REGISTRO CARTOGRÁFICO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL · O mapa é um recurso de uso corrente, tanto na...

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REGISTRO CARTOGRÁFICO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1 LIMA, Marli Secchi de 2 . FRANCISCHETT, Mafalda Nesi 3 Resumo O presente artigo aborda o uso da Cartografia, mais especificamente o registro cartográfico em mapas que registram o ambiente de vivência dos alunos como encaminhamento metodológico para trabalhar Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Buscamos desenvolver atividades que permitam ao aluno apropriar-se da linguagem cartográfica e fazer uso deste conhecimento para melhor compreender e intervir nas questões socioambientais. Palavras chaves: Cartografia – mapa - encaminhamento metodológico – Educação Ambiental Abstract This article discusses the use of Cartography, more specifically the cartographic register in maps of information of the students´ living environment as methodological guidance to work environmental education in elementary school. We seek to develop activities that allow students to understand the cartographic language and make use of this knowledge to intervene in social issues. Key words : cartography - map - methodologycal guidance - environmental education IINTRODUÇÃO Refletir sobre as questões socioambientais nos remete a pensar em procedimentos metodológicos que possibilitem ao educador e ao educando vivenciarem as questões abordadas tanto teoricamente quanto na prática. Isto implica apreender que o ambiente é mais que a natureza em seus elementos, é um mundo social, político, econômico e físico em dinamismo acentuado e constante, no qual se insere o debate a respeito da sustentabilidade ecológica e da melhoria na qualidade de vida. 1 Artigo produzido como requisito de conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2008, da Secretaria de Estado de Educação. 2 Professora do Estado do Paraná da disciplina de Geografia. 3 Professora Doutora da Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE, orientadora. 1

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REGISTRO CARTOGRÁFICO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL1

LIMA, Marli Secchi de2.

FRANCISCHETT, Mafalda Nesi3

Resumo

O presente artigo aborda o uso da Cartografia, mais especificamente o registro cartográfico em mapas que registram o ambiente de vivência dos alunos como encaminhamento metodológico para trabalhar Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Buscamos desenvolver atividades que permitam ao aluno apropriar-se da linguagem cartográfica e fazer uso deste conhecimento para melhor compreender e intervir nas questões socioambientais.

Palavras chaves: Cartografia – mapa - encaminhamento metodológico – Educação Ambiental

Abstract

This article discusses the use of Cartography, more specifically the cartographic register in maps of information of the students´ living environment as methodological guidance to work environmental education in elementary school. We seek to develop activities that allow students to understand the cartographic language and make use of this knowledge to intervene in social issues.

Key words: cartography - map - methodologycal guidance - environmental

education

IINTRODUÇÃO

Refletir sobre as questões socioambientais nos remete a pensar em

procedimentos metodológicos que possibilitem ao educador e ao educando

vivenciarem as questões abordadas tanto teoricamente quanto na prática.

Isto implica apreender que o ambiente é mais que a natureza em seus

elementos, é um mundo social, político, econômico e físico em dinamismo

acentuado e constante, no qual se insere o debate a respeito da

sustentabilidade ecológica e da melhoria na qualidade de vida.

1 Artigo produzido como requisito de conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2008, da Secretaria de Estado de Educação.2 Professora do Estado do Paraná da disciplina de Geografia.3 Professora Doutora da Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE, orientadora.

1

As alterações provocadas pelo ser humano no ambiente e a premente

necessidade de formar cidadãos comprometidos com as questões

socioambientais se apresentam como um dos grandes desafios que ora se

coloca à sociedade, e têm também na escola e na Geografia ambiente e

disciplina capazes de contribuir para atingir tal desafio na formação do

aluno.

O presente estudo, firmado no propósito do uso da Cartografia como

recurso metodológico para trabalhar Educação Ambiental, está norteado

principalmente no objetivo de discutir e desenvolver atividades junto aos

alunos com o registro cartográfico em mapas de informações do ambiente

urbano, com a intenção de produzir conhecimentos, valores e atitudes

comprometidas com meio ambiente.

Queremos ultrapassar a maneira tradicional de como o mapa é

normalmente utilizado nas aulas de Geografia, somente para localização e

descrição dos fenômenos espaciais, ou apenas como atividade de copiar e

colorir mapas, desconexos de conteúdos e sem significância. Este é um

desafio para os professores de Geografia. Propomos, portanto, um

encaminhamento metodológico em que o aluno possa compreender a

linguagem cartográfica construindo representações a partir do real

próximo: seu espaço de vivência, a cidade. Acreditamos que o

conhecimento sobre o meio – espaço geográfico – via representações

gráficas possibilita a formação de novas mentalidades, valores e

comportamentos que tornam o cidadão capaz de apreender e atuar na

complexa realidade socioambiental.

