acesso informao, que passam a compor

    grupelhos e matilhas. O desafio da educao

    requer uma reflexo ligada a questes afetivas,

    ticas, sobre a convivncia. Como a

    educao

    ainda no se

    reinventou, a

    juventude se

    encontra em

    um hiato, em

    um tipo de

    errncia,

    ameaada pela falta de recursos e de trabalho,

    sendo preparados para um mundo que est

    prestes a deixar de existir. preciso que os

    educadores se atualizem, para educar as pessoas para

    o mundo que est emergindo, este mundo que, ao

    emergir, gera o sentimento do caos.

    ACESSE,

    LEIA MAIS,

    COMENTE

    E BAIXE

    ACESSE,

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    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    Revista xito na Educao

  • 9Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    Brasil-Vrtex: as manifestaes e suas mudanasNelson Job doutor em Histria das Cincias, das Tcnicas e Epistemologia /UFRJ,

    professor, psiclogo clnico e autor do blog de transaberes Cosmos e Conscincia

    (www.cosmoseconsciencia.blogspot.com.br) e do blog de contos Druam

    (www.druam.blogspot.com.br)

    por Nelson Job

    Tonight the streets are ours

    These lights in our eyes, they tell no lies

    Those people, they got nothing in their souls

    And they make our tvs blind us from our

    visions and our goals

    Richard Hawley in

    Brasil est passando por uma

    transformao sem preceden-

    tes na Histria. Os intelectuais

    tentam adequar o fenmeno s suas

    teorias velhas sem dar conta do que

    est acontecendo. Este texto um

    exerccio de aprender conceitual-

    mente com o acontecimento atual e

    produzir novos conceitos bem como

    uma ontologia [http://ow.ly/na4xb]

    que lhe seja prpria.

    As manifestaes do Movimento

    Passe Livre ganharam adeptos,

    Tonight the streets are ours

    [http://ow.ly/na5Zl]

    O

    ressoando com as insatisfaes de

    vrios estudantes no Brasil,

    produzindo ressonncia

    [http://ow.ly/na4Hb] e gerando com

    isso um movimento muito mais

    amplo. Vrios vetores foram

    acrescentados: o grupo Anonymous,

    pessoas sem partido com uma

    insatisfao geral com o pas, vrios

    segmentos da classe mdia, alguns

    partidos etc. A catalisao se

    multiplicou, sobretudo atravs das

    redes sociais, o que gerou uma

    imensa massa de manifestantes nas

    ruas, com as mais variadas agendas.

    Destacam-se a alegria, a leveza do

    movimento, o apartidarismo, apenas

    mudando de tom com alguns

    manifestantes mais agressivos,

    recebendo a alcunha miditica de

    "vndalos", sobrepondo irresponsa-

    velmente os manifestantes mais

    agressivos, os oportunistas e

    os "infiltrados". Muitos vo

    para as passeatas com o

    intuito de participar de algo

    que possui popularidade

    entre os seus, mas saem dali

    mais informados, politizados.

    O movimento no

    exatamente racionalizado,

    mas possui uma intuio

    coletiva de que necessrio

    mudar. Pouco se divulga que

    as cidades do interior

    tambm realizaram suas

    passeatas, fazendo com que

    o nmero de manifestantes

    tenda a ser muito maior do

    que divulgado na mdia -

    que chamarei de

    tradicional: TV, jornais e

    rdio - que tem dividido

    espantosamente o nmero

    de manifestantes nas ruas

    para 5 vezes menos (em

    geral) em suas matrias,

    minimizando o movimento.

    A princpio contra, depois

    colocando alguns aspectos positivos e

    finalmente, a mdia tradicional vem

    agora alardeando o movimento como

    um momento histrico que mudou o

    pas para sempre.

    Os resultados esto sendo rpidos.

    Diminuio do preo das passagens

    de nibus em vrias cidades, ainda

    que no de forma ideal,

    pronunciamento da presidente e

    subsequente reunio com

    governadores, anunciando

    possibilidade de plebiscito etc, queda

    da PEC 37, mobilizao com debates

    de vrias entidades: OAB,

    universidades, sindicatos etc.

    preciso, evidentemente, ter cautela

    com os manejos da presidncia: de

    um lado, pode estar se utilizando do

    movimento para exercer um poder

    que no lhe cabe, de outro, pode

    estar propondo mudanas que no

    possuem consistncia democrtica. Se

    algo der errado, a culpa dos

    outros que no toparam ou de quem

    no props solues viveis? De todo

    modo, a massa at ento aptica da

    nao se tornou um grande agregado

    mobilizador da sociedade. Espantoso,

    imprevisvel, porm, em alguns

    pontos urge um desdobramento do

    debate:

