Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

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Regulação 2.0, Peer - to - Peer , e a Economia da Colaboração Ruy J.G.B. de Queiroz

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Palestra no "Seminário Internacional de Engenharia - Tecnologia e Inovação em Engenharia: Desafios e Perspectivas no Brasil e no Mundo", 29/Outubro/2014, Mar Hotel, Recife, evento organizado pela Faculdade Boa Viagem / DeVry Brasil

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Regulação 2.0,

Peer-to-Peer, e

a Economia da

ColaboraçãoRuy J.G.B. de Queiroz

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A Internet como Plataforma de

Desenvolvimento de Negócios

Significativas “disrupções” tecnológicas já acontecem, e

muitas ainda serão catalisadas pela evolução da

Computação em Nuvem.

Essas disrupções vão se tornar cada vez mais frequentes

e profundas, criando oportunidades não apenas para

reformular a própria indústria da tecnologia, mas todas as

arquiteturas institucionais e práticas de gerenciamento

numa gama cada vez mais ampla de outras indústrias.

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Novo Ecossistema

É marcante a diminuição do nível de investimento mínimo

necessário para se criar uma empresa no setor de web

para o consumidor, caindo do patamar de milhões para

centenas de milhares de dólares.

Os recursos e o material necessários para experimentar

com um novo serviço de alcance global se tornaram

gratuitos ou de baixo custo, sem falar na comoditização

da tecnologia.

O surgimento dos novos serviços de combinação com

outros serviços já existentes que já propiciam excelente

valor na nuvem através de features, dados, efeitos de

rede, e API’s.

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Fatores de Alavancagem

(i) os sistemas aplicativos podem ser hospedados “na

nuvem” em servidores da Amazon, da Google, ou mesmo da

Rackspace, da Salesforce, etc.;

(ii) os esforços de relações públicas podem ser alavancados

com ajuda de Twitter e Facebook; e, não menos importante,

(iii) as estratégias de vendas e de formação de uma carteira

de clientes têm o suporte de plataformas de “software como

serviço” e “infraestrutura como serviço”.

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O Ambiente “Aberto” da

Internet

Ninguém precisa de permissão de outrem para fazer algo

Provedores tem servido de portas para o mundo da

Internet, mas não têm agido como porteiros

Essa abertura tem permitido que a Internet sirva de meio

de transformação radical de diversas indústrias, desde a

entrega de alimentos até a indústria financeira, tudo isso

por ter diminuído a barreira de entrada

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Manter um negócio na rede

Como destacou recentemente Marc

Andreessen, co-fundador da Netscape e

capitalista de ventura, o custo de se manter

uma aplicação básica de Internet caiu de

US$150.000 por mês em 2000 para

US$1.500 por mês em 2011. E continua a

cair.

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Impacto Econômico

A Internet é apenas a mais recente e

talvez a mais impressionante daquilo

que os economistas chamam de

"tecnologias de uso geral," desde o

motor a vapor até a rede elétrica, as

quais, desde o seu início, tiveram um

impacto massivamente desproporcional

sobre a inovação e o crescimento

econômico.

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Geração de Riqueza

Em um relatório de 2012, o Boston Consulting Group

constatou que a economia da Internet representou 4,1%

(cerca de 2,3 trilhões) do PIB nos países do G-20 em

2010. Se a Internet fosse uma economia nacional, o

relatório observou, estaria entre as cinco maiores do

mundo, à frente da Alemanha.

E um relatório de 2013 da Fundação Kauffman mostrou

que nas três décadas anteriores, o setor de alta

tecnologia teve 23% mais chances, e do setor de

tecnologia da informação 48%, de dar origem a novas

empresas do que o setor privado em geral.

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AirBnB

(hospedagem)

Fundada em 2008 por

Nathan Blecharczyk, Joe

Gebbia e Brian Chesky

Levantou mais de US$794

milhões em investimento

Avaliada em US$10 Bi

1324 funcionários

Contém mais de 500.000

anúncios em 34.000

cidades e 192 países.

