Regência e Crase

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Olá, queridos! Bem, ainda que não saibamos o assunto da prova oficialmente, só pode ser regência e/ou crase. Vou começar por regência. Regência: Beleza, mas o que é regência? Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Traduzindo, regência é algo que sabemos (ou devemos saber) naturalmente e que nos faz falar “eu preciso de você” em vez de “eu preciso você”. Nós sabemos que depois do verbo precisar usa-se a preposição de + alguma coisa e não precisamos pensar muito para isso! Outro exemplo é “Eu sou fanático”. Por quê? É impossível não perguntar por que o outro é fanático, tudo isso porque essa sentença não tem sentido completo e precisa de algo para completá-la – fanático por futebol, por comida, pela vida, por isso, por aquilo. Mas ok. Se você percebeu, nos exemplos acima, temos dois tipos de regência – verbal (precisar) e nominal (fanático). A regência VERBAL é a relação entre um VERBO e os termos que completam o seu sentido (objeto direto e objeto indireto) ou o caracterizam (adjunto adverbial). É facílimo formar orações como “Eu queria um lápis”, “Alexandre caiu da escada”, “Maria gosta de sorvete”. Mas qual o correto – “Lembrei o nome dele” ou “Lembrei do nome dele”? Alguns verbos têm mais de uma transitividade, ou seja, dependendo do caso, podem precisar de um complemento com ou sem preposição, ou podem nem precisar de um complemento! Para verificá-los, abra o seu livro de português na página 373 ou acesse as páginas: http://www.brasilescola.com/gramatica/regencia-verbalalguns-verbos-que-causam-duvidas.htm http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-verbal A regência NOMINAL é a relação entre um NOME (substantivo, adjetivo, advérbio) e o termo que completa o seu sentido (complemento nominal). Sempre entre um nome e o seu complemento haverá uma preposição (“horror a sapo”, “liberal com a filha”, “longe de casa”). Esse tipo de regência é mais simples e, por isso, quase não há perguntas sobre ela. Mais exemplos na pág. 375 do livro ou no link: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint71.php Transitividade/Predicação: Bem, é válido relembrar alguns conceitos e como identificar a transitividade do verbo. Um verbo pode ser intransitivo (VI), transitivo direto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou verbo de ligação. Mas quando um verbo é intransitivo? Qual não exige complemento, seu sentido é completo. Vejamos: Marcos pulou do muro. Sujeito? “Marcos” Predicado? “Pulou do muro.” Transitividade do verbo? Intransitivo. Vejam que pular tem sentido completo, se eu dissesse apenas “Marcos pulou” já era suficiente. Você pode se perguntar: “do muro” não é objeto indireto? A resposta é não! “Do muro” é adjunto adverbial, é uma informação extra, uma característica que se dá ao verbo. Nesse caso, esse complemento indica lugar e é totalmente dispensável, por isso é chamado de termo acessório da oração. Restam alguns instantes. Sujeito? Bem, quando parecer difícil identificar o sujeito, pergunte ao verbo: O que/Quem resta? “Alguns instantes”. Logo, esse é o sujeito. Predicado? “Restam.” Transitividade do verbo? VI. Mas por que não é VTD? Tente inverter a oração e verá: Alguns instantes restam. O que confunde é que algumas orações poderão não vir na sua ordem direta (sujeito + predicado + complemento), mas na inversa.

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Olá, queridos! Bem, ainda que não saibamos o assunto da prova oficialmente, só pode ser regência e/ou crase. Vou começar por regência.

Regência:

Beleza, mas o que é regência? Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Traduzindo, regência é algo que sabemos (ou devemos saber) naturalmente e que nos faz falar “eu preciso de você” em vez de “eu preciso você”. Nós sabemos que depois do verbo precisar usa-se a preposição de + alguma coisa e não precisamos pensar muito para isso! Outro exemplo é “Eu sou fanático”. Por quê? É impossível não perguntar por que o outro é fanático, tudo isso porque essa sentença não tem sentido completo e precisa de algo para completá-la – fanático por futebol, por comida, pela vida, por isso, por aquilo.

Mas ok. Se você percebeu, nos exemplos acima, temos dois tipos de regência – verbal (precisar) e nominal (fanático). A regência VERBAL é a relação entre um VERBO e os termos que completam o seu sentido (objeto direto e objeto indireto) ou o caracterizam (adjunto adverbial).

