Registo ed200

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 29 de Março de 2012 | ed. 200 | 0.50

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Edição 200 do Semanário Registo

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 29 de Março de 2012 | ed. 200 | 0.50€

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 29 de Março de 2012 | ed. 200 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

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Passos Coelho em Sines O primeiro-ministro manifestou a sua satisfação com a descida das taxas de juro da dívida portuguesa abaixo dos 10 % que, no mercado secundário, atingiu os mínimos de quase um ano. Durante uma vista ao porto de Sines, por ocasião do lançamento da segunda fase do projeto Terminal XXI, Passos Coelho salientou o facto de os mercados “pouco a pouco”, irem reconhecendo os esforços que Portugal tem conduzido na reabilitação da sua economia.

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Pagar para não produzir no Alentejo? PAC pós-2013 já está a influenciar o comportamento dos agricultores e empresários.Nos últimos tempos a agricultura tem sido notícia. Esta afirmação poderia ser devida à escassez de chuva que temos tido neste In-verno. Mas não é. Refiro-me às notícias que, há mais algum tempo atrás, nos vêm dando conta de que a nossa agricultura não pro-

grediu com a adesão à Europa, de que muito poderia e deveria ter sido feito para promo-ver a produção e produtividade e não foi, de que os indicadores socioeconómicos que a caracterizam dão bem conta do seu estado de baixo grau de desenvolvimento, de que

desmantelámos a sua capacidade instalada, juntamente com a das pescas, por contrapar-tida de fundos estruturais. Generalizou-se na opinião publica a ideia de que estas polí-ticas, e refiro-me em especial à PAC, pagam para não se produzir.

Pára o TGV avança a ferrovia de mercadorias

Mário Simões defende uso de AlquevaPág.03 O deputado do PSD por Beja Mário Simões quer colocar Alqueva a fornecer água para a produção de forragens e verba para a alimentação animal. A proposta surge quando o Ministério da Agricultura está a ne-gociar com Espanha e França o forne-cimento de rações para animais.

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CARMIM apoia a diferençaPág.12 A Carmim deu a conhecer a primeira iniciativa no âmbito do seu projecto ‘Monsaraz Millennium, um vinho de causas’, ao entregar uma cadeira de rodas eléctrica. Trata-se do arranque simbólico de ampla plata-forma de responsabilidade social a longo-prazo.

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A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição

Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Tenham medo, muito medo!”

[Boswell:] So, Sir, you laugh at schemes of political improvement.

[Johnson:] Why, Sir, most schemes of politi-cal improvement are very laughable things.

No dia 16 de Fevereiro do ano da graça de 2012, visitei o “Museu do Artesanato agora-também-do-design de Évora”. Declaração de interesses: fui dos que, após convite, aceitei fazer parte da associação Perpetuar Tradi-ções, criada com o objectivo de defender o Centro de Artes Tradicionais – Antigo Mu-seu do Artesanato, contra a intenção de o en-cerrar ou transformar para um fim diferente do que esteve na origem da sua (re)fundação.

O projecto do Centro de Artes Tradicionais – Antigo Museu do Artesanato (CAT), teve o acompanhamento científico do Instituto Português de Museus, da Universidade de Évora e da Comissão Interministerial para o Artesanato, e foi alvo de um apoio financeiro não despiciente das autoridades nacionais e comunitárias. A sua génese e os seus objec-tivos, justificavam aquele ‘edifício’, no duplo sentido da palavra. A intenção de transfor-mar o CAT num hibrido ‘hype’ - juntando-lhe, para o efeito, o respeitável espólio de uma colecção particular de objectos de ‘de-sign’ do século XX (fusão que vi sustentada por umas declarações meio enigmáticas da Dra. Cláudia Sousa Pereira, vereadora da cultura da CME) -, pareceu-me, à partida, er-rada. Daí ter aceitado fazer parte da referida associação.

Confesso, contudo, que não deixei de con-ceder um resquício de benefício da dúvida à intenção de adaptar o espaço para acolher a supracitada colecção de objectos de design, apesar do obtuso ponto de partida. A pers-pectiva parecia-me de tal forma desastrosa que ingenuamente cheguei à posição «é pos-sível não ser bem aquilo que por aí dizem.»

Esperar para ver foi a posição que me pare-ceu mais sensata, apesar de, por principio, ser contra. E a reserva mental alastrou-se às fu-turas formas de «luta» da associação de que passei a fazer parte. Quem vive em Évora há 43 anos, percebe do que falo.

Não é raro encontrar associações ou gru-pos de interesse que, por detrás das mais nobres e altruístas intenções (normalmente ligadas à área da cultura), albergam as típicas e mais ou menos veladas intenções politico-partidárias que empolgam os indomáveis egos e os floreados retóricos de algumas fi-guras da cidade, as quais têm por hábito ou vocação instrumentalizar essas ilustríssimas agremiações (capelinhas onde, por vezes, só entra quem não é de «origem duvidosa»). Para o bem e para o mal, Évora continua a ser uma cidade fortemente polarizada.

Os dois centros gravitacionais da praxe – o do PS e o dos que estão à esquerda do PS – ditaram há muito o mote: “não és por mim, és contra mim”. Em uníssono. Talvez por isso, a fulanização e o respectivo empobrecimen-to do debate metam, hoje em dia, dó. Com o tempo percebi que não era o caso, apesar da postura potencialmente histriónica de um ou outro membro da associação.

Voltando ao início, no dia 16 de Fevereiro visitei o Museu do Artesanato e do Design de

Évora (MADE). O resultado é, no mínimo, ri-sível. De um ponto de vista benigno, o MADE é o espelho da desorientação e da saloiice que habitam o espírito dos actores políticos que um dia pensaram ser possível sintetizar dois conceitos e duas linguagens distintas, daquela forma desequilibrada, pobre e desconcertante, pensando daí retirar a salvífica «mais-valia» comercial e reforçar a bendita «projecção» da cidade. Retirando da equação a comicidade do resultado final (cajados, chocalhos, cirandas e alforges em comunhão, na mesma sala, com escovas de dentes de Philippe Starck, máqui-nas de barbear e maços de tabaco de Raymond Loewy, secadores de cabelo e ferros de engo-mar de Pierre Paulin, é de morrer a rir), ali se prova como de uma só «cajadada» se arrui-naram duas «colecções» que mereciam o seu espaço próprio e digno.

Se era certo e sabido que o (agora antigo) CAT padecia de alguns problemas de ordem, digamos, «básica» (nomeadamente a já tra-dicional e triste ausência de literatura infor-mativa de qualidade, que contextualizasse e enquadrasse o que se apresentava aos nossos olhos, e a absoluta incapacidade de cativar públicos mais jovens), a sua transformação no MADE representa uma regressão, em que a soma das partes (ainda que putativa e ale-gremente fundidas) é menor que cada uma das partes. O MADE - um projecto ou pro-duto provavelmente com origem na «janela de oportunidade» que o Dr. Ceia da Silva e a Dra. Cláudia Sousa Pereira vislumbraram na colecção de Paulo Parra, um virtual «private, local and tiny Berardo» - presta um péssimo serviço à história e difusão das artes tradicio-nais (e dos respectivos artesãos) e à história e difusão do design industrial do século XX (e respectivos protagonistas).

