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Referências antropométricas para a população adulta e idosa Portuguesa Ana Rita Cardoso Nogueira Porto, 2016

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Referências antropométricas para a população

adulta e idosa Portuguesa

Ana Rita Cardoso Nogueira

Porto, 2016

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Referências antropométricas para a população adulta e idosa Portuguesa

Anthropometric references to the Portuguese adult and elderly population

Ana Rita Cardoso Nogueira

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Orientador: Prof. Doutor Bruno Oliveira, FCNAUP

Coorientador: Prof. Doutora Cláudia Afonso, FCNAUP

Dissertação de candidatura ao grau de Mestre em Nutrição Clínica apresentada à Faculdade de

Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

2016

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“O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da

vida de alguém.”

Dalai Lama

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Agradecimentos

Uma dissertação não é algo que se constrói de forma individual, existindo várias pessoas

que de forma direta ou indireta me ajudaram ao longo de todo o processo.

Ao Prof. Doutor Bruno Oliveira quero expressar o meu mais sentido reconhecimento e

admiração pela excelência profissional e humana. Obrigada pela partilha do seu

conhecimento e sabedoria, estando verdadeiramente grata por ter aceitado orientar-me.

À Prof. Doutora Cláudia Afonso agradeço toda a ajuda, orientação e dedicação. Obrigada

por ter acreditado nas minhas capacidades desde o início, por toda a motivação, paciência

e extrema simpatia.

À Direção da Sociedade Portuguesa de Ciências da Alimentação e Nutrição (SPCNA)

agradeço a disponibilidade e prontidão na cedência dos dados para a elaboração desta

dissertação, sem eles nada seria possível.

Às minhas colegas e amigas do mestrado Ana Lúcia, Ana, Rita, Cláudia, Inês, Elodie, Dulce

e Juliana agradeço por terem entrado na minha vida e no meu coração. Obrigada por todos

os bons momentos e por toda a partilha de conhecimentos e preocupações.

À minha amiga Sara e à minha tia Lé pelo apoio e leitura atenta de toda a dissertação,

tornando-a mais rica e com o mínimo de erros.

Aos meus pais e padrinhos gostaria de expressar a maior das gratidões por me terem

sempre motivado e incentivado na realização dos meus sonhos, pelo apoio constante em

todos os momentos e por acreditarem sempre em mim. Obrigada! Tudo o que sou a vocês

o devo.

À restante família, obrigada por serem o meu porto seguro, pelo carinho e força que

consciente ou inconscientemente me deram ao longo de todo este percurso.

Aos restantes amigos, obrigada por todos os momentos de descontração e compreensão

que comigo partilharam.

A todos o meu mais profundo obrigado!

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Resumo

A avaliação antropométrica é uma importante etapa na avaliação do estado nutricional de

um indivíduo. Para a correta interpretação da informação, deverão existir dados de

referência atualizados e que reflitam as características da população que se está a avaliar.

A existência deste tipo de referências permite-nos, de forma simples, rápida e concreta,

identificar os indivíduos em risco, ou seja, que se desviem da normalidade considerando

uma determinada população.

Assumindo a grande heterogeneidade entre populações, a criação de dados de referência

para cada uma torna-se uma necessidade fundamental, determinante para uma melhor

prestação em cuidados alimentares/nutricionais em saúde. No entanto, e apesar da

pertinência da existência deste tipo de informação, a sua elaboração não é frequente a nível

local e/ou nacional, devido a constrangimentos de várias índoles as quais poderão dificultar

a obtenção da amostra necessária à caracterização da população.

Com este trabalho pretende-se colmatar esta lacuna, sendo o objetivo desta investigação:

desenvolver referências antropométricas para a população adulta e idosa Portuguesa,

apresentam-se como resultados a sua concretização sobre a forma de tabelas e gráficos

referentes ao peso, altura, IMC, perímetro da cintura e perímetro da cintura/altura.

O presente trabalho integra a informação resultante do estudo Alimentação e Estilos de

Vida da População Portuguesa que foi planeado e promovido pela Sociedade Portuguesa

de Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA), com o apoio da Nestlé® no âmbito de um

protocolo de mecenato científico entre as duas instituições. A análise de dados baseou-se

assim em 3421 indivíduos Portugueses com idade igual ou superior a 18 anos. Para a

elaboração das curvas de percentis suavizadas para a idade e sexo utilizou-se o programa

LMSchartmaker Light, versão 2.54 que permite obter o exponente da transformação Box-

Cox (L), a mediana (M) e o coeficiente de variação generalizado (S), através do

procedimento LMS.

Palavra-chave: antropometria, avaliação composição corporal, adultos.

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Abstract

Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an

individual. For a correct interpretation of the information, updated reference data that reflect

the population in review should exist. This kind of references allow us, to identify the

individuals at risk, and those who deviate from the normal, considering a given population,

in a simple, quick and practical way.

Assuming the great heterogeneity among populations, to create references for each one

becomes a fundamental need and the key to a better performance in food/nutritional

healthcare. However, despite the relevance of the existence of such information, its

elaboration is not frequent in local and/or national level, due to constraints of various natures

which may make it difficult to obtain the necessary sample to characterize the population.

This work aims to fill this gap, with the following objective: to develop anthropometric

references to the Portuguese adult and elderly population, presented as the result in the

form of tables and graphs concerning weight, height, BMI, waist circumference and waist to

height ratio.

This research integrates information resulting from the study “Alimentação e estilos de vida

da população Portuguesa” which was planned and organized by Sociedade Portuguesa de

Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA), with the support of Nestlé® under a scientific

patronage protocol between the two institutions. Data analysis is thus based on 3421

Portuguese individuals aged equal or higher than 18 years. For the development of

percentile smoothed curves for age and sex we used LMSchartmaker Light program, 2.54

version given the exponent of the Box-Cox (L), the median (M) and the generalized

coefficient of variation (S) using the LMS procedure.

Keywords: anthropometry, body composition assessment, adults.

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Índice

Agradecimentos ................................................................................................ iv

Resumo ............................................................................................................. v

Abstract ............................................................................................................. vi

Lista de abreviaturas ........................................................................................ vii

Índice de tabelas ............................................................................................... ix

Índice de gráficos ............................................................................................... x

1. Introdução ............................................................................................... 1

2. Objetivo e justificação do estudo ........................................................... 11

3. População e métodos ........................................................................... 13

3.1. Desenho do estudo 14

3.2. População e amostra 14

3.3. Metodologia 15

3.4. Análise estatística 16

3.5. Caracterização da amostra 16

4. Resultados ............................................................................................ 21

5. Discussão .............................................................................................. 38

6. Conclusões ........................................................................................... 52

7. Referências bibliográficas ..................................................................... 54

Anexos

Anexo 1 – Valor representativo do intervalo

Anexo 2 – Tabelas de percentis suavizadas

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Lista de Abreviaturas

CEE – Comunidade Económica Europeia

EUA – Estados Unidos da América

FMI – Fundo Monetário Internacional

IDF – Federação Internacional da Diabetes

IMC – Índice de Massa Corporal

NHANES – National Health and Nutrition Examination Survey

OMS – Organização Mundial de Saúde

PC – Perímetro da cintura

PC/altura – Perímetro da cintura/altura

PIB – Produto Interno Bruto

SPCNA – Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

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Índice de Tabelas

Tabela 1 | Características sociodemográficas de indivíduos adultos e idosos do estudo

“Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa” ………………………………….17

Tabela 2 | Características sociodemográficas por sexo de indivíduos adultos e idosos do

estudo “Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa” …………………………19

Tabela 3 | Características sociodemográficas por idade e sexo de indivíduos adultos e

idosos do estudo “Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa” ……………..20

Tabela 4 | Altura da amostra por sexo e por idade …………………………………………..23

Tabela 5 | Efeito do sexo, da idade e da região na altura …………………………………..25

Tabela 6 | Peso da amostra por sexo e por idade ……………………………………….…..26

Tabela 7 | Efeito do sexo, da idade e da região no peso ……………………………………28

Tabela 8 | IMC da amostra por sexo e por idade …………………………………………….29

Tabela 9 | Efeito do sexo, da idade e da região no IMC ………………………………….....31

Tabela 10 | PC da amostra por sexo e por idade …………………………………………….32

Tabela 11 | Efeito do sexo, da idade e da região no PC …………………………………….34

Tabela 12 | PC/altura da amostra por sexo e por idade …………………………………….35

Tabela 13 | Efeito do sexo, da idade e da região no PC/altura …………………………….37

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 | Curvas de percentis suavizadas da altura para a idade – mulheres …………24

Gráfico 2 | Curvas de percentis suavizadas da altura para a idade – homens …………..24

Gráfico 3 | Curvas de percentis suavizadas do peso para a idade – mulheres .…………27

Gráfico 4 | Curvas de percentis suavizadas do peso para a idade – homens …………..27

Gráfico 5 | Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade – mulheres …….….…30

Gráfico 6 | Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade – homens ……………30

Gráfico 7 | Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade – comparação homens e

mulheres ……………………………………………………………………………………….…31

Gráfico 8 | Curvas de percentis suavizadas do PC para a idade – mulheres ……………33

Gráfico 9 | Curvas de percentis suavizadas do PC para a idade – homens ……………..33

Gráfico 10 | Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade – mulheres …..36

Gráfico 11 | Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade – homens ……36

Gráfico 12 | Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade – comparação

homens e mulheres ……………………………………………………………………………...37

Gráfico 13 | Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta

portuguesa com os dados alemães – mulheres ……………………………………………...42

Gráfico 14 | Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta

portuguesa com os dados alemães – homens ………………..……………………………...42

Gráfico 15 | Comparação das curvas suavizadas para a altura da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – mulheres …………….………………….44

Gráfico 16 | Comparação das curvas suavizadas para a altura da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – homens …………………………………45

Gráfico 17 | Comparação das curvas suavizadas para o peso da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – mulheres ……………………………..…46

Gráfico 18 | Comparação das curvas suavizadas para o peso da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – homens …………………………………46

Gráfico 19 | Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – mulheres ……………………………..…47

Gráfico 20 | Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – homens …………………………………47

Gráfico 21 | Comparação das curvas suavizadas para o PC da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – mulheres ………….…………………….48

Gráfico 22 | Comparação das curvas suavizadas para o PC da população adulta

portuguesa com os dados NHANES 2003/2006 – homens …………………………………48

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Gráfico 23 | PIB per capita (US $) …………………………………………………………..…50

Gráfico 24 | Variação do PIB per capita (% anual) ………………………………………..…50

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1. INTRODUÇÃO

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1.1 Composição corporal

A composição corporal altera-se naturalmente durante toda a vida, por influência de aspetos

fisiológicos (crescimento e desenvolvimento), sociais, económicos e ambientais (estilos de

vida adotados nos quais se incluem os hábitos e costumes alimentares, a prática de

atividade física, hábitos tabágicos e alcoólicos, etc.)(1), entre outros fatores, sendo que as

alterações na composição corporal começam no momento da conceção e apenas cessam

com a morte(2).

Sendo que existe uma grande variabilidade entre indivíduos, não só na composição

corporal, como também na resposta às influências ambientais, sociais e à doença e/ou

incapacidades. Um conhecimento geral dos componentes corporais e das suas inter-

relações auxilia-nos na determinação do seu estado nutricional em todas as etapas da vida

(3).

Estão descritas alterações na composição corporal, com diminuição da massa livre de

gordura e aumento da massa gorda, sendo esta tendência um dos marcadores do

envelhecimento humano(4, 5). Geralmente entre os 40-50 surge o pico máximo de massa

livre de gordura(4, 6-8), ocorrendo posteriormente uma diminuição, que pressupõem também

um declínio da força e do desempenho físico(4). Acredita-se que estas alterações

resultantes do normal processo de envelhecimento fisiológico, possam ser uma

consequência do desequilíbrio entre as necessidades energéticas e a energia ingerida, em

associação a um estilo de vida cada vez mais sedentário(7).

Através da avaliação antropométrica podemos determinar os diferentes componentes do

corpo humano de forma quantitativa e utilizar essa informação na determinação do grau de

desenvolvimento e crescimento no caso das crianças e jovens, e o estado dos

componentes corporais nos adultos e idosos(1).

Este tipo de avaliação era geralmente efetuada através de inquéritos nacionais com o único

propósito de descrever o estado nutricional da população em contexto nacional, sendo

primeiramente descrita em 1932(9). Nos últimos anos devido à evolução no conhecimento

científico, no que concerne à sustentação da evidência da relação entre nutrição e saúde,

aliada à sua capacidade de condicionar o estado nutricional, a necessidade de proceder a

uma adequada e rigorosa avaliação antropométrica assume cada vez mais um papel mais

relevante(10). Também a investigação é unânime em considerar a multiplicidade de

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complicações que poderão advir de um inadequado estado nutricional, levando a um

aumento da morbilidade, mortalidade, tempo de internamento e custos na saúde(11-13).

A perceção do estado nutricional do indivíduo permite-nos identificar aqueles que se

encontram em risco aumentado de complicações associadas e assim proceder de forma

adequada, não só na avaliação das suas necessidades nutricionais individualizadas como

também na adoção da terapêutica alimentar/nutricional mais adequada(14, 15), para posterior

monitorização e consequente reformulação se necessário(10).

A antropometria é uma das componentes universalmente utilizadas para avaliação do

estado nutricional(16), sendo útil na monitorização das necessidades e das consequências

das intervenções alimentares/nutricionais, na doença, trauma e desnutrição/malnutrição(11).

Nas últimas décadas, a utilização deste tipo de avaliação em saúde pública tem contribuído

de forma bastante evidente para a identificação de grupos em risco nutricional e seus

fatores determinantes, justificando a criação de iniciativas de vigilância nutricional(17).

Após o levantamento das medidas antropométricas selecionadas, estas podem-se

combinar e converter em índices antropométricos, de forma a simplificar a sua

interpretação(9). Interpretação essa que necessariamente implica a comparação entre a

informação colhida e a existência de referências e pontos de corte definidos, devendo-se

sempre priorizar os preconizados nacionalmente(18, 19), não esquecendo que são aspetos

orientadores e não objetivos a serem forçosamente alcançados(18).

A aplicação da antropometria não se deve limitar unicamente à identificação de fatores de

risco para a saúde, devendo a sua utilização evidenciar estratégias de promoção para a

saúde, permitindo que os profissionais de saúde envolvidos tenham a possibilidade de

avaliar as ações de controlo e prevenção através de uma prática efetiva de educação para

a saúde(17).

A avaliação antropométrica tem como vantagens, ser de uma forma geral de aplicação

simples, segura, não invasiva e dependendo dos parâmetros selecionados, sem custos

elevados, porém devemos ter em atenção as limitações inerentes às mesmas, como o facto

de não detetar distúrbios nutricionais em curtos períodos de tempo(9).

Quanto ao melhor método de avaliação, não existem métodos ideais, todos eles

apresentam aspetos positivos e limitações, assim, a nossa seleção deve ser adaptada à

população em causa e às condições disponíveis. Aquando da sua aplicação, o investigador

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deverá ter consciência das limitações dos métodos de forma a minimizar possíveis erros de

interpretação(18).

O peso e a altura são medidas úteis na avaliação do estado nutricional não só das crianças,

como também de adultos e idosos, devendo sempre serem avaliados através de técnicas

internacionalmente consideradas. Sendo que os avaliadores, investigadores, e/ou

profissionais de saúde, devem ser devidamente treinados para o seu uso adequado, de

forma a minimizar o enviesamentos da informação colhida(20).

O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida validada e amplamente utilizada na

avaliação do estado nutricional(21), bastante simples de concretizar e de baixo custo

operacional(22-27), sendo útil no diagnóstico de possíveis riscos das populações. Porém, os

seus resultados devem ser vistos como orientações a ter em consideração(22), uma vez que,

o IMC não nos permite distinguir entre massa gorda e massa muscular nem avaliar

eficazmente a distribuição da gordura corporal(28, 29). Em particular, as principais

consequências adversas relacionadas com a obesidade estão fortemente ligadas com a

quantidade de gordura visceral(30, 31).

