Refeições Diárias com Jesus_ELBEN M. LENZ CESAR

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Devocional 1 a 13 de janeiro

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ELBEN M. LENZ CESAR

JESUSREFEIES DIRIAS COM DEVOCIONRIO

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REFEIES DIRIAS COM JESUS Categoria: Inspirao / Vida Crist / Espiritualidade

Copyright 2010, Editora Ultimato Todos os direitos reservados

Primeira edio: Novembro de 2010 Coordenao editorial: Bernadete Ribeiro Preparao e reviso de texto: Paula Mendes Colaborao: Glucia Siqueira Dlnia M. C. Bastos Capa: Caio Campana

PUBLICADO NO BRASIL COM AUTORIZAO E COM TODOS OS DIREITOS RESERVADOS EDITORA ULTIMATO LTDA. Caixa Postal 43 36570-000 Viosa, MG Telefone: 31 3611-8500 Fax: 31 3891-1557 www.ultimato.com.br

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S UMRIOJ ANEIRO F EVEREIRO MARO A BRIL M AIO J UNHO J ULHO AGOSTO S ETEMBRO O UTUBRO N OVEMBRO D EZEMBRO 15 47 77 106 135 166 195 226 255 287 315 345

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ABREVIAES AS21 Almeida Sculo 21 BH Bblia Hebraica BJ A Bblia de Jerusalm BV A Bblia Viva CNBB Traduo da Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil CT Novo Testamento (Comunidade de Taiz) EP Edio Pastoral EPC Edio Pastoral-Catequtica HR Traduo de Huberto Rohden KJ King James (Nova Traduo Atualizada dos Quatro Evangelhos) NTLH Nova Traduo na Linguagem de Hoje NVI Nova Verso Internacional TEB Traduo Ecumnica da Bblia

As referncias bblicas no seguidas de indicao foram retiradas da edio Revista e Atualizada, da Sociedade Bblica do Brasil.

Devemos todos ser profundamente agradecidos porque a personalidade de Jesus mantm uma poderosa influncia sobre a mente dos homens. Hindus e mulumanos, revolucionrios marxistas, judeus ortodoxos e a jovem contracultura ocidental todos sentem seu encanto; nenhum deles pode desvencilhar-se de seu fascnio. JOHN STOTT

Ns apresentamos Cristo pela nica e suficiente razo pela qual ele merece ser apresentado. Onde estiver encoberta a beleza da cruz, ela deve ser desvendada. KENNETH CRAGG

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A PRESENTAO Propaganda de Jesus

Digo logo de incio: o propsito explcito deste livro fazer propagandade Jesus Cristo. Tenho esse direito, essa obrigao e a ocasio favorvel. No deixarei a oportunidade passar sem me agarrar a ela. Foram muitos anos de comprometimento consciente com a pessoa e o ensino de Jesus Cristo. Muitos anos de leitura cuidadosa e proveitosa das Escrituras, que testificam dele do Gnesis ao Apocalipse. Muitos anos de pregao cristocntrica do evangelho. Nesse perodo, escrevi vrios artigos sobre Jesus, inclusive a srie Em Jesus voc pode confiar, publicada na revista Ultimato. Meu primeiro livro (sem capa e sem reviso), escrito em 1966, enquanto eu estava com a perna engessada, sobre Jesus. O ttulo A Grande Reconstruo e discorre sobre o mais extraordinrio programa de recuperao da histria, a partir da feliz declarao de Joo Batista sobre Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Anos depois, a Editora Ultimato publicou No Perca Jesus de Vista (1997) e A Pessoa Mais Importante do Mundo (2001). Agora, lana o devocionrio Refeies Dirias com Jesus. Qualquer pessoa que se aproxima do Jesus apresentado por Moiss, pelos profetas, pelos quatro evangelistas e pelos apstolos no consegue ficar calada. Assim aconteceu com os primeiros discpulos. A primeira coisa que Andr fez [depois do seu encontro com Jesus] foi procurar seu irmo Simo e dizer a ele: Achamos o Messias (Jo 1.41, NTLH). A mulher samaritana, depois de poucos minutos de conversa9

com Jesus, deixou o cntaro vazio ao lado do poo de Jac e saiu correndo de volta a Sicar para fazer propaganda dele: Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito (Jo 4.29, NTLH). Que Deus se sirva da propaganda que Refeies Dirias com Jesus pretende fazer de seu Filho querido! E. Csar