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Lyft

Fundada em 2007, porMarcus Cohn, Logan Green, Matt Von Horn e John Zimmer

Compartilhamento de carona

Começou como Zimride, mudou para Lyft emMaio/2013

Levantou US$332 milhões em investimento

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Hailo

Fundada em 2010, por

Ron Zeghibe, Russell Hall

e Gary Jackson

Plataforma de serviço de

chamada de táxi

Vendas anualizadas

chegam a US$100 milhões

Levantou US$77 milhões

em investimento. (Mais

recente: US$26 milhões

em Jan/2014)

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Taskrabbit

Fundada em 2008, por

Leah Busque

Plataforma conectando

quem precisa de

serviços com quem

precisa de trabalho

Levantou US$37

milhões

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Homejoy

Fundada em Jul/2012

pelos irmãos Aaron

Cheung e Adora Cheung

Plataforma conectando

quem precisa de

serviços de limpeza com

quem precisa de

trabalho

Levantou US$39,7

milhões

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Uber

Fundada em Mar/2009 porGarrett Camp e Travis Kalanick

Levantou US$1,5 Bi (Maisrecente: US$1,2 Bi emJun/14)

Plataforma conectandoquem desejacarro+motorista com motoristas

822 empregados

Em Jul/2014 tem valor de mercado da ordem de US$18 bilhões

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Snapdeal

Fundada em Fev/2010 por

Kunal Bahl e Rohit Bansal

Levantou US$1,1 Bi (Mais

recente: US$627 mi em

27/Out/14)

Plataforma de comércio

eletrIonico

Mais de 1000 empregados

Número 1 em sites de e-

commerce na Índia

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Kickstarter

Fundada em Abr/2009 porCharles Adler, Yancey Strickler e Perry Chen

Plataforma paracampanhas de financiamento paraprojetos criativos

Levantou US$10 milhões

Em Out/2014, 184 mil projetos, US$1,3 bi no total, US$1,17 bi com sucesso, 72 mil projetosfinanciados, 6.700 ativos, 40,6% de sucesso.

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Indiegogo

Fundada em Abr/2009 por

Slava Rubin

Plataforma para

campanhas de

financiamento para

projetos criativos

Levantou mais de US$56

milhões

Em Out/2014, 224 países

têm projetos financiados

pela Indiegogo, 47% de

sucesso

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Lending Club

Fundada em 2007, porRenaud Laplanche

Plataforma para oferta e tomada de empréstimo emdinheiro peer-to-peer

Levantou mais de US$392 milhões. Última rodada: US$65 milhões em Abr/14

Até Dez/2013, mais de US$3 Bi foramemprestados, e cerca de US$300 milhões em jurosforam pagos

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Zopa

Fundada em 2005, por

Giles Andrews

Plataforma para oferta e

tomada de empréstimo em

dinheiro peer-to-peer

Levantou mais de US$56

milhões. Última rodada:

US$22 milhões em Jan/14

Um dos 3 primeiros

membros da Peer-to-Peer

Finance Association (UK)

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Peer-to-Peer

Computação ou Rede Peer-to-peer (P2P) é uma

arquitetura de aplicações distribuída que particiona

tarefas ou cargas de trabalho entre pares. Peers são

igualmente privilegiados, participantes equipotentes na

aplicação.

Os pares são, ao mesmo tempo, os fornecedores e

consumidores de recursos, em contraste com o modelo

tradicional cliente-servidor em que o consumo e o

suprimento de recursos são divididos.

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Peer-to-Peer

Embora sistemas P2P já tenham sido usados em muitos

domínios de aplicação, a arquitetura foi popularizada pelo

sistema de compartilhamento de arquivos Napster,

originalmente lançado em 1999.

O conceito tem inspirado novas estruturas e filosofias em

muitas áreas de interação humana. Em tais contextos

sociais, peer-to-peer como um meme refere-se à rede

social igualitária que surgiu em toda a sociedade,

viabilizada por tecnologias de Internet em geral.

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Fred Wilson

Investidor e Blogueiro, NY

“À medida que mais e

mais dos dados sobre o

que acontece em nosso

mundo torna-se

disponível através de

estruturas de

organização em rede,

seremos capazes de

regular muito mais

levemente, reduzindo

assim o custo e o peso

do governo e permitindo

que a inovação

prospere.”

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Fred Wilson

e Inovação

"O paradigma regulatório atual é: se você quiser fazer

alguma coisa nova você deve primeiro ir aos reguladores

e obter permissão para fazê-la. Apenas depois de lhe ser

concedida a permissão, você pode fazê-la. Gostaríamos

de mudar o paradigma para 'você pode fazê-la sem obter

permissão de ninguém, desde que você faça tais e tais

coisas'. E aí então, deixar o mercado adotá-la. Uma vez

que o mercado a tenha adotado por um tempo, então

regulamentá-la uma vez que tenhamos uma idéia sobre

quais são os bons e os maus aspectos dessa coisa nova."

