Reforma Ortografica - Etapa 2

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Curso de Nivelamento de Reforma OrtográficaCentro Universitário Leonardo da Vinci

OrganizaçãoCláudia Suéli WeissLuciana Fiamoncini

Patricia Maria Matedi

Reitor da UNIASSELVIProf. Malcon Anderson Tafner

Pró-Reitor de Ensino de Graduação a DistânciaProf. Janes Fidélis Tomelin

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a DistânciaProf. Hermínio Kloch

Diagramação e CapaDavi Schaefer Pasold

Revisão:Diógenes Schweigert

Harry WieseJosé Rodrigues

Marina Luciani Garcia

Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVIFone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090

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Estamos apresentando a você um estudo sobre o Novo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa. Nesta primeira etapa, você está sendo orientado a como proceder para realizar seu curso. O curso será ministrado através do estudo da apostila e a fi xação de conteúdos, por meio de objetos de aprendizagem.

A segunda etapa de nosso curso será um breve apanhado sobre a história da reforma e novo alfabeto. Passaremos por um interessante estudo do alfabeto através dos tempos e veremos alguns dos principais acordos ortográfi cos fi rmados em diversos períodos.

Na terceira etapa, as mudanças na acentuação serão o enfoque. Este é um dos temas que mais causa dúvidas no novo acordo ortográfi co, por isso está exposto de forma simples e breve, para que você compreenda com maior facilidade.

Nosso nivelamento continua com a quarta etapa, que trata da hifenização. O uso do hífen, o que foi modifi cado e o que continua sendo utilizado. Na quinta e última etapa, abordaremos o uso do trema, sendo que este foi abolido da língua portuguesa, exceto em nomes que derivam de palavras estrangeiras.

Na sexta etapa, você fará uma avaliação para fi xar o que foi estudado. Esperamos ter contribuído para o aprimoramento dos seus conhecimentos.

As autoras!

A PRESENTAÇÃO

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Estamos começando mais uma jornada de estudos. A partir daqui daremos início ao estudo sobre a nova ortografi a da nossa língua, proposta pelo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2009, 18 anos após sua elaboração. O objetivo é expor a você as principais mudanças que ocorreram em nossa língua, tais como acentuação, hifenização, mudanças no alfabeto e uso do trema, com o intuito de facilitar a elaboração e a compreensão textual.

FONTE: Disponível em: <http://www.aguiareal.com.br/a_DT_novaortografi a/a_DT_novaortografi a.htm>. Acesso em: 19 jan. 2011.

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

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Então, vamos lá?

O Novo Acordo Ortográfi co da nossa língua causou e continua causando muita polêmica em diversos meios: revistas, jornais, televisão, internet. No humor não foi diferente. Para você, que gosta de histórias em quadrinhos, saiba que estas também não escaparam. Antes de iniciarmos os nossos estudos efetivamente, gostaríamos de apresentar algumas tiras do cartunista e ilustrador Orlandeli, com seu personagem Grump. Vejamos:

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CUTY, Cristiano. Acordo ortográfi co em quadrinhos. Disponível em: <http://tocadocuty.wordpress.com/2009/06/01/acordo-ortografi co-em-quadrinhos/>. Acesso em: 12 jan. 2011.

Gostaram das tirinhas? Após esta leitura, vamos conhecer um pouco mais sobre a história do acordo ortográfi co e o novo alfabeto.

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Nossa vida é movida por mudanças. Tudo o que faz parte do contexto social passa por mudanças, de uma forma ou de outra. A língua faz parte do contexto social, portanto, com o passar do tempo, passou por diversas transformações. Algumas palavras são acrescentadas ao nosso léxico, outras caem em desuso, outras, ainda, sofrem modifi cações. Nossa língua não para. Está em constante movimento. A cada momento surgem novidades, e estas surgem em nossa língua de acordo com a necessidade.

Pensando nisto, os países que fazem uso da língua portuguesa (Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor Leste e, em especial, Brasil e Portugal) perceberam uma necessidade cada vez maior de uniformizar a língua escrita e, no século XX, iniciaram uma discussão sobre a viabilidade da ideia.

Com esta unifi cação, muitas coisas positivas aconteceriam, como a livre circulação de obras literárias sem a necessidade de revisão ortográfi ca, como ocorre na língua

HISTÓRIA DO ACORDO ORTOGRÁFICO E MUDANÇAS NO

ALFABETO

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espanhola, por exemplo. O ensino da Língua Portuguesa também seria unifi cado. Foram nestes benefícios que os representantes desses países pensaram ao criarem este projeto de lei.