Na perspectiva da Educação Ambiental

O momento histórico contemporâneo é marcado por profundas

mudanças e crises, notadamente ambientais, que ultrapassam os domínios

ecológicos. Como assegura Leff apud Mendonça (2001) a crise ambiental

não é crise ecológica, mas crise de razão, os problemas ambientais são

fundamentalmente, problemas do conhecimento e toda e qualquer política

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ambiental deve passar por uma política do conhecimento e também para a

educação. Apreender a complexidade da crise ambiental não se constitui

em aprendizagem do meio, e sim de compreensão do conhecimento sobre

o meio.

Para Francischett (2002) são nos momentos de crises econômicas,

políticas, sociais e culturais que emergem a necessidade de inovações e

mudanças e, é neste momento de crise, que a geocartografia pode

comprovar sua importância e certamente ajudar a explicar e compreender o

espaço geográfico, palco de manifestações dessa crise.

É do confronto entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente

– que valoriza a reprodução do capital em detrimento da conservação dos

recursos naturais e da condição do bem-estar humano - e a necessidade

vital de conservação do meio ambiente que surge o debate em torno das

questões ambientais. Fica evidente que, a problemática ambiental exige

mudanças de comportamento da sociedade em relação à natureza e, em

relação a própria sociedade.

Assim, a questão ambiental impõe às sociedades a busca de novas

maneiras de pensar e agir, individual e coletivamente, de novos caminhos e

modelos de produção de bens, para suprir necessidades humanas e

relações sociais que não perpetuem tantas desigualdades e, ao mesmo

tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica. Isso implica novos

valores para os quais a educação tem importante papel a desempenhar.

Segundo Martinelli (1994), a questão ambiental deve ser entendida

como uma questão social, sendo esta a posição a ser tomada para uma

correta Educação Ambiental. Consta nas DCEs (1996) (Diretrizes

Curriculares de Geografia para a Educação Básica do Estado do Paraná) que

a concepção de meio ambiente não exclui a sociedade; o que implica

compreender que em seu contexto econômico, político e cultural estão

processos relativos às questões ambientais contemporâneas, de modo que

a sociedade é componente e sujeito dessa problemática. Neste sentido é

necessário incorporar o que a Constituinte (1988) assegura como fins da

educação: o preparo do indivíduo para o exercício da cidadania e, esta

3

formação deve necessariamente e naturalmente ter implícita a educação

para o meio ambiente, a começar pelo espaço local onde cada ser humano

habita.

Desse contexto emerge a necessidade de incorporar à educação

princípios de sustentabilidade ecológica, diversidade cultural, democracia e

eqüidade social.

Neste sentido a Educação Ambiental deve:

Procurar estabelecer uma “nova aliança” entre a humanidade e a natureza, uma nova razão que não seja sinônimo de autodestruição e estimular a ética nas relações econômicas, políticas e sociais. Ela deve se basear no diálogo entre gerações e culturas em busca da tripla cidadania: local, continental e planetária, e da liberdade na sua completa tradução, tendo implícita a perspectiva de uma sociedade mais justa tanto em nível nacional quanto internacional (REIGOTA, 2002, p. 11).

Para Leff (2001), a crise ambiental que irrompe na história

contemporânea marca os limites da racionalidade econômica e leva à

reflexão sobre os fundamentos do saber e o sentido da vida que orientam

um desenvolvimento sustentável para a humanidade. Além do debate

epistemológico sobre o sentido do conhecimento pessoal e coletivo, a

Educação Ambiental promove a formação de saberes pessoais e coletivos

em que se inscrevem subjetividades diferenciadas na construção de um

mundo diverso social, cultural e economicamente.

A educação ambiental inscreve-se assim dentro de um processo estratégico que estimula a reconstrução coletiva e a reapropriação subjetiva do saber. Isto implica que não há um saber ambiental feito e já dado, que se transmite e se insere nas mentes dos educandos, mas um processo educativo que fomente a capacidade de construção de conceitos pelos alunos a partir de suas significações primárias. Nesta perspectiva educacional, o aluno é um ator inserido num meio ideológico e social, onde se forma através de práticas nas quais podem transmitir-se (memorizar-se) conhecimentos (modelo tradicional), ou fomentar-se capacidades para que o aluno forje seu saber pessoal em relação com seu meio, através de um pensamento crítico (LEFF, 2001. p. 245, 246).

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Neste sentido, à Geografia como ciência social e natural, cabe

importante papel na consolidação de uma nova ética que oriente valores e

comportamentos sociais pautados em princípios de sustentabilidade

ecológica, democracia e equidade social.

Considerando que o ambiente é muito mais que a “natureza” é o

mundo social, político, econômico e físico em que vivemos, o debate a

respeito do uso racional dos recursos naturais e da melhoria na qualidade

de vida aponta a Educação Ambiental como mecanismo importante para a

mudança de valores da sociedade.

