Relação Família Escola_Monografia_Michele_Cristine_Costa_Fonseca_ UFMG_2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL FACULDADE DE EDUCAÇÃO A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO ESCOLAR MICHELE CRISTINE COSTA FONSECA Formiga 2011

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A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE E SUAS IMPLICAÇOES NO DESEMPENHO ESCOLAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE E SUAS

IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO ESCOLAR

MICHELE CRISTINE COSTA FONSECA

Formiga 2011

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Michele Cristine Costa Fonseca

A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE E SUAS

IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO ESCOLAR

Monografia apresentada a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG/UAB, Curso de Pedagogia como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado Pleno em Pedagogia. Orientadora: Suzana dos Santos Gomes

Formiga 2011

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A minha mãe Marli e ao meu pai Jeunes.

A minha filha Viviane e a minha sobrinha Cinthia, razões do

meu viver.

Aos meus irmãos Wemerson e Weverton por fazerem parte da

minha estrutura familiar, especialmente ao meu irmão

Wemerson que serviu de exemplo para que retomasse os

meus estudos.

As experiências de trabalho anteriores a docência que me

levaram a questionar a tão sonhada realização profissional,

esta, por sua vez, encontrei na área da educação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus. A minha Família. À professora formadora Suzana dos Santos

Gomes. Aos professores formadores Cosme e Analise. Ao Carlos Rocha que

assistiu e me apoiou na elaboração dos meus primeiros trabalhos acadêmicos. Às

minhas colegas graduandas do curso, em especial a Maria Carmelita de Oliveira

Souza e a Oneida Teresinha. A minha colega Luciana Oliveira.

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Resumo

A relação entre a família e a escola têm, nos últimos anos, tomado novos rumos. Ambas se encontram intimamente envolvidas na educação das crianças, mas o aspecto pelos quais são responsáveis e o modo como essa responsabilidade é delineada, varia com o tempo e a cultura, de acordo com o cenário econômico e político do país. Pretende-se com esse trabalho monográfico analisar a influência da relação família - escola no desempenho escolar das crianças do ensino fundamental das escolas púbicas do Brasil. O presente estudo investigou a importância da parceria entre as duas instituições no processo de formação das crianças. Para a realização desse trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa. O levantamento culminou com a seleção de artigos que foram lidos e registrados. O referencial teórico foi composto por autores que discutem a relação família - escola no campo da sociologia da educação dentre eles: Nogueira (1998) Soares e Andrade (2006), Dias; Vasconcelos e Faria (2009) entre outros, que evidenciaram a parceria entre as instituições como fator positivo nos resultados de desempenho escolar das crianças do ensino fundamental. Os resultados revelaram que a participação da família na escola leva os educadores a reestruturarem seu trabalho e o ambiente, incluindo instâncias e atividade de negociação e de parceria. A participação dos pais na comunidade escolar ajuda a afinar o seu trabalho com o dos professores, melhora o ambiente da escola, diminui o índice de ausência dos alunos e interfere no desempenho dos alunos, além de se constituir numa instância de educação de pais. Palavras-chave: Família; Escola; Desempenho Escolar; Ensino Fundamental.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6

2. A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO

DO ALUNO A PARTIR DA DÉCADA DE 90...........................................................

8

2.1 Relação família escola e desempenho escolar................................................... 8

2.2. O programa bolsa família e seu impacto na relação família/escola................... 13

3.REPENSANDO NOVAS FORMAS DE INTEGRAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E

ESCOLA.................................................................................................................

15

3.1 Projeto Político Pedagógico como forma de interação........................................ 16

3.2 Algumas experiências de interação..................................................................... 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 21

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 23

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INTRODUÇÃO

O objetivo dessa monografia foi investigar o desempenho escolar dos alunos

do ensino fundamental, considerando a influência da participação da família no

processo de ensino aprendizagem. Embora sejam várias as pesquisas que se

dedicam a estudar temas relacionados à família-escola pretendeu-se com esse

trabalho direcionar as investigações para a importância da parceria entre as duas

instituições no processo de formação das crianças.

