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Na tarde dessa quinta feira, 23, fomos surpreendidos por uma atitude preocupante: Vândalos travestidos de manifestantes atentaram contra o patrimônio público federal e contra a dignidade e integridade psicológica dos moradores da República Senzala. No começo da tarde uma manifestação que parecia ser pacífica se dirigiu à frente da República Senzala, localizada no Campus Universitário, Casa 3C. Alegavam os “manifestantes” que o nome da República seria uma apologia à escravidão e até hoje remeteria à ódio e preconceito. Porém em momento algum foi, pelos “manifestantes”, procurado saber o real motivo da moradia se chamar Senzala e tão pouco foi procurado um de seus moradores para uma conversa pacífica e exposição de ideias. O nome teve sua origem baseada em diversos motivos, entre eles a localização da moradia na cidade de Ouro Preto onde historicamente é muito presente a figura da senzala em quase todos os casarões históricos. Além disso, os primeiros alunos a ocupar a residência tinham origens bastante distintas e eram oriundos de vários lugares, como os escravos, e acabaram por viver juntos e em harmonia, se fortalecendo em conjunto pela necessidade e em prol de todos, se ajudando e se mantendo unidos. Se junta a isto também o fato de que na época a casa se localizava no número 6A(Seis Ala) remetendo também sonoramente ao nome senzala. Durante o início do protesto os “manifestantes” pregaram diversos cartazes em toda a fachada frontal da casa com dizeres como: “Fogo na Senzala” e “Fogo no Engenho”, além de recitarem alguns poemas e gritos de ordem. Porém com o decorrer do tempo alguns dos “manifestantes” começaram a tentar atear fogo na placa da República. É importante colocar que durante o início do protesto até a tentativa de atear fogo em um prédio público, os moradores da República continuaram dentro da residência não entrando em conflito nem mesmo verbal com os “manifestantes”, porém no momento em que um dos manifestantes tentou atear fogo ao patrimônio da casa os moradores tiveram que sair da residência para evitarem um dano maior, e assim foram recebidos com vaias e gritos de “racistas” e “branquinhos filhos de papai” entre outros, todos os ato estão documentados por fotos e vídeos. A polícia Militar foi acionada e conduziu parte dos “manifestantes”, aqueles que não se evadiram rapidamente do local, e os moradores para prestarem esclarecimentos junto à delegacia. É revoltante no atual cenário econômico, social e de grandes desigualdades ver que há mais preocupação por parte de alguns estudantes universitários em criar baderna e praticar delitos do que manifestar por reais mudanças no meio estudantil e na comunidade de Ouro Preto. A Associação das Repúblicas Federais – REFOP, repudia veementemente qualquer tipo de preconceito e radicalismo, e torna público que irá junto à UFOP e à Policia Militar buscar a punição dos responsáveis pelo vandalismo que durante este evento ocorreu. Segue junto à este documento o Boletim de Ocorrência que foi pela Policia emitido.

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Page 1: refop.files. file · Web viewNa tarde dessa quinta feira, 23, fomos surpreendidos por uma atitude preocupante: Vândalos travestidos de manifestantes atentaram contra o patrimônio

Na tarde dessa quinta feira, 23, fomos surpreendidos por uma atitude preocupante: Vândalos travestidos de manifestantes atentaram contra o patrimônio público federal e contra a dignidade e integridade psicológica dos moradores da República Senzala.

No começo da tarde uma manifestação que parecia ser pacífica se dirigiu à frente da República Senzala, localizada no Campus Universitário, Casa 3C. Alegavam os “manifestantes” que o nome da República seria uma apologia à escravidão e até hoje remeteria à ódio e preconceito. Porém em momento algum foi, pelos “manifestantes”, procurado saber o real motivo da moradia se chamar Senzala e tão pouco foi procurado um de seus moradores para uma conversa pacífica e exposição de ideias. O nome teve sua origem baseada em diversos motivos, entre eles a localização da moradia na cidade de Ouro Preto onde historicamente é muito presente a figura da senzala em quase todos os casarões históricos. Além disso, os primeiros alunos a ocupar a residência tinham origens bastante distintas e eram oriundos de vários lugares, como os escravos, e acabaram por viver juntos e em harmonia, se fortalecendo em conjunto pela necessidade e em prol de todos, se ajudando e se mantendo unidos. Se junta a isto também o fato de que na época a casa se localizava no número 6A(Seis Ala) remetendo também sonoramente ao nome senzala.

Durante o início do protesto os “manifestantes” pregaram diversos cartazes em toda a fachada frontal da casa com dizeres como: “Fogo na Senzala” e “Fogo no Engenho”, além de recitarem alguns poemas e gritos de ordem. Porém com o decorrer do tempo alguns dos “manifestantes” começaram a tentar atear fogo na placa da República. É importante colocar que durante o início do protesto até a tentativa de atear fogo em um prédio público, os moradores da República continuaram dentro da residência não entrando em conflito nem mesmo verbal com os “manifestantes”, porém no momento em que um dos manifestantes tentou atear fogo ao patrimônio da casa os moradores tiveram que sair da residência para evitarem um dano maior, e assim foram recebidos com vaias e gritos de “racistas” e “branquinhos filhos de papai” entre outros, todos os ato estão documentados por fotos e vídeos.A polícia Militar foi acionada e conduziu parte dos “manifestantes”, aqueles que não se evadiram rapidamente do local, e os moradores para prestarem esclarecimentos junto à delegacia.

É revoltante no atual cenário econômico, social e de grandes desigualdades ver que há mais preocupação por parte de alguns estudantes universitários em criar baderna e praticar delitos do que manifestar por reais mudanças no meio estudantil e na comunidade de Ouro Preto.

A Associação das Repúblicas Federais – REFOP, repudia veementemente qualquer tipo de preconceito e radicalismo, e torna público que irá junto à UFOP

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e à Policia Militar buscar a punição dos responsáveis pelo vandalismo que durante este evento ocorreu. Segue junto à este documento o Boletim de Ocorrência que foi pela Policia emitido.