Assim, a escola, que se constitui em espaço privilegiado na vida dos

estudantes, pois influi na construção de suas identidades e projetos de vida,

caracteriza-se como ambiente propício, porém não único, para a formação

de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade

socioambiental de modo comprometido com a vida, com o bem-estar de

cada um e da sociedade, local e global.

A Cartografia no ensino de Geografia

A questão ambiental, segundo Martinelli (1994) é inerente as relações

ser humano–ambiente e estas relações se dão na superfície terrestre, assim

a representação gráfica por meio de mapas ganha relevo no movimento de

formação do cidadão comprometido com o ambiente. Os mapas possuem

tríplice função: registrar as informações, processar os dados e denunciar as

distorções quando comunica os resultados obtidos a partir das pesquisas. A

leitura crítica do espaço, mediante mapas, onde se manifestam as ações

humanas, se constitui elemento pertinente à Educação Ambiental, sendo

assim possível ao indivíduo ora em formação o entendimento da relação

entre o ambiente e a sociedade. O entendimento e compreensão do

conhecimento sobre o meio – espaço geográfico – abrem possibilidades na

formação de novas mentalidades, valores e comportamentos capazes de

apreender e atuar na complexa realidade socioambiental4.

4 “O termo sócio aparece atrelado ao termo ambiental, para enfatizar o necessário envolvimento da sociedade enquanto sujeito, elemento, parte fundamental dos processos

5

Neste sentido, conforme Almeida e Passini (1998), a leitura

cartográfica caracteriza-se como instrumental de relevante importância na

educação comprometida com o ambiente, pois a compreensão do mapa por

si mesma já traz uma mudança qualitativa superior na capacidade do aluno

pensar o espaço. Desta maneira se fortalece o sentido da ciência

cartográfica que é estudar o espaço geográfico através da representação.

Segundo Francischett (2002), o desafio é encontrar caminhos para um

ensino de modo a formar cidadãos preparados para entender e planejar o

espaço em que vivem. Neste sentido a geocartografia ganha importância,

pois seu objetivo está na organização e ocupação do espaço pelos seres

vivos, principalmente pela espécie humana que age com notada rapidez

neste processo.

A prática e domínio da leitura cartográfica se constituem em um saber

estratégico. Daí a importância, conforme assegura Passini (1994) da

formação do ser que saiba ler o seu espaço, consiga analisar o sistema e as

estruturas que produzem aquela organização, e sendo leitor de mapas, seja

capaz de realizar estudos e pesquisas reorganizadores e reconstrutores do

espaço. Neste sentido ganha relevância o valor do conhecimento sobre o

espaço.

[...] desde que se tome consciência de que a articulação dos conhecimentos relativos ao espaço, que é a geografia, é um saber estratégico, um poder, o conhecimento deixa de ser ciência e se torna instrumento de intervenção ou dominação (LACOSTE, 2005, p.23).

Acreditamos que estudar o espaço geográfico, através de

representações cartográficas, neste caso o mapa, possibilita ao professor

ter em mãos representações dos diferentes recortes desse espaço em

escala que interessa para o ensino e pesquisa, e assim estar-se-á

instrumentalizando o aluno do conhecimento necessário para agir e intervir

no seu espaço de vivência.

relativos à problemática ambiental contemporânea” (MENDONÇA, 2002. p. 126).

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Neste contexto, torna-se importante a discussão de encaminhamentos

metodológicos que visem ampliar a capacidade do aluno reconhecer que ele

enquanto parte da sociedade é também agente no processo de degradação

ambiental, assim como tem responsabilidades na preservação de um

ambiente saudável.

O mapa e o ensino de Geografia no contexto socioambiental

O mapa é um recurso de uso corrente, tanto na pesquisa, quanto no

planejamento, na vida cotidiana e, principalmente, no ensino de Geografia.

Todos já viram mapas na escola, na televisão, no jornal e revistas, na

publicidade em geral. Entretanto, são poucos que conhecem suas

possibilidades, ou quem sabe de fato lê-los e tirar deles o máximo de

vantagens. Ainda que para a Geografia o mapa seja um instrumento

didático de extrema importância, historicamente ele não recebeu o valor

devido, continua sendo usado apenas para verificar localização e com

freqüência não passa de um adereço colorido na parede, pouco capaz de

atrair atenção de alguém, aí se incluem professores e alunos de Geografia.