É facílimo formar orações como “Eu queria um lápis”, “Alexandre caiu da escada”, “Maria gosta de sorvete”. Mas qual o correto – “Lembrei o nome dele” ou “Lembrei do nome dele”? Alguns verbos têm mais de uma transitividade, ou seja, dependendo do caso, podem precisar de um complemento com ou sem preposição, ou podem nem precisar de um complemento! Para verificá-los, abra o seu livro de português na página 373 ou acesse as páginas:

http://www.brasilescola.com/gramatica/regencia-verbalalguns-verbos-que-causam-duvidas.htm http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-verbal

A regência NOMINAL é a relação entre um NOME (substantivo, adjetivo, advérbio) e o termo que completa o seu sentido (complemento nominal). Sempre entre um nome e o seu complemento haverá uma preposição (“horror a sapo”, “liberal com a filha”, “longe de casa”). Esse tipo de regência é mais simples e, por isso, quase não há perguntas sobre ela. Mais exemplos na pág. 375 do livro ou no link:

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint71.php

Transitividade/Predicação:

Bem, é válido relembrar alguns conceitos e como identificar a transitividade do verbo.

Um verbo pode ser intransitivo (VI), transitivo direto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou verbo de ligação. Mas quando um verbo é intransitivo? Qual não exige complemento, seu sentido é completo. Vejamos:

Marcos pulou do muro. Sujeito? “Marcos” Predicado? “Pulou do muro.” Transitividade do verbo? Intransitivo. Vejam que pular tem sentido completo, se eu dissesse apenas “Marcos pulou” já era suficiente. Você pode se perguntar: “do muro” não é objeto indireto? A resposta é não! “Do muro” é adjunto adverbial, é uma informação extra, uma característica que se dá ao verbo. Nesse caso, esse complemento indica lugar e é totalmente dispensável, por isso é chamado de termo acessório da oração.

Restam alguns instantes. Sujeito? Bem, quando parecer difícil identificar o sujeito, pergunte ao verbo: O que/Quem resta? “Alguns instantes”. Logo, esse é o sujeito. Predicado? “Restam.” Transitividade do verbo? VI. Mas por que não é VTD? Tente inverter a oração e verá: Alguns instantes restam. O que confunde é que algumas orações poderão não vir na sua ordem direta (sujeito + predicado + complemento), mas na inversa.

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E quanto ao verbo transitivo direto? É quando um verbo precisa de complemento, mas esse complemento não precisa de preposição. Por exemplo:

Ofenderam o juiz com palavrões. Sujeito? Indeterminado. Não se pode determinar quem ofendeu o juiz. Predicado? “o juiz com palavrões”. Transitividade do verbo? VTD. Quem ofende, ofende alguém. Quem foi que ofenderam? O juiz. Logo, “o juiz” é o objeto direto. “Com palavrões” é mais um adjunto adverbial, dessa vez de modo (explica como ofenderam o juiz).

Comprei um apartamento. Sujeito? Sujeito oculto, elíptico, desinencial, implícito. No caso, o sujeito é “eu”. Predicado? “um apartamento”. Transitividade do verbo? VTD. Quem compra, compra alguma coisa.

E o verbo transitivo indireto? É um verbo que precisa de complemento e esse complemento exige preposição. Por exemplo:

Depende de você a minha felicidade. Sujeito? “A minha felicidade”. Invertendo a oração: A minha felicidade depende de você. Predicado? “depende de você”. Transitividade do verbo? VTI. Quem depende, depende DE alguma coisa/alguém. Nesse sentido, “de você” é o objeto indireto.

Faltava-lhe um pouco mais de esperança. Sujeito? Pergunte ao verbo – O que lhe faltava? “um pouco mais de esperança”. Predicado? “Faltava-lhe”. Transitividade do verbo? VTI. Como assim? Pois é, o pronome “lhe” desempenha função de objeto indireto, é como se eu dissesse: Um pouco mais de esperança faltava A ele. Vê a preposição? Por isso a classificação do verbo.

E como identificar um verbo transitivo direto e indireto? Vejamos:

Entregamos as encomendas aos clientes. Sujeito? Sujeito oculto, elíptico, desinencial, implícito. No caso, o sujeito é “nós”. Predicado? “Entregamos as encomendas aos clientes”. Transitividade do verbo? VTDI. Quem entrega, entrega alguma coisa a alguém. Logo, fica explícito que há dois complementos, o objeto direto (“as encomendas”) e o objeto indireto (“aos clientes”).