    Fluxo de informaes - Pela internet,

    vrias agendas foram anunciadas,

    muitas delas facilmente cooptadas

    por manifestantes desavisados e

    vidos de sentido. Atravs de uma

    pesquisa mais aprofundada, percebe-

    se, por exemplo, que no foi votada

    exatamente uma cura gay (claro

    Bras

    il-V

    rtex

  • 1010

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    que devemos nos atentar para e

    combater as tentativas da bancada

    evanglica de forar aspectos de sua

    f - leia-se poder - em nossas vidas),

    to alardeada, e existe uma grande

    desinformao em relao s PECs. As

    opinies variam, proporcionais s

    gradaes de informao que cada

    vetor possui. Tambm preciso

    entender qual reivindicao deve ser

    orientada a qual entidade: quais dos

    3 Poderes, quais instituies etc.

    Sendo assim, o prximo passo do

    movimento, ainda que se

    mantenham as passeatas, deve

    envolver tambm um maior estudo

    dos temas. preciso estimular os

    jovens e todos os manifestantes em

    geral que se renam

    para debater os

    temas, estudar

    autores dos mais

    variados campos

    de saber que

    possam ajudar a

    compreenso,

    manuteno,

    desdobramento e

    posicionamento em

    relao ao

    movimento. A

    ferramenta do

    grupo de estudos

    [http://ow.ly/na4Lf]

    extremamente bem vinda,

    bem como os grupos de

    discusso nas redes sociais.

    O MPL evoca Zigmunt

    Bauman, alguns celebram

    Pierre Lvy, adeptos da

    Filosofia da Diferena vo se lembrar

    de Toni Negri, Manuel Castells ganha

    destaque etc. Claro est que o

    descentramento e intensa

    relacionalidade [http://ow.ly/na4Pk]

    no-local do movimento nos conduz a

    consider-lo, de fato, rizomtico

    [http://ow.ly/na4W0], no sentido de

    Deleuze e Guattari. justamente Flix

    Guattari que vai profetizar em 1989

    em sua As 3 Ecologias o que est se

    passando: As oposies dualistas

    tradicionais que guiaram o

    pensamento social e as cartografias

    geopolticas chegaram ao fim. Os

    conflitos permanecem, mas engajam

    sistemas multipolares incompatveis

    com adeses a bandeiras ideolgicas

    maniquestas.

    Todos esses autores e conceitos nos

    ajudaro, mas preciso alardear o

    que Gregory Bateson chama de

    aprender a aprender: o aconteci-

    mento nos pede novos conceitos, que

    se construam saberes a partir dele.

    O grupo Anonymous - Existe uma

    grande desconfiana em relao ao

    grupo inspirado no personagem V de

    Alan Moore. As ideias do bruxo de

    Northtampton so nobres, porm,

    no necessariamente

    buscadas

    pelo

    referido grupo. A

    questo que qualquer pessoa

    pode ser um Anonymous e cada

    pgina nas redes possui ideias

    diferentes. No existe uma unidade,

    uma homogeneidade dos

    Anonymous. Cabe a cada um

    discernir em cada pgina de cada

    grupo de Anonymous o que lhe

    interessa. Para conhecer o que pensa

    Alan Moore, recomendamos o

    documentrio The Mindscape of

    Alan Moore Legendado (2003, Reino

    Unido) Dez Vylenz e Moritz Winkler

    [http://youtu.be/KPzLgQv6EjY]

    Apartidarismo - Como dissemos, o

    carter geral do movimento

    apartidrio, sendo criticado em

    relao reao violenta a quem

    portou bandeiras de partidos dentre

    os manifestantes. Alguns comentam

    que a caracterstica do apartidarismo

    o fascismo. No parece o caso, mas

    sim o contrapartidarismo, que, de

    fato, alguns manifestam. O

    apartidarismo no despolitizao, e

    sim outra poltica. Somos entusiastas

    de uma democracia direta da era da

    internet, em que o povo pode votar

    diretamente as suas leis. Isso no

    envolve ausncia de partidos, mas

    uma gama de pessoas que no deseja

    ser representada. Claro que esse

    tpico merece um

    desdobramento muito

    maior, um estudo das

    possibilidades de realizar-

    se, das regras possveis,

    da tecnologia disponvel,

    do aspecto jurdico, se o

    voto distrital seria uma

    etapa inicial vivel etc.

