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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS MESTRADO EM ENGENHARIA BIOMÉDICA DESENVOLVIMENTO DE IMUNOSSENSOR ELETROQUÍMICO EMPREGANDO NANOHÍBRIDO PIRROL NANOTUBOS DE HALOISITA PARA DETECÇÃO DA TROPONINA T CARDÍACA HUMANA VICENTE DE PAULO DOS ANJOS LANDIM Recife, PE. 2014

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troponina dissertação falando sobre troponina para melhor enbasamente referencial teórico

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCINCIAS

    MESTRADO EM ENGENHARIA BIOMDICA

    DESENVOLVIMENTO DE IMUNOSSENSOR ELETROQUMICO

    EMPREGANDO NANOHBRIDO PIRROL NANOTUBOS DE

    HALOISITA PARA DETECO DA TROPONINA T CARDACA

    HUMANA

    VICENTE DE PAULO DOS ANJOS LANDIM

    Recife, PE.

    2014

  • VICENTE DE PAULO DOS ANJOS LANDIM

    DESENVOLVIMENTO DE IMUNOSSENSOR ELETROQUMICO

    EMPREGANDO NANOHBRIDO PIRROL NANOTUBOS DE

    HALOISITA PARA DETECO DA TROPONINA T CARDACA

    HUMANA

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao Stricto sensu de Engenharia Biomdica,

    da Universidade Federal de Pernambuco, como parte

    dos requisitos exigidos para obteno do ttulo de

    Mestre em Engenharia Biomdica.

    Orientadora: Prof a.

    Dra.

    Rosa Amalia Fireman Dutra

    Recife, PE.

    2014

  • Catalogao na fonte

    Bibliotecria Margareth Malta, CRB-4 / 1198

    L257d Landim, Vicente de Paulo dos Anjos. Desenvolvimento de imunossensor eletroqumico empregando nanohbrido

    Pirrol nanotubos de haloisita para deteco da troponina T cardaca humana / Vicente de Paulo dos Anjos Landim. - Recife: O Autor, 2014.

    69 folhas, il., grfs., tabs.

    Orientadora: Profa. Dra. Rosa Amalia Fireman Dutra.

    Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Biomdica, 2014.

    Inclui Referncias e Apndice.

    1. Engenharia Biomdica. 2. Pirrol-2-carboxlico. 3. Nanotubos de

    haloisita. 4. Imunossensor eletroqumico. 5. Troponina T cardaca humana.

    6. Infarto agudo do miocrdio. I. Dutra, Rosa Amalia Fireman.

    (Orientadora). II. Ttulo.

    UFPE

    610.28 CDD (22. ed.) BCTG/2014-161

  • VICENTE DE PAULO DOS ANJOS LANDIM

    DESENVOLVIMENTO DE IMUNOSSENSOR ELETROQUMICO

    EMPREGANDO NANOHBRIDO PIRROL NANOTUBOS DE

    HALOISITA PARA DETECO DA TROPONINA T CARDACA

    HUMANA

    AVALIADORES:

    ____________________________________________

    Profa. Dr

    a. Rosa Amalia Fireman Dutra

    (Depto. Engenharia Biomdica, Universidade Federal de Pernambuco) - Orientadora

    ____________________________________________

    Profa. Dr

    a. Adriana Fontes

    (Depto. Biofsica, Universidade Federal de Pernambuco) 1 Examinadora

    ____________________________________________

    Prof. Dr. Ricardo Yara

    (Depto. Engenharia Biomdica, Universidade Federal de Pernambuco) - 2 Examinador:

    ____________________________________________

    Dra. Alessandra Batista de Mattos,

    (Centro de Tecnologias Estratgicas do Nordeste)- 3 Examinadora

    Recife, PE.

    2014

  • Dedico este trabalho a meu pai Antnio Landim (in

    memrian) e a minha me Suelita que lutaram, sonharam e me

    apoiaram de todas as formas para que eu estivesse alcanando

    cada objetivo. A tia Chiquinha, que dedicou sua vida a cuidar de

    mim, me abraando como filho e acreditando nos meus sonhos.

    Aos meus irmos pelo apoio em todos os momentos. Aos meus

    sobrinhos, por fazerem de mim o tio mais feliz do mundo.

  • AGRADECIMENTOS

    Em especial a Deus por estar me dando a chance de desfrutar de todos os meus

    sonhos, por me iluminar a cada dia para seguir nessa caminhada, por me fortalecer e

    amparar sempre em seus braos de amor.

    professora e orientadora Rosa Fireman Dutra, pela orientao, amizade,

    pacincia nesta fase de aprendizado, dedicao e principalmente pela oportunidade que

    tem me dado de conhecer esse novo mundo chamado nanotecnologia e por ter me

    acolhido to bem em seu laboratrio.

    minha co-orientadora, colega de trabalho e amiga Brbara Virgnia, pela

    dedicao, amizade, pacincia, momentos de descontrao tornando o laboratrio um

    ambiente ainda melhor e acima de tudo por aceitar esse desafio de estar comigo nesse

    projeto. No tenho como agradecer tamanho apoio e dedicao. Muito Obrigado!

    Aos meus pais, Antnio Landim e Suelita Landim, pelo carinho, amor,

    dedicao e por estarem sempre comigo lutando e acreditando nos meus sonhos,

    obrigado pelas oportunidades a mim oferecidas, para minha formao pessoal e

    profissional. De um modo especial quero agradecer a minha me por abrir mo da

    convivncia diria comigo para que eu estivesse hoje aqui realizando um dos meus

    sonhos e aprender que amar tambm abrir mo de quem amamos.

    A minha tia Chiquinha da Glria, por ser sempre uma segunda me, me

    acolhendo, amando e investindo em minha educao. Te amo!

    Aos meus irmos Yskara, Antnio Filho e Luciano pelo amor, suporte, apoio e

    fortaleza.

    Aos meus sobrinhos Antnio Neto, Isabelly e Ana Jlia por me fazerem me

    sentir o tio mais amado e feliz do mundo. Amo vocs!

    Aos familiares de um modo geral, tios, primos, cunhados e av pelos momentos

    bons e ate mesmo por aqueles que na dor me fizeram aprender que nada acontece por

    acaso e que famlia isso.

  • Ao amigo Bruno Nunes, no tenho como esquecer tanto que fizestes por mim, o

    apoio incondicional, a amizade, os ensinamentos nessa nova vida de muitas mudanas e

    principalmente por acreditar que tudo iria dar certo, te amo amigo!

    Aos amigos de Recife, Heberth Macedo, Micaias Jnior, Henrique Costa,

    Rosana Marinho, Eri Dias, Diego Leonardo, Fernanda e Edgard Santos por terem me

    dado todo apoio no s profissional quanto pessoal, pelos momentos de descontrao e

    amizade e por me tornarem no s amigo, mas parte da famlia de vocs. Muito

    Obrigado!

    Aos amigos do Cear, representados por Vivi, Tatiana, Mariana e Tbada pelo

    apoio desde os tempos da graduao e por continuarem comigo nessa jornada.

    Aos amigos Rogrio, Carol Dias, Tatianny Freitas, Erika Lima, Alessandra

    Mattos, Igor Teixeira e Luciana Melo, pela amizade, momentos de descontrao,

    apoio e pela contribuio para a realizao deste trabalho.

    senhora Maria Helena por ter cedido carinhosamente o perclorato de ltio

    utilizado nos experimentos, muito obrigado!

    Aos amigos do LAPED, com os quais foram divididos os ltimos anos de

    aprendizado, pela contribuio no decorrer desta trajetria e pelos muitos momentos de

    descontrao tornando o laboratrio um ambiente mais prazeroso.

    Aos professores e funcionrios do Programa de Ps-Graduao em

    Engenharia Biomdica que contriburam para a formao do meu carter e conduta

    cientfica.

    Aos colegas de turma Natlia Onofre, Cayo Leal e Rodrigo Gomes, por termos

    alcanado o que desejamos e conseguido vencer cada obstculo.

    Fundao de Amparo a Cincia e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) pelo

    apoio financeiro.

    Muito Obrigado!

  • No fundo, apenas os pensamentos prprios so verdadeiros e tm vida, pois somente

    eles so entendidos de modo autntico e completo. Pensamentos alheios, lidos, so

    como sobras da refeio de outra pessoa, ou como as roupas deixadas por um hspede

    na casa.

    Schopenhauer

  • RESUMO

    Diversos imunoensaios vem sendo empregados na rotina laboratorial para dosagem das

    troponinas cardacas, devido a sua alta sensibilidade e especificidade no diagnstico do

    infarto agudo do miocrdio. Entretanto, estes mtodos apresentam significativas

    limitaes para diagnstico beira do leito de pacientes infartados de modo prtico,

    rpido e seguro. Dessa forma, os imunossensores eletroqumicos surgem como uma

    importante ferramenta analtica. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um

    imunossensor eletroqumico baseado em um filme nanoestruturado de pirrol-2-

    carboxlico e nanotubos de haloisita para deteco de nveis clnicos da troponina T

    cardaca humana. O eletrodo de carbono vtreo foi submetido eletropolimerizao do

    pirrol-2-carboxlico (0,01 M). Os grupos carboxlicos derivados do filme de pirrol na

    superfcie sensora foram ativados e em seguida incubados com uma soluo de

    nanotubos de haloisita funcionalizados com grupos amina (5 mg/mL). Para

    imobilizao dos anticorpos anti-troponina T, o eletrodo de carbono foi previamente

    incubado com uma soluo de glutaraldedo (5%). Os stios ativos remanescentes do

    eletrodo foram bloqueados com uma soluo de glicina. A caracterizao do

    imunossensor foi realizada usando as tcnicas de voltametria cclica e de pulso

    diferencial. A eletrossntese do pirrol-2-carboxlico foi otimizada utilizando o perclorato

    de ltio como contra-on na eletrossntese do polmero, sob a velocidade de

    polimerizao de 20 mV/s. O filme nanoestruturado de pirrol-2-carboxlico (0,01 M) e

    nanotubos de haloisita (5 mg/mL) apresentou uma estabilidade cinco vezes maior

    quando comparado ao estudo controle (sem pirrol-2-carboxlico). Ensaios para

    padronizao da concentrao do anticorpo anti-troponina T imobilizado e tempo de

    interao antgeno-anticorpo foram realizados e otimizados na concentrao de 5 g/mL

    e 60 min, respectivamente. Uma curva de calibrao foi obtida para as diferentes

    concentraes de cTnT utilizando a tcnica de voltametria de onda quadrada. O

    imunossensor proposto apresentou uma boa linearidade com r=0,996 (p

  • ABSTRACT

    Several immunoassays have been employed in laboratorial routine for measurement of

    the cardiac troponins due to their high sensitivity and specificity in the diagnosis of

    acute myocardial infarction. However, these methods have significant limitations for

    diagnosis at bedside of infarcted patients of a practical, rapid and secure way. Thus,

    electrochemical immunosensors emerge as an important analytical tool. The aim of this

    work was to develop an electrochemical immunosensor based on a nanostructured film

    of pyrrole-2-carboxylic acid and halloysite nanotubes for detection of clinical levels of

    human cardiac troponin T. Glassy carbon electrode was submitted to

    electropolymerization of pyrrole-2-carboxilic acid (0.01M). The carboxylic groups

    derivate of the pyrrole film on the sensor surface were activated and then incubated with

    a solution of halloysite nanotubes functionalized with amine groups (5 mg/mL). To

    immobilization of anti-troponin T antibodies, the carbon electrode was previously

    incubated with a solution of glutaraldehyde (5%). The remaining active sites of the

    electrode were blocked with a solution of glycine. The characterization of the

    immunosensor was performed using the cyclic voltammetry and differential pulse

    techniques. The electrosynthesis of pyrrole-2-carboxilic acid was optimized using

    lithium perchlorate as counter-ion in the electrosynthesis of the polymer, at scan rate of