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I NTRODUO Em memria de mim

Ao substituir a Pscoa pela Ceia do Senhor, Jesus ordenou: [Comamo po e bebam o vinho] em memria de mim (Lc 22.19). Ao tratar da Ceia do Senhor em sua Primeira Epstola aos Corntios, Paulo cita textualmente as palavras de Jesus: Este clice a nova aliana no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memria de mim (1Co 11.25). No Evangelho de Joo aparecem sete Eu sou de Jesus (Eu sou o po da vida, Eu sou a luz do mundo, Eu sou a porta, Eu sou o bom pastor, Eu sou a ressurreio e a vida, Eu sou o caminho, a verdade e a vida e Eu sou a videira verdadeira). A lista dos Eu sou aumenta no livro de Apocalipse: Eu sou o Alfa e o mega (1.8), Eu sou o Primeiro e o ltimo (1.17), Eu sou o Princpio e o Fim (21.6), Eu sou o famoso descendente do rei Davi (22.16, NTLH) e Eu sou a brilhante estrela da manh (22.16, NTLH). Mais ainda: Jesus se declara maior do que Abrao (Jo 8.58), maior do que Jac (Jo 4.12), maior do que Salomo (Lc 11.31), maior do que Jonas (Lc 11.32), maior do que o templo de Jerusalm. No ptio do templo, Jesus afirma com toda tranquilidade: Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Mais tarde, ele repetiu isso: Quem me v, v o Pai (Jo 14.9, NVI). Porm, antes desses dois pronunciamentos, Jesus j havia manifestado a eternidade de sua existncia e a sua igualdade com o Pai ao fazer suas as palavras de Deus a Moiss (x 3.14): Eu lhes afirmo que antes de Abrao nascer, Eu Sou! (Jo 8.58, NVI).11

E no Evangelho de Joo Jesus faz esta afirmao solene: Quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim (Jo 12.32, NTLH). Para alguns, essas declaraes de Jesus sobre si mesmo podem chegar a sugerir alguma arrogncia. Porm, a eventual suspeita desaparece por completo quando nos damos ao trabalho de conhecer o Jesus das Escrituras. A histria desse Jesus no tem comeo nem fim. Ela comea na eternidade e termina na eternidade. Termina onde comea e comea onde termina. Jesus o que afirma ser. Ele no est mentindo, no est fora de si nem se afogou na presuno. Se o governante democraticamente eleito da mais poderosa nao do mundo negar que o seu presidente, ter que se internar numa clnica de sade mental. Jesus o nico cuja histria no tem incio no dia do nascimento nem no dia da concepo. Nem termina no dia da morte, do sepultamento ou da cremao. Quando chegou a hora certa, o Verbo se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria (Jo 1.14). Exatamente a, Jesus entra dentro do tempo e do espao, e torna-se visvel, audvel e tangvel. Ao tomar a forma humana, o Verbo no deixa de ser Deus, no deixa de ser eterno. Ele apenas torna-se igual a ns, vira gente, humaniza-se. Torna-se nada mais nada menos do que Emanuel Deus conosco (Mt 1.23). No finge que Deus nem que homem. ambos ao mesmo tempo e o tempo todo. Jesus no o po vivo que nasce em Belm, mas o po vivo que desce do cu e da eternidade, onde antes estava. Ele desce do andar de cima para o andar de baixo e tambm para o subsolo, isto , aos espritos em priso (1Pe 3.19). O propsito dessa descida de Jesus do nvel mais alto para o nvel mais baixo para fazer-nos subir do nvel mais baixo para o nvel mais alto, como aconteceu com o povo de Israel que subiu da fornalha do Egito para Cana, a terra da promessa (x 3.17).12