Este facto faz com que medidas de avaliação da obesidade central como o perímetro da

cintura (PC) e a razão cintura/anca poderão fazer uma melhor previsão do risco de doença

do que o IMC isoladamente(22, 32, 33). Isto porque a presença de excesso de gordura corporal

na zona do abdómen, de forma não proporcional à gordura total, é considerada um fator de

risco para doenças associadas à obesidade(21) como as alterações do perfil lipídico,

hipertensão arterial, diminuição da tolerância à glicose e redução da sensibilidade à

insulina(23, 34), podendo levar ao aparecimento de diabetes, doenças cardiovasculares e

cancro(15).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera haver um risco muito aumentado de

complicações metabólicas para PC superiores a 102 cm nos homens e 88 cm nas mulheres

e a razão cintura/anca iguais ou superiores a 0,90 cm nos homens e 0,85 cm nas

mulheres(35, 36). No entanto, a relação cintura/anca, apesar de ser útil, pode na prática não

se traduzir numa correta avaliação de risco, uma vez que na perda de peso ambos os

perímetros (cintura e anca) podem reduzir de forma praticamente proporcional, não se

refletindo na razão entre ambos(28). Adicionalmente, os pontos de corte do PC preconizados

pela OMS não dependem da altura, o que é considerado uma limitação(28). A relação

perímetro da cintura/altura (PC/altura) surgiu por parecer ser uma ferramenta mais útil na

avaliação global, com um valor limite de média ponderada de 0,5 para ambos os sexos, ou

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seja, deve-se manter o PC em menos de metade da altura(28). Existem ainda autores que

consideram que tanto a adiposidade central como o IMC de forma isolada conseguem

prever o risco de mortalidade(32, 37).

1.2 População adulta

Devido ao seu património genético e à natureza física e psicossocial do ambiente, o

organismo humano é reflexo dos estilos de vida adotados e dos seus hábitos alimentares

durante toda a vida(3). A saúde de um indivíduo é geralmente determinada por 5 fatores: a

hereditariedade, o meio ambiente, a perceção do próprio em relação à sua saúde, os

cuidados de saúde disponíveis e o estilo de vida adotado. De todos estes, a hereditariedade

é o único incapaz de ser modificado, podendo em todos os outros haver uma favorável

intervenção para a obtenção de uma melhor saúde(38).

De forma a serem traçados planos de intervenção alimentares/nutricionais, é necessário

fazer uma avaliação do estado nutricional do indivíduo, devendo esta avaliação ser feita

através de parâmetros antropométricos, clínicos, bioquímicos e dos hábitos alimentares(39).

No início da idade adulta, o crescimento e a maturação estão completos, sendo a

importância de uma alimentação/nutrição adequada centrada na manutenção de uma boa

constituição física, força e tentando evitar o aumento de peso(40).

Quanto às necessidades nutricionais, estas não variam muito, mas as circunstâncias e o

estilo de vida podem sofrer alterações substanciais, influenciando as escolhas e os padrões

alimentares a longo prazo(3). Nesta fase da vida (assim como em todas as outras), deveria

haver uma aposta na aquisição de práticas alimentares que maximizassem a saúde,

minimizando o risco de desenvolvimento de doenças crónicas(3), promovendo a

manutenção da quantidade de gordura corporal desejável, através da ingestão de

quantidades adequadas e grande variedade de alimentos saudáveis(3, 41).

De forma complementar, deveria haver a prática de atividade física regular, dado ser um

aspeto igualmente relevante para a saúde, por levar a um melhor controlo da quantidade

de massa gorda e estimular o aumento da quantidade de massa magra, compartimento

corporal metabolicamente mais ativo, com maior gasto nos homens do que nas mulheres,

variando entre 30% a 65% do peso corporal total(38). Os grandes desafios para a aquisição

de hábitos alimentares saudáveis abrangem o equilíbrio entre muitos determinantes que

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competem entre si e que incluem entre outros fatores, o horário laboral e pessoal, as

viagens, as refeições efetuadas fora de casa e as relações interpessoais(40).

Do ponto de vista fisiológico, na faixa etária entre os 40 e os 60 anos, a composição corporal

altera-se, existindo também alterações hormonais nas mulheres, estando descrito uma

tendência para um aumento de peso depois dos 40 anos de idade (40), em grande parte

devido a um aumento de massa gorda, como nos indicam Guo e colaboradores(2, 42) através

de um estudo longitudinal com dados do Fels Study, com indivíduos entre os 40 e os 66

anos de idade em que encontraram um aumento na massa gorda de 0,37 kg/ano nos

homens e 0,41 kg/ano nas mulheres. No caso das mulheres estas alterações poderão ser

sentidas ainda antes da menopausa, na perimenopausa, referida como período de

transição(43), em que poderão surgir irregularidades menstruais e termina com o último

período menstrual(44). Este é um momento de mudanças hormonais durante as quais a

prevalência de obesidade e as alterações de humor são maiores do que em qualquer outra

fase da vida(45-47), com a perda de estrogénios a provocar uma atrofia dos tecidos da vagina

e do trato urinário, ao aumento da massa gorda abdominal, bem como maior risco de

problemas cardíacos(40, 48, 49) e osteoporose(40). Devido à associação positiva entre a

sintomatologia e o excesso de peso/obesidade, um padrão de alimentação saudável nesta

fase da vida não deve ser negligenciado(43, 50), com o padrão alimentar mediterrâneo a

apresentar uma redução na incidência da resistência à insulina, síndrome metabólico (43, 51)

e diminuição do excesso de peso/obesidade(43).

1.3 População idosa

A nível mundial, a proporção da população idosa está a aumentar, estimando-se que o

número de indivíduos com mais de 80 anos aumente de 120 milhões em 2013 para 392

milhões em 2050(34, 52). Este fenómeno é explicado pela diminuição do número de indivíduos

jovens e da mortalidade. A primeira, consequência da maior utilização de métodos de

controlo da natalidade; a segunda como resultado da melhoria das condições de vida e dos

avanços nos conhecimentos técnico-científicos e médicos que permitem um diagnóstico

precoce e tratamento de doenças mais eficaz(53-55).

O envelhecimento é um processo biológico, complexo, irreversível e progressivo

caracterizado por alterações, em grande parte fora do controlo humano (genéticas,

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biológicas e bioquímicas), mas também por fatores passíveis de serem modificados como

o estilo de vida e os fatores sociais(56). Estas alterações, apesar de normais, acarretam

perdas progressivas das capacidades de adaptação à alimentação e ao meio ambiente,

tornando o indivíduo mais vulnerável, podendo numa situação limite, levar a um quadro de

desnutrição ou mesmo malnutrição, mais prevalente nesta faixa etária(53, 57, 58).

Atualmente a proporção de pessoas idosas a viverem sozinhas está a aumentar

drasticamente, com alguns países europeus a registar mais de 40% das mulheres com

idade igual ou superior a 65 anos a viverem sozinhas(59, 60), que consequentemente levam

à solidão e ao isolamento social. Adicionalmente, nesta faixa etária as limitações financeiras

que reduzem o poder de compra geral e o alimentar em particular, os estados depressivos,

os problemas de saúde oral, a presença de doenças crónicas e consequente

polimedicação, a falta de apetite e os constrangimentos físicos que dificultam as compras

e a preparação de alimentos são fatores limitantes que condicionam uma correta

alimentação, interferindo na manutenção de um correto estado nutricional (3). Apesar de

existirem alguns indivíduos de 70 anos ou mais que apresentam um bom estado físico,

cognitivo e mental, existem outros mais frágeis que requerem um apoio mais constante e

efetivo para satisfazerem as suas necessidades básicas(59).

No que diz respeito à composição corporal desta faixa etária, e em resultado de todas estas

alterações, é comum um aumento progressivo da massa gorda (mais concentrada na zona

abdominal), paralelamente a uma perda natural e progressiva da massa magra (água,

massa óssea e massa muscular)(53, 61) que se traduz num aumento do risco de

fragilidade(59). Estas alterações estão relacionadas com o aumento do sedentarismo e

alterações hormonais, sobretudo nas mulheres(62). Esta natural redução da massa muscular

com aumento da massa gorda no idoso, associada a uma diminuição da força muscular, é

denominada de sarcopenia(53, 63) que se estima que afete 8% a 40% de idosos com mais

de 60 anos(64). A diminuição da força é um dos fatores associados ao comprometimento da

capacidade funcional e consequentemente a autonomia do idoso(53, 65). Esta perda de

massa muscular é também acompanhada da perda de minerais e de água corporal,

apresentando-se os idosos com menos reservas, estando assim mais vulneráveis(62). Com

a idade o metabolismo basal também diminui aproximadamente 10% a 20% devido a todas

as alterações na composição corporal, isto porque, a massa magra é o tecido

metabolicamente mais ativo e está usualmente diminuída nesta faixa etária, a par da

decrescente prática de atividade física(53).

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No que diz respeito à obesidade, a população idosa, por si só, é fator de risco para o

surgimento de doenças metabólicas, com um aumento de situações de dependência,

incapacidade, morbilidade e mortalidade(64). Em 2007 e 2008, 32% dos indivíduos

americanos com mais 65 anos eram obesos, e nos maiores de 75 anos, 27% das mulheres

e 26% dos homens tinham obesidade(64, 66).

Nos idosos, a diminuição da massa livre de gordura (natural do processo de

envelhecimento) pode levar a uma obesidade caracterizada por uma elevada percentagem

de gordura corporal para o mesmo valor de IMC.(67-69) A distribuição dessa gordura é

também alterada, sendo mais centralizada na zona do tronco e com infiltração no tecido

muscular.(67, 70) Tudo isto associado a um conjunto de doenças crónicas e à fragilidade leva

à designada obesidade sarcopénica.(67), a sarcopenia pode assim estar apenas relacionada

com a redução da massa livre de gordura ou estar combinada com um aumento da massa

gorda – obesidade sarcopénica.(63, 71) As suas causas são multifatoriais e podem ir desde

doenças crónicas, a alterações da função endócrina, inflamação, deficiências nutricionais,

entre outras. (63)

Estes indivíduos sarcopénicos têm um risco significativamente maior de ter incapacidades,

assim como uma elevada prevalência de síndrome metabólico e de outras

comorbilidades(67). Quanto à associação entre sarcopenia, saúde psicológica e qualidade

de vida, Cho et al. (71) avaliaram uma amostra de indivíduos coreanos com idades

superiores a 20 anos e concluíram que a obesidade sarcopénica pode ser um fator de risco

para problemas psicológicos, redução da qualidade de vida e redução da mobilidade.

Para a avaliação da composição corporal no idoso, a utilização da antropometria pode estar

afetada por um conjunto de fatores como é o caso da deformação e encurvamento da

coluna que levam a uma redução da altura e/ou limitações em caminhar que dificulta a

pesagem(61).

Relativamente à composição corporal, quando comparados os indivíduos, de 70 anos com

os de 20, estes têm aproximadamente menos 12 kg de massa muscular(62, 72), tendo maior

quantidade de massa gorda, proporcionando uma reserva energética para os períodos de

baixa ingestão alimentar, recuperação de doença/cirurgia, proteção térmica e mecânica no

caso de quedas(62). Em relação à variação ponderal dos indivíduos mais velhos, em média

os homens atingem o pico máximo de peso aos 65 anos e as mulheres aos 75 anos,

havendo depois geralmente um decréscimo(61, 73, 74). Quanto à altura, a partir dos 40 anos

o organismo apresenta uma diminuição de cerca de 1 cm a 2,5 cm por década(61, 75). No

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9

caso do IMC, apesar de constituir uma medida melhor do que o peso na avaliação do estado

nutricional, os pontos de corte a utilizar para os idosos são controversos, dada a

necessidade de ter em consideração as mudanças de distribuição da massa gorda no

envelhecimento(61), existindo alguns autores que defendem valores de corte de IMC

superiores para os idosos, de forma a prevenir a desnutrição de forma mais eficaz(61, 76, 77).

Por este motivo Hajjar indica que o IMC desejado para idosos é de 24 kg/m2 a 29 kg/m2, e

que valores abaixo dos 24 kg/m2 são indicadores de desnutrição no idoso(78).

Todas estas alterações influenciam os hábitos de vida, nos quais se incluem os alimentares

e a atividade física, levando a que as necessidades energéticas possam diminuir (53, 79),

embora o estado de saúde seja influenciado por vários fatores, a alimentação/nutrição é

um dos principais determinantes para um envelhecimento mais saudável(64). A alimentação

é crucial, não apenas para o bem-estar fisiológico, como também contribui para a qualidade

de vida numa perspetiva social, cultural e psicológica(64).

Face ao exposto, é essencial um conhecimento das condições gerais, bem como as

condições de saúde, alimentares e estado nutricional, a fim de promover uma intervenção

adequada, garantindo um envelhecimento saudável e com qualidade de vida(53).

1.4 Curvas de Percentis – método LMS

As curvas de percentis são frequentemente utilizadas na prática clínica como método de

referência para rastreio, identificando os indivíduos cujos valores (ex. altura, peso ou outros)

estão desenquadrados do padrão populacional(80).

Na literatura publicada, este método é utilizado sobretudo nas crianças para avaliação dos

parâmetros antropométricos e de pressão arterial. Nos adultos, e partindo do facto que

sofrem menos variações nas medições antropométricas, utilizam-se valores de referência

com pontos de corte fixos, em muitos parâmetros iguais para ambos os sexos. A utilização

de curvas de percentis em vez de um intervalo de referência simples justifica-se sobretudo

quando a variável que estamos a medir está fortemente dependente de outra, muitas vezes

da idade(80).

Torna-se premente a necessidade de se proceder à construção de referenciais que avaliem

especificamente a população Portuguesa dado que a informação internacional é baseada

em populações diferentes da Portuguesa. Além de permitir perceber se os pontos de corte

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10

para os diferentes parâmetros antropométricos estão definidos por uma questão de

simplicidade ou se realmente não ocorrem muitas alterações ao longo da vida adulta.

Uma das formas de obter curvas de percentis é usando a informação em três curvas

suavizadas específicas: a curva para o exponente da transformação Box-Cox (L), a curva

para a mediana (M) e a curva para o coeficiente de variação generalizado (S)(81). Sendo o

pressuposto chave deste método a ocorrência de uma transformação com o expoente Box-

Cox, após a qual, os dados assumem uma distribuição simétrica e próxima da normal(80).

Permite-nos a criação de curvas de percentis suavizadas de diferentes variáveis

antropométricas (peso, altura, IMC, PC, PC/altura) para o sexo feminino e masculino com

a idade como variável dependente. Desta forma poderemos extrapolar como se comportam

as medidas antropométricas com o passar dos anos.

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11

2. OBJETIVO E JUSTIFICAÇÃO

DO ESTUDO

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12

2.1 Objetivo

Desenvolver referências antropométricas para o peso, altura, IMC, PC e PC/altura, tendo

em consideração a idade e o sexo para a população Portuguesa com idade igual ou superior

a 18 anos;

2.2 Justificação do estudo

Para uma correta avaliação do estado nutricional dos indivíduos devemos utilizar

referências antropométricas nacionais, de forma a conseguirmos ter uma adequada

interpretação do seu estado. Isto porque as referências de um determinado local estão

adaptadas à sua população não sendo transversal a todas as populações e a todos os

locais.

Com o presente trabalho pretende-se relacionar as medidas antropométricas com a idade

e o sexo numa amostra representativa da população adulta Portuguesa proveniente do

estudo Alimentação e Estilos de Vida da População Portuguesa que foi planeado e

promovido pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA),

com o apoio da Nestlé® no âmbito de um protocolo de mecenato científico entre as duas

instituições(82). Os objetivos gerais desse estudo foram a avaliação do estado nutricional,

ingestão alimentar, outras dimensões dos estilos de vida e variáveis relacionadas com o

estado de saúde da população portuguesa. Neste trabalho, apenas serão analisados uma

parte dos dados desse estudo, Os resultados desta Dissertação poderão estabelecer

formas complementares de identificação de indivíduos em risco de desnutrição/malnutrição

com medidas adaptadas à população Portuguesa, para prevenção e/ou correção dessa

situação, permitindo que situações destas possam ser o mais precoce e eficazmente

corrigidas.