Obs.: Um verbo pode, no máximo, ter um objeto direto e um indireto. Nunca dois objetos iguais. Em algumas questões em que há dúvida quanto à transitividade do verbo, pode-se analisar se o outro complemento é direto ou indireto. Por exemplo:

“Cientificaram-lhe ............ que aquela imagem refletia a alvura de seu mundo interno.” E aí? Devemos colocar a preposição ‘de’ ou não? Cientificar não é nem mesmo um verbo conhecido, seria

difícil saber a sua regência. Se analisarmos, veremos que já há um objeto indireto (lhe – a ele). Nesse sentido, o resto da oração é equivalente ao objeto direto do verbo, não exigindo nenhuma preposição.

Para finalizar, o verbo de ligação. Ok, temos aqueles verbos de ligação mais comuns, como ser, estar, continuar, permanecer, ficar, fazer. Contudo, a grande diferença dos verbos de ligação é que eles não são de ação (significativos), eles servem para ligar o sujeito à sua característica. Entretanto, há casos em que estes verbos citados não são de ligação e há casos em que verbos significativos podem ser de ligação. Aqui está:

Estamos felizes. Sujeito? Oculto. (“Nós”) estamos felizes. Predicado? “Estamos felizes”. Transitividade do verbo? VL. Está ligando uma característica (“felizes”), que é o predicativo do sujeito, ao sujeito (“nós”). Simples assim.

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Eu ando muito tristonho. Sujeito? “Eu” Predicado? “ando muito tristonho”. Transitividade do verbo? VL. Espera aí, como “andar” pode ser verbo de ligação? Bem, se você reler a oração verá que andar não está no seu sentido literal. Eu poderia substituí-lo sem alteração de sentido por “Tenho estado (estou) muito tristonho”. É exatamente por isso que ele é um verbo de ligação, não está expressando a ação de andar, caminhar, mas está ligando o sujeito “eu” ao predicativo do sujeito “tristonho”. Muito é adjunto adverbial de intensidade.

Anna fica em casa o dia todo. Sujeito? “Anna” Predicado? “Fica em casa o dia todo”. Transitividade do verbo? VI. Isso, verbo intransitivo. Perceba que, nesse caso, ficar refere-se à ação de permanecer, não sair de um lugar. Perceba também que não há nenhuma característica a ser ligada ao sujeito pelo verbo. “Em casa” é adjunto adverbial de lugar e “o dia todo” é adjunto adverbial de tempo.

Todos estavam na escola. Sujeitos? “Todos” Predicado? “estavam na escola”. Transitividade do verbo? VI. “Na escola” não é característica, é um adjunto adverbial de lugar.Estar, nesse caso, refere-se ao ato de ser presente, permanecer. O mesmo acontece em “O jogador está fora de jogo”, “O João está longe”, “Estou aqui”, “A Maria está com febre”, “Não está nos meus planos viajar neste ano”, “Estarei em casa toda a tarde”, “O João está no estrangeiro”, “Estou de férias”. Ou seja, um verbo de ligação pode ser intransitivo se o seu sentido for completado por um complemento introduzido por preposição, advérbio ou locução adverbial.

Crase: Crase vem do grego e significa “fusão”. É o fenômeno de junção de duas vogais idênticas, nesse caso, a

preposição ‘a’ com o artigo ‘a’. Ou seja, a crase não é o acento. O nome deste é acento grave (`).

A CRASE É OBRIGATÓRIA: 1 – REGRA PRINCIPAL: Diante de substantivo feminino

• Vou à igreja. (É preciso identificar a existência da preposição e do artigo. O verbo ir exige um adjunto adverbial – à igreja. O verbo ir rege a preposição ‘a’ e o termo igreja admite o artigo ‘a’. Vou a + a igreja. O acento grave marca a existência da crase)

• Avisei à garota que eu não compareceria. (Uma boa dica, caso haja dúvida quanto ao emprego, é substituir o substantivo feminino por um masculino e verificar se surge a combinação ao, por exemplo: Avisei ao garoto que eu não compareceria. Como a combinação surgiu, sabemos que haverá crase).

2 – Com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:

• Dei àquele atendente o seu pedido. (Se lembrarmos da transitividade do verbo, veremos que quem dá, dá alguma coisa A alguém. Dei a + aquele atendente o seu pedido.)

