regicidio
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O esgotamento e o descrédito do sistema político, ao qual o rei se encadeou, faziam prever que a monarquia se aproximava do fim. Rafael Bordalo Pinheiro previa em 1890, no jornal Pontos nos ii, que D. Carlos era o último monarca.
A Corja!: periódico de caricaturas (16 de Outubro de 1898). Lisboa: Litografia Artística. Ano I, Nº 16.
A invencibilidade do despotismo de João Franco através do Parlamento encontra na conspiração a via alternativa para derrubar a monarquia. Em Lisboa são introduzidas armas e bombas, enquanto a Polícia procura descobrir uma ponta da conspiração que pressente tramar-se. A Carbonária, associação secreta de origem italiana, desempenhou um papel importante em todo o processo revolucionário, simbolizado, nesta imagem, no golpe ao Mazantini (chapéu), habitualmente usado por D. Carlos.
MANUEL DOS REIS DA SILVA BUIÇA
Filho do reverendo Abílio da Silva Buíça, pároco de Vinhais, e de Maria Barroso,
nasceu em Bouçoães, concelho de Valpaços, distrito de Vila Real (Trás-os-
Montes), a 30 de Dezembro de 1876.
Ingressou no exército, atingindo a categoria de 2º sargento no regimento de
cavalaria de Bragança, onde também exerceu o cargo de instrutor da carreira de
tiro. Senhor de uma pontaria exímia, detinha o curso de mestre de armas e uma
medalha de atirador de 1ª classe. Demitido do exército, por ter cometido infracções
diversas, sabe-se que a partir de 1898, Buíça se torna professor, leccionando no
Colégio Nacional, ministrava também, a nível particular, lições de música e francês.
Não estão confirmadas ligações à Carbonária ou à Maçonaria.
Participou no movimento abortado para derrubar a monarquia de 28 de Janeiro de
1908.
No dia 1 de Fevereiro, dispara sobre o monarca alvejando-o mortalmente, na
coluna vertebral. Seguidamente atira duas vezes sobre o príncipe. O primeiro
projéctil falha, mas o segundo atinge-o na face esquerda, saindo-lhe pela nuca.
ALFREDO LUIS DA COSTA
Nasceu no Alentejo na aldeia de Casével, Castro Verde, a 24 de Novembro de 1883.
Começou a trabalhar como empregado do comércio num estabelecimento que um tio tinha em Lisboa, vindo a presidir à Associação dos Empregados do Comércio de Lisboa. Mais tarde, torna-se caixeiro-viajante por contra própria, correndo o país.
Funda em Angra do Heroísmo um jornal para defesa dos empregados do comércio e impulsiona também, nesta cidade, o Núcleo da Juventude Anarco-Sindicalista. Em 1903, em Estremoz, fez intensa propaganda republicana e daí começou a colaborar nos jornais de classe da capital. Fundou, com Aquilino Ribeiro, uma pequena empresa de livraria, A Social Editora, onde foram editados, entre outros trabalhos, alguns folhetos contra o regime.
Republicano radical e franco-mação, participou, na noite de 28 de Janeiro de 1908, no movimento abortado para derrubar a monarquia, liderando, com Manuel Buiça, um grupo de vinte homens, que se envolveu em confrontos com a Guarda Municipal, enquanto esperava o sinal da revolução.
Na tarde do dia 1 de Fevereiro, Alfredo Costa aguardava no Terreiro do Paço, por debaixo da arcada do Ministério do Reino, o desembarque da Família Real, vinda de Vila Viçosa. Às cinco horas e vinte minutos, quando a carruagem passava à sua frente, aproximou-se dela e desfere dois tiros nas costas do Rei. Este já se encontrava morto, atingido por duas balas disparadas por Manuel Buíça.
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