A colecção de Paulo Parra, apesar de não luxuriante do ponto de vista da representa-tividade dos maiores nomes e das maiores obras do design industrial do século XX, era e é suficientemente interessante para merecer um espaço que a valorizasse e recentrasse a sua razão de ser (mais ainda havendo, hoje em dia, um curso de Design na Universidade de Évora). A colecção, em si, e a forma como está exposta, não permitiu o mais ténue fio con-dutor que pudesse constituir a ponte entre os fundamentos teóricos e o contexto histórico do design industrial de que pretende fazer eco (e para a coisa ser bem feita, ter-se-ia de expli-car quem foram John Ruskin, William Mor-ris ou Christopher Dresser), e o artesanato de produção manual e familiar, de raiz popular e regional, que o CAT procurou estudar, cata-logar, expor e difundir, em conjunto com os artesãos nacionais.

Nem todas as fusões dão certo ou resultam numa «contaminação» conducente a um en-grandecimento recíproco. Sobretudo quando faltam elementos a ambos os lados que per-mitam uma ligação já por si difícil, embora não totalmente impossível. O MADE é, por tudo isto, um projecto falhado, que prejudi-cou um projecto existente e que serviu, uma vez mais, para agudizar conflitos no seio da sociedade eborense. Infelizmente, mais do que ‘laughable’, absolutamente desnecessá-rio.

MAD(E)nessCarlos do Carmo CarapinhaGestor

O Estado Social, que hoje tanto se debate sobre a sua margem de intervenção, é um herdeiro do Welfare State inglês do período pós II Guerra Mundial. Esta conceção de Estado Social ou de providência surge associada a uma matriz or-ganizativa em que se procura responder coleti-vamente às necessidades sentidas pelas pessoas dum determinado território.

Na sua essência, falamos de um Estado que é o sustentáculo dos mais fragilizados socialmen-te, através da redistribuição dos rendimentos que provêm fundamentalmente de quem mais con-tribui. Os direitos adquiridos pelos beneficiários das políticas sociais não são irrevogáveis, mas sim, válidos para um determinado momento, consoante as variáveis socioeconómicas vigentes e a matriz cultural do país que o acolhe. Em bom rigor, a maiores períodos de austeridade, o Es-tado Social deveria ser mais abrangente nas me-didas de política social para aqueles que ficam mais desfavorecidos, não deixando desprotegi-dos e vulneráveis os seus cidadãos face às vicis-situdes da sua atuação. Na prática, assim não é!

Todos se queixam. Os pobres, os ricos e os mais ou menos remediados. Numa ala mais à esquerda apela-se uma maior intervenção pública na resolu-ção dos problemas sociais. Mais à direita, apela-se a uma maior intervenção dos privados na presta-ção dos serviços. Enfim, esta discussão não terá fim, e poderá ser corrompida por populismos, de-magogia e eleitoralismo de conveniência.

Objetivamente, cabe ao Estado a obrigação desenvolver políticas de promoção do bem-estar-social. Sem tal pressuposto, não faz qualquer sentido falar em Estado Social. Por outro lado, esta obrigação não pode ser retirada de qualquer estratégia de uma nação, sob o risco de aniquilar a igualdade entre os cidadãos. O Estado deve ser o garante do sistema de educação, do sistema de saúde, da promoção e dinamização do sistema de segurança social, com um carácter de universali-dade relativa.

Esta universalidade dos direitos sociais cami-

nha para patamares de insustentabilidade. É um facto. A desaceleração do crescimento da eco-nomia europeia e nacional e as suas implicações no financiamento dos modelos sociais dos vários países; a desaceleração da taxa de natalidade e os custos sociais do envelhecimento galopante, tornam evidente a necessidade de repensar as políticas sociais e a consequente intervenção do Estado Social.

A oscilação entre momentos de maior ou me-nor generosidade das políticas sociais enquanto garantias da equidade e do bem-estar-social dos cidadãos está intimamente condicionada com o contexto em que nos encontramos.

Como refere Norberto Bobbio (1992), no seu clássico A Era dos Direitos, “os direitos do ho-mem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja nascidos em certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defe-sa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de um modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas”.

Isto é, não há direitos sociais para a vida, nem Estado Social de matriz irreversível. Há sim, uma necessidade de se repensar e adaptar os di-reitos sociais face às mudanças e transformações sociais dos últimos anos, provocadas pelas per-turbações na economia e pela modernizada dinâ-mica pós-industrial.

Os direitos sociais, pilares fundamentais para atenuar as desigualdades entre as classes so-ciais, sofrem das metamorfoses do reformismo do Estado.

A universalidade do Estado Social está condi-cionada. Apesar da tentação do contexto em criar um ”Estado-Mínimo”, como resultado do prima-do do económico sobre o social, o crescimento das desigualdades sociais e a fragilização dos vários extratos da população impõem um Estado Social próximo dos cidadãos, capaz de se adaptar às transformações sociais e garantir a sua função essencial: o bem-estar-social de forma relativa-mente universal.

A universalidade relativa do Estado Social

Joaquim Fialhoprofessor universitário

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Actualprodução de forragens e verba para alimentação dos animais, fazendo uso da água de alqueva.

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Luís Godinho | Texto O deputado do PSD por Beja Mário Simões quer colocar Alqueva a fornecer água para a produção de forragens e verba para a alimentação animal. A proposta surge quando o Ministério da Agricultura está a negociar com Espanha e França o for-necimento de rações para animais.

O deputado diz que a proposta surge na sequência de encontros com dirigentes associativos e empresários agrícolas e que se destina a “permitir a produção de verde a curto prazo”.

“A proposta defende a produção de for-ragens e erva para alimentação dos ani-mais, fazendo uso de pivôs de rega e da água disponibilizada pela EDIA através do sistema de rega de Alqueva. Assim, os agricultores que o pretendam e dis-ponham de pivot de rega ou canhões de rega, fariam a sua utilização no regadio”.

Recordando que as condições climaté-ricas “revelam-se propícias” de forma a efectuar a “primeira colheita do primei-ro pasto” já em Maio, o deputado adianta que a rentabilidade deste tipo de produ-ção “poderia ser equivalente” às culturas de milho e girassol. “Com efeito, estas apresentam um rendimento entre os 2.000 e os 2.500 euros por hectare. A pro-dução de erva garante um rendimento entre os 1.300 e os 1.400 euros. Contudo, se a EDIA disponibilizar água gratuita-mente, acresceriam cerca de 500 euros por hectare, tornando a produção de erva fresca competitiva fase às culturas de mi-lho e girassol”.

Mário Simões quer Alqueva a produzir pastagensperante a seca o deputado do psd defende o papel da água de alqueva

Outra medida que é proposta pelo de-putado do PSD incide no financiamen-to que é facultado pela União Europeia para ser aplicado no desenvolvimento do mundo rural. “Dadas as circunstâncias e os pesados encargos que o sector agríco-la está obrigado a suportar em mais um ciclo de seca, as verbas deste programa comunitário deveriam reverter, na situa-ção concreta que se está a viver, para um fundo de garantia de seguros à produção”, defende.