Para mostrar logo que Jesus Filho de Deus, o Evangelho de Joo no menciona a histria do nascimento de Jesus. Para mostrar logo de cara que Jesus Filho do Homem, os Evangelhos de Mateus e Lucas contam a histria do nascimento de Jesus no lugar tal e no tempo tal, e traam sua rvore genealgica at chegar a Abrao (Mateus) ou at chegar a Deus mesmo (Lucas). Como homem, possvel dizer a idade de Jesus quando foi circuncidado (8 dias), quando dialogou com os ps-graduados no templo (12 anos) e quando iniciou o seu ministrio (30 anos). Como Deus, no h lugar para qualquer datao, pois Jesus antes de todas as coisas e est fora do tempo, mas dentro da eternidade. Porque no princpio era o Verbo (Jo 1.1), Jesus era mais velho que Joo Batista, mesmo tendo nascido alguns meses depois dele. Era obviamente mais velho que a prpria me. Jesus viveu 700 anos depois de Isaas, mil anos depois de Davi, 1500 anos depois de Moiss e dois mil anos depois de Abrao mas era mais velho que todos. Porque sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.3), Jesus anterior ao espao, luz, escurido, s guas, poro seca, aos luzeiros, s espcies minerais, s espcies vegetais, s espcies animais, espcie angelical e espcie humana. Jesus uma riqueza enorme. To grande, to alta, to larga, to profunda, to incrvel que no fcil enxergar toda a sua beleza. Paulo menciona a riqueza de sua graa (Ef 1.7; 2.7) e a riqueza de sua glria (Ef 3.16). A salvao nada mais do que o evangelho das insondveis riquezas de Cristo (Ef 3.8). Por tudo isso e por muito mais devemos nos regozijar quando Jesus mesmo nos diz: Isto o meu corpo que entregue em favor de vocs. Faam isto em memria de mim (Lc 22.19, NTLH). At que ele venha, acrescenta Paulo (1Co 11.26).

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JANEIRO

A histria de Jesus comea onde termina e termina onde comea Jesus foi colocado... No ventre de Maria pelo Esprito Santo Na manjedoura de Belm por Maria e Jos Na cruz do Calvrio pelos soldados romanos No sepulcro novo por Jos de Arimateia No mais alto trono pelo prprio Deus. Todavia, de forma sucessiva... O ventre ficou vazio A manjedoura ficou vazia A cruz ficou vazia O sepulcro ficou vazio E o mais alto trono continua ocupado. Tudo isso aconteceu para que... Todo joelho se dobre ao nome de Jesus Toda lngua confesse que Jesus Cristo Senhor. E isso acontecer... Em trs nveis: no cu, na terra e no Hades Por adeso voluntria ou capitulao obrigatria.

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1 DE JANEIRO

JESUS O PRINCPIO E O FIMEu sou o Alfa e o mega, o Primeiro e o ltimo, o Princpio e o Fim.APOCALIPSE 22.13

A histria de Jesus no tem comeo nem fim. Comea e termina naeternidade. Termina onde comea e comea onde termina. No h outra histria igual dele. Quem nos diz isso Joo, no prlogo do seu Evangelho: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1.1). Ele j existia no princpio mais remoto: Todas as coisas foram feitas por intermdio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.2). Jesus o nico cuja histria no comea no dia do nascimento, nem no dia da concepo. E no termina no dia da morte, do sepultamento ou da cremao. As primeiras palavras da Primeira Epstola de Joo reforam a eternidade de Jesus: O que era desde o princpio, ns o ouvimos, ns o vimos com os nossos prprios olhos, ns o contemplamos e com as nossas mos apalpamos o Verbo da Vida. (1Jo 1.1, HR) Devo colocar meu rosto em terra diante daquele que no tem princpio nem fim.

