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RELAÇÃO GRUPOS DE PESQUISA-
EMPRESAS NO SETOR SIDERÚRGICO:
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS
RELAÇÕES
Diego Felipe Muñoz (USP)
No presente artigo é descrita a utilização da Revista Tecnologia em
Metalurgia e Materiais para a identificação de relações de cooperação
entre Universidades e o Setor Produtivo. Como será mostrado, a
utilização de revistas especializadas ttraz informações importantes
quanto às relações existentes, evidenciando as Universidades e
Empresas mais relevantes para o estudo do tema. Também, é
apresentada síntese da relação existente entre conhecimento e
inovação, utilizando como base conceitual principal alguns dos autores
que vêm desenvolvendo trabalhos neste campo, destacando as
contribuições de Metcalfe (1995) e Nelson e Winter (1982), e, mais
especificamente para o setor siderúrgico, Pinho (1993) e Pinho (2001).
Palavras-chaves: Inovação, Conhecimento, Siderurgia,
Relacionamento, Grupos de Pesquisa.
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1. Introdução
A influência do conhecimento nas firmas é fundamental para o entendimento da inovação, a
qual pode ocorrer por diferentes caminhos e métodos. Pode ocorrer através de uma mudança
ocasional que acaba tendo efeitos positivos, ou da busca da resolução de problemas
operacionais. A inovação também se pode dar através da busca da resolução de problemas de
tecnologia ou de uma melhor organização dos departamentos e das atividades das firmas.
Segundo Metcalfe (1995), os problemas de tecnologia enfrentados pelas firmas são
cumulativos. As empresas se deparam com problemas que são produto das estratégias e das
decisões tomadas frente a problemas anteriores. Em todos os momentos a firma está trilhando
seu caminho futuro em função de suas experiências. O conhecimento anterior faz com que a
firma tenha uma objetividade maior no avanço técnico, tornando este processo muito mais
rápido e possivelmente mais eficaz.
Existem, entretanto, diferenças na maneira como se pode dar a inovação. Segundo Metcalfe
(1995), a inovação não se dá somente através do ponto de vista instrumental de laboratórios,
mas também através de atividades não tecnológicas e não científicas. Uma nova organização
dos departamentos de uma empresa pode resultar em maior eficiência, configurando-se como
uma inovação.
Para tal, segundo Nelson e Winter (1982), as regras de decisão tomadas pelas empresas
podem ser tratadas como conceitos próximos das técnicas de produção. Os padrões
comportamentais regulares e previsíveis das firmas, segundo os autores, podem ser chamados
rotinas. Estas podem variar desde rotinas técnicas, procedimentos de contratação e demissão,
decisões de estoque ou de produção, até decisões sobre investimento em pesquisa,
publicidade, ou estratégias empresariais. Assim, essas rotinas - determinadas pelas rotinas
anteriores - são as determinantes das características de uma firma e responsáveis por seu
possível sucesso. Do mesmo modo, essas características podem prejudicar a firma, podendo
levá-la ao fracasso. Segundo Nelson e Winter (1982), essas rotinas podem ser aproximadas
por “padrões comportamentais regulares e previsíveis das firmas” que assumem “a função que
os genes apresentam na teoria evolucionária biológica”.
Esse processo de seleção pelo qual a firma passa, segundo os autores, deve-se a processos
dinâmicos que determinam como a firma irá se comportar. Esses processos se dão ao longo de
tempo, em que as características das firmas determinam suas decisões, como produção, nível
de insumos ou sentido da busca por inovação. A firma direciona os objetivos e métodos com
os quais pretende inovar. As condições exógenas à firma contribuem com o aumento das
experiências da firma, que serão determinantes para as próximas decisões da empresa,
influenciando em seus lucros. Segundo Nelson e Winter (1982), esse processo ocorre mesmo
que a firma não mude suas características ao longo do tempo.
Torna-se necessário, portanto, o estudo dos processos pelos quais as firmas inovam e,
complementarmente, o papel da universidade neste contexto. O presente artigo tem como
objetivo apresentar resultados sobre a utilização da Revista Tecnologia em Metalurgia e
Materiais para a identificação de relações de cooperação entre o Setor Produtivo.
Como será mostrado, a utilização de revistas especializadas traz informações importantes
quanto às relações existentes, evidenciando as Universidades e Empresas mais relevantes para
o estudo do tema. É subseqüente a utilização de outras fontes de informação e
aprofundamento nas relações consideradas mais elucidativas para o estudo da relação Grupos
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de Pesquisa – Setor Produtivo, não tendo este trabalho tal escopo. É necessário, no entanto,
que exista a discussão da metodologia utilizada para o entendimento do papel da Universidade
para a evolução do conhecimento nas empresas, e é neste sentido que o trabalho tem seu
principal foco.