• Refiro-me àquela mulher. (Quem se refere se refere a alguém ou a alguma coisa. Como logo após a preposição há o pronome demonstrativo aquela, haverá crase: Refiro-me a + aquela mulher.)

3 – Com o pronome demonstrativo a(s):

• Essa sala é idêntica à do prédio 7. (o adjetivo "idêntico" requer a preposição "a": uma coisa é idêntica a outra. O segundo "a" é o pronome demonstrativo "a", que é equivalente ao pronome "aquela".)

• A minha sorte è ligada à do meu país. (ligada requer a preposição “a” – ligada a alguma coisas; o segundo “a” é o pronome demonstrativo)

4 – Com os pronomes relativos “a qual” e “as quais”, acompanhados da preposição ‘a’, exigida por um verbo/nome.

• Aquela é a sala à qual me dirijo. (Quem se dirige se dirige A algum lugar; Logo, ‘a’ + ‘a qual’ me dirijo)

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5 – Em locuções adverbiais e prepositivas formadas por substantivos femininos:

• À direita ficava o banheiro. Outros exemplos: Saiu à noite, às pressas, às vezes, à farta, à vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, às

sete horas, à custa de, à força de, à espera de, à medida que, à proporção que, à procura de, à vista de, à custa de, à razão de, à mercê de, à maneira de, à moderna etc.

Obs.: Não se usa crase se a locução indicar instrumento ou meio, contudo, a crase pode ser empregada para dar mais clareza. Por exemplo:

• Escrever a máquina. / Bordar a mão. / Cortar a faca.

• Cortei a mão. (a mão foi cortada) Cortei à mão. (cortei com a mão) – Preferível para dar mais clareza.

Também é o caso das expressões com ‘distância’:

• Estudar a distância./Estudar à distância.

• Ensino a distância./Ensino à distância. 6 – Antes de nomes de lugares determinados pelo artigo:

• O embaixador regressou à Irlanda. (Substitua a preposição ‘a’ por ‘para’ e veja – O embaixador regressou para a Itália. Ou seja, percebemos que há preposição + artigo ‘a’, logo, há crase)

• Fui a Brasília. (Substituindo – Fui para Brasília – e não – Fui para a Brasília. Percebemos que não há artigo antes de Brasília, logo, não há crase)

7 – Em nomes de lugares que não admitem artigo, passam a exigi-lo se forem seguidos de um termo especificador. O mesmo acontece com as palavras ‘casa’, ‘terra’ e ‘distância’, por exemplo:

• Fiz uma viagem a Veneza. Fiz uma viagem à Veneza dos amantes.

• Vou a casa depois do curso. (Vou para casa depois do curso) Voltamos à casa de repouso para ver como os idosos estavam. (Voltamos para a casa de repouso)

• Os marinheiros voltaram a terra. (O contrário de ‘a bordo’) Irei à terra dos meus avós. (Irei para a terra dos meus avós)

• A cidade fica à distância de 70 km daqui. (substantivo especificado) A cidade fica a grande distância daqui. (substantivo não especificado)

8 – Quando estão subtendidas palavras ou as expressões à moda de, à maneira de, ocorrerá crase mesmo antes de substantivos masculinos:

• Bife à milanesa. (Bife à moda milanesa)

• Pizza à americana. (Pizza à moda americana)

• Cabelos à Sansão. (Cabelos à maneira de Sansão)

• Gol à Pelé. (Gol à moda de Pelé)

• Poesia à Carlos Drummond de Andrade. (Poesia à maneira de Carlos Drummond de Andrade)

• Refiro-me à UFRGS. (à universidade) A CRASE É PROIBIDA: 1 – Antes de substantivo masculino

• Andar a cavalo;

• Vir a pé;

• Vender a prazo;

2 – Antes de verbos

• Continuamos a ver a situação calamitosa da cidade;

• Estou disposto a quitar as minhas contas;

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3 - Antes de pronomes pessoais, demonstrativos, indefinidos e expressões de tratamento (com exceção senhora e senhorita).

• Eu disse a ela; Refiro-me a ti;

• Respondo a Vossa Senhoria;

• Não contarei o segredo a ninguém;

• Aspiro a uma boa oportunidade de trabalho; Não me referi a esta pessoa;

Obs.: Alguns casos de pronome podem assumir a crase:

• Não fale nada às outras.

• Assistimos sempre às mesmas cenas.