Para essa análise foram abordadas as seguintes questões: Qual é a relação

a ser construída entre família e escola considerando a busca por uma educação de

qualidade? Que tipo de contribuição a família pode oferecer para o desempenho

escolar das crianças? Que resultados serão obtidos no ensino a partir da parceria

família-escola? Que princípios têm norteado os resultados do desempenho escolar

das crianças?

Tais questionamentos evidenciaram a necessidade de um estudo referente a

esse assunto que buscou elucidar alguns fatos surgidos ao longo do curso.

Observando essas questões, a opção por esse recorte justificou-se pela diversidade

de opiniões relacionadas ao tema, referendadas por um grande número de autores,

bem como algumas observações realizadas durante o estágio curricular obrigatório.

Esse tema foi caracterizado, portanto como de extrema importância para a trajetória

acadêmica de futuros educadores, dos quais se pretende uma atuação profissional

pautada pela eficácia e pela qualidade na prática de ensino.

Sendo assim, para desenvolver esse trabalho foram selecionados vários

autores que investigam família e escola. Dentre eles: Nogueira (1998, 2005),

Gonçalves (2002), Soares e Andrade (2006), Carvalho (2001), Carvalho e Viana

(2005), Cavalcante, Silva e Varani (2009) e Cruz (2007).

Quanto à metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica de natureza

qualitativa através da seleção de livros, artigos e pesquisas que tratam desse

assunto, além de material eletrônico sobre o tema. A leitura e a seleção dos artigos

e das obras fizeram parte dos primeiros passos para o procedimento da coleta de

dados para a realização dessa pesquisa bibliográfica.

Essa monografia está dividida em 3 partes.

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No Capítulo 2 intitulado “A Relação família-escola e suas implicações no

desempenho do aluno a partir da década de 90” - foram abordados aspectos das

duas instituições que interferem no desempenho escolar das crianças do ensino

fundamental, considerando as determinações da legislação educacional e os

programas de políticas públicas.

O Capítulo 3 apresenta contextos de interação na contemporaneidade que

favorecem a relação família-escola.

Nas considerações finais são detectados alguns aspectos aprendidos nesse

trabalho.

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2 A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO DO

ALUNO A PARTIR DA DÉCADA DE 90.

Este capítulo apresenta aspectos da relação família-escola no Brasil a partir

da emergência contemporânea por parte das duas instituições. Para tal análise,

foram investigados na literatura, a relação da família contemporânea e os reflexos

das transformações educacionais a partir da década de 90.

Para compreender a relação da família e escola e suas implicações no

desempenho escolar do aluno, fez-se necessário identificá-las sobre várias

perspectivas. A partir de estudos sociológicos, do ponto de vista estrutural, político,

econômico e democrático.

Portanto, para desenvolver esse capítulo foram feitas a observação e reflexão

de trabalhos a partir dos seguintes autores: Nogueira (1998, 2005), Gonçalves

(2002), Soares e Andrade (2006), Carvalho (2001), Carvalho e Viana (2005), Silva e

Varani (2009) e Cruz (2007).

Nos estudos feitos sobre família, a partir dessa década, percebe-se que a

dinâmica dessa instituição mudou muito, abrindo espaço para vários modelos e

arranjos familiares.

A instituição escola também passou por várias transformações, abrindo

espaço para mudanças significativas que interferem diretamente nessa relação.

2.1 Relação família escola e desempenho escolar

Observou-se que o contexto sócio-político-econômico do Brasil a partir da

década de 90, provocou um enorme impacto na relação família-escola, ocasionando

transformações que refletem diretamente no desempenho escolar e na qualidade do

ensino.

Ao analisar as investigações dos estudos desse assunto, constatou-se que:

“os cientistas, de um modo geral, têm concordado quanto ao fato de que novas

dinâmicas sociais vêm acarretando a emergência de transformações importantes no

processo educativo” (NOGUEIRA, 2005, p. 563).

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Percebeu-se que Nogueira (1998) aborda a questão família-escola a partir de:

estudos sociológicos; revisando as investigações feitas sobre a forma como as

famílias se faziam presentes em várias épocas históricas, na educação das crianças;

identificando nas últimas décadas mudanças significativas que fizeram com que a

interação família-escola se tornasse quase uma imposição nos dias atuais.

