Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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Cadernos  Técnicos ADVID MANUTENÇÃO, CALIBRAÇÃO E REGULAÇÃO DO PULVERIZADOR VITÍCOLA 3

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MANUTENCcedilAtildeOCALIBRACcedilAtildeO E

REGULACcedilAtildeO DOPULVERIZADORVITIacuteCOLA

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Seacuterie Cadernos Teacutecnicos da ADVID

Caderno Teacutecnico no 3 - ldquoManutenccedilatildeo Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador Vitiacutecolardquo

FICHA TEacuteCNICA

Ediccedilatildeo ADVID - Associaccedilatildeo para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense Texto Francisco FevereiroFotografias Francisco Fevereiro e Jorge Costa ADVIDCoordenaccedilatildeo Fernando AlvesAno 2007

Tiragem 400 ExemplaresDistribuiccedilatildeo ADVID - Associaccedilatildeo para o Desenvolvimento da Viticultura DurienseISBN 978-989-95481-2-1

Reproduccedilatildeo autorizada com referecircncia da fonte

Agradecemos ao Prof Dr Bianchi de Aguiar (UTAD) a revisatildeo do texto

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983149 Introduccedilatildeo983149

Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do PulverizadorVerificaccedilatildeo EstaacuteticaVerificaccedilatildeo DinacircmicaIdentificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoManutenccedilatildeo do Pulverizador

Dispositivos Ecoloacutegicos

983149 Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do PulverizadorA Escolha dos BicosRegulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosMediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Regulaccedilatildeo da Pressatildeo

Via Qualitativa

Via Quantitativa

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de Emprego983149 Ficha de Calibraccedilatildeo983149 Bibliografia

Iacutendice

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3MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Introduccedilatildeo

A aplicaccedilatildeo de novas teacutecnicas culturais o aparecimento de equipamentos cada vez mais sofisticados e o respeitode cada vez mais exigentes normas ambientais exigem um esforccedilo de actualizaccedilatildeo constante por parte de teacutecnicos eaplicadores A tarefa de informaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute um trabalho de grande envergadura que urge empreender Acresce

o aparecimento de legislaccedilatildeo recente com a actualizaccedilatildeo das exigecircncias de formaccedilatildeo dos intervenientes na comercia-lizaccedilatildeo manuseamento e aplicaccedilatildeo de produtos fitossanitaacuterios

O manuseamento e a aplicaccedilatildeo satildeo da responsabilidade do agricultor pelo que eacute importante que este seja sensibi-lizado para a oportunidade e importacircncia da sua actualizaccedilatildeo nesta mateacuteria Este caderno pretende contribuir paraesse objectivo especialmente no que diz respeito agrave aplicaccedilatildeo

Para que se cumpra o objectivo de uma aplicaccedilatildeo mais racional eacute necessaacuterio que o equipamento esteja dotadodos componentes necessaacuterios em bom estado de funcionamento e seja tecnicamente bem utilizado Para isso eacutefundamental que a verificaccedilatildeo manutenccedilatildeo e a regulaccedilatildeo calibraccedilatildeo tenham sido efectuadas com a frequecircncia ea competecircncia devidas Embora este processo tenha fundamentos e preocupaccedilotildees essencialmente ambientais natildeodevemos menosprezar a reduccedilatildeo de custos na aplicaccedilatildeo e acreacutescimo de receitas que este procedimento pode pro-porcionar quando comparado com a aplicaccedilatildeo desregrada e com equipamentos desajustados e em mau estado defuncionamento

A conformidade do equipamento deveraacute vir a ser alvo de inspecccedilotildees perioacutedicas obrigatoacuterias conforme jaacute ocorre emalguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia (EU) Tais inspecccedilotildees tecircm por fim averiguar a conformidade do pulverizador com asnormas regulamentares quer na sua constituiccedilatildeo quer no seu estado de conservaccedilatildeo e funcionamento

Desta forma alem das referidas vantagens duma correcta manutenccedilatildeo do pulverizador tal procedimento deveraacute vira ser obrigatoacuterio num futuro proacuteximo constituindo mais um reforccedilo na oportunidade deste caderno

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Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do Pulverizador

A verificaccedilatildeo do pulverizador deve ser sempre efectuada antes do iniacutecio da campanha de pulverizaccedilatildeo para queeste esteja operacional quando necessaacuterio Com as instruccedilotildees a seguir compiladas pretende-se que o viticultorseja capaz de efectuar por si uma verificaccedilatildeo expedita A metodologia de actuaccedilatildeo derivou essencialmente dainformaccedilatildeo praacutetica recolhida pelo autor atraveacutes da sua experiecircncia pessoal e de inqueacuteritos jaacute realizados na RDDa equipamentos de associados da ADVID Realccedilar-se-atildeo os pontos em que mais frequentemente se encontraramdeficiecircncias de funcionamento e por conseguinte motivos para uma possiacutevel reprovaccedilatildeo dos pulverizadores ob-servados Constatar-se-aacute no entanto que as anomalias mais frequentes satildeo tambeacutem as de mais faacutecil reparaccedilatildeo eportanto possiacuteveis de ser executadas pelo viticultor quando devidamente formado para o efeito

Verificaccedilatildeo EstaacuteticaCom o pulverizador devidamente lavado observam-se os seguintes pontos

ESTADO GERAL - Verificam-sebull Chassis - Corrosatildeo e solidez se for necessaacuterio efectuar soldaduras estas devem ser protegidas da corrosatildeo por pin-tura adequada (Figura 1)bull Depoacutesito - O plaacutestico deveraacute manter alguma flexibilidade e sem estaladuras ou fendas No caso da construccedilatildeo em fibrapoderaacute ser reparado por pessoal habilitado Se for de polietileno eacute normalmente substituiacutedoA tampa deve fechar bem ajustada ao depoacutesito de forma a natildeo permitir fugas de calda quando em trabalho

O indicador de niacutevel de enchimento deve estar legiacutevelbull Ventilador (incluindo grelha e anel exterior) - Corrosatildeo e amolgadelas A turbina deve rodar livre sem roccedilar no anelexteriorbull Bicos ndash Aspecto geral orientaccedilatildeo desgaste e entupimentos visiacuteveis abrir e limpar interiormente todos eles incluindoo do agitador (Figura 2) com uma escova de material plaacutestico Natildeo se devem utilizar aramesbull Estado e tensatildeo das correias se existirembull Veio de transmissatildeo (ldquocardanrdquo) - Verificam-se

- Estado da protecccedilatildeo- Comprimento e desgaste dos tubos- Folgas das cruzetas

Figura 1 ndash Pormenor de corrosatildeo no ldquochassisrdquo Figura 2 ndash Bico do agitador desmontado para limpeza

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 2: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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Seacuterie Cadernos Teacutecnicos da ADVID