    20 mV/s. The nanostructured film of pyrrole-2-carboxilic acid (0.01 M) and halloysite

    nanotubes (5 mg/mL) showed a five-fold greater stability when compared to control

    study (without pyrrole-2-carboxylic acid). Assays for standardization of concentration

    of immobilized anti-troponin T antibody and antigen-antibody interaction time were

    carried out and optimized at the concentration of 5 g/mL and 60 min, respectively. A

    calibration curve was obtained to different concentrations of cTnT using square wave

    voltammetry technique. The proposed immunosensor showed a good linearity with

    r=0,996 (p

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Esquema do processo fisiolgico, que levam ao IAM, nas artrias coronarianas. .................... 16

    Figura 2 Complexo troponina composto pelas subunidades T, C e I. ..................................................... 20

    Figura 3 Representao esquemtica de um biossensor. ......................................................................... 22

    Figura 4 Sistema eletroqumico constitudo por trs eletrodos: um eletrodo de trabalho, um eletrodo de referncia (Ag/AgCl) e um eletrodo auxiliar (fio de platina). ........................................................... 25

    Figura 5 Representao grfica da tcnica de VC: (a) variao linear do potencial vs. tempo e (b) voltamograma cclico. ....................................................................................................................... 27

    Figura 6 Estrutura qumica do (a) monmero de Pi-2-COOH, (b) dmero e (c) oligmeros com 16 anis conjugados aps a eletropolimerizao do Pi-2-COOH.................................................................... 30

    Figura 7 Representaes esquemticas da (A) estrutura cristalina da haloisita (10 ) e da (B) estrutura de um NTH. ...................................................................................................................................... 31

    Figura 8 Potenciostato modelo Ivium Compact Stat acoplado ao microcomputador. ............................. 35

    Figura 9 Etapas de construo do imunossensor. .................................................................................... 37

    Figura 10 Influncia dos contra-ons empregados no processo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH: (a) ECV limpo, (b) ECV eletropolimerizado em H2SO4 (0,5 M), (c) ECV eletropolimerizado em

    KCl (0,1 M) e (d) ECV eletropolimerizado em LiClO4 (0,1 M). VCs obtidos em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado em KCl (0,1 M) a velocidade de varredura de 100 mV/s. ....... 41

    Figura 11 Influncia da taxa de velocidade de varredura no processo de eletropolimerizao e construo do filme de Pi-2-COOH: (a) ECV limpo, (b) ECV eletropolimerizado a 10 mV/s, (c)

    ECV eletropolimerizado a 20 mV/s, (d) ECV eletropolimerizado a 40 mV/s, (e) ECV

    eletropolimerizado a 80 mV/s e (f) ECV eletropolimerizado a 100 mV/s. Inset: Relao entre os

    valores de Ep e velocidade de varredura de eletropolimerizao. VCs realizados em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado em KCl (0,1 M), sob velocidade de varredura de 100 mV/s. ... 42

    Figura 12 Perfil eletroqumico do processo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH (0,01 M) durante 20 ciclos voltamtricos em soluo de 0,1 M de LiClO4 preparada em ACN, sob velocidade de

    varredura de 20 mV/s. ....................................................................................................................... 43

    Figura 13 VCs do ECVs modificado com diferentes concentraes de Pi-2-COOH: (a) ECV limpo, (b) ECV/Pi-2-COOH 0,001 M, (c) ECV/Pi-2-COOH 0,01 M, (d) ECV/Pi-2-COOH 0,02 M e (e)

    ECV/Pi-2-COOH 0,03 M. VCs realizados em soluo de K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M)

    preparada em KCl (0,1 M), sob velocidade de varredura de 100 mV/s. ........................................... 44

    Figura 14 VCs da influncia do filme de NTHs-NH2 em clorofrmio sobre o perfil eletroqumico do ECV: (a) ECV limpo, (b) ECV modificado com clorofrmio e (c) ECV modificado um filme de

    NTH-NH2 (5 mg/mL) preparado em clorofrmio. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M de

    K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl. ........................................................................ 45

    Figura 15 Influncia das diferentes concentraes de NTHs-NH2 sobre ECV previamente eletropolimerizado com o Pi-2-COOH: (a) 1 mg/mL, (b) 2,5 mg/mL; (c) 5 mg/mL, (d) 7,5 mg/mL e

    (e) 10 mg/mL. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em

    0,1 M de KCl. ................................................................................................................................... 46

    Figura 16 Estabilidade eletroqumica do ECV modificado com (a) NTHs-NH2 e (b) Pi-2-COOH/NTHs-NH2 quando submetidos a 20 sucessivos ciclos voltamtricos. Medidas realizadas em soluo de

    0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl...................................................... 47

    Figura 17 VCs do ECV/Pi-2-COOH/HNT-NH2 sob diferentes velocidades de varredura (a h: 10, 25, 50, 75, 100, 125, 150, 175, 200, 225, 250, 275 e 300 mV/s). VCs realizados em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado em KCl (0,1 M). ...................................................................... 49

    Figura 18 (I) VCs e (II) VPD das etapas de construo da plataforma sensora: (a) ECV limpo, (b) ECV/Pi-2-COOH; (c) ECV/Pi-2-COOH/NTH-NH2; (d) ECV/Pi-2-COOH/NTH-NH2/GLUT; (e)

    ECV/Pi-2-COOH/NTH-NH2/GLUT/anti-cTnT e (f) ECV/Pi-2-COOH/NTH-NH2/GLUT/Anti-

  • cTnT/Glicina. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em

    0,1 M de KCl. ................................................................................................................................... 50

    Figura 19 Influncia das diferentes concentraes de anti-cTnT imobilizado sobre o ECV/Pi-2-COOH/NTHs-NH2/GLUT. Medidas obtidas atravs de anlises por VC em soluo de 0,005 M de

    K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl. ........................................................................ 51

    Figura 20 Influncia do tempo de imunorreao para cTnT (0,05 ng/mL) em relao ao ECV/Pi-2-COOH/NTHs-NH2/GLUT/Anti-cTnT/Glicina. Medidas obtidas atravs de anlises por VC em

    soluo de 0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl. ................................... 52

    Figura 21 Curva de calibrao do imunossensor, obtida atravs da variao das concentraes de cTnT. Varreduras realizadas em soluo de 0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de

    KCl. ................................................................................................................................................... 53

  • LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS

    ACN

    CK

    -

    -

    Acetonitrila

    Chreatine kinase- Creatinoquinase

    CK-MB - Chreatine kinase-myocardial band Isoforma crdica da

    creatinoquinase

    cTnI - Troponina I cardaca humana

    cTnT - Troponina T cardaca humana

    E - Potencial

    ECV - Eletrodo de carbono vtreo

    EDC - N-etil-N-(3-dimetilaminopropil) carbodiimida

    EGC - Eletrocardiograma

    EUA - Estados Unidos da Amrica

    HRP - Enzima peroxidase

    I - Corrente

    IAM - Infarto Agudo do Miocrdio

    IL - Lquidos inicos

    Ipa - Corrente de pico andico

    Ipc - Corrente de pico catdico

    IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry- Unio

    Internacional de Qumica Pura e Aplicada

    NTHs - Nanotubos de Haloisita

    NHS - N-hidroxi succinimida

    NTC - Nanotubos de Carbono

    OMS - Organizao Mundial de Sade

    PBS - Tampo fosfato salino

    VC - Voltametria Cclica

    VPD - Voltametria de Pulso Diferencial

    v1/2

    - Raiz quadrada da velocidade de varredura

    vs. - Versus

    I - Variaes de corrente de pico

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ........................................................................................................ 14

    2. REVISO DA LITERATURA ............................................................................... 16

    2.1 INFARTO AGUDO DO MIOCRDIO (IAM) ............................................................... 16

    2.1.1 Marcadores cardacos ................................................................................... 17

    2.1.2 Troponinas ..................................................................................................... 19

    2.2 BIOSSENSORES ....................................................................................................... 21

    2.2.1 Imunossensores .............................................................................................. 23

    2.3 TRANSDUTORES ..................................................................................................... 24

    2.3.1 Transdutores Eletroqumicos ........................................................................ 24

    2.3.2 Tcnicas Eletroqumicas................................................................................ 26

    2.3.3 Voltametria Cclica ....................................................................................... 26

    2.4 MODIFICAO ELETRDICA .................................................................................. 27

    2.4.1 Polmeros ....................................................................................................... 28

    2.4.1 Polipirrol ....................................................................................................... 29

    2.4.2 Nanotubos de Haloisita ................................................................................. 30

    3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 33

    3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 33

    3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ......................................................................................... 33

    4. MATERIAIS E MTODOS .................................................................................... 34

    4.1 REAGENTES ........................................................................................................... 34

    4.2 EQUIPAMENTOS ..................................................................................................... 34

    4.3 PREPARAO DO ELETRODO DE TRABALHO ........................................................... 35

    4.4 ELETROPOLIMERIZAO DO PI-2-COOH .............................................................. 35

    4.5 CONSTRUO DO FILME NANOHBRIDO DE PI-2-COOH/ NTHS-NH2 .................... 36

    4.6 IMOBILIZAO DOS ANTICORPOS ANTI-CTNT ........................................................ 36

    4.7 IMUNOENSAIO ELETROQUMICO ............................................................................. 37

    4.8 OTIMIZAO DOS PARMETROS EXPERIMENTAIS ................................................... 38

    4.8.1 Influncia da velocidade de varredura na eletropolimerizao do Pi-2-

    COOH ..................................................................................................................... 38

    4.8.2 Estudo de estabilidade do filme de Pi-2-COOH/NTH .................................. 38

    4.8.3 Influncia da velocidade de varredura .......................................................... 38

    4.8.4 Influncia da concentrao de anticorpo e tempo de imunorreao ............ 39

    4.8.5 Curva de calibrao ...................................................................................... 39

    5. RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................. 40

    5.1 CARACTERIZAO DA ELETROPOLIMERIZAO DO PI-2-COOH ........................... 40

    5.2 CONSTRUO DO FILME NANOHBRIDO DE PI-2-COOH/NTH-NH2 ....................... 44

    5.3 CARACTERIZAO ELETROQUMICA DO IMUNOSSENSOR ....................................... 49

    5.4 OTIMIZAO DAS CONDIES EXPERIMENTAIS ...................................................... 51

    5.5 CURVA DE CALIBRAO PARA CTNT ..................................................................... 52

    6. CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 54

  • 7. REFERNCIAS ...................................................................................................... 55

  • 14

    1. INTRODUO

    A nanotecnologia um campo da cincia em rpida progresso, com grande

    impacto nas reas de materiais, eletrnica e medicina (ZHANG et al., 2009).

    Particularmente, a utilizao de nanomateriais, obtidos em escala de 1100 nm, tem

    despertado grande interesse nos ltimos anos no desenvolvimento de nanossensores e

    imunossensores (JIANRONG et al., 2004). Esses nanomateriais permitem o aumento da

    rea reativa e da transferncia de eltrons na interface sensora, contribuindo,

    consequentemente, para uma maior estabilidade do elemento biolgico e quantidade de

    molculas imobilizadas (JUBETE et al., 2009; LUO, MORRIN & KILLARD, 2006).