A leitura cartográfica mantém-se num segundo plano de importância,

ainda que a Cartografia tenha sido incorporada pela Geografia, a chamada

“cartografia geográfica” e com isso amplamente utilizada também por

outras ciências espaciais, basta ver os livros didáticos disponibilizados aos

alunos “recheados” de mapas. No entanto no ensino, ou no dia-a-dia das

aulas de Geografia, esta incorporação ainda é irrelevante. Neste sentido

convém lembrar: “o ensino caracteriza-se pela articulação de uma tríade

dinâmica e interativa de elementos imprescindíveis: o professor, o

estudante e o conteúdo de ensino” (FRANCISCHETT, 2002, p. 27). Portanto,

para além do avanço da ciência, faz-se necessário o avanço no ensino.

Considerando o conhecimento do espaço um caminho para autonomia

e o mapa instrumento deste conhecimento, Passini (1994) assegura que a

formação do cidadão crítico frente às questões socioambientais implica a

leitura do espaço geográfico no qual está inserido, sendo, portanto o ensino

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de Cartografia um dos procedimentos metodológicos estratégico na

formação deste cidadão.

Ao adotar um encaminhamento metodológico que priorize a

representação cartográfica por meio do mapa devemos ter em mente que

ele é uma representação codificada de um determinado espaço e trata-se

de um meio de comunicação visual em que a informação é transmitida pela

linguagem cartográfica, que utiliza três elementos básicos: sistema de

signos (legenda) redução (escala) e projeção (ALMEIDA & PASSINI 2006; Joly,

1990).

Ainda, segundo Almeida e Passini (2006), reafirmado por

Castrogiovanni (1998) ler mapas é um processo que começa com a

decodificação e deve envolver etapas metodológicas: a observação do

título, que revela o espaço representado, seus espaços limites, suas

informações; a observação da legenda, pois esta compreende a

decodificação propriamente dita, relacionando os significantes (símbolos) e

os significados (mensagem); e, a observação da escala, pois esta

estabelece quantas vezes o espaço real foi reduzido.

Para que o aluno possa dar significados aos significantes deve,

segundo Castrogiovanni (1998), viver o papel de codificador antes de ser

decodificador, desta maneira as atividades devem permitir ao aluno ter que

buscar generalizações, criar classificações, estabelecer categorias, construir

signos, selecionar informações, escolher a escala. Três aspectos devem ser

considerados para que o aluno consiga dar o significado aos significantes:

ser decodificador, ou compreender a função simbólica, dominar o

conhecimento da utilização do símbolo e vivenciar ou abstrair o espaço a

ser representado.

Para o aluno tornar-se um leitor competente e crítico de mapas e do

espaço geográfico faz-se necessário anteriormente ser um

mapeador/codificador, conhecer a linguagem cartográfica e seu potencial

como sistema de transmissão de informações, conforme Almeida e Passini

(2006), Foly (1990), Martinelli (1991), Francischett (2004), também os

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saberes geográficos, incluindo questões sobre a qualidade ambiental

demandam a efetiva participação do aluno.

Para Cavalcante (1998) pesquisas têm revelado a ineficácia de se

ensinar conceitos à criança e ao jovem apenas transmitindo a eles o que

está definido no livro ou elaborado pelo professor. Condição que se revela

pela experiência no contexto escolar. Para além de uma seleção e

organização de conteúdos que sejam significativos e socialmente

relevantes, para cumprir os objetivos do ensino da geografia sintetizados na

idéia de desenvolvimento do raciocínio geográfico, é preciso adotar

métodos de ensino que garantam a efetiva participação do aluno, assim

podem-se viabilizar os resultados almejados.

Redigir um mapa com esses propósitos metodológicos pressupõe:

primeiro, copilar as informações indispensáveis a uma cobertura do

território objeto de estudo, isto é, efetua-se o levantamento de campo;

tratar os dados coletados, nesse estágio exige-se conhecimento, reflexão.

Para isto é necessário observar, identificar, localizar, analisar, classificar as

informações. Na seqüência, cartografá-las num mapa base topográfico. Vale

lembrar que “um mapa dá uma imagem incompleta do terreno. Ele nunca é

uma reprodução fiel [...] mesmo detalhado é uma simplificação da

realidade” (JOLY, 2004, p. 7).

Um mapa é a representação resultado da ação de cartografar, ao

cartógrafo neste caso codificador – o aluno – para representar precisa

descrever e, portanto conhecer, viver o espaço. Uma vez que as

representações cartográficas se valem de muitos símbolos para transmitir

informações aos usuários, é importante salientar que a escola deve criar

oportunidade para que os alunos construam conhecimentos sobre essa

linguagem nos dois sentidos: como pessoas que representam e codificam o

espaço e como leitores das informações expressas por ela. Cabe destacar

que nesta proposta metodológica não consideramos a precisão das normas

técnicas da Cartografia, já que o objetivo é o seu uso, ou mais precisamente

o registro cartográfico, como recurso de Educação Ambiental para alunos do

Ensino Fundamental, entretanto não se inferioriza sua essência enquanto

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ciência técnica, nem a necessidade de o professor conhecer sua ordem

técnica.