Caderno Teacutecnico no 3 - ldquoManutenccedilatildeo Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador Vitiacutecolardquo

FICHA TEacuteCNICA

Ediccedilatildeo ADVID - Associaccedilatildeo para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense Texto Francisco FevereiroFotografias Francisco Fevereiro e Jorge Costa ADVIDCoordenaccedilatildeo Fernando AlvesAno 2007

Tiragem 400 ExemplaresDistribuiccedilatildeo ADVID - Associaccedilatildeo para o Desenvolvimento da Viticultura DurienseISBN 978-989-95481-2-1

Reproduccedilatildeo autorizada com referecircncia da fonte

Agradecemos ao Prof Dr Bianchi de Aguiar (UTAD) a revisatildeo do texto

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983149 Introduccedilatildeo983149

Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do PulverizadorVerificaccedilatildeo EstaacuteticaVerificaccedilatildeo DinacircmicaIdentificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoManutenccedilatildeo do Pulverizador

Dispositivos Ecoloacutegicos

983149 Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do PulverizadorA Escolha dos BicosRegulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosMediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Regulaccedilatildeo da Pressatildeo

Via Qualitativa

Via Quantitativa

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de Emprego983149 Ficha de Calibraccedilatildeo983149 Bibliografia

Iacutendice

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3MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Introduccedilatildeo

A aplicaccedilatildeo de novas teacutecnicas culturais o aparecimento de equipamentos cada vez mais sofisticados e o respeitode cada vez mais exigentes normas ambientais exigem um esforccedilo de actualizaccedilatildeo constante por parte de teacutecnicos eaplicadores A tarefa de informaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute um trabalho de grande envergadura que urge empreender Acresce

o aparecimento de legislaccedilatildeo recente com a actualizaccedilatildeo das exigecircncias de formaccedilatildeo dos intervenientes na comercia-lizaccedilatildeo manuseamento e aplicaccedilatildeo de produtos fitossanitaacuterios

O manuseamento e a aplicaccedilatildeo satildeo da responsabilidade do agricultor pelo que eacute importante que este seja sensibi-lizado para a oportunidade e importacircncia da sua actualizaccedilatildeo nesta mateacuteria Este caderno pretende contribuir paraesse objectivo especialmente no que diz respeito agrave aplicaccedilatildeo

Para que se cumpra o objectivo de uma aplicaccedilatildeo mais racional eacute necessaacuterio que o equipamento esteja dotadodos componentes necessaacuterios em bom estado de funcionamento e seja tecnicamente bem utilizado Para isso eacutefundamental que a verificaccedilatildeo manutenccedilatildeo e a regulaccedilatildeo calibraccedilatildeo tenham sido efectuadas com a frequecircncia ea competecircncia devidas Embora este processo tenha fundamentos e preocupaccedilotildees essencialmente ambientais natildeodevemos menosprezar a reduccedilatildeo de custos na aplicaccedilatildeo e acreacutescimo de receitas que este procedimento pode pro-porcionar quando comparado com a aplicaccedilatildeo desregrada e com equipamentos desajustados e em mau estado defuncionamento

A conformidade do equipamento deveraacute vir a ser alvo de inspecccedilotildees perioacutedicas obrigatoacuterias conforme jaacute ocorre emalguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia (EU) Tais inspecccedilotildees tecircm por fim averiguar a conformidade do pulverizador com asnormas regulamentares quer na sua constituiccedilatildeo quer no seu estado de conservaccedilatildeo e funcionamento

Desta forma alem das referidas vantagens duma correcta manutenccedilatildeo do pulverizador tal procedimento deveraacute vira ser obrigatoacuterio num futuro proacuteximo constituindo mais um reforccedilo na oportunidade deste caderno

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Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do Pulverizador

A verificaccedilatildeo do pulverizador deve ser sempre efectuada antes do iniacutecio da campanha de pulverizaccedilatildeo para queeste esteja operacional quando necessaacuterio Com as instruccedilotildees a seguir compiladas pretende-se que o viticultorseja capaz de efectuar por si uma verificaccedilatildeo expedita A metodologia de actuaccedilatildeo derivou essencialmente dainformaccedilatildeo praacutetica recolhida pelo autor atraveacutes da sua experiecircncia pessoal e de inqueacuteritos jaacute realizados na RDDa equipamentos de associados da ADVID Realccedilar-se-atildeo os pontos em que mais frequentemente se encontraramdeficiecircncias de funcionamento e por conseguinte motivos para uma possiacutevel reprovaccedilatildeo dos pulverizadores ob-servados Constatar-se-aacute no entanto que as anomalias mais frequentes satildeo tambeacutem as de mais faacutecil reparaccedilatildeo eportanto possiacuteveis de ser executadas pelo viticultor quando devidamente formado para o efeito

Verificaccedilatildeo EstaacuteticaCom o pulverizador devidamente lavado observam-se os seguintes pontos

ESTADO GERAL - Verificam-sebull Chassis - Corrosatildeo e solidez se for necessaacuterio efectuar soldaduras estas devem ser protegidas da corrosatildeo por pin-tura adequada (Figura 1)bull Depoacutesito - O plaacutestico deveraacute manter alguma flexibilidade e sem estaladuras ou fendas No caso da construccedilatildeo em fibrapoderaacute ser reparado por pessoal habilitado Se for de polietileno eacute normalmente substituiacutedoA tampa deve fechar bem ajustada ao depoacutesito de forma a natildeo permitir fugas de calda quando em trabalho

O indicador de niacutevel de enchimento deve estar legiacutevelbull Ventilador (incluindo grelha e anel exterior) - Corrosatildeo e amolgadelas A turbina deve rodar livre sem roccedilar no anelexteriorbull Bicos ndash Aspecto geral orientaccedilatildeo desgaste e entupimentos visiacuteveis abrir e limpar interiormente todos eles incluindoo do agitador (Figura 2) com uma escova de material plaacutestico Natildeo se devem utilizar aramesbull Estado e tensatildeo das correias se existirembull Veio de transmissatildeo (ldquocardanrdquo) - Verificam-se

- Estado da protecccedilatildeo- Comprimento e desgaste dos tubos- Folgas das cruzetas

Figura 1 ndash Pormenor de corrosatildeo no ldquochassisrdquo Figura 2 ndash Bico do agitador desmontado para limpeza

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 3: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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983149 Introduccedilatildeo983149

Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do PulverizadorVerificaccedilatildeo EstaacuteticaVerificaccedilatildeo DinacircmicaIdentificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoManutenccedilatildeo do Pulverizador

Dispositivos Ecoloacutegicos

983149 Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do PulverizadorA Escolha dos BicosRegulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosMediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Regulaccedilatildeo da Pressatildeo