    Esquerda e

    direita - O movi-

    mento foi considera-

    do por muitos como

    sendo de

    esquerda e que

    houveram

    tentativas da

    direita de se

    apropriar do

    acontecimento. Os

    termos oriundam-se da Revoluo

    Francesa, evidenciando os locais em

    que, de um lado, a nobreza e o clero e

    de outro, seus opositores, se sentavam

    na assembleia. Este autor tem ojeriza

    a dualismos e parte do princpio de

    que esquerda e direita so

    fetiches conceituais de pensadores

    Bras

    il-V

    rtex Foto:

    Jorge dos

    Anjos Cu

    trim Miguel

  • 11

    Revista xito na EducaoRevista xito na Educao

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013 Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    polticos, sendo que os prprios

    polticos apenas os utilizam como

    estratgias de manipulao para

    chegarem e se manterem no poder.

    So conhecidas as histrias dos

    membros do Partido que, exercendo

    cargos mais importantes, se regozijam

    dos mais variados privilgios asseme-

    lhando-se meritocracia normamente

    associada direita. O que de fato

    relevante so as ideias, plurais e

    variveis e o exercer poltico inscrito

    em uma tica [http://ow.ly/na4Zj].

    Assim, direita e esquerda

    manifestam-se enquanto anacro-

    nismos intelectuais de pouca ou

    nenhuma utilidade, apenas se relacio-

    nando fragilmente a,

    respectivamente, uma escolstica

    paranica e hegelianos frustrados.

    Se existe algum conceito de

    esquerda que vale ateno este

    o de Deleuze, que pode ser

    assistido neste trecho de

    entrevista: Abecedrio de Gilles

    Deleuze (Frana, 1996) Pierre-

    Andr Boutang

    [http://youtu.be/XhqnQAT2

    CQc]

    No havendo governo de

    esquerda, pois esta evoca um devir

    [http://ow.ly/na56q] que corre s

    margens do poder, s nos resta

    lembrar que o prprio autor acima

    no possui o hbito de utilizar o

    vernculo bilateral em seus textos.

    O despreparo da polcia - Foram larga-

    mente documentadas a ineficincia e a

    truculncia da polcia em muitas das

    manifestaes. O policial recebe um

    salrio baixo, um treinamento pfio, tem

    frequentemente que proteger a sua

    famlia da possvel vingana dos que eles

    porventura prenderam, gerando uma

    instabilidade psicolgica considervel.

    Depois dessas manifestaes, a nao

    inteira se transformou em inimigo poten-

    cial, o que exponencializa a paranoia, alm

    do fato de que muitos deles concordam

    com os objetivos gerais da manifestao,

    mas so ordenados a irem contra.

    Motivos suficientes para surtarem. Isso

    no justifica as aes deplorveis, mas

    indica solues para um aparato policial

    menos doente. Uma das primeiras

    atitudes sensatas seria a de

    extinguir a Polcia

    Militar,

    pe-

    culiaridade

    desnecessria de

    pouqussimos pases alm do nosso.

    Aliado a esses fatos, o BOPE vai deixando

    de ser cone pop para se tornar agente

    nefasto do governo carioca, este por sua

    vez, transmutado em inimigo pblico n. 1.

    Os novos cones so, principalmente, V,

    Banksy e Joaquim Barbosa.

    O que explica o acontecimento das

    manifestaes? Henri Poincar

    cunhou em 1885 o termo bifurcao,

    que foi apropriado pelos sistemas

    dinmicos, falando de uma trajetria

    que vinha se mantendo em uma

    tendncia e, repentinamente, adquire

    outra, inesperada. Vamos entender

    essa bifurcao brasileira:

    1) O Brasil: preciso mergulhar nas

    singularidades brasileiras. O

    agenciamento Euclides da Cunha-

    Guimares Rosa-Glauber Rocha vem

    nos avisando do serto brasileiro

    enquanto potncia mltipla de

    agenciar novos afetos, mobilizaes,

    polticas excntricas, Corpos sem

    rgos [http://ow.ly/na5aG] - Ver:

    Ser-to Csmico

    [http://ow.ly/na5fa]. O Brasil uma

    inconstante novidade histrica que

    convive com uma pluralidade

    geogrfica, gentica, cultural, afetiva

    permitindo que o brasileiro seja um

    amlgama de relaes extremamente

    rico, instvel e excntrico. Possui

    PhD em habitar o Caos, em

    sobreviver no catico. rtmico,

    alegre, pulsante, por definio. Todos

    os problemas intrnsecos na

    brasileiridade oriundam da

    dificuldade em relacionar

    de forma potente tais

    singularidades: as

    manifestaes so o indcio

    de que as potncias da

    singularidade a partir de

    agora se tornaram mais

    intensas e mais potentes.

