Reformador Maio 2012

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  • Fundada em 21 de janeiro de 1883

    Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

    Revista de Espiritismo CristoAno 130 / Maio, 2012 / N o 2.198

    ISSN 1413-1749Propriedade e orientao daFEDERAO ESPRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOO MASOTTIEditor: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARESRedatores: ALTIVO FERREIRA, ANTONIO CESAR PERRI DE

    CARVALHO, EVANDRO NOLETO BEZERRA, GERALDOCAMPETTI SOBRINHO, JOS CARLOS DA SILVA SILVEIRAE MARTA ANTUNES DE OLIVEIRA DE MOURA

    Secretrio: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRAGerente: SADY GUILHERME SCHMIDTEquipe de Diagramao: AGADYR TORRES PEREIRA E

    SARA AYRES TORRESEquipe de Reviso: WAGNA CARVALHO E ISAURA DA

    SILVA KAUFMANProjeto grfico da revista: JULIO MOREIRACapa: AGADYR TORRES PEREIRA

    REFORMADOR: Registro de publicao no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polcia Federal do Ministrio da Justia)CNPJ 33.644.857/0002-84 I. E. 81.600.503

    Direo e Redao:SGAN 603 Conjunto F L2 Norte 70830-030 Braslia (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

    Departamento Editorial:Rua Sousa Valente, 17 20941-040Rio de Janeiro (RJ) BrasilTel.: (21) 2187-8282 FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

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    SumrioExpediente

    Editorial

    Responsabilidade dos pais junto aos filhos

    Entrevista: Lus Eduardo Grangeiro Giro

    Difuso do bem e da paz no teatro e no cinema

    Esflorando o Evangelho

    Em tudo Emmanuel

    Evangelizao Esprita Infantojuvenil

    A Divulgao da Campanha de Evangelizao Esprita

    Infantojuvenil

    A FEB e o Esperanto

    Centenrio dos Cursos de Esperanto na FEB Affonso Soares

    Seara Esprita

    O esprita ante a poltica Christiano Torchi

    Enfermidade da alma Joanna de ngelis

    Me, fita o cu Vallado Rosas

    Paternidade responsvel (Capa)

    Clara Lila Gonzalez de Arajo

    Saulo de Tarso: Senhor, que farei?

    Antonio Cesar Perri de Carvalho

    O ser e o fazer Richard Simonetti

    Voc acredita em fantasma?

    Geraldo Campetti Sobrinho

    Em dia com o Espiritismo A Humanidade regenerada

    Marta Antunes Moura

    As redes sociais e o Espiritismo Carlos Abranches

    Comunicado Oficial

    Poema de me Anlia Franco

    A infatigvel busca pela partcula fundamental da

    matria Licurgo Soares de Lacerda Filho

    preciso saber aproveitar o tempo Davilson Silva

    Retorno Ptria Espiritual Darcl Pires Pereira de

    Mello

    Esperana... Mauro Paiva Fonseca

    Composio dos rgos da FEB aps a Reunio do

    Conselho Superior de maro de 2012

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    PARA O BRASILAssinatura anual R$ 552,00Assinatura digital anual R$ 224,00Nmero avulso R$ 77,00

    PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 550,00

    Assinatura dde RReformador: Tel.: (21) 2187-8264 2187-8274www.feblivraria.com.brassinaturas.reformador@febrasil.org.br

  • Editorial

    prende-se com o estudo do Evangelho de Jesus que a Lei maior que regeas nossas vidas a Lei de Amor que emana de Deus, na qual se destaca quenos cabe amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ns mesmos.

    O compromisso maior na prtica dessa Lei, todavia, ocorre no ambiente familiar;e, neste, o comprometimento ainda maior na relao entre os pais e os filhos. Noh responsabilidade maior para um Esprito encarnado do que aquela que decorrede se receber, na condio de filho, outro Esprito que chega em alto grau de depen-dncia fsica, moral, psicolgica e afetiva. Independentemente do programa reen-carnatrio do Esprito, sempre voltado ao seu progresso moral e intelectual, a faseem que inicia a reencarnao fundamental para o bom ou mau desempenho quevenha a ter em sua existncia terrena.

    O processo de rejeio, de desamor, de agressividade, de abandono que o Espri-to enfrenta ao nascer, em muitas oportunidades, a causa da maioria de todos osdesajustes comportamentais dos jovens e adultos que infelicitam a Humanidadeinteira.

    No sem razo que ao serem consultados por Kardec, se nenhuma influnciaexercem os Espritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?, os Espritossuperiores responderam: Ao contrrio: bem grande influncia exercem. Conformej dissemos, os Espritos tm que contribuir para o progresso uns dos outros. Poisbem, os Espritos dos pais tm por misso desenvolver os de seus filhos pela educa-o. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-o culpados, se vierem a falir no seudesempenho. (O Livro dos Espritos, Ed. FEB, q. 208.)

    Aprofundando a anlise do assunto, Kardec observa em O Evangelho segundo oEspiritismo (Ed. FEB, cap. 22, it. 3): [...] Quis Deus que os seres se unissem no spelos laos da carne, mas tambm pelos da alma, a fim de que a afeio mtua dosesposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e no um somente, a am--los, a cuidar deles e a faz-los progredir [...].

    Verifica-se, dessa forma, que a responsabilidade pela educao dos filhos dospais, muito mais que dos professores nas escolas, uma vez que j no ventre mater-no comea a convivncia com os seus pais, sentindo e observando os seus exemplos,de como agem, pensam e sentem, para segui-los. O exemplo dos pais muito maisforte na formao dos filhos, do que o que eles dizem.

    Sem dvida, o clima moral e espiritual do nosso mundo ser bem melhor quan-do todos os pais amarem seus filhos profundamente e os educarem luz doEvangelho, desde a sua concepo.

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    Responsabilidadedos pais junto aos filhos

  • m sentido lato, a poltica seentrecruza com vrias outrascincias, entre elas a Filosofia,

    a Histria, a Economia, o Direito...Entretanto, com a Sociologia queela possui laos mais estreitos, vistoque tem seu nascedouro na prpriasociedade. Segundo essa viso, ins-pirada em Aristteles, o homem um animal social e poltico.

    Herana da Grcia antiga, beroda democracia, o termo polticaderiva-se do grego politiks, alusivos antigas cidades gregas organiza-das (plis), que teriam dado origemao modelo de vida urbano contem-porneo, onde os homens se aglo-meram em busca da sobrevivnciae do progresso, sujeitando-se a umaadministrao pblica regulada pornormas coletivas de convivncia.

    Na Idade Mdia, Toms de Aqui-no (1225-1274) j preconizava quea finalidade da poltica o bemcomum. Modernamente, a poltica designada como a Cincia do Es-tado, podendo ser definida comoa arte de governar. Sob esse prisma,ela ser sempre o exerccio de al-guma forma de poder. Quando uti-lizada corretamente, gera bem-estare prosperidade, bem assim contri-

    bui para a manuteno da paz eda ordem.

    O Espiritismo abrange todas asreas do conhecimento, sob trpliceaspecto: cientfico, filosfico e reli-gioso, razo pela qual no estalheio Cincia poltica ou a qual-quer outro ramo do conhecimen-to humano. Todavia, o Espiritis-mo no tem por misso especficafazer reformas sociais, mas, pelaamplitude dos seus ensinamentos, a doutrina mais apta a coadjuvartais reformas, medida que in-fluencia a sociedade, estimulandoo aprimoramento moral, sem queseja preciso acumpliciar-se com apoltica partidria, em contradiocom o carter laico1 do Estado:

    [...] A misso da doutrina con-

    solar e instruir, em Jesus, para que

    todos mobilizem as suas possi-

    bilidades divinas no caminho da

    vida. Troc-la por um lugar no

    banquete dos Estados inverter

    o valor dos ensinos, porque to-

    das as organizaes humanas so

    passageiras em face da necessi-

    dade de renovao de todas as

    frmulas do homem na lei do

    progresso universal, depreenden-

    do-se da que a verdadeira cons-

    truo da felicidade geral s ser

    efetiva com bases legtimas no

    esprito das criaturas.2

    A seu turno, qual seria a missodos espritas, enquanto homens nomundo? Sem embargo da tarefa dedivulgao e da vivncia dos prin-cpios da Doutrina Esprita, ela amesma de qualquer indivduo, re-ligioso ou no, como elucidam osEspritos na primeira obra bsica.Consiste em instruir os homens,em ajud-los a progredir, em me-lhorar suas instituies, por meiosdiretos e materiais.3 Nesse con-texto, ser mesmo til e necessrio,para que o Espiritismo cumpra sua

    O espritaante a poltica

    5Maio 2012 Reformador 116633

    ECH R I S T I A N O TO RC H I

    1Estado laico no o mesmo que Estadoateu. Mantm neutralidade em matria con-fessional, no adotando nem perseguindonenhuma religio (ver Prembulo e art. 19da Constituio Federal brasileira).

    2XAVIER, Francisco C. O consolador. PeloEsprito Emmanuel. 28. ed. 5. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2011. Q. 60.

    3KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Trad.Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 573.

  • misso, a politizao do MovimentoEsprita, como defendem alguns?Parece-nos equivocada a ideia deque o Movimento Esprita careade engajar-se na militncia pol-tica, fundando partidos ou orga-nizando bancadas, como formade se fazer representar perante ospoderes constitudos, com o obje-tivo de divulgar, oficialmente, osseus princpios, colaborando, as-sim, com a reforma social, no com-bate s mazelas sociais.

    De m lembrana so as cons-purcaes que o movimento cris-to primitivo sofreu (e que o Espiri-tismo intenta restaurar na atuali-dade), sobretudo a partir do sculoIII, momento em que se deixouseduzir pela poltica de Roma, cujoimprio estertorava graas aos abu-sos da governana.

    bvio que o esprita, indivi-dualmente, no est impedido deexercer a poltica. Se tiver vocao

    para isso e for chamado para essatarefa, deve atender ao clamor desua conscincia e procurar exerc-lacom dignidade, como fizeram tan-tos outros espritas, por exemplo,Bezerra de Menezes, EurpedesBarsanulto, Cairbar Schutel e Josde Freitas Nobre. Se isso vier a acon-tecer, espontaneamente, que jamaisnos apartemos das diretrizes tra-adas por Andr Luiz, que nosalerta sobre as tentaes e os peri-gos de confundirmos os interessesde Csar com os deveres para como Senhor.4

    Diante disso, no recomendvelque os polticos, simpatizantes ouadeptos do Espiritismo, faam datribuna esprita um palanque. Jesus,nosso guia e modelo, quando este-ve entre ns, jamais postulou ou se

    valeu do poder poltico estatal parapregar a implantao do Reino deDeus na Terra. No a DoutrinaEsprita que precisa da poltica e sima poltica que precisa do Espiritismo.Isto , progredindo moralmente, porinfluncia do Espiritismo, a socie-dade prepar, de forma natural,bons polticos e at estadistas paraatuarem nas instituies pblicas:

    O discpulo sincero do Evange-

    lho no necessita respirar o cli-

    ma da poltica administrativa

    do mundo para cumprir o mi-

    nistrio que lhe cometido.

    O Governador da Terra, entre

    ns, para atender aos objetivos

    da poltica do amor, representou,

    antes de tudo, os interesses de

    Deus junto do corao humano,

    sem necessidade de portarias e

    decretos, respeitveis embora.

    Administrou servindo, elevou os

    demais, humilhando a si mesmo.

    6 Reformador Maio 2012116644

    4VIEIRA, Waldo. Conduta esprita. PeloEsprito Andr Luiz. 31. ed. 4. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2011. Cap. 10, p. 46.

  • No vestiu o traje do sacerdote,

    nem a toga do magistrado.

    Amou profundamente os se-

    melhantes e, nessa tarefa subli-

    me, testemunhou a sua grande-

    za celestial.

