Referências às be nos relatórios de avaliação externa dos agrupamentos

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Referências às BE, nos relatórios de avaliação externa dos Agrupamentos de Escolas: - Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde – Sesimbra, 2010 - Agrupamento de Escolas de Coura e Minho – Caminha, 2009 - Agrupamento de Escolas de Mértola, 2007 Foram escolhidos agrupamentos de 3 zonas do país (norte, grande Lisboa e sul) e avaliações feitas em anos diferentes. Na verdade e de uma forma geral, as menções às bibliotecas são escassas nos 3 relatórios de avaliação, o que demonstra a falta de reconhecimento do papel que as BE podem ter no funcionamento das escolas e na planificação dos processos de ensino-aprendizagem. No relatório do Agrupamento de Mértola, do ano de 2007, pode mesmo dizer-se que não há qualquer referência propriamente à BE, já que unicamente refere que o respectivo Centro de Formação prevê dinamizar oficinas de formação no âmbito da Biblioteca Escolar. No que diz respeito ao Agrupamento das Escolas de Coura e Minho, refere o projecto dos alunos Amigos da Biblioteca, os quais ajudam os mais novos na pesquisa biliográfica e louva-se a qualidade estética e funcional da BE, desenhada por um dos professores. A maior referência é à inserção da BE na Rede das Bibliotecas Escolares, aos projectos desenvolvidos no seu âmbito e, de forma contraditória e pouco documentada, refere um bom acervo bibliográfico e uma resposta às necessidades da comunidade educativa, apesar de não ter sido ainda dotada de equipamentos informáticos. Perguntar-se-ia a que ratio de livros

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Referências às BE, nos relatórios de avaliação externa dos Agrupamentos de Escolas:- Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde – Sesimbra, 2010- Agrupamento de Escolas de Coura e Minho – Caminha, 2009- Agrupamento de Escolas de Mértola, 2007

Foram escolhidos agrupamentos de 3 zonas do país (norte, grande Lisboa e sul)

e avaliações feitas em anos diferentes.

Na verdade e de uma forma geral, as menções às bibliotecas são escassas nos

3 relatórios de avaliação, o que demonstra a falta de reconhecimento do papel que as

BE podem ter no funcionamento das escolas e na planificação dos processos de

ensino-aprendizagem.

No relatório do Agrupamento de Mértola, do ano de 2007, pode mesmo dizer-se

que não há qualquer referência propriamente à BE, já que unicamente refere que o

respectivo Centro de Formação prevê dinamizar oficinas de formação no âmbito da

Biblioteca Escolar.

No que diz respeito ao Agrupamento das Escolas de Coura e Minho, refere o

projecto dos alunos Amigos da Biblioteca, os quais ajudam os mais novos na pesquisa

biliográfica e louva-se a qualidade estética e funcional da BE, desenhada por um dos

professores. A maior referência é à inserção da BE na Rede das Bibliotecas

Escolares, aos projectos desenvolvidos no seu âmbito e, de forma contraditória e

pouco documentada, refere um bom acervo bibliográfico e uma resposta às

necessidades da comunidade educativa, apesar de não ter sido ainda dotada de

equipamentos informáticos. Perguntar-se-ia a que ratio de livros se referia o bom

acervo bibliográfico (será que têm 10 livros por aluno, conforme a UNESCO

recomenda?) e como poderá dar resposta à sua comunidade educativa do século XXI,

sem equipamentos informáticos (já que os portáteis referidos, quando foram entregues

às escolas, não tiveram como objectivo, equipar as BE).

O relatório de 2010 do Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde, faz menção

igualmente de uma forma mais desenvolvida aos projectos que a BE da escola-sede

desenvolve, à participação na Rede das Bibliotecas, assim como menciona o bom

acolhimento proporcionado pelas suas instalações e o facto de estarem bem

equipadas, não havendo igualmente qualquer dado regulador em que esta afirmação

se possa ter baseado. Igualmente faz referência a uma BE na escola do 1º ciclo do

agrupamento, mas cujo funcionamento estava condicionado por uma intempérie.

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Ao cruzar os campos de análise e tópicos descritores estabelecidos pela IGE nos

quais se enquadra a avaliação externa, com os domínios de auto-avaliação das BE,

facilmente se repara como o trabalho da BE deveria ser transversal ao funcionamento

dos Agrupamentos de Escolas, quer nos aspectos organizativos, quer nos aspectos

mais específicos de natureza pedagógica, os quais vão condicionar as condições para

o sucesso dos alunos e para a aquisição das competências necessárias aos alunos no

mundo actual.

No entanto, a análise feita pela IGE, continua a ter como base o paradigma mais

tradicional de escola e, por isso, a sua avaliação não prevê as rupturas necessárias

nos métodos e organização da escola actual. Diria que os objectivos da Rede das

Bibliotecas Escolares, estão já à frente do âmbito de análise da IGE e por isso nem

sequer são tidos em conta nesta avaliação. Daí o carácter quase insignificante

atribuído às BE nos relatórios e uma análise dos vários parâmetros do funcionamento

da escola, onde a BE não participou, ou está invisível.

Nunca saberemos exactamente qual o seu papel a partir destes processos de

avaliação externa, nunca deles resultará o apontar dos aspectos a corrigir ou a

melhorar, tornando-se isso mais grave, tendo em conta que no último ano já o

processo de avaliação das BE esteve em curso. Perguntar-se-ia que visão global no

Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde teve a IGE deste processo aquando da

sua avaliação externa, já que o professor bibliotecário dinamizou o processo de auto-

avaliação da BE nesse mesmo ano: o que conclui globalmente a IGE, o que propõe a

IGE, onde pode a IGE enquadrar o trabalho da BE na melhoria do funcionamento

deste Agrupamento? Estas e outras questões se poderiam colocar, quando se têm em

conta os objectivos das BE, para as quais não há respostas, já que a tal envolvência e

mudança a operar nas escolas com e através das BE, está ainda longe de ter

começado de forma efectivamente estrutural.