Relação entre percepção da composição corporal e estado nutricional

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SANDRA DE SOUZA RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E ESTADO NUTRICIONAL Área de concentração: Saúde Nutrição Orientadora: Profª. Tatiana Cristina Teixeira Artigo Científico apresentado ao Centro Universitário Nove de Julho referente ao Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Nutrição. SÃO PAULO 2009

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Body image is the representation of the mental figure that we have about dimensions and shapes of the body. That projection is influenced by the relationship among the different anthropometric indicators, emotions and beauty cultural standards defined by current society. If the corporal image is negative, the dissatisfaction with the body can lead to the development of eating disorders, psychological problems as depression and low self-esteem. The early detection of that image distortion is essential for the development of educational strategies focused on psychological and nutritional health of the individual.A imagem corporal é a representação da figura mental que temos das medidas, contornos e formas do corpo. Esta projeção é influenciada pela relação entre os diferentes indicadores antropométricos, as emoções e os padrões culturais de beleza prescritos pela sociedade atual. Se a imagem corporal é negativa, a insatisfação com o corpo pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares, problemas psicológicos como a depressão e a baixa auto-estima. A detecção precoce desta distorção de imagem é essencial para o desenvolvimento de estratégias de educação voltadas à saúde psicológica e nutricional do indivíduo.

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SANDRA DE SOUZA

RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E ESTADO

NUTRICIONAL

Área de concentração: Saúde – Nutrição

Orientadora: Profª. Tatiana Cristina Teixeira

Artigo Científico apresentado ao Centro

Universitário Nove de Julho referente ao

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção

do título de Nutrição.

SÃO PAULO

2009

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RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E ESTADO

NUTRICIONAL

Relationship between corporal composition perception and nutritional state

SANDRA DE SOUZA

Graduanda em Nutrição da Universidade Nove de Julho

[[email protected]]

TATIANA CRISTINA TEIXEIRA

Mestre em Ciências da Saúde

Professor do Curso de Nutrição da Universidade Nove de Julho

[[email protected]]

RESUMO:

A imagem corporal é a representação da figura mental que temos das medidas, contornos e

formas do corpo. Esta projeção é influenciada pela relação entre os diferentes indicadores

antropométricos, as emoções e os padrões culturais de beleza prescritos pela sociedade atual.

Se a imagem corporal é negativa, a insatisfação com o corpo pode levar ao desenvolvimento

de transtornos alimentares, problemas psicológicos como a depressão e a baixa auto-estima. A

detecção precoce desta distorção de imagem é essencial para o desenvolvimento de estratégias

de educação voltadas à saúde psicológica e nutricional do indivíduo.

PALAVRAS-CHAVE: imagem corporal, estado nutricional, auto-imagem, fases da vida.

SUMMARY:

Body image is the representation of the mental figure that we have about dimensions and

shapes of the body. That projection is influenced by the relationship among the different

anthropometric indicators, emotions and beauty cultural standards defined by current society.

If the corporal image is negative, the dissatisfaction with the body can lead to the

development of eating disorders, psychological problems as depression and low self-esteem.

The early detection of that image distortion is essential for the development of educational

strategies focused on psychological and nutritional health of the individual.

KEYWORDS: body image, nutritional status, self-concept, life stages.

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INTRODUÇÃO

O modo pelo qual o corpo se apresenta para nós mesmos, a figura que formamos em nossa

mente e como a vivenciamos, chamamos de imagem corporal1. Esta representação é um

importante componente do complexo mecanismo de identidade pessoal, é definida como “a

figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma do nosso corpo; e dos

sentimentos concernentes a essas características e às partes do nosso corpo” 1,2

.

Ao longo do tempo o conceito de corpo saudável e bonito tem sofrido transformações. Até o

inicio do século XX, a mulher era desejada quando tinha o corpo roliço, devido à deposição

de gorduras em quadris, coxas, barriga e mamas3. A partir da década de 1960, esse ideal de

corpo vem se modificando com a busca pelo corpo magro, atlético e por formas definidas,

passa assim a constituir um objeto de consumo, fazendo crescer oferta de produtos e serviços

voltados à busca deste ideal de imagem. Essa busca em excesso está preocupando

profissionais na área da saúde do corpo e mente 4.

A insatisfação com o corpo tem sido relatada em estudos, o conflito entre o ideal de beleza

prescrito pela sociedade atual, e o somatotipo da maioria da população, tem atingido grupos

jovens, principalmente do sexo feminino, por serem mais vulneráveis às pressões dos padrões

sócio culturais, econômicos e estéticos5. Existem evidências de que a mídia tem influência

negativa sobre os distúrbios na esfera da alimentação e da imagem corporal, pois ao mesmo

tempo em que exige corpos perfeitos, estimula práticas alimentares não saudáveis2,

influenciando da infância até a velhice6.