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3. POPULAÇÃO E MÉTODOS

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3.1 Desenho do estudo

Este trabalho integra informação proveniente do estudo Alimentação e Estilos de Vida da

População Portuguesa, tratando-se de um estudo epidemiológico observacional de

desenho transversal. Os aspetos metodológicos seguidos foram descritos em publicações

anteriores(23, 82-84).

3.2 População e amostra

A população é constituída pelos indivíduos adultos, com idade maior ou igual a 18 anos,

residentes em Portugal abrangendo todas as regiões (Continente, Madeira e Açores).

A recolha dos dados foi efetuada entre fevereiro e abril de 2009, o procedimento amostral

foi realizado por quotas de sexo e classe etária e os resultados foram ponderados por região

de residência de acordo com o Censos 2001, de forma a garantir a representatividade da

amostra.

Relativamente à amostra, foram efetuados 12643 contactos, dos quais 3519 recusaram

participar e 5595 eram impossíveis de aplicar. Na amostra final incluíram-se 3529

portugueses de idades compreendidas entre os 18 e os 93 anos.

Da amostra, verificou-se que havia 108 indivíduos com informação antropométrica

incompleta (59 sem peso, 72 sem altura, 85 sem IMC e 63 sem PC). A análise de dados

baseou-se assim nos 3419 indivíduos com informação completa, considerando-se os

seguintes critérios:

- Critérios de inclusão

Foram inquiridos todos os indivíduos com idade entre os 18 e os 93 anos que aceitaram de

forma consentida e reuniam as condições necessárias para a participação no estudo.

- Critérios de exclusão

Toda e qualquer condição que impeça o consentimento livre e informado e/ou à participação

do indivíduo no estudo. Foram também excluídas as mulheres grávidas ou lactantes, assim

como os indivíduos com perturbações de crescimento ou deficiência física.

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3.3 Metodologia

Mediante os objetivos propostos, foi elaborado um questionário estruturado de

administração indireta. A aplicação do mesmo foi feita nos domicílios, com entrevistas

individuais e foi utilizada a metodologia de random route. A recolha da informação foi

realizada pela empresa Keypoint, sendo os inquiridores previamente treinados por uma

equipa de nutricionistas da SPCNA que desenvolveu o questionário e respetivo manual do

inquiridor com o objetivo de uniformizar a recolha de informações.

Consideraram-se as sete regiões NUTS II: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo,

Algarve, Madeira e Açores. O questionário aplicado era composto por diversas questões,

de resposta aberta e múltipla(82), sendo neste trabalho apresentados dados relativos às

seguintes características:

I. Características pessoais e sociodemográficas

Idade, sexo, escolaridade, situação profissional, estado civil e região de residência;

II. Parâmetros antropométricos

Peso, altura e PC avaliados e posteriormente procedeu-se ao cálculo do IMC e PC/altura;

Para a avaliação antropométrica, os inquiridores foram devidamente formados e treinados

de forma a minimizar os potenciais erros de medição. Procedeu-se depois à medição da

altura (m), do peso (kg) e do PC (cm) de acordo com a metodologia padronizada(9, 85).

Quanto à classificação do estado ponderal foi calculado o IMC, usando-se a classificação

da OMS para adultos maiores de 18 anos: magreza < 18,5 kg/m2; normal [18,5; 25,0[ kg/m2;

excesso de peso [25,0; 330[ kg/m2 e obesidade ≥ 30,0 kg/m2(86).

Para a classificação do risco cardiovascular segundo o PC usaram-se os pontos de corte

adotados pela OMS: sem risco – mulheres < 80 cm e homens < 94 cm; risco aumentado –

mulheres 80 cm < PC ≤ 88 cm e homens 94 cm < PC ≤ 102 cm; risco substancialmente

aumentando – mulheres > 88 cm e homens > 102 cm(87, 88). Sendo os participantes

avaliados segundo os critérios da Federação Internacional da Diabetes (IDF) que

consideram existir risco cardiovascular para valores de PC ≥ 80cm para mulheres e PC ≥

94cm para homens(89).

O índice PC/altura foi calculado diretamente utilizando os dados relativos a cada indivíduo,

sendo a sua classificação feita segundo o ponto de corte 0,5(28).

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16

3.4 Análise estatística

Os dados foram processados e analisados utilizando os programas IBM SPSS Statistics

versão 22 para o Windows e o Microssoft Office Excel 2013. O tamanho do efeito foi

interpretado usando o eta parcial ao quadrado (ηp2) através de uma definição qualitativa de

efeitos entre sujeitos propostos por Cohen(90). Este critério identifica a importância global

ajustada das variáveis analisadas e o tamanho do efeito foi classificado como pequeno

(ηp2 < 0,035), médio (0,035 ≤ ηp

2 <0,100) e grande (ηp2 ≥ 0,100).

Para a elaboração das curvas de percentis suavizadas para a idade e sexo utilizou-se o

programa LMSchartmaker Light, versão 2.54 que permite obter o exponente da

transformação Box-Cox (L), a mediana (M) e o coeficiente de variação generalizado (S),

através do procedimento LMS(91).

3.5 Caracterização da amostra

Relativamente à caracterização da amostra esta apresenta-se na Tabela 1. Quanto ao sexo

existem 48% de homens e 52% de mulheres, quanto à idade temos a maior percentagem

de indivíduos entre os 20 e os 24 anos (11,9%), e a menor percentagem entre os 75 e os

79 anos (2,2%). No que diz respeito ao grau de escolaridade, 26,3% dos indivíduos tem o

12º ano de escolaridade completo, 21,9% o bacharelato ou curso superior, em menor

percentagem temos os indivíduos que nunca frequentaram a escola (2,5%) e aqueles que

apenas frequentaram entre o 1º e o 3º ano (4,1%). No caso do estado civil, 47,9% são

casados ou em união de facto e em menor número estão os separados ou divorciados

(9,2%). Quanto à situação profissional, a maioria (51,2%) está no ativo e 5,6% são

domésticos. Relativamente ao risco cardiovascular em função do PC, 70,3% tem baixo risco

e 13,8% risco elevado, enquanto em relação ao IMC 47,8% apresentam peso normal, 1,5%

baixo peso e 0,6% já se encontram num estado de obesidade grau III.

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Tabela 1 - Características sociodemográficas de indivíduos adultos e idosos do estudo “Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa”

n np %p

REGIÃO 3419

Norte 512 1221 35,4

Centro 474 606 17,6

LVT 514 1158 33,6

Alentejo 484 184 5,4

Algarve 466 129 3,7

Madeira 461 76 2,2

Açores 508 71 2,1

SEXO 3419

Masculino 1653 1654 48,0

Feminino 1766 1792 52,0

IDADE 3419

18 a 19 198 218 6,3

20 a 24 371 409 11,9

25 a 29 328 312 9,0

30 a 34 281 262 7,6

35 a 39 231 206 6,0

40 a 44 300 300 8,7

45 a 49 291 305 8,8

50 a 54 271 283 8,2

55 a 59 196 199 5,8

60 a 64 245 258 7,5

65 a 69 307 326 9,5

70 a 74 204 193 5,6

75 a 79 95 76 2,2

80+ 101 101 2,9

ESCOLARIDADE 3315

Não frequentou a escola 109 84 2,5

1º ao 3º ano 141 137 4,1

4º ano completo 602 549 16,3

6º ano completo 367 280 8,3

9º ano completo 671 696 20,6

12º ano completo 754 887 26,3

Bacharelato ou superior 671 738 21,9

ESTADO CIVIL 3403

Casado / União de facto 1703 1644 47,9

Solteiro 1009 1061 30,9

Separado / Divorciado 291 314 9,2

Viúvo 400 412 12,0

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SITUAÇÃO PROFISSIONAL 3387

Ativo 1809 1750 51,2

Estudante 424 511 14,9

Desempregado 218 239 7,0

Doméstico 208 192 5,6

Reformado 728 726 21,2

PERÍMETRO DA CINTURA* 3419

Baixo risco 2156 2422 70,3

Risco moderado 579 547 15,9

Risco elevado 684 477 13,8

IMC** 3419

Baixo peso 44 53 1,5

Peso normal 1500 1646 47,8

Excesso de peso 1376 1377 40,0

Obesidade grau I 404 308 8,9

Obesidade grau II 76 42 1,2

Obesidade grau III 19 21 0,6

n – dados não ponderados; np – dados ponderados; %p - % ponderada *Risco Cardiovascular em função do PC: baixo risco M: PC < 80cm; H: PC < 94cm; risco moderado M: 80 ≤ PC < 88cm; H: 94 ≤ PC < 102cm; risco elevado M: PC > 88cm; H: PC > 102cm. **IMC: baixo peso <18,5kg/m2; peso normal [18, 5; 5,0[kg/m2; excesso de peso [25,0; 30,0[kg/m2; obesidade grau I [30,0; 35,0[kg/m2; obesidade grau II [35,0; 40,0[kg/m2; obesidade grau III ≥ 40kg/m2.

Analisando as características sociodemográficas desta amostra verificámos que o Norte

apresenta a maior percentagem populacional, seguido de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto

o local com menor percentagem de indivíduos é a Madeira, não existindo diferenças entre

sexos (Tabela 2). Em relação à escolaridade, existe uma maior percentagem de mulheres

que nunca frequentaram a escola, sendo também as mulheres quem apresentam maiores

percentagens de frequência no ensino superior. No que diz respeito ao estado civil, há mais

mulheres solteiras e mais homens viúvos.

Relativamente à situação profissional existem mais mulheres domésticas e

desempregadas.

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Tabela 2 - Caracterização sociodemográfica por sexo de indivíduos adultos e idosos do estudo “Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa”

SEXO

REGIÃO Masculino Feminino Sig

Norte 35,0% 35,8%

0,988q

Centro 17,8% 17,4%

LVT 33,5% 33,7%

Alentejo 5,4% 5,3%

Algarve 3,9% 3,5%

Madeira 2,1% 2,3%

Açores 2,1% 2,0%

ESCOLARIDADE

Não frequentou a escola 1,3% 3,6%

<0,001q

1º ao 3º ano 3,5% 4,6%

4º ano completo 14,4% 18,0%

6º ano completo 10,2% 6,6%

9º ano completo 23,6% 17,9%

12º ano completo 26,5% 26,2%

bacharelato ou superior 20,6% 23,1%

ESTADO CIVIL

Casado / União de facto 49,5% 46,5%

<0,001q Solteiro 34,3% 27,8%

Separado / Divorciado 7,4% 10,8%

Viúvo 8,8% 14,9%

SITUAÇÃO PROFISSIONAL

Ativo 54,7% 47,9%

<0,001q

Estudante 16,7% 13,3%

Desempregado 6,6% 7,3%

Doméstico 0,3% 10,5%

Reformado 21,6% 20,9%

q – qui-quadrado

Quanto à caracterização sociodemográfica por idade e sexo, média de idades é semelhante

em todas as regiões, variando entre os 40 e os 50 anos (Tabela 3). Relativamente à

escolaridade, os mais velhos são os menos escolarizados, em relação ao estado civil, os

solteiros são os mais novos e os viúvos os mais velhos. Quanto à situação profissional, tal

como o previsto, os estudantes são os mais novos e os reformados os mais velhos.

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Tabela 3 - Caracterização sociodemográfica por idade e sexo de indivíduos adultos e idosos do estudo “Alimentação e estilos de vida da população Portuguesa”

SEXO

Masculino Feminino

Média de idades Desvio padrão

Média de idades Desvio padrão

REGIÃO

Norte 42,8 17,5 44,9 18,2

Centro 46,1 18,6 47,7 18,8

LVT 44,7 19,0 46,2 18,7

Alentejo 47,4 18,9 49,5 18,8

Algarve 45,3 18,7 46,7 19,3

Madeira 42,3 17,7 44,3 17,6

Açores 43,4 18,1 45,7 18,5

Sig. 0,118A 0,196A

ESCOLARIDADE

Não frequentou a escola 75,1 6,8 73,7 8,1

1º ao 3º ano 70,0 10,7 70,3 7,9

4º ano completo 61,6 11,4 63,6 11,00

6º ano completo 53,8 13,7 50,3 13,1

9º ano completo 41,7 16,4 41,3 14,8

12º ano completo 31,6 14,3 33,4 14,8

Bacharelato ou superior 40,0 14,3 39,7 13,3

ρ -0,490S -0,552S

Sig. <0,001S <0,001S

ESTADO CIVIL

Casado / União de facto 51,0 14,1 48,3 13,9

Solteiro 27,2 11,0 28,3 13,0

Separado / Divorciado 50,6 10,2 50,3 11,5

Viúvo 69,6 8,2 69,6 10,8

Sig. <0,001A <0,001A

SITUAÇÃO PROFISSIONAL Ativo 42,3 12,1 40,9 11,6

Estudante 20,9 3,0 21,6 6,6

Desempregado 38,0 12,8 38,1 12,2

Doméstica 63,4 10,2 59,6 13,1

Reformado 69,2 7,7 69,6 7,2

Sig. <0,001A <0,001A

A – ANOVA; S – Spearman;

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4. RESULTADOS

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Nos resultados apresentam-se, para os índices antropométricos peso para a idade, altura

para a idade, IMC para a idade, PC para a idade e relação PC/altura para a idade, a média,

o desvio-padrão, o máximo, o mínimo e os respetivos percentis dos dados avaliados não

suavizados. Posteriormente foram determinadas por sexo, as curvas de percentis e z-

scores suavizadas para cada parâmetro antropométrico. Por último são ainda

representados os efeitos do sexo, idade e região nos dados antropométricos avaliados.

4.1 Altura

No sexo feminino (Gráfico 1), a altura das mulheres mais velhas é menor, notando-se, nos

percentis superiores, um decréscimo mais acentuado até aos 40 anos, após este período

verifica-se um ligeiro aumento, ao qual se segue nova diminuição após os 60 anos. Já nos

percentis inferiores, nota-se uma diminuição da altura ligeiramente mais acentuada entre

os 25 e os 50 anos (Gráfico 1). Quanto aos valores, verificou-se a maior média de 1,67 m

até aos 24 anos e a menor de 1,57 m após os 80 anos (Tabela 4).

No sexo masculino (Gráfico 2), o comportamento é um pouco diferente, notando-se

diferenças aos 30 e 60 anos, no primeiro caso devido a um aumento na altura nos percentis

mais baixos e no segundo caso devido a uma descida mais acentuada nos percentis

superiores. Com a maior média de 1,77 m no intervalo de idades entre os 25 e os 29 anos

e a menor de 1,68 m entre os 75 e os 79 anos (Tabela 4).