    Diversos tipos de nanomateriais tm sido utilizados para o aperfeioamento dos

    imunossensores, incluindo nanotubos de carbono, nanopartculas metlicas e

    polimricas (LEE et al., 2007; LIU & LIN, 2007). Neste trabalho, nanomateriais

    derivados de minerais, tais como nanotubos de haloisita, foram empregados para

    construo da plataforma sensora, a haloisita um argilo mineral semicondutor que tem

    sido amplamente utilizado em biossensores, podem ser facilmente funcionalizados com

    grupos carboxlicos, aumentam a resposta cataltica (PRICE & GABER; PRICE et al.,

    2001).

    Um dos grandes desafios na construo dos imunossensores consiste na fixao

    dos nanomateriais na interface sensora. Assim, filmes polimricos funcionalizados tm

    sido uma alternativa para construo de plataformas mais estveis e reprodutveis, o que

    ainda tem sido um fator limitante no desenvolvimento de imunossensores. Devido

    fcil sntese de preparao e reatividade redox, o polmero polipirrol tem recebido

    grande ateno, principalmente quando funcionalizado, permitindo a utilizao de

    grupos reativos estratgicos na modificao da interface sensora (GRIESHABER, 2008;

    AHUJA et al., 2007). Em meio aos derivados do pirrol funcionalizado, o pirrol-2-cido

    carboxlico vem se destacando como material eletroativo para utilizao em

    imunossensores.

    O desenvolvimento de imunossensores para o diagnstico de doenas

    cardiovasculares, tais como o infarto agudo do miocrdio (IAM), tem despertado o

    interesse de pesquisadores. Dados da Organizao Mundial de Sade (OMS) indicam

    que at 2020 o IAM pode se tornar a principal causa de morte nos pases em

    desenvolvimento (OMS, 2013). O diagnstico rpido e prtico do infarto considerado

  • 15

    um fator fundamental para a reduo da mortalidade e das possveis sequelas para o

    paciente (MANSUR et al., 2006). A demora na sua confirmao pode aumentar os

    riscos de complicaes associadas condio e o atraso para descartar o infarto pode

    contribuir para superlotao das emergncias hospitalares, resultando em maiores custos

    para os sistemas de sade (MENDIS et al., 2011). Dentre os marcadores cardacos para

    identificao do IAM, as troponinas cardacas so consideradas padro-ouro na

    prtica clnica, devido a sua alta sensibilidade e cardioespecificidade (ACHAR,

    KUNDU & NORCROSS, 2005).

    Neste trabalho, um imunossensor empregando filme nanohbrido de pirrol-2-

    carboxlico (Pi-2-COOH) e nanotubos de haloisita funcionalizados com grupamentos

    amina (HNTs-NH2) foi desenvolvido para deteco eletroqumica da troponina T

    cardaca humana, visando contribuir no diagnstico do IAM.

  • 16

    2. REVISO DA LITERATURA

    2.1 Infarto Agudo do Miocrdio (IAM)

    Sndrome coronariana aguda (SCA) o termo designado a um amplo espectro de

    manifestaes clnicas causadas pela isquemia do msculo cardaco (BERTON &

    PALATINI, 2003). Entre as diversas manifestaes clnicas que compreendem estas

    sndromes, o IAM tem se destacado como principal causa de hospitalizao e

    atendimento em emergncias cardiolgicas (ALPERT et al., 2000).

    O IAM tambm pode ser provocado por uma ruptura sbita de uma placa

    aterosclertica ou pela formao de um trombo arterial (Figura 1) (DAVIES, 2000). O

    IAM ocorre focalmente em regies inespecficas do corao, porm existe uma maior

    incidncia no ventrculo esquerdo e no septo interventricular (LOPES, 2006). Tambm

    ocorre quando h morte do msculo cardaco, resultante da oferta inadequada de

    oxignio para o corao. Geralmente isso decorre da interrupo abrupta do fluxo

    sanguneo nas artrias coronrias, que so vasos sanguneos que transportam sangue

    para o msculo cardaco (BASSAN et al., 2002).

    Figura 1 Esquema do processo fisiolgico, que levam ao IAM, nas artrias coronarianas.

    (Fonte: THYGESEN, 2012)

  • 17

    O sintoma mais importante e tpico do IAM a dor precordial ou desconforto

    intenso retroesternal que muitas vezes referida como aperto, opresso, peso ou

    queimao, podendo irradiar-se para pescoo, mandbula, membros superiores e dorso.

    Frequentemente, esse sintoma vem acompanhado por nusea, vmito, sudorese, palidez

    e sensao de morte iminente (PESARO, SERRANO JR. & NICOLAU, 2004).

    O IAM tem seu desenvolvimento acelerado pelos chamados fatores de risco

    cardiovasculares. Entre eles, os mais importantes so a idade (homens a partir dos 55

    anos, mulheres aps os 60 anos), diabetes, tabagismo, hipertenso arterial, altos nveis

    sanguneos de colesterol, histrico familiar, obesidade e sedentarismo (ANTMAN et al.,

    2008).

    O eletrocardiograma (ECG) um mtodo diagnstico bastante utilizado na

    avaliao inicial de paciente com IAM. Uma anlise criteriosa do segmento ST e da

    onda T, no traado eletrocardiogrfico, representa um caminho para a tomada de

    deciso sobre como conduzir o raciocnio clnico. Adicionalmente o ECG, tambm

    prove informaes relevantes para a melhor opo teraputica e a estratificao

    prognstica do paciente (HOLMVANG & LUSCHER, 1998).

    Para o diagnstico do IAM, os pacientes precisam apresentar pelo menos duas

    das trs condies estabelecidas pela OMS: dor precordial forte, alteraes no registro

    eletrocardiogrfico e elevao dos marcadores cardacos (YANG & ZHOU, 2006).

    Embora a investigao do ECG tem sido mais usual para diagnstico do IAM,

    crescente o percentual de pacientes infartados que no apresentam alteraes no traado

    eletrocardiogrfico (SUPRUN et al., 2010; MENDIS et al., 2011). Tcnicas de imagem,

    como a angiotomografia computadorizada, tambm vem sendo utilizadas para

    diagnstico do IAM, porm encontram-se disponveis apenas em poucos os rgos

    pblicos devido ao seu alto custo, dificultando, assim, o acesso da populao.

    Atualmente, marcadores cardacos so considerados importantes indicadores do IAM,

    pois possuem especificidade e sensibilidade para deteco de leses no miocrdio

    (THYGESEN, 2012).

    2.1.1 Marcadores cardacos

    Marcadores cardacos so descritos como elementos proteicos da estrutura

    celular que so detectados na circulao sangunea quando ocorrem leses no miocrdio

    (ALPERT et al., 2000; APPLE & MURAKAMI, 2005). Quando combinados a outros

  • 18

    mtodos diagnsticos, como o ECG, os marcadores cardacos podem resultar na efetiva

    determinao e triagem de pacientes infartados (ALPERT et al., 2000).

    A concentrao plasmtica do marcador biolgico de injria cardaca pode variar

    dependendo da cintica de sua liberao, tempo transcorrido desde o incio do processo

    isqumico e do mtodo analtico utilizado para sua deteco (RAMASAMY, 2011).

    Esses fatores justificam, assim, a medio seriada do marcador de necrose miocrdica

    que pode variar de uma dosagem para outra, sendo negativo na primeira e,

    posteriormente, ter um resultado positivo (SANTALO,GUINDO & ORDONEZ, 2003).

    Os marcadores cardacos mais utilizados na clnica mdica incluem a

    mioglobina, a frao miocrdica da isoenzima creatinoquinase (chreatine kinase

    mioglobin- CK-MB) e as troponinas cardacas, com cardioespecificidade varivel entre

    elas (ACHAR, KUNDU & NORCROS, 2005). Contudo, o uso de alguns desses

    biomarcadores cardacos tem sido discutido, j que podem ser encontrados em outros

    tecidos e estarem elevados em respostas a determinadas doenas ou condies,

    consequentemente comprometendo a sua especificidade para o diagnstico do IAM

    (GODOY et al., 2007).

    A determinao da mioglobina no soro possui um elevado valor preditivo

    negativo sendo til para descartar o diagnstico do IAM, devido seu baixo peso

    molecular e distribuio citoplasmtica. A mioglobina liberada para a circulao

    rapidamente aps leso isqumica da fibra miocrdica. Concentraes elevadas so

    observadas 1 a 2 horas aps o incio da dor precordial, atingindo o pico em 12 horas e,

    em geral, normalizando em 24 horas (ALPERT et al., 2000; MORROW et al., 2007).

    A isoenzima CK-MB possui elevadas sensibilidade e especificidade para o

    diagnstico de leso do msculo cardaco (ALPERT et al., 2000). Em geral, na rotina

    clnica so realizadas trs dosagens seriadas da CK-MB num perodo de 9 a 12 horas

    aps admisso do paciente infartado. Se as trs dosagens estiverem dentro dos

    intervalos de referncia, o diagnstico de IAM pode ser excludo. Preferencialmente,

    deve-se realizar a dosagem da massa de protena correspondente isoenzima (CK-MB

    massa) e no da atividade enzimtica. A concentrao da CK-MB se eleva de 3 a 8

    horas aps o processo lesivo, atinge um pico em 24 horas e normaliza em 72 a 96 horas

    (KARRAS & KANE, 2001). O intervalo de referncia para confirmao do infarto

    atravs da dosagem da CK-MB de at 5,0 ng mL-1

    (ANTMAN et al., 2008).

    Com a redefinio de IAM proposta por um comit formado em 2000 pela

    European Society of Cardiology e pelo American College of Cardiology, as troponinas

  • 19

    cardacas T (cTnT) e I (cTnI), tem sido recomendadas como marcadores padro ouro

    para o diagnstico de IAM (ALPERT et al., 2000).

    As troponinas cardacas permitem cobrir uma parte importante das necessidades

    clnicas para avaliao diagnstica e estratificao do risco de IAM em relao aos

    demais marcadores cardacos. Visto que, na ausncia de necrose miocrdica aguda ou

    subaguda, as concentraes das troponinas cardacas no plasma so indetectveis.

    Consequentemente, sua medida absolutamente cardio-especfica, permitindo

    reconhecer a necrose miocrdica de tamanho reduzido e a existncia de IAM at mesmo

    em pacientes com angina instvel, que no seriam reconhecidos utilizando-se outros

    marcadores (PLEBANI & ZANINOTTO, 1999; HERKNER et al., 2001).

    2.1.2 Troponinas

    As troponinas so um complexo de protenas regulatrias que agem no processo

    de contrao muscular por meio da interao clcio-dependente da miosina com a

    actina. So constitudas de trs diferentes subunidades protecas (troponina C, T e I)

    existentes no msculo esqueltico e cardaco, sendo codificadas por diferentes genes

    (Figura 2). A troponina C (TnC) co-expressa nas fibras musculares esquelticas de

    contrao lenta e no considerada como um marcador especfico cardaco (NICOLAU

    et al., 2007).

    As cTnT e cTnI apresentam sequncias de aminocidos individuais e especficos

    ao tecido cardaco (COLLINSON & GAZE, 2005), permitindo a confeco de ensaios

    imunolgicos por meio de anticorpos monoclonais para deteco de necrose do msculo

    cardaco com alta especificidade (ALPERT et al., 2000; ACHAR, KUNDU &

    NORCROSS, 2005; CAMERON et al., 2007).