Via Qualitativa

Via Quantitativa

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de Emprego983149 Ficha de Calibraccedilatildeo983149 Bibliografia

Iacutendice

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Introduccedilatildeo

A aplicaccedilatildeo de novas teacutecnicas culturais o aparecimento de equipamentos cada vez mais sofisticados e o respeitode cada vez mais exigentes normas ambientais exigem um esforccedilo de actualizaccedilatildeo constante por parte de teacutecnicos eaplicadores A tarefa de informaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute um trabalho de grande envergadura que urge empreender Acresce

o aparecimento de legislaccedilatildeo recente com a actualizaccedilatildeo das exigecircncias de formaccedilatildeo dos intervenientes na comercia-lizaccedilatildeo manuseamento e aplicaccedilatildeo de produtos fitossanitaacuterios

O manuseamento e a aplicaccedilatildeo satildeo da responsabilidade do agricultor pelo que eacute importante que este seja sensibi-lizado para a oportunidade e importacircncia da sua actualizaccedilatildeo nesta mateacuteria Este caderno pretende contribuir paraesse objectivo especialmente no que diz respeito agrave aplicaccedilatildeo

Para que se cumpra o objectivo de uma aplicaccedilatildeo mais racional eacute necessaacuterio que o equipamento esteja dotadodos componentes necessaacuterios em bom estado de funcionamento e seja tecnicamente bem utilizado Para isso eacutefundamental que a verificaccedilatildeo manutenccedilatildeo e a regulaccedilatildeo calibraccedilatildeo tenham sido efectuadas com a frequecircncia ea competecircncia devidas Embora este processo tenha fundamentos e preocupaccedilotildees essencialmente ambientais natildeodevemos menosprezar a reduccedilatildeo de custos na aplicaccedilatildeo e acreacutescimo de receitas que este procedimento pode pro-porcionar quando comparado com a aplicaccedilatildeo desregrada e com equipamentos desajustados e em mau estado defuncionamento

A conformidade do equipamento deveraacute vir a ser alvo de inspecccedilotildees perioacutedicas obrigatoacuterias conforme jaacute ocorre emalguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia (EU) Tais inspecccedilotildees tecircm por fim averiguar a conformidade do pulverizador com asnormas regulamentares quer na sua constituiccedilatildeo quer no seu estado de conservaccedilatildeo e funcionamento

Desta forma alem das referidas vantagens duma correcta manutenccedilatildeo do pulverizador tal procedimento deveraacute vira ser obrigatoacuterio num futuro proacuteximo constituindo mais um reforccedilo na oportunidade deste caderno

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Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do Pulverizador

A verificaccedilatildeo do pulverizador deve ser sempre efectuada antes do iniacutecio da campanha de pulverizaccedilatildeo para queeste esteja operacional quando necessaacuterio Com as instruccedilotildees a seguir compiladas pretende-se que o viticultorseja capaz de efectuar por si uma verificaccedilatildeo expedita A metodologia de actuaccedilatildeo derivou essencialmente dainformaccedilatildeo praacutetica recolhida pelo autor atraveacutes da sua experiecircncia pessoal e de inqueacuteritos jaacute realizados na RDDa equipamentos de associados da ADVID Realccedilar-se-atildeo os pontos em que mais frequentemente se encontraramdeficiecircncias de funcionamento e por conseguinte motivos para uma possiacutevel reprovaccedilatildeo dos pulverizadores ob-servados Constatar-se-aacute no entanto que as anomalias mais frequentes satildeo tambeacutem as de mais faacutecil reparaccedilatildeo eportanto possiacuteveis de ser executadas pelo viticultor quando devidamente formado para o efeito

Verificaccedilatildeo EstaacuteticaCom o pulverizador devidamente lavado observam-se os seguintes pontos

ESTADO GERAL - Verificam-sebull Chassis - Corrosatildeo e solidez se for necessaacuterio efectuar soldaduras estas devem ser protegidas da corrosatildeo por pin-tura adequada (Figura 1)bull Depoacutesito - O plaacutestico deveraacute manter alguma flexibilidade e sem estaladuras ou fendas No caso da construccedilatildeo em fibrapoderaacute ser reparado por pessoal habilitado Se for de polietileno eacute normalmente substituiacutedoA tampa deve fechar bem ajustada ao depoacutesito de forma a natildeo permitir fugas de calda quando em trabalho

O indicador de niacutevel de enchimento deve estar legiacutevelbull Ventilador (incluindo grelha e anel exterior) - Corrosatildeo e amolgadelas A turbina deve rodar livre sem roccedilar no anelexteriorbull Bicos ndash Aspecto geral orientaccedilatildeo desgaste e entupimentos visiacuteveis abrir e limpar interiormente todos eles incluindoo do agitador (Figura 2) com uma escova de material plaacutestico Natildeo se devem utilizar aramesbull Estado e tensatildeo das correias se existirembull Veio de transmissatildeo (ldquocardanrdquo) - Verificam-se

- Estado da protecccedilatildeo- Comprimento e desgaste dos tubos- Folgas das cruzetas

Figura 1 ndash Pormenor de corrosatildeo no ldquochassisrdquo Figura 2 ndash Bico do agitador desmontado para limpeza

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 4: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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Introduccedilatildeo

A aplicaccedilatildeo de novas teacutecnicas culturais o aparecimento de equipamentos cada vez mais sofisticados e o respeitode cada vez mais exigentes normas ambientais exigem um esforccedilo de actualizaccedilatildeo constante por parte de teacutecnicos eaplicadores A tarefa de informaccedilatildeo e formaccedilatildeo eacute um trabalho de grande envergadura que urge empreender Acresce

o aparecimento de legislaccedilatildeo recente com a actualizaccedilatildeo das exigecircncias de formaccedilatildeo dos intervenientes na comercia-lizaccedilatildeo manuseamento e aplicaccedilatildeo de produtos fitossanitaacuterios

O manuseamento e a aplicaccedilatildeo satildeo da responsabilidade do agricultor pelo que eacute importante que este seja sensibi-lizado para a oportunidade e importacircncia da sua actualizaccedilatildeo nesta mateacuteria Este caderno pretende contribuir paraesse objectivo especialmente no que diz respeito agrave aplicaccedilatildeo

Para que se cumpra o objectivo de uma aplicaccedilatildeo mais racional eacute necessaacuterio que o equipamento esteja dotadodos componentes necessaacuterios em bom estado de funcionamento e seja tecnicamente bem utilizado Para isso eacutefundamental que a verificaccedilatildeo manutenccedilatildeo e a regulaccedilatildeo calibraccedilatildeo tenham sido efectuadas com a frequecircncia ea competecircncia devidas Embora este processo tenha fundamentos e preocupaccedilotildees essencialmente ambientais natildeodevemos menosprezar a reduccedilatildeo de custos na aplicaccedilatildeo e acreacutescimo de receitas que este procedimento pode pro-porcionar quando comparado com a aplicaccedilatildeo desregrada e com equipamentos desajustados e em mau estado defuncionamento