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23

Tabela 4 – Altura da amostra, por sexo e por idade

Média Desvio Padrão

Mínimo Percentis

Máximo 3 5 10 15 25 50 75 85 90 95 97

Altura (m)

Masculino 18 a 19 1,75 0,07 1,48 1,61 1,63 1,66 1,69 1,72 1,75 1,79 1,80 1,83 1,89 1,89 1,97

20 a 24 1,75 0,06 1,56 1,65 1,67 1,68 1,69 1,71 1,75 1,79 1,82 1,85 1,86 1,87 1,95

25 a 29 1,77 0,06 1,56 1,65 1,69 1,70 1,71 1,72 1,76 1,81 1,83 1,84 1,87 1,90 1,94

30 a 34 1,76 0,06 1,50 1,67 1,68 1,70 1,71 1,72 1,76 1,79 1,81 1,83 1,86 1,87 2,02

35 a 39 1,74 0,05 1,56 1,63 1,65 1,68 1,69 1,71 1,75 1,77 1,80 1,80 1,81 1,84 1,87

40 a 44 1,75 0,06 1,61 1,64 1,65 1,66 1,68 1,71 1,75 1,79 1,81 1,84 1,86 1,88 1,91

45 a 49 1,75 0,08 1,50 1,59 1,62 1,65 1,68 1,70 1,75 1,80 1,83 1,84 1,86 1,90 1,94

50 a 54 1,75 0,07 1,59 1,63 1,64 1,67 1,69 1,70 1,74 1,79 1,83 1,83 1,86 1,86 1,92

55 a 59 1,73 0,07 1,50 1,59 1,62 1,65 1,67 1,67 1,73 1,78 1,80 1,81 1,83 1,85 1,87

60 a 64 1,71 0,06 1,55 1,58 1,59 1,63 1,65 1,68 1,71 1,75 1,75 1,76 1,78 1,79 1,85

65 a 69 1,71 0,07 1,46 1,56 1,60 1,61 1,63 1,68 1,71 1,76 1,77 1,78 1,80 1,85 1,85

70 a 74 1,70 0,06 1,54 1,58 1,60 1,62 1,63 1,67 1,70 1,74 1,76 1,77 1,80 1,82 1,84

75 a 79 1,68 0,07 1,48 1,48 1,57 1,59 1,62 1,64 1,70 1,72 1,75 1,77 1,79 1,79 1,79

80+ 1,69 0,07 1,50 1,54 1,54 1,57 1,61 1,65 1,70 1,72 1,76 1,80 1,81 1,81 1,81

Feminino 18 a 19 1,67 0,07 1,50 1,55 1,56 1,58 1,60 1,61 1,67 1,69 1,74 1,78 1,80 1,80 1,82

20 a 24 1,67 0,07 1,50 1,55 1,56 1,57 1,60 1,63 1,68 1,72 1,74 1,75 1,77 1,80 1,89

25 a 29 1,66 0,06 1,48 1,54 1,55 1,58 1,60 1,62 1,66 1,69 1,72 1,72 1,74 1,75 1,85

30 a 34 1,65 0,05 1,50 1,55 1,56 1,57 1,60 1,63 1,65 1,69 1,71 1,72 1,74 1,75 1,75

35 a 39 1,63 0,06 1,50 1,53 1,54 1,54 1,55 1,57 1,65 1,67 1,70 1,71 1,73 1,74 1,78

40 a 44 1,65 0,06 1,46 1,53 1,55 1,57 1,59 1,61 1,65 1,68 1,70 1,72 1,72 1,75 1,85

45 a 49 1,63 0,07 1,46 1,52 1,52 1,54 1,56 1,59 1,63 1,68 1,72 1,74 1,75 1,80 1,80

50 a 54 1,64 0,07 1,47 1,51 1,52 1,54 1,55 1,58 1,65 1,69 1,70 1,73 1,79 1,80 1,81

55 a 59 1,63 0,06 1,47 1,50 1,53 1,56 1,57 1,59 1,63 1,68 1,70 1,72 1,72 1,74 1,78

60 a 64 1,62 0,06 1,47 1,51 1,51 1,54 1,55 1,56 1,61 1,67 1,69 1,70 1,71 1,78 1,80

65 a 69 1,62 0,07 1,40 1,51 1,53 1,54 1,55 1,58 1,62 1,67 1,70 1,72 1,74 1,74 1,77

70 a 74 1,61 0,07 1,46 1,50 1,50 1,53 1,53 1,55 1,60 1,67 1,70 1,71 1,73 1,75 1,76

75 a 79 1,58 0,06 1,43 1,48 1,49 1,51 1,52 1,55 1,57 1,64 1,67 1,67 1,67 1,76 1,77

80+ 1,57 0,07 1,45 1,45 1,45 1,49 1,49 1,52 1,55 1,61 1,64 1,66 1,70 1,75 1,75

Page 35: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

24

Ainda relativamente à altura (Tabela 5), verificamos que os homens são significativamente

mais altos (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,337, efeito forte), e, em ambos os sexos, os mais velhos

são mais baixos (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,113, efeito forte). No caso da região onde moram,

existe um efeito fraco em relação à altura (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,035), ou seja, são

encontradas diferentes médias de altura nas diferentes regiões. Encontrou-se ainda um

efeito fraco na interação entre região e sexo (sig. = 0,010 e ηp2 = 0,005), o que significa que

a discrepância de alturas entre homens e mulheres é diferente de região para região, com

média de altura mais elevada nos homens em Lisboa e Vale do Tejo e nas mulheres no

Norte.

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

1,65

1,70

1,75

1,80

1,85

1,90

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

1,65

1,70

1,75

1,80

1,85

1,90

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

Gráfico 1- Curvas de percentis suavizadas da altura para a idade - mulheres

Gráfico 2- Curvas de percentis suavizadas da altura para a idade - homens

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25

Tabela 5 – Efeito do sexo, da idade e da região na altura

Sig. ηp2

Sexo <0,001 0,337

Idade <0,001 0,113

Região <0,001 0,035

Região e sexo 0,010 0,005

Região e idade 0,421 0,024

Sexo e idade 0,390 0,004

Região e sexo e idade 0,245 0,026

R2ajustado = 0,471

4.2 Peso

No que diz respeito ao peso, nas mulheres (Gráfico 3) verifica-se um aumento do peso com

a idade até aproximadamente aos 55 anos, período a partir do qual se verifica uma

estagnação, seguida de um decréscimo aos 65 anos. Quanto aos valores, verificámos a

maior média de 70,8 kg no intervalo de idades entre os 55 e os 59 anos e a menor de 59,5

kg aos 18 a 19 anos (Tabela 6).

No caso dos homens (Gráfico 4), as curvas apresentam um comportamento um pouco

diferente, com um aumento de peso até perto dos 30 anos, seguida de uma estabilização,

verificando-se depois uma ligeira diminuição a partir dos 55 anos. Com todos os percentis

a comportarem-se de forma semelhante. Com a maior média de 83,1 kg entre os 50 e os

54 anos e a menor de 71,6 kg aos 18 a 19 anos (Tabela 6).

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26

Tabela 6 - Peso da amostra, por sexo e por idade

Média Desvio Padrão

Mínimo Percentis

Máximo 3 5 10 15 25 50 75 85 90 95 97

Peso (kg)

Masculino 18 a 19 71,6 7,9 42,6 52,2 60,7 63,0 64,0 67,0 71,0 77,0 80,8 83,0 85,0 85,4 98,5

20 a 24 74,3 9,7 51,0 56,0 59,0 64,0 65,0 68,8 74,0 80,0 82,2 84,5 89,0 91,9 115,0

25 a 29 80,3 10,5 50,4 65,0 66,0 69,0 70,8 75,0 80,0 85,2 87,0 89,0 101,0 105,0 130,0

30 a 34 83,1 9,9 58,5 66,3 68,5 73,0 75,2 78,0 83,0 88,4 91,8 93,0 100,1 113,6 138,7

35 a 39 77,5 9,1 53,0 58,6 62,0 67,3 69,9 71,0 77,0 85,0 88,8 91,0 93,0 93,4 105,0

40 a 44 81,0 9,3 58,0 62,2 63,6 68,8 73,9 76,0 80,3 87,0 90,9 94,0 96,7 99,2 115,9

45 a 49 82,7 10,8 53,0 65,0 67,0 71,2 73,7 76,0 82,0 87,0 90,4 95,0 102,0 110,1 120,0

50 a 54 83,1 9,8 55,0 66,0 67,0 71,4 73,0 78,0 84,0 88,0 92,0 95,0 97,0 104,7 120,5

55 a 59 81,3 10,4 51,0 60,0 61,8 68,8 70,0 74,0 80,8 89,0 92,8 96,0 98,0 99,0 110,4

60 a 64 80,5 10,1 59,0 64,8 65,5 69,4 72,0 74,8 79,1 84,0 91,2 95,3 98,0 99,7 118,0

65 a 69 79,6 8,3 53,0 62,6 63,0 68,5 70,0 74,0 80,9 86,0 88,0 89,0 91,0 91,2 113,0

70 a 74 79,4 9,7 54,6 56,0 60,9 67,0 68,0 71,3 80,0 87,6 90,0 91,0 93,7 96,0 106,5

75 a 79 74,8 10,9 53,0 53,7 54,0 56,8 62,4 68,0 77,2 81,9 86,7 88,4 91,0 111,5 126,7

80+ 79,0 10,2 63,0 63,0 65,1 67,0 68,0 70,0 78,0 84,1 92,0 95,7 98,4 105,0 105,0

Feminino 18 a 19 59,5 6,8 44,7 47,0 51,9 53,0 53,0 54,0 59,0 63,7 69,0 70,0 71,9 73,8 79,0

20 a 24 61,5 8,7 41,5 47,4 49,9 53,0 54,0 55,2 60,4 67,0 69,2 70,0 78,0 83,0 96,0

25 a 29 61,1 8,1 45,3 48,0 48,3 51,0 52,0 56,0 60,0 66,0 68,3 72,3 77,0 78,1 93,0

30 a 34 63,9 10,8 41,0 49,8 51,0 53,0 55,7 58,0 62,0 69,0 72,5 75,0 78,3 80,6 122,0

35 a 39 64,8 9,8 49,0 50,0 50,5 54,0 56,0 58,6 63,0 68,3 76,1 79,0 85,0 88,0 101,0

40 a 44 65,6 9,2 47,0 49,5 52,2 54,6 57,0 60,0 65,0 70,0 74,0 78,0 83,3 85,0 99,0

45 a 49 65,5 10,5 45,5 48,7 50,0 52,4 54,0 59,0 63,7 72,0 76,7 81,7 88,0 88,0 115,0

50 a 54 67,3 11,7 45,0 48,0 51,0 56,0 57,0 60,0 66,0 73,7 77,0 79,1 90,5 102,0 115,0

55 a 59 70,8 10,2 51,1 55,0 56,0 58,9 62,0 64,2 69,0 75,0 80,0 82,0 97,0 98,9 116,0

60 a 64 70,4 9,7 50,2 54,4 55,0 58,9 62,0 63,0 70,0 77,2 79,3 83,0 84,0 93,4 108,0

65 a 69 69,5 12,6 45,0 53,0 53,0 55,0 58,4 61,8 68,0 74,7 79,0 83,0 91,0 103,3 124,0

70 a 74 67,7 9,3 50,0 51,5 52,0 56,0 58,4 61,0 67,0 75,0 79,0 79,8 84,0 85,0 110,0

75 a 79 68,7 10,8 49,8 50,0 50,0 55,0 60,0 63,0 68,7 75,0 76,1 83,1 97,5 97,5 97,5

80+ 65,2 9,8 40,0 50,3 51,0 51,4 54,0 58,3 64,0 72,0 74,1 78,0 88,0 89,8 92,0

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27

Gráfico 3- Curvas de percentis suavizadas do peso para a idade - mulheres

Gráfico 4- Curvas de percentis suavizadas do peso para a idade - homens

Pela análise das curvas de percentis suavizadas do peso (Gráficos 3 e 4 e Tabela 7),

concluiu-se assim que os homens são mais pesados que as mulheres, sendo este um efeito

forte (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,221). No entanto são as mulheres que apresentam maiores

flutuações no peso. Relativamente à interação entre o peso e a idade (Tabela 7), encontrou-

se um efeito moderado (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,008). No caso da região onde moram existe

um fraco efeito com o peso (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,023), com a média de peso mais elevada

encontrada nos Açores. Quanto à interação entre sexo e idade (Tabelas 6 e 7), vemos que

aos 18 a 19 anos, os homens são 12,1 kg mais pesados que as mulheres, e, após os 80

anos essa diferença aumenta para 13,8 kg, existindo um efeito fraco entre o sexo e a idade

(sig. < 0,001 e ηp2 = 0,022).

4550556065707580859095

100105

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

4550556065707580859095

100105

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

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28

Tabela 7 - Efeito do sexo, da idade e da região no peso

Sig. ηp2

Sexo <0,001 0,221

Idade <0,001 0,080

Região <0,001 0,023

Região e sexo 0,138 0,003

Região e idade 0,364 0,025

Sexo e idade <0,001 0,022

Região e sexo e idade 0,251 0,026

R2ajustado = 0,343

4.3 IMC

Nas mulheres há um aumento do IMC mais acentuado até aproximadamente aos 55 anos

a par do que sucede com o peso, após este período nota-se uma estabilização (Gráfico 5).

Com a maior média de IMC de 27,6 kg/m2 encontrada entre os 75 e os 79 anos e a menor

de 21,5 kg/m2 encontrada aos 18 a 19 anos (Tabela 8).

No que diz respeito aos homens, até aos 30 anos há um aumento acentuado do IMC,

aproximadamente entre os 30 e os 40 anos há um ligeiro abrandamento, voltando após

este período novamente a aumentar mas de forma não tão acentuada (Gráfico 6). Sendo

que após os 80 anos verificámos a maior média de IMC (27,8 kg/m2) e a menor aos 18 a

19 anos (23,4 kg/m2) (Tabela 8).

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29

Tabela 8 -IMC da amostra, por sexo e por idade

Média Desvio Padrão

Mínimo Percentis

Máximo 3 5 10 15 25 50 75 85 90 95 97

IMC (kg/m2)

Masculino 18 a 19 23,4 2,6 15,8 19,1 19,2 20,7 21,1 21,8 23,2 24,7 25,8 26,8 28,4 28,9 33,7

20 a 24 24,1 2,5 17,0 19,5 20,1 20,7 22,0 22,5 24,1 25,6 26,3 27,0 28,7 29,8 34,9

25 a 29 25,7 3,3 19,2 21,4 22,4 22,7 23,0 23,9 25,4 26,9 27,9 28,7 30,2 33,0 44,5

30 a 34 26,8 2,8 17,7 22,6 23,1 23,9 24,6 25,3 26,3 28,4 29,0 30,1 31,8 34,0 44,3

35 a 39 25,5 2,9 19,1 20,1 21,3 21,7 22,2 23,4 25,5 27,8 28,7 29,3 30,2 30,8 36,8

40 a 44 26,5 3,0 17,3 21,6 22,1 22,7 23,9 24,6 26,5 28,0 29,7 30,8 32,9 33,6 37,7

45 a 49 27,0 2,7 21,1 22,9 23,5 23,9 24,5 25,2 26,5 29,3 29,8 30,1 31,9 33,1 38,9

50 a 54 27,3 3,0 19,1 23,1 23,2 24,2 24,3 25,1 26,8 29,4 30,5 31,7 32,6 33,1 39,8

55 a 59 27,2 3,4 18,6 21,7 22,0 22,9 24,0 25,0 26,8 29,8 30,6 31,9 33,0 33,5 36,9

60 a 64 27,7 3,5 20,9 23,2 23,3 23,8 24,5 25,4 27,1 29,2 31,2 32,5 33,5 38,2 40,8

65 a 69 27,3 2,5 21,0 23,3 23,6 24,0 24,6 25,8 27,3 28,4 29,4 31,2 32,2 32,6 42,0

70 a 74 27,6 3,0 19,8 21,1 22,1 23,7 24,5 25,2 27,7 29,4 31,3 32,2 33,0 33,1 34,8

75 a 79 26,4 3,2 19,8 19,8 20,2 20,6 22,4 25,0 27,3 28,4 28,8 29,7 31,4 38,0 42,8

80+ 27,8 3,7 21,9 21,9 21,9 22,0 23,3 25,1 27,6 29,7 32,6 33,1 34,4 36,3 37,3

Feminino 18 a 19 21,5 2,4 17,4 18,5 18,6 18,8 19,0 19,5 21,0 23,1 24,6 25,3 25,9 26,4 29,4

20 a 24 22,0 2,8 17,5 17,9 18,3 18,6 19,2 20,3 21,6 23,2 24,7 25,6 26,9 29,1 35,3

25 a 29 22,3 3,0 16,2 17,6 18,1 18,6 19,4 20,1 21,7 24,1 25,9 26,6 27,9 28,8 35,8

30 a 34 23,4 3,9 16,7 18,5 18,9 19,3 20,0 20,9 23,0 25,4 26,2 27,9 28,5 31,4 43,7

35 a 39 24,5 3,9 17,5 19,1 20,0 20,2 20,6 21,7 23,8 26,5 28,3 30,1 33,3 34,5 36,2