2. Características Técnico-Produtivas do Setor Siderúrgico
Siderurgia é o ramo da metalurgia que se dedica à fabricação do aço. Como se sabe aço é
uma liga de ferro e carbono, sendo este último obtido de carvão mineral ou vegetal. Quanto às
etapas do processo siderúrgico as usinas de aço podem ser divididas em usinas integradas e
semi-integradas. As primeiras operam com as quatro fases básicas do processo siderúrgico:
preparação da carga, redução, refino e laminação. As semi-integradas operam apenas com as
duas últimas fases, sendo sua matéria-prima ferro-gusa, ferro metálico ou sucata metálica
adquiridos de terceiros (Instituto Brasileiro de Siderurgia, 2008).
Ainda, segundo Pinho (2001), a siderurgia constitui importante caso de indústria madura em
termos tecnológicos, o que se evidencia pela intensidade de seus gastos com P&D. O gasto
em P&D da indústria siderúrgica alemã é de em média 01% da receita, contra 1,8% no Japão
e 1,2% na Coréia do Sul (SPRINGORUM (1998) apud PINHO (2001)). Nos EUA, os maiores
produtores integrados alcançam 0,5% de seu faturamento a P&D. Para os produtores semi-
integrados, o gasto é ainda menor ou mesmo nulo.
A siderurgia se desdobrou em uma série de produtos que, na maioria das vezes, já se
estabeleceu há bastante tempo. Os esforços atuais são de melhorar o desempenho dos aços
com relação a características demandadas por algumas de suas aplicações (PINHO, 2001).
Segundo Morandi (1996), o setor siderúrgico vem privilegiando a diferenciação dos produtos
e ao atendimento de encomendas específicas, sendo a demanda seu referencial básico. Com
isso as usinas precisam ter uma produção flexível, capaz de atender aos diferentes produtos
demandados por seus clientes. Este novo elemento da siderurgia – flexibilidade na produção –
faz com que as usinas entrem em uma nova fase da siderurgia mundial, em que os aços
precisam atender as específicas dos clientes.
A intensidade do esforço para a melhoria dos aços é maior no caso dos aços especiais e menor
no caso dos laminados longos comuns. Entre estes itens menos elaborados os produtos estão
mais maduros e “as trajetórias tecnológicas definem escassas oportunidades de inovação”.
Ainda assim, segundo Pinho (2001), existe grande “diversidade quanto ao espaço para o
desenvolvimento de tecnologia do produto” para o caso dos aços longos. Para o caso dos
produtos mais elaborados, como trefilados de uso industrial, laminados planos revestidos e
aços especiais, “o esforço para a geração de variedades com especificações superiores é
bastante importante”. Cabe, segundo o autor, aos consumidores mais sofisticados a tarefa de
demandar inovações, caracterizando uma situação de tecnologia do produto “puxada pela
demanda”.
Segundo Pinho (2001), a indústria siderúrgica se caracteriza por um aparato produtivo vasto e
complexo, que permite o desenvolvimento de tecnologia de processo. Entretanto,
semelhantemente ao que ocorre com a tecnologia do produto, o avanço da tecnologia de
processo não ocorre de maneira rápida, sendo apenas duas inovações consideradas radicais
desde os anos 50: o conversor ao oxigênio e o lingotamento contínuo.
Segundo o autor, apesar das inovações no setor siderúrgico terem menor amplitude não
significa que inexistam substanciais avanços no setor. Os avanços são na verdade gradativos
mas têm resultado numa elevação dos indicadores de qualidade, rendimento de matérias-
primas e insumos energéticos e produtividade dos equipamentos e da mão-de-obra. Para tal,
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três linhas de ação foram perseguidas:
Aperfeiçoamento dos procedimentos de seleção e preparação das matérias-primas;
Disseminação e sofisticação das técnicas de refino secundário do aço;
Melhoria dos equipamentos de laminação, que têm operado com velocidades e precisão
maiores quanto aos parâmetros de qualidade final do produto, graças à introdução de
dispositivos microeletrônicos de automação.
Assim, apesar dos baixos gastos com P&D da indústria siderúrgica mundial, principalmente
as semi-integradas, têm sido realizados esforços para melhorar o desempenho dos aços de
acordo com as necessidades de cada aplicação. Também, apesar da velocidade menor do
avanço da fronteira do conhecimento no setor, inovações que modifiquem drasticamente o
setor, como as tecnologias de fusão-redução, estão em estudo, mesmo que em fase inicial.