    Que seria das organizaes cris-

    ts, se o apostolado que lhes diz

    respeito estivesse subordinado

    a reis e ministros, cmaras e par-

    lamentos transitrios? [...]5

    Por isso mesmo, Deus conferea autoridade a ttulo de misso,ou de prova, quando julga conve-niente, e a retira quando bem oentende.6 Emmanuel, tal qualAndr Luiz, tambm abordou essaquesto delicada. Respondendo pergunta: Como se dever com-portar o espiritista perante a pol-tica do mundo,7 aconselhou:

    O sincero discpulo de Jesus est

    investido de misso mais sublime,

    em face da tarefa poltica saturada

    de lutas materiais. Essa a razo

    por que no deve provocar uma

    situao de evidncia para si mes-

    mo nas administraes transit-

    rias do mundo. E, quando convo-

    cado a tais situaes pela fora das

    circunstncias, deve aceit-las no

    como galardo para a doutrina

    que professa, mas como prova-

    o imperiosa e rdua, onde todo

    xito sempre difcil. O espiritista

    sincero deve compreender que a

    iluminao de uma conscincia

    como se fora a iluminao de

    um mundo, salientando-se que

    a tarefa do Evangelho, junto das

    almas encarnadas na Terra, a

    mais importante de todas, visto

    constituir uma realizao defini-

    tiva e real.7 (Grifos nosso.)

    No devemos pedir ao Espiritis-mo o que ele no nos pode dar.8 Aestratgia equivocada de Judas que,embora bem intencionado, preten-dia utilizar a poltica terrena, paraacelerar o processo de implantaodo Evangelho na Terra, uma ad-vertncia perene a todos ns, poisas conquistas do mundo so cheiasde ciladas para o esprito e, entreelas, possvel que nos transforme-mos em rgo de escndalo para averdade que o Mestre representa.9

    A Humanidade progride pormeio dos indivduos, que se me-lhoram pouco a pouco. pelo de-senvolvimento moral que se reco-nhece uma civilizao completa.Os povos que s vivem a vida docorpo, cujo poder se baseia apenasna fora e na extenso territorial,um dia fenecero, pois a vida daalma prevalece sempre:

    [...] Aqueles cujas leis se har-

    monizam com as leis eternas do

    Criador, vivero e serviro de

    farol aos outros povos.10

    Todos podemos contribuir comnossa parte para acelerar as espe-radas mudanas sociais: A res-ponsabilidade pelo aperfeioa-mento do mundo compete-nosa todos.11 O Espiritismo no de-pende da poltica terrena paraatingir seus fins. Triunfar, por-que se funda nas leis naturais,sem que seja necessrio violentara conscincia dos incrdulos.Deus no conduz o homem pormeio de prodgios, mas deixaque tenha o mrito da prpriaconquista, que se dar, mais cedoou mais tarde, pelo convenci-mento da razo.

    Que estas breves reflexes for-taleam a esperana de todos osque mourejam na seara esprita,para que o Brasil consiga realizara misso redentora da qual depo-sitrio. Mais importante que ascolossais riquezas naturais do seuvasto territrio a imensa diversi-dade racial, social e religiosa deseu povo. Se soubermos vivenciaro Evangelho, conforme Jesus ensi-nou, inevitavelmente faremos jus vocao assinalada pelos Espri-tos superiores de corao do mun-do, ptria do Evangelho.

    7Maio 2012 Reformador 116655

    5XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. PeloEsprito Emmanuel. 27. ed. 3. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2011. Cap. 59, p. 137.

    6KARDEC, Allan. O evangelho segundo oespiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra.1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap.17, it. 9, p. 346.

    7XAVIER, Francisco C. O consolador. PeloEsprito Emmanuel. 28. ed. 5. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2011. Q. 60.

    8KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns.Trad. Guillon Ribeiro. 2. ed. esp. 3. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. Pt. 2, cap. 27, it.303, subit. 1, p. 476.

    9XAVIER, Francisco C. Boa nova. Pelo Esp-rito Humberto de Campos. 3. ed. 5. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 24, p. 200.

    10KARDEC, Allan. O livro dos espritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1.reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 788.

    11XAVIER, Francisco C. Libertao. PeloEsprito Andr Luiz. 31. ed. 4. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2011. Cap. 3, p. 46.

  • ravame de signifi-cado perigoso nosrelacionamentos

    humanos a intriga.Perversa, semelhante

    erva daninha e traioeiraque medra no jardim dasamizades, gerando descon-forto e agressividade.

    A intriga enfermidadeda alma que se alastra peri-gosamente na sociedade,tornando-se terrvel ini-miga dos bons costumes.

    O intrigante semprealgum infeliz e invejosoque projeta os seus confli-tos onde se encontra, ale-grando-se com os embaraos queproporciona no meio social.

    semelhana de cupim sorratei-ro, destri sem ser vista, at o mo-mento em que as resistncias fragi-lizadas de suas vtimas rompem-se,dando lugar ao caos, destruio.

    Muitas vezes, o insensato no fazideia do poder meftico da intriga,permitindo-se-lhe a manifestaoverbal ou grfica, por falta de res-ponsabilidade ou desvio de con-duta psicolgica.

    Da simples referncia a respeitode algum ou de algum aconteci-

    mento adulterado pela imaginaoenferma, surge a rede das informa-es infelizes que dilaceram as vidasque lhes so o alvo inditoso.

    Ningum, na Terra, encontra-seindene difamao das pessoasespiritualmente enfermas, e, umavez atingidos pelas flechas das nar-raes deturpadas, os homens sedeixam sucumbir, abandonando ospropsitos superiores em que sefixavam, sem nimo para o prosse-guimento nos ideais abraados.

    Lamentavelmente, a intriga con-segue grassar com imensa facili-

    dade em quase todos os grupa-mentos sociais, religiosos, familia-res, polticos, de todos os matizes,em razo de alguns dos seus mem-bros encontrar-se em desarmoniainterior.

    Todo o empenho deve ser apli-cado para a vitria sobre a intriga.

    Cabe queles que so devotadosao bem no darem ouvidos in-triga que se apresenta disfaradade maledicncia, de censura em re-lao a outrem ausente, aplicandoo antdoto do silncio nesse trom-betear da maldade.

    8 Reformador Maio 2012116666

    G

    Enfermidadeda alma

  • Cuidasse, o intrigante, do pr-prio comportamento e dar-se-iaconta do quanto necessita de cor-rigir, em si mesmo, ao invs de pro-jetar no seu prximo o morboinfeccioso.

    Toda censura com sinais deacusao filha da crueldade quese converte em intriga.

    So clebres as intrigas das cor-tes, nas quais os ociosos e inteiscompraziam-se em tecer redesvigorosas que asfixiavam as me-lhores expresses do trabalho,que mesmo imperfeitas ou neces-sitadas de aprimoramento, pro-duziam o bem...

    Nada se edifica ou se faz sem oexerccio, em cujo incio os equ-vocos tm lugar.

    As mais colossais realizaesso resultado de pequenos ou in-certos tentames.

    O intrigante, porm, sempre ati-vo e vigilante, porque insidioso, lo-go se apropria da mnima falha queobserva em qualquer projeto parainvestir furibundo e devastador.

    Jesus referiu-se com firmezaquele que v o argueiro no olhodo prximo, embora a trave pesadaque se encontra no seu.

    S tu, no entanto, aquele queadota a complacncia, que com-preende o limite e a dificuldadedo outro.

    Fala, quando a tua boca possacantar o bem de que est cheio oteu corao.

    A palavra enunciada torna-teservo, enquanto que a silenciadafaz-te dela senhor.

    No ests convidado para vigiaro prximo, mas para conviver etrabalhar com ele.

    Tocado no sentimento pelo amor,usa a bondade nas tuas considera-es em relao s demais pessoascom as quais convives ou no.

    Faze-te a criatura gentil por quemtodos anelam, estando sempre sordens dos Mensageiros da luz parao servio da fraternidade e da cons-truo do bem no mundo.

    A palavra portadora de gran-de poder, tanto para estimular,conduzir plenitude, assim comopara gerar sofrimento, destruioe amargura...

    Guerras terrveis, representandoa inferioridade humana, surgiramde intrigas de pequeno porte, quese tornaram ameaas terrveis...

    Tratados de paz e de unio tam-bm so frutos do acordo pela par-lamentao e graas s decisesde alto porte.

    Tem, pois, cuidado com o quefalas, a respeito do que ouves,vs ou participas. Sers respon-svel pelo efeito das expressesque externes, em razo do seucontedo.

    Convidado a servir na Seara deJesus, mantm-te vigilante em re-lao a essa enfermidade que con-tagia: a intriga!

    Tentado, em algum momento,a acusar, a criar situaes danosas,resiste e silencia, legando ao tempoa tarefa que lhe compete.

    Isso no quer dizer conivnciacom o erro, mas interrupo dacorrente prejudicial, mantida pelaintriga. Antes, significa tambma deciso de no vitalizar o mal,

    mantendo-te em paz, sustentadopela irrestrita confiana em Deus,na execuo da tarefa abraada,seja ela qual for.

    A intriga apresenta-se de formasutil ou atrevidamente, produzindochoques emocionais que se trans-formam em dores naqueles quelhes padecem a injuno cruenta.

    Allan Kardec, o nobre mensa-geiro do Senhor, preocupado como prprio e o comportamento dosindivduos, buscando uma diretrizsegura para evitar a intriga e ou-tros desvios na convivncia social,indagou aos guias espirituais, con-forme se l na questo 886, de OLivro dos Espritos:1

    Qual o verdadeiro sentido dapalavra caridade, como a entendiaJesus?

    E eles responderam com expres-siva sabedoria:

    Benevolncia para com todos,indulgncia para as imperfeiesdos outros, perdo das ofensas.

    Nessa resposta luminosa encon-tra-se todo um tratado de ticapara bem viver, ser feliz e contri-buir para a alegria dos outros.

    Joanna de ngelis

    (Pgina psicografada pelo mdium Divaldo

    Pereira Franco, na reunio medinica da

    noite de 23 de janeiro de 2012, no Centro

    Esprita Caminho da Redeno, em Salva-

    dor, Bahia.)

    9Maio 2012 Reformador 116677

    1Nota da autora espiritual. N da R.: Op.cit. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 2. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2010.

  • Reformador: Como voc se interes-sou pela divulgao dos princpiosespritas na arte?Giro: A partir de uma experinciapessoal que transformou a nossaatual encarnao. Pelas atividadesprofissionais tornamo-nos pessoamuito racional e pragmtica. Halguns anos, recuperando-nos deproblema de sade, causado pelovazio existencial, assistimos em SoPaulo pea teatral O Cndido ChicoXavier. Emocionamo-nos profun-damente e samos do teatro total-mente diferente, com mais espe-rana na vida e conforto espiri-tual. Repensando nossos valores,ento majoritariamente materiais,procuramos mais informaes so-bre o querido mdium citado e aDoutrina que ele divulgava. A cadalivro, a cada descoberta, sentamo--nos mais completo, feliz e, sobretu-do, grato a Deus pela oportunidadede estar conhecendo o Espiritismo.Tivemos a ideia de realizar a Mos-tra Brasileira de Teatro Transcen-dental, em Fortaleza, que neste

    ano chega sua 10a edio conse-cutiva, com apresentaes gratuitasnos principais teatros, praas p-blicas, terminais de nibus e at empresdios! Vimos milhares de pes-soas quebrarem seus paradigmaspessoais e se engajarem em proje-tos voluntrios. At hoje sentimos afora dessa corrente do bem, queno para de crescer, graas a Deus!

