refrigério 1ª edição

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Edição de lançamento, abordando temas acerca de espiritualidade, saúde, poesia, histórias e utilidade publica... Publicada em março de 2009 obtendo boa aceitação da critica Valadarense e região.

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Jesus viajava pela Galiléia toda, ensinando nas sinagogas dos judeus, e pregando por toda parte as Boas Novas acerca do Reino dos Céus: Ia curando toda espécie de mal e doença.

A notícia dos seus milagres espalhou-se até além das fronteiras da Galiléia, de tal modo que começou a vir gente para ser curada, até mesmo de regiões distan-tes, como a Síria.

Qualquer doença ou sofrimento que fosse. Se estivessem possessos de demônios, se fossem loucos ou paralíticos. Ele curava a todos. Multidões enormes O seguiam onde quer que Ele fosse - gente da Galiléia, das Dez Cidades, de Jerusalém, de toda a Judéia, e até do outro lado do rio Jordão.

Um dia, quando as multidões estavam se reunin-do, Ele subiu a encosta do monte com seus discípulos, sentou-s e e ensinava a todos ali.

“Muito felizes são os humildes!” dizia Ele, “porque o Reino dos Céus é dado a eles”.

“Felizes são os que choram! Porque serão consola-dos”.

“Felizes são os mansos e simples! Porque o mundo inteiro pertence a eles”.

“Felizes aqueles que aspiram por ser justos e bons, porque terão a justiça com toda a certeza”.

“Felizes são os que sã o amáveis e têm misericórdia

A comunidadedos felizes!

dos outros, porque a eles se mostrará misericórdia”.“Felizes os que têm coração puro, porque

verão a Deus”.“Felizes aqueles que procuram promover a

paz - pois serão chamados Filhos de Deus”.“Felizes aqueles que são perseguidos por

serem justos, pois o Reino dos Céus é deles”.“Quando vocês forem maltratados, perse-

guidos e caluniados por serem meus seguidores - ótimo!”

“Fiquem contentes com isso! Fiquem muito contentes! Porque uma grandiosa recompensa espera vocês lá em cima no céu. E lembrem-se: Os profetas antigos também foram perseguidos”.

“Vocês são o Sal da terra que a tornou supor-tável. Se perderem seu sabor, que acontecerá ao mundo?

Vocês mesmos serão jogados fora e tratados como coisa sem valor”.

“Vocês são a Luz do mundo - uma cidade so-bre um monte, brilhando durante a noite para ser vista por todos”.

“Não escondam a Luz de vocês! Deixem que ela brilhe para todos; e que as boas obras de vocês brilhem para serem vistas por todos, de tal manei-ra que louvem o Pai celeste”.

Bíblia Viva/ Mateus 4:23-25; 5:1-16

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Uma palavra, um poema, uma música, uma foto, uma história, um abraço, um olhar, um conselho, um telefone-ma, um sentimento vivido por alguém, uma imagem, uma circunstância, um testemunho são poderosos recursos de cura, alivio e refrigério em certos dias dos anos que com-põem nossa existência. Precisamos deles, são tão necessá-rios quanto um copo de água fresca várias vezes ao dia.

Esta é a proposta da revista Refrigério trazer aborda-gens das várias nascentes da vida humana não com uma perspectiva de autoajuda, mas com o intuito de levá-lo a discernir sua própria realidade nesse tempo chamado “hoje”. A Refrigério é uma jarra cheia até a borda e cada pá-gina um copo cheio de água gostosa e refrigerante.

Há na primeira página um verso bíblico que ilustra nosso propósito e também um convite de Cora Coralina, mulher notável na literatura Brasileira que não gostava de reclamar da vida, mas vivê-la com alegria e certeza de que o futuro será melhor.

Desejamos uma boa leitura! E que sua alma seja des-sedentada. Ao final da leitura queremos deixá-lo com água fresca na boca...Saciado.

Ate a próxima edição.

a jarra

sugestões, anúncios e críticas, entre em contato conosco pelo e-mail:

Com

o editor

[email protected]ÉRIO | 03

Caminho das Águas

Atos de Bondade 05

Os dois Anjos 06

Sobre Casamento e Amor 07

Mulherão 08

O Amor 09

Sozinho em Silêncio 10

Mãe 11

Desejo de Morrer 12

rir é coisa séria 14

É hora de gargalhar 15

Vamos Orar? 16

A menina do vestido azul 17

Exercícios espirituais 18

Segredinhos do Rei Salomão 19

Dom Juanismo 20

Segredos do Coração 21

A Simplicidade profundae esmagadora de Jesus 22

Santo Remédio 24

Faça como Ângela do Amaral,Acredite nas pessoas 25

Que Depressão Insuportável 26

A Luz do teu Corpo 28

A Caderneta Vermelha 30

O pastor que eu quero ter 32

A oração simples 34

Refletindo sobre a dor 35

O Medo 36

O que é o stress 38

Princípios para ser bem sucedido 40

O grande segredo para alcançar o sucesso e aplenitude da alegria 41

Sede de perdão,Perdão que gera adoração 42

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Não te deixes destruir...Ajuntando novas pedras e construindo novospoemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e plantaroseiras e faz doces.Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dosjovens e na memória dasgerações que hão de vir. Esta fonte é para uso detodos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.

Nunca escreverei uma palavra para lamentar a vida. O presente é incomparavelmente melhor do que o passado, assim como também o é o futuro em relação ao presente. Cora CoralinaPoema extraído do livro Vintém de cobre - Meias confissões de Aninha, Global Editora, São Paulo, 2001. E outros inéditos.

Boas notícias são gostosas como um copo de água bem fria para quem está morrendo de sede.

Provérbios 25:25

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Era uma vez uma criança pronta para nascer...Meu Deus é verdade o que me dizem?

Que amanhã Tu me enviarás para a terra?Mas como vou poder viver lá, sou tão pequeno e sem recursos?

Deus respondeu: Dentre todos os anjos, escolhi dois especialmente para ti Eles te atenderão e vão tomar conta de ti

Mas... Disse a criança:...aqui no Paraíso eu não faço outra coisa a não ser cantar e sorrir...

Tenho necessidade disto para ser feliz...

Deus diz: A cada dia, teus dois anjos cantarão pra ti. Sentirás o amor deles e serás feliz, criança...

A criança continuou... Como poderei compreender o que me dizem se não conheço a língua deles?

É fácil, respondeu Deus, teus dois anjos te dirão as mais doces, as mais maravilhosas palavras...

...e com muita paciência e delicadeza, teus dois anjos te ensinarão a falar... A criança olha para Deus e diz:

E como vou fazer quando quiser falar Contigo?Deus sorri para a criança lhe dizendo:

Teus dois anjos te mostrarão como juntar as mãos e te ensinarão a orarDiz a criança: Ouvi dizer que na Terra existem homens maus..Quem me protegerá? Com muita ternura, Deus respondeu...

Teus dois anjos te defenderão aindaque seja com risco de suas próprias vidas!

A criança ficou triste e disse: Mas eu serei sempre infeliz por não Te ver mais... Deus abraçou a criança dizendo a ela: Teus dois anjos te

falarão de mim e te ensinarão o Caminho, a Verdade e a Vida, para voltares a mim, mas estarei sempre a teu lado.

Reinou no céu, nesse momento, uma grande Paz. Vozes se ouviram vindas da Terra...

Sentindo o tempo se esgotando, a criança perguntou:

Oh! Meu Deus estou pronto para partir, mas por favor diga-me os nomes dos meus dois anjos!!!

Deus respondeu: Os nomes dos teus dois anjos não tem importância, minha criança. Tu os chamarás simplesmente de...

PAPAI E MAMÃE!!!

Os dois Anjos

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Venho me perguntando o que faz as pessoas optarem pelo casamento se contam com outras alternativas para a vida a dois. A justificativa mais comum para o casamento é o amor. Mas devemos considerar que amor é uma experiência cuja de-finição está em xeque não apenas pela quantidade enorme de casais que “já não se amam mais”, como também pelo número de pessoas que se amam, mas não conseguem viver juntas.

Talvez por estas duas razões – o amor eterno enquanto dura e o amor incompetente para a convivência – nossa so-ciedade providenciou uma alternativa para suprir a neces-sidade afetiva das pessoas: relacionamentos temporários em detrimento do modelo indissolúvel. Mas, mesmo assim, o número de pessoas que optam pelo casamento em sua forma tradicional, do tipo “até que a morte vos separe” cres-ce a cada dia.

Acredito que existe uma peça do quebra cabeça que pode dar sentido ao quadro. Trata-se da ur-gente necessidade de desmistificar este conceito de amor que serve de base para a vida a dois. Afinal de contas, o que é o amor conjugal? Para muitas pessoas, o amor con-jugal é confundido com a paixão. Paixão é aquela sensação arrebatadora que nos faz girar por algum tempo ao redor de uma pessoa como se ela fosse o cen-tro do universo e a única razão pela qual vale a pena viver. Esta paixão geralmente vem acompanhada de uma atração quase irresistível para o sexo, e não raras vezes se confunde com ela. Assim, palavras como amor, paixão e tesão acabam se fundindo e tornando-se quase sinônimas.

Este conceito de amor justifica afirmações do tipo “sem amor nenhum casamento sobrevive”, “sem paixão, nenhum relacionamento vale a pena”, “é o sexo apaixonado que dá o tempero para o casamento”.

Minha impressão é que todas estas são premissas absolu-tamente irreais e falsas. Deus justificou a vida entre homem e mulher afirmando que não é bom estar só. Nesse sentido, casamento tem muito pouco a ver com paixão arrebatadora e sexo alucinante. Casamento tem a ver com parceria, amizade,

companheirismo, e não com experiências de êxtase. Casamento tem a ver com um lugar para voltar ao final do dia, uma mesa posta para a comunhão, um ombro na tribulação, uma força no dia da adversidade, um encorajamento no caminho das dificul-dades, um colo para descansar, um alguém com celebrar a vida, a alegria e as vitórias do dia-a-dia. Casamento tem a ver com a certeza da presença no dia do fracasso, e a mão estendida na noi-te de fraqueza e necessidade. Casamento tem a ver com ânimo, esperança, estímulo, valorização, dedicação desinteressada, soli-dariedade, soma de forças para construir um futuro satisfatório. Casamento tem a ver com a certeza de que existe alguém com

quem podemos contar apesar de tudo e todos ... a certeza de que, na pior das hipóteses e quaisquer que sejam as peças que a vida possa nos pregar, sempre teremos alguém ao lado.

Nesse sentido, não é certo dizer que sem amor nenhum casamento so-brevive, mas sim que sem casamento nenhum amor sobrevive. Não é certo dizer que sem paixão, nenhum rela-cionamento vale a pena, mas sim que sem relacionamento nenhuma paixão vale a pena. Não é o sexo apaixonado que dá o tempero para a vida a dois, mas a vida a dois que dá o tempero

para o sexo apaixonado. Uma coisa é transar com um corpo, outra é transar com uma pessoa. Quão mais valiosa a pessoa, mais prazeroso e intenso o sexo. Quão menos valorizada a pes-soa, mais banal a transa.

Assim, creio que podemos resumir a vida a dois, entre ho-mem e mulher, conforme idealizada por Deus, em três palavras que descrevem um casal bem sucedido...

Um casal bem sucedido é um par de amantes. Um casal bem sucedido é um par de amigos. Um casal bem sucedido é um par de aliados. São três letras A que fornecem a base de uma relação dura-

doura. Amante se escreve com A. Amigo se escreve com A. Aliado se escreve com A. E não creio ser mera coincidência o fato de que todas as três, amante, amigo e aliado, se escrevem com A... A de

AMOR.

Sobre casamento e amor“Não é bom que o homem fique sozinho.

Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora á altura dele”. Gênesis 2.18 (a bíblia viva)

Pr. Ed René Kivitz

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Se você encontrar uma esposa fiel e dedicada, achará um tesouro mais valioso que ouro e pedras preciosas.O marido de uma mulher fiel e dedicada está sempre tranquilo, pois ela nunca deixará faltar nada para ele.

Ela sempre procura ajudar o marido; sempre procura o bem-estar e a alegria para ele.Ela compra os tecidos e faz as roupas da família.

Sem se cansar, ela anda à procura da melhor comida para sua família, procurando sempre o preço mais barato.Antes de o sol raiar ela já está de pé, preparando a primeira refeição da família e planejando o serviço de suas empregadas.

Ela sabe negociar! Compra um terreno e planta uma horta, com o dinheiro que ganhou com seu trabalho.Ela está sempre disposta e não foge do trabalho pesado.

Ela sabe que seu trabalho ajuda a sustentar a família - e por isso trabalha até altas horas da noite.

Com a agulha e a linha ela faz roupas e dá aos pobres e necessitados.Quando chega o inverno, ela não precisa se preocupar porque já preparou roupas quentes para toda a família.

Ela mesma faz as roupas de cama e mesa, os tapetes e cortinas de sua casa. Seus vestidos também são feitos por ela, com linho da melhor qualidade.

O marido de uma mulher fiel e dedicada será conhecido e respeitado em sua cidade; Será eleito para cargos importantes na sociedade.

Os vestidos, roupas e cintos que ela faz são vendidos aos comerciantes.Suas grandes virtudes são a energia e a honra. Ela não se preocupa com a velhice.

Quando ensina seus filhos ela mostra sabedoria, ensinando e corrigindo com amor.Ela sabe muito bem tudo que acontece em sua casa e nunca fica com preguiça de trabalhar.

Seus filhos dizem aos colegas: “Minha mãe é formidável! É a melhor mãe do mundo!” Seu marido diz a ela, cheio de orgulho:

“Pode haver muitas boas esposas neste mundo, mas eu tenho certeza que nenhuma delas, é melhor que você”.

Os encantos de uma mulher podem ser apenas uma ilusão e a beleza não dura para sempre.A verdadeira beleza, a verdadeira honra de uma mulher está em amar e obedecer ao Senhor.

A mulher que fizer isso deve ser elogiada diante de todos; Deve receber cumprimentos e homenagens de toda a sociedade.