40 a 44 24,1 3,2 19,0 19,3 19,6 20,5 20,9 21,8 23,9 26,0 26,6 27,7 29,3 33,3 37,0

45 a 49 24,6 4,2 15,9 17,6 19,3 20,5 20,8 21,7 24,2 26,4 28,1 30,1 33,0 35,7 42,8

50 a 54 25,2 5,0 18,0 19,7 19,9 20,4 20,7 21,5 23,4 27,4 31,2 32,6 36,2 38,8 42,8

55 a 59 26,6 4,1 19,2 20,9 21,3 22,6 23,0 23,7 25,9 28,4 31,2 32,0 35,6 39,4 40,4

60 a 64 26,9 4,0 18,7 20,3 21,4 22,0 22,7 23,9 26,5 29,4 31,2 32,0 32,9 38,2 40,2

65 a 69 26,5 5,3 18,8 19,6 20,5 21,3 22,0 22,8 26,1 28,6 30,4 33,5 35,8 44,7 49,1

70 a 74 26,2 4,0 19,3 20,4 21,3 21,8 22,5 23,3 25,7 28,1 31,2 33,0 34,6 35,1 37,1

75 a 79 27,6 5,3 19,1 20,5 20,5 22,6 22,6 23,8 27,5 29,1 31,6 33,1 43,9 43,9 43,9

80+ 26,6 4,2 18,8 19,4 21,0 22,1 23,0 24,0 26,4 28,2 31,0 33,1 34,2 37,3 40,9

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30

Gráfico 5- Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade - mulheres

Gráfico 6- Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade - homens

Através da análise do Gráfico 7 e da Tabela 7, verificou-se que os homens apresentam um

crescimento rápido de IMC até aos 30 anos, nas idades superiores são as mulheres quem

aumentam mais o seu IMC (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,023), sendo os indivíduos mais velhos

aqueles que apresentam maiores valores de IMC (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,161) . No caso da

região onde moram existe um moderado efeito com o IMC (sig. <0,001 e ηp2=0,038), com

a maior média de IMC registada nos Açores. Quando se analisaram as discrepâncias entre

sexo e idade verificou-se que, em ambos os sexos existe uma fraca tendência de aumento

do IMC com a idade (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,016), sendo que nas idades inferiores o maior

crescimento de IMC é encontrado nos homens, e, em idades superiores existe maior

crescimento de IMC nas mulheres. Quanto à interação entre região e sexo existe uma fraca

discrepância do IMC de homens e mulheres de região para região (sig. < 0,001 e

ηp2 = 0,009), com os homens a apresentarem a maior média de IMC na Madeira, e as

mulheres no Alentejo.

16

18

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

161820222426283032343638

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

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31

Gráfico 7- Curvas de percentis suavizadas do IMC para a idade - comparação homens e mulheres

Tabela 9 - Efeito do sexo, da idade e da região no IMC

Sig. ηp2

Sexo <0,001 0,023

Idade <0,001 0,161

Região <0,001 0,038

Região e sexo <0,001 0,009

Região e idade 0,160 0,027

Sexo e idade <0,001 0,016

Região e sexo e idade 0,792 0,021

R2ajustado = 0,471

4.4 Perímetro da cintura

Nas mulheres (Gráfico 8) há um aumento do PC com a idade, verificando-se nos percentis

mais elevados um pico por volta dos 65 anos, período a partir do qual se verifica um

decréscimo. O valor médio mais elevado é de 85 cm no intervalo de idades entre os 65 e

os 69 anos e a partir dos 75 anos e, a menor de 73 cm dos 18 aos 29 anos (Tabela 10).

Nos homens (Gráfico 9), no percentil 97 observa-se uma descida do PC até aos 22 anos,

ao qual se segue um aumento, notando-se aumentos mais rápidos dos 22 aos 25 anos e

dos 40 aos 45 anos. Quanto ao maior valor médio observado é de 95 cm entre os 70 e os

74 anos e o mínimo de 82 cm aos 18 a 19 anos (Tabela 10).

161820222426283032343638

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P95

P50

P5

P95

P50

P5

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32

Tabela 10 - PC da amostra, por sexo e por idade

Média Desvio Padrão

Mínimo Percentis

Máximo 3 5 10 15 25 50 75 85 90 95 97

PC (cm)

Masculino 18 a 19 82 10 55 64 70 71 73 76 81 85 86 89 103 107 116

20 a 24 83 7 64 70 72 73 76 78 81 86 89 90 95 98 110

25 a 29 87 9 60 71 74 79 82 83 86 90 92 97 104 105 129

30 a 34 90 11 69 74 74 78 82 85 87 94 97 99 106 117 142

35 a 39 87 9 71 71 75 76 79 81 85 92 97 100 106 107 119

40 a 44 90 10 67 74 75 79 81 82 89 96 100 102 111 115 123

45 a 49 93 11 62 74 79 80 83 86 92 98 102 104 115 116 137

50 a 54 93 10 71 78 80 81 83 86 92 99 103 104 117 120 126

55 a 59 92 12 70 70 71 77 80 83 93 98 104 109 113 119 121

60 a 64 94 14 60 70 78 81 82 87 93 98 100 106 116 135 160

65 a 69 92 10 66 71 72 77 80 84 92 100 102 103 106 110 115

70 a 74 95 12 65 71 75 76 82 90 93 104 106 107 115 119 119

75 a 79 91 13 65 65 67 75 75 82 91 102 104 105 108 126 132

80+ 93 14 65 72 73 79 81 83 89 102 105 109 130 130 130

Feminino 18 a 19 73 8 60 63 63 64 65 68 71 75 83 88 90 91 100

20 a 24 73 8 57 62 62 64 66 68 72 77 80 81 86 91 113

25 a 29 73 8 56 61 62 65 67 70 72 76 80 82 89 92 103

30 a 34 76 11 55 62 63 65 68 70 74 80 83 86 102 109 114

35 a 39 78 11 57 60 62 68 70 72 75 79 88 92 103 109 121

40 a 44 77 10 60 60 62 65 68 71 76 81 83 89 98 106 130

45 a 49 79 10 60 62 63 67 70 73 78 84 87 91 100 108 121

50 a 54 81 15 60 60 61 64 68 71 80 88 95 101 106 117 140

55 a 59 83 12 61 66 67 70 71 76 80 89 93 101 113 118 128

60 a 64 82 13 60 63 64 69 70 74 79 89 96 101 110 116 120

65 a 69 85 14 60 68 69 70 73 75 80 92 98 108 112 120 150

70 a 74 82 13 55 65 66 70 70 73 79 91 98 104 111 115 123

75 a 79 85 14 63 63 63 70 72 75 80 96 98 107 112 114 129

80+ 85 11 58 70 73 74 75 77 82 92 102 102 105 105 116

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33

Gráfico 8- Curvas de percentis suavizadas do PC para a idade - mulheres

Gráfico 9- Curvas de percentis suavizadas do PC para a idade - homens

Pela análise dos Gráficos 8 e 9 e da Tabela 11 verificámos que os homens apresentam um

PC significativamente mais elevado que as mulheres (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,104), existindo

também uma forte tendência de aumento com a idade (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,104).

Relativamente à região, existe uma fraca interação com o PC (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,029) .

Verificámos também que o PC aumenta de forma moderada em homens e mulheres com

a idade (sig. = 0,003 e ηp2 = 0,035) e com um fraco efeito entre regiões e sexo (sig. < 0,001

e ηp2 = 0,016), com média de PC mais elevada na Madeira nos homens e no Alentejo nas

mulheres.

6065707580859095

100105110115120125130

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

6065707580859095

100105110115120125130

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

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34

Tabela 11 - Efeito do sexo, da idade e da região no PC

Sig. ηp2

Sexo <0,001 0,104

Idade <0,001 0,140

Região <0,001 0,029

Região e sexo <0,001 0,016

Região e idade 0,003 0,035

Sexo e idade 0,007 0,009

Região e sexo e idade 0,364 0,025

R2ajustado = 0,274

4.5 Perímetro da cintura/altura

Quanto à relação PC/altura nas mulheres (Gráfico 10), o percentil 97 apresenta um

aumento até aproximadamente aos 55 anos, período a partir do qual se nota uma

estabilização com tendência a reduzir nas idades superiores. Já o percentil 3 esta relação

aumenta de forma mais constante com a idade. Com a média mais elevada registada de

0,543 após os 80 anos e a mais baixa de 0,435 entre os 20 e os 24 anos (Tabela 12).

Já no caso dos homens (Gráfico 11), há um aumento praticamente constante com a idade,

mais notório nos percentis superiores, havendo um aumento mais rápido perto dos 25 e 45

anos. Com o maior valor médio de 0,558 entre os 70 e os 74 anos e o menor de 0,467 aos

18 a 19 anos (Tabela 12).

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35

Tabela 12 - PC/altura da amostra, por sexo e por idade

Média Desvio Padrão

Mínimo Percentis

Máximo 3 5 10 15 25 50 75 85 90 95 97

PC/altura

Masculino 18 a 19 0,467 0,058 0,309 0,386 0,396 0,405 0,422 0,435 0,464 0,483 0,494 0,512 0,579 0,618 0,716

20 a 24 0,470 0,038 0,375 0,400 0,407 0,423 0,431 0,449 0,471 0,492 0,506 0,508 0,531 0,560 0,654

25 a 29 0,493 0,051 0,378 0,416 0,422 0,444 0,461 0,469 0,486 0,507 0,526 0,545 0,592 0,601 0,754

30 a 34 0,509 0,056 0,380 0,423 0,432 0,453 0,465 0,481 0,500 0,541 0,548 0,559 0,600 0,662 0,772

35 a 39 0,499 0,052 0,400 0,418 0,431 0,443 0,446 0,462 0,486 0,539 0,554 0,565 0,611 0,611 0,704

40 a 44 0,516 0,062 0,381 0,428 0,432 0,440 0,448 0,474 0,506 0,557 0,571 0,592 0,651 0,672 0,732

45 a 49 0,531 0,060 0,399 0,435 0,443 0,447 0,471 0,492 0,532 0,563 0,583 0,601 0,637 0,682 0,733

50 a 54 0,534 0,062 0,418 0,441 0,443 0,454 0,466 0,485 0,523 0,574 0,596 0,619 0,654 0,664 0,756

55 a 59 0,534 0,071 0,392 0,419 0,429 0,441 0,448 0,483 0,541 0,564 0,617 0,641 0,671 0,696 0,748

60 a 64 0,550 0,083 0,343 0,436 0,443 0,468 0,494 0,509 0,553 0,572 0,593 0,615 0,711 0,785 0,941

65 a 69 0,536 0,057 0,423 0,435 0,436 0,455 0,464 0,484 0,550 0,576 0,590 0,612 0,634 0,637 0,676

70 a 74 0,558 0,069 0,413 0,423 0,444 0,466 0,476 0,529 0,561 0,597 0,611 0,633 0,719 0,728 0,730

75 a 79 0,539 0,073 0,367 0,367 0,450 0,455 0,458 0,480 0,542 0,598 0,604 0,628 0,659 0,741 0,767

80+ 0,550 0,083 0,411 0,461 0,461 0,473 0,474 0,482 0,525 0,618 0,627 0,650 0,765 0,765 0,765

Feminino 18 a 19 0,436 0,046 0,347 0,376 0,378 0,391 0,398 0,406 0,423 0,461 0,477 0,504 0,555 0,565 0,610

20 a 24 0,435 0,045 0,328 0,376 0,376 0,390 0,404 0,411 0,424 0,458 0,478 0,492 0,510 0,535 0,720

25 a 29 0,443 0,046 0,343 0,365 0,369 0,398 0,407 0,418 0,436 0,465 0,482 0,499 0,544 0,565 0,639

30 a 34 0,457 0,066 0,337 0,360 0,375 0,406 0,410 0,419 0,445 0,476 0,509 0,531 0,626 0,653 0,696

35 a 39 0,477 0,071 0,337 0,374 0,376 0,416 0,423 0,435 0,464 0,500 0,540 0,570 0,673 0,696 0,701

40 a 44 0,467 0,063 0,355 0,362 0,375 0,408 0,415 0,430 0,458 0,491 0,516 0,533 0,607 0,646 0,735

45 a 49 0,485 0,068 0,364 0,371 0,380 0,409 0,429 0,441 0,472 0,519 0,548 0,561 0,631 0,674 0,738

50 a 54 0,497 0,098 0,352 0,368 0,375 0,391 0,407 0,431 0,473 0,527 0,595 0,645 0,673 0,760 0,843

55 a 59 0,509 0,081 0,365 0,393 0,399 0,429 0,447 0,455 0,489 0,541 0,577 0,621 0,703 0,742 0,786

60 a 64 0,510 0,084 0,364 0,379 0,389 0,412 0,440 0,458 0,491 0,563 0,606 0,629 0,684 0,725 0,774

65 a 69 0,524 0,096 0,373 0,418 0,422 0,430 0,442 0,455 0,488 0,561 0,621 0,691 0,711 0,779 0,932

70 a 74 0,514 0,092 0,364 0,386 0,396 0,417 0,429 0,449 0,491 0,566 0,625 0,667 0,714 0,730 0,786

75 a 79 0,537 0,094 0,389 0,404 0,404 0,419 0,453 0,468 0,513 0,611 0,632 0,685 0,752 0,752 0,779

80+ 0,543 0,081 0,374 0,417 0,440 0,461 0,472 0,481 0,516 0,582 0,667 0,685 0,702 0,703 0,763

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36

Gráfico 10- Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade - mulheres

Gráfico 11- Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade - homens

Sendo que, pela análise do Gráfico 12 e Tabela 13, verificámos existir uma fraca interação

entre homens e mulheres (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,015), havendo um forte aumento do

PC/altura com a idade (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,187) . Nas diferentes regiões existe uma fraca

discrepância de PC/altura (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,042). Sendo que as discrepâncias entre

sexos variam de forma fraca com a região (sig. < 0,001 e ηp2 = 0,019), com a média de

PC/altura mais elevada na Madeira nos homens e no Alentejo nas mulheres. Por último,

nas diferentes regiões existe uma moderada interação com a idade (sig. = 0,003 e ηp2 =

0,035).

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0,70

0,75

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P97

P95

P90

P85

P75

P50

P25

P15

P10

P5

P3

Page 48: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

37

Gráfico 12- Curvas de percentis suavizadas do PC/altura para a idade - comparação homens e mulheres

Tabela 13 - Efeito do sexo, da idade e da região no PC/altura

Sig. ηp2

Sexo <0,001 0,015

Idade <0,001 0,187

Região <0,001 0,042

Região e sexo <0,001 0,019

Região e idade 0,003 0,035

Sexo e idade 0,081 0,006

Região e sexo e idade 0,351 0,025

R2ajustado = 0,343

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

P95

P50

P5

P95

P50

P5

Page 49: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

38

5. DISCUSSÃO

Page 50: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

39

Neste trabalho foi possível fazer uma caracterização da população adulta Portuguesa com

idade igual ou superior a 18 anos relativamente ao grau de escolaridade, estado civil e

situação profissional, sendo os resultados encontrados semelhantes ao apresentados

noutras publicações que estudaram subconjuntos diferentes da amostra representativa da

população adulta Portuguesa proveniente do estudo Alimentação e Estilos de Vida da

População Portuguesa que foi planeado e promovido pela Sociedade Portuguesa de

Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA), com o apoio da Nestlé® (23, 82-84).

Foi também possível observar que os parâmetros antropométricos estudados (altura, peso,

IMC, PC e razão PC/altura) apresentados anteriormente têm valores diferentes com a

idade, entre sexos e entre regiões.

Relativamente às possíveis explicações para os dados observados, em particular a relação

entre idade e altura nestes adultos, após a 2ª Guerra Mundial vários países, sobretudo

europeus, sofreram importantes transformações sociais e económicas(92). No entanto, em

Portugal essas melhorias, foram sentidas tardiamente, apenas nas décadas de 60 e 70,

essencialmente nos cuidados de saúde e na alimentação/nutrição(92, 93). O aumento na

altura terá sido resultante de um conjunto de interações entre fatores genéticos e

ambientais, dos quais o aumento da disponibilidade alimentar e a saúde foram os mais

importantes(92, 93). Esta poderá ser a razão para os resultados encontrados na nossa

amostra (Gráficos 1 e 2), com os indivíduos mais jovens a apresentarem alturas superiores,

sobretudo até aos 50 anos, cujo período de nascimento corresponde à década de 60.