    Reformador: A primeira experinciafoi com o teatro transcendental?Giro: A Mostra Brasileira de Tea-tro Transcendental, em Fortaleza,tem uma proposta ampla e includen-te: a participao democratizadada populao, j que um eventototalmente gratuito e beneficente,com quase cem toneladas de ali-mentos arrecadadas e doadas paradiversas entidades assistenciais es-pritas. Alm das peas com enredosespritas j foram apresentados, du-rante a Mostra, espetculos, entreoutros, sobre Gandhi, Teresa Dvilae Francisco de Assis. Ou seja, o com-promisso do evento com a promo-

    o do bem e a cultura da paz. Tal-vez seja por causa dessa proposta queconseguimos que todos, uma equi-pe multidisciplinar, dessem as mospara realizar e propagar o evento. Pa-trocinadores e veculos da impren-sa de massa, por exemplo, apoiamincondicionalmente a iniciativa quese expande a cada ano, atingindo di-retamente os pensamentos e os cora-es de 30 mil pessoas por ano.

    Reformador: O que o motivou aproduzir o filme Bezerra de Mene-zes O Dirio de um Esprito?Giro: Um colaborador volunt-rio, que est conosco desde a con-cepo da Mostra Brasileira deTeatro Transcendental, nosso com-panheiro Nazareno Feitosa, falouem uma reunio que se colocs-semos uma parte da energia, queutilizamos para organizar a Mos-tra de Teatro Transcendental, po-deramos produzir algum audio-visual e levar a mensagem conso-ladora de forma mais ampla.Confessamos que nos entreolha-

    LU S ED UA R D O GR A N G E I RO GI R OEntrevista

    Difuso do bem eda paz no teatro

    e no cinemaLus Eduardo Grangeiro Giro, entusiasta pela divulgao da Doutrina por meio da Arte,

    discorre sobre sua vivncia com estmulo ao teatro e cinema com temtica esprita

    10 Reformador Maio 2012116688

  • mos, pois parecia um passo quaseimpossvel. Iniciamos com a ideiade fazer um documentrio sobreBezerra de Menezes e o projetofoi se ampliando durante a pro-duo. Pessoas foram chegando eauxiliando. Com a fundamentalajuda do historiador Luciano Klein,atual presidente da Federao Es-prita do Estado do Cear, o ci-neasta Glauber Filho aprontouum belo roteiro e rodou uminesquecvel filme ficcio-nal a partir do conceito dedocumentrio. O nossoparceiro de So Paulo, oprodutor Ricardo Rihan proprietrio da Light Hou-se , nos ajudou a negociara distribuio com a FoxFilmes. A FEB nos apoioufortemente na divulgao,os espritas se uniram nacorrente pela Internet e o filme surpreendeu todo oBrasil, levando mais demeio milho de brasileirosaos cinemas com apenas44 cpias iniciais. Bezerrade Menezes O Dirio deum Esprito abriu a portapara que outras produesdo gnero, hoje apelidadopela grande mdia comocinema transcendental, fossemproduzidas e ganhassem as telasde todo o pas, como Chico Xa-vier, Nosso Lar, As Mes de ChicoXavier, O Filme dos Espritos e,neste ano, rea Q e E a Vida Conti-nua... Atualmente, j foram reali-zados dois Festivais de CinemaTranscendental, que incentivamprodues com essa temtica.

    Reformador: E o filme As Mes deChico Xavier provocou repercusses?Giro: As melhores possveis. Dosfilmes que produzimos e copro-duzimos (Bezerra de Menezes, Flo-res de Marcela, Chico Xavier e OFilme dos Espritos) As Mes deChico Xavier foi o que mais sensi-bilizou o pblico. Milhares de pes-soas saam do cinema e faziamquesto de comentar nas redes

    sociais a gratido ao filme. Comen-tavam emocionadas que o filme asinspirou a perdoar, e a compreen-der certas situaes das suas vidas.At hoje, com a exibio no canalde TV a cabo Telecine, o filme temprovocado transformaes nas pes-soas. As Mes de Chico Xavier en-cerrou uma trilogia, que se inicioupor ocasio do Centenrio de

    Nascimento do mdium, no anode 2010, com a pelcula Chico Xa-vier, de Daniel Filho, e seguido dolindssimo Nosso Lar, fundamen-tado em uma das mais famosasobras psicografadas por ChicoXavier. E, para completar a sriede homenagens, no encerramentodo Centenrio citado, lanamosAs Mes de Chico Xavier, apresen-tando o trabalho que mais lhe gra-

    tificava como mdium, queera justamente o confortopropiciado s famlias comas cartas enviadas de seusentes queridos desencarna-dos por meio do mdiumcitado. No perodo de umano, foram lanados trs fil-mes, numa merecida cele-brao a este grande hu-manista brasileiro! Para anossa felicidade, As Mesde Chico Xavier est sendomuito bem recebido emoutros pases, com premia-o em Festivais de Cinemaem Toronto (Canad) e LosAngeles (EUA). H poucoele entrou em circuito co-mercial no Chile (Santiagoe Via Del Mar) e at o fi-nal deste ano ser exibidoem duas Mostras em Lis-

    boa, sendo uma delas a do tradi-cional cinema luso-brasileiro!

    Reformador: O filme rea Q tra-balha princpios espritas?Giro: Apesar de no poder ser con-siderado um filme doutrinrio es-prita, e bom que isto fique claro,este filme contempla vrias ideiasdo Espiritismo, como a pluralidade

    11Maio 2012 Reformador 116699

  • dos mundos habitados, a imor-talidade da alma e a reencarnao.A defesa da vida, desde a concep-o, tambm uma marca forteda pelcula. O filme oferece impor-tante mensagem sobre a regene-rao da Terra! Alerta para a ne-cessidade da caridade e preservaodo meio ambiente e faz uma sin-gela homenagem ao nosso pacifis-ta Chico Xavier. A ufologia ape-nas um sutil fio condutor da men-sagem de esperana do filme. Passauma mensagem positiva desse mo-mento nico da Humanidade. Va-mos todos ao cinema prestigiar es-se novo passo do cinema brasilei-ro! Sabemos que os espritas soformadores de opinio. Muita gen-te nela se espelha e acompanha! Fa-amos uma corrente do bem para adifuso da cultura da paz pelas telas.

    Reformador: O que voc sugere aosdirigentes espritas para estimulara Arte?Giro: Ousadia no bem! Que notenham receio de promover even-tos artsticos culturais. A porta es-t aberta, ou melhor, escancaradapara agirmos. Procurem fazereventos em locais mais neutrospossveis, para facilitar o acessode no-espritas. O Brasil cora-o do mundo e Ptria do Evan-gelho , smbolo mundial pr--vida. Precisamos estar mais uni-dos do que nunca, pois a pretextoda necessria reforma do CdigoPenal, esto querendo dela se apro-veitar para legalizar o aborto. Lem-bramos da Madre Teresa de Cal-cut: No poder prevalecer a pazna Terra enquanto existir o abor-

    to, porque uma guerra contra ascrianas. Se uma sociedade permiteque uma me mate seu filho noprprio ventre, como no poderpermitir que no se matem unsaos outros nas ruas?. Escolhemosesta frase, para encerrar nossosdois filmes Bezerra de Menezes eAs Mes de Chico Xavier e sofre-mos boicotes da mdia. Entende-mos que a legalizao do aborto contrassenso sem precedentes!

    Reformador: Algum comentriofinal?Giro: Em primeiro lugar, agrade-cemos FEB pelo apoio de sempreaos nossos projetos, desde a pri-

    meira hora, e aos espritas do Brasile do Exterior que nos incentivam enos ajudam. Para finalizar, convi-damos a todos reflexo sobre asquestes 640 e 932 de O Livro dosEspritos, as quais inspiram nossodia a dia. Ns espritas, somosconvidados ao servio de caridadedirio, assim como divulgaodo Espiritismo. Realmente pelaomisso dos bons que so amaioria esmagadora que o mauprospera. Alis, j dizia o pacifistaMartin Luther King Jr.: O que meincomoda no o grito dos vio-lentos, mas o silncio dos bons.Pensemos nisso todos os dias e,sobretudo, ajamos!

    Contempla, Me, o Lar que se constela

    De esperana, de paz e de beleza,

    Na sublime amplido, na Luz Acesa

    Da imensidade azul, estranha e bela!...

    Anjo na cruz de espinhos da tristeza,

    Vence o frio da dor que te enregela

    E ergue os olhos, acima da procela,

    Da amargura, da sombra e da incerteza...

    Alm da angstia que te aflige os passos,

    Vers teus filhos nos Divinos Braos,

    No milagre da f serena e forte!...

    E sentirs, enfim, ditosa e crente,

    Que teus filhos te buscam docemente,

    Estendendo-te as mos, alm da morte!...

    Vallado Rosas

    Fonte: XAVIER, Francisco C. Relicrio de luz. Autores diversos. 6. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2011. p. 18.

    12 Reformador Maio 2012117700

    Me, fita o cu

  • belssima passagem da curado filho de um oficial emCafarnaum, narrada por

    Joo, destaca importante mensa-gem a ser refletida por ns, noapenas pela capacidade de Jesusem transmitir energias curadoras efeito de seu extraordinrio poderde agir sobre os fluidos apropria-dos, capazes de sarar, de forma ins-tantnea, dores e males diversos ,mas pela singularidade da situaovivida por aquele pai que foi aoencontro do Mestre, esperanosode salvar o filho. Apesar de sua si-tuao de militar rgio, que o desta-cava na sociedade judaica daquelapoca, no teve dvidas em pro-curar Jesus para pedir-lhe ajuda.O ato qualifica-o como pai amorosoe bom, preocupado com a gravesituao familiar, e como homemsubmisso e cheio de f na misso

    providencial do Cristo, certifican-do-se da grandeza do patrimniodivino, ao testemunhar a redenodo seu amado filho, e da magni-tude da graa que havia recebido.

    Esse episdio evanglico serve--nos como referncia para a anliseda lamentvel situao espiritualde determinados homens, em de-sacordo com o expressivo preceitocristo, destacado anteriormente,que abandonam suas responsabi-lidades junto aos filhos gerados, namaioria das vezes negando a pater-nidade, afastando-se da parceira eprovocando, [...] naturalmente,em numerosas circunstncias, ocolapso das foras mais ntimasnaquela que se viu relegada a es-crnio ou esquecimento.2 Espri-tos encarnados que falham comopais, fugindo de suas obrigaesno crculo domstico e renun-

    ciando ao compromisso de viverao lado dos filhos, alguns recm--nascidos, do que sobrevm in-meras crises futuras para aquelesque se sentem largados e despre-zados por seus genitores, qualquerseja o meio social e econmicoem que reencarnem.

    A deciso de se querer compro-var a progenitura, por meio de exa-mes da Medicina hodierna quecontribuem para o reconhecimentobiolgico de filiao da crianaem desamparo, concede ao filhodeterminadas vantagens pecuni-rias ao ser confirmada a sua descen-dncia, no entanto, tais recursos noinvalidam a fraqueza, a neglignciae a ignorncia moral que so ten-dncias perniciosas cultivadas pelopai em prejuzo do pequenino entedesprezado. Essas providncias m-dicas e jurdicas, entretanto, nem

    13Maio 2012 Reformador 117711

    A

    E havia certo oficial, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. Ele, ao ouvir queJesus viera da Judeia para a Galileia, foi at ele e rogava-lhe que descesse e

    curasse seu filho, pois estava prestes a morrer. [...] O oficial diz para ele: Senhor,desce antes que meu filho morra. Jesus lhe diz: Vai, o teu filho vive. O homemacreditou na palavra que Jesus lhe havia dito e partiu. Ele j estava descendo,

    quando os servos o encontraram, dizendo que o filho dele vive. (Joo, 4:46-47 e 49-51.)1

    CL A R A LI L A GO N Z A L E Z D E AR A J O

    Paternidaderesponsvel

    Capa

  • sempre so utilizadas por certasmes que se constrangem, enver-gonhadas, e preferem se desvin-cular de qualquer relacionamentocom o agressor, tentando, indivi-dualmente, refazer a estabilidade desua vida social e econmica em be-nefcio do rebento a ser amparado.Mesmo considerando que a com-panheira prejudicada tenha a liber-dade de se empenhar na luta emprol do seu reequilbrio, necess-rio que ela faa reviso criteriosado prprio comportamento paraverificar at que ponto haver pro-vocado a agresso moral sofrida,3

    ao ter os elos afetivos rompidos deforma traumtica.