Bíblia Viva Provérbios 31:10-31

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Quem ama colore o vento, perfuma o sol, tempera as horas. O amor forja as pessoas sem as deixar cretinas. O amante não cogita, logo inexiste. Ilógico, não é convidado para a roda dos exatos. Quem ama espera. Todo amante é ingênuo, sempre a cometer atos falhos. Imprecavido deixa-se apanhar em repetidos flagrantes. O amor não se protege, embora resista, mesmo sob tortura. Quem ama obedece, cumpre, aceita. O amante corre, chega por último, mas se sente o vencedor. Vassalo, aceita sem perguntar e obedece a ordem que nunca lhe foi dada. Imprudente, abre mão das preferências, cede lugar, divide jugo, lava pés. Quem ama perde o medo. Os amantes desdenham do tempo. O ócio não lhes é pecado. Consideram ganhos, uma tarde perdida na beira da praia, uma semana enterrada entre os pobres, um mês gasto na clínica odontológica. Quem ama transgride. O amante é um eterno contraditório. Pela amada, desdiz o que afirmou categoricamente. Rasga leis (até as divinas) para evitar um apedrejamento. Misericordioso, assume-se como tolo. Abraça a prostituta indigna, perdoa o ladrão contumaz, aposta no covarde, e janta com o seu traidor. Quem ama sofre. Amor e paixão nascem de um mesmo ninho. Não existe amante tranquilo. Vulnerável, arrisca-se a sofrer abandonos. Impotente, recusa-se a manipular. Amarga rejeições, sonha com retornos pródigos e não se conforma com a ingratidão. Quem ama conversa com as estrelas, diz que as paredes ouvem e questiona os espelhos. Ridículo, insiste em escrever cartas que nunca podem ser

publicadas. O amante enxerga beleza em véus encardidos, folhas secas, águas paradas, prados amarelecidos, dias chuvosos.

Quem ama vê Deus em um pobre. O amante se sente bem entre idosos e viúvas. Seus anjos não voam e não ostentam força, apenas compaixão. Sensível, agoniza com a dor alheia. Honesto, não simula onipotência. Humilde, não propagandeia seus avanços pessoais. Quem ama conhece a Deus e é nascido de Deus. Soli Deo Gloria.

O amor

Ricardo Gondim

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Fique sozinho, em silêncio. Os místicos chamavam este ficar sozinho de “solitude”, diferente de solidão. Jesus constantemen-te se retirava para lugares desertos a fim de orar, de modo que pudesse estar em solitude, porque sozinho, mas não em solidão, porque com o Abba Pai.11 A solitude não equivale à mera au-sência, mas sim a uma ausência cheia de atenção. Atenção à voz recriadora de Deus. A solitude é uma disponibilidade intencio-nal para Deus.

Nesse sentido, existe grande diferença entre “meditação para relaxamento”, prática de lazer, e solitude. Esta diferença se mostra na história do homem que recebeu de seu terapeuta a recomendação de ficar sozinho, pelo menos uma hora a cada semana. Na primeira seção após a recomendação o paciente estava eufórico: “Foi ótimo, doutor, há muito que não separava tempo para mim mesmo”. “O que você fez enquanto esteve sozi-nho?”, perguntou o terapeuta. “Li Fernando Pessoa e ouvi algu-mas peças de Vivaldi”. “Mas não foi isso que mandei você fazer”. “Ora, o senhor não mandou que eu ficasse sozinho, pelo menos durante uma hora, a cada semana?” “Exatamente, eu recomen-dei que você ficasse sozinho, não em companhia de Fernando Pessoa ou Vivaldi”. “Mas, doutor... eu não me agüento”. Minha so-litude é exercitada através de corridas três ou quatro vezes por semana. Percorro quase sempre a mesma distância, geralmente no mesmo percurso, e na mesma velocidade, de modo que sei exatamente quanto tempo tenho para ficar sozinho. Geralmen-te, inicio as corridas em estado de excitação. Enquanto corro, digo para mim mesmo: “Não adianta ter pressa. O outro lado do lago chega somente daqui a 5 minutos”. Não demora muito para que eu encontre um ritmo confortável, estabilize minha respi-ração e desacelere o turbilhão de pensamentos que passa pela minha cabeça. Tento deixar que esses pensamentos sigam seu caminho sem me deter em nenhum deles. Já perdi a conta de quantos encontros tive com Deus em meio às árvores do Parque do Ibirapuera, e não tenho palavras para descrever os lugares onde já cheguei nos minutos em que me dedicava a correr em círculos para chegar a lugar nenhum. Muitas vezes, entretanto, pratico minhas corridas apenas como recreação: re-criação, ou-vindo música ou refletindo sobre alguma coisa que me incomo-da. Mesmo assim, geralmente chego ao final das corridas com insights maravilhosos. Um dos melhores caminhos para a solitu-de é a prática de atividades mecânicas, que não ocupam nossa

atenção concentrada. Ghandi, por exemplo, usava seu tear para recolher-se do mundo. Os movimentos autômatos estabilizam a freqüência dos pulsos elétricos do nosso cérebro, o que aumen-ta nossa capacidade de percepção e captação. Alguns meditati-vos diriam que enquanto corro, ouço a voz da minha consciên-cia, minha imaginação e capto algumas mensagens no ar. Não duvido. Mas ninguém vai me fazer descrer que muitas destas vozes são de Deus.

CONCLusÃO Mais do que de autoajuda, o ser humano precisa de ajuda

do alto. A sintonia entre o espírito do homem e o Deus Espírito é a única possibilidade de superação do complexo bio-psíquico. A dimensão última do ser humano é espiritual.

Arquimedes queria um ponto de apoio fora do universo. Dis-se que seria capaz de fazer uma alavanca e mover a terra de seu eixo. Jesus ofereceu esse ponto: “a fé remove montanhas”.12 A fé é a alavanca da oração: “sem fé, é impossível agradar a Deus, por-quanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”.13 O en-contro com Deus é sempre um passo de fé. As expressões bíblicas “crer” e “ter fé” são distintas. Infelizmente, as traduções dos textos bíblicos tornaram as expressões equivalentes, mas na verdade, falam de duas coisas diferentes. Crer é assumir como verdadeiro, ter fé é sintonizar interativamente. Crer eqüivale a assumir como verdadeiro que existem ondas magnéticas no ar. Ter fé eqüivale a sintonizar as ondas para assistir TV ou ouvir rádio. Quem sabe que existem ondas no ar, crê. Quem sintoniza, tem fé. É possível, por-tanto, crer sem ter fé. A fé que remove montanhas não é aquela que sabe que Deus existe, mas aquela que além de saber que Ele existe, é galardoador, isto é, interage, comunga, participa.

Isto faz perfeito sentido com a compreensão de que Deus é transcendente e imanente, e que “o Espírito de Deus se comu-nica com o nosso espírito”, conforme afirmou São Paulo, após-tolo. A fé transcende a manipulação de processos mentais que qualificam à química do cérebro, e catapulta o ser na direção de um relacionamento com Deus. Um relacionamento pleno de possibilidades.

sOZINHO, eM sILÊNCIO

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As palavras do nosso vernáculo não são suficientes para enaltecer a sublime missão da maternidade. O amor de mãe é cantado e decantado na poesia e na prosa. No nível humano nenhum amor transcende ao amor de mãe. A mãe se entrega, se doa e investe o melhor do seu corpo, do seu tempo, da sua vida, dos seus recursos e dos seus sonhos na vida dos filhos. A mãe é um monumento vivo da graça de Deus. É ela que, como ninguém, cuida dos filhos, educa os filhos, ensina-os os princí-pios e valores mais importantes da vida.

A compreensão dessa verdade levou o grande estadista Abraão Lincoln a afirmar que ninguém é pobre se tem uma mãe intercessora. Uma mãe pode ser uma mulher jovem ou idosa, culta ou analfabeta, rica ou pobre, mas será sempre uma mulher influenciado-ra. Eu, particularmen-te, devo minha vida à minha mãe. Quando ela estava grávida, foi colocada diante do di-lema de escolher entre sua vida e a minha; de sacrificar-me no ventre ou morrer com o filho. O médico não via ou-tra saída. Ela, porém, se dispôs a morrer com o filho, em vez de abrir mão dele. Ela disse: “Estou pronta a morrer com o meu filho e a dar minha vida por ele, mas não estou pronta a abrir mão dele”. Nesse momento, ela fez um voto a Deus e disse: “Deus, se tu poupares minha vida e a vida do meu filho consagrá-lo-ei a ti para ser um pastor de almas”. O Senhor ouviu a oração da mi-nha mãe e eu nasci. Minha mãe, embora mulher simples, que nunca teve o privilégio de sentar-se num banco de escola, en-sinou-me as mais profundas lições da vida.

Destaco alguns atributos de uma mãe que se constitui num monumento vivo da graça de Deus.

1. uma mãe é uma intercessora incansável – Ninguém

Mãe, UM MONUMENTO VIVO DA GRAÇA DE DEUS

ora pelos filhos como as mães. Elas carregam os filhos no ven-tre e também no coração. Elas como ninguém se colocam na brecha em favor dos filhos. As mães nutrem os filhos, choram pelos filhos, acariciam os filhos e oram por eles. as mães sem-pre encontram tempo para interceder pelos filhos. Precisamos de mães que dobrem os joelhos em favor dos filhos!

2. uma mãe é uma educadora responsável – Embora, os maridos sejam os responsáveis pela criação dos filhos na dis-ciplina e admoestação do Senhor as mães ficam mais tempo com os filhos e são as que mais influenciam na formação mo-ral e espiritual deles. As mães são como espelho para os filhos. Elas demonstram mais do que falam. Elas ensinam pelo exem-

plo mais do que com as palavras. Elas são verdadeiras pedago-gas que ensinam seus filhos na dinâmica da vida, ao deitar e ao le-vantar. Elas ensinam seus filhos no caminho e não apenas o cami-nho. Elas inculcam as verdades eternas na mente

de seus filhos, por-que antes essas ver-dades estão em seu coração.

3. uma mãe é uma heroína admirável – Ninguém é capaz de sacrifícios tão grandiosos pelos filhos como uma mãe. Elas estão prontas a viver e a morrer pelos filhos. Elas, à semelhan-ça de Ana, choram diante de Deus para ter filhos e depois de recebê-los, os devolve para o Senhor. Uma mãe é uma heroína admirável quando se trata de defender seus filhos, de lutar por eles, e vê-los caminhando vitoriosamente na vida. Que Deus nos dê mães intercessoras, educadoras, que como bravas guer-reiras lutem e chorem pelos filhos até vê-los como coroas de glória nas mãos do Senhor.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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Resposta Minha querida amiga: Graça e Paz!

PrimeiroÉ necessário eliminar a possibilida-

de da depressão químico-orgânica es-tar presente em você. Por isso, procure um médico psiquiatra, relate os seus sentimentos [não busque medicação alguma de saída], e peça a ele para veri-ficar [talvez via um encaminhamento ao um Endocrinologista] se você está com baixa de elemento químico essencial à motivação; pois, não raramente, as pes-soas sofrem por causa de deficiências químicas ou alterações cerebrais em ra-zão do vício em dor depressiva, e, sem o saberem, buscam remédio onde não há remédio. Ora, se esse for o seu caso uma pequena ajuda médica, seguida de tera-pia, muito lhe poderá ser útil.

segundoProcure um bom terapeuta, o me-

lhor de sua cidade, e exponha os seus sentimentos, pois, há muitos volumes de falta de amor em você, o que gera essa visão sem autoestima e sem valor de sig-nificado.

TerceiroIndependentemente de qualquer

Querido Pastor Caio, Preciso dizer ao senhor o que eu sinto já há muito tempo e não tenho coragem de

dizer para os outros... Pastor, eu não gosto de viver. Não encontro satisfação na minha vida familiar, na minha vida profissional, na

minha vida afetiva, na minha vida espiritual. Estou cansada de tentar mudar as coisas. Estou cansada de orar e de esperar

mudanças. Quando imagino que eu ainda vou viver muitos anos, tenho desejo de morrer já. Nunca me senti amada em minha casa. Minha mãe sempre fez muita diferença

entre os filhos e, como resultado, sempre houve muita competição entre todos. Uma das minhas irmãs faz de tudo para me humilhar e eu, sinceramente, acho que

não sinto amor por ela. Se eu pudesse, eu preferiria não ter contato algum com ela. Gostaria de estar bem longe da minha família. Sofro com a solidão também. Não sou casada, não tenho filhos, não tenho namorado. Toda vez que gostei de alguém de verdade fui rejeitada. Não aguento mais tanta rejeição. Profissionalmente, também é difícil. Estudei tanto (fiz doutorado no exterior,

agora tenho uma bolsa de pós-doutorado) e não consegui até agora um lugar na universidade.

Por que eu não posso ser feliz? Por que eu não posso encontrar amor na minha vida? Por que eu passei anos e anos pedindo a Deus por algo que não me é concedido? Cadê a resposta para as minhas orações? O que eu sinto é que minha vida, como ela é, não vale a pena ser vivida. P.

outra constatação proveniente de exa-mes e resultados médicos, digo a você o seguinte:

a) Pelo clima inafetivo de sua casa,

com ódios e antipatias oriundos das escolhas de sua mãe entre os filhos, uma pessoa de mente fraca, de alma vulnerável e de espírito sem esperança transcendente, pode perfeitamente de-senvolver este tipo de sentir que a tem abalado tanto.

b) Não é possível negar que certas pessoas acabam desenvolvendo desejos de morte em contextos familiares como o seu.

c) Também não é possível negar que em tais situações algumas pessoas, in-conscientemente, começam a pensar em morte [suicídio] como “vingança”, como ódio, como raiva, e como violência contra os que supostamente a “infelici-tam”.

Entretanto, pela leitura de sua carta, o que pude sentir é que você, provavel-mente em razão do ambiente familiar de “competição”, deixou que elegessem para você os elementos significantes da vida: marido, filhos, diplomas, bom em-prego e atratividade sexual.

Tolice!Homem algum dá significado exis-

tencial à mulher nenhuma. O mesmo se pode dizer de filhos, emprego, diplomas, cursos, e qualquer outra coisa; pois, de fato, nenhuma delas enche o coração com nada além de um “copo de água”.

Ou seja: quem apenas bebe de tais fugazes esperanças logo voltará a ter sede, a menos que se nutra de um sen-tido mais profundo.

Mais ainda: você é religiosa, mas sem

vida espiritual alguma. Sim! A leitura de sua carta está carregada de dor e insa-tisfação religiosa e existencial, mas nada tem de vida no espírito.

Você pergunta: “Cadê as respostas às orações?”

Ora, Deus é Deus de vida, de alegria, de paz, de amor, de verdade, de justiça e de tudo o que essencial à vida. Entre-tanto, Ele não é cupido, nem o deus do emprego, nem o deus das soluções de mudança do mundo por nossa causa.

O tesouro de Deus só cabe no cora-ção, e isso apenas de pessoa em pessoa.

Leia em João 12 que Jesus “conse-guiu um jumentinho e, montado nele, entrou em Jerusalém”, embora os Seus discípulos não entendessem o significa-do do que estava acontecendo, a ponto de João dizer que eles só compreende-ram o significado depois que “Jesus ha-via sido glorificado”.

Ora, eles estavam vindos da ressur-reição de Lazaro, a qual, de tão majestosa em seu feito, não necessitava de grandes discernimentos para que se visse o seu significado. Entretanto, a vida não é feita de “ressurreições de Lázaros”, mas sim de muitos e muitos pequenos e “inexpressi-vos jumentinhos”.