    2) A internet e as redes sociais:

    as revolues nascem de uma

    anomia (quem so as lideranas?

    qual a agenda do movimento?

    qual a ideologia?) e geralmente so

    cooptadas pelo grupo que fornece as

    respostas mais rapidamente com um

    poder considervel de persuao em

    vrios nveis. Partidos e movimentos

    polticos anteriores s manifestaes

    tentaram realizar essa cooptao com

    o movimento e no conseguiram. A

    rapidez de respostas e alertas nas

    redes sociais permitiram a continui-

    dade da heterogeneidade do movi-

    mento, e assim deve prosseguir. Os

    jovens, em geral, possuem um hbito

    de leitura baseado na agilidade nos

    143 caracteres do Twitter. Essa

    agilidade permitiu, de um lado, a

    rapidez de expanso do movimento,

    por outro, uma agenda confusa e

    pouco refletida. Cabe a todos os que

    so mais lentos e reflexivos, gerarmos

    tambm textos curtos que possam

    convidar a gerao 143 caracteres

    a expandir gradativamente sua

    capacidade de leitura e reflexo. No

    que a internet seja o messias que vai

    nos redimir e sim, uma ferramenta

    Foto: Jorge dos Anjos Cutrim Miguel

    Foto

    : B

    etto R

    odrigues (

    Shutters

    tock)

    Bras

    il-V

    rtex

  • 12

    Bras

    il-V

    rtex

    que otimiza o fluxo e o acesso

    informao. Porm, no est claro o

    nvel de controle que se pode ter dela.

    Fala-se em trfico de informaes

    com dados dos usurios do Facebook,

    por exemplo. Seria importante as

    pessoas utilizarem mais de uma rede

    social, mais de uma ferramenta de

    busca, aguando cada vez mais seu

    discernimento e ter em voga

    encontros pessoais, no se aterem

    apenas ao virtual binrio.

    3) O Vrtex [http://ow.ly/na5jW]

    (epistemolgico): este autor vem

    notando uma instabilidade ontolgica

    [http://ow.ly/na5lU] na tecitura da

    realidade. Para desenvolver um saber

    transdisciplinar aplicado vida, um

    transaber [http://ow.ly/na5pc],

    cunhamos o conceito de vrtex - Ver:

    Vrtex: ubiquidade csmica

    [http://ow.ly/na5rG] em que o vrtex

    da cincia apenas uma intuio

    parcial do conceito aqui tratado com

    mais profundidade na articulao de

    saberes. A Vortexologia diz que o

    tecido do real formado por vrtex

    que compe vrtexes e so constitu-

    dos por vrtexes, infinitamente do

    Revista xito na EducaoRevista xito na Educao

    menor ao maior, do mais intensivo

    [http://ow.ly/na5uk] ao menos

    intenso, com nveis variados de

    permeabilidade imanente

    [http://ow.ly/na5xR]. No existe

    vetor sem dinmica no vrtex. Ele

    instvel, podendo ser o estopim de

    algo absolutamente novo, inominvel,

    que chamamos de transcendncia a

    posteriori [http://ow.ly/na5zj]. As

    manifestaes so at agora o melhor

    exemplo do vrtex tal qual ns

    conceituamos: heterogneo, instvel,

    composto por vrios vrtexes e

    ressoando com outros vrtexes

    turcos, rabes, egpcios etc. No se

    pode prever em que esse movimento

    vai decorrer: talvez uma transnao,

    uma nova relao com os poderes ou

    alguma novidade ainda inapreensvel.

    Fica notria a necessidade de compor

    conceitos como este em que no se

    sabe a resultante de seus devires mais

    selvagens: o saber enquanto agente

    incontrolvel. Portanto, as

    autoridades no apreendem o

    vrtex, os conservadores no o

    entendem, os taxonomistas no o

    localizam, mas os sonhadores

    ontolgicos [http://ow.ly/na5DS] o

    clamam: o vrtex-Brasil pode

    inclusive perder a brasileiridade,

    suscitando vetores inauditos,

    deixando de ser Brasil.

    Assim, esse movimento sem

    precedentes na Histria continua sua

    caminhada desterritorializando as

    verdades acerca dele. Vamos co-

    escrever esse peculiar interldio na

    Histria de forma a no decretar

    estilos nem estipular regras definiti-

    vas, mas definies provisrias,

    lampejos rtmicos. Cabe a qualquer

    agenciamento criar os prximos

    termos a serem acolhidos, desde que

    profundamente ticos e, em seguida,

    descartados, problematizados,

    transformados pelos desdobra-

    mentos seguintes deste aconteci-

    mento...