Segundo a autora,

Paralelamente a isso, também os sistemas de ensino sofreram alterações. Sob a influência de fatores como a extensão da escolaridade obrigatória, as políticas de democratização do acesso ao ensino, as mudanças curriculares, a evolução dos métodos e princípios pedagógicos praticados, o funcionamento das instituições escolares passou a repercutir pesadamente sobre o cotidiano das famílias. (NOGUEIRA, 1998, p. 99)

No que se refere a essa questão, Gonçalves (2002, p. 149) afirma que “a

maior parte das famílias não têm idéia de como ajudar seus filhos a superar os

problemas que impedem seu desenvolvimento na escola”.

Ainda de acordo com Gonçalves (2002), é preciso identificar formas para,

junto com alunos e famílias, desenvolver uma educação transformadora. Para

facilitar a interlocução com a família, é importante usar estratégias interpretativas,

procurando identificar o ponto de vista do outro, experimentar seus valores, tentar

entender e valorizar suas experiências, suas fala, sua visão de mundo.

A partir das idéias ressaltadas por Gonçalves (2002), verifica-se que para

identificar o papel e a responsabilidade pelo desempenho dos alunos de cada

participante do processo escolar, é muito importante que se inicie uma reflexão dos

resultados que se desejam alcançar na formação das crianças.

No que diz respeito a esse aspecto, Gonçalves afirmou que:

[...] o maior desafio para o educador consiste em interagir com os alunos e suas famílias [...]. Para enfrentar esse desafio, cada educador tem que descobrir o significado de sua prática, fundamentá-la em princípios e valores que articulam o conhecimento à vida, possibilitando a aprendizagem, o pleno desenvolvimento do aluno e a formação do cidadão solidário [...]. (GONÇALVES, 2002, p. 162).

Em outras considerações acerca do desempenho escolar, pesquisadores vêm

demonstrando que desempenho deve ser avaliado a partir de alguns critérios.

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Afirmam que, “no Brasil, [...] não se deve estudar a realidade educacional sem

considerar o nível sócioeconômico, dos estudantes nem como os diferentes

estabelecimentos tratam as diferenças entre grupos de alunos”. (SOARES;

ANDRADE, 2006 p.109).

Esses autores ressaltam, ainda, que “os fatores que determinam o

desempenho cognitivo do aluno pertencem a três grandes categorias: a estrutura

escolar, a família e as características do próprio aluno”. (SOARES; ANDRADE, 2006

p.109).

A contribuição de Vianna (2005) para esse projeto justifica-se pelo conteúdo

de sua pesquisa empírica, voltado para as práticas de mobilização escolar das

famílias. No contexto de sua pesquisa, a autora analisa questionamentos sobre se a

mobilização escolar familiar das camadas populares seria ou não uma condição

necessária para o sucesso escolar. E, nesta perspectiva, ela analisa também a

contribuição dos pais no processo escolar, em geral. Segundo Vianna (2005, p.110),

para favorecer o sucesso escolar e social de seus filhos, existem, nos meios

populares, pais que elaboram planos de ação e desenvolvem práticas com certa

coerência.

Analisando o campo do desempenho escolar, Carvalho (2001, p. 554) relatou

em seu texto as várias “influências que o índice dos resultados de desempenho

escolar tem sofrido devido às imposições das políticas públicas”. Segundo ele, os

dados mais recentes apontam uma grande diminuição nas taxas de repetência, mas

isso resulta principalmente de políticas educacionais de melhoria de fluxo que

conduziram à aprovação automática de alunos e, portanto, não reflete

necessariamente uma melhoria do acesso ao conhecimento.

Tendo em vista essa perspectiva, verifica-se a importância da ação dos pais

das camadas sociais populares e das políticas públicas. Percebemos, nos dias

atuais, muitas ações voltadas para a eficácia no processo educacional, enfatizando

o desempenho escolar da educação básica, centralizando até mesmo, investimento

na educação infantil e no ensino fundamental para alcançar um ensino de qualidade,

permeado pelo aprendizado e pelo desempenho escolar das crianças.

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De acordo com a proposta do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),

[...]investir na educação básica significa investir na educação profissional e na educação superior porque elas estão ligadas direta ou indiretamente. Significa também envolver todos – pais, alunos, professores e gestores, em iniciativas que busquem sucesso e a permanência do aluno na escola (BRASIL, 2007).