    Esse delicado assunto nem sem-pre avaliado com a preocupaode se buscar solues ticas e mo-rais que contribuam para o equi-lbrio espiritual das partes lesadas.A dor sentida pelos seres relegadosao abandono pode se transformarem procedimentos destoantes de

    uma vida mental e condio emo-tiva estveis. Se alguma coisa semodifica na organizao afetivade um ser humano, ela repercuteem todo o indivduo, influencian-do na sua capacidade intelectiva,nas suas atitudes e no seu compor-tamento. Algumas mes se ressen-tem tanto do abandono do parcei-ro que se tornam pessoas depres-sivas, amargas, sem esperanas;tornam-se irritadas, pouco afetivase retradas, e sentem-se desampa-radas diante das necessidades fi-liais. Outras mulheres apegam-seem demasia aos filhos, expressan-do excesso de afeio e sentimentoexagerado de conduta maternal.Alm daquelas que, magoadas,negligenciam completamente oscuidados a se ter para com acriana! [...] Apenas o amor quesabiamente se divide, em bnosde paz e alegria para com os ou-tros, capaz de multiplicar a ver-dadeira felicidade.4

    De que forma esses temas sotratados pelos autores espirituais?Alertam-nos os Espritos superio-res sobre os cuidados que a me e opai devem ter para com seus filhos:

    , sem contestao possvel, uma

    verdadeira misso. ao mesmo

    tempo grandssimo dever e que

    envolve, mais do que o pensa o

    homem, a sua responsabilidade

    quanto ao futuro. Deus colocou

    o filho sob a tutela dos pais, a fim

    de que estes o dirijam pela senda

    do bem, e lhes facilitou a tarefa

    dando quele uma organizao

    dbil e delicada, que o torna

    propcio a todas as impresses.

    [...] Se este vier a sucumbir por

    culpa deles, suportaro os des-

    gostos resultantes dessa queda e

    partilharo dos sofrimentos do

    filho na vida futura, por no te-

    rem feito o que lhes estava ao

    alcance para que ele avanasse

    na estrada do bem.5

    14 Reformador Maio 2012117722

    Capa

  • Muitos jovens, infelizmente, su-cumbem, considerando os efeitosdesastrosos que surgem da negli-gncia dos pais no encaminhamentode suas vidas terrenas, entre eles ouso pernicioso de bebidas alcoli-cas e de drogas ilcitas. Preponde-rncias nocivas que so causado-ras de graves problemas existentesno mundo, aplicveis a uma parteda juventude atual, que parece prio-rizar certos defeitos, tais como: umceticismo amargo e zombeteiro,transformando-os em homens emulheres egostas e indiferentes aosofrimento alheio, em meio a con-flitos de interesses pelas causas ma-teriais, que parecem dominar suasexpectativas para o futuro. Sobreo problema, Allan Kardec destacaos resultados da falta da boa edu-cao moral, que consiste para elena arte de formar os caracteres,porquanto a educao o conjuntodos hbitos adquiridos:

    [...] Considerando-se a aluvio

    de indivduos que todos os dias

    so lanados na torrente da

    populao, sem princpios, sem

    freio e entregues a seus prprios

    instintos, sero de espantar as

    consequncias desastrosas que

    da decorrem? Quando essa arte

    for conhecida, compreendida

    e praticada, o homem ter no

    mundo hbitos de ordem e de

    previdncia para consigo mes-

    mo e para com os seus, de res-

    peito a tudo o que respeitvel,

    hbitos que lhe permitiro atra-

    vessar menos penosamente os

    maus dias inevitveis. [...] Esse

    o ponto de partida, o elemento

    real do bem-estar, o penhor da

    segurana de todos.6

    Outro gravssimo problema, en-tre as vrias abordagens que essasquestes suscitam, refere-se, espe-cialmente, irresponsabilidade dosjovens que, desejando viver em des-regramento sexual, tornam-se paisimaturos, sem aceitarem a filiao,entregando seus filhos aos avs paraque eles os criem e assumam a in-cumbncia de assisti-los em suasnecessidades bsicas, permitindo--lhes buscar novas e desvairadasexperincias juvenis. A mentoraJoanna de ngelis, nobilssima edu-cadora espiritual, traz tona essasituao, alertando-nos:

    Habitem ou no os avs no

    mesmo ncleo, a sua deve ser

    uma conduta afvel, sem inter-

    ferncias diretas no comporta-

    mento dos educadores. A sua

    experincia -lhes vlida, no que

    diz respeito aos seus compro-

    missos em relao aos demais

    membros do cl, havendo cessa-

    do, ao concluir a educao dos

    filhos e deixando-os agora assu-

    mir os prprios deveres.7

    Muitas vezes, pelos descomedi-mentos de mimos concedidos aosnetos, os avs respondem pelasextravagncias desses rfos de paisvivos.8 Os jovens deveriam arcarcom as obrigaes ao escolheremos seus parceiros, aceitando, poramor, as lutas rduas e difceis quetravaro para a construo de umavida a dois, tendo como primeirodever os cuidados a oferecer ao

    ser em formao e ter o apoio deseus pais, cuja contribuio nodeve ultrapassar os limites da suacondio de familiares e amigos,que compreendem a situao comtolerncia e carinho.

    Enquanto ignorarmos o alcancedos atos que cometemos, sobretudoos prejudiciais s demais pessoas,e suas consequncias em nossosdestinos, no conquistaremos me-lhoria espiritual. O problema aci-ma de tudo moral, e seremos infe-lizes enquanto praticarmos o mal. preciso fazer a parte que nos cabepara a renovao da sociedade!Indicamos, como providncia demxima relevncia para este pro-grama regenerador, o aprofunda-mento de estudos nas instituiesespritas, contribuindo para que ospais possam ampliar os seus conhe-cimentos sobre assuntos pertinentes famlia e educao num enfo-que essencialmente esprita, luzdo Evangelho de Jesus.

    Referncias:1DIAS, Haroldo D. (Trad.) O novo testa-

    mento. Braslia: Edicei, 2010.2XAVIER, Francisco C. Vida e sexo. Pelo

    Esprito Emmanuel. 26. ed. 3. reimp. Rio

    de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 10, p. 51-52.3______. ______. p. 53.4______. ______. Cap. 11, p. 58.5KARDEC, Allan. O livro dos espritos.

    Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 2. reimp. Rio

    de Janeiro: FEB, 2010. Q. 582.6______. ______. Comentrio de Kardec

    q. 685.7FRANCO, Divaldo P. Constelao fami-

    liar. Pelo Esprito Joanna de ngelis. Sal-

    vador: LEAL, 2008. Cap. 6, p. 50.8______. ______. p. 51-52.

    15Maio 2012 Reformador 117733

    Capa

  • m Atos dos Apstolos (9:11)h o registro de que logoaps o momento em que

    Saulo teve a viso do Cristo, orabino perguntou: Senhor, que

    farei?.1 Na septuagenria obraPaulo e Estvo, Emmanuel citaoutra traduo do livro redigidopor Lucas, o evangelista; empregaa expresso: Senhor, que queresque eu faa?,2 e menciona o ver-sculo com ligeira alterao nanumerao. O importante ana-lisar a essncia da questo colo-cada por Saulo de Tarso.

    O chamamento a Saulo e suaprofunda mudana para Paulodeve merecer muitas reflexes.Impactado pela Luz Superior, odoutor da lei cai ao solo... Como gesto, rua todo um mundoconstrudo na base da intelectua-lidade e do orgulho. De repente,o sbio religioso fica encegueci-do e necessitado de apoio. Ali se

    i n i c i av auma no-va traje-tria pa-

    ra que ele

    abrisse os olhos e se levantasse.O homem poderoso de Jerusalmpassa a depender de auxlio. E oMestre lhe oferece a indicaoinicial para o ingresso na cidadede Damasco. Este episdio daqueda nos remete quilo que sediz muitas vezes: necessriodescer, para poder subir.... Ho-nrio Abreu destaca que preci-samos nos levantar, mas espiri-tualmente falando [...] O vertical o de quem acorda e se ergue.3

    A transformao do doutorda lei se inicia com os auspcios dalei de cooperao entre os ho-mens,4 conforme Emmanuel dis-corre sobre o citado trecho deAtos, em outra obra psicografadapor Chico Xavier. Destaca, refe-rindo-se ao contato e apoio queSaulo teria em Damasco: [...] foiobrigado a socorrer-se de Ananiaspara iniciar a tarefa redentoraque lhe cabia junto dos homens.4

    Com o acolhimento dos segui-dores do Cristo, Saulo se fortale-ce e passa a preparar-se para onovo fazer, com etapas de muitameditao e de estudo sobre asinformaes que existiam acerca daao do ento recm-crucificado.

    16 Reformador Maio 2012117744

    EAN TO N I O CE S A R PE R R I D E CA RVA L H O

    Saulo de Tarso:Senhor, que farei?

    Monumento emhomenagem aoApstolo Paulo,na Praa da S,em So Paulo

  • Aos poucos, tornou-se forte paraempreender a nova etapa de suavida. Enfrenta decepes, dissa-bores e restries, mas segue orumo da simplicidade e da difu-so da mensagem da Boa Nova.Efetivamente, recupera-se da ce-gueira do ofuscamento da grandeluz, e abre os olhos para novoscontextos.

    Nas etapas iniciais de suas re-vises existenciais, Saulo sentiu--se arrebatado para uma outradimenso depois relatado porele na II Epstola aos Corntios(12:2-4) , e, em seguida, ao des-pertar, viu os Espritos Estvo eAbigail:5

    Os dois irmos, que voltavam a

    encoraj-lo, aproximaram-se

    com generoso sorriso.

    Levanta-te, Saulo! disse Es-

    tvo com profunda bondade.

    Que isso? Choras? per-

    guntou Abigail em tom blan-

    dicioso. Estarias desalenta-

    do quando a tarefa apenas

    comea?

    [...]

    Saulo, no te detenhas no pas-

    sado! Quem haver, no mundo,

    isento de erros?! S Jesus foi

    puro!...

    Ante as perguntas mentais queSaulo elaborava, Abigail ia escla-recendo com muita ternura e

    Uma compreenso diferente

    felicitava-o para o reincio da

    jornada no mundo. Guardaria o

    lema de Abigail, para sempre.

    O amor, o trabalho, a esperan-

    a e o perdo seriam seus com-

    panheiros inseparveis.5

    Saulo levantou-se e superouseu passado. Desfraldou a ban-deira do Cristianismo, transfor-mando-se em exemplo vivo dededicao ao bem e no maiordisseminador da mensagem ino-vadora.

    O citado Autor espiritual pros-segue nos seus comentrios econclama a todos ns:

    [...] se levantem do passado e

    penetrem a luta edificante de

    cada dia, na Terra, porquanto,

    no trabalho sincero da coope-

    rao fraternal, recebero de

    Jesus o esclarecimento acerca

    do que lhes convm fazer.4

    O episdio merece uma trans-posio ao contexto atual. Peloacolhimento fraterno nos centrosespritas poderemos apoiar mui-tas almas que chegam premidaspela dor, mas detentoras de gran-de potencial para a ao no bem.O esclarecimento com base nosprincpios espritas e a oportuni-dade de trabalho enobrecedorcontribuem para o natural ama-durecimento que ocorre simulta-neamente s reflexes de naturezaespiritual.