Antes de explicar um pouco mais sobre a história do acordo ortográfi co fi rmado em 2009, gostaríamos que você soubesse que mudanças na nossa língua portuguesa já acontecem desde muito antes desta data. Você já teve a oportunidade de ler algum trecho escrito em língua portuguesa no ano de 1500?

Você notará que muitas mudanças ocorreram desde então, sendo que, em alguns casos, nem parece ser o mesmo idioma que temos hoje. Destacamos uma pequena parte da carta de Pero Vaz de Caminha, que foi escrita em 1500, falando sobre o descobrimento do Brasil. Observe as palavras e diga se realmente não parece outra língua:

Easy seguymos nosso caminho por este mar delomgo, ataa terça feira doitauas de páscoa que foram xxj dias dabril que topamos alguus synaaes de tera seemdo da dita jlha segundo os pilotos deziam obra de bjc Ix ou Ixx legoas. Os quaaes hera muira camtidade deruas compridasa que os marentes chama Botelho e asy outras aque tambem chama rabo dasno. Eaaquarta feira seguimte póla manhãã topamos aves aque chama fura buchos. E neeste dia aoras de bespera ouuemos vista de terá primeiramente dhuu

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gramde monte muy alto e redomdo e doutras serras mais baixas ao sul dele e da terra chãã com grandes aruoredos ao qual monte alto ocapitam pos nome o monte pascoal” (BAGNO, 2008, p. 165, apud Reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa, Estado de Santa Catarina, 2009).

Nem parece que o que acabamos de ler foi escrito em língua portuguesa, não é? Todavia, pode ter certeza que é, sim, a mesma que falamos hoje, porém esta passou por inúmeras mudanças desde o ano de 1500 até hoje. Podemos perceber, então, que as mudanças que ocorreram no ano de 2009 foram pequenas se comparadas às que já ocorreram.

Seria muito interessante estudarmos um pouco mais sobre a história da ortografi a, não é? Que tal fazermos uma pequena viagem no tempo e conhecer um pouco mais sobre as mudanças ortográfi cas pelas quais a nossa língua já passou? Acompanhe:

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No ano de 1904, Gonçalves Viana surgiu com a proposta de simplifi car a Língua Portuguesa escrita, fazendo com que todos os dígrafos TH, PH, CH, RH e Y, além das consoantes TT e LL fossem abolidos. No ano de 1907, a Academia Brasileira de Letras decidiu simplifi car a escrita nas suas publicações, tornando a escrita menos rebuscada. Já em 1911, ocorreu a primeira reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa, tendo como principal objetivo uniformizar e simplifi car a escrita de algumas palavras, porém esta reforma não foi implantada no nosso país.Somente no ano de 1915 a Academia Brasileira de Letras fez com que a ortografi a brasileira harmonizasse com a reforma ortográfi ca de 1911.Então no ano de 1919, a Academia Brasileira de Letras decidiu que tudo voltaria a ser como era antes e revogou a decisão.No ano de 1931, a proposta de Gonçalves Viana foi aceita e Brasil e Portugal entraram em acordo e renovaram a língua. Este foi o primeiro acordo ortográfi co do Brasil. Novamente em 1934 a Constituição Brasileira decidiu anular esta decisão e reverteu o quadro ortográfi co a como era antes. Novamente. No ano de 1938, decidiu-se retornar à reforma de 1931. Você deve se questionar, mas quanto ir e vir, não é mesmo? Em 1943, houve a convenção ortográfi ca entre Brasil e Portugal. Foi assegurada a unidade da Língua Portuguesa.O ano de 1945 foi o ano em que um novo acordo ortográfi co tornou-se lei em Portugal, mas o Brasil não o adotou. Em 1971, nosso país fez algumas alterações de acordo com a reforma de 1943, para atenuar as diferenças ortográfi cas com Portugal. Em 1973, foi a vez de Portugal, que também realizou algumas modifi cações, a fi m de diminuir as diferenças ortográfi cas com o Brasil.No ano de 1975, as Academias de Letras do Brasil e de Portugal criaram um projeto de acordo ortográfi co, mas este não foi aprovado ofi cialmente.Agora que você já conhece um pouco mais sobre os outros acordos, passaremos a falar do que ocorreu até que chegássemos à aprovação do acordo ortográfi co que vigora hoje.