No que se refere ao Plano de Desenvolvimento da Educação e as

considerações de Carvalho (2001), percebe-se que a aprovação automática é um

dos fatores que influenciam no desempenho escolar das crianças, o que nos faz

questionar a continuidade e a descontinuidade no processo educativo das crianças

do ensino fundamental e perante a participação das famílias. Gomes (1988, 1990),

em seu texto, nos ajuda a entender os vários aspectos ligados à continuidade e

descontinuidade escolar. O autor enfatiza o papel das famílias. Em relação à

educação escolar, ela se realiza em continuidade à educação familiar.

Quanto à descontinuidade, o autor a considera inerente ao conceito de

processo educativo, pelo menos no que se refere às sociedades industriais

modernas.

Verificou-se uma grande relevância na continuidade e descontinuidade

escolar, pelo fato da percepção da influência que a participação da família exerce

sobre os resultados no processo educativo das crianças.

Considerando a educação um processo contínuo, os investimentos afetivo,

financeiro, pedagógico, assim como os de vários segmentos envolvidos no

processo, refletem diretamente no desempenho escolar. Ao pesquisar sobre o

assunto verificou-se que, com o intuito de aproximar a família do âmbito escolar

foram desenvolvidas algumas ações governamentais com a expectativa de alcançar

resultados significativos no processo de formação das crianças. Dentre elas,

podemos citar o Guia elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), intitulado como

“Educar é uma tarefa para todos nós”. Essa ação caracterizou a efetivação das

determinações legais que se encontram na Constituição Federal de 1988 (CF), na

Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB), no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA) e nas demais determinações.

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Acredita-se que a instituição família faça parte de algumas das mais utilizadas

pelas ações governamentais, para alcançar resultados significativos no processo de

formação das crianças.

Ao pesquisar os resultados observados no desempenho escolar dos alunos

verificou-se que eles estão condicionados a vários fatores, dentre os quais

percebeu-se a interação professor-aluno, e a influência que as famílias exercem

sobre as crianças por intermédio de seus valores, cultura e princípios repassados

aos mesmos.

Para Gonçalves (2001), as idéias propostas por Sarti mostram que os

inúmeros desafios a serem enfrentados pela prática pedagógica podem ser

superados mais facilmente com a ajuda mútua das duas instituições.

[...] não há dúvida que a família ocupa um lugar privilegiado no processo de desenvolvimento de cada criança, em sua história de vida, na estruturação de seu pensamento e de suas experiências. A certeza disso reafirma a idéia de que, para enfrentar os inúmeros desafios colocados pela prática pedagógica, é importante que haja interação professor, aluno e família. (Sarti, 1999, p.150 apud Gonçalves, 2001)

Já Silva e Varini (2009) em sua “pesquisa fundamentada na abordagem

qualitativa” investigam a relação que há entre família e escola e suas possíveis

implicações no desempenho escolar dos alunos dos anos iniciais do Ensino

Fundamental em pesquisa realizada por meio de estudo de caso, com entrevista,

documentos, conversa informal e observação, as autoras constataram que a

participação na família nessa escola ocorria pela “contribuição financeira, pela

presença em eventos, pelo auxílio com as tarefas de casa e pelo acompanhamento

através das Reuniões de Pais e Mestres.” (SILVA; VARINI, 2009, p. 1714)

As autoras afirmam ainda, que “embora a família exerça um papel

fundamental no desenvolvimento das crianças, ela não pode ser considerada como

a única responsável pelo desempenho escolar dos alunos e pelo seu sucesso ou

fracasso escolar”. (SILVA; VARINI, 2009 p.1714)

No que diz respeito aos vários tipos de arranjos familiares, Cruz (2007)

encontra-se entre os autores que investigam os principais fatores que provocam

conflitos entre essas instituições. Para ele “o desencontro entre o modelo de família

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nuclear baseado no modelo burguês composto por pai mãe e filho(s), e as

realidades vivenciadas pelas famílias é um dos principais fatores que provocam

conflitos [...]”. (CRUZ, 2007, p. 27).

Refletindo sobre todas as afirmações citadas acima, verificou-se que as

transformações ocorridas nas duas instituições se devem a vários fatores.