    O novo fazer pode transfor-mar muitas pessoas, de acordocom O Livro dos Espritos, comopartcipes do processo de instruire esclarecer os homens, abrindouma Nova Era para a regenera-o da Humanidade,6 mas comcoerncia: Lembra-te de que os

    Espritos bons s dispensam as-sistncia aos que servem a Deuscom humildade e desinteresse, eque repudiam a todo aquele quebusca, no caminho do Cu, umdegrau para as coisas da Terra;eles se afastam do orgulhoso edo ambicioso.6

    A ao seguir a orientaoque emana da proposta esprita,fundamentada no ensino moraldo Cristo, com os caminhos cla-reados pela inspirao e ilumina-o do Alto: Eu sou a Luz domundo; quem me segue no andaem treva, mas ter a luz da vida(Joo, 8:12).7

    Referncias:1A BBLIA SAGRADA. Trad. Joo Ferreira de

    Almeida. Edio corrigida e revisada fiel

    ao texto original. So Paulo: Sociedade

    Bblica Trinitariana do Brasil, 2007.2XAVIER, Francisco C. Paulo e Estvo.

    Pelo Esprito Emmanuel. 4. ed. esp. 4.

    reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Breve

    notcia, p. 9.3ABREU, Honrio O. Luz imperecvel. Es-

    tudo interpretativo do Evangelho luz da

    Doutrina Esprita. 6. ed. Belo Horizonte: Unio

    Esprita Mineira, 2009. Cap. 214, p. 418.4XAVIER, Francisco C. Caminho, verdade e

    vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. 4.

    reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 39,

    p. 93-94.5______. Paulo e Estvo. Pelo Esprito

    Emmanuel. 4. ed. esp. 4. reimp. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2010. Pt. 2, cap. 3, p. 328-335.6KARDEC, Allan. O livro dos espritos. Trad.

    Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp

    Rio de Janeiro: FEB, 2011. Prolegmenos,

    p. 70 e 72.7DIAS, Haroldo Dutra. (Trad.) O novo tes-

    tamento. Braslia: Edicei, 2010.

    17Maio 2012 Reformador 117755

  • dicionrio define a oraocomo uma splica, um pe-dido dirigido a Deus ou a

    uma alma santificada, relacionadocom nossas necessidades. Fala, tam-bm, que a orao um momentode elevao, na busca de Deus.

    Prevalece no comportamentohumano a primeira ideia, a oraocomo veculo para satisfao dosanseios relacionados com sade,famlia, finanas, conforto, bem--estar

    No proibido, nem inconve-niente, desde que sejamos come-didos, no transformando a ora-o em interminvel listagem decarncias.

    Tambm nada contra o crenteque repete frmulas verbais, du-rante longos minutos e at ho-ras. Prefervel assim, a falar malda vida alheia, bebericar no bar,jogar conversa fora, devaneandosobre abobrinhas

    Consideremos, porm, que paraconversar com Deus preciso quefale o corao, no os lbios. Umai Jesus! pronunciado com senti-mento profundo vale mais do quemil rezas.

    Nesse particular, oportuno con-siderar a mais significativa oraocrist o Pai-nosso. No se tratade uma frmula verbal, cujo valoresteja na repetio, como o fazemmuitos fiis, cumprindo, no raro,penitncias.

    Para entender seu propsito bom lembrar que, como est no ca-ptulo 11 do Evangelho de Lucas,os discpulos pediram a Jesus que osensinasse a orar. No queriam umafrmula verbal, cujo valor estivessena repetio, mas uma orientaode como relacionar-se com Deus.

    O Pai-nosso , portanto, um con-vite reflexo, envolvendo os temasque prope.

    Analisemos suas expresses:

    Pai-nosso que ests nos cus.Para os judeus, Deus era o se-

    nhor dos exrcitos, que se vingavaat a quarta gerao daqueles queo aborreciam e mandava passar a fiode espada, em terra inimiga, tudoo que tivesse flego. Era to temi-do, to terrvel, que no deveriam sequer pronunciar seu nome.

    Jesus nos apresenta Deus comoum pai magnnimo, de infinito

    amor e misericrdia, que faz nascero sol para bons e maus e descer achuva sobre justos e injustos (Ma-teus, 5:45).

    Portanto, devemos orar com aconfiana do filho que busca o paicarinhoso e bom, no com o temorde quem se dirige a um senhordesptico.

    Santificado seja o teu nome.Deus est sempre na boca das

    pessoas. Voc me ama? pergunta a

    jovem tentada pelo namoradoinsinuante.

    Claro que amo. Jura? Juro! Por Deus? Sim! Fale. Juro por Deus.E se o namorado depois a aban-

    dona, ela sentencia: Deus justo. Ele h de pagar!Primeiro a jovem evocou Deus

    para que o namorado dissesse a ver-dade; depois, para que o castigasse.

    Seja qual for o nome com queidentifiquemos o Senhor Supremo

    ORI C H A R D SI M O N E T T I

    O ser eo fazer

    18 Reformador Maio 2012117766

  • Jeov, Al, Brahma, Oxal ousimplesmente Deus, para a culturacrist ocidental , preciso, comoensina Jesus, no vulgarizar seunome nem transform-lo em teste-munha de juramentos ou em juize carrasco de nossos desafetos.

    Venha o teu Reino.O Reino, ensina Jesus, est den-

    tro de ns.No entraremos no Reino. Ele

    deve entrar em ns, com a aber-tura de espao para a reforma n-tima, nossa adequao aos valoresdo Evangelho.

    Quando s o Bem for objetode nossas conversas e cogitaes,o Reino estar instalado em nossouniverso interior, marcado pelapaz, o tempero da felicidade,ainda que enfrentemos as vicissi-tudes do Mundo.

    Seja feita a tua vontade, assim naTerra como no cu.

    A reflexo em torno dessa ex-presso tem duas vertentes.

    A primeira: aceitar o imutvel.H situaes em nossa vida que

    no podem ser modificadas amorte de um filho, a amputao deum membro, a doena incurvel

    Piores do que os sofrimentosque lhes so inerentes situam-seaqueles sustentados por revolta,desespero, inconformao

    A Doutrina Esprita nos ensinaque situaes dessa natureza en-volvem processos crmicos de res-gate e reajuste. o pagamento dedbitos oriundos de um compor-tamento comprometedor em vi-das anteriores, algo que pedimos,no uma imposio divina. Inad-missvel o devedor aborrecer-se

    quando lhe cobram uma dvidana data que ele prprio marcoupara o resgate.

    A segunda: mudar o mutvel.No da vontade de Deus que

    guardemos ignorncia das reali-dades espirituais; que nos situe-mos deprimidos e pessimistas;que o ambiente no lar esteja tu-multuado; que tenhamos proble-mas orgnicos por mau uso damquina fsica, ou desajustes ps-quicos oriundos de influnciasobsessivas.

    A ignorncia derrotada peloestudo.

    Sentimentos negativos so su-perados pelo cultivo do otimismoe da f.

    A desarmonia no lar no resistes virtudes evanglicas.

    19Maio 2012 Reformador 117777

  • A sade preservada com exer-ccios fsicos, respiratrios, alimen-tao adequada, trabalho discipli-nado

    A influncia espiritual inferiorperde ponto de apoio com a mu-dana de nosso padro vibratrio,a partir do cultivo do Bem e daVerdade.

    O po nosso de cada dia d-noshoje e sempre.

    No conheo ningum que rece-ba diariamente sua cota de po docu para nutrir-se.

    A expresso simblica: signi-fica oportunidade.

    Deus nos oferece o trigo, mas preciso cultiv-lo, colh-lo, trans-form-lo em farinha para a pro-duo do po.

    H a histria daquele homemque reclamava ao sacerdote queDeus no o atendia. Orava muito,pedia ao Senhor um empregocom o qual pudesse atender s ne-cessidades de subsistncia dele eda famlia.

    Estranho murmurou o sa-cerdote. O que voc faz aps aorao?

    Fico esperando as providn-cias do Senhor!

    Pois vai orar o resto da vida,sem que acontea nada. O empregono vir at voc. preciso ir atrs,gastar a sola dos sapatos. Deus oinspirar com a oportunidade debuscar no lugar certo.

    Perdoa as nossas dvidas, assimcomo perdoamos aos nossos devedores.

    Muitos religiosos, atormentadospor prejuzos materiais ou emocio-

    nais causados por algum, pedema Deus alvio para seus padeci-mentos, sem resultado.

    Deus no ouve nossas ora-es reclamam.

    Ideia equivocada. Deus jamaisdeixa de nos ouvir. O problema saber se o estamos ouvindo.

    Recordemos, em princpio, leitoramigo, algo pondervel: nossos de-safetos so filhos de Deus.

    Imaginemos que dissssemos aum pai:

    Preciso muito de sua ajuda.No leve em considerao o fatode que odeio seu filho. Quero queexploda, que se dane!

    Por isso as pessoas oram, oram,e parece que Deus as ignora. quetrazem obstrudos os receptorespsquicos por dio, rancor, m-goa, ressentimento

    E no nos deixes cair em tenta-o, mas livra-nos de todo mal.

    Desde Eva, no simbolismo b-blico, o ser humano tentado todosos dias, envolvendo sexo, dinheiro,poder, destaque social...

    A teologia tradicional situa aavareza, a gula, a inveja, a ira, a lu-xria, a preguia e a vaidade comoos sete pecados capitais, capazesde remeter os que se deixam ven-cer pela tentao s profundezasdo inferno.

    Consideremos, entretanto, quesomos tentados por nossas pr-prias tendncias. O ditado a oca-sio faz o ladro, fica melhor seconsiderarmos que o ladro apro-veita a ocasio.

    Uma jovem esperando o ni-bus noite, ao sair da faculdade, exatamente isso ao comum daspessoas. Para o indivduo domi-nado por sentimentos de luxria,ela ser o ensejo de um programa.

    O mal que devemos vencer, su-perando a tentao, aquele quemora em nosso corao.

    Assim seja.Um amigo sempre termina a

    orao dominical afirmando: assimhei de fazer.

    E explica:Se digo assim seja, como se es-

    tivesse esperando de Deus a reali-zao de todas as propostas conti-das na orao.

    Se digo assim hei de fazer, sintoque elas representam o meu desa-fio, algo que me compete realizar.

    Bem pensado, amigo leitor.Para chegar ao ser, que de Deus,

    indispensvel o agir, que nosso!

    Para chegarao ser,que

    de Deus,indispensvel

    o agir,que nosso!

    20 Reformador Maio 2012117788

  • 21Maio 2012 Reformador 117799

    Esf lorando o EvangelhoPelo Esprito Emmanuel

    Tornando-nos recomendveis em tudo: na muita pacincia, nas aflies, nasnecessidades, nas angstias.

    PAULO. (II CORNTIOS, 6:4.)

    Em tudo

    Fonte: XAVIER, Francisco C. Po nosso. ed. esp. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 201o. Cap. 132.

    maioria dos aprendizes do Evangelho no encara seriamente o fundo reli-

    gioso da vida, seno nas atividades do culto exterior. Na concepo de

    muitos bastar frequentar, assduos, as assembleias da f e todos os enigmas

    da alma estaro decifrados, no captulo das relaes com Deus.

    Entretanto, os ensinamentos do Cristo apelam para a renovao e aprimoramento

    individual em todas as circunstncias.

    Que dizer de um homem, aparentemente contrito nos atos pblicos da confisso

    religiosa a que pertence e mergulhado em palavres no santurio domstico? No

    so poucos os que se declaram crentes, ao lado da multido, revelando-se indolentes

    no trabalho, desesperados na dor, incontinentes na alegria, infiis nas facilidades e

    blasfemos nas angstias do corao.

    Por que motivo pugnaria Jesus pela formao dos seguidores to s para ser

    incensado por eles, durante algumas horas da semana, em genuflexo? Atribuir ao

    Mestre semelhante propsito seria rebaixar-lhe os sublimes princpios.

    indispensvel que os aprendizes se tornem recomendveis em tudo, revelando

    a excelncia das ideias que os alimentam, tanto em casa, quanto nas igrejas, tanto

    nos servios comuns, quanto nas vias pblicas.