  • 20

    Figura 2 Complexo troponina composto pelas subunidades T, C e I.

    (Fonte: http://www.icb.ufmg.br/labs/lbcd/prodabi4/grupos/grupo1/outras.htm)

    Estruturalmente, as troponinas cardacas encontram-se vinculadas ao aparato

    contrtil miofibrilar, entretanto, aproximadamente 7% da cTnT e 3 a 5% da cTnI esto

    livres no citoplasma (WU & FENG, 1998). Aps o dano e rompimento da membrana

    celular dos cardiomicitos em eventos de necrose, h um aumento bifsico das

    concentraes de troponinas no soro que correspondem liberao inicial das protenas

    livres no citoplasma, seguido da gradual disperso das troponinas ligadas ao complexo

    miofribilar. Assim, de acordo com a cintica de liberao, os nveis sricos das cTnT e

    cTnI podem ser mensurados aps 2 a 4 horas do incio dos sintomas clnicos do infarto e

    manter-se elevados por cerca de 4 a 7 dias para a cTnI, e 10 a 14 dias para a cTnT

    (JAFFE, BABUIN & APPLE, 2006; MORROW et al., 2007).

    Alguns autores atribuem cTnI e cTnT a mesma especificidade e importncia na

    avaliao dos danos cardacos (PENTTIL et al., 1999; PLEBANI & ZANINOTTO,

    1999). Entretanto, para avaliar a extenso da leso e tamanho do infarto, os valores de

    cTnT, quando quantificados entre 72 e 92 horas aps o evento isqumico, fornecem

    informaes mais fidedignas do que a cTnI (LICKA et al., 2002; STEEN et al., 2006).

    A cTnT uma protena de baixo peso molecular, aproximadamente 36 kDa, e

    produzida pelo gene TNNT2 (26875 bp). A sequncia produzida por esse gene

    compreende 288 aminocidos contendo regies ricas em resduos de cido glutmico e

    lisina (LWBER, 2007).

    Diversos imunoensaios tm sido atualmente disponibilizados no mercado para

    dosagem da cTnT, utilizando anticorpos monoclonais dirigidos contra stios antignicos

    especficos. Imunoensaios enzimticos (ELISA, do ingls, Enzyme-Linked

    Immunosorbent Assay), tipo "sanduche", foram inicialmente descritos por KATUS e

  • 21

    colaboradores (1989) para deteco da cTnT, o Cardiac T Enzymun- Test (Boehringer

    Mannheim GmbH, Alemanha). Anticorpos monoclonais anti-cTnT conjugados enzima

    peroxidase so utilizados nestes ensaios para deteco quantitativa da interao

    antgeno-anticorpo. Outros imunoensaios empregam reaes de

    eletroquimioluminescncia (ECLIA, do ingls, Electrochemiluminescence Immunossay)

    para dosagem da cTnT, como o teste Elecsys Troponin T STAT (Roche Diagnostics

    Mannheim, Alemanha). O princpio da tcnica consiste na determinao de

    imunocomplexos, atravs da luminescncia produzida por anticorpos monoclonais anti-

    cTnT conjugados ao rutnio, composto fotomultiplicador, quando aplicada uma

    determinada voltagem (TATE & PANTEGHINI, 2008). Estes mtodos convencionais

    para diagnstico da cTnT envolvem procedimentos complicados, diversas etapas

    bioqumicas e equipamentos relativamente caros (GILL, BEAVEN & COOK, 2006).

    Sistemas mais prticos e portteis, baseados no princpio dos testes

    imunocromatogrficos, para determinao da cTnT tem sido aplicados na prtica

    clnica, tais como o Cardiac Reader (Roche Diagnostics Mannheim, Alemanha). Este

    mtodo baseia-se na interao da cTnT circulante na amostra do paciente com

    anticorpos anti-cTnT conjugados a partculas de ouro coloidal em uma membrana de

    nitrocelulose (CHRISTENSON & AZZAZY, 2009). Entretanto, os ensaios

    imunocromatogrficos apresentam apenas informaes qualitativas, impossibilitando

    inferir sobre o dano e a extenso da leso cardaca. Portanto, faz-se necessrio o

    incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias mais praticas e rpidas para o

    diagnstico do IAM, com o objetivo de diminuir o tempo de execuo e os custos do

    ensaio, sem perda da especificidade e sensibilidade dos mtodos convencionais.

    Diferentes molculas biolgicas podem ser empregadas como elementos de

    biorreconhecimento em biossensor, tais como enzimas, receptores celulares, cidos

    nuclicos e micro-organismos para reconhecer diferentes analitos em suas respectivas

    amostras (GRIESHABER et al., 2008).

    2.2 Biossensores

    Biossensores, por definio, so dispositivos que tm a propriedade de detectar

    uma espcie qumica ou biolgica (analito), qualitativamente ou quantitativamente

    (ROSATTO et al., 2001), sendo composto por um elemento biolgico e um transdutor

  • 22

    (Figura 3). O elemento biolgico tem a propriedade de reconhecer seletivamente e

    interagir com o analito. A resposta bioqumica desta interao, ento, convertida pelo

    transdutor num sinal eltrico passvel de ser quantificado (LOUZADA, LUCCAS &

    MAGALHES, 2004; FERREIRA & YAMANAKA, 2006).

    Figura 3 Representao esquemtica de um biossensor.

    CLARK & LYONS (1962) demonstraram o primeiro biossensor desenvolvido

    para determinao da glicose. A tecnologia desse trabalho foi transferida e

    industrializada pela Yelow Spring Instrument Company levando ao lanamento

    comercial do primeiro biossensor de glicose em 1975. A partir da, diversas formas de

    biossensores para glicose foram desenvolvidas (RICCI & PALLESCHI, 2005), assim

    como muitas outras tecnologias de dispositivos (ARYA, DATTA & MALHOTRA,

    2008).

    Os biossensores continuam se destacando como uma rea atrativa e bastante

    promissora no mercado. Investimentos de aproximadamente 13 bilhes de dlares

    foram contabilizados em 2009, e at 2016 os investimentos esto projetados para

    ultrapassarem os 14 bilhes de dlares (TANG, 2010; THUSU, 2010). Na rea

    acadmica, em 2009, as publicaes envolvendo biossensores ultrapassaram os 6.000

    artigos. As previses at 2016 sugerem que esta tendncia de crescimento ir continuar

    com destaque para os biossensores do tipo pronto-atendimento (point-of-care) (THUSU,

    2010). A tecnologia dos biossensores vem sendo desenvolvida para deteco de

    importantes biomolculas com o objetivo de transmitir informaes rpidas e precisas

    sobre amostras de interesse no campo da medicina, agricultura, segurana alimentar,

    bioprocessamento, monitoramento industrial e ambiental. A classificao dos

  • 23

    biossensores pode variar de acordo com o elemento biolgico de reconhecimento e o

    tipo de transdutor empregado (LUONG, MALE & GLENNON, 2008). De acordo com

    o princpio de energia envolvida na transduo, os transdutores podem ser classificados

    em: eletroqumicos (amperomtricos, condutimtricos, potenciomtricos e

    impedimtricos) (WU, YAN & JU, 2007), eletromagnticos (acsticos ou piezoeltricos

    - microbalana de cristal de quartzo, QCM, do ingls Quartz Crystal Microbalance)

    (PAVEY, HUNTER & PAUL, 2003), pticos (por fluorescncia ou luminescncia

    ressonncia de plsmon de superfcie, SPR, do ingls Surface Plasmon Resonance)

    (TANG et. al., 2006) e os calorimtricos (CHAUBEY & MALHOTRA, 2002) (Figura

    3). O transdutor a ser utilizado juntamente com o material biolgico, deve detectar

    apenas um reagente ou produto especfico, no respondendo a outras substncias

    presentes na amostra a ser analisada. A escolha de um determinado transdutor no

    depende apenas do tipo elemento de reconhecimento selecionado, j que este determina

    quais variaes das propriedades fsico- qumicas ocorreriam em funo da interao,

    mas depende tambm de outros fatores como tempo de resposta, seletividade e

    sensibilidade (RICCARDI, COSTA & YAMANAKA, 2002).

    2.2.1 Imunossensores

    Os biossensores so denominados imunossensores quando anticorpos ou antgenos

    so utilizados como elementos de bioreconhecimento para seus analitos especficos

    (CONROY et al., 2009). Os imunossensores podem monitorar as reaes imunolgicas

    na superfcie sensora com alta confiabilidade devido especificidade e seletividade da

    interao anticorpo-antgeno, sendo uma importante ferramenta analtica (CHEN et al.,

    2009).

    De acordo com o envolvimento de marcadores conjugados aos imunorreagentes,

    os imunossensores podem ser classificados como marcados e no-marcados (label-free).

    A maioria dos imunossensores marcados, descritos na literatura, exploram o princpio

    dos imunoensaios tipo competitivo e sanduche utilizando enzimas, fluorforos e

    nanopartculas metlicas e magnticas como marcadores. Apesar de seletivos, os

    imunossensores marcados implicam em elevados custos operacionais, incluindo

    aumento das etapas de processamento da amostra. J nos ensaios no marcados, a

    resposta do imunossensor obtida diretamente aps o evento de biorreconhecimento

    (RAPP, GRUHL & LNGE, 2010; QIU et al., 2009; ZHANG et al., 2009). Para

  • 24

    construo do imunossensor, essencial a incorporao estvel do elemento de

    reconhecimento biolgico. Anticorpos ou antgenos, quando imobilizados, precisam

    reter a maior parte de sua atividade biolgica, para que o imunossensor possa apresentar

    sensibilidade significativa para o analito alvo (CHEN & DONG, 2003). Uma

    caracterstica desejvel do mtodo de imobilizao escolhido que ele resulte em um

    anticorpo imobilizado orientadamente, ou seja, com o mnimo de impedimento estreo,

    para interagir favoravelmente com seu antgeno alvo. Evidentemente, esta caracterstica

    tem uma influncia direta sobre o nvel de sensibilidade do imunossensor (FOWLER et

    al., 2008). Vrias substncias tm sido utilizadas como materiais para matriz de

    imobilizao, tais como: polmeros, sol-gel, nanopartculas e nanotubos (SHI et al.,

    2007).

    2.3 Transdutores em imunossensores

    De acordo com o princpio de energia envolvida na transduo, os transdutores

    em imunossensores podem ser classificados em: eletroqumicos (amperomtricos,

    condutimtricos, potenciomtricos e impedimtricos) (WU, YAN & JU, 2007),

    eletromagnticos (microbalana de cristal de quartzo, QCM, do ingls Quartz Crystal

    Microbalance) (PAVEY, HUNTER & PAUL, 2003) e pticos (ressonncia de plasmon

    de superfcie, SPR, do ingls Surface Plasmon Resonance) (TANG et. al. 2006)

    (CHAUBEY & MALHOTRA, 2002). O transdutor a ser utilizado, juntamente com o

    material biolgico, deve detectar apenas um analito ou produto especfico, no

    respondendo a outras substncias presentes na amostra a ser analisada. A escolha de um

    determinado transdutor no depende apenas do elemento de reconhecimento

    selecionado, j que este determina quais variaes das propriedades fsico-qumicas

    ocorreriam em funo da interao, mas tambm de outros fatores como tempo de

    resposta, seletividade e sensibilidade (RICCARDI, COSTA & YAMANAKA, 2002).