Segundo Pinho (1993), tanto no caso do conversor ao oxigênio, como no lingotamento
contínuo, anteriormente citados, “a capacitação interna das empresas parece ter exercido papel
fundamental no processo inovativo”. No caso do conversor ao oxigênio, questões importantes
foram resolvidas pela austríaca Voest, mas no caso do lingotamento continuo, as inovações
parecem ter sido unicamente por empresas do setor.
Segundo Pinho (1993), a importância das instituições de pesquisa deve ser ressaltada no
desenvolvimento dos dois processos. A posição dominante de empresas alemãs e austríacas
reforça a relevância de uma infra-estrutura de educação e pesquisa bem desenvolvida.
Segundo o autor, foi um instituto de pesquisas alemão o responsável pelo começo do
desenvolvimento dos conversores ao oxigênio modernos. Também, a importância da
siderúrgica Voest – a Voest possuía apenas 0,5 % da produção mundial e um terço da
capacidade produtiva da maior do setor, a US Steel, naquele momento – enfatiza a ausência
de grandes laboratórios de pesquisa das corporações no desenvolvimento do conversor ao
oxigênio. Segundo o autor, a ausência desses grandes laboratórios mostra que a defasagem da
siderurgia nos países em desenvolvimento, em termos de capacidade inovadora, está muito
mais ligada a um “hiato de natureza tecnológica, mais precisamente, a uma dificuldade de
gerir o complexo de conhecimentos necessários à produção de inovações”, do que a um
diferencial de tamanho das empresas.
Segundo Pinho (2001), a dificuldade de unir fabricantes do produto, fabricantes de
equipamentos e institutos públicos de pesquisa para países em desenvolvimento é, no entanto,
menos grave na siderurgia do que em setores em que a evolução tecnológica é mais rápida.
Isto ocorre devido à baixa apropriabilidade dos resultados de inovações em tecnologia de
processo, o que se evidencia pela produção e comercialização de equipamentos que
incorporam as mudanças tecnológicas. O autor cita a avaliação de Dirk Springorum, ex-
diretor executivo do Instituo Alemão do Ferro e do Aço, que diz que da siderurgia alemã:
“steelmakers are shifting their attention to actual product innovation while increasingly
tending to leave the development of new process to the plant and the equipment suppliers”.
Assim, no que se refere aos processos, pode-se dizer que, segundo a tipologia de Pavitt
(1984), trata-se de um “setor dominado pelos fornecedores”. Segundo Pinho (2001), para a
tecnologia de produto, a apropriabilidade técnica é maior, o que pode motivar
relacionamentos mais fortes com clientes e configurar vantagem para a empresa siderúrgica.
Atualmente, segundo o autor, o desenvolvimento de aplicações novas para aços já
comercializados é uma iniciativa tecnológica importante. Dessa maneira, projetos de destaque
formulados pela entidade empresarial da siderurgia nos EUA visam a utilização de aços já
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utilizados para a indústria automobilística, contando inclusive com as empresas USIMINAS e
CSN.
3. Metodologia
Através de pesquisa nos artigos da revista Tecnologia em Metalurgia e Materiais – revista
trimestral, a qual registra os avanços tecnológicos, produção acadêmica e práticas
empresariais da área metalúrgica – realizou-se compilação de informações dos artigos
publicados nos últimos quatro anos. A revista Tecnologia em Metalurgia e Materiais tem seus
artigos selecionados a partir de trabalhos apresentados em eventos da ABM, Associação
Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração. Os trabalhos são submetidos a um comitê
técnico do evento em que são apresentados e à mesa diretora durante a apresentação no
evento. Os melhores são selecionados e convidados a escrever um artigo, que é julgado pela
comissão editorial, formada por membros permanentes, entre eles Roberto Ribeiro de Avillez
(PUC-Rio), Carlos de Moura Neto (ITA), Antônio Cezar Faria Vilela (UFRGS), Francisco
Cristóvão Lourenço de Melo (CTA), José Deodoro Trani Capocchi (USP) e Paulo Roberto
Cetlin (UFMG). O intuito do trabalho realizado foi identificar, a partir de outro referencial,
outros potenciais grupos de pesquisa que tenham relevância na interação com o setor
produtivo e sejam fontes importantes para inovação.
O intuito do trabalho foi identificar - a partir de um referencial em que fosse possível abranger
tanto o setor acadêmico, quanto produtivo - potenciais grupos de pesquisa que tenham
relevância na interação com empresas e sejam fontes importantes para inovação.