    Certo, ningum precisar viver exclusivamente de mos-postas ou de olhar fixo

    no firmamento; todavia, no nos esqueamos de que a gentileza, a boa vontade, a

    cooperao e a polidez so aspectos divinos da orao viva no apostolado do Cristo.

    A

  • antasma, assombrao, almapenada, histrias do outromundo sempre povoaram o

    imaginrio humano, despertando--lhe curiosidade e fantasiando-lhea criatividade. Esses assuntos geral-mente so tratados no mbito dosobrenatural, desconhecido, mara-vilhoso ou pavoroso, beirando mui-tas vezes ao horror, terror ou coisasmalignas e trevosas. Basta assistira um dos diversos seriados televisi-vos para verificarmos como o as-sunto ainda visto de maneira ne-bulosa, embora j se observe emalguns deles um toque de seriedade.Se houvesse o mnimo conheci-mento do Espiritismo, tudo ficariamais inteligvel para os envolvidosna produo desses programas epara seus espectadores.

    A Doutrina codificada por AllanKardec desmistifica essa crendicedecorrente da ignorncia ao esclare-cer que a morte no existe e que osEspritos nada mais so do que nsmesmos, amanh, aps a desencar-nao. Trata-se de uma continuaonormal da vida que uma s, apre-sentada em duas facetas: a existnciafsica, corporal, passageira, e a exis-tncia imortal, definitiva e perene.

    Cientes de que as histrias fan-tasmagricas nada mais so doque fruto da imaginao frtil dosanimadores de fantasias, ou resul-tado da manifestao de Espritosque, de certa forma, desejam cha-mar a ateno para a sua existn-cia, no podemos deixar de consi-derar que algumas situaes sode incitar a vontade de sempreaprender um pouco mais sobretemas que podem esclarecer nossaprpria origem ou explicar a ra-zo de nos encontrarmos em de-terminadas situaes, num ounoutro plano da vida.

    Voc, prezado leitor, acreditaem fantasma?

    Fantasmas no outromundo

    Dois autnticos fantasmas. com essa expresso que Andr Luizdesigna dois vultos que v a certadistncia caminhando pela Col-nia Nosso Lar. Assusta-se dianteda viso fantasmagrica, voltaapressadamente ao interior1 e ex-pe a Narcisa o ocorrido. A enfer-meira, bem humorada, explicou--lhe do que se tratava.

    Acompanhemos a narrativa doreprter do Alm, transcrita docaptulo Curiosas observaesda obra Nosso Lar:

    Instantes depois, divisei ao longe

    dois vultos enormes que me im-

    pressionaram vivamente. Pare-

    ciam dois homens de substncia

    indefinvel, semiluminosa. Dos

    ps e dos braos pendiam fila-

    mentos estranhos, e da cabea

    como que se escapava um longo

    fio de singulares propores.

    Tive a impresso de identificar

    dois autnticos fantasmas. [...]1

    Andr Luiz prossegue a narrati-va, explicando, na palavra da ab-negada enfermeira, tratar-se de ir-mos da Terra, que ali se encontra-vam pelo desprendimento do sonofsico. Eram Espritos missionrios,ainda encarnados, que transitavamlivremente por Nosso Lar emdecorrncia de sua elevada condi-o espiritual. Narcisa concluiu aexplicao, informando:

    [...] Os filamentos e fios que ob-

    servou so singularidades que os

    diferenciam de ns outros. [...]1

    Voc acreditaem fantasma?

    FGE R A L D O CA M P E T T I SO B R I N H O

    22 Reformador Maio 2012118800

  • Estudo dirio da obrakardequiana

    O estudo esprita de fundamen-tal importncia para nosso esclare-cimento, pois possibilita ampliaro campo de viso, facultando-nosenxergar novos horizontes, antesno percebidos. O estudo aclara amente e nos liberta da ignorncia,ensejando-nos gradativa compreen-so em torno do que acontece aoredor, sem que, na maioria dasvezes, nos demos conta.

    Observemos esta curiosidade:numa dessas noites, estava em mi-nha leitura diria de Kardec, quandome defrontei com um interessantecaptulo das evocaes, em O Livrodos Mdiuns.2 e 3 Cheguei seguintepergunta: Quando ausente docorpo, como o Esprito avisadoda necessidade de voltar a ele?. Aresposta foi a que segue transcrita:

    O Esprito de uma pessoa viva

    jamais est completamente se-

    parado do seu corpo. Qualquer

    que seja a distncia a que se

    transporte, continua ligado a

    ele por um lao fludico que

    serve para cham-lo, quando

    necessrio. Esse lao s se des-

    faz com a morte.2

    J temos algumas informaesvaliosas para entendimento: o Esp-rito encarnado se mantm ligadoao corpo fsico por meio de umlao fludico, desfeito apenas coma extino da vida orgnica, ou seja,com a morte.

    Acompanhemos a interessanteobservao que Kardec faz, logoaps a resposta dos Espritos:

    Muitas vezes esse lao fludico

    percebido pelos mdiuns vi-

    dentes. uma espcie de rastro

    fosforescente que se perde no

    espao e na direo do corpo.

    Alguns Espritos tm dito que

    por ele que se reconhecem os que

    ainda se acham presos ao mundo

    corpreo.3 (Grifo nosso.)

    impressionante a coincidnciade ideias entre o texto do Codifi-cador e a informao psicografa-da por Chico Xavier, revelando acongruncia e fidedignidade dotrabalho do mdium mineiro coma base estabelecida no melhor ro-teiro e guia para educao das fa-culdades medianmicas jamaisexistente em todos os tempos: OLivro dos Mdiuns.

    procura de um conceito

    Mas, afinal, o que exatamenteesse lao fludico, tambm denomi-nado cordo fludico ou prateado?Se voc tivesse que escolher uma al-ternativa dentre as enumeradas a se-guir, qual seria a mais adequada emsua opinio? ( ) o prprio peris-prito. ( ) Refere-se a uma extensodo perisprito. ( ) Tem a ver com aaura. ( ) Relaciona-se com o duploetrico. ( ) Nenhuma das anteriores.

    Ficou em dvida? Eu tambm.Observe que o grau de dificuldade

    relativamente complexo e que no

    23Maio 2012 Reformador 118811

  • h absoluta concordncia entre osautores, encarnados ou desencarna-dos, indicando que o tema requerestudos aprofundados. Para respon-der a questo, vamos nos valer dolivro O Espiritismo de A a Z4 parabuscar alguns conceitos:

    Perisprito: (do grego peri emtorno). Envoltrio semimaterial doEsprito. Sua finalidade trplice:manter indestrutvel e intacta a in-dividualidade; servir de substratoao corpo fsico, durante a encarna-o; constituir o lao de unio en-tre o Esprito e o corpo fsico, paraa transmisso recproca das sensa-es de um e das ordens do outro.

    Aura: exteriorizao perispiritual;resultado da difuso dos camposenergticos que partem do peris-prito, envolvendo-se com o duploetrico e o manancial de irradiaesdas clulas fsicas; a alma encarnadaou desencarnada est envolvida na

    prpria aura ou tnica de foras ele-tromagnticas; couraa vibratria,espcie de carapaa fludica.

    Duplo etrico: corpo vital; ex-tenso do perisprito; uma das ca-pas do perisprito; eflvios vitaisque asseguram o equilbrio entrea alma e o corpo de carne, forma-do por emanaes neuropsquicasque pertencem ao campo fisiol-gico [...] destinando-se desinte-grao, tanto quanto ocorre aoinstrumento carnal, por ocasioda morte renovadora.

    Consideraes quase finais.Pelos conceitos apresentados,

    conclui-se que o perspirito e a aurano se extinguem com a morte fsica.O duplo etrico sim. Talvez, por essacaracterstica, pudssemos conside-rar, abrindo-se naturais perspecti-vas ao aprofundamento cognitivo,que esse lao fludico emanado dacabea dos encarnados em desdo-bramento designado rastro fosfo-rescentepor Allan Kardec, e longofio de singulares propores porAndr Luiz , trata-se do cordo

    fludico, elo fundamental entrecorpo fsico e perisprito.5

    Por compreendermos que o du-plo etrico s existe em funo dasustentao perispirtica,6 pode-ramos elucubrar que o lao flu-dico se constituiria, genericamenteem provvel expanso perispirituale, especificamente, em uma exten-so do duplo etrico.

    E os fantasmas?

    A propsito, acredite voc ou no,amigo leitor, os fantasmas existem...Eles so seres reais muito distantesdos difanos e vaporosos espec-tros plasmados pela imaginaohumana. Os fantasmas somos nsmesmos, quando, desencarnando,vivemos feito almas penadas a as-sustar os vivos de c e de l.

    Mas, isso outra histria.

    Referncias:1XAVIER, Francisco C. Nosso lar. Pelo Esprito

    Andr Luiz. 4. ed. esp. 2. reimp. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2010. Cap. 33, p. 205-206.2KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns ou Guia

    dos mdiuns e dos evocadores. Trad. Evandro

    Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

    2009. Pt. 2, cap. 25, q. 284, it. 40.3______. ______. Comentrio de Kardec

    q. 284, it. 40.4SOBRINHO, Geraldo C. (Coord.) O espiri-

    tismo de A a Z. 4. ed. 2. reimp. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2012. Vocbulos: aura, duplo

    etrico e perisprito.5GURGEL, Luiz Carlos de M. O passe esp-

    rita. 5. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

    2010. Pt. 2, cap. 5, p. 91.6ZIMMERMANN, Zalmino. O duplo etrico.

    In: ______. Perisprito. Campinas, SP:

    CEAK, 2000. p. 194.

    24 Reformador Maio 2012118822

  • egundo a Doutrina Espri-ta, passado o Perodo deTransio, anunciado por

    Jesus em seu Sermo Proftico, ahumanidade terrestre inicia vigo-roso processo de crescimento mo-ral, caracterizando a Era da Rege-nerao.

    A Humanidade, tornada adulta,

    tem novas necessidades, aspira-

    es mais vastas e mais elevadas

    [...].

    Da adolescncia ela passa ida-

    de viril. O passado j no pode

    bastar s suas novas aspiraes,

    s suas novas necessidades; ela

    j no pode ser conduzida pelos

    mesmos mtodos; no mais se

    deixa levar por iluses nem por

    sortilgios; sua razo amadure-

    cida reclama alimentos mais

    substanciais. O presente de-

    masiado efmero; ela sente que

    o seu destino mais vasto e

    que a vida corprea restrita

    demais para encerr-lo inteira-

    mente. Por isso, mergulha o olhar

    no passado e no futuro, a fim

    de descobrir o mistrio da sua

    existncia e de adquirir uma

    consoladora certeza.

    E no momento em que ela se

    encontra muito apertada na es-

    fera material, em que transbor-

    da a vida intelectual, em que o

    sentimento da espiritualidade

    lhe desabrocha no seio. [...]1

    A reencarnao de Espritos su-periores em todos os quadrantesdo Planeta fornecer o necessrioapoio moral e intelectual para oestabelecimento da Regenerao,propriamente dita. Um movi-mento renovador de grande mag-

    nitude, que acontecer em nvelmundial, como asseveram os Es-pritos orientadores:

    Nestes tempos, porm, no se

    trata de uma mudana parcial,

    de uma renovao limitada a cer-

    ta regio, ou a um povo, a uma

    raa. Trata-se de um movimento

    universal, que se opera no sentido

    do progresso moral. Uma nova

    ordem de coisas tende a estabe-

    lecer-se, e os homens, que lhe so

    mais opostos, para ela trabalham,

    mesmo sem o saberem. A gera-

    o futura, desembaraada das

    escrias do velho mundo e for-

    mada de elementos mais depura-

    dos, se achar possuda de ideias

    e de sentimentos muito diversos

    dos da gerao presente, que se

    vai a passo de gigante. O velho

    mundo estar morto e apenas

    A Humanidaderegenerada

    SMA RTA AN T U N E S MO U R A

    Em dia com o Espiritismo

    25Maio 2012 Reformador 118833

    Mas a vossa tristeza se converter em alegria. Jesus. (Joo, 16:20.)