DESEJO DE MORRER…

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Para entender o significado majesto-so de Lazaro ressuscitado, basta não ser parte do grupo que sente ciúmes do po-der de Jesus, e, portanto, mostrando-se desejoso de eliminar a Jesus e a Lazaro a fim de “apagarem as evidencias do feito milagroso”, como foi o caso do Sinedrio e da seita dos fariseus.

Entretanto, para entender “o sentido do jumentinho”, diz João, tem-se que ter “Jesus glorificado” no coração, do contrá-rio, Jesus usa o jumento, e Seus discípu-los, encantados com “grandezas Lazaria-nas”, ficam sem entender nada.

Hoje em dia a alma está viciada em apoteoses.

Daí você me dizer de seu doutorado fora e de sua bolsa de pós-doutorado dentro, e, ainda assim, ter ficado sem sentido para viver, pois, de fato, não houve uma “ressurreição de Lazaro”, que, para você seria um bom emprego na Uni-versidade, um marido culto e amante de você, e, sobretudo, o reconhecimento da família acerca de seu valor.

O que há é um jumentinho ao qual você segue, embora creia que Jesus está montando nele, mas sem que isso faça sentido algum para você.

Não minha amiga! A vida, de verda-de, é feita de coisas simples e singelas, de jumentinhos e de pequenas jornadas, de atos singelos e sutis em seus significados; sendo daí que procede nosso sentido de todos os dias, pois, esse é o “pão nosso de cada dia”.

Entretanto, se Jesus ainda não tiver sido entronizado pela fé em nós, como razão ABSOLUTA de nosso existir, tudo o mais perde a graça, a alegria e o significa-do, ainda que amanhã você descobrisse que sua mãe mudou para com você, e sua irmã tenha passado a admirá-la.

Jesus “glorificado” em nós é Jesus como o sentido total de nossa existên-cia.

Ora, quando isto acontece essas coi-

sas deixam de ser os deuses de nossas esperanças e passam a ser coadjuvantes pequenos no significado de nossa exis-tência.

Ou seja: sem Jesus [o Pão eterno], se a pessoa tem a falsa idéia de que o pão humano é o alimento existencial da vida, o que resta é o que se instalou em você: frustração samaritana, que é viver em busca de uma água de poço que mate a sede para sempre, o que é loucura fan-tasiosa.

Somos todos filhos de uma geração alimentada por mentira existencial!

Para esta nossa geração de fracos e frustrados, a felicidade é marido, filhos, emprego e reconhecimento. Ora, esses são os deuses naturais de nossa gera-ção.

Entretanto, para quem conhece tudo, já teve tudo, já provou tudo, já lambeu tudo, já comeu tudo, já foi incensado em tudo, e, ainda assim, vê que o vazio e a falta de sentido perduram — fica claro que todas essas coisas são boas coadju-vantes na existência, mas jamais devem ser vistas como razão de viver.

Na hora em que Jesus, não a religião, entrar em você por uma apropriação sua em fé, logo você verá seu espírito arre-bentar-se em gozo indizível, mesmo que nada mude á sua volta.

Você falou que está cansada de ten-tar mudar as coisas, pois elas não mu-dam. No entanto, mesmo que mudas-sem, nada mudaria, pois, de fato, a única coisa que precisa mudar é seu olhar acer-ca do sentido da existência, o qual nada tem a ver com os “temas” por você elei-tos como deuses do sentido da vida.

O mundo não mudará. Quem pode e tem que mudar é você.

Assim, pare de ter essa pena toda de você mesma, bem como pare de culpar sua mãe, sua irmã, os homens, a Univer-sidade, etc.

O que sinto é que uma pessoa como

você, com sua atitude, com suas espe-ranças sempre doídas e transferidas para outros, se torna chata, pois, exala uma energia que patrão algum quer ter por perto. Desse modo, até para ter o em-prego que sua qualificação acadêmica permite você precisará parar de ser uma coitadinha, sempre esmolando favores, e sempre andando como quem diz: “Eu sei que não dará certo!”

Ora, o mesmo vale para homens também. Homem algum que eu conhe-ça [exceto os mais coitadinhos que você] desejará estar com uma mulher negati-va, depressiva, triste, coitada, e vergada por dores que só existem porque são nu-tridas pela própria pessoa.

Quem tenta mudar pai, mãe, merca-do de trabalho e o mundo a fim de ser feliz, morrerá de dor e frustração.

Sim! Pois o único mundo que pode ser mudado por você é o seu mesmo. Sim! O mundo do seu olhar, do seu inter-pretar e do seu agir.

Entretanto, enquanto Jesus não for “glorificado” em você como seu Senhor em tudo, como sentido de sua existên-cia, então, tudo será como está. Todavia, se em seu olhar Ele se tornar o Sentido Absoluto de sua vida, então, mesmo pre-sa, com fome, com frio, sem amigos, sem presenças, sem ajudas e sem nada, ain-da assim você entenderia o sentido das pequenas coisas, e, em todas elas veria o amor de Deus, o que daria a você senti-do para ser em tudo, até nas coisas insig-nificantes como um “jumentinho”.

Pense no que lhe falei.Faça o que lhe disse, e, quando pu-

der, me dê um retorno!Nele, que nos chama a aprendermos

a ser felizes em humilda-de, ou até chorando ou sendo perseguidos,

Caio

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O sorriso é um convite à aproximação. O bom astral atrai.

Tenha um ataque de riso. É uma massagem perfeita: mexe com os músculos da barriga e com todos os órgãos internos do corpo humano.

Rir também é exercício. Segundo pesquisas de Stanford, rir 100 vezes ao dia equivale a 10 minutos remando. Uma tarde de gargalhadas pode ser um substituto pra 400 metros de natação, 20 minutos de corrida ou quatro valiuns como calmante.

Ao contrário do que se diz, sorrir não dá rugas. Embora quando a gente sorria, apareçam aqueles pés-de-galinha, logo depois ocorre uma distensão dos músculos faciais - funciona como uma verdadeira massagem facial. A pele descansa e fica mais bonita.

Ta nervoso? É hora de esfriar a cabeça. Literalmente. Quando a gente sorri, o sangue que passa pela nossa cabeça esfria. Isso provoca uma sensação de bem-estar.

Saber rir dos nossos problemas ajuda a solucioná-los. Alegria é sinônimo de confiança.

Rir é o melhor remédio pra tensão e dor de cabeça. Quando a gente ri, nosso cérebro produz endorfina, uma substância química natural que alivia a dor.

Quem ri à toa não fica doente tão fácil. Pesquisadores americanos descobriram que pessoas que riem têm mais anticorpos que as pessoas que choram.

As mulheres normalmente sorriem mais do que os

RIR É COISA SÉRIAEstejam sempre alegres...RAZÕES PARA SORRIR :

homens. Por isso, a falta de um sorriso é mais notada nas mulheres. Assim, as mulheres que não riem são mais tachadas de antipáticas.

O sorriso é uma arma contra antipatia. Se você sorri numa festa, as pessoas vão tratá-lo melhor e a festa vai ser ótima. Só não vale sorriso falso. Todo mundo percebe.

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É h

ora

de g

arga

lhar

!

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Somos informados pela Palavra que nada temos porque não pedimos, e que, quando pedimos, não obtemos, pois, pedimos mal, apenas para esbanjar nos prazeres e nas ilusões de aquisição, poder e conquista.

Por outro lado somos estimulados a pedir bem, segundo a vontade de Deus, que é amor, pois, assim sendo, sabemos que já obtivemos o que Lhe temos pedido.

Jesus mandou que pedíssemos com amor e fé, em Seu nome, pois, Ele mesmo é a Resposta a todas as nossas orações.

E mais: Ele disse que quando pedíssemos veríamos tanto amor de Deus sendo derramando que nossa alegria espiritual seria completa.

Além disso, foi Jesus também quem disse que ao orarmos devemos crer de antemão que já fomos ouvidos.

Já vi muitas vezes na vida o que uma intensa dedicação à oração concentrada em fé e amor pode realizar.

Vi acontecendo com outros e também comigo!Na realidade vejo que peço pouco, pois, de algum

modo, é como se eu mesmo soubesse que Ele sabe, e, assim, pelo excesso de certeza acerca Dele, não peço como foi ordenado que eu fizesse. Porém, quando faço, minha alegria é sempre completa, pois, muitas vezes, vejo na hora as coisas acontecerem. Outras vezes, no entanto, demora um pouco, e, em tais casos mais demorados, nem sempre a resposta vem como solicitada, pois, de fato, sempre vem melhor.

Eu, todavia, creio que se alguém se dedica a pedir aquilo ao que Jesus diz “amém”, não há como não vir a acontecer.

Jesus enfatizou a oração mais do que qualquer outro tema.

Sim! Jesus manda orar; orar mesmo; orar sem cessar; orar para não entrar em tentação; orar para amar o inimigo; orar pela vinda do reino; orar pelos doentes e encarcerados; orar pelos aflitos do mundo; orar por reis e governantes; orar pedindo que a grande tribulação não seja longa demais; orar pedindo que nossas fugas não sejam no inverno da vida; orar pela subversão dos poderes do mundo; orar sabendo que nenhuma autoridade manda em nada; orar crendo que para Deus tudo é possível.

Sobretudo, Jesus mandou orar com amizade por Deus, com solidariedade pelas causas do céu na terra!

Oração, todavia, hoje em dia, é, na melhor das hipóteses,

uma macumba, um exercício de poder, um acesso alternativo aos “bens deste mundo”; ou, ainda, apenas um falar autoritário enquanto se marcha no chão do templo pedindo sucesso, carro, casa, emprego, ou soluções para problemas afetivos com o marido, o amante ou a eliminação dos inimigos.

Fui interrompido por alguns minutos!...Mamãe ligou pra mim... Minha tia Elvira, a mais velha da

casa de meu pai, acabou de partir para encontrar com Jesus, com meu avô, com meu pai, com meu irmão Luiz, com meu filho Lukas, e com todos os meus tios e tias que já foram, e, também, foi e já está na presença do Rei da Glória.

Louvado seja Deus pela partida de minha tia santinha e amada!

Aqui de onde estou — sem poder correr até Manaus para sepultá-la e consolar meu primo João Fábio, único filho dela — oro por todos e também pelo meu primo João; e peço ao Espírito Santo que se derrame sobre ele e sobre todos agora.

O Anjo do Senhor está acampado!Por que você não firma o propósito de orar sempre

neste ano?Sim! Falar menos, ouvir mais, opinar menos, julgar nada,

e, em compensação, orar tudo o que antes seria objeto de seus discursos e tentativas de intervenção pessoal!

Fale com Deus. Com os homens adianta muito pouco! Com oração, Nele, que é o meu Amém, Caio

Chega de papo furado.

Vamos ORAR?

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Page 17: refrigério 1ª edição

Num bairro pobre morava uma garotinha muito bonita.Essa menina freqüentava as aulas da escolinha local no mais

lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo.

Assim pensou o humilde mestre: “é uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez, com um sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestido azul.”

Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe sentiu que era pena se, com aquele traje tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas.

Ao fim de uma semana, disse o pai: “Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando um jardim?”

A MENINA DO VESTIDO

E assim fez o pobre casal. Ate que sua casa ficou muito mais bo-nita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências. Assim, todo o bairro melhorava a olhos vistos. Passando um religioso ficou bem impres-sionado e disse: “é lamentável que gente tão esforçada não receba ne-nhuma ajuda do governo”. E saindo dali foi falar com o prefeito, este o autorizou a organizar uma comissão para estudar que melhoramen-tos eram necessários ao bairro. Daí surgiu muitas outras comissões e hoje, por todo o país, elas ajudam os bairros pobres a se reconstru-írem.

E pensar que tudo começou com um vestido azul. Não era inten-ção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse os bairros abandonados de todo o país. Mas ele fez a sua parte, o primeiro movimento, do qual se desencadeou toda aque-la transformação.

E você esta disposto a fazer a sua parte?

AZUL

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Afinal de contas, quais são esses tais exercícios espiritu-ais? Evidentemente, não estamos falando de polichinelos e de abdominais. Ou estamos? Veremos... Os mestres da espiri-tualidade, aqueles que buscaram a realização de seu máximo potencial mediante um relacionamento pessoal com Deus, nos deixaram um legado. Suas práticas espirituais ficaram marca-das como pegadas na areia. Minhas pesquisas me levaram a classificar os exercícios espirituais- áskesis - em quatro grupos: físicos, devocionais, interpessoais e de abstinência .

Os exercícios físicos, como, por exemplo, as caminhadas (no meu caso, as corridas diárias), são imprescindíveis para a saúde plena. A conhecida máxima “mente sã em corpo são’’(atribuída aos gregos, mas que, na realidade, foi defendida pelo escritor satírico romano Juvenal, 128 d.C.) está ancorada na sabedoria da espiritualidade do Oriente, que ensina que o corpo e a men-te são um só. Quem cuida do corpo cuida de tudo, e quem cui-da de tudo não pode deixar de cuidar do corpo.

Os jejuns também estão incluídos nas disciplinas espiritu-ais que classifico como físicas. A abstinência do alimento nos ensina que “Não só de pão viverá o homem, mas de toda pala-vra que procede da boca de Deus ”e a desfrutar de uma comida que o mundo não conhece, a saber, a vontade de Deus. A abs-tinência do alimento nos treina a renunciar prazeres legítimos para nos tornamos como pretendeu Thomas à Kempis, ao dizer que “quem melhor sabe sofrer, maior paz terá. Esse é vencedor de si mesmo e senhor do mundo, amigo de Cristo e herdei-ro do céu”. Mais do que o jejum, devemos cultivar uma dieta equilibrada, como, por exemplo, o profeta Daniel que não quis as iguarias do rei e escolheu água e vegetais para sua alimen-tação.

As disciplinas espirituais que chamo de devocionais in-cluem, por exemplo, a leitura e o estudo. A transformação da

mente, por meio da constante substituição da mentira pela verdade: “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”. A base cristã é a Bíblia. Mas não apenas a Bíblia. Todas as ciên-cias paralelas à teologia devem ser valorizadas, e todo o acervo do discernimento humano deve ser acessado, pois tudo o que está na Bíblia é verdade, mas nem tudo o que é verdade está na Bíblia.

Além do esforço analítico, podemos desenvolver a capaci-dade de introspecção supraconsciente.