Considerando o contexto sócio-político-econômico do Brasil, evidencia-se que

a reconquista da democracia em 1985 foi o ponto de partida para as conquistas

educacionais da década de 90, que persiste até os dias atuais.

Sendo assim, depois de considerar as influências de todos os fatores

mencionados acima, interessou investigar ações governamentais da atualidade que

tem promovido transformações na relação das duas instituições.

O item seguinte irá tratar de uma ação governamental que, além de ser um

programa emergencial de combate à fome, possui condicionalidades que impõem a

interação de vários segmentos envolvidos no sistema educacional, o programa

Bolsa Família.

2.2 O programa bolsa família e seu impacto na relação família/escola

Atualmente são muitos os fatores que influenciam no desempenho escolar

das crianças na escola. Dentre esses fatores, interessou investigar a influência do

Programa Bolsa Família e do Projeto Político-Pedagógico.

A família contemporânea das classes populares tem passado por inúmeras

dificuldades socioeconômicas. Com o intuito de amenizar esse tipo de situação e

efetivar direitos às famílias, nos últimos anos, nota-se que o governo federal tem

trabalhado essas questões por meio de políticas públicas sociais, como a criação do

programa Bolsa-Família.

Couto (2008) destaca que no contexto atual da sociedade brasileira identifica-

se a existência de diversos programas assistenciais que procuram minimizar as

diferenças sociais causadas pelo capitalismo e buscam contribuir para o

desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária. Dentre os programas

existentes, volta-se a atenção aos de transferência direta de renda que se propõem

a garantir uma renda mínima àqueles que se encontra em situações de pobreza e

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extrema pobreza. É o caso do Programa Bolsa Família, que segundo Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) “atende a milhões de famílias em

todo o Brasil” (BRASIL, 2011).

O PBF foi constituído pela Lei nº. 10.836 de nove de janeiro de 2004, e tem

como objetivo amenizar a situação de pobreza das famílias assistidas e propõe uma

articulação com as políticas de saúde, educação e assistência social, possibilitando

aos usuários melhorias no contexto familiar.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS),

O Programa Possui três eixos principais: transferências de renda, condicionalidades e programas complementares. A transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza. As condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social. (Brasil, 2010 s/p).

Nota-se que os três eixos refletem na vida das famílias, motivando as a

cumprir as condicionalidades. A condicionante voltada para a educação impõe aos

pais participarem indiretamente do processo pedagógico escolar das crianças, uma

vez que uma delas é a frequência da criança na escola. A participação dos pais

direta ou indiretamente no processo pedagógico escolar possui uma influência

positiva no desempenho escolar das crianças. Já a frequência da criança na escola

se torna um fator favorável para a continuidade do trabalho do professor.

Acredita-se que, com a aproximação da família à escola, os professores e os

demais profissionais envolvidos no ambiente escolar terão maiores oportunidades de

identificar a realidade de cada aluno, podendo realizar assim um trabalho

pedagógico de forma diferenciada, que irá refletir diretamente no aprendizado e no

desenvolvimento das crianças.

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3 REPENSANDO NOVAS FORMAS DE INTEGRAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E

ESCOLA

A família tem uma importância fundamental no processo de aprendizagem

dos filhos. Ao contrário do que se pensava o papel da família não é o de meramente

acompanhar as atividades propostas pelo professor fora da sala de aula. Hoje em

dia, o papel da família é ajudar a criança a construir uma relação compromissada

com o estudo e com a escola, acompanhando a evolução de seus filhos e lhes

transmitindo a realidade como deve ser apresentada, sem o uso de subterfúgios.

Assim, o desenvolvimento do aluno no ambiente escolar deve ser responsabilidade

não só do corpo docente, mas deve ser de responsabilidade dos pais e inclusive dos

próprios filhos, que devem sentir-se pertencentes à escola e, desta maneira, ter uma

atuação pró-ativa e construtora deste espaço vital par ao seu desenvolvimento.

Mas o que se percebe, muitas vezes, é que a participação ou a relação da

família com a escola passa, na verdade, por um jogo de “empurra-empurra”, onde se

buscam os culpados e os responsáveis sem, com isso, buscar uma educação

verdadeira.