  • viver na Histria, como o esto

    hoje os tempos da Idade Mdia,

    com seus costumes brbaros e

    suas crenas supersticiosas.

    Alis, todos sabem quanto ain-

    da deixa a desejar a atual or-

    dem de coisas. Depois de se ha-

    ver, de certo modo, esgotado

    todo o bem-estar material que a

    inteligncia capaz de produ-

    zir, chega-se a compreender que

    o complemento desse bem-es-

    tar somente pode achar-se no

    desenvolvimento moral.2

    As mudanas no ocorrero deforma abrupta, da noite para odia. A transformao ser gradual,concedendo ao ser humano tem-po e oportunidade para aprendere pr em prtica os novos apren-dizados, a fim de se adaptar nova realidade:

    Certamente o nmero de retar-

    datrios ainda grande; mas,

    que podem eles contra a on-

    da que se levanta, seno atirar-

    -lhe algumas pedras? Essa onda

    a gerao que surge, ao passo que

    eles somem com a gerao

    que vai desaparecendo todos os

    dias a passos largos. [...]3

    A humanidade da Regenerao,denominada por Allan Kardec ge-rao nova, ser constituda porindivduos portadores de signifi-cativo desenvolvimento da inteli-gncia e da moral que, desde ostempos da Transio, foram renas-cendo, pouco a pouco, no Planeta.

    No final desse perodo, e nas fa-ses iniciais da Regenerao, acon-

    tecer intenso trnsito migratriode Espritos entre os dois planos devida: a reencarnao de Espri-tos mais esclarecidos e a partidados que, [...] ainda no tocadospelo sentimento do bem, os quais,j no sendo dignos do planetatransformado, sero excludos,visto que, se assim no fosse, lheocasionariam de novo perturba-o e confuso e constituiriamobstculo ao progresso.[...].4

    Tais Espritos se-ro encaminhados aoutros mundos, on-de prosseguiro nasua escalada evo-lutiva, at que ad-quiram as condi-es necessriaspara fazerem par-te de uma socie-dade regenerada.

    No se deve en-

    tender que por

    meio dessa migra-

    o de Espritos se-

    jam expulsos da Terra

    e relegados para mun-

    dos inferiores todos os

    Espritos retardatrios.

    Muitos, ao contrrio, a ela

    voltaro, pois se atrasaram

    porque cederam ao arrasta-

    mento das circunstncias e do

    exemplo. Nesses, a casca pior

    do que o miolo. Uma vez sub-

    trados influncia da matria

    e dos prejuzos do mundo cor-

    preo, a maioria deles ver as

    coisas de maneira diversa do

    que viam quando em vida [en-

    carnados], conforme os nu-

    merosos exemplos que conhe-

    cemos. Para isso, so auxilia-

    dos por Espritos benvolos

    que por eles se

    interessam e se do pressa em

    esclarec-los e em lhes mos-

    trar o falso caminho em que

    seguiam. [...]5

    26 Reformador Maio 2012118844

  • Cabendo gerao nova, ouhumanidade regenerada, [...] fun-dar a era do progresso moral, anova gerao se distingue por

    inteligncia e razo ge-ralmente precoces, aliadas ao sen-timento inato do bem e a crenasespiritualistas, o que constitui si-nal indubitvel de certo grau de

    adiantamento anterior. [...].6 Essagerao no ser composta exclu-sivamente de [...] Espritos emi-nentemente superiores, mas dosque, j tendo progredido, se achampredispostos a assimilar todas asideias progressistas e estejam aptosa secundar o movimento de rege-nerao.6

    A regenerao da Humanidade,

    portanto, no exige absoluta-

    mente a renovao integral dos

    Espritos: basta uma modifica-

    o em suas disposies mo-

    rais. Essa modificao se ope-

    ra em todos quantos lhes es-

    to predispostos, desde

    que sejam subtrados

    influncia perniciosa do

    mundo. [...]7

    Com a Huma-nidade mais es-clarecida e ilumi-nada pelo sensomoral, a prticado bem passa a ser

    denominador co-mum, condio quegarante o estado de

    felicidade to almeja-do por indivduos e po-

    vos. As amargas expiaes dopassado, sobretudo as vividas du-

    rante a Transio, foram conside-radas lies preciosas que modifi-caram a criatura humana para me-lhor. Segundo Emmanuel,

    [...] essa pesada bagagem de so-

    frimentos constitui os alicerces de

    uma vida superior, repleta de paz

    e alegria. Essas dores represen-

    tam auxlio de Deus terra estril

    dos coraes humanos. Chegam

    como adubo divino aos senti-

    mentos das criaturas terrestres,

    para que de pntanos despreza-

    dos nasam lrios de esperana.

    [...] Cristo, porm, evidenciando

    suprema sabedoria, ensinou a or-

    dem natural para a aquisio das

    alegrias eternas, demonstrando

    que fornecer caprichos satisfei-

    tos, sem advertncia e medida, s

    criaturas do mundo, no presente

    estado evolutivo, depor subs-

    tncias perigosas em mos infan-

    tis. Por esse motivo, reservou tra-

    balhos e sacrifcios aos compa-

    nheiros amados, para que se no

    perdessem na iluso e chegassem

    vida real com valioso patri-

    mnio de estveis edificaes.8

    dessa forma que a Humani-dade encontrar o caminho dapaz, pois, como Jesus nos lembra,segundo o registro do apstoloJoo, citado em epgrafe: a vossatristeza se converter em alegria.

    Referncias:1KARDEC, Allan. A gnese: os milagres e

    as predies segundo o espiritismo. Trad.

    Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2011. Cap. 18, it. 14, p. 525-526.2_____. ______. It. 6, p. 517.3_____. ______. It. 26, p. 533.4_____. ______. It. 27, p. 534.5_____. ______. It. 29, p. 536.6_____. ______. It. 28, p. 535.7_____. ______. It. 33, p. 538.8XAVIER, Francisco C. Caminho, verdade e

    vida. Pelo Esprito Emmanuel. 28. ed. 4.

    reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 93,

    p. 201-202.

    27Maio 2012 Reformador 118855

  • 28 Reformador Maio 2012118866

    oc pode no querer teruma pgina no Orkut, noFacebook, ou em qualquer

    outro site de relacionamento quecompe a chamada Rede Socialna Internet, mas certamente nopoder fechar os olhos influn-cia dessa forma de relacionamen-to, que cada vez mais tem ocupa-do as atenes, interesses e emo-es de grande parcela da Huma-nidade, sobretudo da juventude.

    A questo que brota desse ce-nrio o que interessa a ns ou-tros, que procuramos incorporar vida a grandeza do olhar espri-ta. Estamos, possivelmente, diantede uma circunstncia desafiadorae inusitada para o ser humano, jque as redes sociais revelam, deforma contundente, os desafios eas fragilidades do complexo pro-cesso de comunicao entre osseres humanos.

    Quem refletiu de maneira clarae profunda sobre a questo foi opensador francs Dominique Wol-ton, que realizou palestras no Bra-sil no fim de 2010, e na ocasiodeu entrevista Folha UOL (pu-blicada no dia 10/11/10).

    Atento ao percurso dessa for-ma de comunicao pelos labi-

    rintos das necessidades humanas,Wolton alertou para um risco vi-tal o de estarmos mergulhadosnuma solido interativa, pr-pria de um modelo de comunida-de proposto pela Internet. Paraele, a rede mundial de computa-dores no serve para a constitui-o da democracia. Em sua opi-nio, ela s funciona para for-mar comunidades em que to-dos partilham interesses comuns e no sociedades, onde preci-so aprender a conviver com asdiferenas.

    Com a autoridade de ser soci-logo da comunicao e diretor doCentro Nacional de Pesquisa Cien-tfica de Paris, ele acredita que,depois das questes voltadas pro-blemtica do meio ambiente, acomunicao ser a grande ques-to do sculo 21.

    Reuni neste texto alguns dostpicos destacados da entrevistadada por Wolton ao site. A ideia fazer leituras paralelas com ospontos de vista espritas, que nospermitem articular as conexesnecessrias entre o mundo emque vivemos com o que queremosconstruir melhor e mais din-mico sem abrir mo dos pressu-

    postos da realidade espiritual, quetanta diferena para melhor pro-movem em nossa vida.

    Sobre a Internet, o pensadorfrancs afirma que:

    [...] formidvel para a comu-

    nicao entre pessoas e grupos

    que se interessam pela mesma

    coisa e, do ponto de vista pes-

    soal, melhor do que o rdio, a

    TV ou o jornal.

    Mas, do ponto de vista da coe-

    so social, uma forma de co-

    municao muito frgil.

    A respeito das redes sociais, elediz que:

    [...] retomam uma questo

    social muita antiga, que a de

    procurar pessoas, amigos, amor.

    So um progresso tcnico, sem

    dvida, mas a comunicao hu-

    mana no algo to simples.

    Porque em algum momento se-

    r preciso que as pessoas se en-

    contrem fisicamente e a re-

    side toda a grandeza e dificul-

    dade da comunicao para o ser

    humano.

    CA R LO S AB R A N C H E S

    As redes sociaise o Espiritismo

    V

  • Sobre solido interativa: Po-demos passar horas, dias na Inter-net e sermos incapazes de ter umaverdadeira relao humana comquem quer que seja.

    Wolton elaborou um conceitointeressante o da sociedade in-dividualista de massa:

    Usamos a internet porque ela a

    liberdade individual. Na internet,

    todo mundo tem o direito de dar

    sua opinio, mas emitir uma opi-

    nio no significa comunicar-se.

    Porque, se a expresso uma fa-

    se da comunicao, a outra o

    retorno por parte de um recep-

    tor e a negociao [que essa volta]

    implica e isso toma tempo!

    O que a democracia na rela-o humana h um fascniopela rapidez da internet e por suafalta de controle.

    Mas essa falta de controle de-maggica, porque a democraciano a ausncia de leis, mas a exis-tncia de leis utilizadas por todos.

    Basta observar a gravidade daimportncia da relao entre aspessoas, como destaca Wolton,para notar que o vnculo afetivoiniciado virtualmente quase sem-pre desprovido de consistncia eprofundidade. Mesmo com osexemplos que surgem, cada vezmais, de casais que se uniram de-pois dos primeiros contatos feitospela internet, ainda vale considerarque relaes com esse perfil exigemum tempo maior de interao.

    Encantar-se com algum oprimeiro passo rumo deciso demergulhar na relao. At quemse encontrou pela rede de compu-tadores vai ter, mais cedo ou mais

    tarde, que se defrontar com as dife-renas individuais, com as neces-srias concesses e renncias, quecaracterizam o cenrio comum aqualquer relao entre duas pes-soas que ficam frente a frente emalgum momento do encontro afeti-vo, rompendo as distncias virtuais.

    Importante ressaltar que a fra-gilidade da coeso social pela Inter-net, destacada pelo socilogo fran-cs, revela um pouco do perfil dosrelacionamentos humanos em seucontexto global. Quem opta pelasuperficialidade nas opinies e navida pessoal traz essas marcas paraas escolhas relacionais. A Internettem a possibilidade de potenciali-zar esse tipo de relao, pela facili-dade do interlocutor dizer somenteo que lhe interessa, sem que neces-sariamente tenha de ser verdadei-ro em suas afirmaes. Coisas deum tipo de relao construda

    29Maio 2012 Reformador 118877

  • 30 Reformador Maio 2012118888

    distncia, sem as confirmaesdos olhos e do toque humano.