Mário Simões defende ainda uma

“efectiva flexibilidade” nos pagamentos dos encargos que os agricultores têm de suportar com a Segurança Social e com as finanças.

Neste momento e só no concelho de Serpa, centenas de agricultores, empresas agrícolas e agroindustriais estão a braços com situações de penhora, por incumpri-mento das suas obrigações que derivam da situação de crise profunda que grassa no sector agrícola.

A proposta do deputado social-demo-crata surge depois de a Empresa de Desen-

volvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) ter anunciado que vai disponibi-lizar água para abeberamento de gado e culturas fora das áreas já equipadas pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

“Esta decisão vem permitir o acesso à água de Alqueva, flexibilizando procedi-mentos e autorizando captações de água nas infraestruturas do Empreendimento sempre que técnica e ambientalmente possível”, refere fonte da empresa.

Segundo a EDIA, o agricultor que tenha necessidade de água para abeberamento de gado, poderá recolher essa água em qualquer albufeira do Empreendimento, canal ou boca de rega nos perímetros já instalados em pontos pré identificados pela EDIA.

Por este serviço a empresa não cobrará a água utilizada sendo da responsabilidade do agricultor o seu transporte. Recorde-se que o abeberamento de gado diretamente nas albufeiras está interdito por lei.

Por outro lado, para os agricultores que não estão servidos pelo sistema de mas que tenham necessidade de água para as suas culturas, a EDIA facilitará o seu acesso, licenciando captações diretas ou disponibilizando bocas de rega pré defi-nidas nas zonas limítrofes dos blocos já equipados, aplicando-se o tarifário em vigor para cada caso.

“No caso das captações diretas, em al-bufeiras ou canais da Rede Primária do EFMA, o agricultor deverá instalar a respetiva bomba e contador”, acrescenta a mesma fonte, considerando que estas medidas se destinam a “contribuir para a minimização dos impactes que a seca está a produzir na Agricultura da região, respondendo às solicitações dos agricul-tores”.

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“Gostaríamos que sines pudesse ter a perspectiva de essa ligação poder estar a ser executada até 2014”

Redacção | Registo O primeiro-ministro, Pedro Passos Coe-lho, manifestou a sua satisfação com a descida das taxas de juro da dívida por-tuguesa abaixo dos 10 % que, no mercado secundário, atingiu os mínimos de quase um ano. Durante uma vista ao porto de Sines, por ocasião do lançamento da se-gunda fase do projeto Terminal XXI, Pas-sos Coelho salientou o facto de os merca-dos “pouco a pouco”, irem reconhecendo os esforços que Portugal tem conduzido na reabilitação da sua economia.

Desde o início das operações em 2004, a PSA – uma das empresas líderes mundiais na gestão de portos – tem vindo a inves-tir continuamente em infra-estruturas e equipamentos no Terminal XXI de Sines. A fase agora inaugurada compreende a ampliação do cais em 350 metros, para um total de 730 metros e a ampliação da área de armazenagem de contentores de 20 para 25 hectares.

O terminal está equipado com cinco pórticos de cais de última geração e 12 gruas de parque, sendo o sexto pórtico de cais e mais três gruas de parque esperados até ao final deste ano.

Segundo avançou ao Registo fonte da PSA, este investimento vem aumentar a capacidade do Terminal XXI para um milhão de TEUs (unidade de medida que corresponde a um contentor de 20 pés) por ano. Em 2014, quando a Fase 2 for conclu-ída o investimento total neste terminal atingirá mais de 200 milhões de euros.

De acordo com Lídia Sequeira, Presi-dente do Conselho de Administração do Porto de Sines, “a parceria com a PSA, o maior operador do mundo de carga con-tentorizada, constituiu uma garantia de sucesso associando as condições naturais do Porto de Sines e da sua envolvente e o know how de uma entidade que acredi-tou no projecto e assumiu integralmente o risco de construção e da operação.”

David Yang, CEO da PSA para a Euro-pa e Mediterrâneo, afirmou por seu lado que “com este novo investimento a PSA Sines terá capacidade para operar simul-taneamente dois megacarriers. E graças às dragagens dos acessos marítimos e da zona de manobra do Terminal XXI efec-tuados pela APS, o terminal está agora pronto para receber os futuros grandes porta-contentores de 18 mil TEUs.”

Na ocasião, Pedro Passos Coelho afir-mou que “gostaria” que a decisão de ligar o Porto de Sines à rede ferroviária euro-peia ficasse tomada este ano, processo que está a ser negociado com os governos de Espanha e França.

“Gostaríamos que Sines pudesse ter a perspectiva de essa ligação poder estar a ser executada até 2014, porque 2014 é o ano em que o Canal do Panamá tornará ainda mais relevante a posição de Sines no Atlântico. Essa seria uma cronologia boa para Portugal: conseguir que duran-te este ano essa matéria ficasse decidida, definida, e que começássemos depois a concretizar essa ligação”, referiu o chefe

Passos Coelho inaugura investimento em Sines e promete ligação ferroviária às redes europeiasCom o fim do TGV passos de-fende a ligação por ferrovia de mercadorias a partir de sines

de Governo, assegurando que ainda não existe uma perspectiva de custos: “Wssa é uma questão que tem de ser vista no seio da União Europeia, porque se trata de uma ligação transeuropeia, não é estrita-mente nacional”.

Questionado pelos jornalistas sobre temas nacionais, disse que o país está “praticamente com um ano de avanço na correção de uma parte importante do dé-

fice externo da balança corrente”, numa referência ao défice externo da balança corrente que, em dezembro de 2011, fi-cou a um nível inferior ao esperado para dezembro de 2012. “Isso foi conseguido não apenas com a contração da procura interna devido às medidas de austerida-de, mas também graças às exportações”, acrescentou.

Perante estes novos indicadores, Passos

Coelho salientou que “não só não esta-mos a acumular necessidades de finan-ciamento exterior como estamos a cami-nhar para o equilíbrio das contas”.

Sobre a aprovação da venda do BPN ao BIC, por Bruxelas, afirmou estar muito satisfeito “porque foi possível salvar o BPN dentro de um custo para os portu-gueses que não é superior ao da sua li-quidação”.

O Porto de Sines celebrou com a EGAPI – Equipamentos e Gestão para Aplica-ções Industriais um acordo que visa a comercialização internacional do CUP – Cartão Único Portuário. A EGAPI, com sede em Braga, foi o parceiro tecnológi-co que colaborou com o Porto de Sines na construção desta solução informática e que está em melhores condições para comercializar este produto.

O Cartão Único Portuário é um instru-mento de simplificação e de agilização dos procedimentos de autorização e de reforço dos níveis de segurança e de proteção nos controlos de fronteira e nos acessos aos depósitos aduaneiros.

Neste âmbito, a Administração do Porto de Sines, que mantém o direito de propriedade do sistema, considerou ser de interesse público a disseminação des-ta importante plataforma, no sentido de contribuir para uma maior atratividade do transporte marítimo e dos portos, pelo que celebrou o presente acordo.

O CUP (visual e digital) é emitido ele-tronicamente e previamente validado pelas diferentes autoridades e entidades – fronteira, marítima, portuária e insta-

Sines lança cartão único portuártiolações portuárias – constituindo-se como uma importante ferramenta de simplifi-cação, trabalho colaborativo em suporte eletrónico e de aumento do controlo.