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2 DE JANEIRO

JESUS

ENTRA NO TEMPO

Eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o ser para todo o povo: que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que Cristo, o Senhor.LUCAS 2.10-11

Quando chegou a data certa, o Verbo se fez carne e habitou entrens, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria (Jo 1.14). Exatamente a, Jesus entra no tempo e torna-se visvel e palpvel. Referindo-se a esse evento, Paulo escreve: Vindo, porm, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei (Gl 4.4). Ao tomar forma humana, o Verbo no deixa de ser o Verbo, no deixa de ser Deus, no deixa de ser eterno. Ele apenas torna-se igual a ns, vira gente, humaniza-se. A esse evento e a esse dia, d-se o nome de Natal. Aconteceu numa modesta estrebaria em Belm da Judeia. Foi algo to importante na agenda de Deus que houve uma ecloso de milhares de anjos nos cus de Belm. Eles cantavam: glrias a Deus no andar de cima e paz entre os homens no andar do baixo (Lc 2.14). Devo colocar o rosto em terra diante daquele que se fez carne e habitou conosco.

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3 DE JANEIRO

JESUS

DESCE DO ANDAR DE CIMA PARA O ANDAR DE BAIXOJOO 6.33

Porque o po de Deus o que desce do cu e d vida ao mundo.

Logo aps a primeira multiplicao de pes e peixes, Jesus se apresentou multido que fora se encontrar com ele em Cafarnaum como o po vivo que desceu do cu (Jo 6.51). Ele no o po vivo que nasce em Belm, mas o po vivo que desce do cu, onde antes estava. Ele desce do andar de cima para o andar de baixo e tambm para o subsolo, isto , aos espritos em priso (1Pe 3.19). O propsito dessa descida de Jesus do nvel mais alto para o nvel mais baixo nos fazer subir do nvel mais baixo para o nvel mais alto. por isso que Paulo cita o Salmo 68 na Carta aos Efsios: Quando [Jesus] subiu s alturas, levou cativo o cativeiro (Ef 4.8). Foi exatamente o que Deus havia feito com os israelitas no Egito: Desci a fim de livr-los da mo dos egpcios e para faz-los subir a uma terra boa e ampla (x 3.8). Da a declarao de Karl Barth: Sem a descida de Deus no haveria a elevao do ser humano. Devo colocar meu rosto em terra diante daquele que desceu para me fazer subir.

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4 DE JANEIRO

JESUS ERA

MAIS VELHO QUE A PRPRIA MEJOO 8.58

Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abrao existisse, Eu Sou.

Porque no princpio era o Verbo, Jesus era mais velho que JooBatista, mesmo tendo nascido alguns meses depois dele. E era mais velho que a prpria me. Jesus viveu setecentos anos depois do profeta Isaas, e era mais velho que ele. Viveu mil anos depois de Davi, e era mais velho que ele. Viveu 1.500 anos depois de Moiss, e era mais velho que ele. Viveu 2 mil anos depois de Abrao, e era mais velho que ele. Porque sem ele, nada do que foi feito se fez (Jo 1.3), Jesus mais velho que o espao, a luz, a escurido, as guas, a poro seca, os luzeiros, as espcies minerais, vegetais e animais, a espcie angelical e a espcie humana. Jesus anterior ao tempo, ao Jardim do den, ao pecado e queda. Jesus o nico que pode declarar: Eu sou o que [e] o que era (Ap 1.8).Devo colocar meu rosto em terra diante daquele que anterior ao tempo.