    2.3.1 Transdutores Eletroqumicos

    Recentemente, os imunossensores eletroqumicos vm ganhando crescente

    ateno, uma vez que combinam a alta especificidade dos tradicionais mtodos de

    imunoensaio, com os limites de deteco baixos e custo reduzido do sistema de medio

  • 25

    eletroqumica (HE et al., 2009). Os transdutores eletroqumicos oferecerem vantagens

    como: simplicidade, rapidez na resposta, menor custo, alta sensibilidade e

    compatibilidade com as tecnologias de micro fabricao de sensores portteis (JIN et

    al., 2006).

    Os imunossensores eletroqumicos tm como princpio bsico a deteco de

    espcies eletroativas consumidas e/ou geradas durante o processo de interao do

    elemento biolgico com seu substrato especfico (MEHRVAR & ABDI, 2004). Esses

    sensores so projetados atravs do acoplamento de molculas biolgicas superfcie

    eletrdica (por exemplo, eletrodos de platina, ouro, prata, base de carbono, grafite ou

    outros materiais condutores), que respondem ao aplicar impulsos eltricos (SADIK,

    ALUOCH & ZHOU, 2009).

    Em geral, os sistemas eletroqumicos so constitudos por um eletrodo de

    referncia, um eletrodo auxiliar e um eletrodo de trabalho (Figura 4). Esses eletrodos

    so conectados a um potenciostato e imersos em uma clula contendo a soluo da

    espcie eletroativa de interesse com um excesso de um eletrlito inerte (eletrlito

    suporte), responsvel por garantir o controle difusional das espcies (GANDRA et al.,

    2004). O eletrodo de referncia, normalmente de prata/cloreto de prata (Ag/AgCl),

    mantm o potencial de trabalho estvel. O eletrodo de trabalho funciona como elemento

    transdutor da reao bioqumica, enquanto o eletrodo auxiliar estabelece uma conexo

    com a soluo eletroltica (GRIESHABER et al., 2008).

    Figura 4 Sistema eletroqumico constitudo por trs eletrodos: um eletrodo de trabalho, um eletrodo de

    referncia (Ag/AgCl) e um eletrodo auxiliar (fio de platina).

    (Fonte: http://web.mit.edu/kjhuang/www/Literature/Templates/PAA/NonJournal%20References/cell-

    types.pdf)

  • 26

    2.3.2 Tcnicas Eletroqumicas

    A eletroqumica refere-se a fenmenos qumicos associados transferncia de

    eltrons, que podem ocorrer homogeneamente em soluo, ou heterogeneamente na

    superfcie do eletrodo. A eletroqumica pode favorecer opes viveis para mediar

    problemas na construo de novos mtodos para o diagnstico clnico. Uma das vantagens

    a no utilizao de grandes quantidades de reagentes nas anlises eletroqumicas, alm do

    fcil controle de variveis que combinadas de formas diversas levam a tcnicas

    eletroqumicas particulares, tais como: voltametria cclica (VC), voltametria de onda

    quadrada (SWV), voltametria de pulso diferencial (VPD) (BRETT et al., 1996). Dentre

    estas, a voltametria cclica teve destaque neste trabalho.

    2.3.3 Voltametria Cclica

    A VC um grupo de mtodos eletroanalticos nos quais as informaes sobre o

    analito so mensuradas atravs de variaes de corrente resultantes de reaes de

    reduo e oxidao durante a aplicao de uma diferena de potencial sobre o eletrodo

    de trabalho. Nesse processo, uma corrente capacitiva gerada, relacionada a alteraes

    na dupla camada do eletrodo aps aplicao do potencial, que decai rapidamente.

    Adicionalmente, correntes fardicas podem ser mensuradas atravs da transferncia de

    carga de reaes redox de espcies eletroativas (BARD & FAULKNER, 2006; BRETT

    & BRETT, 1993). Este processo obedece lei de Faraday, a qual determina que a

    quantidade de reagentes formados ou consumidos na interface do eletrodo

    proporcional corrente (LOWINSOHN & BERTOTTI, 2006).

    A VC uma das tcnicas mais utilizadas para adquirir informaes qualitativas

    sobre processos eletroqumicos. A resposta em corrente, neste mtodo, pode ser obtida

    quando o eletrodo de trabalho submetido a uma onda triangular de potencial, no qual o

    mesmo linearmente variado com o tempo, partindo de um valor inicial at um final.

    Como resultado, gerado um grfico de corrente em funo da variao do potencial,

    denominado voltamograma cclico (Figura 5). Os principais parmetros analisados no

    voltamograma cclico so: os potenciais de pico catdico (Epc) e andico (Epa), e as

    correntes de pico catdico (Ipc) e andico (Ipa) (HOLLER, SKOOG & CROUCH,

  • 27

    2009). Esses dados oferecem informaes importantes quanto reversibilidade da

    transferncia de eltrons. Para uma reao reversvel, as Ipa e Ipc so aproximadamente

    iguais em valor absoluto, a diferena entre os Ep aproximadamente 59 mV e Ep

    independente da velocidade de varredura. J nos sistemas irreversveis observa-se uma

    completa ausncia de picos de oxidao e reduo reversos e deslocamentos do Ep em

    relao velocidade de varredura (BRETT & BRETT, 1993; BARD & FAULKNER,

    2006).

    A VC pode ser utilizada para caracterizao de estudos de modificao da

    superfcie sensora, detalhando importantes informaes do sistema, tais como potencial

    de oxidao e reduo da espcie, nmero de eltrons transferidos, reversibilidade da

    reao, coeficiente de difuso, etc (BRETT & BRETT, 1993).

    Figura 5 Representao grfica da tcnica de VC: (a) variao linear do potencial vs. tempo e (b)

    voltamograma cclico.

    (Fonte: BRETT & BRETT, 1993; BARD & FAULKNER, 2006)

    2.4 Modificao Eletrdica

    O desenvolvimento de tcnicas de modificao da superfcie eletrdica tem sido

    importante por aumentar a estabilidade e reprodutibilidade do imunossensor (FREIRE,

    DURAN & KUBOTA, 2001; WANG et al., 2002). As modificaes superficiais de

    eletrodos visam pr-estabelecer e controlar a reatividade da interface para imobilizao

    de antgenos ou anticorpos, originando frequentemente respostas mais confiveis do que

  • 28

    na ausncia do modificador (VENDRAME, 2004). Na modificao eletrdica, a

    superfcie do eletrodo pode ser propositadamente alterada por adsoro irreversvel

    direta, por ligao covalente a stios especficos da superfcie do eletrodo, por

    recobrimento com filmes polimricos e nanomateriais (PEREIRA, SANTOS &

    KUBOTA, 2002).

    2.4.1 Polmeros

    Polmeros so compostos que possuem alta massa molar formado pela repetio

    de muitas unidades qumicas. Os polmeros podem ser orgnicos ou inorgnicos, mas os

    mais estudados e importantes comercialmente so os orgnicos. Existe uma diferena

    entre macromolcula e polmero que consiste no fato de que a alta molaridade dos

    polmeros devido repetio de unidades estruturais simples (poli muitos, meros

    partes) e na macromolcula consequncia da complexidade molecular, como as

    macromolculas presentes nos organismos vivos. Os monmeros so substncias que

    do origem aos polmeros por meio de reao qumica (AKCELRUD, 2007).

    Os polmeros tem atrado muito interesse como matriz para imobilizao de

    biomolculas. Estes podem servir como intermedirios na interao entre o bioreceptor

    e o eletrodo, bem como auxiliar na transduo do sinal eltrico com o objetivo de

    melhorar o tempo de resposta, a sensibilidade e o limite de deteco de biossensores em

    diversas reas, desde o diagnstico de doenas at determinao de contaminantes em

    gua. Dessa forma, muitas revises j foram publicadas sobre o uso de polmeros na

    construo de biossensores (GERARD, 2002; VIDAL, 2003; BOROLE, 2006;

    ARREDONDO, 2012; PAROLO, 2013).

    Alm disso, os grupos funcionalizados dos polmeros permitem que essa

    imobilizao seja feita de forma simples e especfica na superfcie do eletrodo

    (COSNIER, 2003). Dessa forma, possvel controlar a distribuio espacial das

    espcies imobilizadas, assim como a espessura do filme, pela modificao nas

    propriedades do polmero (GERARD, 2002; DEEPSHIKHA, 2011). Portanto, o

    desenvolvimento de tecnologias nesse campo de conhecimento depende da

    compreenso das interaes a nvel molecular entre a matriz polimrica e a espcie

    biolgica (OLIVEIRA, 2013).

  • 29

    2.4.1 Polipirrol

    Sintetizado pela primeira vez por A. ANGELI e L. ALESSANDRO (1996), o

    polipirrol (PPi) foi fruto da oxidao qumica do pirrol (Pi). Porm, o primeiro artigo

    publicado que descreveu sua sntese e as propriedades condutoras desse polmero foi no

    ano de 1968. O PPi um dos polmeros mais conhecidos, alm de ser tema de diversos

    estudos, devido sua alta condutividade eltrica, boa estabilidade qumica, devido ao seu

    baixo potencial de oxidao e versatilidade de sntese. Adicionalmente o PPI um dos

    polmeros mais utilizados em aplicaes industriais devido sua longa estabilidade e sua

    condutividade, e a possibilidade de formao de compsitos com propriedades

    mecnicas excelentes (SAUNDERS, 1995).

    O PPi pode ser obtido em soluo pelo uso de um oxidante qumico, atravs da

    polimerizao qumica, ou por oxidao em um substrato condutor, na polimerizao

    eletroqumica (NALWA, 1997). Na sntese eletroqumica, conhecida tambm como

    eletropolimerizao, pode se ter um maior controle dos parmetros de produo dos

    polmeros, podendo depositar filmes finos com espessuras na faixa entre 5 a 5000 nm.

    Nessa tcnica, ocorre inicialmente oxidao do monmero Pi, o que leva a formao

    de um intermedirio ction-radical, pela aplicao de uma diferena de potencial. Nesta

    etapa, contra-ons so incorporados ao ction-radical para neutralizar a carga do sistema

    (GUIMARD, 2007; SADKI, 2000). Em seguida, ocorre o acoplamento de dois ctions-

    radicais, e atravs de uma transferncia de carga, acontece eliminao de dois prtons

    com a formao de um dmero neutro. Essa propagao ocorre na mesma sequencia:

    oxidao, acoplamento e liberao de prtons (WALLACE, 1985). Desse modo, as

    cadeias de oligmeros vo sendo formadas e posteriormente as cadeias polimricas, de

    forma que estas cheguem ao ponto de se tornarem pesadas demais e insolveis no

    meio do eletrlito, precipitando sobre a superfcie do eletrodo (SADKI, 2000).

    Muitos autores buscam funcionalizar a estrutura do anel heterocclico do pirrol,

    usando seus derivados e copolmeros, na inteno de usar esses grupos qumicos na

    imobilizao do biorreceptor na matriz polimrica. Em meio aos derivados do Pi

    funcionalizados, encontra-se o Pi-2-cido carboxlico (Pi-2-COOH) que vem se

    destacando como material eletroativo com interessantes propriedades para utilizao em

    biossensores (Figura 6). FOSCHINI e colaboradores (2013), desenvolveram estudos

    demonstrando experimentalmente a influncia do solvente empregado na soluo dos

    monmeros de Pi-2-COOH, sobre as propriedades dos filmes produzidos por

  • 30

    voltametria cclica. Entretanto, temas como o mecanismo de eletropolimerizao,

    propriedades eletrnicas e estruturais, graus de conjugao de espcies intermedirias

    formadas aps a oxidao do Pi-2-COOH at esse momento, no foram abordadas.