As portarias de todas as áreas inter-nacionais do porto são integradas neste modelo de agilização dos procedimen-tos, reduzindo os tempos de autorização (que são previamente emitidos), bem como a simplificação administrativa de

todos os actores envolvidos.Para efeitos de controlo de acessos aos

navios – tripulantes, passageiros e en-tradas a bordo – este software integra-se naturalmente com a JUP II – Janela Única Portuária, na qual reside toda a informação das escalas de navios, permitindo que os utilizadores do porto tratem toda a informação de uma só vez e por um único canal.

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alguns agricultores que passaram a beneficiar de água para regar ficaram com maior potencial produtivo.

Carlos Marques | Professor Universitário

Naturalmente, que não são alheios a es-tas questões os sentimentos de crise e os esforços para encontrar no tecido produ-tivo, e também no setor agrícola (a que se juntam temáticas e discursos políticos, que focam o interior, o seu abandono e fragilidade económica, a necessidade de mais coesão social, a ruralidade, as tra-dições e princípios, nomeadamente de solidariedade e de minoração de carên-cias nas sociedades rurais com ligação à produção agrícola), uma forma de produ-zir bens transacionáveis para exportar ou para substituir importações (consu-mir português ou português é bom) e, por conseguinte, de encontrar caminhos para a sua progressiva resolução.

Os agricultores e os empresários agrí-colas são agentes racionais, do ponto de vista económico, social e humano. Com-portam-se racionalmente respondendo a sinais e a alterações de variáveis políticas, económicas e sociais, nomeadamente progresso socioeconómico, estabilidade política e melhoria de governance, orien-tações e apoios estruturais ao investi-mento, preços, pagamentos e compensa-ções, subsídios, risco, entre muitos outros, consoante os seus objetivos económicos e sociais de qualidade de vida e de bem-estar.

Contemos, então, a história: a PAC: pa-gar para não produzir, no Alentejo.

Apoiar os agricultores europeus com preços elevados para incentivar a produ-ção levou a que a Europa tivesse preços

para os bens alimentares mais elevados do que os preços mundiais, ou seja, que os dos seus parceiros comerciais. Quem suportava a maior parte da fatura desta política éramos todos nós, consumidores, que pagávamos preços de alimentos mais elevados. Pagávamos todos também, a prazo, mais ou menos rapidamente, pelos problemas ambientais de sobre-explora-ção de recursos naturais. Mas pagávamos também pela necessidade de armazenar e exportar os produtos não absorvidos pe-los mercados.

A PAC, em 1993, abandonou este mode-lo de suporte ao rendimento dos agricul-tores baseado em preços institucionais Retomar os preços mundiais significou desde logo preços de alimentos baixos para os consumidores e maior compe-titividade para os setores que usam ma-térias-primas alimentares, que se tradu-ziram em ganhos reais de nível de vida para os europeus.

Mas, no que toca especificamente aos agricultores, queria ou não a Europa manter o apoio ao rendimento dos agri-cultores? A resposta, ainda hoje, tem que ser dada por nós, enquanto sociedade, querendo ou não manter o povoamen-to de grande parte do território, garantir a preservação dos recursos ambientais mantendo atividades agrícolas, assegu-rar níveis mínimos de produção alimen-tar e contrariar preços especulativos em situações de emergência, adotando ou não uma política pública para esses obje-tivos. Outras razões económicas e sociais poderiam ainda ser apresentadas a favor

ou não da sustentação desse modelo, mas não é esse o objetivo deste texto pelo que deixaremos para outra oportunidade.

Querendo a Europa manter o apoio ao rendimento dos agricultores para aban-donar o modelo baseado nos preços ins-titucionais teve que procurar outro, mais desligado da produção, que entregue os bens e serviços públicos que, suposta-mente, o justificam. As sucessivas refor-mas da PAC têm vindo, gradualmente, sem sobressaltos políticos e sociais como desejado, a procurar e a implantar esse outro modelo.

O desligamento progressivo da produ-ção e a gradual relação com os bens públi-cos, sejam de natureza económica, social ou ambiental, ou seja, a sustentabilidade, tem sido a principal orientação da trajetó-ria das reformas.

Começou-se por estabelecer critérios para cálculo das ajudas baseados no his-tórico produtivo em função das culturas apoiadas e produtividades obtidas para determinar ajudas, mantendo-se obriga-ção de produzir culturas ou de manter pecuária e adotando regimes de retirada de terras da produção, regras que sucessi-vamente foram suavizadas, incluíram-se nessa lógica, consecutivamente, outras produções agropecuárias, estabeleceu-se o regime de pagamento único, e incluí-ram-se condições obrigatórias de ligação aos recursos (eco condicionalidade) para pagamento das ajudas.

Este modelo não é pagar para não pro-duzir. Mas tem efeitos ou consequências. Quais? E, particularmente, em relação à

A Política Agrícola Comum (PAC):Pagar para não produzir no Alentejo?

nos últimos tempos a agricultura tem sido notícia. Esta afirmação poderia ser devida à escassez de chuva que temos tido neste inverno. mas não é. refiro-me às notícias que, há mais algum tempo atrás, nos vêm dando conta de que a nossa agricultura não progre-diu com a adesão à Europa, de que muito poderia e deveria ter sido feito para promover a produção e produtividade e não foi, de que os indicadores socioeconómicos que a ca-racterizam dão bem conta do seu estado de baixo grau de desenvolvimento, de que des-mantelámos a sua capacidade instalada, juntamente com a das pescas, por contrapartida de fundos estruturais. Generalizou-se na opinião publica a ideia de que estas políticas, e refiro-me em especial à paC, pagam para não se produzir.

agricultura do Alentejo? E quanto, ao seu papel de suporte, ao desenvolvimento da região?

As ajudas pagas aos agricultores têm sido pagas com critérios históricos relati-vos a áreas e produtividades culturas. No Alentejo produziam-se as culturas com preços apoiados em áreas relativamente grandes. O Alentejo tem mais de metade da superfície agrícola utilizada do País. Por isso, a região do Alentejo tem uma grande cota parte do total das ajudas na-cionais. Acresce que o Alentejo tem, em termos relativos, mas também absolutos, explorações de grande dimensão. Logo, no Alentejo as ajudas tendem a ter volu-mes financeiros elevados por agricultor. Acresce que as produtividades dessas culturas, na grande maioria da área de sequeiro, são baixas. Aos novos preços de mercado mundial essas culturas, nos moldes praticados, dificilmente são ren-táveis. Logo, no Alentejo, passaram a receber-se volumes de ajudas por agricul-tor elevados e a existirem, fundamental-mente, opções de produções de culturas, que os agricultores tradicionalmente sa-biam produzir, sem rentabilidade.

O resultado desejado com o desliga-

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paC pós-2013 já está a influenciar o comportamento dos agricultores e empresários agrícolas.

mento total, não é, com certeza, pagar para não produzir. Mas tendeu a ser. O que sucedeu foi o abandono dessas produções e aumento da área em pastagens perma-nentes para aproveitamento pecuário. A extensificação da agricultura da região, verificada ao longo dos anos, tem muito a ver com este ajustamento. No Alentejo, a área utilizada em culturas temporárias decresceu consideravelmente e a de pas-tagens permanentes aumentou muito.