    Texto originalmente publicado em 24 de junho de

    2013 no Blog Cosmos e Conscincia com o ttulo

    Brasil-vortex: Manifestaes & Vortexologia

    Aplicada. Reproduzido com a autorizao

    expressa e mantida a grafia original do autor

    Foto: Betto Rodrigues (Shutterstock)

    Brasileiros protestam contra a corrupo

    no Brasil em frente ao Consulado

    Brasileiro em Los Angeles (23/06/2013)

  • 13

    Opi

    nio

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    Da horapor Cynthia Dorneles

    Cynthia Dornelles graduada em Cincias Sociais

    (UFRJ) e Psicologia (USU), ps-graduada em

    psicanlise pelo CEPCOP/USU, shiatsuterapeuta e

    autora de Amante Ideal (2000), Os 1001 E-mails -

    Sherazade Conta Histrias Erticas a um Marujo

    Solitrio (2003) e da antologia +30 Mulheres que

    Esto Fazendo a Nova Literatura Brasileira. Gravou

    3 CDs independentes como cantora e compositora:

    Minha Aldeia (1995), Cynthia Movimentos (2000) e

    Onde a Msica No Pra (2002). Blog:

    lucidolimpidoproparoxitono.blogspot.com/

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    Na contramo de tudo o que hoje se reivindica no pas, uma matria do Globo do dia 26 de maio de 2013 preconi-

    za, como soluo para haver menos

    menores infratores, a diminuio da

    maioridade penal.

    As razes que o jornal aponta so as

    mudanas na estrutura do trfico de

    entorpecentes ps-pacificao. Antes

    os menores eram olheiros e avies do

    trfico nos morros, agora descem ao

    asfalto para vender drogas aps a

    implantao das UPPs.

    Nas manifestaes, apesar de pala-

    vras de ordem vagas, o mal-estar

    claro. O que o provoca perceber

    que, nos chamados governos

    democrticos do mundo,

    o que realmente nos gover-

    na a todos so as grandes corpo-

    raes neoliberais. Vivemos hoje,

    de forma clara, a ditadura do capital

    de que Marx falava no comeo do

    sculo XX. Em diversos governos do

    mundo, onde se deu o mesmo

    fenmeno das manifestaes que

    ocorreu aqui, houve clara truculncia

    por parte da polcia contra os que se

    manifestavam de forma crtica

    contra o governo.

    Diminuir a maioridade penal no

    tornar estes adolescentes e crian-

    as menos revoltados, menos confu-

    sos, com melhores projetos de vida

    ou com famlias que lhes deem

    suporte e escolas que lhes tragam

    melhores perspectivas atravs de

    educao e treinamento adequados

    para o trabalho especializado. Pelo

    contrrio, diminuir a maioridade penal

    s tornar as prises

    mais cheias, mas

    agora com a carne

    nova destes jovens

    infratores.

    Um dos bandidos

    mais intelectual-

    mente capazes, o

    Markola, um dia

    falou: se matarem

    cem de ns, viro

    mil. A gente

    como rato: cai um,

    vm outros. Os

    pobres e margina-

    lizados do mundo

    aumentam, triplicam, quadruplicam,

    centuplicam, porque se centuplicam

    tambm os lucros das grandes

    empresas, totalmente despreocupa-

    das em resolver questes sociais em

    pases que muitas vezes nem so os

    seus de origem.

    Prender marginais uma luta com os

    galhos, como tambm ao punir

    governos e governantes corruptos,

    em que a queda de um, significa

    apenas a entrada dos prximos.

    Tanto os governantes corruptos

    quanto os marginais (os marginais

    oficiais, os pobres) tm uma origem

    comum: a forma como hoje a

    sociedade se organiza para defender

    o interesse das grandes corporaes,

    que por sua vez s se interessam com

    o movimento fluido e amoral do

    capital e do poder.

    Tornar os governos mais democrti-

    cos tornar o movimento de capitais

    mais transparente, trata-se de haver

    interaes cidads entre os gover-

    nos, as empresas e o povo. Trata-se

    de melhorar as leis que a j esto, de

    exigirmos o cumprimento das mes-

    mas em prazos menores e com maior

    rigor. Tornar os governos verda-

    deiramente democrticos dar

    educao ao povo, no adestramen-

    to ou simples disciplina para tornar o

    corpo dcil.

    Se cada criana ou jovem do mundo

    tiver a certeza de que nem eles nem

    suas famlias sero postos margem,

    com certeza haver menos razes

    para o crime.

    A semente do crime o caos. No caos,

    qualquer um, honesto ou desonesto,

    acaba por agir mais por instinto de

    sobrevivncia do que com lucidez.