    Figura 6 Estrutura qumica do (a) monmero de Pi-2-COOH, (b) dmero e (c) oligmeros com 16 anis

    conjugados aps a eletropolimerizao do Pi-2-COOH.

    (Fonte: FOSCHINI et al., 2013)

    2.4.2 Nanotubos de Haloisita

    Nanomateriais diversos, tais como nanopartculas, nanofios, nanotubos, e

    nanoesferas, tm sido utilizados para confeco de biossensores e imunossensores. Os

    dispositivos baseados em nanomateriais apresentam bom desempenho, pois podem

    oferecer uma nova oportunidade para amplificar o sinal da interao antgeno-anticorpo

    em imunossensores, mediante incorporao de molculas imunorreativas aos

    nanomateriais (FENG et al., 2003).

    Um ramo da nanotecnologia que se encontra em desenvolvimento

    principalmente focada em nanomateriais base de carbono e inorgnicos, como

    nanotubos de carbono, grafeno e nanofios de metal (IIJIMA, 1991; TENNE et al.,

    1992;. ENDO et al., 1996;. DRESSELHAUS et al. , 2001). Porm, outros sistemas que

    nanoestruturados derivados de aluminossilicatos esto sendo investigados. Essas

    estruturas tem ganhado destaque na literatura e surgem como um campo emergente na

    pesquisa, podendo ser usadas como nanorreator de catalisadores seletivos, adsorvente,

    encapsulamento, condutor inico e suporte para imobilizao (NAKAGAKI &

    WYPYCH, 2007; KUC & HEINE, 2009).

    Haloisita (halloysite), um argilomineral do grupo da caulinita, um

    nanomaterial economicamente vivel, que ocorre amplamente em solos de regies

    tropicais e subtropicais e rochas desgastadas, sendo formado pelo intemperismo de

    muitos tipos de rochas. As partculas de haloisita podem adotar uma variedade de

  • 31

    morfologias (ex.: tubular, esfrica, pseudo-esfrica, prismtica, etc.), conforme as

    condies de cristalizao e ocorrncias geolgicas, dentre as quais a forma tubular

    denominada de nanotubo de haloisita (halloysite nanotube NTH) a mais encontrada

    (NAKAGAKI & WYPYCH, 2007; LVOV et al., 2008; SANTOS et al., 2009). Apenas

    se conhece a ocorrncia natural dos NTHs, sendo que este nanomaterial ainda no foi

    sintetizado em laboratrio (WHITE et al., 2012). Atualmente, o maior pas exportador

    de NTH a Nova Zelndia, mas existem depsitos expressivos tambm em outros

    pases, como por exemplo: Austrlia, Frana, Marrocos, Filipinas, Coria do Sul, China,

    Japo, USA, Guiana, Mxico e Brasil (JOUSSEIN et al., 2005; COELHO et al., 2007).

    Os NTHs apresentam na configurao de folha octadrica gibsite (Al(OH)3),

    modificado por grupos siloxano na superfcie externa. Os tubos de haloisita possuem

    tamanho que varia de 500-1000 nm de comprimento, e dimetro interno de 15-100 nm

    dependendo do substrato. Os NTHs possuem duas faces diferentes, sendo uma

    composta por uma superfcie de silicato tetradrico Si-O-Si, enquanto a outra superfcie

    tem uma camada octadrica gibsite Al(OH)3 (Figura 7). As cargas que os NTHs

    possuem dentro e fora, esto relacionadas com sua estrutura e propriedades de adsoro

    (GUIMARES et al., 2010), sendo a carga da parede interna do tubo carregada

    positivamente, enquanto que a superfcie exterior tem uma carga negativa (LVOV et al.,

    2008).

    Figura 7 Representaes esquemticas da (A) estrutura cristalina da haloisita (10 ) e da (B) estrutura

    de um NTH.

    (Fonte: YUAN et al., 2008)

  • 32

    Em virtude do expressivo progresso alcanado atravs da nanotecnologia, os

    NTHS, recentemente, tm recebido ateno de pesquisadores, sendo investigados como

    materiais promissores para aplicaes em diversas reas, tais como na formao de

    nanocompsitos com matrizes polimricas (YANG et al., 2010), imobilizao de

    enzimas (SUN et al., 2010; ZHANG et al., 2011) e complexos metlicos (NAKAGAKI

    e WYPYCH, 2007), liberao controlada de frmacos (LVOV et al., 2008), remoo de

    metais (WANG et al., 2010), suporte para nanopartculas metlicas (LIU e ZHAO,

    2009;) e construo de sensores e biossensores (SUN et al., 2010; ZHANG et al., 2011).

  • 33

    3. OBJETIVOS

    3.1 Objetivo geral

    Desenvolver uma plataforma sensora nanoestruturada empregando pirrol carboxlico

    e nanotubos de haloista para deteco de nveis clnicos da cTnT, um importante

    marcador do IAM.

    3.2 Objetivos especficos

    - Caracterizar e otimizar o mtodo de eletropolimerizao eletroqumica do Pi-2-

    COOH;

    - Desenvolver uma plataforma sensora empregando Pi-2-COOH e NTHs-NH2,

    visando a aplicao em imunoensaios eletroqumicos;

    - Realizar testes de imobilizao dos anticorpos anti-cTnT, para a avaliao da

    funcionalidade do filme formado;

    - Estabelecer as respostas do imunossensor para determinao eletroqumica da

    cTnT, empregando as tcnicas de voltametria cclica e voltametria de onda quadrada ;

    - Caracterizar o imunossensor proposto para cTnT quanto sensibilidade,

    especificidade, reprodutibilidade e estabilidade operacional;

  • 34

    4. MATERIAIS E MTODOS

    4.1 Reagentes

    Troponina cardaca humana (cTnT) e anticorpos monoclonais anti-troponina T

    cardaca humana (anti-cTnT) foram adquiridos da Calbiochem (EUA). Ferricianeto de

    potssio (K3[Fe(CN)6]), ferrocianeto de potssio (K4[Fe(CN)6]), acetonitrilina (ACN),

    glutaraldedo (50 % v/v) (Glut), N-hidroxi succinimida (NHS), N-etil-N-(3-

    dimetilaminopropil) carbodiimida (EDC) e glicina foram adquiridos da Sigma-Aldrich

    (EUA). Pirrol-2-cido carboxlico (Pi-2-COOH) e nanotubos de haloisita (NTHs-NH2)

    modificados com aminopropiltrietoxisilano (0,5-5% wt) e octadecilamina (15-35% wt)

    tambm foram adquiridos da Sigma-Aldrich (EUA). Perclorato de ltio (LiClO4) e

    clorofrmio foram obtidos da VETEC (Brasil).

    O tampo fosfato salino (PBS) (0,01 M; pH 7,4) foi utilizado em todos os

    experimentos para diluio das amostras biolgicas. Este foi preparado dissolvendo-se

    0,2 g de cloreto de potssio (KCl), 8 g de cloreto de sdio (NaCl), 0,24 g de fosfato de

    potssio monobsico anidro (KH2PO4) e 1,44 g de fosfato de sdio dibsico anidro

    (Na2HPO4), todos obtidos da VETEC (Brasil), em 1000 mL de gua deionizada.

    Todas as solues foram preparadas utilizando gua deionizada ultra pura obtida

    atravs de sistema Millipore Milli-Q (EUA) com resistividade maior que 18 M/cm.

    Os reagentes qumicos utilizados em todos os experimentos foram de grau analtico.

    4.2 Equipamentos

    As anlises eletroqumicas foram realizadas em um potenciostato modelo Ivium

    Compact Stat (Ivium Technologies, Holanda) conectado a um microcomputador

    utilizando o software Ivium Soft, para controle de potencial, aquisio e tratamento de

    dados (Figura 8). Para tais experimentos, foi empregada uma clula eletroqumica

    convencional de vidro, sem compartimento divisrio, com capacidade de 20 mL e

    tampa de policloreto de vinila. O sistema eletroqumico foi composto por: um eletrodo

    de carbono vtreo (ECV) com rea de 0,7 mm2

    como eletrodo de trabalho; um eletrodo

    helicoidal de fio de platina como auxiliar e um eletrodo de Ag/AgCl, com soluo

  • 35

    interna de KCl saturado (3,0 M) como referncia, sendo todos adquiridos da

    Microqumica (Brasil).

    Figura 8 Potenciostato modelo Ivium Compact Stat acoplado ao microcomputador.

    4.3 Preparao do eletrodo de trabalho

    Previamente a sua utilizao em ensaios eletroqumicos, o ECV foi submetido a um

    procedimento mecnico de limpeza. Esta etapa consistiu no polimento da superfcie do

    ECV com um tecido aveludado embebido em alumina de granulometria de 0,5 m

    durante 3 minutos. Para remoo de partculas de alumina e outros contaminantes, o

    ECV foi submetido a duas agitaes, em banho ultrassnico por 1 minuto, em gua

    ultrapura e etanol. Anlises por VC em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado

    em KCl (0,1M) foram realizadas aps o procedimento de polimento do ECV para

    caracterizao do perfil dos picos redox do eletrodo. Esses voltamogramas foram ento

    utilizados como linha de base para as leituras subsequentes, verificando assim as

    modificaes da interface sensora atravs das variaes das correntes de oxidao e

    reduo.

    4.4 Eletropolimerizao do Pi-2-COOH

    Para eletropolimerizao do Pi-2-COOH a tcnica de VC foi selecionada. Em

    uma clula eletroqumica contendo a soluo de monmeros de Pi-2-COOH, o ECV

  • 36

    previamente limpo, foi submetido a 20 ciclos voltamtricos na faixa de potencial de -0,1

    a 1,0 V vs. Ag/AgCl (KCl Sat.), sob velocidade de varredura de 20 mV/s para eletrossntese

    do polmero. A soluo monomrica de Pi-2-COOH (0,01M) foi preparada em ACN

    contendo 0,1 M de LiClO4.

    Outras metodologias de eletropolimerizao tambm foram realizadas:

    a) Eletropolimerizao do Pi-2-COOH (0,01 M) em uma soluo aquosa de H2SO4

    (0,5 M) durante 20 ciclos voltamtricos na faixa de potencial de 0 a 1 V vs.

    Ag/AgCl (KCl Sat.), a taxa de varredura de 20 mV/s (JANMANEE, 2012);

    b) Eletropolimerizao do Pi-2-COOH (0,01 M) em uma soluo aquosa de KCl (0,1

    M) durante 20 ciclos voltamtricos na faixa de potencial de -0,8 a 0,8 V vs.

    Ag/AgCl (KCl Sat.) a velocidade de varredura de 20 mV/s (TRUONG, 2011).

    4.5 Construo do filme de Pi-2-COOH/ NTHs-NH2

    O ECV eletropolimerizado com PPi-2-COOH foi modificado com filme de

    NTHs-NH2 preparado em clorofrmio. Os grupamentos carboxlicos terminais do filme

    de Pi-2-COOH foram previamente ativados com uma soluo de EDC (0,002 M) e NHS

    (0,005 M) preparada em gua deionizada durante 60 minutos a temperatura ambiente.

    Aps este procedimento, 3L da soluo de NTHs- NH2 em clorofrmio foi depositado

    sobre o ECV. O eletrodo foi mantido por 10 minutos em uma estufa ajustada para

    temperatura de 40C para evaporao do solvente. Curvas de concentrao do Pi-2-

    COOH e de NTHs-NH2 foram obtidas para otimizao da plataforma sensora.