Expressando a falta de compromisso em participar e interagir dentro da

escola, Demo diz que:

É um traço profundamente negativo o fato de a população não se sentir compromissada com suas próprias soluções, atirando-as sobre o governo, por exemplo. A escola não é reconhecida como interesse próprio, como direito fundamental, mas tão somente como dever do Estado (DEMO, 1993, p. 68).

O que se percebe, portanto, é que a questão da participação da família na

escola não está desvinculada da questão da política social, ao contrário, a

interrelação entre família e escola é o ponto central para que as crianças se

desenvolvam dentro de uma sociedade democrática.

Dentro deste contexto, este capítulo teve, portanto, por finalidade investigar

possíveis formas de interação entre família e escola nos dias atuais.

Ao pesquisar sobre o Projeto Político-Pedagógico verificou-se que ele é um

instrumento escolar que media a integração entre as instituições.

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3.1 Projeto político-pedagógico como forma de integração

O Projeto Político-Pedagógico tem sido considerado um importante aliado

para a integração da família e escola na atualidade.

Quando elaborado de forma correta, a partir de um diagnóstico, ele

proporciona oportunidade aos gestores e professores de conhecer a realidade da

escola e dos alunos. Assim “podemos compreender a elaboração de um Projeto

Político-Pedagógico como a busca da construção da identidade de organização e

gestão de trabalho de cada instituição educativa”. (DIAS; VASCONCELOS; FARIA,

2009, p. 10).

Observou-se, portanto, que quando bem elaborado existe uma possibilidade

maior de traçar metas e estratégias para que as famílias possam participar do

ambiente escolar. Para que essa aproximação ocorra, já existem determinações que

contribuem nessa perspectiva.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seus artigos 14 e 15

discorrem sobre “a participação dos profissionais da educação na elaboração do

Projeto Político-Pedagógico da escola e da participação das comunidades escolar e

local em Conselhos de Classe”.

Percebe-se com essas determinações que existe uma preocupação em

institucionalizar ações que promovam a integração entre a família e a escola.

Dias, Vasconcelos e Faria (2009, p. 37) lembram que,

[...] No momento de elaboração do PPP, seus participantes devem buscar formas de conhecer essas famílias na sua diversidade tendo clareza das inúmeras mudanças ocorridas na estrutura e nas relações familiares nos últimos anos. Dessa maneira, não existe um modelo único de família nem a instituição pode querer enquadrar todas elas segundo um padrão de participação.

Nas questões relatadas acima, a autora complementa que “existem inúmeros

espaços já institucionalizados [...] para a participação das famílias, tais como:

colegiados, clube de mães, associações de pais e professores [...]”. (DIAS;

VASCONCELOS; FARIA, 2009, p. 37).

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Constatou-se, além disso, a emergência interação efetiva entre a família e

escola, o envolvimento dos pais nas decisões relativas à melhoria da escola

contribui no desempenho escolar das crianças. É o que defendem muitos

pesquisadores.

Diante disso, Cruz (2007) destaca que, atualmente, várias demandas são

apresentadas dentro das instituições escolares. A escola deixou de ser um local de

mera transmissão de conhecimento, para passar a ter presença na vida diária dos

alunos e de suas famílias. Especialmente em locais onde a população é menos

favorecida, as escolas apresentam projetos que visam integrar pais, alunos e corpo

docente, ressaltando-se que, nem sempre esse encontro é possível.

O que se deseja hoje segundo Neri e Santos (2001) é que o ambiente escolar

atrele à sua função de transmissora de conhecimentos a importância de se formar

cidadão, proporcionando aos alunos a oportunidade de construir atitudes

socialmente compatíveis com o ambiente em que estão inseridos e prepará-los para

novos ambientes futuros, sendo capazes de realizar contatos interpessoais.

Diante dessa multiplicidade de funções, destinadas às instituições escolares,

Fonseca (2008) cita que tanto a escola quanto a família são responsáveis pela

formação das crianças, pois estes encontram-se em fase de desenvolvimento não

só de suas habilidades cognitivas, mas também necessitam de formação moral,

afetiva e social, para que mais tarde não sejam excluídos da sociedade. Assim, é

através da interação existente entre família e escola que há a formação de um

cidadão consciente e ativo, a escola, portanto, não pode trabalhar sozinha.