A conformidade do equipamento deveraacute vir a ser alvo de inspecccedilotildees perioacutedicas obrigatoacuterias conforme jaacute ocorre emalguns paiacuteses da Uniatildeo Europeia (EU) Tais inspecccedilotildees tecircm por fim averiguar a conformidade do pulverizador com asnormas regulamentares quer na sua constituiccedilatildeo quer no seu estado de conservaccedilatildeo e funcionamento

Desta forma alem das referidas vantagens duma correcta manutenccedilatildeo do pulverizador tal procedimento deveraacute vira ser obrigatoacuterio num futuro proacuteximo constituindo mais um reforccedilo na oportunidade deste caderno

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Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do Pulverizador

A verificaccedilatildeo do pulverizador deve ser sempre efectuada antes do iniacutecio da campanha de pulverizaccedilatildeo para queeste esteja operacional quando necessaacuterio Com as instruccedilotildees a seguir compiladas pretende-se que o viticultorseja capaz de efectuar por si uma verificaccedilatildeo expedita A metodologia de actuaccedilatildeo derivou essencialmente dainformaccedilatildeo praacutetica recolhida pelo autor atraveacutes da sua experiecircncia pessoal e de inqueacuteritos jaacute realizados na RDDa equipamentos de associados da ADVID Realccedilar-se-atildeo os pontos em que mais frequentemente se encontraramdeficiecircncias de funcionamento e por conseguinte motivos para uma possiacutevel reprovaccedilatildeo dos pulverizadores ob-servados Constatar-se-aacute no entanto que as anomalias mais frequentes satildeo tambeacutem as de mais faacutecil reparaccedilatildeo eportanto possiacuteveis de ser executadas pelo viticultor quando devidamente formado para o efeito

Verificaccedilatildeo EstaacuteticaCom o pulverizador devidamente lavado observam-se os seguintes pontos

ESTADO GERAL - Verificam-sebull Chassis - Corrosatildeo e solidez se for necessaacuterio efectuar soldaduras estas devem ser protegidas da corrosatildeo por pin-tura adequada (Figura 1)bull Depoacutesito - O plaacutestico deveraacute manter alguma flexibilidade e sem estaladuras ou fendas No caso da construccedilatildeo em fibrapoderaacute ser reparado por pessoal habilitado Se for de polietileno eacute normalmente substituiacutedoA tampa deve fechar bem ajustada ao depoacutesito de forma a natildeo permitir fugas de calda quando em trabalho

O indicador de niacutevel de enchimento deve estar legiacutevelbull Ventilador (incluindo grelha e anel exterior) - Corrosatildeo e amolgadelas A turbina deve rodar livre sem roccedilar no anelexteriorbull Bicos ndash Aspecto geral orientaccedilatildeo desgaste e entupimentos visiacuteveis abrir e limpar interiormente todos eles incluindoo do agitador (Figura 2) com uma escova de material plaacutestico Natildeo se devem utilizar aramesbull Estado e tensatildeo das correias se existirembull Veio de transmissatildeo (ldquocardanrdquo) - Verificam-se

- Estado da protecccedilatildeo- Comprimento e desgaste dos tubos- Folgas das cruzetas

Figura 1 ndash Pormenor de corrosatildeo no ldquochassisrdquo Figura 2 ndash Bico do agitador desmontado para limpeza

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5MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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7MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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9MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 5: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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Verificaccedilatildeo e Manutenccedilatildeo do Pulverizador

A verificaccedilatildeo do pulverizador deve ser sempre efectuada antes do iniacutecio da campanha de pulverizaccedilatildeo para queeste esteja operacional quando necessaacuterio Com as instruccedilotildees a seguir compiladas pretende-se que o viticultorseja capaz de efectuar por si uma verificaccedilatildeo expedita A metodologia de actuaccedilatildeo derivou essencialmente dainformaccedilatildeo praacutetica recolhida pelo autor atraveacutes da sua experiecircncia pessoal e de inqueacuteritos jaacute realizados na RDDa equipamentos de associados da ADVID Realccedilar-se-atildeo os pontos em que mais frequentemente se encontraramdeficiecircncias de funcionamento e por conseguinte motivos para uma possiacutevel reprovaccedilatildeo dos pulverizadores ob-servados Constatar-se-aacute no entanto que as anomalias mais frequentes satildeo tambeacutem as de mais faacutecil reparaccedilatildeo eportanto possiacuteveis de ser executadas pelo viticultor quando devidamente formado para o efeito

Verificaccedilatildeo EstaacuteticaCom o pulverizador devidamente lavado observam-se os seguintes pontos

ESTADO GERAL - Verificam-sebull Chassis - Corrosatildeo e solidez se for necessaacuterio efectuar soldaduras estas devem ser protegidas da corrosatildeo por pin-tura adequada (Figura 1)bull Depoacutesito - O plaacutestico deveraacute manter alguma flexibilidade e sem estaladuras ou fendas No caso da construccedilatildeo em fibrapoderaacute ser reparado por pessoal habilitado Se for de polietileno eacute normalmente substituiacutedoA tampa deve fechar bem ajustada ao depoacutesito de forma a natildeo permitir fugas de calda quando em trabalho

O indicador de niacutevel de enchimento deve estar legiacutevelbull Ventilador (incluindo grelha e anel exterior) - Corrosatildeo e amolgadelas A turbina deve rodar livre sem roccedilar no anelexteriorbull Bicos ndash Aspecto geral orientaccedilatildeo desgaste e entupimentos visiacuteveis abrir e limpar interiormente todos eles incluindoo do agitador (Figura 2) com uma escova de material plaacutestico Natildeo se devem utilizar aramesbull Estado e tensatildeo das correias se existirembull Veio de transmissatildeo (ldquocardanrdquo) - Verificam-se

- Estado da protecccedilatildeo- Comprimento e desgaste dos tubos- Folgas das cruzetas

Figura 1 ndash Pormenor de corrosatildeo no ldquochassisrdquo Figura 2 ndash Bico do agitador desmontado para limpeza

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5MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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7MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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9MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 6: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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BOMBA - Verificam-sebull Niacutevel aspecto e possiacuteveis manchas de perdas de oacuteleo se o oacuteleo tiver cor esbranquiccedilada deveraacute haver fuga de caldapara o interior da bomba Deveraacute recorrer a um reparador se se verificar alguma destas anomalias excepto na reposiccedilatildeodo niacutevel do oacuteleo (Figura 3 - a e b) - Pressatildeo adequada da cacircmara de compensaccedilatildeo estanquecidade ao ar e ou saiacuteda de liacutequido pela vaacutelvula - Filtros - Tipo (os orifiacutecios das malhas devem ser tanto mais finos quanto a sua posiccedilatildeo seja mais proacutexima do bico eo uacuteltimo filtro deveraacute sempre ter orifiacutecios menores que o dos bicos de pulverizaccedilatildeo montados no pulverizador) estadoe limpeza das malhas (Figura 4 - a e b)