    Nosso mundo hoje catico. A

    educao cada vez mais desvalori-

    zada e o lugar da cultura fica cada vez

    mais difuso numa sociedade sem

    identidade. Tornar a maioridade penal

    mais baixa no resolve problema

    algum, s agrava.

    http://o

    w.ly/n

    b7Tc

  • 14

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013 Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    em toda a zona sule centro do Rio

    [email protected]

    ANUNCIE J

    Revista xito na EducaoRevista xito na Educao

    No o enredo de uma pera, mas os protestos populares que se espalharam pelo pas ganharam

    composio dramtica, atores,

    vozes e sinfonia. Em certos

    momentos as pautas deram espao

    ao embate entre a Polcia Militar e

    os manifestantes que usaram de

    violncia. Mesmo que os atos

    destes sejam repudiados,

    orquestrados at, e no

    representem o pensamento da

    maioria que clama por avanos nas

    condies sociais, tambm

    afirmam-se manifestantes.

    #ogiganteacordou

    O povo acordou! E saiu s ruas com

    cartazes bem humorados, caras

    pintadas ou at mesmo de terno e

    gravata ps-expediente. E no era

    para lotar os estdios onde

    ocorreram as partidas da Copa das

    Confederaes. Milhares de

    homens e mulheres, de diferentes

    faixas etrias e classes sociais,

    reivindicaram lado a lado,

    inicialmente, contra o reajuste nas

    tarifas do transporte pblico.

    Contudo, a mobilizao foi

    ganhando fora e visibilidade e no

    ficou apenas nos 20 centavos.

    O pronunciamento da presidente

    Dilma Rousseff na noite do dia 21

    de junho pode no ter agradado a

    todos, mas foi vitria para os

    manifestantes [ow.ly/n9WmT]. Em

    seu discurso, condenou a violncia

    do que se referiu como uma

    pequena minoria e elogiou as

    pautas levantadas pelo pas. E falou

    em um grande pacto a ser discutido

    com governadores e prefeitos, no

    qual o foco inicial seria a elaborao

    do Plano Nacional de Mobilidade

    Urbana, que privilegie o transporte

    coletivo. A destinao de 100% do

    petrleo para a educao tambm

    foi outro ponto de grande interesse

    pblico. Alm disso, na pauta

    tambm estava a volta, de imediato,

    dos milhares de mdicos do exterior

    para ampliar o atendimento do SUS.

    As redes

    sociais

    foram

    fundamen-

    tais neste

    processo

    de organi-

    zao dos

    protestos.

    Pela web,

    as aes

    repercutira

    m por todo

    o Brasil. A adeso causa no ficou

    apenas no mundo virtual,

    impulsionando o crescimento das

    manifestaes. A criao de

    eventos na rede ajudou a elaborar a

    agenda e o percurso dos atos

    atravs de votao dos membros.

    Atores comuns da sociedade, como

    estudantes e no vinculados a

    partidos polticos, tornaram-se

    lderes annimos da causa. Uma das

    crticas por parte dos manifestantes

    contra a ligao de partidos

    durante os atos fato que, em

    Ptria amada, Brasil! por Gabriela Anastciaformanda em Jornalismo pela Unisuam

  • 15

    Revista xito na Educao

    muitos momentos, resultou em

    atritos.

    Outro destaque foi a cobertura da

    mdia tradicional (TV, jornais, sites),

    que em um primeiro momento

    abordou os atos com um discurso

    crtico e generalizado, chamando

    os participantes de

    vndalos. Mas aps

    receber dura crtica da

    sociedade, mudou o foco e deu

    nfase s pautas que estavam

    sendo abordadas. Neste cenrio, a

    mdia Ninja, com uma narrativa

    independente

    [ow.ly/n9WKS

    ], e sua

    web tv, que funciona em parceria

    com colaboradores, atingiram altos

    ndices de audincia pela cobertura

    dos eventos.

    Um bom exemplo no Rio de Janeiro

    foi a cobertura (em 13 de julho) do

    protesto organizado em frente

    igreja do Carmo, no Centro, no dia

    do casamento da neta do maior

    empresrio do setor de transporte

    da capital fluminense, Jacob Barata,

    ou o Rei do nibus, como

    conhecido.

    As aes da Polcia Militar tambm

    so destaque neste cenrio de

    protestos, mas negativamente. A

    violncia por parte dos policiais tem

    sido questionada pela sociedade e

    fomenta a discusso sobre a

    desmilitarizao da PM. Em um

    dos ltimos confrontos,

    em frente ao Palcio

    Guanabara, mais

    uma vez foram

    usadas armas

    no letais,

    como balas

    de borracha

    e bombas

    de gs

    lacrimogni

    o. O

    questiona-

    mento da

    sociedade

    refere-se

    truculnci

    a policial

    com os manifestantes o que no

    se d da mesma forma com os

    vndalos, e que chama a ateno

    para uma ao orquestrada com o

    intuito de desmoralizar a causa dos

    protestos [ow.ly/n9WMv].