    4.6 Imobilizao dos anticorpos anti-cTnT

    Para imobilizao do anti-cTnT a superfcie do ECV modificada com o Pi-2-COOH/

    NTHs-NH2 foi incubada com uma soluo aquosa de GLUT (5 %) durante 60 minutos.

    Em seguida, uma alquota de 5 L da soluo de anticorpos anti-cTnT foi pipetada

    sobre o ECV e mantida durante 60 minutos em cmera mida temperatura ambiente.

    Os stios livres no-especficos do anti-cTnT foram bloqueados utilizando uma soluo

    de glicina (0,005M) durante 30 minutos. Aps esta etapa, os ECVs foram incubados

    com solues de diferentes concentraes de cTnT diludas em PBS (pH 7,4; 0,01 M)

  • 37

    (Figura 9). Entre as etapas do imunoensaio a superfcie eletrdica foi lavada

    cuidadosamente com tampo PBS (pH 7,4; 0,01 M).

    Figura 9 Etapas de construo do imunossensor.

    4.7 Imunoensaio eletroqumico

    Para caracterizao das etapas de modificao do ECV anlises por VC foram

    realizadas em K3[Fe(CN)6]/K4[Fe(CN)6] (5 mM) preparado em KCl (100 mM). Os

    voltamogramas do ECV foram obtidos na faixa de potencial de -0,2 a 0,7 V vs.

    Ag/AgCl (KCl Sat.), a velocidade de varredura de 100 mV/s. A interao antgeno-

    anticorpo na superfcie do eletrodo foi monitorada em tempo real, utilizando a tcnica

    eletroqumica de voltametria de onda quadrada (SWV). O pulso diferencial foram

    registrados de 0 V a 0,6 V vs. Ag/AgCl (KCl Sat.), com amplitude de pulso de 10 mV,

    largura de 10 ms e potencial de 100 mV/s. A resposta analtica para cTnT foi obtida

    pela diferena entre a altura dos picos de corrente (I) da VPD do ECV com a cTnT em

    relao ao branco, ou seja, antes da incubao cTnT.

  • 38

    4.8 Otimizao dos parmetros experimentais

    4.8.1 Influncia da velocidade de varredura na eletropolimerizao do Pi-2-COOH

    A taxa de varredura do processo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH foi

    investigada para otimizar as condies de formao do filme polimrico em relao ao

    consumo de monmeros na interface. O ECV limpo foi submetido a diferentes taxas de

    eletropolimerizao e o perfil voltamtrico em K3[Fe(CN)6]/K4[Fe(CN)6] (0,005 M)

    preparado em KCl (0,1M) foi subsequentemente registrado para avaliao da

    polimerizao do Pi-2-COOH.

    4.8.2 Estudo de estabilidade do filme de Pi-2-COOH/NTH

    A estabilidade do filme de Pi-2-COOH e NTHs-NH2 foi estudada, realizando-se

    20 sucessivas varreduras do mesmo eletrodo, na janela de potencial -0,2 a 0,7 V vs.

    Ag/AgCl (KCl Sat.), sob velocidade de varredura de 100 mV/s, em soluo de

    K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 (0,005 M) preparada em KCl (0,1 M). A estabilidade do Pi-2-

    COOH/NTH no ECV foi avaliado a partir do conhecimento do coeficiente de variao

    (CV) obtido entre os experimentos. Como controle, foram usados ECV apenas com o

    filme de NHT;.

    4.8.3 Influncia da velocidade de varredura

    Para investigar os mecanismos eletroqumicos envolvidos na resposta analtica

    do imunossensor, o ECV/Pi-2-COOH/ NTHs-NH2 foi submetido anlises por VC a

    diferentes velocidades de varredura (10; 25; 50; 75; 100; 125; 150; 175 e 200 mV/s), em

    soluo de K3[Fe(CN)6]/K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparada em KCl (0,1M). O

    comportamento eletroqumico do filme nanoestruturado foi avaliado atravs da relao

    dos Ipa e Ipc vs. a raiz quadrada da velocidade de varredura (v1/2

    ).

  • 39

    4.8.4 Influncia da concentrao de anticorpo e tempo de imunorreao

    A influncia da concentrao dos anticorpos anti-cTnT sobre o desempenho do

    imunossensor foi investigado. Neste estudo, o ECV/Pi-2-COOH/ NTHs-NH2/GLUT foi

    incubados durante 60 minutos com anticorpos anti-cTnT a diferentes concentraes

    (0,1; 0,5; 1; 2,5; 5, 7,5 e 10 g/mL). Os VCs foram registrados na mesma faixa de

    potencial dos estudos anteriores e conduzido em K3[Fe(CN)6]/K4[Fe(CN)6] (0,005 M)

    preparado em KCl (0,1 M). Para analisar o efeito do tempo de interao antgeno-

    anticorpo na interface sensora, o ECV/Pi-2-COOH/NTHs-NH2/Glut/Glicina foi

    incubado com 0,5 ng/mL da cTnT durante 10, 20, 30, 40, 50, 60 min. Em seguida, os

    eletrodos foram submetidos a anlises por VC.

    4.8.5 Curva de calibrao

    A curva de calibrao do imunossensor proposto para as diferentes

    concentraes de cTnT foi verificada utilizando a tcnica de voltametria de onda

    quadrada (SWV). Para tais experimentos, sucessivas adies de amostras de cTnT,

    preparadas em tampo PBS (0,01M, pH 7,4), foram pipetadas sobre a superfcie do

    ECV/Pi-2-COOH/ NTHs-NH2/GLUT/Glicina e mantidas durante o tempo timo de

    incubao. As medidas de corrente do ECV/Pi-2-COOH/NTHs-NH2/GLUT/Glicina

    foram consideradas como controle no estudo.

  • 40

    5. RESULTADOS E DISCUSSO

    5.1 Caracterizao da eletropolimerizao do Pi-2-COOH

    As propriedades dos filmes de Pi e seus derivados so dependentes de sua

    microestrutura, as quais esto relacionadas ao grau de ordenao da cadeia. Estudos

    desenvolvidos por LAKHDAR & MAYR (2011) sobre a sntese eletroqumica do PPi

    demonstraram que a organizao da cadeia polimrica determinada principalmente

    pela escolha do contra-on e condies de sntese. O contra-on atua para manter a

    neutralidade de carga do sistema. No caso do Pi, cuja eletrossntese iniciada com a

    oxidao dos monmeros gerando um composto catinico. necessrio a incorporao

    de um contra-on aninico, equilibrando as cargas para o desencadeamento da

    polimerizao (SADKI et al., 2000). De maneira geral, os contra-ons mais

    estabelecidos na literatura para a sntese do Pi so os sais com anins fluoratos,

    percloratos, sulfonatos e cloretos (TAMM et al., 2002). Entretanto, poucos estudos tm

    investigado a ao destes contra-ons no processo de eletropolimerizao de derivados

    do Pi.

    Com o objetivo de padronizar o mtodo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH,

    diferentes metodologias de eletropolimerizao foram investigadas, nas quais os contra-

    ons H2SO4, KCl e LiClO4 foram utilizados em condies experimentais especficas. O

    grfico comparativo dos VCs em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) do ECV limpo e

    eletropolimerizado com as diferentes metodologias pode ser analisado na Figura 10.

    Na metodologia empregando o H2SO4 como contra-on, observa-se uma

    irreversibilidade dos picos redox com a formao de um filme isolante (Figura 10 (b)).

    O ECV quando eletropolimerizado em KCl apresentou um suave deslocamento de

    potencial e uma reduo das correntes andica e catdica em relao ao eletrodo no

    modificado (Figura 10 (c)). Estes dados provavelmente indicam a formao de um

    filme fino de Pi-2-COOH, devido ao pouco consumo de monmeros durante a

    polimerizao na interface sensora. O VC do estudo empregando o LiClO4 como

    contra-on apresentou uma reduo maior dos valores de corrente quando comparado ao

    contra-on KCl, exibindo picos redox definidos e reversveis (Figura 10 (d)). O perfil

    eletroqumico obtido demonstra que o contra-on LiClO4 influenciou na resposta do

    sensor, contribuindo para a formao de um filme isolante mais uniforme.

  • 41

    A influncia da velocidade de varredura sobre a eletropolimerizao do Pi-2-

    COOH no ECV foi analisada para padronizao da construo do filme polimrico.

    Para estes ensaios, o ECV limpo foi imerso em uma soluo de 0,01 M de Pi-2-COOH e

    0,1 M de LiClO4, ambas preparadas em ACN, e submetido a 20 ciclos voltamtricos

    sob diferentes velocidades de varredura (10, 20, 40, 80 e 100 mV/s). O perfil

    eletroqumico dos Ipa e Ipc do ECV eletropolimerizado em relao s velocidades de

    varredura de eletropolimerizao pode ser observado na Figura 11.

    As variaes de corrente nos resultados obtidos demonstram que a quantidade de

    Pi-2-COOH eletropolimerizado na superfcie do ECV foi inversamente proporcional

    velocidade de varredura, ou seja, com o aumento da velocidade de varredura h uma

    diminuio da taxa de eletropolimerizao do monmero. Esta relao pode ser

    evidenciada comparando os voltamogramas do ECV limpo e eletropolimerizado sob os

    Figura 10 Influncia dos contra-ons empregados no processo de eletropolimerizao do Pi-2-

    COOH: (a) ECV limpo, (b) ECV eletropolimerizado em H2SO4 (0,5 M), (c) ECV eletropolimerizado

    em KCl (0,1 M) e (d) ECV eletropolimerizado em LiClO4 (0,1 M). Voltamogramas obtidos em

    K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado em KCl (0,1 M) a velocidade de varredura de 100

    mV/s.

    -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

    -30

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30

    I (

    E (V) vs Ag/AgCl (KCl sat)

    (a)

    (b)

    (c)

    (d)

  • 42

    maiores valores de velocidade, nos quais houve pouca variao de corrente do eletrodo

    eletropolimerizado em relao ao eletrodo no modificado. Reduzindo a taxa de

    velocidade de varredura observa-se a formao de um filme eletroinativo, ou seja,

    caracterstico de um polmero isolante sobre a superfcie do eletrodo. Assim, os

    resultados indicam que o processo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH controlado

    pela difuso de eltrons durante o consumo de monmeros na interface sensora.

    A diferena entre Epa e Epc oferece informaes importantes sobre a formao

    do filme polimrico na superfcie sensora. Os valores de Ep (Ep= Epa - Epc)

    geralmente aumentam com a quantidade de polmero eletropolimerizado, uma vez que,

    nestas condies, h uma tendncia reduo da transferncia de eltrons, exibindo

    uma maior separao dos picos andicos e catdicos (RIBEIRO et al., 2006). Os ECVs

    apresentaram um valor mximo de E quando a taxa de varredura de

    eletropolimerizao do Pi-2-COOH de 20 mV/s foi empregada (Figura 11, inset).

    Figura 11 Influncia da taxa de velocidade de varredura no processo de eletropolimerizao e

    construo do filme de Pi-2-COOH: (a) ECV limpo, (b) ECV eletropolimerizado a 10 mV/s, (c) ECV

    eletropolimerizado a 20 mV/s, (d) ECV eletropolimerizado a 40 mV/s, (e) ECV eletropolimerizado a 80

    mV/s e (f) ECV eletropolimerizado a 100 mV/s. Inset: Relao entre os valores de Ep e velocidade de

    varredura de eletropolimerizao. VCs realizados em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M) preparado em

    KCl (0,1 M), sob velocidade de varredura de 100 mV/s.