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Em 1986, no Rio de Janeiro, reuniram-se representantes dos países que adotam a Língua Portuguesa como língua ofi cial. Somente Guiné Bissau não compareceu. Lá, eles iniciaram uma caminhada sobre um possível acordo ortográfi co. Somente em 1990, os representantes voltaram a se reunir (desta vez Guiné Bissau compareceu) e fi rmaram um acordo, criando um pacto que abrangeria todos os países que adotam o português como língua ofi cial.No ano de 1991, Antônio Houaiss publicou a A Nova Ortografi a da Língua Portuguesa, resultado de muitos debates havidos em Lisboa. Em 2008, Portugal decide pôr em prática o acordo a partir de 2010, e o Brasil a partir de 2009. Até o ano de 2012, ainda serão aceitas variações entre as duas ortografi as em provas, exames, concursos e vestibulares. No ano de 2009, 18 anos após sua elaboração, segundo decretos assinados pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entra em vigor, em 1º de janeiro, o Novo Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa.

FONTE: Adaptado de: NOGUEIRA, Sérgio. Ortografi a. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 153-157.

Esse Acordo Ortográfi co trouxe poucas mudanças para nós, brasileiros. Houve algumas mudanças na acentuação das palavras e as regras do hífen sofreram alterações signifi cativas, além do acréscimo de letras no alfabeto e o uso do trema, que foi abolido. Adiante, veremos detalhadamente essas alterações. A pronúncia das palavras não será modifi cada. Ela permanecerá a mesma. É importante que fi que claro que estas mudanças são somente na parte escrita da língua.

Essas mudanças geraram certo desconforto em alguns estudiosos. Como sabemos, é característica do ser humano apresentar medo ou insegurança diante das mudanças

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que acontecem ao longo de nossas vidas. As novidades apresentadas a nós sempre geram dúvidas, questionamentos e, de certa forma, acabam desencadeando em discussões. Assim acontece quando mudamos de escola, de endereço, de emprego.

Com a nossa língua não poderia ser diferente. Muitas discussões foram desencadeadas a partir da vigência do novo acordo ortográfi co, e muitas das regras modifi cadas ainda geram controvérsias entre gramáticos. A adaptação faz parte do processo de mudança, e, com o passar do tempo, todos nós nos habituaremos com essas modifi cações, que passarão a fazer parte de nosso cotidiano.

Para fi nalizarmos esta parte, faremos uma leitura de mais uma interessante representação de como a língua era antes do ano de 1930 e como ela é hoje, através de um pequeno trecho. Vamos lá.

O Acordo Ortográfi co trouxe poucas mudanças para nós, brasileiros, apenas algumas envolvendo a acentuação das palavras, o acréscimo de letras no alfabeto e o uso do trema, que foi abolido. E quanto às regras do hífen? Estas sim, sofreram alterações signifi cativas.

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Até os anos 1930João acorda na manhan de sabbado, começa a tomar

seu cafèzinho, mas percebe signais de uma jibóia, prompta para dar o bote. Êle pára, olha e tenta sahir tranqüilamente da sala, sem assustal–a. Vizinhos o vêem correndo pela auto-estrada e oferecem abrigo na egreja.

Até os anos 1970João acorda na manhã de sábado, começa a tomar seu

cafèzinho, mas percebe sinais de uma jibóia, pronta para dar o bote. Êle pára, olha e tenta sair tranqüilamente da sala, sem assustá–la. Vizinhos o vêem correndo pela auto-estrada e oferecem abrigo na igreja.

Até 2008João acorda na manhã de sábado, começa a tomar seu

cafezinho, mas percebe sinais de uma jibóia, pronta para dar o bote. Ele pára, olha e tenta sair tranqüilamente da sala, sem assustá-la. Vizinhos o vêem correndo pela auto-estrada e oferecem abrigo na igreja.

A partir de 2009João acorda na manhã de sábado, começa a tomar seu

cafezinho, mas percebe sinais de uma jiboia, pronta para dar o bote. Ele para, olha e tenta sair tranquilamente da sala, sem assustá-la. Vizinhos o veem correndo pela autoestrada e oferecem abrigo na igreja.

FONTE: Disponível em: <http://verdesmares.globo.com/saladeaula/noticias.asp?codigo=245225&modulo=857>. Acesso em: 6 jan. 2011.

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PARA DESCONTRAIR...

Muitos cartunistas utilizaram o Novo Acordo Ortográfi co como tema de suas criações. Com Maurício de Sousa não foi diferente. Mônica e sua turma também se divertiram aprendendo sobre o novo acordo. Vamos lê-las?