A partir dos objetivos propostos pretendemos ultrapassar a maneira

de como o mapa é normalmente utilizado nas aulas de Geografia e propor

encaminhamento metodológico em que o aluno possa compreender a

linguagem cartográfica construindo representações a partir do real próximo

e assim compreender seu espaço de vivência no qual é agente modificador.

Cartografia e Educação Ambiental: possibilidades na prática

educativa

Na premissa de leitura de mapas proposta por Almeida e Passini

(2006); Foly (1990); Martinelli (1991); Francischett (2004), em que para o

educando tornar-se um leitor competente e crítico de mapas e do espaço

geográfico faz-se necessário anteriormente ser um mapeador/codificador,

conhecer a linguagem cartográfica e seu potencial como sistema de

transmissão de informações e, na perspectiva do que coloca Leff (2001),

para Educação Ambiental, como sendo um processo estratégico que

estimula a reconstrução coletiva e a reapropriação subjetiva de um saber,

que não está feito e pode ser dado, mas, um processo educativo que

fomente a capacidade de construção de conceitos pelos alunos a partir de

suas significações primárias buscamos alternativas pedagógicas que

possibilitem ao educando agir e intervir sobre as questões socioambientais

no seu espaço de vivência através de um pensamento crítico.

Assim o encaminhamento metodológico que propõem as Diretrizes

Curriculares (2006) de que os conteúdos sejam trabalhados de forma crítica

e dinâmica, fica garantido, de maneira que a teoria e a realidade estejam

interligadas, em coerência com os fundamentos propostos.

Dadas as possibilidades do registro cartográfico como recurso de

Educação Ambiental propomos desenvolver junto aos alunos de 8ª séries

atividades que lhes assegurem possibilidades de apropriar-se da linguagem

cartográfica, da leitura de mapas e, construir valores em relação as

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questões ambientais que lhes permitam agir de maneira comprometida com

as questões socioambientais.

Optamos por delimitar a área urbana da cidade de Assis

Chateaubriand para a realização das atividades, pois trata-se do espaço de

vivência dos alunos. No entanto, ainda que estes, já tenham uma

caminhada escolar e teoricamente conheçam a linguagem cartográfica o

reconhecimento da planta base que representa graficamente o espaço faz-

se necessário, pois se trata de uma representação gráfica que muitos

alunos podem não conhecer. Assim é importante desenvolver atividades

que possibilitem revisar e/ou apreender elementos da Cartografia.

Optamos por organizar os alunos em equipes, as quais se mantiveram

com os mesmos alunos no decorrer de todo o trabalho, isto facilita a

organização no início de cada atividade, notadamente em turmas

numerosas, além de possibilitar melhor entrosamento entre os membros da

equipe no decorrer do trabalho.

Os alunos devem ser informados de todas as etapas do trabalho do

qual participarão dos objetivos, conteúdo, metodologia e das dinâmicas a

serem desenvolvidas. Como se trata de um trabalho que se prolonga por

várias aulas, a retomada dos objetivos gerais em cada novo momento ou

atividade faz-se necessária para que professor e alunos não se dispersem

dos propósitos iniciais.

É conveniente iniciar as atividades de revisão da leitura cartográfica

pela planta da cidade, portanto espaço conhecido. Nenhum espaço

encontra-se isolado ou solto, mas integrado em espaços mais amplos, com

os quais estabelece uma continuidade espacial, mantendo uma inter-

relação social, humana e de ordem natural (rios que nascem e percorrem

espaços, o ser humano que trabalha e vive em espaços vizinhos ou não). O

aluno deve perceber essa continuidade e integração mapeando o espaço de

sua atuação.

Para tal inicialmente, propomos que os alunos indiquem locais

conhecidos do ambiente urbano, ou locais de referências, dentre o quais se

incluem a quadra onde mora o aluno e a escola. Em seguida os locais

11

BASE CARTOGRÁFICA:PREF. MUNICIPAL ASSIS CHATEAUBRIAND - 2004.

ORGANIZAÇÃO: Marli Secchi de LIMA, 2004.ELABORAÇÃO: Guilherme Secchi de LIMA, 2004.

JAR

DIM

JUS

SA

RA

J ARDIM ARAÇÁ

MINI PARQUE INDUSTRIALJ ARDIM CAROLINACONJ . HAB.MORADA DO SOL

J ARDIM SHEILA

J ARDIM EUROPA

J ARDIM GUAÍRA

J ARDIM PARANÁ

PLANO

PILOTO

J ARDIM

PROG

RESSO

CIDADE DE ASSIS CHATEAUBRIAND

Lat. 24° 23 10.5 `

Long.