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Regulação 2.0

“Regulação 2.0 é um arcabouço no qual que temos

trabalhado com um monte de outras pessoas que estão

repensando o que o governo significa em um mundo

conectado.

No mundo da Regulação 1.0 (no qual estamos agora) é

necessário que reguladores lhe dêem permissão para

fazer as coisas.”

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Regulação 2.0

“Em um mundo Regulação 2.0, desde que você relate de

forma aberta e transparente sobre o que você está

fazendo para o governo e todos os outros, você é livre

para inovar e operar.

Mas você é responsável por se fazer cumpridor das

regras que são definidas pelos reguladores, e os dados

que informam sobre suas ações serão medidos conforme

essas regras.”

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“Uber segue expansão apesar

de críticas” Globo.com,

01/10/14“Apesar de causar indignação de taxistas ao redor do mundo e ser vítima de uma caçada política - comoafirmou recentemente Travis Kalanick, criador do Uber -, o aplicativo de transporte de passageiros segue suaexpansão. Em setembro, a startup iniciou suas operaçõesem Anchorage, a cidade mais populosa do Alasca, Des Moines, no estado de Iowa, em Nova Orleans, naLuisiana (todas nos Estados Unidos), Genebra, na Suíça, e em alguns municípios franceses - Nice, Bordeaux e Toulouse.”

“A startup também lançou seus serviços em Belo Horizonte, Minas Gerais, depois de já ter desembarcado -no Brasil - em São Paulo e no Rio de Janeiro.”

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“The rise of the sharing

economy” LA Times, 25/4/14

“Airbnb deve a sua ascensão meteórica a um fenômenonovo - próximo de zero o custo marginal - que estáprejudicando setores inteiros da economia global e dandoorigem a um novo sistema econômico operando ao ladodo mercado convencional. O custo marginal é o custo de produção de uma unidade adicional de um bem ouserviço uma vez que uma empresa tem seus custos fixosjá determinados, e para empresas como a Airbnb, essecusto é extremamente baixo.”

“Uma pesquisa recente mostrou que, só em Nova York, os 416.000 hóspedes da Airbnb que ficaram emapartamentos e casas, entre meados de 2012 e meadosde 2013 custaram à indústria hoteleira de New York 1 milhão de pernoites.

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Compartilhamento de

Bicicletas

(LA Times, Abr/2014)Serviços de compartilhamento de bicicletas sem fins

lucrativos são um bom exemplo da nova economia de

compartilhamento. Cerca de 132 milhões de bicicletas

foram vendidas em todo o mundo em 2012, com receitas

superiores a US $ 33 bilhões. Mas agora, um número

crescente de jovens estão decidindo que eles não

precisam possuir bicicletas; eles ficam satisfeitos com ter

acesso às bicicletas compartilhadas, e pagar apenas pelo

tempo que usá-las. À medida em que essa geração muda

de posse de bicicleta para serviços de compartilhamento

de bicicletas, as receitas tendem a cair na indústria de

fabricação de bicicletas, pois mais pessoas estarão

compartilhando menos bicicletas .

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Economia do

Compartilhamento

A economia do compartilhamento (às vezes também chamada

de economia peer-to-peer, malha, economia colaborativa,

consumo colaborativo) é um sistema sócio-econômico

construído em torno da partilha de recursos humanos e físicos.

Inclui a criação, produção, distribuição, comércio compartilhado

e consumo de bens e serviços por pessoas e organizações

diferentes. Estes sistemas têm uma variedade de formas,

muitas vezes aproveitando a tecnologia da informação para

capacitar os indivíduos, empresas, organizações sem fins

lucrativos e do governo com informação que permite a

distribuição, compartilhamento e reutilização de excesso de

capacidade em bens e serviços.

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Economia do

Compartilhamento

Valor global (2013): US$26 bilhões

Baseado na confiança, na transparência e na conexão

humana

Utiliza o excesso de capacidade

Permite que pessoas comuns seja micro-

empreendedores

Empodera o indivíduo e democratiza a economia

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“Is Sharing the New Buying?”

(Nielsen, Maio/2014)

“De ferramentas elétricas às bicicletas, aos eletrônicos e até mesmo carros, pessoas ao redor do mundo estãoaproveitando a capacidade ociosa das coisas que jápossuem ou serviços que podem fornecer para obter um lucro. Bem-vindo à economia de compartilhamento, também conhecida como consumo colaborativo e arranjos peer- to-peer de arrendamento.”

“Para medir o apetite para a participação emcomunidades de compartilhamento ao redor do mundo, a Nielsen entrevistou mais de 30 mil internautas em 60 países para identificar quem está se juntando, para quaisprodutos e serviços, e onde.”