Se o conjunto de possibilidades de pro-dução incluísse atividades com elevada rentabilidade os empresários agrícolas e produtores teriam orientado a afetação dos seus recursos para essas culturas e esse ajustamento não se teria verificado.

Poderemos então perguntar: e a ques-tão do regadio? E as opções alternativas? Não temos estado a fazer Alqueva para dar possibilidades acrescidas potenciais aos agricultores? E resposta é sim. Alguns agricultores que passaram a beneficiar de água para regar ficam com maior poten-cial para responder. Ainda assim repare-se que no conjunto da SAU do Alentejo a área prevista só afetará alguns. Mas mes-mo esses, que terão disponibilidade de água, terão que ser competitivos, terão que

dispor de mais capital, terão que aprender a trabalhar com outras culturas e com a água, o preço da água tenderá a aumentar e a exigir que seja usada eficientemente, terão que ter capacitação técnica para o efeito, terão que ter adequada infraes-trutura, tecnologia e serviços técnicos públicos e privados de rega, entre outros aspetos. Não é pera doce. Se, simultanea-mente, receberem um volume de ajudas diretas muito razoável, que permita obter um rendimento anual e mensal acima de um nível muito razoável, tenderão a ser incentivados a projetar e implantar alterações estruturais, investir e arriscar? Isso será particularmente razoável se já se encontrarem numa fase avançada do seu ciclo de vida ou se não existirem opções ou projetos para continuação familiar da atividade na agricultura? Claro que não.

Muitos outros, no entanto, continua-ram com as mesmas restrições. Que ajus-tamentos poderiam ter introduzido para manter a sua competitividade? Poderiam ter reduzido custos e incrementar a ferti-lidade do solos para aumentar as produti-vidades com técnicas de mobilização al-ternativas, tentado promover a qualidade dos seus produtos associados a sistemas

de baixa intensidade em fatores econó-micos comprados e mais intensivos do ponto vista biológico, associado os seus produtos a territórios, regiões e origem co-nhecida para reforçar os atributos de se-gurança e qualidade alimentar dos seus produtos, tentado transformar alguns desses produtos e subir na cadeia de valor (queijos, enchidos, vinho, azeite, mel, en-tre outros), optado em áreas marginais e de pouco potencial por manter atividades e operações que preservem os recursos ambientais e serem pagos por esses bens e serviços públicos que prestam em medi-das agroambientais. Alguns fizeram exa-tamente isso. Mas, também, numa boa parte destes, para quê se o complemento ao valor financeiro das ajudas recebidas é relativamente marginal. Ainda assim, muitos, também numa grande parte dos casos, quiseram preservar o valor do seu património fundiário.

Como é conhecido há novas regras para a reforma da PAC pós-2013. As suas orientações já estão a influenciar o com-portamento dos agricultores e empresá-rios agrícolas mas a forma como forem implantadas as novas regras dessa refor-ma serão decisivas. A PAC pode deixar de

ser a desculpa para todos ou quase todos os males da agricultura de Portugal e do Alentejo. Na PAC pós-2013 vai cair a liga-ção ao histórico. A PAC pode passar a ser cada vez menos desigual entre agriculto-res, regiões e países. As novas regras são muito mais flexíveis e os agricultores po-dem receber pagamentos por hectare sem ligação às suas opções de produção agro-pecuária. A regulamentação da condição de agricultor ativo, agora introduzida, pode ajudar a promover a atividade. O pa-gamento suplementar pelo fornecimento de bens públicos (greening) deve sujeito a uma avaliação específica de métodos, práticas, condições e seus efeitos ambien-tais. Há muito para produzir e inovar na agricultura e desenvolver o Alentejo com os seus agricultores e, permitam-me, com ciência e conhecimento aplicado, com que os investigadores também podem ajudar. Apenas um conselho aos nossos dirigentes políticos. Não cometam, como até aqui, o pecado de nos fazer crer que não há custos ou sacrifícios para os dife-rentes stakeholders, por manter tudo na mesma. Incluindo, para os agricultores, para o desenvolvimento do Alentejo e para a Universidade de Évora.

As explorações agrícolas nacionais representam cerca de 3% das explo-rações e 2% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU) da União Europeia. Em 2009, foram recenseadas 305 mil explorações agrícolas com 3,7 milhões de hectares de SAU. No Alentejo exis-tem apenas 10% das explorações que, no entanto, exploram 53% da SAU.

Portugal é um dos países ganhadores com a reforma da PAC pós-2013 (mais 8 % de orçamento para os pagamentos diretos aos produtores a partir de 2014)?

O orçamento da PAC entre 2014 e 2020 é de 435 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 62 mil milhões de euros por ano, dos quais 1,2 mil milhões por ano, ou seja, 1,9 % para Portugal. Desses, estima-se que cerca de 610 milhões se-rão pagamentos diretos aos produtores? Portugal recebe uma média de 189 euros de ajudas diretas por hectare, mas a média entre os países europeus (EU-27) é 259 euros por hectare. A Ho-landa, Bélgica, Itália, Grécia, França e a Alemanha fazem parte dos países que recebem valores médios por hec-tare acima da média.

Em Portugal os pagamentos diretos aos produtores variam consideravelmente por orientação produtiva, entre quase 800 a menos de 50 euros por hectare para explorações com orientação produ-tiva dominante de arroz e de horticul-tura e floricultura, respetivamente. Nas explorações com vinha como orienta-ção produtiva dominante estima-se que o pagamento médio direto ao produtor seja menos de 100 euros por hectare?

O Alentejo é a região líder destacada no mercado dos vinhos de Denominação de Origem + Indicação Geográfica com uma cota de 43 % (seguida pela do Douro com apenas 12 %) e um valor de vendas de 153 milhões de euros de um total de 356 milhões deste mercado?

Sabia que

Susana Rodrigues | D

.R.

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8 29 Março ‘12

É o marco da vida silvestre onde quer que se localize. É o ícone da resiliência do Campo na Cidade, para nosso bem.

Exclusivo

Vi nas notícias, durante esta semana, que a seca também está a afectar a vida das abelhas. É amplamente sabida a gravidade de uma hi-potética situação em que estes insectos desa-pareçam da face na Terra. Não sei dizer em concreto quanto tempo demoraria a Vida a colapsar derradeiramente depois da última abelha perecer, mas sabe-se que seria apenas uma contagem de poucos anos.

Em que pensamos quando se fala de Vida num contexto destes? O que é para nós a Vida na Terra? A maioria nós pensará talvez na “natureza”. Nas “coisas da natureza”: aves diversas (talvez em particular as canoras), in-sectos (muito certamente borboletas), alguns mamíferos (coelhos saltitantes, toupeiras emergentes…). Os elementos não-vivos farão também parte do vídeo épico que se desen-rola na nossa mente, tais como conjuntos de rochas com formas elegantes e perfeitamente proporcionais, um ribeiro, um rio, um lago com cascata (de preferência com direito a re-flexos ofuscantes da luz do Sol). Enfim, cada um de nós terá a sua interpretação. Cada um terá a sua forma de se apropriar daquilo que, no fundo, é comum, é ancestral e está selado no mais íntimo e profundo âmago da Huma-nidade. Da nossa humanidade – a nossa rela-ção com o mundo natural. Cada um desenha a sua própria Paisagem.