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Acesse o blog [Disponível em: <http://lingualinguisticaeliteratura.blogspot.com/2010_05_01_archive.html> Acesso em: 17 jan. 2011] e confi ra mais outras dicas com a Turma da Mônica.

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O ALFABETO

Antes de iniciarmos o estudo sobre o alfabeto, que tal conhecermos um pouco sobre a história dele? Acompanhe-nos!

A palavra alfabeto vem do grego alpha e beta, que são respectivamente, a primeira e a segunda letras do alfabeto grego. O alfabeto nada mais é do que um conjunto de sinais (que chamamos de letras) que, juntos, formam uma gigantesca quantidade de palavras.

Muitos povos formaram seus alfabetos a partir do alfabeto fenício, que não possuia vogais, inclusive o grego e o aramaico. O alfabeto grego que conhecemos hoje é resultado de anos de evolução. Para você ter uma ideia, em 1000 a.C., os gregos fi zeram com que o alfabeto fenício passasse de 22 a 24 consoantes. A criação das vogais também foi um marco importante.

Do grego surgiu o etrusco que, posteriormente, deu origem ao alfabeto latino, que é o que originou o alfabeto português. Com o tempo, a infusão do latim fez com que o alfabeto se espalhasse pela Europa. Por esse motivo, o alfabeto latino é o que usamos para escrever as línguas da Europa Ocidental e países colonizados por eles.

O nosso alfabeto era constituído por 23 letras.

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Com o acordo ortográfi co, passou a ter 26 letras: o K, o Y e o W foram incorporados ao alfabeto.

A B C D E F G HI J K L M N O PQ R S T U V W XY Z

USOS DAS LETRAS K, W E Y

Certamente essas letras não são nenhuma novidade para você, certo? Esses sinais gráfi cos já apareciam em nossas palavras, especialmente em nomes próprios, como é o exemplo de William, Darcy, Karina. Essas letras, mesmo sendo utilizadas frequentemente, não faziam parte do nosso alfabeto. A partir do Acordo Ortográfi co, elas foram defi nitivamente incluídas ao nosso alfabeto. Veja a tabela a seguir com os principais usos do K, do W e do Y:

I- Em nomes próprios e seus derivados:

K Kafka - kafkaniano

Franz Kafka (1883-1924), escritor austro-húngaro, autor de A Metamorfose.

W Newton - newtoniano

Isaac Newton (1693-1727), cientista, matemático e físico inglês, autor da Lei da Gravitação Universal e das Leis de Newton.

A B C D E F G HI J L M N O P QR S T U V X Z

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Y Byron - byronianoLorde George Gordon Byron (1788-1824), importante poeta inglês.

FONTE: Soares (2009)

II- Também usamos em nomes de lugares e todos os seus derivados.

K Kuwait - kuwaitiano País do Oriente Médio

W Washington – washingtoniano

Capital dos Estados Unidos.

Y York – yorkshire Antiga cidade inglesa.FONTE: Soares (2009)

Também as utilizamos em siglas, como em BMW; em símbolos, como em K (potássio), Kr (criptônio) e em unidades de medidas, como em km (quilômetro) e watt.

É importante lembrar que nos nomes estrangeiros a grafi a permanece, mesmo que algumas regras não pertençam à nossa língua. Isso ocorre, por exemplo, em algumas combinações gráfi cas (shakespeariano), ou na utilização de sinais gráfi cos (Günther).

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Curiosidade

Antes do acordo ortográfi co do ano de 1911, as letras K, W e Y faziam parte do nosso alfabeto, ou seja, ele tinha 26 letras. Com a implantação deste acordo, elas foram retiradas, fazendo, assim, com que nosso alfabeto passasse a ter 23 letras. Veja o excerto a seguir do Formulário Ortográfi co de 1911:

Lembre-se de que nos nomes estrangeiros

a grafi a permanece, mesmo que algumas

regras não pertençam à nossa língua.

São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras k, w, y, as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: k por qu antes de e, i; por c em qualquer outra situação; w por u, ou por v, conforme fôr a sua pronúncia; y por i. Escreveremos, pois, caleidoscópio, quermes, Venceslau, valsa, tipo, lira, fi siologia etc.

Excepções: 1ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legitimamente empregadas; ex.: kantismo,

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darwinismo, byroniano (Kant, Darwin, Byron), os quais, porém, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, cantismo, daruinismo, baironiano. Confrontem-se Copérnico, de Kopernik, Antuérpia, de Antwerp, (h)iate, de yacht.