53° 2

3 5

0.2`

Lat. 24° 25 36.2`

Long.

53° 29

55.6`

0 200 400 600 m

Lat. 24° 23 10.5 `

Long.

53° 2

3 5

0.2`

Lat. 24° 25 36.2`

Long.

53° 29

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Lat. 24° 23 10.5 `

Long.

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0.2`

Lat. 24° 25 36.2`

Long.

53° 29

55.6`

CONJ UNTO BELA VISTA

CONJ UNTO ALVORADA

CONJ . HAB.PRIMAVERA

BNHIVO MULLER

CONJ UNTO BELA VISTA

JARDIM

AMÉR

ICA

J ARDIM PANORAMA

CONJ . HAB

. CRIS

TO R

EI

JARDIM

TROPI

CAL

VILA TRIÂNGULO

J ARDIM ITAIPU

Minha casa

Prefeitura Municipal

Colégio polivalente

Rodoviária

Casas Pernambucanas

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Igreja São Francisco

Praça das Américas

Ginásio de Esportes Tancredo Neves

Estádio Municipal

Faculdade UNIMEO

Cemitério Municipal J ardim da Paz

Parque Municipal São Francisco de Assis

Calçadão

Casa da cultura

Centro de Eventos Ângelo Micheletto

indicados devem ser cartografados na planta da cidade. O ato de

cartografar elementos do espaço de vivência possibilita ao aluno o exercício

de abstração por meio da linguagem cartográfica. As atividades a seguir

norteiam-se pela perspectiva de que o aluno seja antes mapeador ou

codificador de informações de seu espaço de vivência em base cartográfica.

Neste procedimento os alunos devem trabalhar em equipes, porém a

atividade terá melhor resultado se realizada individualmente: as equipes

vão indicando os locais, da cidade, à professora que anota no quadro já

sistematizando uma legenda que será transcrita para o material individual,

a planta cartográfica da cidade (Atividade 01). É importante que cada aluno

construa seu mapa, individualmente, ainda que o trabalho seja

desenvolvido em equipe ou coletivamente. Esta dinâmica possibilita a

discussão e comparação, além de transformar a sala de aula num espaço

comunicativo e participativo na elaboração do saber.

Atividade nº. 01- Planta Cartográfica da área urbana.

12

Depois de construir a legenda conforme descrito anteriormente, os

alunos titulam o mapa, encontram distâncias entre localidades a partir da

escala, verificam a localização dos bairros, analisam a condição

socioeconômica que predomina em cada bairro, entre outras observações

que podem ser feitas de acordo com os objetivos estabelecidos.

As atividades nº. 02 e nº. 03 reforçam a ação de codificar

informações, entretanto, em escala nacional e global, possibilitam a

compreensão de continuidade espacial e reforçam as etapas metodológicas

para leitura de mapas propostas por Castrogiovanni (1998), que envolvem a

observação do título, da legenda e da escala e suas respectivas

significações no mapa. Novamente sugerimos que os alunos estejam

organizados em equipes, porém cada um desenvolve sua atividade, assim

garante-se a todos oportunidade de apropriar-se do conhecimento e

aprimorar a capacidade de registrar cartograficamente informações, ou ser

mapeador.

Atividade nº 02 – Mapa do Brasil

De posse do mapa do Brasil os alunos constroem a legenda proposta,

podem sugerir outras possibilidades de títulos, calculam distâncias a partir

da escala. Esta atividade também pode ser utilizada para reforçar a divisão

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política e regional do país, para tal os alunos colocam a sigla dos estados,

constroem novas legendas com as capitais e uma terceira legenda com a

divisão regional segundo o IBGE.

Atividade nº 03 – Mapa Mundi

Com a atividade em mãos os alunos lêem as informações referentes a

cada país, localizam o país no mapa base e constroem a legenda

estabelecendo a relação. Podem também identificar os principais paralelos,

os continentes e oceanos. Cabe ao professor explicar e contextualizar a

função dos paralelos na delimitação das zonas climáticas e a regionalização

das terras emersas em continentes.

É importante conduzir o aluno à observação que o Brasil faz parte do

mundo, assim como sua cidade, e que a localização na superfície terrestre,

confere ao local características naturais peculiares.

14

A seqüência das três atividades abarca a perspectiva de continuidade

espacial, de um espaço menor a cidade, o espaço brasileiro e a superfície

terrestre. Com as atividades possibilitamos ao aluno familiarizar-se com a

linguagem e o registro cartográfico, reconhecer a representação gráfica da

cidade e fortalecer a noção de continuidade espacial.

O procedimento metodológico a seguir possibilita valorizar o

conhecimento historicamente construído pelos alunos por meio da

elaboração de conceitos dos termos: educação ambiental, meio ambiente,

qualidade de vida, bem estar urbano, os quais acreditamos serem

necessários à reflexão e entendimento das questões socioambientais.