Em 2003, Padez analisou os registos referentes à altura efetuados aquando da

incorporação no serviço militar obrigatório em Portugal, com uma amostra de 995 101

indivíduos, incluindo todos os rapazes de 18 anos nascidos no período entre 1966 e 1985,

à qual acrescentou a informação colhida por Lacerda em 1904, também de todos os distritos

portugueses e os de Sobral (1980) apenas com valores do sul de Portugal (93-95). A análise

destes dados revela que no período entre 1904 e 2000 houve um crescimento de 0,0893 m

(1,632 m em 1904 para 1,721 m em 2000), que corresponde a um aumento de 0,0099 m

por década(92, 93). Comparando com os resultados do presente estudo colhidos em 2009, os

indivíduos com 18 anos analisados tinham em média 1,75 m (mais 0,029 m que os

analisados por Padez em 2000), e se se mantivesse a tendência de aumento de 0,0099 m

por década, o esperado seria que ao fim de 9 anos (2009), os indivíduos apresentassem

um aumento de 0,0089 m, ou seja, 1,73 m. O que nos permite concluir que a população

portuguesa talvez ainda não esteja a atingir o seu patamar no crescimento. Contrariamente

ao que aconteceu em alguns países europeus desenvolvidos por volta de 1980, o que

Page 51: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

40

sugere que possivelmente estejam a atingir o seu potencial genético, ou, as condições

sociais deixaram de melhorar(93).

No caso do sexo feminino, as melhorias nas condições de vida em Portugal na década de

70, já referidas anteriormente poderão também explicar a descida mais acentuada na altura

até aproximadamente aos 35 anos (nascidas em 1974), que nos sugere que as mulheres

nascidas após esta data são tendencialmente mais altas (Gráfico 2). Acrescentando o facto

de daí também se ter notado uma diminuição na idade da menarca que segundo Padez

(2007) raparigas nascidas na década de 1880-1890 tiveram a menarca aos 15 anos,

enquanto as que nasceram em 1970-1980 tiveram aos 12 anos(92). E, embora o crescimento

se torne mais lento após o atingir da maturidade sexual, o crescimento continua até

aproximadamente aos 18 anos nas mulheres e até aos 21 nos homens, contudo, as

meninas com menarca precoce tendem a crescer mais após o seu início do que aquelas

que apresentam uma menarca tardia(79).

Existem ainda outras situações históricas ocorridas em Portugal e que poderão ter tido

repercussões ao nível alimentar/nutricional, uma delas em consequência do 25 de abril (96),

em 1977 e 1983, com os resgates financeiros envolvendo a participação do Fundo

Monetário Internacional (FMI)(97).

Pela análise dos gráficos 1 e 2, verificamos que, em ambos os sexos, no período após os

30 anos (nascidos até 1979) existe uma estagnação na altura. Já quando observámos o

peso (Gráficos 3 e 4) e o IMC (Gráficos 5-7) verificámos uma estagnação em ambos, no

caso dos homens por volta dos 30 anos, enquanto nas mulheres essa estagnação ocorre

em idades superiores, após os 37 anos (nascidas em 1972), o que poderá indicar que as

piores condições económicas e sociais no período de crise terão tido repercussões no

estado nutricional.

Em 1986, com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE)(98) terão

ocorrido melhorias nas condições sociais e económicas, no entanto, na análise dos gráficos

não conseguimos identificar resultados deste incremento, uma vez que correspondem a

idades inferiores a 23 anos período em que o organismo humano ainda se encontra em

desenvolvimento.

Observando com pormenor o peso nos homens (Gráfico 4), o seu aumento poderá estar

associado ao casamento, uma vez que segundo dados do Instituto Nacional de Estatística

(INE), a idade média dos homens ao primeiro casamento era de 33,4 anos em 2009(99),

Page 52: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

41

podendo explicar os nossos resultados com uma estabilização do peso verificado após os

30 anos.

No caso das mulheres o aumento do peso até por volta dos 55 anos, seguido de uma

estabilização (Gráfico 3) poderá ser explicado pelo aparecimento dos primeiros sinais da

menopausa, que as mulheres são mais propensas após os 40 anos(39, 43, 100), embora

existam mulheres com os primeiros sintomas aos 30 anos e outras apenas por volta dos

50(43, 100).

Relativamente aos valores do PC que naturalmente aumentam com a idade poderá estar

relacionado com a própria fisiologia do envelhecimento que pressupõe uma acumulação de

gordura na parte abdominal. Sendo que estudos como este assumem especial importância

de forma a ser possível concluir se estas variações são genéticas e próprias da idade ou

se são uma questão histórica.

Quanto aos valores de IMC e o PC/altura naturalmente seguiram a tendência dos valores

antropométricos apresentados anteriormente.

5.1 Comparação com dados alemães

Os gráficos seguintes (Gráficos 13 e 14) mostram a comparação dos dados do presente

estudo com os dados da população alemã em relação ao IMC, resultantes do segundo

inquérito nacional de nutrição (2005/2006) com uma amostra de idades entre os 18 e os 80

anos(101).

No caso das mulheres (Gráfico 13), ao nível da mediana, os valores de IMC das alemãs e

portuguesas são semelhantes até aproximadamente 60 anos, após esta idade as alemãs

apresentam um maior valor de IMC. O mínimo observado no percentil 50 é de 21,2 kg/m2

nas portuguesas e 21,9 kg/m2 nas alemãs. Já no percentil 97, as alemãs têm geralmente

maior IMC, com um máximo verificado de 38,5 kg/m2 por volta dos 50 anos, enquanto as

portuguesas apresentam um máximo de 37 kg/m2 após os 55 anos, quanto aos mínimos

observados são de 26,7 kg/m2 nas portuguesas e de 32,2 kg/m2 nas alemãs, em ambas

aos 18 anos. No caso do percentil 3, os valores máximos registados são de 20,7 kg/m2 nas

portuguesas aos 85 anos e de 20,7 kg/m2 nas alemãs aos 80 anos, quanto aos valores

mínimos são de 18 kg/m2 nas portuguesas e de 17,6 kg/m2 nas alemãs.

Page 53: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

42

Relativamente aos homens (Gráfico 14), o comportamento é muito semelhante ao feminino,

com o percentil 50 a apresentar valores muito próximos nas duas amostras até aos 55 anos,

período a partir do qual os alemães apresentam maior IMC. Com os máximos registados

de 27,2 kg/m2 aos 85 anos nos portugueses e de 36,7 kg/m2 por volta dos 55 anos nas

alemãs. Já no percentil superior (percentil 97), os alemães apresentam sempre valores

superiores aos portugueses com o máximo verificado de 34,2 kg/m2 aos 85 anos nos

portugueses, e de 36,8 kg/m2 aos 57 anos nos alemães, em relação aos valores mínimos

neste percentil são de 28,1 kg/m2 nos portugueses e de 32,8 kg/m2 nos alemães, ambos

aos 18 anos. No caso do percentil 3, os máximos verificados são de 22,2 kg/m2 aos 85 anos

nos portugueses e de 20,7 kg/m2 aos 80 anos nos alemães, já os valores mínimos

encontrados foram de 18,9 kg/m2 nos portugueses e de 18 kg/m2 nos alemães, também

aos 18 anos.

Gráfico 13- Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta portuguesa com dados alemães - mulheres

Gráfico 14- Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta portuguesa com dados alemães - homens

Relativamente a possíveis explicações para os factos observados, o aumento do IMC

sobretudo nos alemães, após os 60 anos nas mulheres e os 55 nos homens, pode estar

relacionado com a 2ª Guerra Mundial. Isto porque estes indivíduos nasceram no período

16182022242628303234363840

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P97Pt P90Pt P50Pt P10P5Pt P3Alem P97Alem P90Alem P50Alem P10Alem P3

16

182022

2426

28

3032

34

36

38

40

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P97

Pt P90

Pt P50

Pt P10

Pt P3

Alem P97

Alem P90

Alem P50

Alem P10

Alem P3

Page 54: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

43

em que decorria a guerra ou no seu final, ou seja, num período de acesso limitado a bens

de uma forma geral. Assim, durante o desenvolvimento fetal destes indivíduos poderão ter

ocorrido períodos de défice alimentar e consequentemente nutricional. E, défices

nutricionais durante a gravidez são particularmente críticos, podendo resultar em

prematuridade, baixo peso e comprimento ao nascimento e maior risco de complicações

metabólicas futuras(102-104), estando o baixo peso à nascença relacionado com o aumento

da suscetibilidade ao surgimento de diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares na

vida adulta(102, 105-109). Esta situação é retratada durante o período de fome holandesa

(1944/45) em que a desnutrição imposta durante a gestação, seguida do fornecimento de

uma alimentação adequada mais tarde na vida foi associada a um maior risco de

obesidade(110-113), sugerindo que a desnutrição durante a vida fetal (período importante de

crescimento e desenvolvimento), é fundamental à saúde na vida adulta(110).

Assim, acreditamos que situação similar tenha acontecido na Alemanha e até mesmo em

Portugal, que juntamente com transformações sociais e económicas do pós-2ª Guerra

Mundial(92), e com melhoria nas condições de vida poderão ser os motivos que levaram a

este aumento de IMC na fase adulta após exposição a um período de desnutrição durante

o desenvolvimento fetal (Gráficos 13 e 14).

5.2 Comparação com dados americanos

Os gráficos seguintes (Gráficos 15 a 22) demonstram a comparação com os dados do

National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 2003-2006(114), resultantes do

inquérito nacional de saúde e nutrição da população não institucionalizada dos Estados

Unidos da América (EUA).

Nas mulheres (Gráfico 15), relativamente à altura a amostra portuguesa não se afasta muito

da americana, havendo mesmo, a partir dos 60 anos uma sobreposição dos dados nos

percentis inferiores. No percentil 50, a maior diferença de altura entre as 2 amostras é de

0,05 m aos 25 anos, com as mulheres portugueses mais altas que as americanas (1,68 m

e 1,63 m, respetivamente), ocorrendo a partir dos 60 anos uma sobreposição das alturas

aos 1,62 m. Quanto aos extremos, no percentil 95 as portuguesas apresentam um máximo

de 1,78 m aos 18 anos, enquanto nas americanas observa-se um máximo de 1,74 m entre

os 35 e os 45 anos. Já no percentil 5, a população portuguesa apresenta o mínimo de 1,46

m aos 85 anos, enquanto que nas americanas o mínimo é de 1,46 m aos 85 anos.

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44

No caso dos homens (Gráfico 16), verificámos nos portugueses uma descida na altura mais

precoce, a partir dos 55 anos (nascidos em 1954), enquanto os dados do NHANES mostram

que na população masculina americana, apenas se verifica uma descida após os 75 anos,

correspondendo ao período onde ainda decorria a 2ª Guerra Mundial. Ou seja,

provavelmente na América as transformações sociais e económicas foram sentidas mais

precocemente, havendo uma mais rápida melhoria das condições e por isso um maior

crescimento do que em Portugal. Relativamente às diferenças entre as 2 populações, no

percentil 50 a maior diferença de alturas observada é de 0,05 m entre os 65 e os 75 anos

(perto de 1,75 m nos americanos e 1,70 m nos portugueses), e a diferença mínima entre

os 25 e os 35 anos em que as alturas praticamente se sobrepõem no 1,75 m.

Relativamente aos percentis opostos, no percentil 95, os portugueses apresentam um

máximo de 1,85 m por volta dos 25 e 45 anos, e nos americanos o máximo é de 1,90 m até

aos 35 anos. Já no percentil 5, nos portugueses o mínimo é de 1,55 m aos 85 anos,

enquanto que nos americanos, o mínimo é de 1,59 m aos 85 anos.

Podemos assim, pela análise dos dados concluir que, curiosamente e ao contrário do

espectável, as mulheres portuguesas são tendencialmente mais altas que as americanas,

sendo que a partir dos 60 anos as alturas praticamente se sobrepõem. Quanto aos

indivíduos do sexo masculino, os americanos são tendencialmente mais altos do que os

portugueses e apresentam uma menor diferença entre as alturas.

Gráfico 15- Comparação das curvas suavizadas para a altura da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 – mulheres

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

1,65

1,70

1,75

1,80

1,85

1,90

1,95

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

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45

Gráfico 16- Comparação das curvas suavizadas para a altura da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 - homens

Relativamente ao peso das mulheres (Gráfico 17), as americanas são consideravelmente

mais pesadas do que as portuguesas. Ao nível do percentil 50, o peso apenas se

sobrepõem a partir dos 70 anos, até então o peso das americanas oscila entre os 65 e os

74 kg, enquanto o peso das portuguesas varia entre os 58 e os 68 kg. No que diz respeito

ao percentil 95, o peso máximo verificado nas americanas é de 117,8 kg aproximadamente

aos 50 anos, enquanto que nas portuguesas o máximo ronda os 90,0 kg após os 55 anos.

Relativamente aos valores mínimos, aproximam-se mais, com as mulheres americanas a

registarem um mínimo de 46,1 kg aos 81 anos e as portuguesas 49,3 kg aos 18 anos

(percentil 3).

Quanto ao peso dos homens (Gráfico 18), os homens americanos são igualmente mais

pesados que os portugueses. Ao nível da mediana (percentil 50), os americanos

apresentam um máximo de 88,9 kg entre os 40 e os 60 anos e um mínimo de 75,5 kg aos

85 anos, enquanto que nos portugueses o máximo é de 81 kg entre os 44 e os 60 anos e o

mínimo de 70,6 kg aos 18 anos. Relativamente ao percentil 95, os americanos registam um

máximo de 125 kg entre os 45 e os 55 anos, no caso dos portugueses o máximo é de 95 kg

entre os 42 e os 57 anos. No que diz respeito ao percentil 5, nos americanos o mínimo de

55,4 kg aos 85 anos, já nos portugueses é de 56,1 kg aos 18 anos.

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

1,65

1,70

1,75

1,80

1,85

1,90

1,95

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

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46

Gráfico 17- Comparação das curvas suavizadas para o peso da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 – mulheres

Gráfico 18- Comparação das curvas suavizadas para o peso da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 – homens

Relativamente ao IMC feminino (Gráfico 19), e de acordo com o esperado tendo em conta

os valores do peso e altura, as mulheres americanas são as que apresentam valores mais

elevados, com diferenças bastante notórias. Sendo que no percentil 95 o valor mais elevado

de 44,1 kg/m2, perto dos 50 anos nos dados NHANES e de 34,3 kg/m2, aos 85 anos nos

dados portugueses, relativamente aos mínimos no mesmo percentil são de 34,3 kg/m2 aos

85 anos nas americanas e de 25,8 kg/m2 aos 18 anos nas portuguesas. Já nos percentis

inferiores as diferenças não são tão elevadas, sendo o valor mínimo registado no percentil

5 igual nas duas amostras, com um IMC de 18,2 kg/m2 aos 25 anos, relativamente ao

máximo ronda os 20,0 kg/m2 entre os 45 e os 70 anos nas americanas e os 21,0 kg/m2 a

partir dos 60 anos.

No que diz respeito aos homens (Gráfico 20), os americanos são igualmente os que

apresentam maior IMC com um máximo de 39,3 kg/m2 aos 55 anos no percentil 95, mas

são também os que apresentam o valor mais baixo com um mínimo de 19,2 kg/m2 aos 25

404550556065707580859095

100105110115120125130

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

404550556065707580859095

100105110115120125130

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

Page 58: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

47

anos no percentil 5. Já nos dados portugueses, há um ligeiro aumento do IMC, praticamente

constante ao longo dos anos com um máximo de 33,3 kg/m2 aos 85 anos (percentil 95) e

um mínimo de 19,3 kg/m2 aos 18 anos (percentil 5).