O processo científico possui três estágios de introspecção. O primeiro é a concentração para a coleta de evidencias. O se-gundo é a contemplação para a análise, que deve resultar na compreensão dos fenômenos observados de modo a possibili-tar uma formulação teórica não resultam, necessariamente, da analise dos dados, mas surgem “espontaneamente”, quando o pesquisador está no banho ou passeando a beira-mar. O pro-cesso cientifico não é completo sem essas percepções repenti-nas que procedem não de um estado de consciência analítico, mas sim da totalidade do ser, que conversa consigo mesmo e com o mundo à sua volta numa dimensão supraconsciente . Podemos fazer um paralelo com a meditação: meditar é pene-trar esse espaço que transcende a análise e a contemplação, em que podemos ouvir a voz de Deus falando através dos pen-samentos que são nossos, mas que não tiveram origem em nós.

A oração é outra disciplina devocional. Orar é estar com Deus. Às vezes, em diálogo profundo e consciente. Não raras vezes, alem das palavras.

Mergulhar o pensamento em Deus nos leva a adoração. O encontro com Deus é indissociável da experiência do louvor: “Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sem-pre”. Todo aquele que anda com Deus atravessou as portas do louvor e das ações de graças, pois Deus está apenas e tão-somente do outro lado do abandono do eu como objetivo de veneração.

Exercícios espirituais, você pratica?

Leia mais...

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seGReDO PaRa PeRDeR uMa aMIZaDeMEU FILHO, SE você se ofereceu para pagar dívidas de algum

amigo novo ou pessoa estranha, agora está preso pelas suas pró-prias palavras; caiu numa armadilha perigosa.

Faça todo o possível para sair dela bem depressa, porque você está preso ao seu amigo pelo compromisso que assumiu. Procure esse amigo e insista com ele, pedindo para ficar livre do trato que fizeram. Não se incomode nem pense que isso vai ser uma vergonha.

Não deixe nem mais um dia passar sem fazer isso; não vá dormir antes de conseguir escapar desse perigo.

Se você conseguir escapar, se salvará como a gazela que es-capa do caçador, como, um pássaro que foge do alçapão.

PReGuIça, O seGReDO DO fRaCassO!Preguiçoso, observa bem as formigas e aprenda uma pro-

funda lição com elas.Elas não têm reis ou governadores para dar ordens e no en-

tanto, trabalham durante o verão, ajuntando comida para o in-verno.

Mas você, preguiçoso, só sabe dormir! Até quando você pre-tende ficar nessa “vida boa”?

“Ah, deixe-me descansar mais um pouquinho mais!” Sim, descanse mais um pouquinho e a sua pobreza chegará de re-pente, como um ladrão.

A necessidade cairá sobre você de surpresa, como um ban-dido armado.

O seGReDO PaRa fICaR faMOsOQuem sempre fala a verdade receberá muitos benefícios por

causa disso; quem ajuda outros com as suas mãos receberá fa-vores em troca.

seGReDOs aCeRCa DO DINHeIROO dinheiro que vem facilmente vai-se embora depressa; O dinheiro ganho com o suor do rosto acaba rendendo juros.

O seGReDO Da MuLHeR beM suCeDIDa e feLIZ!A MULHER SÁBIA faz do seu lar um paraíso, mas a mulher

tola, sozinha, estraga a vida de sua família.

O seGReDO PaRa veNCeR a CRIseQuem obedece e respeita o Senhor Eterno tem uma força

especial e um apoio nas horas difíceis;Sua família será abençoada e protegida por Deus.

O eTeRNO esTa Te fILMaNDO!O Senhor vê tudo que acontece em toda parte; Ele observa o

comportamento dos bons e dos maus.

O seGReDO De uMa faMíLIa sauDáveL É melhor comer um prato de verduras e ter paz na família do

que ter filé em todas as refeições num lar cheio de ódio.

O seGReDO DO suCessO!Deixe nas mãos do Senhor o Eterno tudo quanto você fizer e

todos os seus planos serão realizados.

O seGReDO PaRa NÃO TeR INIMIGOsQuando a vida de um homem agrada ao Senhor, Ele trans-

forma os inimigos desse homem em grandes amigos.

seGReDO PaRa se TORNaR uM CHaTOQuem perdoa uma maldade sofrida demonstra amor, mas

quem vive relembrando problemas passados, destrói boas ami-zades.

O seGReDO PaRa MaNTeR uM aMIGONão exagere nas visitas a casa do seu amigo, senão ele já não

ficará contente com a sua presença.

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Uma das maiores queixas das mulheres em nossos dias é de que lutam com todo o empenho para conquistarem determinado homem que amam de paixão, no entanto não conseguem de seus amados o compro-misso, e nem que “assumam” as relações. Muitas são conquistadas, e quando se entre-gam... São mais do que rapidamente aban-donadas e ficam a “ver navios”.

Para alguns homens, a busca inquieta pela conquista, toma o lugar da estabilida-de na relação. O grande objeto do desejo é a conquista e não o conquistado.

Para aquele que seduz, a concretização da conquista traz a monotonia, e desta for-ma, as relações são rápidas e sem nenhum vínculo afetivo.

Segundo Jung, os efeitos do complexo materno, a princípio positivo, podem gerar distúrbios psíquicos, como o homossexua-lismo, a impotência sexual e o

Don Juanismo. No homossexualismo, por exemplo, a heterossexualidade do filho fica presa à mãe de forma inconsciente. Já no Don Juanismo, a imagem da mãe é a imagem da mulher perfeita, que não possui defeito e que está sempre de prontidão para atender os desejos do homem. Esta figura materna, fortemente registrada na psique do homem in-terfere cada vez que o portador se apaixona por uma mulher e sente-se atraído sexualmente por ela...e assim que realiza a conquista.

A conquista é o “lugar” aonde acontece a comparação e toda a paixão desaparece repentinamente deixando a relação sem graça e desinteressante. Aí chega a “decepção”, e ele interrompe a relação. Não consegue firmar laços duradouros porque busca a perfeição em todas as mulheres, acabando por encontrar de-feitos em todas. Na verdade, este tipo de homem está sempre procurando a imagem da mãe nas outras mulheres. (às vezes a relação com a mãe foi boa demais, gerando a dificuldade da quebra de vínculo no inconsciente).

No entanto, outros fatores são observados no comporta-mento daqueles que apresentam a síndrome de Don Juan ou Don Juanismo, que não necessariamente afetam somente ho-mens, mas também mulheres (Don Juanismo feminino ou tam-bém a ninfomania).

Um dos outros fatores vastamente observados são o comple-xo de rejeição que traz consigo a característica do medo de amar.

Muitos homens interessantes, inteligentes, algumas vezes

já estabilizados profissionalmente na vida, não conseguem de forma alguma amar uma mulher e se dedicarem a ela, pois temem o abandono. E desta forma, o comportamento fica sempre no plano da conquista, pois te-mem o envolvimento afetivo verdadeiro, e o sofrimento que porventura advenha desta relação de compromisso.

A conquista passa a ser o objetivo e quando concretizada, eles sabem que ne-cessitarão firmar laços afetivos e convivên-cia duradoura... O que os assusta e os afasta. E assim partem para nova conquista que se afigure como novidade.

Podemos observar no Don Juanismo apresentado como comportamento advin-do do complexo de rejeição, que o porta-dor lidou muitas vezes a vida inteira com o abandono paterno, ou materno... E foi cons-truindo ao longo do tempo a ideia de que não é capaz de ser amado. Por esta razão não ama, pelo medo da decepção.

Outro fator também observado no comportamento do por-tador da síndrome é o caso de abuso sexual na infância, apesar de algumas correntes na psicologia ou na psiquiatria não con-cordarem que haja ligação.

Existem ainda, aqueles casos de amor não finalizado, em que o homem saiu da relação e procura em todas as outras rela-ções desesperadamente, a imagem de sua amada, que o aban-donou ou deixou de amá-lo. Isto o estimula a manter a imagem do conquistador, para a preservação de seu ego, porém como existe a comparação latente e sutil, nenhuma mulher consegue de fato preencher a lacuna deixada na sua lembrança.

Ao contrário do que se pensa, o portador do Don Juanismo so-fre, pois se vê incapaz de criar vínculos relacionais, pois a causa ou o motivo pelo qual ele tem este tipo de comportamento, não lhe são claros e a única sensação é a lacuna ou grande vazio experimenta-do na alma, por não conseguir viver a fundo nenhuma relação.

A forma de superar este problema, é principalmente tomar consciência do que originou esta síndrome.... Isto poderá acon-tecer através da terapia, aonde se busca a fundo reforçar a cons-ciência sobre si mesmo e sobre os comportamentos inexplicá-veis, além de entender que muito melhor que a conquista é viver a relação de amor com cumplicidade, que faz de outro ser o complemento de seu próprio ser no caminho da existência.

“O amor é o sentimento curativo para a alma de todos os homens”.

Sedução compulsivaDom Juanismo

Ana D´Araújo

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Quando o

coração do

homem está

pesado, todos os

dias são escuros

e cinzentos.

Quando o

coração está

alegre, todo dia

é dia de festa.

(Provérbios 15:15 Bíblia Viva.)

O Senhor sabe

muito bem o

que se passa

no fundo dos

mares e o

que acontece

no reino dos

mortos.

Imaginem

como Ele

conhece bem

os nossos

corações!

(Provérbios 15:11 Bíblia Viva.)

Um olhar

amigo alegra o

coração e uma

boa notícia dá

mais ânimo

de enfrentar a

vida.

O coração do

homem sábio

controla suas

palavras e

transforma esse

homem num

ótimo professor

e conselheiro.

O coração alegre

é bom remédio

para o corpo,

mas a tristeza

na alma acaba

com a saúde do

homem.

Não existe uma

pessoa sequer

capaz de dizer:

“Purifiquei o

meu coração:

Estou sem

qualquer

pecado.”

O dinheiro

ganho com

desonestidade

pode comprar

muita coisa

boa, mas

depois deixa

a consciência

amarga e o

coração doído.

(Provérbios 15:30 Bíblia Viva.)

(Provérbios 16:23 Bíblia Viva.)

(Provérbios 17:22 Bíblia Viva.)

(Provérbios 20:09 Bíblia Viva.)

(Provérbios 20:17 Bíblia Viva.)

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Page 22: refrigério 1ª edição

A cada dia mais me impressiona a simplicidade de Jesus em relação a tudo.

Ele negou-se a tratar de quase tudo o que a filosofia e a teologia tratam com avidez.

A origem do mal Ele simplesmente desprezou em qualquer que seja a explicação “metafísi-

ca”. Simplesmente disse que o mal existe. E o tratou com realidade óbvia.

O problema da dor foi por Ele tratado com as mãos, não com palavras e discursos.

As desigualdades sociais foram todas reconhecidas, mas não se o vê armando qualquer ação

popular contra elas. Seus protestos eram todos ligados à perversão do coração, mas nunca se tornavam projeto

político, ou passeatas, ou bandeiras. A “queda” não é objeto de nenhuma especulação da parte Dele. Bastava a todos ver as con-

sequências dela. Sobre a morte sua resposta foi a paz e a vida eterna.

Jamais tentou justificar o Pai de nada. Apenas disse que Ele é bom e justo.

Mandou lutar contra os poderes da hipocrisia e do desamor, mas não deu nenhuma garantia

de que se os venceria na Terra. Sua grande resposta à catástrofe humana foi a promessa de Sua vinda, e nada mais.

Nunca pediu que se estabelecesse o Reino de Deus fora do homem, mas sempre dentro dele;

a sIMPLICIDaDe PROfuNDa e esMaGaDORa De Jesus

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Page 23: refrigério 1ª edição

pois, fora, o reino, por hora, era do príncipe deste mundo.

Não buscou ninguém com poder a fim de ajudar qualquer coisa em Sua missão.

Adulto, foi ao templo apenas para pregar aquilo que acabaria com o significado do tem-

plo como lugar de culto. Fez da vida o sagrado, e de todo homem um altar no qual Deus é servido em amor.

Chamou o dinheiro de “deus”, mas se serviu dele como simples meio.

Pagou impostos; mas nunca cobrou nada de ninguém, exceto amor ao próximo.

A morte para Ele não era mesma coisa que é para nós. Morrer não era mal. Viver mal é

que era mau. Em Seus ensinos Ele sempre parte do que existe como realidade e nega-se fazer qualquer

viagem para aquém do dia de hoje. Para Ele o mundo se explicava pelas ações dos homens, e prescindia de análises; pois,

tudo era mais que óbvio. Não teologizou sobre nada. E todas as Suas respostas aos escribas e teólogos eram feitas

de questões sobre a vida e seu significado agora; e sempre relacionado ao que se tem que

ser e fazer. Quando indagado de onde vinha o “joio”, Ele simplesmente diz: “Um inimigo fez isso...”

— referindo-se ao diabo. Prega a Palavra, e não tenta controlá-la. Vê pessoas crerem, mas não tem nenhuma fixação em fazê-las suas seguidoras físicas e

geográficas. Não tem pressa, embora saiba que o mundo precisa conhecer Sua Palavra.

Cita as Escrituras sem nenhuma preocupação com autores, contextos ou momentos his-

tóricos. Arranca certezas da Palavra baseadas em um verbo “ser” — aludindo ao fato de Deus ser

Deus de vivos e não de mortos, pois, “para ele todos vivem”.

Ensina que a morte é o fundamento da vida, e tira dela o poder de matar, dando a ela a

força das sementes que ao morrerem dão muito fruto.

E assim Ele vai...E assim Nele é! Nele, para Quem a filosofia é a vida em amor,

Caio

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Page 24: refrigério 1ª edição

Quase ninguém sabe o que é benzil-penicilina benzatina, mesmo os que já sofreram na ponta da agulha de um Ben-zetacil. E o que dizer do bromazepan, cujo nome de guerra é Lexotan! Sabe quem é o brometo de n-butilescopolamina? Nada mais, nada menos do que o Buscopam. E se você preferir o Buscopam Composto, bas-ta chegar à farmácia e pedir brometo de n-butilescopolamina com dipirona sódica. O aciclovir é o mais conhecido como Zovirax, e o cloridrato de fluoxetina é o famosíssi-mo Prozac. Jamais viajo sem a companhia de mucato de isometepteno mais dipirona sódica mais cafeína anidra: a Neosaldina.