2ª Continuam em uso os símbolos W, para denotar o Oeste, e K como abreviatura de unidade métrica, e também na forma international kilo***, que todavia se poderá escrever quilo***; tanto mais, que o k é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com χ, e não κ.

FONTE: Portal da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo&version=1911>. Acesso em: 13 jan. 2011.

Viu só? Estas letras já faziam parte do nosso alfabeto, foram retiradas e agora, com o novo acordo, passam novamente a fazer parte dele. Perceba também como a ortografi a em geral, nessa época, difere da atual!

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A geografi a do Acordo Ortográfi coAntonio Carlos Olivieri

Cristina Von

A partir de 1º de janeiro de 2009, deve-se começar a pôr em prática as regras estabelecidas pelo o decreto de n. 6583, publicado em 29 de setembro de 2008, que promulgou no Brasil o Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa. O Acordo foi assinado ainda em 1990, por representantes dos governos dos sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Estes países integram, assim como Timor Leste (que se tornou independente em 2002), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, fundada em 1996, com os objetivos de promover maior união e cooperação entre os países-membros e reforçar sua presença no cenário internacional, bem como materializar projetos de promoção e difusão do idioma comum: o português. Foi a expansão marítima portuguesa que difundiu o idioma na África, na Ásia e na América do Sul, a partir do fi nal do século XV.

L EITURA COMPLEMENTAR

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Duas ortografi as

É sobre esse pano de fundo político-diplomático que se deve entender a realização do Acordo que, unifi cando a ortografi a do português, visa a lhe dar maior importância no mundo, já que esse idioma é falado por mais de 200 milhões de pessoas espalhadas em quatro continentes. Desde 1911, em função de uma reforma ortográfi ca ocorrida em Portugal, sem comum acordo com o Brasil, existiam duas ortografi as ofi ciais, a portuguesa e a brasileira, ambas corretas, para a mesma língua.

Não há dúvida de que, em particular no mercado editorial (aí incluídos os portais da internet), a entrada em vigor do Acordo vai ocasionar custos e uma grande quantidade de

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trabalho para adequar os textos às novas normas ortográfi cas. O Acordo, porém, segundo dados da Academia de Ciências de Lisboa, modifi ca a grafi a de somente 2% das palavras do idioma, cerca de duas mil num universo de 110 mil.

Não estão contabilizadas nessa relação as alterações quanto à utilização do hífen e as resultantes da supressão do trema que, no entender dos responsáveis pelo texto do Acordo, são poucas e de fácil apreensão. Vale lembrar que o esforço de unifi cação ortográfi ca teve como critério a fonética, isto é, a grafi a das palavras foi alterada no sentido de aproximá-la da forma falada, com a abolição de consoantes mudas, por exemplo.

Plurilinguismo

O português é o idioma ofi cial e predominante no Brasil e em Portugal, mas é bom lembrar que nos dois países há falantes nativos de outras línguas. No Brasil, estão em uso atualmente cerca de 180 línguas indígenas, segundo a Funai - Fundação Nacional do Índio. Sem contar as dos índios isolados, uma vez que não estão em contato com a sociedade brasileira e suas línguas ainda não são conhecidas Em Portugal, cerca de 15 mil pessoas falam o mirandês, na região da Terra de Miranda, no norte da península Ibérica.

Porém, se essa é a situação do português nas duas nações mais proeminentes (sob o ponto de vista político-econômico) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,

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qual o papel da língua de Camões e Machado de Assis nos outros seis países-membros?

Em Angola cerca de 70% da população falam a língua ofi cial, o português, mas grande parte também usa uma das 40 línguas locais, das quais as principais são o umbundu, o quicongo e o quimbundu, de origem africana.

Crioulos

Em Cabo Verde o português é utilizado na documentação ofi cial, nas rádios e televisões e nas escolas. Nas situações quotidianas é utilizado o cabo-verdiano, um crioulo, que é a designação dada às línguas mistas, nascidas do contato de um idioma europeu com outros nativos, que se tornaram línguas maternas de certas comunidades socioculturais.

Na Guiné-Bissau uma pequena parcela da população usa o português como língua materna. O crioulo é usado por metade da população. A base do vocabulário vem do português, mas a gramática é tipicamente africana. Entre as línguas nacionais (cerca de 25) estão o balanta, o mandinga, o fula, o manjaca, o papel e o mancanha. Devido ao fato de a Guiné-Bissau estar situada entre o Senegal e a República da Guiné, 10% da população fala francês.