MANOacuteMETRO - Verificam-se o estado do corpo agulha glicerina e estado e adequaccedilatildeo da escala de leitura para aspressotildees que vamos utilizar

Verificaccedilatildeo DinacircmicaCom o tractor parado com tomada de forccedila (tdf) a 500rpm e pressatildeo dentro do intervalo normal de funciona-mento (com aacutegua) verificam-se

bull Estanquecidade geralbull Flexibilidade e estabilidade das ligaccedilotildees das condutas

( especialmente no tubo de aspiraccedilatildeo da calda onde seestiver demasiado riacutegido pode haver entrada de ar semhaver fuga visiacutevel de calda)bull Agitaccedilatildeo da caldabull Fiabilidade do manoacutemetro se possiacutevel e estabilidade daagulha (Figura 5)bull Equiliacutebrio da turbina atraveacutes da observaccedilatildeo de um copocheio de aacutegua sem vazar durante o giro da mesma (Figura6)bull Forma do jacto ndash A simetria das linhas de contornodos jactos direitas e ou curvas conforme o tipo de bicosnatildeo devem ter descontinuidades o que a acontecer indicaa presenccedila de impurezas ou rugosidade significativa nointerior dos bicos Mesmo que tenham sido devidamente

Figura 3 a ndash Bomba com manchas de fuga de

oacuteleo visiacuteveis

Figura 3 b ndash Reservatoacuterio do oacuteleo da bomba com mistura de aacutegua da calda

Figura 4 a e b ndash Primeiro e uacuteltimo ponto de filtragem com orifiacutecios de medida decrescente

Figura 5 ndash Manoacutemetro para alta pressatildeo montada no regulador dopulverizador

Figura 6 ndash Meacutetodo expedito de avaliar o desequiliacutebrio da turbina

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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7MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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9MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 7: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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limpos na etapa anterior pode haver incrustaccedilotildees mais internas que sejam movidas para o bico Este pormenor ocorrecom mais frequecircncia apoacutes uma imobilizaccedilatildeo prolongada em que essas incrustaccedilotildees se desidratam e descolam dospontos onde haviam aderido sendo facilmente deslocadas para os filtros e bicos Se apesar de limpos se mantiver airregularidade substitui-se a ponta do bico (pastilha ou outros excepto corpo porta-bico)bull Uniformidade de deacutebito dos bicos - a uniformidade do deacutebito verifica-se atraveacutes do procedimento indicadona Figura 7 (a e b)

De acordo com o resultado dessa comparaccedilatildeo aconselha-se o seguinte procedimentoHerbicidas e produtos de contacto Bicos que tenham uma diferenccedila superior a 10 do bico novo- Substituir a pontado bicoRestantes tratamentos agrave vinha- Comparar cada bico com o seu oposto lateral procedendo da mesma forma Poder-se-aacuteprolongar a vida uacutetil dos bicos desde que os de menor deacutebito se possam emparelhar em niacuteveis que atinjam densidadesfoliares menores A soma dos deacutebitos de cada lateral deve tambeacutem obedecer ao criteacuterio de comparaccedilatildeo dos 10 dediferenccedila maacutexima permitida

O estado dos bicos e manoacutemetro satildeo as irregularidades mais comuns Conforme a refere a DGPC (Moreira 2005) satildeotambeacutem estas as causas mais frequentes da reprovaccedilatildeo nas inspecccedilotildees levadas a cabo nos paiacuteses que jaacute as praticam

Identificaccedilatildeo e Correcccedilatildeo de Anomalias de FuncionamentoQuer no decurso da verificaccedilatildeo quer depois durante a utilizaccedilatildeo do pulverizador poderatildeo ser detectadas falhas defuncionamentoAbaixo estatildeo referenciadas algumas anomalias que poderatildeo ocorrer e possiacuteveis causas das mesmas

bull DEacuteBITO REDUZIDO OU NULO - vaacutelvulas da bomba que natildeo fecham bem filtro ou tubo de aspiraccedilatildeo entupido entradade ar na aspiraccedilatildeo (possiacutevel fenda ou rigidez excessiva nas ligaccedilotildees jaacute referida atraacutes)

bull OSCILACcedilOtildeES NA AGULHA E SAIacuteDA DE CALDA AgraveS GOLFADAS - entrada de ar na aspiraccedilatildeo pressatildeo de ar incorrectana cacircmara de compensaccedilatildeo (amortecedor) ou membrana da mesma fendida (neste caso se pressionarmos o interior davaacutelvula por onde se mete o ar sairaacute calda)

bull BOMBA DEBITA MAS A PRESSAtildeO NAtildeO SOBE - mau funcionamento do regulador de pressatildeo (muita calda no retorno)maacute vedaccedilatildeo das vaacutelvulas da bomba rotura no agitador

bull MAacute AGITACcedilAtildeO DA CALDA - conduta ou bicos do agitador hidraacuteulico obstruiacutedos ou estes demasiado largos pressatildeodo sistema insuficiente

bull CALDA COM MUITA ESPUMA - entrada de ar no circuito por maacute vedaccedilatildeo ou pulverizador quase vazio

Figura 7 a ndash A mediccedilatildeo do deacutebito de cada bico durante 1 minuto um deles com ponta nova (apuram-se os valores meacutedios de um miacutenimo de duas

leituras) Figura 7 b ndash Comparaccedilatildeo do deacutebito medido por bico

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7MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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1

2

3

45

caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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9MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

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1

2

3

45

caldaaacutegua limpa

Manutenccedilatildeo do PulverizadorSem prejuiacutezo do disposto no manual de instruccedilotildees do fabricante do pulverizador deve ser observada a seguinte ma-nutenccedilatildeo miacutenima

NO INIacuteCIO DA CAMPANHA

bull Efectuar as verificaccedilotildees descritas atraacutes (Estaacutetica e Dinacircmica)

DURANTE A CAMPANHAbull No iniacutecio de cada dia deve-se verificar a pressatildeo de ar na cacircmara amortecedora e o niacutevel de oacuteleo da bomba assimcomo lubrificar o ldquoveio de cardansrdquobull Executar no final de cada dia de utilizaccedilatildeo todas as operaccedilotildees de limpeza prescritas na verificaccedilatildeo estaacutetica semprejuiacutezo da lavagem interna de forma adequada na parcela