Nos últimos 20 anos, a proporção de casos de sobrepeso e obesidade no Brasil, que variava

entre 16% e 26%, aumentou para aproximadamente 40% na população adulta. Na última

década, observou-se queda no número de pessoas obesas na população de mulheres de melhor

renda da região Sudeste, atribuindo a isso o acesso a informação sobre cuidados com a saúde

e aos meios para obtê-los7.

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As relações entre as desordens alimentares e percepção da imagem corporal são bem

documentadas na literatura, principalmente em sujeitos diagnosticados com bulimia, anorexia

nervosa, obesidade, distúrbios mentais, podendo até mesmo ocorrer em praticantes de

atividade física2.

Na maioria dos estudos os autores descrevem a mensuração das medidas corporais, deixando

de lado os aspectos e comportamentos sociais que podem influenciar distorções da imagem

corporal6.

Portanto, a imagem corporal não é puramente neurológica e mental, as emoções têm papel

importante nesta percepção. Sabe-se que há uma interação entre os lados fisiológico,

neurológico e emocional além do fator social. As mudanças que possam ocorrer em qualquer

um destes lados podem influenciar a percepção de si mesmo, podemos destruir ou construir

discursos corporais que podem resultar naquilo que consideramos ser, é uma sucessão de

tentativas na busca de imagem e corpos ideais8.

Este trabalho teve como objetivo revisar na literatura estudos onde se relacionam: o estado

nutricional e a auto-percepção da imagem corporal em todas as fases da vida.

METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado através de

levantamento bibliográfico relacionados ao tema imagem corporal e estado nutricional,

publicados no período de 1987 a 2009 nas bases de dados: Medline, Lilacs, Scielo e Acervo

Bibliográfico da Universidade Nove de Julho. Foram utilizados os descritores: auto-imagem,

índice de massa corporal, auto-estima e transtornos do comportamento alimentar, dos quais

puderam ser relacionados 40 artigos.

4

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REVISÃO DE LITERATURA

Relação entre imagem corporal e estado nutricional na infância e adolescência

A imagem corporal é composta por dois componentes: a estima corporal e a insatisfação com

o corpo. A criança por volta dos sete anos começa a adquirir percepções culturais e de

atratividade física semelhante a dos adultos, em meninas o desejo de emagrecer já emerge aos

seis anos9.

A estima corporal refere-se o quanto à criança gosta ou não de seu corpo de forma global,

onde se inclui além do peso outros aspectos, como por exemplo, cabelos ou rosto. Já a

insatisfação corporal focaliza a preocupação com o peso, forma do corpo e gordura corporal10

.

A insatisfação está relacionada tanto aos transtornos do comportamento alimentar (anorexia,

bulimia e comer compulsivo) como também a baixa auto-estima. Esta insatisfação

dependendo do grau que se apresenta pode influenciar, além dos fatores citados

anteriormente, em vários aspectos da vida de um indivíduo, a auto-estima e desempenho

psicossocial, físico e cognitivo9.

Em Porto Alegre, Pinheiro e colaboradores 11

realizaram um estudo de base populacional com

escolares de 8 a 11 anos de idade, onde 82% das crianças desejavam uma silhueta diferente da

sua, o que influenciou este resultado foram vários fatores, destes a menor auto-estima e a

percepção da expectativa que fossem mais magros por parte dos pais e dos amigos. Triches e

Giugliani12

em estudo com escolares de 8 a 10 anos na região sul do Brasil, partindo da

hipótese de que crianças que vivem em zona rural ou municípios pequenos por serem menos

atingidos pela mídia com os estereótipos de beleza fossem mais satisfeitas com seus corpos,

demonstrou que o índice de insatisfação alcançou 63,9% e destes, apenas 16,9% estavam com

sobrepeso9, o que contraria alguns trabalhos, onde se acreditava que a prevalência dos

5

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transtornos pode variar de acordo com o nível de urbanização, sendo menor em regiões menos

desenvolvidas (principalmente a bulimia)12

.

Um estudo realizado por Vilela et al.13

, com 1.807 estudantes de escola pública e idade entre 7

e 19 anos, aos quais foram aplicados o Teste de investigação Bulímica de Edinburrgh, Teste

de Atitudes Alimentares e o Teste de Imagem Corporal, demonstrou como resultado que 59%

estavam insatisfeitos com sua imagem corporal, 48% gostariam de parecer mais magros e

52% gostariam de parecer mais gordos, 40% faziam dieta para emagrecer e 56% praticavam

atividade física para perder peso. Entre 12% e 10% utilizavam métodos purgativos para

perder peso como comprimidos, laxantes, diuréticos e jejum.