• Diga à tal senhora que...

• Não temo as acusações de Maria, às quais responderei oportunamente.

• Estavam atentas umas às outras. 4 – Quando o “a” estiver no singular e a palavra feminina estiver no plural;

• Não assisto a novelas épicas;

• Não dão importância a mulheres;

Obs.: Se o “a” estivesse no plural, haveria crase:

• Não assisto às novelas épicas;

• Não dão importância às mulheres; A CRASE É FACULTATIVA: 1 – Antes de nomes próprios femininos;

• Refiro-me a Débora; Refiro-me à Débora;

• Ele disse a Eduarda que o dia estava chegando; Ele disse à Eduarda que o dia estava chegando;

2 – Antes de pronomes possessivos no feminino singular (minha, tua, sua, nossa);

• Apresentei-me a tua mãe; Apresentei-me à tua mãe;

• Expus minha opinião a sua família; Expus minha opinião à sua família;

3 – Na locução prepositiva até a:

• Levou a discussão até as (ou até às) últimas consequências. CASOS ESPECIAIS 1 – De... a / De... à

Quando se fizer referência a dois elementos (substantivos ou numerais) ligados por "de ... a", não ocorrerá acento grave antes do segundo elemento:

• De segunda a sábado .....

• De hoje a domingo ....

• De 1 a 5 .....

• De 1ª a 4ª série .....

No entanto, quando se define o primeiro elemento mediante o emprego de "do" / "da", o segundo inicia com "à" (ou "ao"). É uma questão de paralelismo.

• As turmas da 1ª à quarta série foram convidadas.

• Estivemos fora do ar da meia-noite às duas da manhã.

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Esse mesmo paralelismo deve ocorrer com alguns verbos, por exemplo:

• Prefiro suco a cerveja. (não há artigo, logo, não haverá crase) Prefiro o suco à cerveja. (Como o primeiro substantivo foi determinado por um artigo, o segundo também deve ser determinado; preposição ‘a’ + artigo ‘a’ = à)

2 – Substantivo feminino de uso indeterminado/generalizado

Não se emprega acento indicativo de crase diante de substantivo feminino usado em sentido geral, indeterminado, porque, nesse caso, não ocorre o artigo definido "a(s)". Exemplos:

• Ele tem aversão a mulher. (...a mulher em geral)

• Crédito sujeito a aprovação.

• Paciente submetido a intervenção cirúrgica.

• Presidente responde a denúncia hoje.

As frases podem ser reescritas assim:

• Ele tem aversão a (uma) mulher (qualquer).

• Crédito sujeito a (uma) aprovação (qualquer).

• Paciente submetido a (uma) intervenção cirúrgica (qualquer).

• Presidente responde a (uma) denúncia (qualquer) hoje.

É óbvio, esses são os casos principais, mas há outros possíveis e mais específicos, recomendo as páginas: http://www.pucrs.br/manualred/crase.php http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/gramatica/acentuacao/gramatica_crase TESTES PARA IDENTIFICAR SE HAVERÁ OU NÃO A CRASE: Teste 1 – preposição: troca-se o termo posterior feminino, por masculino. Se aparecer ao ou a, parte-se para o segundo teste. Teste 2 – artigo: cria-se uma sentença com o verbo gostar + termo posterior. Se aparecer da, haverá crase. Se aparecer de ou do não haverá crase. Teste 3 – artigo: para saber se haverá crase antes do nome de um lugar, basta substituir a preposição ‘a’ por ‘para’. Se aparecer ‘para a’, haverá crase. Se aparecer apenas ‘para’, não haverá, como vemos no exemplo 2. Exemplo 1: Obedeço __ Lei 1º teste: obedeço ao professor 2º teste: gosto da Lei Resultado: obedeço à Lei. Exemplo 2: Vou __ Fortaleza 1º teste: vou ao Mediterrâneo 2º teste: gosto de Fortaleza 3º teste: vou para Forteza Resultado: Vou a Fortaleza. TESTES – expressões referentes a horário Teste: troca-se por “meio-dia”. Se aparecer ao haverá crase. Se aparecer o não haverá. Exemplo 1: Trabalhamos das duas __ quatro Teste: Trabalhamos das duas ao meio-dia Resultado: Trabalhamos das duas às quatro. Exemplo 2: Vou ficar aqui até __ cinco da tarde. Teste: Vou ficar aqui até o meio-dia Resultado: Vou ficar aqui até as cinco da tarde.