NO FINAL DA CAMPANHAbull Efectuar uma lavagem externa e interna e limpar os filtros e bicos de forma rigorosa para prevenir os entupimentospor incrustaccedilotildees na campanha seguinte e a corrosatildeo quiacutemica durante a imobilizaccedilatildeo

bull Guardar o pulverizador em local abrigado e se as temperaturas de Inverno o justificarem fazer um fundo de cuba desoluccedilatildeo anticongelante (qb) e pocircr o pulverizador a funcionar ateacute ela sair pelos bicos tendo o cuidado de regular apressatildeo no maacuteximo e o regime da tdf no miacutenimo de forma a evitar o retorno da calda que alteraria a concentraccedilatildeo dasoluccedilatildeo diminuindo-lhe o poder anticongelante No final deixar o regulador de pressatildeo no estado de miacutenimo e afrouxaras correias se existirem

Dispositivos Ecoloacutegicos

Fora da constituiccedilatildeo corrente dos pulverizadores menos recentes poderatildeo vir a ser introduzidos alguns dispositivosecoloacutegicos Embora natildeo sejam actualmente obrigatoacuterios devem ser tidos em conta na aquisiccedilatildeo de novos equipamen-tos natildeo soacute pelos fundamentos legais de um futuro talvez proacuteximo mas tambeacutem por constituiacuterem preciosos auxiliares

na utilizaccedilatildeo ecoloacutegica do pulverizadorA vaacutelvula anti-retorno (se eficaz) no dispositivo de enchimento e sistema anti-transbordo no reabastecimento contri-buem ambos para impedir a poluiccedilatildeo da fonte de aacutegua e aacuterea envolventeColocaccedilatildeo do tubo de aspiraccedilatildeo da calda dentro da cuba o mais proacuteximo possiacutevel do fundo de forma a minimizaro resto de caldaO reservatoacuterio de aacutegua limpa lava-circuitos facilita a limpeza na parcela Permite ainda a limpeza do circuito depulverizaccedilatildeo com especial significado para os bicos sem a cuba estar vazia particularmente uacutetil na prevenccedilatildeo deentupimentos no tempo decorrido na mudanccedila de parcelas ou pausas de outra naturezaOs bicos de limpeza interna da cuba poderatildeo ser tambeacutem um incremento ecoloacutegico interessante no futuro do pulve-rizador Deveratildeo estar bem posicionados e ter deacutebito suficiente

Figuras 8 e 9 ndash Sistema de limpeza do circuito hidraacutelico (1 entrada de calda 2 entrada de aacutegua limpa 3 vaacutelvula de trecircs vias 4 filtro etubo de aspiraccedilatildeo 5 bomba) Conforme a posiccedilatildeo da vaacutelvula teremos trajecto da calda em pulverizaccedilatildeo (1-3-4-5) trajecto de limpeza(2-3-4-5)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

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Regulaccedilatildeo e Calibraccedilatildeo do Pulverizador

A operaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do pulverizador destina-se a conhecer por mediccedilatildeo o seu deacutebito a uma determinada pres-satildeo e atraveacutes deste e de outros paracircmetros (largura e velocidade de trabalho) o volume de calda por unidade deaacuterea correspondente agraves condiccedilotildees de regulaccedilatildeo desses paracircmetrosEacute essencial para que se aplique a dose de pesticida

pretendida A regulaccedilatildeo consiste no ajustamento do pulverizador ao deacutebito e qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida Calibra-separa a regulaccedilatildeo ser mais exacta Apresenta-se a metodologia que nos pareceu mais adequada agrave Regiatildeo Demarcadado Douro

A Escolha dos BicosEscolhe-se o tipo de bico com base na qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada condicionada por diversos factores (hu-midade relativa do ar vento temperatura tipo de produto quiacutemico densidade foliar etc) Alia-se a experiecircncia agravesindicaccedilotildees do fabricante de bicos constantes nos cataacutelogos teacutecnicos dos mesmos (exemplo na Figura 10) Nesta etapapode ser feita uma preacute-selecccedilatildeo de mais de um tipo que posteriormente seratildeo avaliados de forma a eleger o mais

adequado

Regulaccedilatildeo do Ventilador (Turbina) e Orientaccedilatildeo dos BicosSempre que o tratamento exija a utilizaccedilatildeo da turbina (jacto transportado) deve-se tambeacutem nesta altura fazer a regu-laccedilatildeo do ventilador jaacute que a sua intervenccedilatildeo interfere com os outros paracircmetros Se recorrecircssemos a instrumentos de

medida para termos conhecimento das grandezas da velocidade e volume de ar soprado pelo ventilador num determi-nado ponto a uma certa rotaccedilatildeo da turbina estariacuteamos a fazer a sua calibraccedilatildeo

() A baixa pressatildeo

Figura 10 ndash Tabela para escolha do tipo de bico a usar em funccedilatildeo da qualidade de pulverizaccedilatildeo desejada (adaptada de Albuz 2006)

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

C

Linha de chegada

Linha de partida

Linha de cronometragem

Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 10: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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A regulaccedilatildeo proposta eacute o mais simples que se pode fazer sem o recurso a um anemoacutemetro embora de uma utilidadesignificativaParacircmetros a regular De acordo com as figuras seguintes procede-se agrave regulaccedilatildeo da altura do pulverizador orientaccedilatildeodos deflectores (Figura 11) e velocidade de rotaccedilatildeo da turbina (Figura 12) Procura-se tambeacutem o nuacutemero e orientaccedilatildeo dosbicos mais adequada ao estado da vegetaccedilatildeo Dependendo do estado de desenvolvimento da vinha podem ser fechadosalguns bicos em determinados niacuteveis em que natildeo exista ainda vegetaccedilatildeoMaterial Necessaacuterio fita meacutetrica fio flexiacutevel

O prolongamento dos fios superior e inferior devem condicionar a orientaccedilatildeo do deflector e altura do pulverizadorrespectivamente No geral a orientaccedilatildeo dos bicos deve respeitar a direcccedilatildeo preponderante dos fiosA velocidade ideal do ar manifesta-se por uma pulverizaccedilatildeo suficiente e homogeacutenea nas duas faces das folhas interio-res sem haver quantidade significativa nos bardos contiacuteguos (A) assim como minimizando as perdas por deriva (B)ou calda caiacuteda no solo (C) (Figura 12)No princiacutepio do ciclo vegetativo poder-se-aacute concluir ser melhor o natildeo uso de ventilador

Mediccedilatildeo da Velocidade de Deslocamento do Tractor (V)Na proacutepria parcela a pulverizar ou outra semelhante marcam-se o iniacutecio e fim de 50 m Com a aceleraccedilatildeo do motordefinida na regulaccedilatildeo do ventilador selecciona-se uma velocidade adequada agrave parcela a tratar (Figura 13)Com o pulverizador a meio de aacutegua inicia-se a marcha um pouco antes do iniacutecio e mede-se o tempo gasto a percor-rer os 50m pelo menos duas vezes O tempo meacutedio seraacute assim apurado para as etapas seguintes