Em Moçambique, o português é falado por 40% da população, usado em casa por 9% e reconhecido como língua materna por 6,5%. A maioria dos falantes do português reside

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nas áreas urbanas do país. Há cerca de 40 línguas nacionais de origem banto, entre elas o emakhuwa, o xichangana e o elomwe.

Em São Tomé e Príncipe, fala-se ofi cialmente o português, mas informalmente usam-se crioulos como o são-tomense (ou forro), o principense (ou moncó) e o angolar (ngola). Outra língua muito falada nas ilhas é o crioulo cabo-verdiano.

Já em Timor Leste, existem 24 línguas nacionais, mas a mais falada delas é o tétum, bastante infl uenciado pelo português. Atualmente é o português que está sendo valorizado no país como língua ofi cial, devido ao tétum carecer de uma forma padrão de escrita.

Índia e China

O português também é falado em pequenas regiões na Índia (Damão, Diu e em Goa) e na China (em Macau). Na Índia, na união do território de Damão e Diu não é fácil encontrar alguém que fale português ou, como se diz, “a língua dos velhos”. O gujarate, uma língua indo-iraniana, é o idioma usado pela maioria.

Em Diu, somente 200 moradores usam o português e em Damão ele é falado por cerca de 3.000 pessoas. Em Goa existem cerca de 30 mil falantes da língua portuguesa. Nas ruas, fala-se mais o concani, o marathi, o gujarate, o kannada,

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o urdu e o hindi.

Em Macau, próxima a Hong Kong, na China, o português permanece como língua ofi cial com estatuto idêntico ao chinês, mas só uma pequena população o usa. O dialeto, conhecido como a “língua doce de Macau”, é um crioulo baseado no português e é usado por 8 mil residentes macaenses. Macau foi a última colônia portuguesa a se tornar independente e foi devolvida para a China no dia 20 de dezembro de 1999.

FONTE: Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/atualidades/paises-de-lingua-portuguesa.jhtm>. Acesso em: 19 jan. 2011.

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Se deseja aprender um pouco mais, no site Youtube.com, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6nci-Pfw4mM>, você encontrará um vídeo muito interessante com dicas sobre o Novo Acordo Ortográfi co para concursos, por Sonia Rezende. Vale a pena conferir.

D ICA

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1 A partir de que ano as antigas regras não poderão mais ser utilizadas?( ) 2010.( ) 2011.( ) 2012.

2 Assinale a alternativa que apresenta a justifi cativa para a Reforma:( ) Fazer com que o modo de falar dos brasileiros e portugueses seja igual.( ) Facilitar a redação de documentos em tratados internacionais e no comércio de livros.( ) Simplifi car o modo de escrever, que passa a ser igual ao modo de falar.

3 Nosso alfabeto passou a ter quantas letras?( ) 23.( ) 25.( ) 26.

4 Quais são as letras que voltaram a fazer parte do nosso alfabeto?( ) W - H - Y. ( ) H - W - K. ( ) K - W - Y.

A UTOATIVIDADE

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1 A partir de que ano as antigas regras não poderão mais ser utilizadas?( ) 2010.( ) 2011.( ) 2012.

2 Assinale a alternativa que apresenta a justifi cativa para a Reforma:( ) Fazer com que o modo de falar dos brasileiros e portugueses seja igual.() Facilitar a redação de documentos em tratados internacionais e no comércio de livros.( ) Simplifi car o modo de escrever, que passa a ser igual ao modo de falar.

3 Nosso alfabeto passou a ter quantas letras?( ) 23.( ) 25.( ) 26.

4 Quais são as letras que voltaram a fazer parte do nosso alfabeto?( ) W - H - Y. ( ) H - W - K. () K - W - Y.

G ABARITO

Page 33: Reforma Ortografica - Etapa 2

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Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado da Educação. Reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa. Florianópolis: IOESC, 2009.

SOARES, Rosalina. Guia ortográfi co da Língua Portuguesa. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

A HISTÓRIA DO NOSSO ALFABETO. Disponível em: <http://www.artigonal.com/linguas-artigos/a-historia-do-nosso-alfabeto-998889.html> Acesso em: 9 dez. 2010.

REVISTA NOVA ESCOLA. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/letras-k-w-y-sao-consideradas-consoantes-ou-vogais-476431.shtml>. Acesso em: 12 dez. 2010.

R EFERÊNCIAS