Assim, é de grande importância que o Projeto Político-Pedagógico escolar

inclua a família dentro da instituição como peça que pode contribuir efetivamente

com as funções formativas dos alunos, corroborando com o papel da escola que é

além de transmitir conhecimento técnico e científico, formar valores e atitudes

corretas naqueles que as frequentam. (CRUZ, 2007).

Porém, Neri e Santos (2001) afirmam que apesar das novas exigências que a

sociedade tem feito à instituição escolar, é na família que a criança tem a formação

da base que o permitirá desenvolver como ser humano, portanto, esta é a primeira

instituição que deve zelar pela proteção e socialização desta com o meio no qual

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está inserida. É através da família que a criança constrói sua afetividade e se

permite relacionar socialmente com outras pessoas em diferentes contextos.

Dentro deste contexto, torna-se imperioso que família e escola tenham como

foco o estabelecimento de uma parceria para que assim, se obtenham resultados

satisfatórios na construção da formação moral e do conhecimento científico dos

indivíduos que são peças deste processo, cumprindo, assim, a função social que

compete a cada um de maneira individual e ao conjunto em prol da coletividade.

Fonseca (2008) ressalta que é imprescindível, portanto, que haja um

entrosamento entre a família e a escola, para que trabalhando em parceria,

consigam executar a tarefa de formar cidadãos, profissionalmente ativos e

socialmente inseridos, contribuindo para a melhoria do contexto social no qual se

encontram. Para tanto, é importante quebrar o paradigma que engloba as relações

entre família e escola, as quais apresentam-se quase sempre sob conflitos, pois,

não há uma responsabilidade mútua sobre a formação dos alunos, e muitas vezes, a

família direciona a educação de seus filho apenas para a escola, se excluindo da

formação destes.

Assim, ao refletir acerca dos conflitos existentes entre família e escola, nota-

se o ato falho da segunda, ao deixar de inserir funções aos pais no ambiente

escolar, bem como não ter espaço para ouvir reclamações e/ou sugestões para

complementar o projeto político pedagógico, que deixa de ser fortalecido por

opiniões tão importantes, que poderiam fortalecer as relações afetivas e

educacionais.

Diante do que foi dito acima, Provenzano e Kubo (2005) corroboram com a

idéia ao destacar a importância do interrelacionamento entre família e escola, pois

estas são as instituições mais próximas das crianças, e participam, portanto,

diretamente do desenvolvimento global delas. Para tanto, a harmonia existente

nesta parceria se complementa mutuamente na atuação dentro de suas diferentes

dimensões e papéis no desenvolvimento infantil.

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3.2 Algumas experiências de interação entre família e escola

A efetiva participação da família na escola tem sido desejada desde a década

de 90. Num primeiro momento, esta chamada foi feita para que a família fosse

responsabilizada pelo fracasso escolar de seus filhos e em outras vezes para ser

cumprimentada pelo bom desempenho destes. (BRASIL, 2002).

Mais tarde, esta chamada da família para a escola foi revista e ela foi

convidada a participar ativamente do processo político-pedagógico escolar através

do Dia Nacional da Família na escola, instituído pelo MEC, o qual defendeu o

desenvolvimento global do aluno como sendo de responsabilidade tanto da família

quanto da escola. (BRASIL, 2002).

O que se viu foi a entrada da família na escola, como forma de dividir e

integrar as responsabilidades pela formação integral dos alunos. O que antes era

visto como responsabilidades individuais, passou a ser comum às duas instituições.

O estabelecimento desta interrelação foi crucial para que escola e família

tivessem objetivos comuns e caminhassem na mesma direção, ou seja, desejassem

formar de maneira integral o aluno, o cidadão e o profissional socialmente integrado.

Nogueira, Romanelli e Zago (2000), afirmam que a interrelação estabelecida

entre família e escola é a base para o desenvolvimento do aluno, visto que a família

deve ser coadjuvante da escola, ao se responsabilizar pela execução das tarefas a

serem realizadas fora do ambiente escolar, o que consolida a aprendizagem e

contribui para a efetivação do trabalho realizado pelo professor dentro da sala de

aula.

Portanto, esse envolvimento do qual Nogueira, Romanelli e Zago (2000) citam

só será possível a partir do momento em que a família, esta vista de um modo

amplo, onde todos os membros possam se envolver com a parte curricular e com as

propostas estabelecidas pelo Projeto Político-Pedagógico escolar.