A velocidade de trabalho (v) seraacute dada pela seguinte operaccedilatildeov = 180 tempo meacutedio (segundos)v = kmh

Figura 13 ndash Determinaccedilatildeo da velocidade real (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

Figura 11 ndash Regulaccedilatildeo do ventilador e orientaccedilatildeo dos deflectores e bicos Figura 12 ndash Velocidade adequada (A) excessiva (B) insuficiente (C)(adaptada de Savi 1996)

A

B

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Distacircncia percorrida

aproacutex 50 m

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

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Regulaccedilatildeo da Pressatildeo Temos duas vias de chegar ao conhecimento da pressatildeo a que vamos trabalhar com o pulverizador dentro do intervalode valores aconselhado pelo fabricante dos bicos

A primeira eacute encontrada por associaccedilatildeo agrave qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida segundo as premissas maior pressatildeo

produz maior deacutebito e gotas de menor tamanho O seu valor aparece por consequecircncia natural do balanccedilo destes doisparacircmetros Chamamos-lhe por isso a via qualitativa

A segunda eacute uma funccedilatildeo que varia natildeo em consequecircncia da qualidade da pulverizaccedilatildeo pretendida mas da quantidadede calda que predefinimos aplicar por unidade de superfiacutecie pelo que a designamos por via quantitativa

A primeira seraacute mais aconselhaacutevel nos tratamentos em que o sucesso natildeo seja limitado pelo volume de calda aplicadoA segunda nas situaccedilotildees contraacuterias

Via qualitativa - Neste caso a pressatildeo a utilizar eacute encontrada

atraveacutes da apreciaccedilatildeo da qualidade dapulverizaccedilatildeo a diferentes pressotildees testadas para os bicos es-colhidosPela utilizaccedilatildeo dum corante inerte na aacutegua ou da colocaccedilatildeode pequenas tiras de papel hidrosensiacutevel dispostas estrategi-camente na vegetaccedilatildeo (nos locais da planta que pretendemostratar com maior rigor) pode-se fazer a afinaccedilatildeo qualitativa dapressatildeo No entanto deve-se sempre ponderar nesta estrateacutegiao tamanho das gotas e cobertura de superfiacutecie boa distribui-ccedilatildeo da calda e efeito de penetraccedilatildeo na folhagem Pondera-setambeacutem o risco de perda de calda por factores proacuteprios e am-bientais com o procedimento acima descrito No fundo daacute-se

continuidade aos criteacuterios utilizados na escolha de bicos (verA Escolha dos Bicos paacuteg 7)A regulaccedilatildeo do ventilador pode tambeacutem ser feita em simultacirc-neo nesta faseNeste caso o deacutebito do pulverizador eacute consequecircncia da esco-lha qualitativa da pulverizaccedilatildeo

Via quantitativa - Escolha da pressatildeo com base no volume de caldaha desejado (V) e com recurso a tabelas depressatildeodeacutebito dos bicos escolhidosNeste caso teremos que jogar com as nossas variaacuteveis para atingir o volume por hectare preacute-definido Sempre que

natildeo se utilize o mesmo nuacutemero de bicos que com a vinha plenamente desenvolvida deveremos modular o volume porhectare em proporccedilatildeo ao nuacutemero de bicos utilizado mantendo a concentraccedilatildeo da calda constante Haveraacute por conse-quecircncia um ajustamento da dose agrave expressatildeo vegetativa da vinhaConsiderando que por norma de razotildees de topografia e pedregosidade na RDD a velocidade de pulverizaccedilatildeo possiacuteveleacute normalmente inferior agrave maacutexima tecnicamente aconselhaacutevel (v) determina-se da forma descrita em Mediccedilatildeo da Velo-

cidade de Deslocamento do Tractor paacuteg 8 Natildeo seraacute a velocidade que se quer mas a que se pode terConhecemos tambeacutem a largura entre bardos (largura de trabalho nos tratamentos face a face) e o no de bicos do pul-verizador que vamos utilizarO deacutebito requerido por bico (d) pode ser calculado directamente pela foacutermula seguinte

d = (v kmh x largura de trabalho m x V lha) ( 600 x no de bicos do pulverizador) = lmin

A largura de trabalho eacute a faixa de vinha tratada por cada passagem Corresponde agrave largura entre bardos vezes onuacutemero de bardos tratados em cada passagem

Figura 14 ndash Exemplos de qualidade de pulverizaccedilatildeo em papelhidrosensiacutevel

Excesso de calda (lavagem - escorrimento)

Cobertura normal (pulverizaccedilatildeo correcta)

Cobertura deficiente (pulverizaccedilatildeo incorrecta)

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11MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

mento corrigir este desvio

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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13MANUTENCcedilAtildeO CALIBRACcedilAtildeO E REGULACcedilAtildeO DO PULVERIZADOR VITIacuteCOLA

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

VIRET O SIEGFRIEDW 2005 Reacuteglage du pulverisateur La meacutethode Caliset Revue Suisse de Viticulture Arboriculture HorticultureVol 37 (1) 18-19

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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A pressatildeo de regulaccedilatildeo que nos permita obter o deacutebito requerido (valor aproximado) seraacute obtida directamente porconsulta da tabela do fabricante para o tipo de bico escolhido conforme o exemplo da tabela seguinte

Quadro 1 ndash Tabela de pressatildeo deacutebito para bicos (lmn) Albuz (ATR)

Sempre que exista mais que uma soluccedilatildeo possiacutevel deveraacute ser eleita aquela que mais respeite os criteacuterios enunciadosem A Escolha dos Bicos paacuteg 7

Calibraccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador O procedimento seguinte destina-se a medir com aacutegua o equivalente agrave calda que o pulverizador deveraacute aplicar quandoefectuar a pulverizaccedilatildeo nas condiccedilotildees de regulaccedilatildeo definidas

Na via qualitativa esse conhecimento eacute necessaacuterio para calcular a quantidade de pesticida a aplicar por volume de calda(concentraccedilatildeo)

Na via quantitativa pretendemos com esta etapa efectuar a confirmaccedilatildeo afinaccedilatildeo do deacutebito prescrito e calculado noponto anterior Neste caso temos jaacute um valor previsto na tabela para o deacutebito No entanto este refere-se agrave pressatildeo nasaiacuteda de bicos novos mas a pressatildeo no manoacutemetro eacute superior agrave da saiacuteda e os bicos poderatildeo jaacute estar eventualmentemuito usados Aleacutem da fiabilidade do manoacutemetro natildeo estar assegurada a perda de pressatildeo desde o manoacutemetro ateacute agravesaiacuteda do bico variaacutevel conforme o pulverizador e tipo de bicos assim como o possiacutevel desgaste dos mesmos deveratildeoinfluenciar o deacutebito desviando-o normalmente para menos do previsto anteriormente Pretendemos com este procedi-