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Pesquisa da Nielsen:

“O que as pessoas compartilharão?”

Eletrônicos: 28%

Aulas/Serviços: 26%

Bicicleta: 22%

Roupa: 22%

Ferramenta elétrica: 23%

Ferramenta caseira: 22%

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Consumo Colaborativo

no Brasil

“Consumo Colaborativo,

a nova Economia para

um mundo melhor e

mais sustentável!.”

http://www.consumocola

borativo.cc/

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Novo Capital:

Confiança

Startups como Airbnb e Uber não dizem

respeito apenas a facilitar uma transação,

mas sim a facilitar a confiança para permitir

uma transação.

Elas têm sistemas de reputação dos dois

lados para remover maus atores, e para

fornecer informações para ambas as partes

tornando mais fácil fazer uma transação.

Page 35: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Nick Grossman

(Investidor em aplicativos

sociais)“À medida em que mais

e mais de nossas

atividades, online e no

mundo real, são

mediadas por terceiros

(telecom, internet e

aplicativos), eles

acabam se tornando os

condutores de nossos

discursos e nossas

informações.”

Page 36: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Confiança

“It is trust, more than money, that makes the world go

round.” — Joseph Stiglitz, In No One We Trust (New York

Times, 21/12/2013)

A Web e as tecnologias móveis estão nos dando a

oportunidade de experimentar com a forma como nos

organizamos, para o trabalho, para o lazer e para a

comunidade. E nessa experimentação, existem muitas e

muitas escolhas a serem feitas sobre as regras de

engajamento.

Page 37: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Organização em Redes

Descentralizadas

Tudo isso é parte de uma mudança mais ampla: das

hierarquias burocráticas às redes descentralizadas.

O modelo em rede de organização é fundamentalmente

transformador em todos os setores e indústrias.

E isso traz consigo grandes oportunidades, além de

revelar um enorme potencial para resolver certos

problemas que pareciam estar bem além de nossa

capacidade de resolver.

Page 38: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Confiança e o

Capital de Reputação

Para realizar isso, a primeira coisa que

precisamos fazer é arquitetar um

sistema de confiança - que atenda às

necessidades da comunidade, passe

segurança, e leve em conta os

equilíbrios entre os vários riscos, as

oportunidades, os direitos e as

responsabilidades.

Page 39: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Arquitetura de Confiança

Inicialmente, isso significou descobrir como fazer com queos pares na rede tivessem confiança uns nos outros

Mais recentemente, o foco tem se concentrado naconstrução de confiança com o público especialmente no contexto da regulação, na medida em que os serviçospeer-to-peer cada vez mais têm interseção com o mundoreal

Uma terceira dimensão parece estar emergindo: confiança com a plataforma: na medida em que mais e mais de nossas atividades passam a ser mediadas porplataformas online e móveis, é preciso que essasplataformas assegurem que estão agindo de boa fé e com base em políticas justas.

Page 40: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Moeda da Nova Economia:

Confiança

“No século XXI, as

novas redes de

confiança, e o capital de

reputação que geram,

vão reinventar a forma

como pensamos sobre a

riqueza, os mercados, o

poder e a identidade

pessoal, de uma forma

que ainda não podemos

sequer imaginar”

(Rachel Botsman, 2012)

Page 41: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Confiança Computacional

Impulsionada pelas mudanças trazidas pela tecnologia,

transações que antigamente não eram confiáveis estão

mais fáceis de conduzir do que nunca.

Mais do que qualquer outra mudança social impulsionada

por startups, a invenção de uma infra-estrutura “não-

confiante” é uma das mais notáveis na história da

internet.

Exemplo de destaque: Bitcoin e criptomoedas

Page 42: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Dinheiro Digital e

o Conceito de Criptomoeda

“A Era da Internet finalmente nos trouxe um novo

fenômeno conhecido como criptomoeda. Satoshi

Nakamoto introduziu seu trabalho inovador Bitcoin para o

mundo em 2009, marcando o alvorecer de uma nova era

na história financeira da civilização humana.”

“Uma criptomoeda é um meio de troca concebido em

torno de trocar informações de forma segura que é um

processo viabilizado por meio de certos princípios da

criptografia.”

Page 43: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

“Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash

System”

(bitcoin.org, 2008)

“Uma versão puramente peer-to-peer de dinheiroeletrônico permitiria que pagamentos online fossemenviados diretamente de uma parte a outra sem passarpor uma instituição financeira.