    O Deputado Estadual Marcelo

    Freixo (PSOL) usa as redes sociais

    para se posicionar diante das aes

    de confronto entre a PM e os

    chamados vndalos: no

    admitimos essas cenas de violncia

    do Estado contra a populao

    escreve Freixo Nosso mandato

    est na luta por uma sociedade

    democrtica, em que o direito de

    manifestao seja respeitado. Nada

    justifica a violncia do Estado. A

    Comisso de Direitos Humanos e

    toda nossa equipe de assessores

    esto nas ruas acompanhando e

    atendendo as vtimas desta

    truculncia.

    Sobre as aes que acontecem

    geralmente ao fim dos protestos,

    inicialmente pacficos, o governador

    Srgio Cabral acusa a presena de

    grupos internacionais articulados

    para influenciar os atos de violncia.

    E anunciou a criao de uma

    comisso para investigar os atos de

    vandalismo [ow.ly/n9WRw].

    As opinies ainda divergem, mas

    esta grande orquestra sinfnica que

    o Brasil est apenas comeando

    seu espetculo. preciso apenas

    alinhar o instrumento musical ao

    canto. Convm repensar as priorida-

    des e focar nos objetivos para no

    se dispersar das causas que mobili-

    zaram um mar de gente pelas ruas

    deste pas.

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    Opi

    nio

    Ilustrao: Ricardo Paes

  • 16

    Age

    nda

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013 Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

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    Clip

    ping

    Revista xito na Educao

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    Revista xito na Educao

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013

    Equvocos de redao prejudicam trabalhos cientficos brasileiros

    Os pesquisadores brasileiros tm se

    esforado para melhorar suas habili-

    dades em redao, mas ainda come-

    tem erros ao escrever uma tese ou

    artigo, segundo Gilson Volpato, espe-

    cialista em redao e publicao

    cientfica. Para Volpato, professor do

    Departamento de Fisiologia do

    I n s t i t u to d e B i o c i n c i a s d a

    Universidade Estadual Paulista

    (Unesp), isso ocorre porque muitos

    pesquisadores no dominam ainda

    conceitos bsicos da redao

    cientfica. Temos boas pesquisas no

    Brasil que, muitas vezes, so poucos

    citadas porque os resultados so mal

    apresentados. Isso se deve a uma

    srie de equvocos sobre conceitos

    fundamentais na redao de um

    texto cientfico, que precisam ser

    corrigidos, disse Volpato, Agncia

    FAPESP.

    http://ow.ly/na02OLeia mais:

    Programa reduz em 20% consumo de lcool entre

    adolescentes Pesquisadores australianos conse-

    guiram reduzir em 20% o consumo de

    lcool entre adolescentes por meio

    de um programa que busca conscien-

    tizar os jovens, de forma ldica e

    sintonizada com a sua realidade, so-

    bre os riscos associados ao excesso

    de bebida. A metodologia est sendo

    adaptada para as escolas brasileiras

    Governo dar Bolsa Permanncia para estudantes

    de baixa rendaA bolsa-permanncia ser concedida

    aos estudantes que atendam os

    critrios para a poltica de cotas,

    estejam matriculados em cursos com

    carga horria maior que cinco horas

    dirias e que tenham renda per capta

    familiar mensal de at 1,5 salrios

    mnimos. O valor da bolsa de R$

    400,00; ser paga por meio do Banco

    do Brasil. O programa tambm

    atender indgenas aldeados, que

    vivem em comunidades tradicionais

    indgenas reconhecidas, e os

    quilombolas matriculados em

    universidades federais. Esses

    estudantes recebero R$ 900,00 de

    apoio financeiro, independente do

    curso

    http://ow.ly/na09dLeia mais:

    MEC retira 330 faculdades do Prouni por

    descumprimento de lei O MEC (Ministrio da Educao) vai

    r e t i r a r 2 6 6 m a n t e n e d o r a s ,

    responsveis pela administrao de

    330 instituies de ensino superior,

    do Prouni (Programa Universidade

    para Todos). A deciso foi publicada

    no Dirio Oficial da Unio desta

    segunda-feira (20).As mantenedoras

    deixaram de apresentar a quitao

    de tributos e contribuies federais

    de 2012. As mantenedoras j no

    puderam oferecer bolsas do

    programa no primeiro semestre de

    2013.

    http://ow.ly/na0tRLeia mais:

    Estrutura escolar provoca adoecimento de professores,

    revela pesquisa As escolas de educao bsica, sejam

    pblicas ou privadas, enfrentam

    desde sempre uma srie de

    problemas para garantir sua

    efetividade, e mais do que isso, sua

    prpria existncia. Uma das

    dificuldades mais recentes, e de

    difcil soluo, tem sido o problema

    do adoecimento e da desero dos

    professores da escola pblica

    brasileira. Para o historiador Danilo

    Alexandre Ferreira de Camargo, tal

    fenmeno acontece em funo do

    cotidiano escolar ser insuportvel

    para a maioria dos profissionais da

    educao. Em sua dissertao de

    mestrado, O abolicionismo escolar:

    reflexes a partir do adoecimento e

    da desero dos professores,

    desenvolvida na Faculdade de

    Educao, e orientada pelo professor

    Julio Roberto Groppa Aquino, o

    historiador procura fugir do lugar

    comum, e apresenta uma reflexo

    alternativa sobre a problemtica

    relao dos professores com a

    escola: o abolicionismo escolar.

    http://ow.ly/na0CYLeia mais:

    Estudantes negros tm maior probabilidade de insucesso

    escolar, dizem pesquisasDuas pesquisas da Universidade de

    So Paulo indicam que alunos negros

    tm maior possibilidade de fracassar

    na escola do que os brancos. Para os

    pesquisadores o menor xito dos

    negros resultado de condies so-

    cioeconmicas. Contribuem tambm

    fatores culturais. Um deles o pre-

    conceito desenvolvido por pro-

    fessores. Pequena parte deles

    acredita que os alunos negros tero,

    naturalmente, desempenho pior do

    que os brancos.

    http://ow.ly/na0xaLeia mais:

    por pesquisadores da Universidade

    Federal de So Paulo (Unifesp). Se-

    gundo Ana Regina Noto, coordena-

    dora do Ncleo de Pesquisa em

    Sade e Uso de Substncias (Nepsis)

    do Departamento de Psicobiologia

    da Unifesp, a ideia de desenvolver a

    verso brasileira do School Health

    and Alcohol Harm Reduction Project

    (SHAHRP), implantado com sucesso

    na Austrlia, surgiu aps a concluso

    de uma pesquisa de seu grupo,

    divulgada em 2010, que revelou

    ndices alarmantes de consumo de

    lcool entre alunos do 8 e 9 anos

    do ensino fundamental.

  • Revista xito na Educao - Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013. Publicao gratuita de distribuio dirigida. As opinies emitidas nas matrias assinadas so de inteira responsabilidade de seus

    autores, bem como a veracidade do veiculado sobre produtos e servios so de responsabilidade dos respectivos anunciantes. Este exemplar no pode ser vendido. Aps a leitura, compartilhe com outras

    pessoas e encoraje-as a fazer o mesmo. Acesse e baixe a verso digital e a leia em seu telefone ou dispositivo mvel, economizando papel. Se resolver descartar, antes doe para uma biblioteca ou invente

    uma. Libere este exemplar para que outras pessoas como voc possam l-lo. Por fim, recicle. : Editor: Ricardo P. Figueiredo ; Colaboradores: Gabriela

    Anastcia; Contato comercial: Gabriel Wasserman [email protected]; Foto da Capa: Betto Rodrigues (Shutterstock); Editorao: Studio Redesenho; Ilustraes: Ricardo Paes;

    Impresso: SmartPrinter (RJ) Tiragem: 10.000 exemplares; Distribuio: Centro e Zona Sul da Cidade do RJ; Agradecimentos especiais: Aline Bourseau, Ana Carolina Grether, Ana Paula Leite, Anna

    Carolina Nogueira, Alzira Costa, Andr Queiroz, Cynthia Dorneles, Dinho Valladares, Delymar Cardoso, Faculdades Helio Alonso, Gabriela Anastcia, Gabriel Wasserman, Gisele A. Vettorazzo,

    EXPEDIENTE [email protected]

    Iara Scherer,

    Joo Carlos Lima dos Santos, Jorge dos Anjos Cutrim Miguel (fotos), Jorge Veschi, Laisa Lopes (FACHA), Nelson Job, Patricia Wasserman e Raphael Paes.

    18

    Ano I - Nmero 3 - Julho e Agosto de 2013Revista xito na Educao

  • Cd. 01 1/24

    6,66 x 3,37 cm

    Cd. 03 1/12

    6,66 x 6,75 cm

    Cd. 02 1/16

    10 x 3,37 cm

    Cd. 04 1/8

    10 x 6,75 cm

    Cd. 05 1/4

    10 x 13,5 cm

    Cd. 06a 1/3

    6,66 x 27 cm

    Cd. 06b 1/3

    20 x 9 cm

    Cd. 07a

    10 x 27 cm

    Cd. 07b

    20 x 13,5 cmCd. 08a, 8b,

    8c e 8d 1/1

    20 x 27 cm

    Cd. 09 2/1

    40 x 27 cm (2 pgs)

    (21) [email protected]