Mais ou menos bucólicas, mais ou menos pitorescas, mais ou menos minimalistas, mais ou menos modernistas, ou até renascentistas,

as Paisagens que se nos atravessam a mente têm de certeza um elemento que se encontra presente nas dos nossos pares. Pode ter mais protagonismo e ser central no desenrolar da narrativa ou poderá ser uma espécie de pano de fundo semelhante àquele das peças de te-atro dos nossos filhos em que eles próprios rabiscaram com tintas de água e pincéis de nylon os motivos “decorativos” do drama. A mim parece-me que o caso mais frequente será mesmo este ultimo, não só quando re-alizamos o nosso “vídeo mental” acerca da “natureza” (a propósito de uma hipotética ca-tástrofe natural), mas também no filme das nossas vidas quotidianas.

Este elemento que falo acima e que é mui-tas vezes tido como um insignificante cenário dos nossos dias mais ordinários é, de facto, um dos nossos principais aliados desde sem-pre. Daqueles que se permite morrer para que nós não só vivamos, mas tenhamos mais qua-lidade no nosso viver. Consome aquilo que para nós é tóxico e expira aquilo que nós para nós é vital inspirar. A sua simples contempla-ção contribui para a nossa saúde psicossomá-tica. Estas são características excepcionais num aliado.

“Para além de exprimir os ritmos do tempo e o correr das estações, é o símbolo da vida e como tal exaltada por poetas, sinal de lugares e ambientes” (Cabral&Telles, 1999). Simbo-liza não só a vida exterior, mas toda a vida. E com muito mais densidade que do que os

“bichinhos” que se passeiam nas nossas Pai-sagens mentais. Encerra em si uma celebra-ção que tem palco e audiência garantido todos os anos sem falta, mesmo quando a audiência nem se apercebe do estridente silêncio das co-res, das texturas, dos aromas.

É o marco da vida silvestre onde quer que se localize. É o ícone da resiliência do Cam-po na Cidade, para nosso bem. Desempenha um dos papéis principais na manutenção do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas, assim como na regulação do ciclo da água e na cir-culação do ar.

Pontua, estrutura, valoriza, não só o es-paço urbano que lhe é adverso, mas também os edifícios que o compõem. Tido como um acessório decorativo, devido ao amplo desco-nhecimento (ou deverei dizer esquecimento) das suas dinâmicas, das suas características, dos seus timmings, é muito mais do que isso. O papel estético que lhe atribuímos vai para além da mera decoração, pois o seu valor não assenta meramente na forma, mas também na sua função. Arriscarei mesmo dizer que os primórdios do conceito de design, tal como o apreendemos nos nossos dias, terão origem na relação que estabelecemos com este nos-so aliado. Aprendemos a crescer juntos. Já fomos muito próximos. Hoje temos outras paixões.

Não é difícil reconhecermos um amigo, mesmo quando não o vemos há muito tempo. Olhamos mas não vemos. Olhamos todos os

dias e não vemos. Quando olharmos para ver o pormenor da pétala, a textura do tronco, o desenrolar dos ramos, o enquadramento da plumagem, o tom progressivo da folhagem, não vamos só ver este nosso fiel e avito Alia-do, vamos acabar por nos reconhecer a nós próprios ou, pelo menos, uma parte de nós que ainda não conhecíamos e que esteve lá desde sempre.

No processo de democratização de tudo quanto era inalcançável não há mais de um século atrás, acabámos por nos privar daqui-lo que desde o início dos séculos tínhamos como dado adquirido. Não nos confundamos. Quando falo de privação, não me refiro a coi-sas alcançáveis (ou não) como um automóvel, um telemóvel, um electrodoméstico bimbyes-co, ou qualquer outro produto da tecnologia contemporânea que lançaria os nossos ante-passados para estados catatónicos. Falo de valores, de relações entre o Homem e os seus Aliados que foram postos em causa quando surgiu a ideia de que o Homem seria talvez um super-homem. Um ser que não necessita-va de mais nada a não ser de ele mesmo, de arranha-céus à la Corbusier, cosmopolitismo e pouco mais, muito pouco mais. Os moran-gos viriam mais tarde a “nascer” nas pratelei-ras dos hiper-mercados.

CABRAL, Francisco Caldeira; TELLES Gonçalo Ribeiro, A Árvore em Portugal, 2ª edição, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999.

Avito AliadoJosÉ pEdro hEnriquEsarquitecto paisagista

Segundo a Comissão Mundial sobre o Am-biente e Desenvolvimento, temos o conceito de Desenvolvimento Sustentável:

“Uma condição sustentável para este Pla-neta é aquela em que existe estabilidade quer dos sistemas físicos como sociais, atingindo através do preenchimento das necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras preencherem as suas próprias necessidades”.

O desenvolvimento sustentável é, sem dú-vida, um dos conceitos mais divulgados ac-tualmente.

Num primeiro contacto, esta concepção ba-seava-se na ideia de atender a eficácia econó-mica, simultaneamente com os requisitos de ordem ecológica, social, cultural e espacial. A novidade deste conceito associa-se à propos-ta de criação de tecnologias não poluidoras e pouco exigentes de energia, sem, todavia, abandonar a proposta de aumento da riqueza, ou mais sensatamente falando, a manutenção do capital até então adquirido.

A ideia de desenvolvimento sustentável pode ser apenas um lado da moeda. Na ver-dade, além da sustentabilidade ou de desen-volvimento sustentável alicerça-se no facto da preocupação com o equilíbrio do meio am-biente, dos recursos e dos bens. Sem dúvida, é um conceito fundamental, pois insiste na ga-rantia dos meios necessários para a realização e a própria continuidade da actividade huma-na no desenvolvimento de meios adequados

para impedir a destruição e o desequilíbrio do crescimento.

De modo a alcançar a finalidade do susten-tável é necessário ter em conta três pressu-postos:

-Deve ser atingida a equidade intra e inter geracional, pois todos devem ter as mesmas condições de acesso aos recursos e bens ou serviços.

-Devem estar satisfeitas as necessidades básicas para posteriormente se atingirem pa-drões de vida melhorados, o que está intima-mente relacionado com o próximo pressupos-to na medida em que se as minhas condições básicas não estão satisfeitas é obvio que não vou estar a pensar no bem-estar do próximo ou sequer da natureza, o que é reflexo do mais egoísta e inato pensamento do humano, ou talvez fosse apenas instinto de sobrevivência

-Devem ser mantidos os recursos e siste-mas biofísicos.

Contudo, algo que nos deixa pensativos é o paradigma de ter de reduzir os actos que me proporcionam qualidade de vida a curto prazo, e a máxima rentabilidade, para poder ter qualidade de vida a longo prazo.

Como poderei eu alcançar qualidade de vida se estou a reprimir o mais primário ins-tinto humano que é: se posso ter mais e me-lhor e isso me satisfaz como pessoa, porque terei de ter menos para me satisfazer mais tarde como pessoa? Novamente o egoísmo inato.