O Evangelho é um santo remédio. Bem, pelo menos, costumava ser. Ou me-lhor, ainda é, caso estejamos falando do genérico. Sim, porque os laboratórios eclesiásticos institucionais empacotaram a essência de maneira a torná-la mais atra-ente e, nessa manipulação de substâncias, o conteúdo do Evangelho foi alterado. Até porque mais vale a embalagem e o marke-ting do que o remédio em si. Fiz uma pe-quena pesquisa no mercado e encontrei o genérico do Evangelho empacotado com diversas versões. Uma pior do que a outra, mas todas muito populares.

encontrei o evangelho versão in-corporação. A receita diz que o usuário deve esvaziar-se completamente de suas responsabilidades pessoais para tornar-se gradativamente um mero instrumento despersonalizado das forças espirituais. A fórmula foi muito usada nos terreiros de macumba e centros espíritas, adotadas pelos “cavalos” e “cambonos”, e depois foi adotada por setores da Igreja Evangélica que acreditam que o ideal da intimidade com Deus e desempenho ministerial é completa anulação de si mesmo em sujei-ção ao Espírito-espírito. Ao usar o Evange-lho versão incorporação, o usuário passa a justificar todas as coisas pela ação direta do Espírito Santo- ou outro espírito, sabe lá: “ Foi o Espírito quem mandou”; Foi o Es-

SANTO REMÉDIO

Livro Outra espiritualidadePr. Ed René Kivitz

pírito q uem disse”; Foi o Espírito quem me conduziu”, e outras coisas, como se o Espíri-to Santo tivesse baixado no sujeito, da mes-ma forma que nos terreiros baixa o santo.

encontrei também o evangelho ver-são segregação. Esse aí, muito caro. Usado apenas por uma casta especial de favoreci-dos por Deus: os filhos do Rei. Os usuários do Evangelho segregação proclamam que as riquezas do mundo pertencem a Deus e seus filhos, e foram usurpadas pelo Diabo e pelos ímpios. Acreditam que, após algu-mas doses regulares, geralmente tomadas em correntes e vigílias, os favorecimentos divinos vão sendo canalizados na direção deles, e somente deles. Dizem que o pão é nosso, mas “nosso” significa “nosso, dos crentes”. A fórmula foi emprestada dos re-gimes totalitários, em que benesses sociais são acessíveis apenas aos que são leais ao poder estabelecido, e os “rebeldes” são es-poliados em favor de uma minoria. Diver-sos segmentos da Igreja Evangélica acre-ditam que Deus existe para satisfazer os seus, e o mundo existe para ser saqueado.

Há também o evangelho de media-

ção. Este é administrado apenas nas far-mácias espirituais certas, em sujeição aos enfermeiros espirituais certos. Sua fórmula foi desenvolvida na tradição do catolicismo romano pós-Constantino, e está baseada no “institucionalismo hierarquizado” muito popular nos grandes impérios eclesiásticos centrados nas figuras carismáticas de seus fundadores e proprietários. Desde os tem-pos da Idade Média, quando bastava ser nascido dentro das fronteiras do império para ser considerado cristão, há segmen-tos da Igreja Evangélica que acreditam que a relação com Deus é um subproduto da correta identificação institucional. A pro-paganda deste remédio não fala mais de antes e depois do Evangelho, antes e de-pois de Cristo, mas antes e depois da igreja A ou B, antes e depois da unção do bispo, do missionário, do apóstolo.

Já deparei também com o evange-lho versão sacramentalismo. Este remé-dio é administrado com dia e hora marca-dos, aliás, como a maioria dos remédios. Para ter acesso a uma dose, o usuário deve comparecer às atividades propostas pela autoridade clínica: a igreja e seu respec-tivo guru. Justiça seja feita, ninguém fica sem uma dose. Basta ligar o rádio e a TV, e logo os usuários ficam sabendo onde será e quando começa a próxima corren-te da fé, a campanha da vitória, a noite do milagre, o dia do santo jejum, e por ai vai. Quem não estiver lá, perde a dose. Fica sem o remédio. A fórmula foi desenvolvida também na cultura da Santa Missa – sacra-mento que supõe transferir graça – e ado-tada por segmentos da Igreja Evangélica que acreditam que a participação na ciran-da do culto é a principal fonte de benefício espiritual para os fiéis. E a fonte de enriquecimento para a indústria farmacêu-tica espiritual, é claro.

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Era final dos anos 80 eu ainda cursa-va a sexta série, era um adolescente so-nhador vivia no mundo das idéias e me lembro que resistia ao assédio da maco-nha e da cola de sapateiro que devastava vários meninos da minha idade, foi Deus mesmo que me livrou, naqueles dias não era fácil resistir à tentação, muitos su-cumbiram...

Morávamos no carapina um bairro que apesar de estar próximo ao cen-tro nunca foi bem visto pela sociedade valadarense. Era lugar de gente pobre, vadios, maloqueiros, prostitutas, cacha-ceiros, trombadinhas, maconheiros e perseguidos da justiça.

As blitz era uma rotina, as policias ci-vil e militar quase todos os dias “subiam o morro” para encher as celas do famoso “posto policial” e depois de muita humi-lhação aos “suspeitos” e aos seus fami-liares, quebrar o pau a portas fechadas, ouvia-se de longe os berros e pedidos de clemência que recebiam como resposta por parte dos policiais palavras de despre-zo e humilhação do tipo: “bandido tem é que morrer!” “seu miserável você não vale uma bala do meu revólver” e outras coisas mais que deixavam todos os moradores do bairro abalados por vários dias...

Mas lá no morro não tinha só o “pos-to policial” onde as pessoas eram casti-gadas... Lá também tinha uma escola do Estado, a famosa Escola Estadual Carlos Luz e nesta escola tinha uma diretora gente boa de Deus que acreditava nas pessoas, crianças e adolescentes do Mor-ro do Carapina e fazia de tudo para nos mostrar e ensinar isso.

Era uma mulher de expressão, 1,70 de altura sorriso largo porém respeitoso, usava óculos com armação grossa e pre-ta gostava de vestidos longos e floridos sapatos com salto alto. Tinha ares de di-tadora mas era um doce de mulher era querida e respeitada pelas professoras que a reportavam de tudo e volta e meia ela acalmava os ânimos dos travessos só com sua chegada na sala de aula.

Ela colocou como prática em todas as segundas feiras do mês o “dia cívico” antes de entrarmos para a sala de aula todos os alunos eram reunidos no pátio enfileira-dos na posição de sentido, acompanhá-vamos em alto e bom som a execução do hino nacional tocado num toca disco de

vinil. Ela exigia que todos cantassem em to-tal devoção e respeito, pois afinal se tratava do nosso hino nacional!

Mas o momento mais marcante ocor-ria logo após a execução do hino, dona Ângela com aquele olhar firme e sério mo-vimentando-se de um lado para o outro para que pudesse olhar nos nossos olhos atentos dizia sem rodeios:

“As pessoas lá em baixo estão engana-das acerca de vocês, pensam que aqui só moram trombadinhas, vadios e todo tipo de gente ruim, por isso falam mal do mor-ro do carapina, têm medo de subir aqui, e evitam esse lugar! Mas nós sabemos que elas estão enganadas elas não conhecem vocês os alunos do Carlos Luz elas não sa-bem que aqui vocês estão sendo prepara-dos para fazer a diferença, para escrever outra história, para ser uma geração de gente de bem!

Elas não sabem que muitos de vocês serão advogados, professores, policiais, boas donas de casa, enfermeiras, bons po-líticos, padres, pastores, e com famílias for-tes e unidas! Eles não sabem, mas é só uma questão de tempo e eles vão ver todos vo-cês descerem o morro para fazer a diferen-ça eu creio nisto, todos os professores que aqui ensinam crêem nisso e Deus vai nos dá vida para testemunhamos isto!”

Ela dizia essas coisas e a vibração da sua voz era tão firme e confiante que muitos de nós tremíamos com aquelas palavras...

Ela tinha razão muitos de nós, a grande maioria, foi abençoada com aquelas pala-vras proféticas de incentivo. Já se passaram quase 25 anos e aquela geração que Ângela do Amaral pastoreou sobreviveu e estão por aí nos mais diversos setores da sociedade valadarense e do mundo seguindo o seu exemplo!

“Acreditando nas pessoas”

Faça como Ângela amaral, acredite nas pessoas!

José Maria

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O maior problema com a depressão, além do horrível estado que ela impõe, é o julgamento moral que fazemos dela.

Isto porque por mais que a pessoa saiba quais são as causas de sua depres-são—seja ela química, traumática, sistêmi-ca, neurológica, ou até genética—ela tra-ta o seu próprio sentir “depressivo” como algo moralmente ruim; diferentemente da alegria, que não recebe julgamento moral algum de nossa parte.

Depressão é horrível, e qualquer com-paração com o seu sentir é bobagem. No entanto, cometerei tal bobagem assim mesmo, apenas por uma questão ilustra-tiva.

Quem vive em permanente estado de depressão, tem que, além de se medicar, tratar a depressão com a atitude de um diabético, ou de um hemofílico, que pode sentir todos os desconfortos com o proble-ma, mas não o trata de modo moral como desconforto.

Por que será que a depressão é senti-da de modo moral? Sim, com culpa? Nossa cultura tem raízes hedônicas que foram batizadas pela culpa cristã relacionadas à tristeza da alma.

Isto porque as nossas raízes hedôni-cas nos sugerem o prazer como estado a ser buscado como sucesso para o ser. E a moral cristã, tirou a força do hedonismo do prazer, e a colocou na alegria santa; po-rém manteve seu anátema sobre a tristeza. Assim, carrega-se certa culpa pela alegria que se relaciona ao prazer do corpo (hedo-nismo), e, muita culpa em relação a qual-quer forma de tristeza que não seja fruto da dor da morte de alguém amado.

Ou seja: as dores racionais e obvias como aquela que é marcada pela morte, é aceitável e digna; porém a dor-tristeza sem

vão desde predisposições genéticas, pas-sam pela constituição psicológica, cami-nham por dentro do mundo dos traumas e perdas, e podem ser, também, de natureza química, com disfunções na engenharia cerebral ou neurológica.

Há também casos de depressão pro-vocada pelo uso excessivo de certas dro-gas ou álcool.

Alguém pergunta: E não há depres-são de natureza espiritual? Ora, é claro que também há. No entanto, tais depressões são de natureza diferente, podendo ser apenas o resultado da culpa; ou, algumas vezes, de opressão espiritual direta. No en-tanto, tais casos são raros, sendo, na maio-ria das vezes, fruto do envolvimento da pessoa com invocações de natureza ma-ligna ou carregada de escuridade espiritu-al e psicológica. Ora, mesmo sabendo de todas essas variáveis, se eu tivesse que dar um conselho geral a todos os deprimidos, independentemente da causa da depres-são, eu diria o seguinte:

1. Faça de qualquer depressão um bem, simplesmente não gerando associa-ção entre o estado de depressão a qual-quer forma de culpa moral.

E, caso tenha havido culpa no nasce-douro do estado, receba o perdão, creia, e desmoralize a depressão. Ou seja: se ela permanecer, já não será como tristeza para a morte, que é fruto da culpa; mas sim como tristeza para a vida, e que fará me-lhor e mais doce o coração.

2. Não se fixe na depressão. Deixe que ela se vire sozinha. Dar atenção à depres-são é como fazer carinho na tristeza como vício. Portanto, não a negue, mas não a sente no trono de seu ser como senhora de seus sentimentos

3. Busque a natureza, o ar livre, a

Que Depressao

“causa traumática”, sendo por sua natureza abstrata, é sempre taxada, ainda que sem palavras (muitas vezes com palavras, espe-cialmente na igreja), como algo mal, e que pode ir da acusação de falta de fé, passan-do pela insinuação de que “falta Deus na vida”, podendo chegar ao extremo da pes-soa ser objeto da acusação de estar “opri-mida” pelo diabo.

Ora, conquanto a depressão seja co-nhecida em todas as culturas da terra, é no ocidente-cristão que ele cresceu a ponto de se transformar em epidemia de nature-za psicológica ou psiquiátrica.

A questão é que a proposta “cristã” (digo “cristã”, porque falo do fenômeno hu-mano, e suas construções de pensamen-to), chega carregada da promessa de que a “vida com Cristo” é uma existência acima do bem e do mal; o que tanto não é verda-de pratica, quanto também é uma perver-são do ensino existencial do Evangelho.

Jesus é Aquele que se alegrava e exul-tava no espírito, ao mesmo tempo em que é Varão de Dores, e que sabe o que é pa-decer. É Ele quem diz: “A minha alma está profundamente triste, até a morte; ficai co-migo, e vigiai... Vós sois os que tendes per-manecido comigo em minhas tentações...” Ele disse que no mundo se teria aflição, e ensinou que o bem-aventurado aprende a ser feliz enquanto sofre e chora!

Um homem como o profeta Jeremias seria classificado imediatamente como maníaco-depressivo se vivesse entre nós. E eu não digo que não fosse; digo apenas que não interessa; e pela simples razão de que Deus lida com os estados abismais da alma tanto quanto lida e se serve dos esta-dos de elevação feliz.

(...)As causas da depressão são muitas, e

insuportavel!--

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praia, a piscina, o sol, o pé no chão, a grama, a terra, as fontes de águas, as ati-vidades físicas, o toque, o amor, o sexo, a companhia de amigos, os papos dife-rentes, e, sobretudo, descanse no amor de Deus. Sei que uma pessoa deprimida quer se prender dentro do quarto, fe-char a janela, e se enterrar na escuridão, noite e dia. No entanto, minha experiên-cia—tanto em mim mesmo como obser-vando a praticidade deste conselho em outros—, verifico que a natureza e a vol-ta aos elementos básicos da criação, têm um poder enorme na cura e restauração das energias psíquicas e vitais, fazendo com que pelo menos 50% do problema comece a se esvair.

4. Não fique com pena de você. De-pressão ama auto-piedade. Olhe para a depressão como um estado criativo, e não como algo paralisante. Sempre tratei a de-pressão com criatividade. (...)

5. Leia os salmos. Todos eles. E observe como alegria e tristeza tem o mesmo po-der: gerar orações. A alegria produz ações de graça, e a depressão produz a expansão

da comunhão com Deus, produzindo ora-ção de verdade visceral. Os salmos são es-ses relatos existenciais; e neles a gente vê que tristeza e alegria é a mesma coisa no que diz respeito a poderem conviver com o melhor da espiritualidade humana.

6. Tome os remédios próprios sem culpa e sem julgamento moral e espiritual acerca do estado para o qual eles são recei-tados. E recorra a terapias.

Aprender a lidar com a depressão é um exercício de sabedoria espiritual, especial-mente para quem vive massacrado pelos “demônios” da urbanidade e da chamada vida pós-moderna.

Use a depressão. Não deixe ela usar você. E não fique se perguntando, quando você estiver se sentindo surpreendente-mente bem: “Ei, onde está a depressão?” Você deve saber, no entanto, que quem tem depressão de natureza química ou neurológica, deverá tomar medicação com o mesmo carinho e simplicidade prática com a qual um diabético toma insulina.

E não fique pedindo cura a Deus para a depressão, pois, deprime muito mais. Se

Deus curar você disso, agradeça; mas se não houver nenhuma cura milagrosa, não se deprima, e não se julgue moralmente por isto; tipo: “Vai var que tem algo errado em mim”.

Sugiro-lhe também que procure a me-dicina ortomolecular e que também faça exames de mineralogia.

