Reinaldo Bolão - Instituto Jones dos Santos Neves · 2016. 7. 20. · OPINIÃO31 SEXTA-FEIRA, 18...

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Onde está a mudança social tão prometida? Reinaldo Bolão É vereador em Vitória pelo PT Mesmo com o índice do IDH favorável, Vitória ainda precisa de reforço no quesito Assistência Social Vitória é a quarta capital no ranking do melhor índice de desenvolvimento hu- mano (IDH) municipal com um per- centual expressivo e é a segunda capital brasileira com os melhores indicadores. Porém, o município ainda peca quando se trata da administração das políticas de Assistência Social. Um dos pontos que foram abordados nesta nova gestão foi a mudança, que grosso modo, seria transmitida e faria a população sentir a diferença em vários âmbitos. Hoje, o município possui unidades de Centro de Assistência Social (CRAS), Projetos Caminhando Juntos (Cajuns) e Centro de Referência da Juventude, mas é preciso mais. É pre- ciso programas de incentivo, verba, manutenção e outros atributos que contribuem para o trabalho dos pro- fissionais engajados na causa. Após a análise de algumas premissas, pode-se concluir que o atual quadro da Assistência Social no município está aquém do esperado e que, apesar de terem sido implantados o Conselho Mu- nicipal de Assistência Social de Vitória (Comasv) e o Fundo Municipal de As- sistência Social (FMAS), criados pela Lei Municipal nº 6.811/2006, ainda é pouco para a realidade em que a capital capixaba se encontra. Muito dos problemas que os profis- sionais e órgãos vinculados à rede as- sistencial enfrentam devem-se ao fato de um contingenciamento dos recursos municipais destinados à Secretaria Mu- nicipal de Assistência Social impedindo, desta forma, que qualquer melhoria seja alcançada. Deste modo, fica a cargo do Legislativo zelar por essas e outras pastas que precisam avançar. É importante estar à frente da fis- calização e da cobrança de soluções a favor da manutenção do orçamento original da Política de Assistência So- cial, de forma que haja continuidade e constante melhoria no atendimento prestado hoje, na Capital. A mudança foi proposta, mas já pas- saram-se quase dez meses da nova gestão e ainda não foram observados os avanços nesta área. Considerando tudo o que foi feito nessa e nas outras ges- tões, é preciso apoiar, mas também são necessárias novas medidas vindas do Executivo para que garanta o cresci- mento do quadro social em Vitória. Desta forma, os munícipes querem e devem acompanhá-lo.

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  • OPINIÃO31SEXTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2013 A GAZETA

    Maquiagemeleitoral

    Angelo PassosJornalista, escreve às sextas-feiras neste espaço

    A inflação ganha maquiagem eleitoral, como váriosoutros temas. A presidente trata o teto da tolerânciaIPCA anual de 6,5%) como se fosse a meta (4,5%)

    O Brasil se submete a grave castigoeconômico ao tolerar altos níveis de in-flação. E politicamente é açoitado com otratamento eleitoral dessa questão, comotenta fazer a presidente da República.

    “Quero lembrar que, pelo décimo anoconsecutivo, a inflação vai fechar o anodentro da meta”, declarou Dilma Rous-seff a uma plateia de empresários. Porcerto, ela seguiu orientação de mar-keting. Adotou o teto da meta (6,5%,que é elevadíssimo) como se fosse aprópria meta (4,5%).

    A presidente quis con-vencer a quem? Todos sa-bem que a meta anual deinflação é de 4,5% desdejunho de 2006 (ano emque o IPCA ficou em3,14%). E que, desde en-tão, esse alvo só foi atin-gido duas vezes: em 2007,o IPCA ficou em 4,46%;em 2009, cravou 4,31%.Só que nunca antes a au-toridade governamentaltinha tentado confundir ameta com o percentualextra de tolerância.

    Infelizmente, no man-

    dato da presidente a meta de inflaçãonão será cumprida. Segundo projeçõesdo próprio Banco Central, nos quatroanos de 2011 a 2014, a média do IPCAserá bem próxima a 6% anuais – pa-tamar venenoso em todos os aspectos.

    É incrível o país que estabilizou suamoeda desde 1994 estar hoje nesse ato-leiro e praticando política monetária res-tritiva. As taxas de juros reais do Brasilvoltaram a ser as mais altas do mundo,após breve período na segunda e naterceira posições. Disso resulta baixa de-manda agregada (o consumo das famíliasestá perdendo fôlego) e redução do PIB,além de inibir decisões de investimentos.O preço para a sociedade é altíssimo.

    Para completar o drama, parte dascontas públicas está ensombreada pelamaquiagem, como acontece com o su-

    peravit primário. Ain-da assim, a piora deindicadores fiscais é in-disfarçável. Basta verque a dívida saltou devalor equivalente a53% do PIB, há um anoe meio, para 59% im-pulsionda pelas trans-ferências de recursosdo Tesouro ao BNDES.

    Nenhum governoconquista, mantém ourecupera credibilidadesó com discurso – prin-cipalmente quando du-vidoso. É preciso fazerpara o povo crer.