Nessa mesma perspectiva, pode-se afirmar que a escola é uma continuidade

da família, pois é a partir da vivência da criança em seu lar que a escola tem a

oportunidade de dar continuidade aos ensinamentos primeiros que foram

transmitidos e que geraram o desenvolvimento da criança até que ela chegasse à

escola.

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Diante dos desafios encontrados no desempenho escolar das crianças do

ensino fundamental percebeu-se que a necessidade de pesquisar sobre as

possíveis experiências de integração entre família-escola.

Ao investigar sobre o tema, verificou-se uma enorme contribuição em um

estudo intitulado como: “Interação escola família: Subsídios para práticas escolares”.

“Esse estudo elege como prioridade, dentre tantas funções importantes que a

aproximação das escolas e das famílias pode ter, como consequência, a

recuperação da singularidade do aluno, visto no seu contexto mais amplo.”

De acordo com os autores:

[...] quando a escola melhora seu conhecimento e compreensão sobre seus alunos, sua capacidade de comunicação e adequação das estratégias didáticas aumenta e, em conseqüência, aumentam as chances de um trabalho escolar bem-sucedido. Nesse sentido, a conquista da tão desejada participação das famílias na vida escolar dos alunos deve ser vista como parte constituinte do trabalho de planejamento educacional.” (BRASIL, UNESCO, p. 7).

Nos aspectos mencionados das estratégias didáticas para um trabalho bem

sucedido, percebe-se mais uma vez a importância da parceria entre as duas

instituições no processo de formação das crianças do ensino fundamental.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O início de todo aprendizado e inserção social começa na família. É lá que

são formadas e desenvolvidas a personalidade, a afetividade e a socialização das

pessoas. Dentro deste contexto, a família é a primeira instituição responsável pela

progressão educativa.

Mais tarde, as crianças são inseridas na escola, instituição voltada para a

continuidade da educação já previamente dada pelas famílias. Assim, a escola

torna-se responsável em aprimorar social e educacionalmente seus alunos,

respeitando seus conhecimentos adquiridos no seio familiar.

Dentro dessa perspectiva, é de grande importância que haja um

entrosamento entre família e escola, para que ambas cada uma com sua função e

com funções interativas e interdependentes promovam o desenvolvimento

educacional e social de seus educandos, nos mais diversos ambientes entre os

quais estão inseridos.

A partir dessa parceria, a escola passa a ter maior proximidade com as

famílias, onde ambas passarão a agir de maneira conjunta para dar respostas a

cada um dos novos desafios que lhes são impostos pela sociedade.

Para tanto, devem ser promovidas ações de cunho pedagógico direcionadas

às famílias, de modo que estas sejam integradas na constituição do Projeto Político-

Pedagógico escolar, favorecendo assim, tanto a elas mesmas quanto aos alunos.

Diante disso, ao concluir esse trabalho, foi possível constatar que a família, a

escola e o Estado sofreram profundas transformações a partir da década de 90.

Identificou-se que a parceria entre a família e escola possui uma influência

significativa no desempenho escolar dos alunos do ensino fundamental das escolas

públicas.

Algumas dessas influências foram constatadas nas ações governamentais,

por meio de programas. Exercendo o papel de regulador e mediador dessa ação,

observou-se que o estado faz-se presente nessa relação por meio de programas

como o Bolsa-Família. Percebeu-se que esse programa contribuiu para a interação

entre as duas instituições devido as condicionalidades de transferência de renda

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para as famílias. Ou seja, a imposição de comprovar a freqüência escolar, promoveu

a interação entre os dois segmentos.

Conclui-se que o Projeto Político-Pedagógico apresenta características

eficazes na promoção da pareceria entre as instituições, o que contribui de maneira

significativa para a formação dos alunos, futuros cidadão do nosso país.

Observou-se que o Projeto Político-Pedagógico é um importante aliado para a

integração da família escola na contemporaneidade, pois, efetivadas suas ações é

preciso o envolvimento de toda a comunidade escolar.

Espera-se que essa monografia ajude professores e pais a se apoiarem

mutuamente no processo ensino-aprendizagem.

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