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QUESTÕES DE CRASE

Em cada questão, assinale a única frase na qual se emprega o acento da crase. 1. (A) Refiro-me a alunas estudiosas. (B) Refiro-me a esta aluna aqui. (C) Refiro-me a todas as alunas. (D) Refiro-me a uma aluna em especial. (E) Refiro-me aquela aluna. 2. (A) Dirigi a palavra a você. (B) Dirigi a palavra a Vossa Majestade. (C) Dirigi a palavra a Senhora. (D) Dirigi a palavra a minhas tias. (E) Dirigi a palavra a quem reclamava.

3. (A) Faço alusão a meu pai. (B) Faço alusão a várias cidades. (C) Faço alusão a primeira aluna da turma. (D) Faço alusão a alguma aluna. (E) Faço alusão a essa cidade aí. 4. (A) No verão, vamos a casa de meus tios. (B) No verão, vamos a Minas Gerais ou a Goiás. (C) No verão, vamos a Fortaleza e a Manaus. (D) No verão, vamos a terra. (E) No verão, vamos para a Bolívia e para a Venezuela. 5. (A) Saiu a andar a pé. (B) Levam as moças a uma fuga. (C) Ficou a discorrer a respeito dos estudos. (D) A professora não chegou a tempo. (E) Só as primeiras horas da noite pôde assistir a cerimônia. 6. (A) Ele doou a sua coleção a mim. (B) Perdoamos a quem faltou. (C) Ele escreveu uma carta a V. Sª. (D) Leve-o aquele salão e não a este. (E) Ela aspirava a uma carreira rendosa. 7. (A) Entreguei os convites a essa senhora. (B) Não me refiro a tua casa, mas a de tua irmã. (C) Estavam ali, frente a frente. (D) Os marinheiros desceram a terra. (E) Os filhos retornaram a casa.

Coloque o acento da crase onde for necessário: 1. Ele fez referência a tarefa feita por nós. 2. Traçou uma reta oblíqua a do centro. 3. Não conheço as que saíram. 4. Ela se referia as que saíram. 5. Apresentou-lhe a esposa. 6. Apresentou-o a esposa. 7. Era uma camisa semelhante a que o diretor usava. 8. Ele desconhecia aquele regulamento. 9. Ele não obedecia aquele regulamento.

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10. Não me refiro aquilo. 11. Não vi aquilo. 12. Esta é a lei a qual fiz alusão. 13. Esta é a lei a qual desconhecia. 14. Esta é a mulher a quem fiz referência. 15. Esta é a mulher a qual fiz referência. 16. Ela se dedica a empresa e obedece as leis. 17. Não compareceu as reuniões que eram úteis as pesquisas. 18. O juiz, indiferente as súplicas, condenou o réu a forca. 19. Nas próximas férias, iremos a Bélgica, a Suécia e a Portugal. 20. Viajaremos a Londres e a Roma do Coliseu. 21. Já fomos a Paraíba, a Pernambuco e a Goiás. 22. Também fomos a Santa Catarina e a progressista Florianópolis. 23. As vezes, o pessoal sai as escondidas. 24. A reunião vai das cinco as seis horas. 25. A reunião vai durar de cinco a seis horas.

QUESTÕES DE REGÊNCIA

1. (IBGE) Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da língua: a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável. b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte de cana. c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros. d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade. e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido. 2. (IBGE) Assinale a opção que contém os pronomes relativos, regidos ou não de preposição, que completam corretamente as frase abaixo: Os navios negreiros, ....... donos eram traficantes, foram revistados. Ninguém conhecia o traficante ....... o fazendeiro negociava. a) nos quais / que b) cujos / com quem c) que / cujo d) de cujos / com quem e) cujos / de quem 3. (EPCAR) O que devidamente empregado só não seria regido de preposição na opção: a) O cargo ....... aspiro depende de concurso. b) Eis a razão ....... não compareci. c) Rui é o orador ....... mais admiro. d) O jovem ....... te referiste foi reprovado. e) Ali está o abrigo ....... necessitamos. 4. (PUC-RS) Diferentes são os tratamentos ....... se pode submeter o texto literário. Sempre se deve aspirar, no entanto, ....... objetividade científica, fugindo ....... subjetivismo. a) à que, a, do b) que, a, ao c) à que, à, ao d) a que, a, do e) a que, à, ao 5. (PUC-RS) Alguns demonstram verdadeira aversão ..... exames, porque nunca se empenharam o suficiente ..... utilização do tempo ..... dispunham para o estudo. a) com - pela - de que b) por - com - que c) a - na - que