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

C

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Ficha de Calibraccedilatildeo

BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

SAVI D 1996 Attrezature per la difesa delle piante Guide alla scelta e al correto impiego Edizioni LrsquoInformatore Agraacuterio

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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- Mediccedilatildeo do Deacutebito do Pulverizador (D) por reabastecimentoExecutar no miacutenimo trecircs repeticcedilotildees substituindo aquelas que divergirem mais de 5 da meacutedia

Figura 15 ndash Deacutebito do pulverizador por reabastecimento (A) - enchimento inicial (B) - durante 1 minuto pulverizar com os bicos seleccionados agrave

pressatildeo escolhida (C) - reabastecimento com mediccedilatildeo (lmin) (Adaptado de Calisetreg marca registada Syngenta AG Suiacuteccedila)

D = liacutequido reabastecido no depoacutesito (litros)D =lmin

Este valor (D) dividido pelo no de bicos utilizados dar-nos-aacute o deacutebito real do bico (do)Se o valor de (do) diferir de (d) mais de 5 dever-se-aacute ajustar a pressatildeo para mais ou para menos ateacute encontrar umvalor adequadoO CORPEN (2006) na ficha TAM II-4 propotildee uma foacutermula de caacutelculo de aproximaccedilatildeo agrave pressatildeo necessaacuteria (P) paraatingir (d)P = p (teste) x d2 do2

Determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo de EmpregoSegundo a AFNOR - Association Franccedilaise de Normalisation (CORPEN 2006) a dose maacutexima de pesticida indicada podevir referida agrave mateacuteria activa por unidade de superfiacutecie (ha) ou por volume de calda (hl) mas neste caso associado a umV prescrito (normalmente 1000lha) Sempre que o aplicado (Vo) natildeo coincida com o V prescrito por motivo diferente domenor desenvolvimento foliar da vinha (modulaccedilatildeo da dose jaacute referida atraacutes) seraacute necessaacuteria esta etapa pois dever-se-aacute alterar a concentraccedilatildeo de emprego para manter a dose Seraacute sempre necessaacuteria na via qualitativa pois eacute poucoprovaacutevel que o (Vo) em causa seja igual ao prescrito para a concentraccedilatildeo de emprego no roacutetuloPara isso deveremos determinar o Vo resultante das condiccedilotildees de pulverizaccedilatildeo definidas

- Determinaccedilatildeo do Volume de Caldaha (Vo)

Vo = (D x 600) (largura entre bardos metros X vkmh)(obs executar primeiro as duas multiplicaccedilotildees e dividir os resultados das mesmas)Vo =lha

Por uacuteltimo soacute nos falta quantificar o produto agroquiacutemico a aplicar por pulverizador (qp) para a nossa concentraccedilatildeode emprego Trata-se de pulverizar ao deacutebito mais conveniente mantendo a dose de produto recomendada por hectarePara isso eacute suficiente dividir a dose recomendada por hectare (Q) pelo (Vo) encontrado e multiplicar o resultado obtidopelos litros de aacutegua gastos em cada (re)enchimento (vp- Capacidade uacutetil do pulverizador)

qp= ((Q Vo) x vp)______________________________________________Simbologia utilizada e unidades expressasv- velocidade (kmh) Vo- volume de calda aplicado por hectare (lh) V-volume de calda prescrito por hectare (lh) vp- capacidade uacutetil do pulverizador(litros) D- deacutebito do pulverizador (lm) do- deacutebito medido em cada bico (lm) d- deacutebito requerido em cada bico (lm) Q- quantidade de agroquiacutemicoaconselhado por hectare (diversa) qp- quantidade de agroquiacutemico a usar por pulverizador (diversa)

A B

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BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

ANOacuteNIMO 2003 Les bonnes pratiques de pulverisation de produits phytosanitaires http www-ipm-vigneenitabfrProduitsappli-cationbasehtm (consultado em 5012006)

CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

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Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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BibliografiaALBUZ Ceramic nozzle http wwwndfcsaint-gobaincom (consultado em 28122006)

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CORPEN 2006 Teacutechniques drsquoapplication et de manipulation des produits phytosanitaires httpwwwecologiegouvfrarticlephp3id_article=6683 (consultado em 6012007)

FEVEREIRO J F 1990 Pulverizaccedilatildeo e pulverizadores Estudo comparativo de dois casos concretos Rel final de estaacutegio UTAD VilaReal 20 pp

MOREIRA J F 2006 Inspecccedilatildeo de pulverizadores na Uniatildeo Europeia Situaccedilatildeo em Portugal DGPC Oeiras 72 pp

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7232019 Regulagem e Calibraccedilatildeo Pulv Vit

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

seus intervenientes

Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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ADVID bull Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro

Quinta de Sta Maria Apartado 137 5050 - 106 GODIM (PESO DA REacuteGUA)

Telefone +351 254 312 940 | Fax +351 254 321 350E-mail advidadvidpt

wwwadvidpt

Page 15: Regulagem e Calibração Pulv. Vit.

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A ADVID eacute uma associaccedilatildeo sem fins lucrativos constituiacuteda em 1982 por empresas ligadas agrave produccedilatildeo e comeacutercio de vinhos da RegiatildeoDemarcada do Douro Posteriormente em 1997 a alteraccedilatildeo de estatutos permitiu a adesatildeo de empresas vitiacutecolas com diferentes graus deorganizaccedilatildeo desde sociedades a viticultores individuais com a categoria de associado efectivo ou aderente

Tem por objecto o estudo experimentaccedilatildeo demonstraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de teacutecnicas de vitivinicultura adequadas agraves caracteriacutesticas espe-ciacuteficas da Regiatildeo Demarcada do Douro tendo em vista a competitividade e qualidade dos vinhos

Reconhecida desde 2009 como entidade gestora do Cluster dos Vinhos da Regiatildeo Demarcada do Douro tem como missatildeo dinamizar econsolidar o sector de produccedilatildeo de vinho na Regiatildeo do Douro atraveacutes de uma estrateacutegia tecnoloacutegica sustentaacutevel aplicada a todos os

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Satildeo associados com a categoria de efectivo as seguintes empresas

Adriano Ramos PintoCordf Geral da Agricultura das Vinhas do Alto DouroChurchill Graham LdaNiepoort (Vinhos) SAQuinta do Noval - Vinhos SASociedade Quinta do Portal SARozegraves SASogevinus Fine Wines SASogrape Vinhos SAW amp J Graham Ca SA

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