Aqui surge a contradição do ser humano acerca do objectivo da sustentabilidade, cru-zado com o conceito do eticamente correcto e com os conceitos de sustentabilidade quer económica, social ou ambiental.

Ou seja, o conceito de sustentabilidade há-de estar algures no meio do triângulo futuridade, equidade e ambiente. Estando o “segredo” na manutenção do capital social, económico e ecológico. Eu digo manutenção porque seria demasiado ambicioso falar em aumento de capitais se virmos o planeta como uma enorme entidade empresarial. A não ser que matássemos grande parte da população, o que talvez não fosse eticamente muito correc-to, porque depois surgiria o problema ético de quem deve ou não viver, e os critérios defi-nidos por uns iam de encontro aos critérios definidos por outros… Aí sim, os recursos eram mais abundantes, mas não porque os tivéssemos incrementado, apenas porque os “consumidores” eram menos.

Acho mais que legítimo a obrigação de dei-xarmos às gerações vindouras o legado que nos foi deixado a nós. Lá estão mais uma vez presentes os conceitos de futuridade e equi-dade.

Outro grande problema é a definição de equilíbrio quer económico, social ou am-biental, porque cada “empresa” tem as suas necessidades, o seu número de colaborado-res, e velocidades de laboração. É entrave à criação deste conceito, tanto a megalomania

como a mediocridade de cada indivíduo, ou seja, o que é para mim uma economia, uma sociedade, ou um ambiente desenvolto e pre-servado, para o próximo pode parecer o caos da insuficiência.

Temos de perceber que as necessidades de cada entidade podem variar, pois um siste-ma subdesenvolvido, como são os países do chamado terceiro mundo, não vão pensar em preservação ambiental, o que implica que se tenham de desenvolver sacrificando necessidades, digamos que fúteis para quem tem as suas necessidades mais básicas ain-da por satisfazer, uma vez que normalmente em termos sociais também se deixa muito a desejar.

Apenas me resta concluir que para que es-tes princípios possam parecer o mais senso comum possível é necessário que sejam incu-tidos desde muito cedo, o que torna necessá-rio a educação nesse sentido.

Educar pressupõe “abrir para fora”, abrir a mente, e aliado ao termo desenvolver, que significa tirar de um invólucro ou tornar vi-sível, e ao termo sustentável que pressupõe autonomia, temos o objectivo praticamente atingido na teoria.

Cientes de tudo isto, e estando providos da liberdade que é estritamente necessária para que nos consigamos libertar de qualquer ego-ísmo residual, talvez consigamos suplantar a cultura medíocre que nos faz maximizar a todo o custo para ter a nenhum esforço.

Valores para a sustentabilidadehEnriquE pirEsEngenheiro Biofísico

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há grandes esforços para obter substitutos temporários do sangue para transporte de oxigénio.

Radar

Luís Martins | Centro de Química de Évora e DQUI da ECT Universidade Évora

No artigo anterior desta série, vimos que os perfluorocarbonetos (PFC) são subs-tâncias que possuem um enorme poten-cial de aplicação em formulações usadas como substitutos do sangue na função de transporte de oxigénio. São estrutural-mente semelhantes aos hidrocarbonetos, com átomos de flúor em vez dos de hidro-génio.

Os hidrocarbonetos líquidos caracteri-zam-se pela sua “antipatia” em relação à água, pelo que são designados por subs-tâncias hidrofóbicas. Tal reflecte-se em solubilidades mútuas baixas, o que torna uma mistura de quantidades macroscó-picas de água e de um hidrocarboneto num sistema de duas fases líquidas - lí-quidos imiscíveis que se separam quando em contacto. Um exemplo comum deste fenómeno é o que se passa se tentarmos misturar água e óleo lubrificante, por exemplo.

Na linha do que acontece com os hi-drocarbonetos, também os perfluorocar-bonetos são hidrofóbicos e entre eles, os perfluoroalcanos nutrem uma antipatia particular para com a água. São aliás os compostos orgânicos mais hidrofóbicos que se conhecem, apresentando solubili-dades mútuas baixíssimas, praticamente não mensuráveis. O mais curioso destas substâncias é que tendem (embora de uma forma não tão brutal) a separar-se em duas fases líquidas quando mistura-dos com alcanos.

E em geral, os perfluorocarbonetos ten-dem a ser simultaneamente hidrofóbicos e “oleofóbicos”. Uma manifestação práti-ca desta tendência, têmo-la na cozinha, quando utilizamos frigideiras cobertas por Teflon (PTFE), que é um polímero cuja estrutura é a de um perfluoroalcano, em-bora de cadeia carbonada muito longa (alguns milhares de átomos de carbono). O que observamos é que o recobrimen-to da frigideira isola quer a água, quer o óleo alimentar, sendo portanto repelente a ambos.

A utilização de perfluorocarbonetos como substitutos do sangue implica a sua administração intravenosa, ou seja, a introdução de compostos que detestam água num meio completamente aquoso. E esse é um enorme desafio. A única solu-ção para este problema é a administração destas substâncias sob a forma de emul-sões aquosas.

Não sendo solúveis, não é possível for-mar soluções de PFC em água; soluções, no sentido em que, cada molécula de so-luto se encontra rodeada de moléculas de solvente. Mas é possível obter, duran-te algum tempo, emulsões. Estas são um tipo de dispersão coloidal, em que aglo-merados macroscópicos de moléculas de uma espécie se encontram dispersos num meio preenchido com moléculas de outra.

As emulsões são pois casos particulares de dispersões coloidais em que quer a fase dispersa quer a fase contínua são líquidos.

Outro sangue - Parte 2uma característica marcante das emulsões é a sua insta-bilidade intrínseca

Uma característica marcante das emul-sões (e das dispersões coloidais em geral) é a sua instabilidade intrínseca - decaem até separação completa de fases, sendo que o seu tempo de vida é extremamen-te dependente da composição da mistura e das condições exteriores (temperatura, por exemplo).

Os principais candidatos a substitutos do sangue não baseados em hemoglobi-na são pois emulsões de perfluorocarbo-netos em água. Na prática, são formula-ções complexas em que o agente activo é um PFC, a fase contínua é a água e mais um conjunto de outros componentes com as mais variadas funções, produ-zindo emulsões em que as partículas dispersas possuem diâmetros entre 0,1 e 0,2 micra (1 micron é a milésima parte do milímetro).

Tal como em outras emulsões, a estabi-lidade é a questão chave para este tipo de formulações baseadas em PFC. Para que a dispersão se mantenha por algum tempo, é necessário adicionar-lhe um estabili-zante, que normalmente tem caracterís-ticas de detergente - uma das partes da molécula interactua com a fase dispersa e outra com fase contínua.

Os estabilizantes mais usados em testes são fosfolípidos (são estes tipos de subs-tâncias que constituem o esqueleto bási-co das membranas celulares) da gema do ovo, mas há muitos outros, como subs-tâncias poliméricas e detergentes com ca-deias orgânicas fluoradas (recentemente).

Façamos apenas um parêntesis para

recordar o que são detergentes. Trata-se de substâncias anfifílicas, isto é, possuem afinidade com água, através de uma das extremidades da molécula e com subs-tâncias orgânicas (hidrocarbonetos, por exemplo) por via da outra extremidade.