Os pais colaboram fortemente com a sensação do se sentir gordo em crianças sem sobrepeso.

As crianças que acham que os pais gostariam que elas fossem mais magras, tiveram maiores

chances de se sentirem gordas14

.

A preocupação com o corpo na adolescência é bastante explorada na literatura, bem como a

influência que ela exerce na saúde do indivíduo9, segundo Vilela et al

13, a faixa etária entre 11

e 16 anos, apresenta a maior prevalência dos distúrbios alimentares, e está em concordância

com outros estudos que relatam que na adolescência existe a maior prevalência destes

distúrbios.

Crianças e adolescentes com elevado IMC (Índice de Massa Corporal) apresentam maior

insatisfação15,16

. Em estudo realizado por Wadden et al.17

, todas as meninas com 15 anos,

exceto as muito magras, estavam insatisfeitas e queriam perder peso.

Em geral, parece que o pré-adolescente e o adolescente tornam-se mais críticos em relação a

si mesmos, e em especial em relação a seus corpos18

, sendo mais presente naqueles que estão

em sobrepeso e obesidade, com destaque para as meninas, os meninos tendem a aceitar

melhor sua imagem corporal, mesmo dentro de um estado nutricional inadequado19

.

6

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Estudo realizado por Branco20

com adolescentes em diferentes estados nutricionais

demonstrou que eles tinham percepção adequada de sua imagem, mas eram insatisfeitos com

a imagem corporal, as meninas tendiam a superestimar seu estado nutricional,19

cerca de 39%

das meninas eutróficas se percebiam em sobrepeso e 47% daquelas nesta condição se

percebiam obesas, em meninos houve inversamente a distorção da realidade, 26% dos em

sobrepeso se achavam eutróficos e 46% dos obesos se achavam somente em sobrepeso ou

eutrofia20

.

Relação entre imagem corporal estado nutricional em adultos e idosos

Na sociedade brasileira atual, não ser belo pode constituir-se em fracasso, levando a perda da

auto-estima e a insegurança21

.

Podemos dizer que como representação social, a percepção da imagem corporal apresenta três

contextos: (1) importância da aparência e da expressão do corpo nas relações pessoais; (2)

beleza e saúde corporal ligada à magreza e a prática de exercícios físicos; e (3) aparência

enquanto indicadora de potencialidades nos campos pessoal e profissional22

.

No sexo feminino, com o aumento da idade, existe a tendência em querer perder peso;

inversamente no sexo masculino, essa vontade diminui, prevalecendo essa vontade num porte

atlético19

, resultado similar ao encontrado por Damasceno et al.23

com 186 praticantes de

caminhada de uma cidade do estado de Minas Gerais.

A autopercepção corporal em mulheres é sempre mais vulnerável, e leva a dependência da

auto-estima relacionada à aparência22

.

Resultados encontrados em estudos realizados com estudantes universitárias, com idade

média de 21 anos e 7 meses, demonstrou que apesar de terem uma autopercepção corporal

normal, elas estão em geral insatisfeitas com a sua aparência22

.

7

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A busca pelo corpo ideal, e o conflito entre o real e o ideal, estimula os indivíduos a

procurarem por exercícios físicos, dietas e cirurgias plásticas, muitas vezes prejudiciais a

saúde física e mental para atingir o objetivo de sentir-se bem. Observa-se assim, a

multiplicação de casos de distorção da imagem corporal22

que resultam em atitudes e condutas

comportamentais não-saudáveis como: anorexia, bulimia, dismorfia e aceitação das dietas mal

orientadas e em razão disso, deva ser considerado como um sério problema de saúde

pública24

.

Kakeshita e Almeida2 observaram em seu estudo com 106 estudantes universitários, de

ambos os sexos que 87% das mulheres eutróficas ou com sobrepeso tendem superestimar seu

peso e se inverte à medida que aumenta o IMC. As em sobrepeso estão provavelmente mais

sujeitas à maior sofrimento psicológico quando comparada as eutróficas ou mesmo as obesas.

A emoção pode afetar a construção e constante reconstrução da própria imagem, este grupo

limítrofe deve ser o mais suscetível às intervenções e orientações para adequação do estado

nutricional.

Os homens tendem a subestimar suas dimensões corporais, independente do IMC que

apresentem. Além disso, autores sugerem que uma das possíveis causas da subestimação

poderia ser a negação do próprio estado nutricional6,25

, daí a maior dificuldade dos homens

em atentar-se aos cuidados necessários com seu estado nutricional, o que dificultaria ações de

caráter preventivo na questão do desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas

associadas ao excesso de peso2.