    A políticaem pauta

    Paulo HartungEconomista, o ex-governador escreve às sextas-feiras neste espaço

    Não dá para abrir mão da política, pois o que restaé intolerância, despotismo, arbítrio, barbárie.Devemos é revigorar e renovar a prática política

    Em tempos de manifestações popularese movimentações pré-eleitorais, a po-lítica entrou definitivamente na pautado dia. Mas o que pode indicar criseaguda da política, que verdadeiramenteexperimenta uma fase de distanciamen-to dos anseios e práticas da vida atual,deve ser visto como um precioso mo-mento de discussão de um tema centralà existência de todos nós.

    A partir de um dos vários convites quetenho recebido para discutir a questão,estive esta semana na Escola da Cidade– Faculdade de Arquitetura e Urba-nismo, em São Paulo, participando do“Seminário de Cultura e Realidade Con-temporânea”. Foi uma conversa dinâ-mica sobre “política e sociedade”. Comosempre faço, defendi a política de qua-lidade como uma conquista fundamen-tal à caminhada histórica.

    Até em favor da Política com P maiús-culo, é preciso entender que essa ines-timável invenção dos gregos para aconstituição da vida em bases civili-zadas está em crise, aqui e mundo afora.As inéditas manifestações de junho bemevidenciaram as críticas à prática po-lítica nacional.

    Mas é preciso entender que a atividade

    política, como todo empreendimento hu-mano, é passível de acertos e erros. Asaída da ditadura, com o restabeleci-mento da democracia; a conquista daestabilidade econômica, a partir do PlanoReal; e a própria possibilidade de protestoe reivindicação por parte dos cidadãossão exemplos de que a boa ação políticapode nos fazer avançar como povo.

    De outra sorte, há enormes equívocosproduzidos pela prática política torpe,antiética ou despreparada. Da corrupção,passando pelos graves problemas da vidaurbana (mobilidade, segurança, entre ou-tros), até os entraves infraestruturais einstitucionais para o pleno desenvolvi-mento socioeconômico de nosso país,temos a má gestão política na origem.

    Ou seja, não se pode confundir o ins-trumento política com o uso que se fazdessa ferramenta. Se a prática políticanão está condizente com as necessidadesde uma comunidade, o caminho não deveser a sua extinção ou a sua recusa, mas areformulação da ação política.

    Não dá para abrir mão da política, pois oque resta é intolerância, despotismo, ar-bítrio, barbárie. O que podemos e de-vemos fazer é revigorar e renovar aprática política, sempre de acordo com aética republicana, em bases democráticase a partir das marcas sociais, econômicas,culturais e tecnológicas de um povo. Atéporque a política é ela mesma o grandeveículo das transformações que tantorequeremos como nação. Nas palavras deMilton Santos, trata-se da “arte de pensaras mudanças e torná-las efetivas”.

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    Onde está a mudançasocial tão prometida?

    Reinaldo BolãoÉ vereador em Vitória pelo PT

    Mesmo com o índice do IDH favorável, Vitória ainda precisa de reforço no quesito Assistência Social

    Vitória é a quarta capital no ranking domelhor índice de desenvolvimento hu-mano (IDH) municipal com um per-centual expressivo e é a segunda capitalbrasileira com os melhores indicadores.Porém, o município ainda peca quandose trata da administração das políticasde Assistência Social. Um dos pontosque foram abordados nesta nova gestãofoi a mudança, que grosso modo, seriatransmitida e faria a população sentir a

    diferença em vários âmbitos.Hoje, o município possui unidades

    de Centro de Assistência Social(CRAS), Projetos Caminhando Juntos(Cajuns) e Centro de Referência daJuventude, mas é preciso mais. É pre-ciso programas de incentivo, verba,manutenção e outros atributos quecontribuem para o trabalho dos pro-fissionais engajados na causa.

    Após a análise de algumas premissas,

    pode-se concluir que o atual quadro daAssistência Social no município estáaquém do esperado e que, apesar deterem sido implantados o Conselho Mu-nicipal de Assistência Social de Vitória(Comasv) e o Fundo Municipal de As-sistência Social (FMAS), criados pelaLei Municipal nº 6.811/2006, ainda épouco para a realidade em que a capitalcapixaba se encontra.

    Muito dos problemas que os profis-sionais e órgãos vinculados à rede as-sistencial enfrentam devem-se ao fatode um contingenciamento dos recursosmunicipais destinados à Secretaria Mu-nicipal de Assistência Social impedindo,desta forma, que qualquer melhoriaseja alcançada. Deste modo, fica a cargodo Legislativo zelar por essas e outras

    pastas que precisam avançar.É importante estar à frente da fis-

    calização e da cobrança de soluções afavor da manutenção do orçamentooriginal da Política de Assistência So-cial, de forma que haja continuidade econstante melhoria no atendimentoprestado hoje, na Capital.

    A mudança foi proposta, mas já pas-saram-se quase dez meses da novagestão e ainda não foram observados osavanços nesta área. Considerando tudoo que foi feito nessa e nas outras ges-tões, é preciso apoiar, mas também sãonecessárias novas medidas vindas doExecutivo para que garanta o cresci-mento do quadro social em Vitória.Desta forma, os munícipes querem edevem acompanhá-lo.

    Documento:AG18CAON031;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:17 de Oct de 2013 18:44:40

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