Em geral, a extremidade que “gosta” de água é polar (do ponto de vista eléctrico) ou iónica e que a que se “sente” melhor em ambiente orgânico é apolar. Os ácidos gordos (ácidos carboxílicos de cadeia lon-ga) ou os seus sais (figura 1) são exemplos de detergentes, bem como os fosfolípidos (figura 2).

Estas substâncias, quando aplicadas em emulsões, migram para a superfície das partículas, orientando a sua extremidade polar para a água (fase contínua da emul-são) e sua extremidade apolar para a fase dispersa, que é essencialmente orgânica, estabilizando a emulsão. A fase dispersa é orgânica, mas fluorada, razão pela qual os detergentes de cadeias fluoradas estabili-zam estas emulsões de uma forma mais eficiente.

Como qualquer emulsão, estas não são estáveis, decaem, como já se disse, sobretudo por um mecanismo (envelhe-cimento de Ostwald) através do qual as moléculas da fase dispersa migram das partículas mais pequenas para as maio-res. As partículas maiores crescem; as menores definham. O resultado é um au-mento do tamanho médio das partículas esféricas, processo que, no limite, conduz à separação de fases. Ora, emulsões com tamanhos médios de partículas elevados

são inadequadas para administração in-travenosa, uma vez que provocam reac-ções inflamatórias no organismo seme-lhantes a uma gripe.

A escolha dos perfluorocarbonetos a usar em formulações de substitutos do sangue deve respeitar dois critérios – a excretabilidade pelo organismo e a es-tabilidade das emulsões que forma. Esta depende de um conjunto de propriedades do composto activo (o PFC), como sejam a sua mobilidade e a sua solubilidade na fase contínua (aquosa).

Para que as emulsões tenham um tem-po de vida apreciável, é conveniente que o PFC seja pouco solúvel em água e se di-funda lentamente nesse meio. Tal exige que a molécula tenha um peso molecular elevado; a desejável facilidade de excre-ção (baixo tempo de retenção no organis-mo) exige o inverso.

A escolha do PFC ideal passa pois ne-cessariamente por uma solução de com-promisso e essa parece ter sido já encon-trada – o bromoperfluorooctano (figura 3), um PFC que possui igualmente um átomo de bromo.

É com base nesta substância que, nos úl-timos anos, se têm desenvolvido grandes esforços para obter formulações comple-xas que possam ser usadas como substi-tutos temporários do sangue para trans-porte de oxigénio.

Os resultados obtidos têm levado os investigadores a vogar entre a euforia e o desalento. Mas os trabalhos conti-nuam.

Figura 1. Palmitato de sódio (detergente) Figura 2. Fosfolípido (lecitina) Figura 3. Bromoperfluorooctano

D.R.

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Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

A Carmim, maior produtora de vinhos do Alentejo, deu a con-hecer a primeira iniciativa no âmbito do seu projecto ‘Mon-saraz Millennium, um vinho de causas’, ao entregar uma cadeira de rodas eléctrica.

Trata-se do arranque sim-bólico de ampla plataforma de responsabilidade social a lon-go-prazo, onde interessa mais realçar a pessoa humana do que a marca, e cujo principal objectivo é ajudar directamente pessoas.

Esta foi a primeira causa apoia-da pelo projecto Monsaraz Mil-lennium, que tentou neste mo-mento inaugural responder às necessidades do Filipe Mendes, que sofre de uma doença gené-tica denominada Microcefalia, a qual afecta as capacidades moto-ras (membros inferiores e superi-ores), fazendo com que a pessoa

deixe de andar.A cerimónia oficial da entrega

de uma cadeira de rodas elé-trica decorreu no passado dia 12 de Março, na sede da Carmim, em Reguengos de Monsaraz. A empresa espera assim ter con-tribuído de forma decisiva para a melhoria da qualidade de vida do Filipe.

Na mesma ocasião foi ainda lançado o website do projecto Monsaraz Millennium: www.monsarazmillennium.eu, de-senvolvido pela empresa de de-sign gráfico Hora.

Este site é no fundo a porta de entrada para um amplo projecto de responsabilidade social, cujo objectivo é prestar assistência a pessoas sem recursos finan-ceiros, de forma a resolver prob-lemas nas áreas da saúde, em-prego, educação, deficiência ou concretização de talentos, por

exemplo. A face mais visível desta

plataforma é o vinho Mon-saraz Millennium, que se as-sume como um vinho de cau-sas, partindo do slogan “Vamos ajudar pessoas”, e funciona aqui como porta-estandarte de todo o projecto.

Para José Canita, Director Ger-al da Carmim, «este projecto par-te do princípio de que é funda-mental transmitir a importância do factor humano, melhorando a qualidade de vida das pessoas, e comunicando valores e concei-tos humanistas».

«Não se trata apenas de mais um vinho, mas sim de um vinho que abraça uma causa, e que se formou em torno de ideias como a dignidade, a as-piração a uma vida melhor e a confiança nas capacidades hu-manas.”

Cultura

Poesia & PatrimónioNo próximo sábado, às 15h00, terá lugar na Ga-leria da Casa de Burgos, em Évora, a entrega de prémios no âmbito do Concurso Poesia & Património, organizado pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo, O primeiro prémio será atribuído a Filipe Gomes Gonçalves com o poema intitulado “O Castelo de Mértola” e o segundo prémio, patrocinado pela Livraria Dom Pepe, atribuído a Ana Martins Escoval Alcario, com o poema “O Castelo”.Ambos os alunos frequentam o 6.º ano de Escolas de Mértola Serão ainda atribuídas menções honrosas a Érica Alexandra Louren-ço Carril - EB Vasco da Gama de Sines - com o poema intitulado “Vasco da Gama”; e a Rafaela Santos M. Costa - a frequentar o 6.º ano da Escola EB 2, 3/ES de S. Sebastião de Mértola - com o poema “Castelo de Mértola”.

Quando o vinho também escolhe as suas causas...

CARMIM solidária

D.R.

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Esta foi a primeira causa apoiada pelo projecto Monsaraz Millennium

O líder do PS afirmou que, nos últimos seis anos, ocorreram grandes mudanças na Escola Pública, já que “foi neste período que se verificou o maior investi-mento de sempre na qualifica-ção dos portugueses através do Quadro de Referência Estraté-gico Nacional, que contemplou um investimento de 8800 mil-hões de euros à qualificação dos portugueses”.Também fez referência aos cen-tros de Novas Oportunidades, que permitiram um maior alar-gamento no número de portu-gueses a aceder ao sistema edu-cativo.

“Um dos aspetos mais mar-cantes da nossa defesa da Es-cola Pública, e que mais tocam na vida de tantas e tantos por-tugueses, é a ‘Escola a Tempo Inteiro’. Segundo António José Seguro, o esforço realizado pelo país na Escola Pública foi valori-zado por instituições internacio-nais como a OCDE e a União Eu-ropeia e foi determinante para o aumento dos níveis de escolar-ização. Terminou, afirmando: “É por aí que vamos. Em defesa da Escola Pública, como uma das nossas causas maiores”.

Seguro defende Escola Pública

Educação