4. Resultados
Dessa maneira, identificaram-se as instituições das quais faziam parte os autores dos artigos,
para os anos de 2005 a 2008. É apresentado no Anexo o resultado, com os artigos numerados
na ordem em que aparecem na revista. Abaixo é apresentada a porcentagem de artigos em que
há a participação de pesquisador de Universidade e de Empresa. Também, destes artigos é
mostrada a porcentagem que apresentaram participação de universidades de São Paulo.
Figura 1 – Artigos publicados, em conjunto, por pesquisadores do setor produtivo e pesquisadores de
universidades, e a participação, nestes, de pesquisadores de universidades paulistas. Fonte: Elaboração Própria,
dados retirados da revista
Ao contrário do que se esperava, a participação dos artigos escritos em conjunto entre o setor
produtivo e universidade no estado de São Paulo não se mostrou tão significativa. A fim de
verificar se algum estado apresenta uma concentração de pesquisadores de universidades e
empresas que se destacasse, realizou-se o mesmo procedimento para o estado de MG,
obtendo-se o resultado para Figura 2, apresentada abaixo.
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Figura 2 – Artigos publicados, em conjunto, por pesquisadores do setor produtivo e pesquisadores de
universidades, e a participação, nestes, de pesquisadores de universidades mineiras. Fonte: Elaboração Própria,
dados retirados da revista
Observando-se a distribuição obtida para os artigos com participação de pesquisadores de
MG, observa-se a grande concentração de pesquisadores que interagem com empresas no
estado de MG. Este fato pode ser devido a concentração de empresas do setor no estado,
facilitando a aproximação entre os pesquisadores.
Sobre a distribuição de empresas e suas participações nos artigos da revista, obteve-se,
baseado na tabela apresentada no Anexo, a distribuição do número de artigos apresentada na
figura 3, apresentada abaixo.
Figura 3 – Distribuição do número de artigos publicados para cada empresa. Fonte: Elaboração Própria, dados
retirados da revista .
Como se pode observar, a Usiminas se destaca, apresentando 11 artigos, bem à frente das
outras empresas. Como discutido anteriormente, a diferença entre a Usiminas e a CSN ainda
é grande, apesar dos esforços da CSN em se capacitar tecnologicamente.
Realizando o mesmo procedimento de contagem do número de artigos publicados pelas
universidades tem-se o resultado da figura 4, apresentada a seguir.
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Figura 4 – Distribuição do número de artigos publicados para cada universidade. Fonte: Elaboração Própria,
dados retirados da revista .
Novamente, é evidenciado o maior número de artigos de Universidades de Minas Gerais, com
a UFMG em primeiro lugar e a UFOP em segundo, o que reforça a importância destas
Universidades, chamando a atenção para a proximidade física que apresentam com as
empresas do setor. Esta proximidade, muito longe de ser simples coincidência, pode ser o
resultado de esforços deliberados dos pesquisadores da UFMG de se aproximar do setor logo
na formação do curso de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais (CPGEM) da UFMG, criado em 1970. O número de artigos produzidos em conjunto
entre o setor produtivo e a UFMG apresenta, portanto, uma possível evidência do sucesso de
uma iniciativa de mais de 30 anos, a qual deve ser estudada com mais profundidade.
5. Considerações Finais e Análise Crítica
Com o intuito de ampliar a busca por relações entre grupos de pesquisa e setor produtivo, o
levantamento realizado utilizou informações de importante fonte – a Revista Tecnologia em
Metalurgia e Materiais – a qual apresentou evidências importantes de cooperação, sendo
destacada fonte para levantamento de informações sobre a relação estudada. Obtiveram-se,
conforme apresentado, resultados preliminares destacáveis, principalmente sobre a
concentração dos artigos escritos em conjunto entre Universidade e empresa.
É necessário, no entanto, formar um corpo de informação sobre as relações que ultrapasse a
análise dos resultados das interações entre os grupos e as empresas. Apesar da verificação das
interações através de seus resultados ser imprescindível, também é necessário ouvir os grupos
de pesquisa e as empresas sobre a relação criada. O fato do autor principal de um artigo de co-
autoria entre Universidade e Empresa pertencer ao corpo de pesquisadores do Grupo de
Pesquisa não necessariamente significa que o principal agente no desenvolvimento da
tecnologia e do conhecimento não seja da empresa.
Espera-se, dessa maneira, a partir das informações coletadas, relacionar os Grupos de
Pesquisa e a Ciência, de um lado, com as Empresas e seus problemas, de outro. O
levantamento dos principais atores desta relação no estudo da potencial cooperação existente
é fundamental para uma pesquisa consistente, sendo necessidade subseqüente o estudo
aprofundado da relação.