A prevalência da insatisfação com a imagem corporal encontrada em vários estudos

brasileiros é similar ao encontrado por Coqueiro24

, no referido estudo feito com

universitários, 78,8% estavam insatisfeitos com a própria imagem, e no Brasil as prevalências

são de 76% e 82% em mulheres e homens fisicamente ativos, respectivamente.

8

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O aumento da população idosa é um fenômeno mundial, observado tanto em países

desenvolvidos como nos em desenvolvimento 25

. No Brasil estima-se que há 16,7 milhões de

pessoas com 60 anos ou mais de idade, o que representa 9,6% da população total (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, 2005)26

.

O idoso (60 anos ou mais)26

apresenta peculiaridades relacionadas com o processo de

envelhecimento, como: a) redução progressiva da altura, de um a dois cm por década; b)

ganho progressivo de peso e IMC até em torno de 65 a 70 anos, diminuindo a partir de então;

c) alterações da composição corporal, com redistribuição de gordura, que diminui a nível

periférico e aumenta no interior do abdome, e redução da massa magra27,28

.

Pracidelli et al.29

, em estudo com idosos internados na enfermaria do serviço de geriatria,

constatou que há uma discrepância entre a imagem corporal dos idosos e esquema corporal,

refletindo uma dificuldade de "aceitação/reconhecimento" do processo de envelhecimento.

Puderam concluir que, os pacientes ao receberem tratamento fisioterápico e psicológico,

adquiriram maior conscientização de si mesmos, deixando de idealizar imagens, prender-se ao

passado e, conseqüentemente, abandonando estereótipos.

Halliwell e Dittmar30

entrevistaram 42 indivíduos com idade entre 22 e 62 anos com o

objetivo de compreender a relação que tinham com seus corpos, principalmente quanto às

atitudes frente às mudanças com o envelhecimento, o estudo relacionou a satisfação corporal

com a idade e demonstrou que mulheres de meia idade e idosas se sentem insatisfeitas com a

imagem corporal, os homens tendem a focalizar a funcionalidade e as mulheres a aparência.

Estes achados podem auxiliar na compreensão da insatisfação com o corpo nas mulheres

durante velhice, visto que estas encaram o envelhecimento negativamente devido seu impacto

na aparência.

A visão negativa em relação à velhice e a vulnerabilidade nesta faixa etária, baseada na falsa

idéia de que envelhecer gera sempre incompetência31

, influencia a distorção da imagem

9

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corporal sendo comum a essa fase da vida. A imagem corporal não sofre distorção

simplesmente porque as pessoas envelheceram, acontece devido a problemas vivenciados

como patologias, limitações de movimento e principalmente a influência de estereótipos32,33

.

Idosos praticantes de algum esporte têm melhor percepção da imagem corporal, apesar das

limitações físicas e de saúde do próprio envelhecer, atividade física os permite realizar novas

tarefas34

, melhora a sensação de competência física dos sujeitos e o grau de satisfação

corporal, além incentivar modificações comportamentais e de hábitos alimentares35

. Idosas

não praticantes de atividade física podem estar mais sujeitas à influência de estereótipos

sociais, além de talvez sofrerem mais severamente os declínios biológicos comuns do

envelhecimento36

.

Para os idosos a busca pela aparência física não é o principal motivo que os leva à procura de

programas de atividade física, ao contrário de adolescentes e adultos jovens, que

constantemente estão à procura de exercícios físicos e dietas alimentares com o intuito de

melhorar a aparência corporal, os principais motivos são os benefícios proporcionados à saúde

como: o sentir-se bem fisicamente37

, controle de peso corporal, melhora da aparência38

, da

auto-estima, auto-imagem39

e redução do estresse40

.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A insatisfação com a imagem corporal está presente em todas as faixas etárias, com maior

prevalência no sexo feminino. O período onde se inicia a formação da identidade

corporal/emocional dos indivíduos fica entre a infância e a adolescência.

A distorção de imagem nem sempre está associada ao estado nutricional inadequado,

influências diversas como a da mídia, da sociedade e a opinião dos pais colaboram para a

tendência de subestimação ou superestimação do estado nutricional. Essa imagem quando

negativa contribui para o desenvolvimento de distúrbios alimentares como a bulimia, anorexia

10

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e problemas psicológicos como a baixa auto-estima e depressão. Desta forma, vários aspectos

da vida do indivíduo serão afetados trazendo prejuízos para a saúde e ao desenvolvimento

psicossocial.

Diante do exposto, fica evidente a importância do trabalho interdisciplinar de nutricionistas,

psicólogos e educadores com os jovens, desenvolvendo estratégias para educação nutricional

e fortalecimento da auto-estima neste período tão crítico.

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