Muitas vezes quando se detecta quais são os elementos químicos que estão fal-tando no cérebro, e se faz suplementação deles por via médica, as depressões vão desaparecendo na medida em que a quí-mica orgânica vai se re-equilibrando.

Tenho visto pessoas que sofriam de depressão crônica por décadas ficarem completamente boas de seus desconfor-tos, apenas fazendo reposição de elemen-tos químicos que faltavam no corpo.

Espero ter sido de algum modo útil. Receba meu carinho! Nele, que confessou Sua tristeza no dia de Sua dor,

Caio.

www.caiofabio.com

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A luz do corpo está no olhar. Quando os teus olhos olharem com olhos do bem, o

que verás será bom, e, assim, todo o teu ser será luminoso.Mas quando os teus olhos enxergarem com os olhos da

maldade, todo o teu ser se tornará tenebroso.Então, cuida para que o teu olhar, que te foi dado para

ser luz, não se transforme em gerador de trevas.Pois se o que foi feito para iluminar o ser, tornar-se o

oposto; então, aquilo que te seria luz, te será escuridão maior que as próprias trevas.

Terás te tornado duplamente cego: já não verás o próximo, e nem verás a ti mesmo; pois, cego estarás para enxergar com verdade que o que vês fora, nada mais é que aquilo que não vês dentro de ti mesmo.

Sim! Que grandes trevas serão as tuas!Portanto, vê como tu olhas todas as coisas.As coisas são somente as coisas.Mas é do coração que nasce a tua luz.Portanto, não te tornes em fonte de trevas para ti mes-

mo, permitindo que aquilo que em ti foi feito para ser tua fonte de luz, exista como negação de seu chamado origi-nal: os olhos são para ver, não para imprimir ou falsificar.

Se o permitires, tu jamais conhecerás limites para a tua própria escuridade.

A luz do ser vem dos desígnios de teu próprio coração!Maus desígnios emanam luz-negra. Assim, vê-se a tudo

com o olhar que projeta aquilo que o coração tem dentro de si mesmo.

Um olhar que decidiu ver o que é bom e com bondade, iluminará a si mesmo, e verá a tudo mais com a projeção do que é verdadeiro.

Assim, até o discernimento exterior daquilo que é mau, corresponderá à própria luz, pois tudo o que se manifesta como é e como tal, também é luz.

A luz chama de bem até aquilo que discerne como mau, pois vê com verdade aquilo à que tal coisa correspon-de. E isso é bom.

Por isso, todas as coisas são puras para os puros, pois, os puros de coração são os que vêem as coisas como elas são, e não projetam nelas nenhuma falsificação: seja tentando fazer o bem ficar melhor; ou tentando fazer o mal ficar menor, ou mesmo pior.

O que ilumina o ser é a verdade, não a ignorância e nem a malícia.

A ignorância, subtrai da realidade.A malícia, aumenta ou falsifica a realidade.O ser que bem-vê a vida, carrega uma luz que é identi-

ficada tanto pelos homens—até os antagonistas—, como também pelo mundo espiritual.

É buscando sempre as melhores alternativas para as pessoas expressarem o que de melhor pode haver nelas, que construímos um caminho luminoso para nós e para os outros.

Por outro lado, é buscando encontrar o pior das pesso-as, que construímos um caminho tenebroso para o nosso ser e uma vereda escabrosa para o próximo.

Então, dependendo do olhar...Os homens podem até chamar-te de esperto, mas Deus

pode estar apenas te chamando de maldoso.Então, dependendo do olhar...Deus pode estar te chamando de filho da luz, mesmo

que os homens possam te julgar como a um idiota espe-

A LUZ DO TEU CORPO...

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rançoso pela obsessão de encontrar o melhor nas pessoas.Então, dependendo do olhar...Cada um que diga quem é!Dize quem tu és mediante a expressão de um olhar an-

corado na verdade, na realidade e no discernimento, mas nunca na malícia, no autoengano e na tentativa de descon-juntar o ser de teu próximo, arruinando, assim, também a ti próprio.

Que os homens e os anjos vejam que tu sempre chegas e sais com o coração sem o olhar das trevas.

Olha sempre com o olhar da luz.E assim, que grande luz emanará de teu

ser!

Caiowww.caiofabio.com.br

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O carteiro entregou o telegrama.José Roberto não agradeceu e enquan-to abria o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou-lhe conta do rosto.

Palavras breves e incisas: - Seu pai faleceu. Enterro 18horas. Mamãe;

Jose Roberto continuou parado, olhando para o vazio. Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos nenhum aperto no co-ração. Nada!

Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho?

Com um turbilhão de pensamentos confundido-o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a ca-beça girava a mil.

No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada. Ela sabia que pai e filho não se davam bem.

A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feitoas malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa.

Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa...

Ele havia se desligado da família, não pensava no pai e a última coisa na vida

que desejava na vida era ser parecido com ele. O velório: poucas pessoas.

A mãe está lá, pálida, gelada, cho-rosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho, como as que o pai gos-tava de cultivar.

José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era como estar diante de um desconhecido um es-tranho, um...

O funeral: o sabiá cantando, o sol se pondo. Ele ficou em casa com a mãe até a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, por-que aquele que não o amava, não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos nem para criticá-lo.

Na hora da despedida a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão

Há mais tempo você poderia ter re-cebido isto - disse. Mas, infelizmente só depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes...

Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem meteu a mão no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro, revelou uma pequena caderneta de capa verme-lha. Abriu-a curioso.

Páginas amareladas. Na primeira,

no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:

“Nasceu hoje o José Roberto. Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão!

Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na Terra!”.

À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estômago, mistura de dor e perplexi-dade, pois as imagens do passado ressur-giram firmes e atrevidas como se acabas-sem de acontecer!

“Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho! Quando eu o vi de uni-forme, fiquei emocionado e desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria. A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar

por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue”.

Outra página • “Roberto me pediu uma bicicleta,

meu salário não dá, mas ele merece por-que é estudioso e esforçado.

• Fiz um empréstimo que espero pa-gar com horas extras”.

José Roberto mordeu os lábios. Lem-brava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia ter a sua?

a caderneta vermelha

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sem valor como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, música, cor, alegria, des-preocupação, vaidade. Não era ele um semideus?

Agora, porém, o tempo o havia enve-lhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói. De repente. No jogo da vida, ele era o pai e seus atuais con-testadores.

Como não havia pensado nisso an-tes? Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de pas-sar fins de semana longe da cidade gran-de, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos.

Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha para anotar uma frase sobre seus herdei-ros, jamais lhe havia passado pela cabe-ça escrever que tinha orgulho daqueles-que continuam o seu nome. Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra?

Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer pro-curando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo, encontrou apenas o vazio.

Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol acabava de nascer. Então, José Rober-to acariciou as pétalas e lembrou-se da mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes?

Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, de repente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora:

“Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego.”

“FALE, CURTA, ABRACE, BEIJE,SINTA E AME TODAS AS PESSOAS COM QUE VOCÊ PODE VER E TOCAR” APROVEITE!!!

“É duro para um pai castigar um fi-lhoe bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para-seu próprio bem.” “Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o úni-co modo que sei de ensiná-lo”.

José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia e na-quela noite, se o pai não tivesse apareci-do para impedí-lo de ir ao baile com os amigos...

Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue que tinha batido contra uma árvore... Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira en-quanto quatro caixões seguiam lugubre-mente para o cemitério.

As páginas se sucediam com ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revelam o quanto, em si-lêncio e amargura, o pai o havia amado. O “velho” escrevia de madrugada.

Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era,ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgas-sem nem fraco e nem covarde. E, no en-tanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.A última página. Aquela do dia em que ele havia partido: - “Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado culpado, se nada fiz, senão tentar trans-formá-lo em um homem de bem?”

“Meu Deus, não permita que esta in-justiça me atormente para sempre.

Que um dia ele possa me compreen-der e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter.”

Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o pai tinha morrido naquele momento,José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito doía. O coração parecia haver cres-cido tanto, que lutava para escapar pela boca.

Nem viu o ônibus entrar na rodovi-ária, levantou aflito e saiu quase cor-rendo porque precisava de ar puro para respirar.

A aurora rompia no céu e mais um dia começava.

“Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranquilos!” - certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido o na profundidade que ela con-tinha. Em sua egocêntrica cegueira de adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas.

Para ele, os pais eram descartáveis e

Circula na rede www

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O seNHOR NÃO PODe seR O seu PasTOR eNQuaNTO O seu PasTOR NÃO fOR O seu seNHOR

Este Salmo 23 foi escrito por Davi,

que era pastor de ovelhas. Acostumado a conduzir um rebanho completamente dependente, entendia perfeitamente o significado de expressões como cuidar, guiar, prover, suprir e, especialmente, proteger. Davi sabia que uma ovelha fora do horizonte de visão do pastor era uma ovelha em perigo. Uma ovelha lon-

O pastor que eu quero ter!!!O SENHOR O eterno É O meu pastor. Ele me dá tudo de que eu preciso!

Ele me leva ao centro da sua vontade para descansar. Quando sintoSede das verdades espirituais, Ele me leva aos mananciais do Espírito

Santo. Ele me devolve a paz de espírito quando me sinto aflito.Ele me faz andar pelo caminho certo para mostrar a todos quão

grande Ele é. Eu posso andar pelo vale escuro, onde a morte está bem perto; mas continuo tranquilo e não sinto medo.Tu, Senhor, me guias e proteges constantemente!

Preparas uma refeição deliciosa para mim, na presença dos meus inimigos. Tu me recebes como um convidado de honra; e a minha

vida fica cheia das tuas bênçãos!Eu tenho absoluta certeza de que a tua bondade e o teu amor

cuidadoso me acompanharão todos os dias da minha vida, sim; eu viverei na presença do Senhor,o meu pastor para sempre!

ge do rebanho era uma ovelha vulnerá-vel. Uma ovelha rebelde ao comando do pastor era uma presa fácil para os lobos de ocasião. Por esta razão afirma que o Senhor não pode ser o seu pastor en-quanto o pastor não for o seu Senhor. O que significa ter o Pastor como Senhor? Jesus respondeu esta pergunta quando disse, Eu sou o bom pastor, as minhas ovelhas me conhecem, ouvem a minha voz e me seguem. Ter o pastor como Se-nhor implica em conhecer, ouvir e seguir, que podemos resumir em uma palavra:

obedecer. Ter o pastor como Senhor im-plica ir atrás do pastor, no rumo indicado pelo pastor, tomando decisões em fun-ção da opinião e da orientação do pas-tor. Enquanto você se mantém no rastro do pastor, porque o conhece, ouve sua voz e segue seu comando, então você não precisa se preocupar. Tudo quanto precisa fazer é descansar na providência deste pastor.

Deus não prometeu tapar os bura-cos que Ele não mandou cavar. Deus não

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prometeu pagar as contas que Ele não mandou fazer, assumir as dívidas que Ele não mandou contrair. O que Deus prometeu foi suprir todas as suas neces-sidades enquanto você anda atrás dEle, sob suas orientações e ordens, descan-sando em seu cuidado e providência. O grande segredo para que uma ovelha viva despreocupada é manter-se dentro dos limites de segurança estabelecidos pelo pastor. Ficar sempre dentro do raio de visão do pastor. Como podemos sa-ber se estamos em um lugar onde Deus pode nos ver? Como sabemos que ainda não cruzamos a fronteira e nos coloca-mos em perigo? Há três coisas que você precisa saber a respeito disso. Em pri-meiro lugar, você precisa saber que os limites estabelecidos por Deus não são subjetivos. Estes limites são demarcados

pela vontade moral de Deus, que alguns chamam de mandamentos. Nesse caso, toda vez que você quebra princípios cla-ros da palavra de Deus, você está saindo dos horizonte do cuidado de Deus e se aventurando a encontrar seu próprio pasto e repouso. Burlou, mentiu, falsi-ficou, enganou, foi egoísta, varreu para debaixo do tapete? Então, assuma as consequências. Se você decidiu fazer as coisas do seu jeito, não reclame quando o lobo aparecer. Grite por socorro, mas jamais pergunte, Por que Deus fez isso comigo? Em segundo lugar, você preci-sa saber que foi criado à imagem e se-melhança de Deus, e nesse caso, deve expressar o caráter de Deus através de seu estilo de vida. Viver de acordo com os mandamentos de Deus não é outra coisa senão viver em alinhamento com o caráter de Deus. Os mandamentos, ou

princípios morais do Cristianismo não são contrários à natureza humana, mas sim uma extensão da pessoa de Deus e do homem criado à sua imagem. O na-tural para o ser humano é a verdade, a solidariedade, a justiça, a bondade. Toda vez que você age em contrariedade com esses princípios, você agride a você mesmo e à sua natureza semelhante a Deus, e por isso o Cristianismo chama isso de pecado. Em terceiro lugar, você deve saber que Deus está interessado em nos mostrar claramente os limites do seu cuidado. Os princípios morais ou mandamentos de Deus são muito claros. Deus não é dúbio nem volúvel. Sua pa-lavra é “sim, sim” e “não, não”. E a palavra de Deus não muda de acordo com as circunstâncias. Andar nos horizontes de segurança da providência de Deus não é uma coisa subjetiva. Deus não escolhe a pessoa com quem você vai casar ou a faculdade onde você vai estudar. Essas coisas estão incluídas no “campo verde e águas calmas”, isto é, nosso espaço existencial. O que Deus faz é estabelecer padrões para que você escolha seu côn-juge e encontre sua vocação. Dentro do horizonte dos princípios morais de Deus, você pode decidir sem medo. Com sabe-doria, é claro, mas sem medo, pois Deus está no controle. Onde Deus é Senhor, é também Pastor.

www.ibab.com.br/guiadeestudosEd René Kivitz

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Não existe oração errada. Aliás, a oração errada é aquela que não é feita. A Bíblia Sagrada ensina que se deve orar a respeito de tudo. Orar por qualquer motivo, qualquer hora, qualquer lugar, sempre que o coração não estiver em paz. Tão logo o coração experimente apreensão, preocupação, medo, angústia, enfim, seja perturbado por alguma coisa, a ação imediata de quem confia em Deus é a oração.

O apóstolo Paulo diz que não precisamos andar ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, devemos apresentar nos-sos pedidos a Deus, tendo nas mãos a promessa de que a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará nossos sentimentos e pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4.6,7). A expressão “coisa alguma” inclui des-de uma vaga no estacionamento do shopping center quanto o fechamento de um negócio, o desejo de que não chova no dia da festa quanto a enfermidade de uma pessoa querida.

Esta experiência de oração é chamada de oração sim-ples: orar sem censura filosófica ou teológica, orar sem se perguntar “é legítimo pedir isso a Deus?” ou “será que Deus se envolve nesse tipo de coisa?”. Simplesmente orar.