    -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

    -200

    -100

    0

    100

    200

    0 20 40 60 80 1000.10

    0.15

    0.20

    0.25

    0.30

    E

    (V

    )

    Velocidade de varredura (mV/s)

    (e)(d)

    (b)

    I (

    A)

    E (V) vs. Ag/AgCl (KCl sat)

    (a)(f)

    (c)

  • 43

    Os VCs na Figura 12 apresentam o perfil eletroqumico da eletropolimerizao

    do Pi-2-COOH (0,01 M) em perclorato de ltio (0,1M) preparado em ACN durante 20

    ciclos, sob velocidade de varredura de 20 mV/s. Durante as sucessivas varreduras

    observa-se uma reduo dos valores de corrente dos voltamogramas do ECV, indicando

    uma queda na concentrao do Pi-2-COOH devido ao consumo de monmeros na

    interface sensora e formao de dmeros e espcies oligomricas at atingirem um

    tamanho crtico.

    Aps a caracterizao eletroqumica da eletropolimerizao do filme de Pi-2-

    COOH, um estudo de concentrao do monmero foi realizado. Diferentes solues de

    Pi-2-COOH nas concentraes de 0,001, 0,01, 0,02 e 0,03 M foram eletropolimerizadas

    sobre o ECV limpo. Os VCs dos ECVs nas concentraes especficas dos monmeros

    em relao ao eletrodo limpo podem ser visualizados na Figura 13. Os valores em Ipa e

    Ipc exibiram uma resposta mxima na concentrao de 0,01 M. O eletrodo

    eletropolimerizado em concentraes acima de 0,01 M apresentou uma reduo da taxa

    Figura 12 Perfil eletroqumico do processo de eletropolimerizao do Pi-2-COOH (0,01 M) durante

    20 ciclos voltamtricos em soluo de 0,1 M de LiClO4 preparada em ACN, sob velocidade de

    varredura de 20 mV/s.

    -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2

    -2.0

    -1.5

    -1.0

    -0.5

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    20

    I (

    E (V) vs. Ag/AgCl(KCl sat)

    1

  • 44

    de monmero eletropolimerizado, indicando uma saturao do sistema para formao

    do filme de Pi-2-COOH. Assim, a concentrao de 0,01 M foi adotada como tima para

    os estudos subsequentes.

    5.2 Construo do filme de Pi-2-COOH/NTH-NH2

    Os nanomateriais derivados da haloisita podem ser facilmente intercalados em

    sua estrutura cristalina com molculas de gua, bem como outros compostos orgnicos e

    inorgnicos, tais como formamida, etilenoglicol, dentre outros (DEEPAK &

    AGRAWAL, 2012). Estudos desenvolvidos por HAROOSH e colaboradores (2011)

    demonstram que a intercalao desses solventes pode influenciar no espaamento entre

    os tubos, no dimetro do nanomineral e na condutividade do mesmo. Neste trabalho, o

    clorofrmio foi escolhido para disperso do NTH-NH2 e obteno de filmes

    Figura 13 VCs do ECVs modificado com diferentes concentraes de Pi-2-COOH: (a) ECV limpo,

    (b) ECV/Pi-2-COOH 0,001 M, (c) ECV/Pi-2-COOH 0,01 M, (d) ECV/Pi-2-COOH 0,02 M e (e)

    ECV/Pi-2-COOH 0,03 M. VCs realizados em soluo de K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6] (0,005 M)

    preparada em KCl (0,1 M), sob velocidade de varredura de 100 mV/s.

    -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

    -200

    -100

    0

    100

    200

    I (

    A)

    E (V) vs. Ag/AgCl (KCl sat)

    (a)

    (b)

    (c)(d)

    (e)

  • 45

    nanoestruturados sobre a superfcie de ECVs. O perfil eletroqumico do estudo de

    preparo da haloisita em funo do seu dispersante pode ser observado na Figura 14. Os

    VCs do ECV limpo (Figura 14 (a)) e modificado apenas com clorofrmio (Figura 14

    (b)) foram utilizados como controles para analisar a influncia do filme de NTHs-NH2

    sobre o ECV.

    A influncia do filme de NTHs-NH2 em clorofrmio (5 mg/mL) sobre a resposta

    eletroqumica do ECV (Figura 14 (c)) revelou uma reduo acentuada dos valores dos

    picos redox quando comparada aos voltamogramas anteriores. Estes dados esto

    relacionados formao de um filme resistivo na interface sensora associado natureza

    semicondutora do nanomaterial, como descrito por CAO et al. (2012) no

    desenvolvimento de nanocompsitos de NTH conjugados a nanopartculas metlicas.

    Assim, o solvente escolhido como dispersante dos NTHs-NH2 para o preparo do filme

    teve pouca interferncia na obteno do perfil eletroqumico caracterstico do

    nanomaterial.

    Figura 14 VCs da influncia do filme de NTHs-NH2 em clorofrmio sobre o perfil eletroqumico do

    ECV: (a) ECV limpo, (b) ECV modificado com clorofrmio e (c) ECV modificado um filme de NTH-

    NH2 (5 mg/mL) preparado em clorofrmio. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M de

    K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl.

    -0.50 -0.25 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00-150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150

    I (

    A)

    E (V) vs. Ag/AgCl(KCl sat)

    (a)(b)

    (c)

  • 46

    Para otimizao da construo da plataforma sensora, a concentrao dos NTHs-

    NH2 em relao ao filme de Pi-2-COOH foi avaliada. Neste ensaio, o ECV previamente

    eletropolimerizado com Pi-2-COOH (0,01 M) e ativado com EDC/NHS foi incubado

    durante 10 minutos com diferentes concentraes dos nanotubos (1 a 10 mg/mL). Os

    valores de Ipa do ECV modificado com concentraes especficas dos NTHs-NH2

    podem ser visualizados na Figura 15. Os dados obtidos exibiram uma resposta mxima

    de corrente na concentrao de 5 mg/mL de NHT-NH2, indicando assim, que nesta

    concentrao h uma proporcionalidade entre a quantidade dos grupos do reativos do

    polmero e do nanotubo na interface sensora.

    Figura 15 Influncia das diferentes concentraes de NTHs-NH2 sobre ECV previamente

    eletropolimerizado com o Pi-2-COOH: (a) 1 mg/mL, (b) 2,5 mg/mL; (c) 5 mg/mL, (d) 7,5 mg/mL e (e)

    10 mg/mL. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de

    KCl.

    0 2 4 6 8 10

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    110

    I (

    )

    HNT-NH2 (mg/mL)

    Posteriormente, a estabilidade do filme de Pi-2-COOH/NTHs-NH2 foi

    investigada submetendo o ECV modificado a 20 sucessivos ciclos voltamtricos em

    uma soluo de K3[Fe(CN)6]/K4[Fe(CN)6] (0,005 M). Paralelamente, um estudo

    controle foi realizado adsorvendo os NTHs-NH2 diretamente sobre a superfcie do ECV

    limpo com objetivo de comparar a estabilidade da interao do Pi-2-COOH com a

    haloisita. Os VCs do ECV modificado apenas com HNTs-NH2 (5 mg/mL) na Figura 16

    (a) apresentaram um CV de 3,2% e 2,9% para os valores de Ipa e Ipc, respectivamente.

  • 47

    Comparando com os VCs do eletrodo com Pi-2-COOH e NTH-NH2, Figura 16 (b), as

    sucessivas voltametrias exibiram uma maior estabilidade e um decrscimo significativo

    das variaes de corrente. O CV calculado para as correntes de Ipa e Ipc do ECV/Pi-2-

    COOH /NTH-NH2 foram de 0,61% e 0,44%, respectivamente. Os dados obtidos

    demonstam um aumento de cinco vezes da estabilidade do filme. Os grupos

    carboxlicos ativados com EDC/NHS do Pi-2-COOH eletropolimerizado reage com os

    grupamentos amina da haloisita possibilitando uma maior estabilidade do filme, em

    relao ao seu estudo controle. O EDC/NHS viabiliza a converso dos grupos

    carboxlicos em steres NHS amino-reativos (PEI et al., 2010). Estes grupos so

    susceptveis ao ataque nucleoflico a partir de grupamentos amina da HNT

    funcionalizada, resultando na formao de um ligao covalente e estvel entre os

    materiais.

    Figura 16 Estabilidade eletroqumica do ECV modificado com (a) NTHs-NH2 e (b) Pi-2-COOH/NTHs-

    NH2 quando submetidos a 20 sucessivos ciclos voltamtricos. Medidas realizadas em soluo de 0,005 M

    de K3Fe(CN)6/K4Fe(CN)6 preparada em 0,1 M de KCl.

    -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

    -200

    -150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150

    200

    I (

    A)

    E (V) vs. Ag/AgCl (KCl sat)

    (a)

  • 48

    -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

    -200

    -150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150

    200

    I (

    A)

    E (V) vs. Ag/AgCl (KCl sat)

    (b)

    A transferncia de eltrons na interface sensora modificada com o filme de Pi-2-

    COOH/NTHs-NH2 foi avaliada submetendo o ECV a leituras em diferentes velocidades

    de varredura (10 a 200 mV/s). De acordo com os VCs obtidos na Figura 17, os

    potenciais dos Ipa e Ipc no variaram em funo da velocidade de varredura selecionada

    para o estudo. Estes resultados demonstram que o filme apresentou uma boa

    reversibilidade eletroqumica. Os valores em corrente dos picos redox em relao raiz

    quadrada das velocidades de varredura, apresentados no inset da Figura 17, variaram

    proporcionalmente, sugerindo um processo controlado por difuso (BARD &

    FAULKNER, 2006).

  • 49

    Figura 17 VCs do ECV/Pi-2-COOH/HNT-NH2 sob diferentes velocidades de varredura (a h: 10, 25,

    50, 75, 100, 125, 150, 175, 200, 225, 250, 275 e 300 mV/s). VCs realizados em K3[Fe(CN)6 /K4[Fe(CN)6]

    (0,005 M) preparado em KCl (0,1 M).

    -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

    -200

    -150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150

    200

    2 4 6 8 10 12 14 16 18-150

    -100

    -50

    0

    50

    100

    150

    Ipa

    Ipc

    I (

    A)

    Velovidade de varredura1/2

    (mV/s)

    I (

    E (V) vs. Ag/AgCl (KCl sat)

    (a)

    (h)

    5.3 Caracterizao eletroqumica do imunossensor

    A caracterizao eletroqumica da imobilizao dos anticorpos anti-cTnT na

    superfcie do eletrodo foi realizada utilizando as tcnicas de VC e VPD, Figura 18,

    respectivamente. Comparando os voltamogramas do estudo, observa-se uma reduo

    proporcional dos picos redox do ECV/Pi-2-COOH (Figura 18 (b)) e ECV/Pi-2-

    COOH/NTHs-NH2 (Figura 18 (c)) em relao ao ECV limpo (Figura 18 (a)). Esse

    perfil demonstra a contribuio resistiva do filme de Pi-2-COOH e haloisita. As pores

    terminais aldedo do GLUT foram empregadas para imobilizao covalente dos

    anticorpos anti-cTnT na superfcie sensora (Figura 18 (d)). Os grupos dialdedos

    reagem com as aminas livres tanto da haloisita como do anticorpo, resultando na

    formao de uma ligao c