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d) com - na - que e) a - na - de que 6. (UF-PR) Assinale a alternativa que substitui corretamente as palavras sublinhadas: 1. Assistimos à inauguração da piscina. 2. O governo assiste os flagelados. 3. Ele aspirava a uma posição de maior destaque. 4. Ele aspirava o aroma das flores. 5. O aluno obedece aos mestres. a) lhe, os, a ela, a ele, lhes b) a ela, os, a ela, o, lhe c) a ela, os, a, a ele, os d) a ela, a eles, lhe, lhe, lhes e) lhe, a eles, a ela, o, lhes 7. (FUVEST) Assinale a alternativa gramaticalmente correta: a) Não tenham dúvidas que ele vencerá. b) O escravo ama e obedece o seu senhor. c) Prefiro estudar do que trabalhar. d) O livro que te referes é célebre. e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no.

8. (UF-UBERLÂNDIA) Assinale o período em que foi empregado o pronome relativo inadequado: a) O livro a que eu me refiro é Tarde da Noite. b) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém duvida. c) O livro em cujos dados nos apoiamos é este. d) A pessoa perante a qual comparecemos foi muito agradável.

9. (FUVEST) Indique a alternativa correta: a) Preferia brincar do que trabalhar. b) Preferia mais brincar a trabalhar. c) Preferia brincar a trabalhar. d) Preferia brincar à trabalhar. e) Preferia mais brincar que trabalhar.

10. (CESGRANRIO) Assinale o item em que a regência do verbo proceder contraria a norma culta da língua: a) O juiz procedeu ao julgamento. b) Não procede este argumento. c) Procedo um inquérito. d) Procedia de uma boa família. e) Procede-se cautelosamente em tais situações.

I - Certifiquei-o ............ que uma pessoa muito querida aniversaria neste mês; II - Lembre-se ............ que, baseada em caprichos, não obterá bons resultados; III - Cientificaram-lhe ............ que aquela imagem refletia a alvura de seu mundo interno. De acordo com a regência verbal, a preposição de cabe: a) nos períodos I e II b) apenas no período II c) nos períodos I e III d) em nenhum dos três períodos e) nos três períodos

11. (PUCC) Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada: O projeto, ............ realização sempre duvidara, exigiria toda a dedicação .......... fosse capaz. a) do qual a, que b) cuja a, da qual c) de cuja, de que

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d) que sua, de cuja e) cuja, a qual

12. (FMU) Assinale a única alternativa incorreta quanto à regência do verbo: a) Perdoou nosso atraso no imposto. b) Lembrou ao amigo que já era tarde. c) Moraram na rua da Paz. d) Meu amigo perdoou ao pai. e) Lembrou de todos os momentos felizes.

13. (UF-PA) Assinale a alternativa que contém as respostas certas: I - Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família. II - Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro. III - Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque, embora fosse tão humilde. IV - Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeitavam a sala, desmaiou. a) II - III - IV b) I - II - III c) I - III - IV d) I - III e) I – II

14. (TTN) Há erro de regência no item: a) Algumas idéias vinham ao encontro das reivindicações dos funcionários, contentando-os, outras não. b) Todos aspiravam a uma promoção funcional, entretanto poucos se dedicavam àquele trabalho, por ser desgastante. c) Continuaram em silêncio, enquanto o relator procedia à leitura do texto final. d) No momento este Departamento não pode prescindir de seus serviços devido ao grande volume de trabalho. e) Informamos a V. Senhoria sobre os prazos de entrega das novas propostas, às quais devem ser respondidas com urgência.

15. (UFF) Assinale a frase que apresenta um erro de regência verbal: a) Este autor tem idéias com que todos nós simpatizamos. b) Eis a ordem de que nos insurgimos. c) Aludiram a incidentes de que já ninguém se lembrava. d) Qual o cargo a que aspiras? e) Há fatos que nunca esquecemos.

16. (SANTA CASA) Assinale a alternativa correta quanto à regência: a) Fomos ao cinema e assistimos um filme. b) Prefiro mais trabalhar do que estudar. c) Iremos para o Rio de Janeiro nas próximas férias. d) Ele está curioso em saber a resposta. e) Ele aspira a um cargo de chefia.