A garantia que temos quando oramos assim é a paz de Deus em nossos corações e mentes. A Bíblia não garante que Deus atenderá nossos pedidos exatamente como foram feitos: pode ser que a vaga no estaciona-mento não seja encontrada e que chova no dia da festa. A oração não se presta a fazer Deus trabalhar para nós, atendendo nossos caprichos e provendo o nosso con-forto. Já que a causa da oração simples é a ansiedade, a resposta de Deus é a paz. O resultado da oração não

é necessariamente a mudança da realidade a respeito da qual se ora, mas a mudança da pessoa que ora. A mu-dança da situação a respeito da qual se ora é uma pos-sibilidade, a mudança do coração e da mente da pessoa que ora é uma realidade. Deus não prometeu dizer sim a todos os nossos pedidos, mas nos garantiu dar paz e nos conduzir à serenidade. Não prometeu nos livrar do vale da sombra da morte, mas nos garantiu que estaria lá conosco e nos conduziria em segurança através dele.

O maior fruto da oração não o atendimento do pe-dido ou da súplica, mas a maturidade crescente da pes-soa que ora. Na verdade, a estatura espiritual de uma pessoa pode ser medida pelo conteúdo de suas orações. Assim como sabemos se nossos filhos estão crescendo observando o que nos pedem e o que esperam de nós, podemos avaliar nosso próprio crescimento espiritual através de nossos pedidos e súplicas a Deus. As orações revelam o que realmente ocupa nossos corações, o que realmente é objeto dos nossos desejos, o que nos ame-dronta nos desestabiliza e nos rouba a paz.

O apóstolo Paulo diz que quando era menino, fala-va como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Mas quando se tornou homem, deixou para trás as coisas de menino (1Coríntios 13.11). Não exis-te oração certa e errada. Mas existe oração de menino e oração de homem. Oração de menina e oração de mu-lher. A diferença está no coração: coração de menino e de menina, ora como menino e menina. A nossa certeza é que Deus também gosta de crianças.

A oração simples

Pr. Ed René Kivitz

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Somos uma geração que não consegue conviver com a dor. Para cada situ-ação da vida existe um atalho para desviar do enfrentamento... Da realidade... Da dor.

Vemos a dor apenas pelo prisma da maldição, jamais pela ótica da benção. É fato, todavia, que a dor, para o corpo, é um grande aliado. Ai de nós não

fossem os avisos proporcionados por ela. Seríamos tais quais leprosos que per-dem seus órgãos periféricos pela insensibilidade gerada pela doença.

Mas, hoje, nada que demande esforço é visto com bons olhos. Coisas pe-quenas de o tipo levantar para trocar o canal da televisão, andar até a padaria para comprar o pão, ir até ali caminhando... Caminhando... Caminhando, são coisas vistas como desnecessárias ou como perdas de tempo. Coisas do tipo “parto normal” tornaram-se anormais.

Mas, talvez o que mais deve merecer nossa atenção, nossa consideração, seja o fato desta fuga nos gerar inadequação para com a realidade... Reação negativa aos fatos normais da vida.

Ora, não precisamos ser muito perspicazes para percebermos que a huma-nidade é a própria geradora dos seus infortúnios e que somente os cínicos e in-sensíveis podem viver alheios ao que aí está. Para cada lado que nos tornamos somos obrigados a conviver com a controvérsia, com o caos, com a dor.

E, se a dor do outro não nos causa dor somos um tipo desprezível de ser.Mas, até a religião assumiu posturas anti-dor. As mensagens pregadas são

atalhos que tiram do foco as verdades centrais. Quiçá a verdade mais central expressa por Jesus: “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me”.

Somos a geração da felicidade a qualquer preço. Mas, por mais paradoxal que seja, somos a geração da depressão, das síndromes de pânico e dos suicí-dios.

Não seria uma prova inconteste de inadequação?Eu não tenho dúvidas, a forma como reagimos aos “inputs” que as dores nos

proporcionam, pode nos tornar rijos, resistentes e preparados para enfrentar e vencer a dura realidade ou pode nos levar para a mesma caverna para onde Elias foi esconder-se.

Tudo isto sem perder a ternura.

www.ministeriocristovive.com.brPr. Marcos Campos dos Santos

Refletindo sobre a dor

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o medoATRAI TUDO O QUE SE TEME!

Eu tenho medo de tudo o que seja mais forte do eu e tenha poder de me ferir.

Portanto, não entro em jaula de leão, não abraço cão que eu não conheça, não monto em cavalo brabo, não pulo no Rio Amazonas, não mergulho em Igapó, não entro no mar quando ele está ressacado; não procuro caminho ruim se levo minha mulher ou filhos comigo; vigio a minha casa, fe-chando as portas; não brinco com bicho venenoso, não fico à toa com metal na mão quando chove e há raios; não escolho o caminho da turba...

Entretanto, se o leão, o cão, o cavalo, a cobra, o assaltante, o ladrão me atacarem, eu viro bicho; viro leão, viro cão, viro a besta do cavalo brabo.

E perco o medo!Papai me dizia desde menino:“Fuja de tudo o que você puder fugir como mal, mas se

não der mais, então, coma a onça, engula a cobra, devore o bicho..., pois, será a sua única alternativa; mas lembre: de um certo ponto em diante, nunca corra, nunca vire as costas... — afinal, a hora será de enfrentamento...”

Isto é com o mundo natural...Mas e o perverso?...Ora, suporto o perverso e não brigo com ele. Mas um perverso tentando seqüestrar a minha família

terá de matar.Sim; pois, todo o temor que me faz evitar tudo o que seja

realmente perigoso, some quando o perigo se me torna uma ameaça real...

E, aí, então, o bicho sou eu...; posto que pela agressão à vida o meu medo desapareça.

Por outro lado, se temo os poderes da natureza ou do ódio humano até que seja impossível retornar em razão da realida-de do ataque, por outro lado, as demais coisas não me assus-tam nem antes, nem durante e nem depois.

Não tenho medo da morte, nem do diabo, nem dos de-mônios, nem de anjos, nem de criaturas com poderes espiri-tuais, nem de Óvnis, nem de Ets, nem de coisas espantosas, nem do fim do mundo, nem de nada...

Assim, tenho medos racionais e que devem ser parte de meu sentido sadio de auto-preservação.

Mas esses outros poderes..., acerca dos quais Jesus me deu a garantia de que, estando eu Nele, tais poderes rosnem para mim, mas já não me mordam — não me assustam; pois, são cães que ladram mas já não mordem...

Temo a maldade dos homens, pois, eles são maus e po-dem fazer mal.

Mas a maldade do diabo está limitada pela fé que a pes-soa tenha em Jesus.

Assim, não tema a morte, pois ela não mata e já morreu. Não tema o diabo, pois, ele está amarrado quanto a fazer

mal à sua vida, se você crer.Não tema nada que não seja deste mundo, pois, o outro

mundo obedece ao poder de seu espírito em Cristo; e, neste mundo, a maldade natural, por seu turno, tem a permissão/poder/dimensional de nos fazer o mal físico, se for o caso.

De mesmo modo, não tema o futuro, nem as coisas espan-tosas, nem as dores por vir, nem as tribulações, nem a Besta, nem a Babilônia, nem a Grande Prostituta, nem o Dragão, nem a morte e nem o inferno — pois, na Cruz, já estão despo-jados e com seu destino garantido: o Lago de fogo.

Jesus queria que Seus discípulos não temessem nada.

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“Não temais; ó pequenino rebanho, pois, meu Pai agra-dou-se de dar-vos o Seu reino!”

Medo exala... Vibra... Conta de si mesmo sem palavras... Convida o atacante... Estimula-o... Faz o mal sentir que a pes-soa o quer por medo...

Por isto, não tema nada. O medo apenas realiza o temor.O que recomendo, então? Macheza?Ah, não! Jamais!Macheza não adianta contra o medo essencial.O que recomendo é a única coisa que pode vencer o medo

em nós, que é a Confiança que decorre da certeza do amor de Deus por nós, conforme Paulo garante em Romanos Oito.

Ande com medo e os passarinhos, os gatos, os cães, as co-bras, os ratos, as baratas, os insetos, os grandes animais e os pequenos, os homens maus, os oportunistas, os golpistas, os estelionatários, e os sedutores... — saberão disso; e, por tal razão, atacarão você.

O medroso sempre é atacado!...Viva com medo e tudo assombrará e até atacará você.Ande sem medo e apenas lhe atacará aquilo que em ata-

cando não o assustará; pois, até os cães sabem a quem ata-car.

Uma alma com medo é um Outdoor de convite a ser agre-dida, abusada, usada, e, depois, descartada.

Confie. Ande sem medo.O Verdadeiro amor de Deus em nós, em se aperfeiçoando,

nos livra de todo medo, e reduz os ataques ao apenas inevi-tável.

O que tira o medo do coração é crer que nem morte, nem vida, nem coisas do presente ou do porvir, e nem qualquer criatura, desta ou de qualquer dimensão, não terão o poder de vencer você; posto que em Jesus você não apenas esteja garantido, mas, também, já seja mais do que vencedor.

Pânico é o mal desta era...É a doença do medo em estado de desamparo...Cuide para que sua alma não se torne um berço fofo para

a instalação do pânico.Crescendo sem pai, sem mãe, sem avô e avó, sem amparo,

sem amor, sem cuidado, sem Deus e sem fé, hoje, até as crian-ças já sentem pânico, desde a idade mais tenra.

Portanto, seja você uma ilha de Confiança para você mes-mo e para os que estejam ao seu redor. Não porque você seja o “chão” dessa “ilha”, mas porque nela você pise no chão da Rocha Eterna.

Chegará a hora em que o maior bem de um homem será a sua confiança; pois, por ela, andará entre serpentes abrasa-doras sem temer o mal.

Nele, em Quem minha alma vive confiante,

Caio.www.caiofabio.com.br/reflexoes

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STRESS é o indicador que define a pressão máxima que um organismo agüenta sem se deformar. A palavra STRESS foi emprestada da engenharia, e está sendo usada para designar o dese-quilíbrio do organismo humano, em sua dimensão bio-psíquica, como resultado do esforço que este organismo empre-ende para adaptar-se às pressões inter-nas e externas que sofre.

Os faTORes esTRessaNTes - Estas pressões internas e externas podem ser chamadas de “fatores estressantes”, que nada mais são do que informações que exigem uma resposta mental ou orgâni-ca. Ser demitido, por exemplo, ou rece-ber um aumento; o divórcio, ou a prepa-ração para o casamento; a iminência do Vestibular, ou o início da graduação uni-versitária. Qualquer mudança que impli-ca em adaptação pode ser chamada de “fator estressante”. Especialmente num mundo em convulsão, com múltiplas mudanças e em processo aceleradíssi-mo, o ser humano contemporâneo vive sob constantes desafios de adaptação. O conceito de analfabetismo mudou: quem não domina a informática está privado do universo de comunicação. O próprio universo de comunicação mu-dou: vivemos hoje numa aldeia global, bem maior do que o que cabe na telinha da TV que monopolizou as informações até agora. O mundo está “on line”. As exi-gências para se conseguir um lugar ao sol no mercado implicam em que cada dia surgem novas competências que de-vem ser adquiridas por profissionais de todas as áreas. A complexidade moral e cultural de nossa sociedade exige dos pais um malabarismo enorme para que eduquem seus filhos da maneira mais saudável possível. As novas configura-ções familiares impõem sobre os casais reajustes na estrutura de seus relacio-namentos: casamentos não chegam ao destino no piloto automático. Enfim, os fatores estressantes são intensos e inú-meros. Vão desde o tráfego que nos faz atrasar para uma reunião importante, passando pelos corredores dos hospi-tais onde aguardamos notícias de pes-soas queridas, chegando até a angústia existencial de quem busca respostas para a aventura de viver. A DINÂMICA DO STRESS Diante destas pressões, sur-ge o desequilíbrio do organismo a que damos o nome STRESS. Trata-se de um desequilíbrio do complexo bio-psíquico, porque o esforço de adaptação aconte-ce na dinâmica interativa entre os meca-nismos orgânicos e as estruturas men-tais de processamento de informação. Em outras palavras, tanto o cérebro, em sua composição e sua química, quan-to à postura diante da vida e os mapas mentais adquiridos, determinam a capa-cidade de resistência do organismo às pressões.

Como afirmou Shakespeare, “as coi-sas raramente são boas ou más, nosso

pensamento é que as faz assim” Nesse caso, a mesma informação significa coi-sas diferentes para pessoas diferentes. Onde uma pessoa vê um problema, ou-tra pessoa vê uma oportunidade.

O cérebro, enquanto organismo, não sabe distinguir se a ameaça que lhe foi comunicada pela mente é real ou ima-ginária. Isto é, o cérebro, quando infor-mado que existe um fantasma na sala ao lado, descarrega adrenalina na corrente sangüínea e ativa todos os mecanismos de defesa do organismo. Ele não ques-tiona se fantasma existe ou não, sua fun-ção é preparar o organismo para reagir a uma ameaça, e se a mente acredita que a ameaça existe, o cérebro não discorda. A constância do STRESS provoca alte-rações na química do cérebro em suas estruturas mais profundas, sobretudo no sistema límbico, responsável pelas emoções). Estas alterações são tão in-tensas que afetam inclusive os padrões de comportamento. A pessoa tranqüila e bem humorada pode tornar-se irritada e nervosa. As disfunções podem culmi-nar em desmaios, depressão, crises de pânico e ansiedade generalizada. Além disso, a sobrecarga do organismo, que passa a viver em estado de alerta, resulta em úlceras, infartos e outros males ainda mais danosos a longo prazo.

ResPOsTas aO sTRess - Conside-rando que o STRESS é o desequilíbrio do complexo bio-psíquico, as respostas devem se adequar a estas dimensões. Por exemplo, é sabido que a quantidade de serotonina no organismo humano é de 1,1 milésimo de grama, medida pe-quena inimaginável. Mas, também há acordo científico quanto ao fato de que a serotonina é um dos mais importantes veículos de impulsos nervosos entre os neurônios, responsável por fazer com que o cérebro comande o organismo adequadamente. Por esta razão, a sero-tonina é chamada de “molécula da feli-cidade”. Imagine que por alguma razão, seu organismo não esteja produzindo a quantidade de serotonina necessária ao bom funcionamento do seu sistema nervoso. Você começa a ficar irritado, depressivo, e até mesmo é capaz de en-trar em pânico. As pessoas com quem você convive começam a dizer que você deve “ter mais fé e confiança em Deus” ou deve aprender a “controlar melhor seu temperamento”. Em outras pala-vras, elas tratam o seu comportamento como resultado de uma incapacidade psíquica emocional, mas na verdade, seu comportamento é resultado de uma disfunção orgânica, química. A resposta adequada nesta situação não é “fé” ou

O QUE É O

STRESS?

