Reflexões Sobre a Autonomia 3 - passa palavra

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Reflexes sobre a autonomia (3): do trabalho vida (e luta)12 de abril de 2015Categoria:Ideias & DebatesComentar|ImprimirEstas lutas no foram travadas no ter. Trata-se, aqui, da sntese, abstrata e terica, de processos de luta ocorridos em tempos e lugares diferentes, lanados aqui para iniciar o debate.Por Passa Palavra.

At o momento, sempre com relao ao trabalho que temos concebido a autonomia; no se pode esquecer que os trabalhadores, submetidos a relaes sociais capitalistas em tantos outros aspectos de sua vida alm do trabalho, pautam suas lutas tambm em torno de outros trs eixos.Em primeiro lugar, em torno dascondies de produo e reproduo dos trabalhadores,ou seja, em torno detudo aquilo que mantm os trabalhadores vivos, que lhes d alguma qualidade de vida e que permite sua reproduo biolgica e social. Para os trabalhadores,quanto mais for possvel garantir estas condies cedendo o mnimo possvel deseutempo de trabalho aos capitalistas, melhor. No por acaso que, parte o trabalho e tudo o que lhe seja relacionado, amoradia uma das primeiras coisas a gerar mobilizaes coletivas (veraqui,aquieaqui); tal luta no se restringe s quatro paredes das casas e apartamentos, mas estende-se a todos os servios infraestruturais necessrios a uma moradia considerada digna: esgotamento sanitrio, abastecimento com gua potvel (veraqui) e energia eltrica (veraqui), pavimentao, sinalizao, telefonia, transporte, correios, logradouros etc. Da mesma forma, aeducao outro campo de lutas, travadastanto pelostrabalhadores da educao(veraqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aquieaqui)quantopelas famlias de trabalhadores(veraqui)epelosestudantes cuja fora de trabalho capacitada seuproduto; estes ltimos, paralelamente, vivem em busca de maior autonomia no processo educativo (veraquieaqui) contra professores, diretores, coordenadores pedaggicos e tudo quanto remeta instituio escolar (veraquieaqui), reforada em sua obsolescncia a cada gerao. Seria interessante discorrer sobre as lutas no campo da sade (veraqui,aqui,aqui,aquieaqui), do trabalho domstico, dos lazeres, da alimentao, da sexualidade, da diviso sexual do trabalho (veraquieaqui), da cultura (veraqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aquieaqui) e outros, mas os exemplos j dados ilustram bem o significado deste primeiro eixo de lutas.Em segundo lugar, observa-se que os trabalhadores tambm travam lutas em torno dascondies de realizao da explorao, ou seja, dascondies necessrias para que os trabalhadores sejam continuamente sujeitos exploraopelos capitalistas, das condies que facilitam, condicionam, determinam sua entrada e reentrada nas ms de um trabalho cujo produto no lhes pertence. Para os trabalhadores, quanto menos estas condies funcionem, quanto mais possvel curto-circuitar seu funcionamento, melhor. Tais condies podem ser agrupadas, grosso modo, em dois setores. De um lado ourbanismo, ou a separao no espao urbano entre moradia e lugar de trabalho, e tudo o necessrio transporte, centros de servios prximos ao lugar de trabalho etc. para que esta separao parea mais cmoda. De outro lado asinstituies repressivas:a polcia, a generalizao das cmeras de vigilncia, certas configuraes espaciais prprias do urbanismo, o monitoramento de redes sociais, a garimpagem de dados (veraqui). Da, por exemplo, ser to difcil a movimentos de luta por moradia ocupar e permanecer imveis prximos aos centros urbanos, embora tentem (veraqui,aquieaqui); da, por outro lado, ser sempre suspeito o uso de criptografia nas comunicaes pessoais (veraquieaqui). No h, tambm, outro jeito de compreender a relao de amor e dio entre trabalhadores e as polcias (veraqui).Em terceiro lugar, v-se com frequncia lutas dos trabalhadores contra ascondies de operatividade do processo de trabalho, ou seja,contra o conjunto de condies que garantem que o processo de trabalho possa se dar simultaneamente comoprocesso produtivo e comoprocesso de explorao do trabalho alienado; para isto, requer-se meios tecnolgicos que, ao mesmo tempo em que realizem o afastamento dos trabalhadores relativamente administrao da produo, ponham disposio dos capitalistas as formas de efetivarem essa administrao. longa a lista de lutas em torno dainovao tecnolgicanos processos de trabalho, pois os trabalhadores sabem, quase instintivamente, que nenhuma nova tecnologia implementada pelos burgueses e gestores funcionar para reduzir o tempo de trabalho que deixam em suas mos (veraqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aqui,aquieaqui). quando os trabalhadores resistem a novas mquinas, processos de gesto, formas de organizao do trabalho, meios de controle etc., e fazem o diabo para garantir algum nvel de autonomia em seu processo de trabalho.Nesta primeira fase do debate, restrito ao campo terico das concluses de uma pesquisa militante, a luta pela autonomia mostrou-se ser a luta contra aalienao(nos campos cultural e psicolgico), contra amais-valiae aexplorao(no campo econmico) e contra ahetero-organizao(no campo poltico),dentro e fora do processo de trabalho, envolvendo os principais aspectos da vida dos trabalhadores enquanto trabalhadores.Estas lutas no foram travadas no ter. Trata-se, aqui, da sntese, abstrata e terica, de processos de luta ocorridos em tempos e lugares diferentes, lanados aqui para iniciar o debate. Em seguida, ser necessrio apresentar em linhas gerais como se desenvolveram estas lutas, para expor de que forma se chegou s concluses apresentadas.

A srieReflexes sobre a autonomiacontm 6 partes, com previso de publicao de uma parte a cada domingo.Etiquetas:Burocratizao,Extrema_esquerda,Trabalho_e_sindicatos