    O captulo VII de O Livro dosEspritos, em sua terceira parte,quando trata da Lei de Sociedade,destaca a primazia da comunica-o na escalada evolutiva do serhumano. Os Espritos confirmama Kardec que a vida social est nanatureza; para isso, foi outorgadaao homem a possibilidade do usoda palavra. Ora, se assim se constituia estratgia da comunicao entreas pessoas, nada mais natural doque considerarmos que ela se justifi-ca nas capacidades da fala e da es-cuta, ou seja, h duas habilidades emjogo: se voc quer falar com qualida-de, deve aprender a ouvir e a nego-ciar os resultados dessa relao pr-pria do processo de comunicao.

    E qual seria o modelo perfeitode comunicao que o Espiritis-mo sugere Humanidade? O mes-mo proposto pelo Cristo, quandoimplantou a Boa Nova nas razesprofundas da Histria.

    A culminncia do encontro en-tre o doador e o necessitado, entrequem tem para oferecer e quemprecisa receber, se revela na presen-a dele na Terra. Emmanuel defen-de essa opinio, ao afirmar que

    a maior mensagem descida dos

    Cus Terra, para dignificar a

    vida e iluminar o corao, sur-

    giu das palavras inesquecveis

    de Jesus, que procurava o povo,

    e do povo, que procurava Jesus.1

    Eis a essncia da comunicaoideal os seres se procurando parasuprir as exigncias da evoluoinevitvel e utilizando a palavra eas mltiplas expresses de afetocomo ferramentas de impulso pa-ra novos degraus de ascenso.

    Se as redes sociais retratam ummomento atual das relaes hu-manas, nada mais justo do que

    recordar a importncia da convi-vncia entre as pessoas, como es-tmulo definitivo para evitar queos contatos virtuais substituam osreais, que exigem a coragem es-sencial de olhar uns nos olhosdos outros, sem fugir dos ajustesque a vida impe, quando estem jogo a reconciliao, o reen-contro, a ressignificao do que crescer junto com algum, rumoa novos cenrios do relaciona-mento humano.

    Comunicado OficialA Federao Esprita Brasileira comunica aos dirigentes das ins-

    tituies espritas, aos adeptos espiritistas, aos simpatizantes daDoutrina Esprita e sociedade de um modo geral que:

    1) procedeu em fevereiro do corrente ano desativao de seu par-que grfico na Rua Sousa Valente, So Cristvo, Rio de Janeiro,atendendo a estudos de viabilidade econmica que indicaram aadequao dessa medida;

    2) est terceirizando a totalidade das impresses de seus produtosem grficas contratadas para tal finalidade, com resultados maispropcios em relao impresso em grfica prpria, de acordocom a tendncia verificada nas grandes editoras brasileiras emundiais;

    3) os processos de preparao, produo editorial, distribuio ecomercializao prosseguem normalmente, em trabalho ativo dereestruturao, readequao e reorganizao para atender compreciso, qualidade e tempestividade s demandas do mercadoeditorial;

    4) os resultados produtivos e qualitativos desses trabalhos editoriaissero constatados pelos parceiros, distribuidores, livreiros e leito-res no curto prazo.

    Braslia, 18 de abril de 2012.

    Nestor Joo MasottiPresidente

    1XAVIER, Francisco; VIEIRA, Waldo. Pelos

    Espritos Emmanuel e Andr Luiz. 4. ed.Ed. CEC. Cap. 10.

  • Meu Filhinho:

    santurio de minhalma acendeu todas aslmpadas de que dispunha e adornou-se comtodas as flores do jardim de minhas longas

    esperanas para receber-te.Cada frase tua possui uma vibrao diferente e subli-

    me para o meu organismo espiritual e, por isto, utili-zo-me hoje da vida, adaptando-me ao teu pas interior,guardando a alegria e a obedincia da Terra, que se moveao redor do Sol para melhor reter-lhe os divinos raios.

    Antes que pousasses em meu colo, os dias erampara mim a expectativa torturante e secular em som-bria furna; entretanto, quando me beijaste pela pri-meira vez, tudo o que era obscuro e monstruosobanhou-se de inesperada luz.

    Fontes ocultas se desataram cantando, e calhausque feriam mostraram gemas celestiais...

    O pesado orvalho das lgrimas converteu-se emchuva de bnos, precipitando-se na terra sequiosa efecundando divinas sementes de amor e eternidade...

    Prelibei, desde ento, a glria da vida, nos delicio-sos segredos que a envolvem.

    Celebrei-te a vinda como acontecimento mximode minha passagem no mundo.

    Renovaste-me o calendrio ntimo e consolidastenovas foras no governo do meu destino, ensinando--me a louvar o Poder Celeste, portador do teu cora-o de luz s minhas clulas mais recnditas que, maneira de um grande povo, reverenciam em ti oenviado de redeno e paz, concrdia e alegria.

    Rei de minhalma, vieste aos meus braos coma destinao de uma estrela para o meu caminho eorgulho-me de sentir-te os raios renovadores.

    Minha serenidade vem da tua harmonia.S aspiro a uma glria: a de permanecer contigo

    no reino da perfeita compreenso.S desejo uma felicidade: a de contemplar a ale-

    gria calma e bela em teus olhos misteriosos.

    Teu corao o tenro arbusto que se converterem tronco abenoado com a ajuda de minha alma,que, manancial de carinho, te afagar as razes...

    Em breve, sers a rvore robusta e magnnima,enquanto continuarei sendo a fonte inaltervel aosteus ps, rejubilando-me com a graa de ver-te espa-lhando flores e frutos, perfume e reconforto aosviajantes da estrada...

    Filho de minha ternura, de onde vens? de onde vimos? Cale-se o crebro que, muitas vezes, no passa

    dum filsofo negativo, e fale, entre ns, o corao,que sempre o divino profeta da imortalidade.

    Vens para mim da Coroa Resplandecente da Vida evenho, por minha vez, ao teu encontro, emergindo doAmor que nunca morre...

    Abro-te as portas do mundo e elevas-me ao san-turio da fraternidade, porque, ao influxo de tua cla-ridade indefinvel em meu ser, a minha existnciase dilata, cresce e se renova, fazendo meus os filhosalheios e desfazendo-se em amor e renncia no Tem-plo da Humanidade inteira.

    Anlia Franco

    Fonte: XAVIER, Francisco C. Falando terra. Espritos diversos.

    6. ed. 2. reimp. Ri0 de Janeiro: FEB, 2010. p. 89.

    31Maio 2012 Reformador 118899

    O

    Poema de me

  • 32 Reformador Maio 2012119900

    Evangelizao Esprita Infantojuvenil

    criana e o jovem reclamam direono bem. Evangelize: coopere com Je-sus!. Este slogan marcou o incio da

    Campanha de Evangelizao Esprita Infantoju-venil, em 1977, e convidou os trabalhadores daseara esprita a abraar a nobre tarefa de ilumina-o de coraes.

    Desde essa poca, vrios cartazes e peas de di-vulgao sobre a tarefa da Evangelizao foramamplamente difundidos em nvel nacional, algunsdos quais compartilhamos, com alegria, com os ca-ros leitores, convidando-os a uma breve viagem notempo.

    De volta ao presente, apresentaremos os cartazescomemorativos dos 35 anos da Campanha Perma-nente, reiterando o convite para participarmos dessaimportante semeadura, visto que to gratificantequanto contemplar a beleza dos campos em flores-cncia, poder participar, ativamente, do lanamen-to das sementes de amor.

    1977 e 1978 Cartazes da Campanha voltados aosevangelizadores e ao pblico em geral: A criana e ojovem reclamam direo no Bem. Evangelize: coope-re com Jesus!.

    1981 Cartaz da Campanha convidando os espri-tas ao trabalho da evangelizao: Brilhe a vossa luz(Mateus, 5:16).

    1985 Cartazes de sensibilizao quanto im-portncia da tarefa junto infncia (Criana evan-gelizada hoje, homem de bem amanh) e juventude(Jovem evangelizado, certeza de um mundo melhor).

    1990 Cartazes voltados aos evangelizadores,estimulando-os ao estudo permanente para a quali-dade da tarefa (Jesus e Kardec Estude e Viva Evangelize-se luz da Doutrina Esprita), e aoconvite para a evangelizao da infncia (Criana o futuro em suas mos).

    1997 Cartazes comemorativos dos 20 anos daCampanha de Evangelizao Esprita Infantojuve-nil, voltados aos trabalhadores espritas, dirigentes eevangelizadores, com o slogan: Evangelizao Esp-rita: atenda a esse chamado.

    1999 Cartaz voltado aos pais, apontando as for-mas de se mostrar o mundo aos filhos e incentivan-do-os coerncia com o Evangelho de Jesus (Exis-tem vrias maneiras de mostrar o mundo a seus filhos. Esta uma delas).

    2012 Cartazes comemorativos dos 35 anos daCampanha Permanente, dedicados aos evangelizado-res e dirigentes, pais e familiares, jovens e crianas, enfa-tizando que Mas, tendo sido semeado, cresce (Jesus. Marcos, 4:32.) e que Semear Confiar na Colheita.

    A Divulgao da Campanhade Evangelizao Esprita

    AInfantojuvenil

  • Que papel cabe aos espritas de um modo geral, isto, queles que no atuam diretamente na Evange-lizao Esprita Infantojuvenil, para o crescimento emaior xito dessa tarefa?

    O de divulgar este trabalho importante, estimu-lando os pais para que encaminhem, quanto antes,os seus filhos preparao e orientao evanglico--esprita, de modo a contriburem significativamentepara os resultados que todos esperamos. Da mesmaforma, exemplificarem, levando os filhos s aulas

    hebdomadrias e mantendo, no lar, a vivncia esprita, que ainda a melhor metodologia para influenciar mentes e conduzir sentimentos.

    Joanna de ngelis

    (Divaldo Pereira Franco, inspirado por Joanna de

    ngelis, conforme declara em correspondncia en-

    viada ao presidente da FEB, em 23/8/1982, em res-

    posta ao questionrio que lhe foi proposto sobre a

    importncia da Evangelizao Esprita Infantojuvenil.)

    Opinio dos Espritos sobre a Evangelizao

    33Maio 2012 Reformador 119911

  • a Grcia Clssica, o filso-fo Leucipo de Mileto e seudiscpulo Demcrito de

    Abdera fundamentaram a teoriaatomista, segundo a qual a menorpartcula da matria seria o tomo,tido como uma esfera slida,indivisvel e impenetrvel.

    A concepo acerca da poromnima da matria comeoua mudar quando Sir WilliamCrookes (1832-1919), fsico equmico ingls, conhecidono meio esprita pelas expe-rincias efetuadas com a m-dium inglesa Florence Cook(1856-1904), realizou ensaiosque levaram concluso sobrea existncia dos raios catdi-cos. Foi investigando os ensaiosde Crookes que o fsico ale-mo Gotthilf-Eugen Goldstein(1850-1930) vislumbrou a exis-tncia do prton, em 1886, eo fsico britnico Joseph JohnThomson (1856-1940) entre-viu, em 1897, a existncia do el-tron. Ambas as descobertas cola-boraram para que se sepultasse,definitivamente, o Atomismo deLeucipo e Demcrito. O tomo

    no era mais a mnima frao damatria.

    Desde que tais descobertas foramefetivadas, at os dias de hoje, a cor-rida em busca da menor subdivisoda matria tem ocupado o tempo

    e a mente de fsicos tericos. No de-correr de diversas teorizaes e ex-perimentaes, fracionou-se o pr-ton em quarks, entreviram-se novaspartculas atmicas, os frmions, os

    hadrons, dentre outras. Enfim, bus-ca-se a mnima frao que venha acompor a essncia primordial detoda a matria existente, seja ela emseu estado gasoso, lquido, slidoou plasmtico. Como consequncia

    de tais investigaes, surgem hi-pteses diversas, as mais conhe-cidas so: a do Bson de Higgs espetaculosamente chamadapartcula de Deus e a Teoriadas Supercordas.

    Cerca de 15 anos antes deCrookes desenvolver a ampolaque resultou na descoberta dosraios catdicos, em meados doscul