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5 DE JANEIRO

JESUS

CONCEBIDO SOBRENATURALMENTE

Eis que a virgem conceber e dar luz um filho, e ele ser chamado pelo nome de Emanuel.MATEUS 1.23

A rigor, o Verbo no se tornou carne ao sair do tero materno. O fatoaconteceu nove meses antes, quando Maria achou-se grvida pelo Esprito Santo (Mt 1.18), depois de ser esclarecida e instruda pelo anjo Gabriel (Lc 1.26-38). A parte sobrenatural do processo da encarnao do Verbo apenas o momento da concepo, sem a participao de Jos ou de outro homem. A partir da concepo, a gravidez e o parto so absolutamente naturais e normais. Maria sentiu dores de parto e a criana nasceu lambuzada com o sangue da placenta e presa ao cordo umbilical. Porque entrou no tempo, ou seja, secularizou-se, Jesus foi imediatamente enfaixado e deitado numa manjedoura (Lc 2.7), circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.21) e apresentado ao Senhor no templo (Lc 2.2224). Conforme os dias iam passando, o menino crescia como todos os demais, em sabedoria, estatura e graa (Lc 2.52). Devo colocar meu rosto em terra diante de Emanuel, o Deus conosco.

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6 DE JANEIRO

JESUS

TANTO FILHO DO HOMEM QUANTO FILHO DE DEUS

H um s Deus e um s Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.1 TIMTEO 2.5

Os Evangelhos dizem que Jesus era Filho de Deus (Jo 20.31) e Filho doHomem (Mt 18.11). No era uma coisa ou outra, mas ambas. Tambm no era uma coisa hoje e outra amanh, mas ambas ao mesmo tempo. Ele no deixou de ser homem quando ressuscitou dos mortos. Depois de romper os grilhes da morte no primeiro dia da semana, Jesus mostrou o sinal dos cravos e do corte feito pela lana do soldado e ainda comeu diante dos discpulos um pedao de peixe assado e um favo de mel (Lc 24.39-43). Por causa da incredulidade, muitos tinham e tm dificuldade de chamar Jesus de Filho de Deus. Por causa da sua autoridade sobre a doena, a morte, o mundo fsico e as potestades do ar, outros tinham e tm dificuldade de chamar Jesus de Filho do Homem. Porm, no possvel separar ou intercalar ambas as naturezas de Jesus: a humana e a divina. Devo colocar meu rosto em terra diante do Deus-Homem.

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7 DE JANEIRO

JESUS

DIVINO E HUMANO

E [Saulo] logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este o Filho de Deus.ATOS 9.20

Enquanto Deus se refere a Jesus como seu prprio Filho, tanto nobatismo (Mt 3.17) como na transfigurao (Mt 17.5), Jesus se apresenta como Filho do Homem: o Filho do Homem o senhor do sbado (Mt 12.8), o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido (Mt 18.11) e o Filho do Homem vai, como est escrito a seu respeito (Mt 26.24). Para mostrar de imediato que Jesus Filho de Deus, o Evangelho Segundo Joo no menciona a histria do nascimento de Jesus. Refere-se apenas ao milagre central do cristianismo: o Verbo se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade (Jo 1.14). Para mostrar de imediato que Jesus Filho do Homem, os Evangelhos segundo Mateus e Lucas contam a histria do nascimento de Jesus em um lugar especfico (Belm) e numa poca especfica (nos dias de Csar Augusto), e traam sua rvore genealgica at chegar a Abrao (em Mateus) ou ao prprio Deus (em Lucas). Devo colocar meu rosto em terra diante do verdadeiro Deus e do verdadeiro homem.