Propostos os termos para serem conceituados, os alunos em equipe

registram o seu entendimento sobre cada termo. Durante o registro dos

conceitos surgem dúvidas, questões lógicas de compreensão do conteúdo.

Cabe ao professor subsidiar a reflexão instigando o pensar, o revisar e

entender o universo do conhecimento abarcado por um conceito. Perguntas

como: O que vocês entendem por isso? O que abarca esta expressão? O que

é no seu entendimento? Ajudam e motivam os alunos a refletirem e

construírem os conceitos. Entretanto deve-se ter a precaução de não dar o

conceito pronto sob a ótica do professor. Após cada equipe ter elaborado os

conceitos apresenta oralmente à turma para discussão.

Ainda que os conceitos elaborados pelos alunos sejam também

resultado de um processo escolar, achamos conveniente a apresentação,

discussão e reflexão sobre os conceitos de elaboração científica, no intuito

de possibilitar ao educando o contato com o texto/conceitos na forma de

linguagem científica e, assim, ultrapassar a forma de produção e registro

escrito de idéias no senso comum. Para tal, utilizamos como referencial

teórico dos conceitos de meio ambiente, educação ambiental, qualidade de

vida e bem estar urbano o proposto por Reigota (2002), Leff (2001) Loureiro

(2002) Grizzi (2000) In LIMA (2004).

Com este encaminhamento metodológico estabelecemos a

correspondência entre o produzido pelo pesquisador e o produzido pelo

aluno, para que este perceba as diferenças e semelhanças entre as formas

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de registro e aprimore sua capacidade de produção escrita e o

entendimento do tema que está sendo tratado.

Convém também destacar que a competência de registrar de forma

organizada e clara o compreendido pressupõe de um longo processo de

ensino aprendizagem e, portanto, não se efetiva com uma única atividade,

mas se constrói no decorrer da escolarização, isto se as devidas condições

metodológicas forem viabilizadas.

Avaliação socioambiental: atividade de campo como procedimento

metodológico

A atividade de campo, aqui proposta possibilita ao aluno compreender

o potencial individual e coletivo das pessoas na construção de um ambiente

saudável e, aprimorar a competência de registrar cartograficamente

informações no mapa, alienando os propósitos de Educação ambiental e

registro cartográfico.

O procedimento metodológico utilizado para o que se convencionou

chamar “avaliação socioambiental” compreende as seguintes etapas:

Seleção feita pelos alunos de espaços públicos (praças, parques,

calçadão), portanto de uso coletivo e, espaços residenciais (quadras ou

quarteirões). Para a seleção o critério pré-estabelecido foi ser a quadra

selecionada espaço conhecido ou de vivência dos alunos.

Elaboração pelos alunos de critérios para avaliar a qualidade

socioambiental do espaço-quarteirão anteriormente selecionado e

cartografado. É importante retomar junto aos alunos o arcabouço teórico

anteriormente discutido na elaboração dos conceitos, para agora sustentar

a construção dos critérios que serão utilizados para avaliar. Tal

procedimento resulta em instrumento didático/científico (ver anexo) que dá

contornos científicos à pesquisa de campo, neste caso a avaliação

16

socioambiental de um determinado espaço urbano, pois supera a

observação aleatória, o caráter de passeio que normalmente têm as

atividades de campo desenvolvidas nesta fase de ensino. Convém destacar

o papel do professor, este deve recolher os critérios propostos pelos alunos

e organizá-los de forma que possam ser utilizados como recurso

didático/científico de pesquisa de campo.

Ação de campo: munidos do instrumento didático/cientifico

previamente elaborado e da planta base da cidade as equipes de alunos

vão a campo observar e registrar as informações vivenciando assim a ação

de pesquisador. Concomitante as observações relativas às condições

socioambientais, os alunos registraram na planta base da cidade o espaço –

quarteirão observado e avaliado e, o percurso realizado. Desta maneira

também se pode conciliar o registro cartográfico com a Educação

Ambiental.

Análises: As equipes analisam as informações obtidas no campo e

emitem parecer socioambiental avaliativo em textos escritos, estes devem

ser lidos e discutidos com a turma, que a partir de então pode propor ações

na busca de assegurar e melhorar a qualidade socioambiental na cidade. A

análise e interpretação dos dados coletados em campo, tanto registrados na

planta da cidade como os sistematizados pelo instrumento

didático/científico deve levar em consideração o potencial e os limites dos

alunos (idade/série), que ainda vivenciam a construção deste conhecimento

no processo escolar.