17. (FUVEST) Indique a alternativa na qual a regência utilizada desobedece ao padrão da gramática normativa: a) Esta alternativa obedece o padrão da gramática normativa. b) Entretanto, não costuma haver distúrbios na fila. c) Jamais poderão existir tantos recursos para tantos planos. d) Só lhe faltou mandar-me embora de casa. e) Quando Lígia entrou, bateram onze horas no relógio da sala.

18. (UEPG-PR) A alternativa incorreta de acordo com a gramática da língua culta é: a) Obedeça o regulamento. b) Custa crer que eles brigaram. c) Aspiro o ar da montanha. d) Prefiro passear a ver televisão. e) O caçador visou o alvo.

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19. (ITA) Assinale a alternativa correta: a) Antes prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. b) Prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. c) Prefiro aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. d) Prefiro antes aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. e) Prefiro aspirar a uma posição honesta a ficar aqui.

20. (ESAF) Observe as palavras sublinhadas e indique a frase que apresenta regência nominal correta: a) Por ser muito estudioso, ele tinha grande amor a seus livros. b) Havia muitos anos que não via o filho, por isso estava ansioso em vê-lo. c) Alheio para com o julgamento, o réu permanecia calado. d) Coitado! Foi preso porque era suspeito por um crime que não cometeu. e) Tínhamos o propósito em dizer toda a verdade, mas nos impediram de fazê-lo.

21. (ESAF) A frase que apresenta erro de regência do verbo ASSISTIR é: a) Não fui ver o filme, embora quisesse assistir-lhe. b) Não lhe assiste o direito de humilhar ninguém. c) Ele assiste às aulas sempre com muita serenidade. d) Aqueles médicos assistem os doentes com dedicação. e) Assistiu aos jogos da Seleção sem nenhum entusiasmo. 22. (ESAF) Observe, nos períodos abaixo, a regência dos verbos e dos nomes: a) As constantes faltas ao trabalho implicaram a sua demissão. b) Procederemos à abertura do inquérito. c) O cargo a que aspiramos é disputado por todos. d) Prefiro mais estudar do que trabalhar. e) Sua atitude é incompatível ao ambiente. Assinale a sequência que corresponde aos períodos corretos: a) I, II e IV b) II, III e IV c) II, IV e V d) I, II e III e) I, III e IV

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Gabarito

Questões de crase

1. (E) Refiro-me àquela aluna. 2. (C) Dirigi a palavra à Senhora. 3. (C) Faço alusão à primeira aluna da turma. 4. (A) No verão, vamos à casa de meus tios. 5. (E) Só às primeiras horas da noite pôde assistir a cerimônia. 6. (D) Leve-o àquele salão e não a este. 7. (B) Não me refiro à tua casa, mas a de tua irmã.

1. Ele fez referência à tarefa feita por nós. 2. Traçou uma reta oblíqua à do centro. 3. Não conheço as que saíram. 4. Ela se referia às que saíram. 5. Apresentou-lhe a esposa. 6. Apresentou-o à esposa. 7. Era uma camisa semelhante à que o diretor usava. 8. Ele desconhecia aquele regulamento. 9. Ele não obedecia àquele regulamento. 10. Não me refiro àquilo. 11. Não vi aquilo. 12. Esta é a lei à qual fiz alusão. 13. Esta é a lei a qual desconhecia. 14. Esta é a mulher a quem fiz referência. 15. Esta é a mulher à qual fiz referência. 16. Ela se dedica à empresa e obedece às leis. 17. Não compareceu às reuniões que eram úteis às pesquisas. 18. O juiz, indiferente às súplicas, condenou o réu à forca. 19. Nas próximas férias, iremos à Bélgica, à Suécia e a Portugal. 20. Viajaremos a Londres e à Roma do Coliseu. 21. Já fomos à Paraíba, a Pernambuco e a Goiás. 22. Também fomos a Santa Catarina e à progressista Florianópolis. 23. Às vezes, o pessoal sai às escondidas. 24. A reunião vai das cinco às seis horas. 25. A reunião vai durar de cinco as seis horas.

Questões de Regência 1. D 2. D 3. E 4. E 5. E 6. B 7. E 8. E 9. C 10. C 11. C

12. E 13. A 14. E 15. B 16. E 17. A 18. A 19. E 20. A 21. A 22. D