Gráfico 19- Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 – mulheres

Gráfico 20- Comparação das curvas suavizadas para o IMC da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 - homens

No que diz respeito ao PC das mulheres (Gráfico 21), as americanas apresentam no geral

um maior PC, com o percentil 95 a atingir um máximo de 127,7 cm perto dos 50 anos de

idade, enquanto as portuguesas atingem um máximo de PC de 108,8 cm aos 65 anos.

Relativamente aos valores mínimos (percentil 5), nas americanas é de 68,6 cm aos 18 anos

e nas portuguesas de 62,7 cm aos 18 anos. Quanto aos valores medianos, as mulheres

16182022242628303234363840424446

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

16

18

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

42

44

46

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

Page 59: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

48

americanas apresentam valores entre os 96,7 e os 108,8 cm, enquanto as portuguesas

oscilam entre os 71,1 e os 86,1 cm.

No caso dos homens (Gráfico 22), os americanos apresentam igualmente maior PC, com

o percentil 95 a rondar os 130 cm entre os 45 e os 75 anos, nos portugueses o máximo

atingido é os 116 cm aos 85 anos. Já no percentil 5, nos americanos regista-se o mínimo é

73,5 cm aos 25 anos e nos portugueses 67,4 cm aos 18 anos. Relativamente ao percentil

50, os valores entre as duas amostras estão mais próximos do que no sexo feminino, com

valores entre os 90,9 e os 104,4 cm para a população americana e entre 80,3 e 94 cm na

população portuguesa.

Gráfico 21- Comparação das curvas suavizadas para o PC da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 - mulheres

Gráfico 22- Comparação das curvas suavizadas para o PC da população adulta portuguesa com dados NHANES 2003/06 - homens

Quanto a possíveis explicações para os factos observados, relativamente às diferenças de

altura entre os países, a altura é determinada por uma combinação da genética com fatores

60

70

80

90

100

110

120

130

140

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

60

70

80

90

100

110

120

130

140

15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85

Pt P95Pt P90Pt P85Pt P75Pt P50Pt P25Pt P15Pt P10Pt P5NHANES P95NHANES P90NHANES P85NHANES P75NHANES P50NHANES P25NHANES P15NHANES P10NHANES P5

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ambientais de índoles diversas(115), existindo 697 variantes genéticas sequenciadas no

genoma humano que influenciam a altura individual(115-117). Pensa-se que será a interação

destes dois fatores que estarão na base das diferenças observadas, isto porque a genética

da população Portuguesa é diferente da população Americana assim como o meio em que

vivem.

Um outro fator que poderá ser determinante nas diferenças observadas é o Produto Interno

Bruto (PIB) per capita entre os dois países tal como nos mostram os gráficos 23 e 24. O

PIB representa o resultado final da atividade económica dos residentes de um determinado

território, num período de tempo, normalmente um ano ou um trimestre e é um indicador

que permite rapidamente avaliar o comportamento de uma economia nacional (118). Pela

análise dos gráficos verificámos que ao longo dos anos o PIB nos EUA é sempre

substancialmente superior ao PIB em Portugal (Gráfico 23), com Portugal a apresentar

maior amplitude nas variações em termos percentuais, variações essas que refletem o

comportamento existente dos EUA (Gráfico 24)(119).

Quanto aos acontecimentos que poderão estar na origem destas oscilações, após 1970

verificámos um aumento na variação do PIB nos EUA e uma descida em Portugal,

provavelmente resultante do pós-guerra. Pois os anos 70 foram inicialmente conturbados

para os EUA com a recessão e a inflação sentidas internamente(120), resultando numa

desvalorização do dólar que rapidamente tiveram impacto por todo o mundo(96).

Acrescentando ainda os dois choques petrolíferos (em 1970 e 1979) que culminaram na

origem de uma crise económica responsável pelo travar do crescimento em vários

países(121), incluindo Portugal que em consequência deste clima de guerra, culminou com

o golpe de estado de 25 de abril de 1974 a que se seguiu uma revolução que decorreu até

1976 (96), bem visível no Gráfico 24 com Portugal a apresentar em 1975 uma descida

bastante mais acentuada que os EUA.

Em 1984 observamos uma nova variação no PIB, com os EUA a apresentarem uma subida

e Portugal a descer, provavelmente ainda como rescaldo aos dois programas económicos

de Portugal com o apoio financeiro do FMI (1977/78 e 1983)(97). Já em 1987 verificou-se

um pico de crescimento em Portugal, provavelmente resultante da entrada de Portugal na

CEE que ocorreu no início de 1986(98).

Todas estas variações podem justificar os resultados apresentados anteriormente e, uma

vez que os EUA apresentam um PIB per capita substancialmente maior que Portugal, este

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facto traduz-se em melhores condições de vida e maior poder económico para os gastos

com a alimentação, resultando em medidas antropométricas tendencialmente superiores.

Gráfico 23 - PIB per capita (US $)

Gráfico 24 - Variação do PIB per capita (% anual)

Relativamente às limitações e possíveis vieses, este trabalho, como qualquer outro, encerra

alguns, passíveis de serem discutidos.

A amostragem deste estudo foi feita pelo método de quotas que corresponde a um método

não probabilístico, ainda que usados os ponderadores nacionais do INE resultantes dos

Censos 2001. Este tipo de amostragem tem como vantagem a facilidade e rapidez com que

se obtém uma amostra de grandes dimensões, representativa nacionalmente, atendendo

aos parâmetros selecionados e, ao baixo custo(122).Nesta amostragem a proporção de

0

10000

20000

30000

40000

1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Portugal Estados Unidos da América

-10

-5

0

5

10

15

1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Portugal Estados Unidos da América

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elementos que possuem uma determinada característica é aproximadamente igual à

proporção de indivíduos do universo para essa mesma característica, tentando assim

garantir a sua representatividade.

Porém, este método também apresenta desvantagens pois esta amostra pode não refletir

aspetos que, a não terem sido tomados em consideração na definição por quotas, poderiam

ter afetado a sua representatividade. Mas, pensamos não ser esse o caso uma vez que os

parâmetros usados na definição das quotas (distribuição por idades, sexo, região, etc.)

constituem aspetos fundamentais de um estudo deste tipo(122).

Uma outra limitação deste estudo é o facto de a avaliação do estado de saúde dos

indivíduos ser auto-reportada e por isso poder representar um viés em relação à realidade,

em particular nos casos de aspetos que possam ter influenciado o crescimento em idades

pediátricas ou situações/patologias que possam alterar o normal funcionamento

metabólico.

O reduzido tamanho amostral de alguns grupos apresenta também uma dificuldade na

interpretação dos dados, em particular nos mais idosos e nos indivíduos com magreza ou

com obesidade de grau III.

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6. CONCLUSÕES

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Com o presente trabalho foi possível desenvolver as referências antropométricas para o

peso, altura, IMC, PC e PC/altura, tendo em consideração a idade e o sexo dos indivíduos

de forma a ser possível a análise da tendência secular dos parâmetros antropométricos.

A criação de referências antropométricas para a população adulta Portuguesa torna-se útil

numa perspetiva de implementação de procedimentos standard de avaliação e

acompanhamento dos indivíduos baseadas em referências nacionais. Desta forma passa

a ser viável a padronização de procedimentos para que na avaliação do estado nutricional

do adulto e idoso seja possível uma comparação sempre da mesma forma e adaptada à

realidade em que o indivíduo se encontra, à semelhança do que já acontece nas crianças

Portuguesas(123123, 124).

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7. REFERÊNCIAS

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104. Wu G, Imhoff-Kunsch B, Girard AW. Biological mechanisms for nutritional regulation of maternal health and fetal development. Paediatr Perinat Epidemiol. 2012; 26 Suppl 1:4-26. 105. Barnes SK, Ozanne SE. Pathways linking the early environment to long-term health and lifespan. Progr Biophysics Molecular Biol. 2011; 106:323–36. 106. Koletzko B, Brands B, Poston L, et al. Early nutrition programming of long-term health. Proc Nutr Soc. 2012; 71(3):371-8. 107. Paternain L, Batlle MA, Garza ALDl, et al. Transcriptomic and epigenetic changes in the hypothalamus are involved in an increased susceptibility to a high-fat-sucrose diet in prenatally stressed female rats. Neuroendocrinology. 2012; 96:249–60. 108. Li Q, Chen H. Silencing of Wnt5a during colon cancer metastasis involves histone modifications. Epigenetics. 2012; 7(6):551-58. 109. Li G, et al. Major epigenetic development distinguishing neuronal and non-neuronal cells occurs postnatally in the murine hypothalamus. Human Mol Genet 2013; 23:1579–60. 110. van Abeelen AF, Elias SG, Roseboom TJ, et al. Postnatal acute famine and risk of overweight: the dutch hungerwinter study. Int J Pediatr. 2012; 2012:936509. 111. Ravelli AC, van Der Meulen JH, Osmond C, et al. Obesity at the age of 50 y in men and women exposed to famine prenatally. Am J Clin Nutr. 1999; 70(5):811-16. 112. Ravelli GP, Stein ZA, Susser MW. Obesity in young men after famine exposure in utero and early infancy. N Engl J Med. 1976; 295(7):349-53. 113. Stein AD, Kahn HS, Rundle A, et al. Anthropometric measures in middle age after exposure to famine during gestation: evidence from the Dutch famine. Am J Clin Nutr. 2007; 85(3):869-76. 114. McDowell MA, Fryar CD, Ogden CL, et al. Anthropometric reference data for children and adults: United States, 2003-2006. National health statistics reports. 2008(10):1-48. 115. Roser M. Human Height. 2015. Disponível em: http://ourworldindata.org/data/food-agriculture/human-height/. Consultado em: 1/12/2015 116. Wood AR, Esko T, Yang J, et al. Defining the role of common variation in the genomic and biological architecture of adult human height. Nat Genet. 2014; 46(11):1173-86. 117. Sousa B, Almeida M. Alimentação, nutrição e crescimento. Alimentação Humana. 2006. 93-107. 118. Coimbra C, David MJ, Grosa C, et al. Como se calcula o PIB. INE; 2011. 119. World Bank. GDP per capita growth (annual %). 2012. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.KD.ZG citado em: http://www.gapminder.org/data/. Consultado em: 3/12/2015 120. Marinho H. Estados Unidos: o contexto dos anos 70 e as crises do petróleo. Revista Histórias em Reflexão. 2010. 1-10. 121. Infopedia. Crise Mundial nos anos 70. Porto Editora. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$crise-mundial-dos-anos-70. Consultado em: 28/12/2015 122. Cochran S. Sampling techniques. 3ª ed. New York: Wily; 1977. 123. Freitas D. Peso, estatura e índice de massa corporal de portugueses dos 3 aos 17 anos. Porto: Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; 2014. 124. Sousa B. Referências antropométricas para jovens dos 10 aos 18 anos de idade da região autónoma da Madeira. Porto: Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; 2011.

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ANEXOS

Page 72: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 1 – Valor representativo do intervalo

Valor representativo

(anos)

Intervalo de idades (anos)

18,5 18 a 19

22 20 a 24

27 25 a 29

32 30 a 34

37 35 a 39

42 40 a 44

47 45 a 49

52 50 a 54

57 55 a 59

62 60 a 64

67 65 a 69

72 70 a 74

77 75 a 79

83 80+

Ao longo do trabalho, para a construção das tabelas foi utilizado para cada valor

representativo próximo da média de idades um intervalo de idades, tal como é indicado na

tabela anterior (Anexo 1).

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Anexo 2 – Tabelas de percentis suavizadas

Anexo 1.1 – Tabela de percentis suavizada para a altura das mulheres

ALTURA MULHERES

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -0,16 1,67 0,04 1,55 1,56 1,59 1,60 1,63 1,67 1,72 1,74 1,76 1,79 1,80

20 a 24 0,84 1,67 0,04 1,55 1,56 1,59 1,60 1,63 1,67 1,71 1,73 1,75 1,77 1,79

25 a 29 1,88 1,66 0,04 1,55 1,56 1,58 1,60 1,62 1,66 1,70 1,72 1,73 1,75 1,77

30 a 34 2,46 1,65 0,03 1,54 1,56 1,58 1,59 1,61 1,65 1,69 1,71 1,72 1,74 1,75

35 a 39 2,45 1,64 0,04 1,53 1,55 1,57 1,58 1,60 1,64 1,68 1,70 1,72 1,74 1,75

40 a 44 1,96 1,64 0,04 1,52 1,54 1,56 1,58 1,60 1,64 1,68 1,70 1,72 1,74 1,75

45 a 49 1,26 1,64 0,04 1,51 1,53 1,55 1,57 1,60 1,64 1,68 1,71 1,72 1,75 1,76

50 a 54 0,63 1,64 0,04 1,51 1,53 1,55 1,57 1,59 1,64 1,68 1,71 1,72 1,75 1,77

55 a 59 0,05 1,63 0,04 1,51 1,52 1,55 1,56 1,59 1,63 1,68 1,70 1,72 1,75 1,76

60 a 64 -0,56 1,62 0,04 1,50 1,52 1,54 1,56 1,58 1,62 1,67 1,69 1,71 1,74 1,76

65 a 69 -1,24 1,61 0,04 1,50 1,51 1,53 1,55 1,57 1,61 1,66 1,69 1,70 1,73 1,75

70 a 74 -2,00 1,60 0,04 1,49 1,50 1,52 1,54 1,56 1,60 1,65 1,67 1,69 1,72 1,74

75 a 79 -2,88 1,58 0,04 1,48 1,49 1,51 1,52 1,54 1,58 1,63 1,66 1,68 1,71 1,73

80+ -3,86 1,57 0,04 1,46 1,47 1,49 1,50 1,52 1,57 1,61 1,64 1,66 1,69 1,72

Page 74: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.2 – Tabela de percentis suavizada para a altura dos homens

ALTURA HOMENS

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 2,45 1,75 0,04 1,62 1,64 1,67 1,68 1,71 1,75 1,80 1,82 1,83 1,86 1,87

20 a 24 0,74 1,76 0,04 1,64 1,66 1,68 1,69 1,72 1,76 1,80 1,82 1,84 1,86 1,87

25 a 29 -0,38 1,76 0,03 1,66 1,67 1,69 1,70 1,72 1,76 1,80 1,82 1,84 1,86 1,87

30 a 34 -0,15 1,76 0,03 1,66 1,67 1,69 1,70 1,72 1,76 1,80 1,82 1,83 1,85 1,87

35 a 39 0,82 1,75 0,03 1,64 1,66 1,68 1,69 1,71 1,75 1,79 1,81 1,83 1,85 1,86

40 a 44 1,83 1,75 0,04 1,63 1,64 1,67 1,68 1,71 1,75 1,79 1,82 1,83 1,85 1,87

45 a 49 2,35 1,75 0,04 1,62 1,63 1,66 1,68 1,70 1,75 1,79 1,82 1,83 1,86 1,87

50 a 54 2,49 1,74 0,04 1,61 1,63 1,66 1,67 1,70 1,74 1,79 1,81 1,82 1,85 1,86

55 a 59 2,88 1,73 0,04 1,61 1,62 1,65 1,66 1,69 1,73 1,77 1,79 1,80 1,82 1,84

60 a 64 3,29 1,71 0,03 1,59 1,61 1,63 1,65 1,67 1,71 1,75 1,77 1,78 1,80 1,82

65 a 69 3,61 1,71 0,04 1,58 1,60 1,62 1,64 1,66 1,71 1,74 1,77 1,78 1,80 1,81

70 a 74 4,00 1,70 0,04 1,57 1,59 1,61 1,63 1,66 1,70 1,74 1,76 1,77 1,79 1,81

75 a 79 4,38 1,69 0,04 1,55 1,57 1,60 1,62 1,65 1,69 1,74 1,76 1,77 1,79 1,81

80+ 4,51 1,69 0,04 1,54 1,56 1,59 1,61 1,64 1,69 1,73 1,76 1,77 1,79 1,81

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Anexo 2.3 – Tabela de percentis suavizada para o peso das mulheres

PESO MULHERES

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -1,0 58,9 0,1 48,3 49,4 51,2 52,5 54,6 58,9 64,0 67,1 69,4 73,1 75,8