A transcrição dos registros quantitativos coletados na atividade de

campo para a forma escrita em texto, acrescido do parecer e impressões

subjetivas e/ou opiniões dos alunos é um exercício exigente que necessita a

participação ativa do professor. No entanto é neste momento que o

educando sistematiza o conhecimento, já vivenciado nas etapas anteriores

da proposta.

Como as turmas têm em média 30 alunos organizados em equipes de

5 e cada equipe faz a atividade de campo em espaços diferentes, torna-se

possível uma amostragem significativa da cidade, sendo possível portanto,

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emitir parecer avaliativo geral da cidade, este procedimento deve ser feito

com a ajuda do professor.

Algumas Considerações

O registro cartográfico de elementos do ambiente urbano, espaço de

vivência dos alunos, como alternativa pedagógica para aprimorar a leitura

do espaço geográfico através da linguagem cartográfica é válido para

produzir conhecimentos e desenvolver atitudes e valores comprometidos

com o meio ambiente a partir do momento que possibilite a reflexão sobre a

organização do espaço por meio do uso do mapa.

Além de o aluno apropriar-se da linguagem cartográfica por meio da

codificação compreende o seu papel como agente nas questões

socioambientais.

Enquanto proposta de procedimento metodológico o uso da

cartografia, mais precisamente, o registro cartográfico em mapas das

informações ou conteúdo nas aulas de Geografia torna a sala um ambiente

dinâmico e interativo, portanto o processo ensino aprendizagem torna-se

mais prazeroso e produtivo.

Sugerimos numa etapa seguinte da proposta produzir uma carta

temática da qualidade socioambiental da cidade a partir dos dados já

levantados e sistematizados. Assim seria possível uma melhor compreensão

e reflexão, via mapa, da qualidade socioambiental do espaço urbano. Dadas

as restrições de tempo para conclusão deste trabalho protelamos esta

etapa para um outro momento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção do conhecimento. 2. ed. Campinas: Papirus, 1998.

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FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia no ensino de Geografia: a aprendizagem mediada. Cascavel, EDUNIOESTE, 2004.

JOLY, Fernand. A cartografia. 6 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.

LACOSTE, Yves. A geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. 11. ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

LIMA, Marli Secchi. Morfologia urbana e qualidade de vida na cidade de Assis Chateaubriand. 2004. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2004.

LOURREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Educação ambiental e movimentos sociais na construção da cidadania ecológica e planetária. In: LOUREIRO, C. F. B. et al, (Orgs.). Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2002.

MARTINELLI, Marcelo. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

________. Cartografia ambiental: que Cartografia é essa? In: SANTOS, M. et al, (Org.). O Novo Mapa do Mundo. São Paulo: Hucitec, 1993, p.232-242.

MENDONÇA, Francisco. Geografia socioambiental. In: Paradigmas da Geografia. AGB, Terra Livre. n. 16 São Paulo p.113-132, 2001.

REIGOTA, Marcos. Meio ambiente e Representação Social. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, Fani Alessandrini. (Org.). A Geografia na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2000.

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PASSINI, Elza Y. Alfabetização Cartográfica e o livro didático: uma análise crítica. Belo Horizonte: Ed. Lê, 1994.

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Anexo I: Instrumento didático/científico para atividade de campo

COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANCHIETA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Quadro base para avaliação socioambiental na cidade de Assis Chateaubriand.A equipe deve observar com atenção e responsabilidade o espaço da cidade que lhe for indicado e avaliar conforme os critérios a seguir.Todas as equipes farão a avaliação de uma quadra residencial de um aluno da equipe e do espaço público estabelecido.Traçar no mapa o percurso entre o local de avaliação e a escola e registrar as quadras.OBS. As três primeiras questões não devem ser respondidas para as praças e/ou locais públicos1 - Lotes vazios Sim NãoSe tiver observar: Estão limpos,tem entulho, mato, lixo. Ótimo Bom Regular Ruim

2 - Saneamento básico, rede de esgoto. Sim Não

3 - Condição das calçadas: conservação, tem na quadra inteira. Ótimo Bom Regular Ruim

4 - Condição geral de moradia: conforto, qualidade, estética. Ótimo Bom Regular Ruim5 - Arborização na calçadaObservar se tem bastante árvores, se são bem cuidadas Ótimo Bom Regular Ruim

6 - Limpeza do local – lixo espalhado pela rua, calçadas.(Obs. Não considerar o lixo para a coleta) Ótimo Bom Regular Ruim7 - Sinalização de trânsito: placas, faixa de pedestres. Ótimo Bom Regular Ruim

8 - Pavimentação das ruas – asfalto, terra, paralelepipedos. Ótimo Bom Regular Ruim

9)Nas praças: Iluminação Ótimo Bom Regular Ruim

Bancos ou espaços para sentar-se e descansar Ótimo Bom Regular Ruim

Equipe 1 - 8ª CPraça das Américas

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