Assinaturas digitais propiciam parte da solução, mas osprincipais benefícios são perdidos se uma terceira parte confiável ainda for necessária para evitar o duplo-gasto.

Propomos uma solução ao problema do duplo-gastousando uma rede peer-to-peer.”

Publicado inicialmente na “The Cryptography Mailing list” em metzdowd.com

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Marcos Tecnológicos

Nome Ano Criador Inovações

RSA 1977 Ron Rivest public key cryptography

Pr.Gen. Biz. 1982 Leslie Lamport mensagens inforjáveis

ecash 1993 David Chaum pagto anônimo na Internet

e-gold 1996 Douglas Jackson pagto em ouro digital

hashcash 1997 Adam Back anti-spam proof-of-work

Napster 1999 Shawn Fanning peer-to-peer file sharing

Tor 2002 Roger Dingledine rede de anonimização

Second life 2003 Philip Rosedale moeda e econ. virtual

rpow 2004 Hal Finney proof-of-work token money

Page 45: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

“Why Bitcoin Matters”

Marc Andreessen, NYT

Jan/2014“Uma misteriosa nova tecnologia emerge, aparentemente

do nada, mas na realidade como resultado de duas

décadas de intensa pesquisa e desenvolvimento por

pesquisadores quase anônimos.

Idealistas políticos projetam sobre ela visões de liberação

e revolução; elites do establishment revelam desprezo e

descaso sobre ela.

Por outro lado, tecnologistas – nerds – ficam fascinados

por ela. Eles vêem nela um enorme potencial e passam

noites e finais de semana mexendo com ela.”

Page 46: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

“Why Bitcoin Matters”

Marc Andreessen, NYT

Jan/2014“Em algum momento no futuro produtos mainstream,

empresas e indústrias emergem para comercializá-la;

seus efeitos se tornam profundos; e mais tarde, muitas

pessoas se perguntam por que sua grande promessa não

estava mais óbvia desde o início.

De que tecnologia estou falando? Computador pessoal

em 1975, a Internet em 1993, e – acredito – Bitcoin em

2014.”

Page 47: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

“Why Bitcoin Matters”

Marc Andreessen, NYT, 2014

“Bitcoin no seu nível mais fundamental é um grande

avanço em ciência da computação – um avanço que

resulta de 20 anos de pesquisa em moeda criptográfica, e

40 anos de pesquisa em criptografia, por milhares de

pesquisadores em todo o mundo.”

“Bitcoin é a primeira solução prática de um problema em

aberto em ciência da computação chamado de Problema

dos Generais Bizantinos.”

Page 48: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Problema dos

Generais Bizantinos

“[Imagine] um grupo de generais do Exército Bizantino

acampados com suas tropas em torno de uma cidade

inimiga. Comunicando-se apenas por mensageiros, os

generais têm que chegar a um acordo sobre um plano

comum de ataque. Entretanto, um ou mais deles podem

ser traidores que tentarão confundir os outros. O

problema é encontrar um algoritmo para garantir que os

generais leais vão chegar a um acordo.” (Lamport,

Shostak & Pease, Journal of the ACM 1982)

Page 49: Regulação 2.0, Peer-to-Peer e a Economia do Compartilhamento

Lamport, Shostak & Pease

1982

“Mostramos que, usando apenas mensagens orais, esse

problema é resolvido se e somente se mais de 2/3 dos

generais forem leais; portanto, um único traidor pode

confundir 2 generais leais.

Com mensagens secretas inforjáveis, o problema é

solúvel para qualquer número de generais e possíveis

traidores.”

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Bitcoin

Moeda global (abrev. BTC)

Bem diferente de moedas fiduciárias

Circula desde Janeiro de 2009

Não é emitida por nenhuma entidade

Peer-to-peer / descentralizada

Negociada pela internet

O protocolo é de código aberto

Até certo ponto anônima

Protegida por encriptação forte (criptoMoeda)

(traduzido/adaptado de slide by J.Coman)

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O Mecanismo Básico

As transações são publicadas na rede P2P Bitcoin

Os mineradores (computadores) competem para resolver um problema do tipo“prova-de-trabalho” em média a cada 10 minutos

O minerador que vence publica um resumo das transações recentes em um bloco

Os mineradores são premiados com novas moedas por terem publicado um blocoválido

Os blocos são encadeados a blocos anteriores, criando assim uma “cadeia de blocos” (“block chain”)

O valor de cada conta fica evidente no blockchain

Espera-se que todos tenham acesso ao blockchain

(traduzido/adaptado de slide by J.Coman)