20 a 24 -1,0 60,0 0,1 48,5 49,7 51,7 53,1 55,3 60,0 65,6 69,1 71,6 75,8 78,7

25 a 29 -1,1 60,9 0,1 48,9 50,2 52,2 53,7 56,0 60,9 66,8 70,5 73,2 77,7 80,9

30 a 34 -1,2 62,3 0,1 49,9 51,1 53,2 54,7 57,1 62,3 68,5 72,5 75,5 80,5 84,1

35 a 39 -1,0 63,6 0,1 50,4 51,7 53,9 55,6 58,1 63,6 70,2 74,4 77,5 82,7 86,4

40 a 44 -0,9 64,1 0,1 50,2 51,6 53,9 55,6 58,3 64,1 71,0 75,3 78,5 83,7 87,5

45 a 49 -0,8 64,7 0,2 49,9 51,4 53,9 55,7 58,6 64,7 72,0 76,6 79,9 85,5 89,5

50 a 54 -0,8 66,7 0,2 51,5 53,0 55,6 57,4 60,4 66,7 74,3 79,0 82,5 88,3 92,5

55 a 59 -1,0 68,5 0,1 53,8 55,3 57,7 59,5 62,4 68,5 75,9 80,6 84,1 89,8 94,0

60 a 64 -1,0 68,5 0,1 53,8 55,3 57,8 59,6 62,4 68,5 75,9 80,5 84,0 89,8 94,0

65 a 69 -1,0 68,0 0,1 53,5 54,9 57,4 59,2 62,0 68,0 75,3 79,9 83,3 89,0 93,1

70 a 74 -0,8 66,9 0,1 52,4 53,9 56,3 58,1 60,9 66,9 73,9 78,3 81,5 86,8 90,5

75 a 79 -0,5 65,5 0,1 50,8 52,4 54,9 56,7 59,6 65,5 72,3 76,5 79,5 84,2 87,6

80+ -0,2 64,5 0,1 49,6 51,2 53,8 55,7 58,6 64,5 71,2 75,2 78,0 82,5 85,5

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Anexo 2.4 – Tabela de percentis suavizada para o peso dos homens

PESO HOMENS

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 0,4 71,1 0,1 56,1 57,9 60,6 62,6 65,5 71,1 77,0 80,3 82,5 86,0 88,3

20 a 24 -0,4 74,0 0,1 59,0 60,6 63,3 65,2 68,1 74,0 80,7 84,6 87,4 91,8 94,9

25 a 29 -0,5 79,4 0,1 63,9 65,6 68,3 70,2 73,2 79,4 86,3 90,4 93,4 98,0 101,2

30 a 34 -0,2 80,5 0,1 64,3 66,1 69,0 71,1 74,2 80,5 87,4 91,4 94,2 98,6 101,6

35 a 39 -0,1 80,7 0,1 64,3 66,2 69,1 71,2 74,4 80,7 87,6 91,6 94,4 98,7 101,7

40 a 44 0,0 81,1 0,1 64,4 66,3 69,3 71,4 74,7 81,1 88,0 92,0 94,7 99,0 101,9

45 a 49 0,1 81,4 0,1 64,5 66,5 69,5 71,7 74,9 81,4 88,3 92,2 94,9 99,1 101,9

50 a 54 0,2 81,4 0,1 64,5 66,5 69,5 71,7 75,0 81,4 88,3 92,2 94,9 99,1 101,8

55 a 59 0,2 81,2 0,1 64,3 66,3 69,4 71,6 74,8 81,2 88,0 91,8 94,5 98,5 101,2

60 a 64 0,4 80,5 0,1 63,7 65,7 68,8 70,9 74,2 80,5 87,1 90,7 93,3 97,1 99,7

65 a 69 0,7 79,4 0,1 62,3 64,4 67,6 69,8 73,1 79,4 85,9 89,4 91,9 95,5 97,9

70 a 74 0,8 78,7 0,1 61,0 63,1 66,5 68,8 72,2 78,7 85,2 88,7 91,1 94,7 97,1

75 a 79 1,0 78,1 0,1 59,7 62,0 65,6 68,0 71,5 78,1 84,7 88,2 90,7 94,2 96,6

80+ 1,0 77,8 0,1 59,0 61,4 65,0 67,5 71,1 77,8 84,4 88,0 90,4 94,0 96,3

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Anexo 2.5 – Tabela de percentis suavizada para o IMC das mulheres

IMC MULHERES

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -1,9 21,2 0,1 18,0 18,3 18,8 19,2 19,9 21,2 22,8 23,8 24,6 25,9 26,9

20 a 24 -1,7 21,5 0,1 17,9 18,3 18,9 19,3 20,0 21,5 23,3 24,5 25,4 26,9 28,0

25 a 29 -1,5 22,0 0,1 17,9 18,3 19,0 19,5 20,3 22,0 24,1 25,4 26,5 28,2 29,6

30 a 34 -1,5 22,9 0,1 18,5 18,9 19,6 20,2 21,0 22,9 25,2 26,7 27,9 29,9 31,4

35 a 39 -1,3 23,6 0,1 18,8 19,3 20,1 20,7 21,6 23,6 26,1 27,7 28,9 31,0 32,6

40 a 44 -1,2 23,8 0,1 18,7 19,2 20,1 20,7 21,6 23,8 26,4 28,1 29,4 31,6 33,2

45 a 49 -1,2 23,9 0,2 18,7 19,2 20,1 20,7 21,7 23,9 26,8 28,6 30,0 32,4 34,3

50 a 54 -1,4 24,6 0,2 19,2 19,8 20,6 21,3 22,3 24,6 27,6 29,6 31,1 33,9 36,0

55 a 59 -1,5 25,5 0,2 20,2 20,7 21,5 22,2 23,2 25,5 28,5 30,5 32,1 34,8 36,9

60 a 64 -1,5 25,8 0,2 20,4 20,9 21,8 22,4 23,5 25,8 28,8 30,8 32,3 35,0 37,1

65 a 69 -1,5 25,8 0,1 20,4 20,9 21,8 22,5 23,5 25,8 28,8 30,8 32,3 35,0 37,1

70 a 74 -1,4 25,9 0,1 20,4 21,0 21,8 22,5 23,5 25,9 28,8 30,8 32,4 35,0 37,1

75 a 79 -1,4 25,9 0,1 20,5 21,0 21,9 22,6 23,6 25,9 28,9 30,9 32,4 35,1 37,1

80+ -1,4 26,0 0,1 20,6 21,1 22,0 22,7 23,7 26,0 29,0 31,0 32,5 35,1 37,1

Page 78: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.6 – Tabela de percentis suavizada para o IMC dos homens

IMC HOMENS

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -0,5 23,2 0,1 18,9 19,4 20,1 20,7 21,5 23,2 25,0 26,1 26,9 28,1 29,0

20 a 24 -0,5 24,0 0,1 19,8 20,2 21,0 21,5 22,4 24,0 25,9 27,0 27,8 29,0 29,8

25 a 29 -0,5 25,5 0,1 21,1 21,6 22,4 22,9 23,8 25,5 27,5 28,6 29,4 30,7 31,5

30 a 34 -0,5 26,0 0,1 21,5 22,0 22,8 23,3 24,2 26,0 28,0 29,1 29,9 31,2 32,1

35 a 39 -0,5 26,1 0,1 21,6 22,1 22,9 23,4 24,3 26,1 28,1 29,2 30,1 31,3 32,2

40 a 44 -0,5 26,4 0,1 21,8 22,3 23,1 23,7 24,6 26,4 28,4 29,5 30,4 31,7 32,6

45 a 49 -0,5 26,8 0,1 22,1 22,6 23,4 24,0 24,9 26,8 28,8 30,0 30,9 32,2 33,1

50 a 54 -0,5 27,0 0,1 22,2 22,8 23,6 24,2 25,1 27,0 29,1 30,3 31,2 32,6 33,5

55 a 59 -0,5 27,1 0,1 22,3 22,8 23,7 24,3 25,2 27,1 29,3 30,5 31,4 32,8 33,7

60 a 64 -0,5 27,2 0,1 22,3 22,8 23,7 24,3 25,2 27,2 29,3 30,6 31,5 32,9 33,9

65 a 69 -0,5 27,2 0,1 22,3 22,8 23,7 24,3 25,3 27,2 29,3 30,6 31,5 32,9 33,9

70 a 74 -0,5 27,2 0,1 22,3 22,8 23,7 24,3 25,3 27,2 29,4 30,7 31,6 33,0 34,0

75 a 79 -0,5 27,2 0,1 22,2 22,8 23,7 24,3 25,3 27,2 29,5 30,8 31,7 33,1 34,1

80+ -0,5 27,2 0,1 22,2 22,8 23,7 24,3 25,3 27,2 29,5 30,8 31,7 33,2 34,2

Page 79: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.7 – Tabela de percentis suavizada para o PC das mulheres

PC MULHERES

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -3 71 0 62 63 64 65 67 71 76 79 81 86 89

20 a 24 -2 72 0 62 63 64 66 68 72 77 80 83 87 90

25 a 29 -2 73 0 62 63 65 66 68 73 78 82 85 89 92

30 a 34 -2 74 0 62 63 65 67 69 74 80 84 87 92 96

35 a 39 -2 75 0 62 64 66 67 70 75 82 86 89 95 99

40 a 44 -2 76 0 62 64 66 68 70 76 84 88 92 98 102

45 a 49 -1 77 0 63 64 66 68 71 77 85 90 94 101 106

50 a 54 -1 79 0 63 65 67 69 72 79 87 93 97 104 109

55 a 59 -1 80 0 64 66 68 70 73 80 89 95 99 107 112

60 a 64 -2 81 0 65 66 69 71 74 81 90 96 100 108 114

65 a 69 -2 81 0 65 67 69 71 74 81 90 96 101 109 115

70 a 74 -2 81 0 65 67 70 71 75 81 90 96 100 108 114

75 a 79 -1 82 0 66 68 70 72 75 82 90 96 100 107 112

80+ -1 83 0 67 69 72 74 77 83 91 96 100 106 110

Page 80: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.8 – Tabela de percentis suavizada para o PC dos homens

PC HOMENS

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -1 81 0 67 68 71 72 75 81 87 90 93 97 100

20 a 24 -1 82 0 71 72 74 76 78 82 87 89 91 94 96

25 a 29 -1 86 0 73 75 77 79 81 86 92 96 98 102 104

30 a 34 -1 87 0 73 75 77 79 82 87 94 97 100 104 107

35 a 39 -1 88 0 73 75 77 79 82 88 95 98 101 106 109

40 a 44 -1 90 0 74 76 79 81 84 90 97 101 104 109 112

45 a 49 -1 92 0 75 76 79 81 85 92 99 104 107 112 116

50 a 54 -1 92 0 74 76 79 81 85 92 100 105 108 114 117

55 a 59 -1 92 0 74 76 79 81 85 92 100 105 108 114 118

60 a 64 -1 92 0 74 76 79 81 85 92 100 105 109 114 118

65 a 69 -1 92 0 74 76 79 81 84 92 100 105 109 114 118

70 a 74 -1 92 0 74 75 79 81 84 92 100 105 109 115 119

75 a 79 -1 92 0 73 75 78 81 84 92 100 105 109 115 119

80+ -1 91 0 72 74 77 80 84 91 100 106 110 116 121

Page 81: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.9 – Tabela de percentis suavizada para o PC/altura das mulheres

PC/ESTARURA MULHERES

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -2,040 0,429 0,089 0,371 0,377 0,387 0,394 0,405 0,429 0,457 0,475 0,488 0,510 0,526

20 a 24 -1,991 0,430 0,092 0,371 0,377 0,387 0,394 0,406 0,430 0,459 0,478 0,492 0,515 0,531

25 a 29 -1,829 0,437 0,103 0,371 0,377 0,389 0,397 0,410 0,437 0,471 0,492 0,509 0,536 0,555

30 a 34 -1,653 0,449 0,117 0,372 0,379 0,392 0,402 0,416 0,449 0,488 0,514 0,533 0,566 0,590

35 a 39 -1,557 0,459 0,128 0,374 0,383 0,397 0,407 0,424 0,459 0,504 0,533 0,556 0,593 0,622

40 a 44 -1,540 0,464 0,135 0,375 0,384 0,399 0,409 0,427 0,464 0,512 0,543 0,568 0,609 0,640

45 a 49 -1,552 0,470 0,142 0,376 0,385 0,400 0,412 0,430 0,470 0,521 0,555 0,581 0,627 0,662

50 a 54 -1,568 0,479 0,149 0,380 0,390 0,406 0,417 0,437 0,479 0,535 0,572 0,601 0,653 0,693

55 a 59 -1,588 0,493 0,152 0,390 0,400 0,416 0,428 0,448 0,493 0,552 0,591 0,623 0,678 0,722

60 a 64 -1,607 0,498 0,153 0,394 0,404 0,421 0,433 0,453 0,498 0,558 0,598 0,630 0,687 0,732

65 a 69 -1,612 0,501 0,152 0,395 0,406 0,422 0,435 0,455 0,501 0,560 0,601 0,633 0,690 0,736

70 a 74 -1,602 0,504 0,152 0,398 0,408 0,425 0,438 0,458 0,504 0,563 0,604 0,636 0,693 0,738

75 a 79 -1,516 0,513 0,148 0,406 0,416 0,434 0,446 0,467 0,513 0,572 0,611 0,642 0,696 0,737

80+ -1,286 0,529 0,139 0,423 0,433 0,451 0,464 0,484 0,529 0,584 0,620 0,647 0,693 0,727

Page 82: Referências antropométricas para a população adulta e ... · vi Abstract Anthropometric evaluation is an important step in the evaluation of nutritional status of an individual.

Anexo 2.10 – Tabela de percentis suavizada para o PC/altura dos homens

PC/ALTURA HOMENS

Idade L M S P3 P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 P97

18 a 19 -0,941 0,459 0,093 0,390 0,398 0,410 0,418 0,432 0,459 0,489 0,508 0,521 0,541 0,556

20 a 24 -0,941 0,470 0,091 0,401 0,408 0,420 0,429 0,442 0,470 0,500 0,518 0,531 0,552 0,566

25 a 29 -0,941 0,489 0,093 0,416 0,424 0,437 0,446 0,460 0,489 0,522 0,542 0,555 0,578 0,593

30 a 34 -0,941 0,498 0,098 0,420 0,428 0,442 0,452 0,467 0,498 0,533 0,554 0,569 0,593 0,609

35 a 39 -0,941 0,503 0,102 0,421 0,430 0,444 0,454 0,470 0,503 0,540 0,562 0,578 0,603 0,621

40 a 44 -0,941 0,513 0,108 0,426 0,435 0,450 0,461 0,478 0,513 0,553 0,577 0,595 0,623 0,643

45 a 49 -0,941 0,523 0,114 0,430 0,440 0,456 0,467 0,485 0,523 0,566 0,593 0,612 0,643 0,665

50 a 54 -0,941 0,527 0,118 0,431 0,441 0,458 0,470 0,488 0,527 0,573 0,601 0,621 0,653 0,676

55 a 59 -0,941 0,531 0,121 0,432 0,442 0,459 0,471 0,490 0,531 0,577 0,606 0,627 0,661 0,685

60 a 64 -0,941 0,534 0,124 0,433 0,443 0,461 0,473 0,493 0,534 0,583 0,612 0,634 0,670 0,695

65 a 69 -0,941 0,537 0,127 0,433 0,444 0,462 0,475 0,495 0,537 0,587 0,618 0,641 0,678 0,704

70 a 74 -0,941 0,540 0,129 0,434 0,445 0,463 0,476 0,497 0,540 0,591 0,623 0,646 0,684 0,711

75 a 79 -0,941 0,540 0,129 0,434 0,445 0,463 0,476 0,497 0,540 0,592 0,624 0,647 0,685 0,712

80+ -0,941 0,542 0,131 0,434 0,445 0,464 0,477 0,498 0,542 0,594 0,626 0,650 0,689 0,717