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“domínio próprio”, mas sim uma medi-cação adequada, capaz de reequilibrar a química do seu cérebro e devolver a você a capacidade do exercício da fé e do au-tocontrole. Por outro lado, imagine que você começou a alimentar seu cérebro com informações negativas, imaginárias ou reais. Você abriu um arquivo na sua mente e deu o nome de “lixo psíquico”. Ali, você começou a armazenar registros de mágoas, perdas, prejuízos causados ou sofridos, ameaças de sobrevivência, más notícias diárias, e outras porcarias que deveriam ter sido equacionadas e jogadas fora. Estas informações negati-vas ativam os mecanismos de defesa o cérebro, que passa a funcionar sob pres-são e aos poucos vai sofrendo abalos na estrutura química. Em pouco tempo, aquilo que era inicialmente uma postu-ra mental inadequada torna-se também um desequilíbrio orgânico. A partir des-se ponto, as duas coisas: a química do cérebro e as estruturas psíquicas, pas-sam a se retro-alimentar. Sendo assim, a resposta ao STRESS deve contemplar tanto a questão orgânica quanto a re-alidade mental. Quem deseja comba-ter o STRESS deve aprender o valor do comprimido prescrito e do pensar cor-retamente. STRESS E ESPIRITUALIDADE A religião se ocupa também de ensinar a pensar corretamente. Por esta razão o apóstolo Paulo ensinou que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que honesto tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo quanto é virtuoso e deve receber louvor”, isso é o que deve ocupar nosso pensamento (Filipenses 4.8). Salomão, o sábio Rei de Israel, observou o que os neurolinguís-tas modernos consideram descoberta de pólvora: “Como o homem pensa, as-sim ele é” (Provérbios). A razão pela qual a espiritualidade é peça imprescindível no quebra-cabeça da qualidade de vida é que a fé afeta radicalmente a maneira como encaramos a vida e reagimos aos desafios que o direito de viver impõe.

Esta relação entre fé e vida pode ser compreendida de três maneiras. O pensamento positivo, o poder da fé, e o poder de Deus. Quando uma pessoa desenvolve mapas mentais positivos e favoráveis a si mesmo, torna-se mais confiante e estimulada, resultando em processos orgânicos mais saudáveis que transmitem sensações de bem estar que potencializam as capacidades de 3

ação e possibilidades de reação. Na-turalmente, colhe mais êxitos do que as pessoas pessimistas e derrotadas antes do jogo começar. Há também o poder da fé. Quando alguém acredita em algo considerado superior ao si mesmo, de igual modo vive com maior expectati-va de possibilidades satisfatórias, e age com mais segurança, julgando-se prote-gida pelo objeto de sua fé. Por exemplo, quem acredita que as realidades se tor-nam favoráveis em razão de andar com

um amuleto na bolsa ou quem acredita que o Santo vai ajudar a arranjar em-prego, comporta-se muito melhor na entrevista. O êxito não se explica pelo poder do santo ou do amuleto, mas sim pelos resultados da fé em si mesma. Fi-nalmente, há o poder de Deus acessado pela fé. Nesse caso, as duas coisas coo-peram entre si: o poder da fé e o poder de Deus. Por um lado, creio, e o ato de crer já me coloca no andar de cima das possibilidades. Mas, fundamentalmen-te, creio em Deus e me relaciono com Ele, de modo a receber ajuda de alguém além de mim mesmo, que me transcen-de e me abençoa. Tanto sou abençoado pela fé, como pelo mundo ao qual te-nho acesso através da fé. A Bíblia ensi-na que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11.6). Observe que a fé em Deus gera um ato, busca, correspondi-do por Deus, pois Deus existe mesmo. Nesse caso, não se trata apenas de fé na fé, ou dos benefícios inerentes ao ato de crer, mas sim e principalmente dos be-nefícios contidos no objeto da fé: Deus. Não se trata apenas de manipulação de processos mentais que qualificam a quí-mica do cérebro, mas de um relaciona-mento real com Deus, relacionamento este pleno de possibilidades. Em outras palavras, o ato de crer, as realidades em que se crê, e especialmente em quem se crê, são os fatores que mais definem o jeito de viver. Valores e convicções fornecem o fundamento para a vida. O Salmo 23 apresenta um homem que crê. Apresenta também as convicções mais profundas sobre as quais este homem caminha enquanto anda pela vida. Mas, acima de tudo, o Salmo 23 apresenta o Deus deste homem, o objeto real de sua fé, de modo que suas expectativas para a vida não estão assentadas apenas em suas convicções ou sua capacidade de crer, mas especialmente no seu re-lacionamento com Deus: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”. O Salmo 23 apresenta um homem seguro e descan-sado. Sabe que encontrará pela frente “pastos verdes e águas tranqüilas”, ca-minhará sobre “veredas justas”, superará o medo dos “vales da sombra da morte e de quaisquer adversários”, enfrentará o futuro com certeza de que será alvo de bondade e misericórdia. Não é uma questão de otimismo ou pensamento positivo. Não é apenas uma questão de esperança ou condicionamento mental. As convicções deste homem não estão baseadas na fé ou na mente, mas no Pas-tor que guia, provê, acompanha, livra e age amorosamente. Mais do que autoa-juda, o ser humano precisa de altoajuda. E a ajuda do alto é prometida para todos aqueles que buscam a Deus com fé.

www.ibab.com.br

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Creia que sua vida cumpre um pro-pósito divino na terra. Você é influen-ciado pelos genes que herdou de seus pais e é bastante “circunstancializado” pelo meio no qual vive. Entretanto, mais forte que as determinações genéticas e os condicionamentos do meio social, é o seu chamado para ser. Você foi criado como um sacerdote neste universo de Deus. Por isso, você existe e sabe que existe. Encha sua consciência com este significado. Quando você assumir sua vocação para ser, as outras pessoas vão “encontrar você”.

Creia que seu dia ganha força e ener-gia espiritual quando você ora. Portanto, ore sempre. Mesmo nos seus afazeres. Sempre que uma notícia ou informação lhe chegar, entregue-a a Deus. Ofereça a Deus as potenciais e as possibilidades que cada fato, percepção ou impressão lhe trazem ao coração. Além disso, pare um pouco todos os dias, ainda que seja só um pouco, e ore. Dê graças por tudo e abrace o Senhor no seu coração. Quan-do orar, peça coisas específicas, mas não esqueça de sempre terminar de modo submisso e geral, dizendo: “Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céu”. Afinal, você não sabe se o que quer é o melhor. Mas o Senhor sabe!

Creia que a maior inteligência que

Deus lhe deu não é a intelectual nem a emocional, mas, sim, a inteligência. “O coração tem razão que a própria razão desconhece.” Usar a cabeça (inteligência

intelectual) e saber se relacionar com o próximo e as circunstâncias (inteligên-cia emocional) é fundamental. Mas não é essencial. O essencial habita os misté-rios do espírito, no mundo do coração. Portanto, dê atenção aos seus sonhos noturnos e aos seus sentimentos per-ceptivos. Quando você tiver uma “im-pressão” não a despreze de cara. Medite. Ore. Discirna. A resposta pode estar no passado. Mas, às vezes, trata-se de uma intuição profética. Pode ser um alerta sobre o futuro. Nesse caso, ore, corrija a rota, e prossiga.

Creia que quando alguém ama a

Deus, ao próximo e respeita a vida, en-tão tudo ganha sincronismo e conectivi-dade. Isso é apenas uma outra forma de dizer que “todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus”. O amor a Deus traz sentido para a sua vida. O amor de Deus transforma o cenário mais absurdo numa conspiração do bem.

Creia que a leitura bíblica feita com

os olhos do coração ilumina a alma e os caminhos da terra. Ler a Bíblia é impor-tante. Mas lê-la com os olhos da alma é essencial. Quem lê com intelecto en-xerga textos e os compreende. Quem lê com o coração discerne “caminhos sobremodo excelentes”. Faça da leitura bíblica não apenas um meio de forta-lecimento espiritual. Leia-a como ca-minho de descoberta e de insight para a sua visão do mundo, de si mesmo e de Deus.

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Confie no Senhor o Eterno de todo o seu coração; nunca pense que sua própria capacidade ésuficiente para vencer os problemas.Em tudo quanto for fazer, lembre-se de colocar Deus em primeiro lugar. Ele guiará os seus passos e você andará pelo caminho do sucesso.

Não fique cheio de si, pensando que sua própria sabedoria é a razão do seu sucesso. A verdadeira sabedoria é amar e obedecer ao Senhor o Eterno, fugindo do mal.

Se você fizer isso, terá sempre saúde e vigor para enfrentar a vida.Dê honra ao Senhor, oferecendo a Ele a primeira parte de tudo quanto você ganha.Ele lhe dará Pão e a feira necessária para encher completamente sua despensa; Fará os seus investimentos multiplicarem noite e dia!

Meu filho ouça com atenção os meus conselhos! Esteja sempre pronto para escutar as minhas instruções.

Elas devem estar sempre em sua mente, sempre presentes em seu coração,porque delas depende a verdadeira vida e uma saúde perfeita.Acima de tudo, meu filho, tome muito cuidado com suas emoções porque elas afetamtoda a sua vida.

Tome cuidado com a mentira e a falsidade; Fuja delas olhe sempre para frente, sem olhar para os lados.

Pense bem antes de dar qualquer passo e andará sempre pelo caminho do bem.Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda! Não ande pelo caminho do mal!

O grande segredo para alcançar o sucesso e a plenitude da alegria!!

Bíblia viva Provérbios 3:5-10; 4:20-27

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Jo 4.13-26 – O diálogo! – Uma leitura!Jesus: Eu sei que esse poço de Jacó é, em si, um milagre, mas

quem beber dessa água tornará a ter sede, já, quem beber da água que lhe estou oferecendo, nunca mais terá sede. Essa água se tornará uma fonte, em si, a jorrar pela eternidade afora.

Samaritana: Me dá dessa água para que eu não tenha de vir mais aqui buscá-la. Ainda mais debaixo deste sol escaldante.

Ela estava com algum problema com sua comunidade e, por isso, não podia ir com as demais mulheres a buscar água, daí, tinha de vir no horário do almoço.

Parece que ela desconfiava de que Jesus, de fato, estava falando de algo, talvez de cunho espiritual. Sua pergunta forçava Jesus a deixar claro o que quer que fosse.

Jesus: Vá buscar o seu marido e volte, que eu lhe falo.A impressão primeira é a de que Jesus está usando a lógica dos

rabinos, de que só se pode comunicar a Palavra para os homens.Parece, mas não o é, porque se esse raciocínio tivesse prepondera-

do, nenhum diálogo haveria, desde o começo.Samaritana: Eu não tenho marido.Ao dizer isso, a mulher coloca Jesus numa situação critica: é como

se ela lhe tivesse respondido – não tenho marido, se quiser falar comi-go, tem de ser desse jeito mesmo.

E aí se revela a intenção de Jesus, a de manifestar-se.Jesus: Você está certa, você já teve cinco maridos, mas este, com

quem agora vive, não é seu marido. Você disse a verdade!Samaritana: Vejo que você é profeta. Nossos pais disseram que

deveríamos adorar a Deus neste lugar, e vocês dizem que devemos adorar em Jerusalém.

Tem-se a impressão de que ela está mudando de assunto, mas ela não o está. No contexto da época, adorar era ir até o Templo para oferecer um sacrifício que, uma vez aceito, obteria o perdão de Deus. Adorar era pedir perdão. O diálogo, portanto, ficaria assim:

Samaritana: Vejo que você é profeta. Eu sei que tenho de acertar isso com Deus, nossos pais disseram que era aqui que se pedia perdão a Deus, mas vocês dizem que é em Jerusalém que se deve pedir per-dão. Onde se pede perdão a Deus?

Jesus: É em Jerusalém que se pede perdão a Deus, porque a sal-vação vem dos judeus, e nós adoramos o que conhecemos, e vocês adoram o que não conhecem. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores pedirão perdão ao Pai em todo o momento, em si mesmos, em todo o lugar, e serão perdoados. Porque são estes adoradores que o Pai procura, porque o Pai é Espírito, está em todo o lugar, e importa que aqueles que reconhecem a Sua honra lhe peçam perdão em todo o tempo.

Samaritana: Quer dizer que eu posso pedir perdão em qualquer lugar, a qualquer hora? Mas, e o Templo?

Jesus: O Templo é você.Samaritana: Então Deus pretende mudar de endereço, e, agora,

quer morar nas pessoas?Jesus: Exatamente, Deus é Espírito e quer morar no espírito das

pessoas.Samaritana: Mas, e o holocausto, o sacrifício?Jesus: O sacrifício sou eu.Samaritana: Bem, o que você está dizendo é muito diferente. Eu

estou aguardando o Messias, o Salvador, quando ele vier nos explicará todas as coisas.

Jesus: Eu sou o Messias. Eu sabia que você estava me esperando e vim vê-la. Eu marquei esse encontro com você.

Adorar a Deus é pedir perdão. Tudo o que dizemos a Deus é insuficien-te para honrá-lo. Mas quando lhe pedimos perdão, o adoramos, porque admitimos que Ele está certo, não nós. E lhe pedimos perdão, não apenas por nossos desvios morais, mas por nosso jeito de ser e de viver.

Os do Antigo Testamento esperavam o fim de semana para prestar culto, para pedir perdão, reconhecendo que Deus estava certo. Hon-rando-o, portanto. E só podiam fazê-lo no Templo de Jerusalém. Os do Novo Testamento têm Deus morando em si, por isso podem, a qualquer hora, honrá-lo com o seu pedido de perdão. Passam toda a semana em culto, e usam o final de semana para, com os demais Templos de Deus, celebrar a semana de culto. Os do Antigo Testamento partiam de seu pecado para o Templo, onde ofereceriam o sacrifício, que, uma vez aceito, lhes garantiria o perdão. Os do Novo Testamento partem do holocausto aceito previamente e para sempre – o sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, para o pedido de perdão, na certeza de que ao con-fessarem os seus pecados, Deus, fiel ao sacrifício, e reconhecendo que a justiça foi, no sacrifício, satisfeita, perdoará e tornará puro o pecador, como se ele não houvesse pecado (1 Jo 1:9).

O pedido de perdão é precedido por arrependimento. De perdão em perdão, somos transformados em pessoas parecidas com Jesus, porque o Espírito Santo vai nos revelando onde estamos desonrando a Deus e, então, a partir de nosso arrependimento e consequente pedido de perdão, Ele nos transforma à imagem do Senhor.

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Ora, há muitos meios de curas divinas neste mundo. O perdão, no entanto, é o maior deles.

Sede de perdão

Perdão que gera adoração

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