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8 DE JANEIRO

JESUS

NO FINGE QUE

DEUS

NEM QUE HOMEM

Eis que vejo os cus abertos e o Filho do Homem, em p destra de Deus.ATOS 7.56

John Stott faz questo de lembrar que Jesus no Deus disfaradode homem, tampouco homem disfarado de Deus. Ele Deus e homem em qualquer lugar e em qualquer tempo. Como homem, possvel dizer a idade de Jesus quando foi circuncidado (oito dias), quando dialogou com os mestres no templo (doze anos) e quando comeou a pregar (trinta anos). Como Deus, no h lugar para qualquer conjetura a respeito, pois Jesus antes de todas as coisas (Cl 1.17) e est fora do tempo, embora dentro da eternidade (Jo 1.1-3). Como homem, Jesus tem fome (Mt 4.2; 21.18), sede (Jo 4.7; 19.28), sono (Mc 4.38), canseira (Jo 4.6), passa por privaes (Mt 8.20; Lc 8.13), chora (Lc 19.41; Jo 11.35), ora (Mt 14.23, 26.39), paga impostos (Mt 17.24-27) e tentado do mesmo modo que ns (Mt 4.1-11; Hb 4.15). Como Deus, Jesus est acima das leis csmicas, e no debaixo delas, e tem tudo em suas mos (Mt 28.18). Devo colocar meu rosto em terra diante daquele que no finge nem se disfara.

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9 DE JANEIRO

JESUS EST ACIMA DA FSICANa quarta viglia da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar.MATEUS 14.25

Para a razo humana, o caminho para chegar plena convico danatureza divina de Jesus mais longo do que o caminho para chegar plena convico de sua natureza humana. Porm, as duas caminhadas tm a mesma importncia e precisam ser feitas. Por ser Deus, Jesus age com absoluta naturalidade em qualquer situao. Ele acalma as ondas do mar e a fria do vento ao atravessar o lago Tiberades (Mt 8.23-27). Ele caminha de madrugada sobre a superfcie lquida do mesmo lago, desde a costa at sua metade (Mt 14.22-23). Ele corta de tal modo a vitalidade de uma figueira que ela seca por completo e imediatamente (Mt 21.18-22). Sem sair do lugar onde estava, ele transforma seiscentos litros de gua em vinho da melhor qualidade (Jo 2.1-12). Em duas ocasies, ele multiplica uma quantidade mnima de pes e peixes para alimentar uma quantidade enorme de pessoas (Mt 14.13-21; 15.32-39). Devo colocar meu rosto em terra diante daquele que no se limita s leis da fsica.

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10 DE JANEIRO

JESUS TAL QUAL O SER HUMANOMaria, chamada Madalena, e Joana, Suzana e muitas outras lhe prestavam assistncia com os seus bens.LUCAS 8.2-3

Como Filho do Homem, Jesus precisava de todas as coisas que osseres humanos precisam. Jesus precisava de descanso. Depois de percorrer o trajeto de Jerusalm a Sicar, cansado da viagem, assentou-se Jesus junto fonte (Jo 4.6). Jesus precisava de lquidos. Quando a mulher samaritana foi tirar gua do poo de Jac, Jesus disse a ela: D-me de beber (Jo 4.7). Tempos depois, mais ou menos no mesmo horrio (meio-dia), Jesus, na cruz, declarou: Tenho sede (Jo 19.28). Jesus precisava de comida. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, Jesus teve fome (Mt 4.2). Jesus precisava de sono. Depois de discorrer sobre as parbolas do reino, ele no esperou anoitecer para deitar-se no barco e dormir profundamente (Mt 8.24). Jesus precisava de companhia. Na agonia do Getsmani, ele derramou a sua alma perante Pedro, Tiago e Joo, e pediu a presena deles (Mt 26.36-38). Jesus precisava de mantenedores. Mulheres gratas da Galileia lhe prestavam assistncia com os seus bens (Lc 8.1-3). Como bom saber que Jesus entende e se identifica com as minhas necessidades!

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11 DE JANEIRO

JESUS

A IMAGEM VISVEL DOHEBREUS 1.3, NVI

DEUS

INVISVEL

O filho o resplendor da glria de Deus e a expresso exata do seu ser.

Os salmistas diziam que o nosso Deus est nos cus e os deuses deoutras culturas so de prata e de ouro e so feitos por mos humanas (Sl 115.3, 4), capazes de transformar o barro, a madeira, o ferro, o ouro e a prata em imagens de escultura (Is 43.12-15). A questo, porm, que essas imagens tm boca, mas no falam; tm olhos, mas no veem; tm ouvidos, mas no ouvem; tm nariz, mas no cheiram; tm mos, mas no podem pegar; tm ps, mas no andam (Sl 115.57, NTLH). Curvar-se diante desses objetos pendurados nas paredes ou fixados em altares loucura e constitui a quebra ostensiva do mandamento do declogo, que probe o fabrico e a adorao de imagens de escultura (x 20.4-6). Todavia, h uma imagem de Deus que fala, enxerga, se move, estende a mo para abenoar, ama, chora, cura, perdoa, redime, vence a morte, faz promessas e as cumpre. Em seu entusiasmo, Paulo assevera que Jesus essa imagem: ele a imagem do Deus invisvel (Cl 1.15). Diante dessa imagem viva, Tom exclamou: Senhor meu e Deus meu (Jo 20.28). Em Cristo, o meu Deus at ento invisvel torna-se visvel!

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12 DE JANEIRO

JESUS

UMA RIQUEZA INSONDVEL

[O Verbo de Deus] tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores.APOCALIPSE 19.16

Jesus uma riqueza enorme. To grande, to alta, to larga, to profunda e to incrvel, que no fcil enxergar sua beleza total. Paulo menciona a riqueza da sua graa (Ef 1.7; 2.7) e a riqueza da sua glria (Ef 3.16). A salvao nada mais do que o evangelho das insondveis riquezas de Cristo (Ef 3.8). H um vu que oculta a glria de Jesus, aquela que Pedro, Tiago e Joo puderam ver por um momento por ocasio da transfigurao do Senhor (Mt 17.2). Paulo tinha conhecimento dessa dificuldade e recorria orao. Ele mesmo punha-se de joelhos diante do Pai e orava para que os crentes pudessem conhecer o amor de Cristo, que excede todo conhecimento (Ef 3.19). Mesmo com o vu, h uma poro de coisas que ainda apontam para a glria de Jesus: a diviso da histria entre o que acontece antes e depois dele, o primeiro dia da semana (o dia do Senhor), o smbolo religioso mais exposto (a cruz), o credo mais repetido (o Credo dos Apstolos), os feriados mais consagrados (o Natal e a SextaFeira Santa), o versculo bblico mais conhecido (Jo 3.16) e o filme mais traduzido e visto (Jesus, da Cruzada Estudantil para Cristo). Peo a Deus que levante o vu para que eu possa ver a glria de Jesus.

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13 DE JANEIRO

QUE

HOMEM ESTE?LUCAS 7.7, NTLH

D somente uma ordem, e o meu empregado ficar bom.

O barco estava cheio de gua, mas o vento no soprava mais e asondas no se agitavam como antes. Tudo porque Jesus havia dado uma ordem ao vento, tempestade e s ondas do mar. Antes aterrorizados por causa do naufrgio certo e iminente, os discpulos, admirados, perguntaram uns aos outros: Que homem este? Ele manda at no vento e nas ondas, e eles obedecem! (Lc 8.25, NTLH). A admirao porque ele dava ordens em todas as direes, e era sempre atendido. Ele mandava nos elementos da natureza, na enfermidade, na morte, nos demnios em qualquer coisa. Pouco antes de dar ordens tempestade, Jesus havia dado uma ordem ao morto de Naim: Jovem, eu te mando: levanta-te! (Lc 7.14). Pouco depois de dar ordens tempestade, Jesus deu uma ordem a outro morto, desta vez uma adolescente: Menina, levanta-te! (Lc 8.54). Nos mesmos captulos, ele mandou embora a doena do servo do centurio (7.7), a legio de demnios que estava dentro do homem de Gerasa (8.29) e a doena da mulher hemorrgica (8.44). Todos eles prestavam obedincia imediata. Eu, desobediente? No haveria insensatez maior!

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