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Referências:
METCALFE, S. (1995), .The economic foundations of technology policy: equilibrium and evolutionary
perspectives., in Handbook of the Economics of Innovation and Technological Change, P. Stoneman (ed.),
Oxford: Blackwell.
MORANDI, A.M. (1996). “Reestruturação industrial e siderurgia. Uma análise do setor siderúrgico brasileiro.
O caso da CST”. Tese de Doutoramento. Campinas: Instituto de Economia da Unicamp, 1996.
NELSON, R.R.; WINTER, S. G. (1982). An Evolutionary Theory of Economic Change. Cambridge: Belknap
Press. ou “Uma Teoria Evolucionária da Mudança Econômica”. Editora da Unicamp, 2005.
PAVITT, K. (1984). “Sectoral Patterns of Technical Change: Towards a Taxonomy and a Theory”. Revista
Brasileira de Inovação, v. 02, p. 343-373.
PINHO, M. (1993). “Tecnologia e Competitividade na Indústria Brasileira de Aços Não-Planos Comuns”.
Campinas, IE/Unicamp (Dissertação de Mestrado).
PINHO, M (2001). “Reestruturação Produtiva e Inserção Internacional da Siderurgia Brasileira”. Campinas,
IE/Unicamp (Tese de Doutorado).
ANEXO
Art Empresas Universidades Ano Vol Núm
1 Carboox Resende Química USP 2008 5 2
2 CSN 0 2008 5 2
3 0 UFRGS 2008 5 2
4 0 UFRGS 2008 5 2
5 0 Unitau, Mackenzie 2008 5 2
6 0 UFF 2008 5 2
7 Usiminas Unileste 2008 5 2
8 V&M Tubes 0 2008 5 2
9 UENF, UFRJ 0 2008 5 2
10 ArcelorMittal, Qualictec 0 2008 5 2
11 FCTMG UFMG 2008 5 2
12 Cosipa 0 2008 5 1
13 0 UFScar, Universidade São Francisco 2008 5 1
14 ArcelorMittal Tubarão DEMET/UFOP, DEMET/UFMG 2008 5 1
15 0 UFMG, EEUFMG 2008 5 1
16 0 USP 2008 5 1
17 Villares Metals UFScar 2008 5 1
18 Usiminas 0 2008 5 1
19 CSN UNESP 2008 5 1
20 Usiminas 0 2008 5 1
21 CVRD MIB, USP (SMM) 2008 5 1
22 CSN, Siderúrgica Marabá, Belge 0 2008 5 1
23 0 Universidade de Taubaté 2008 5 1
24 0 UFOP 2008 5 4
25 0 UFMG 2008 5 4
26 0 Unicamp 2008 5 4
27 0 USP, UEPG 2008 5 4
28 0 Cepel, Puc-Rio 2008 5 4
29 0 ITA, INPE 2008 5 4
30 0 UFOP 2008 5 4
31 0 ITA, UFF, UNESP, UFScar 2008 5 4
32 0 UFOP, UFMG 2008 5 4
33 0 Cepel 2008 5 3
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34 0 Villares Metals 2008 5 3
35 Welding Alloys Unifei, UFScar, Cambridge 2008 5 3
36 0 UFF 2008 5 3
37 0 CUVR, USP 2008 5 3
38 Brasmetal Waelzholz 0 2008 5 3
39 0 UCS, Universidade do Minho 2008 5 3
40 0 USP, IPT 2008 5 3
41 0 UFMG, Universidad Arturo Prat 2008 5 3
42 0 UFOP 2008 5 3
43 0 UENF, UCAM 2008 5 3
44 Tecno-Logos, Consultor Particular PUC-Rio 2008 5 3
45 VAMTEC USP 2007 4 2
46 0 Cosipa 2007 4 2
47 0 URI, UFRGS, GKSS, Birmingham 2007 4 2
48 0 UENF, UNIVERSO 2007 4 2
49 0 UFMG 2007 4 2
50 Usiminas UFMG 2007 4 2
51 Petrobras UFU 2007 4 2
52* 0 UFMG 2007 4 2
53 Usiminas UFMG 2007 4 2
54 Barão Consultoria, Arcellor Mittal UFOP 2007 4 2
55 0 Univap, ITA, USP 2007 4 2
56 Magnesita, CST 0 2007 4 1
57 CVRD, CST 0 2007 4 1
58 Aços Villares, Vesuvius Brasil 0 2007 4 1
59 Cnen, UFRJ 0 2007 4 1
60 ATAN Sistemas 0 2007 4 1
61 Usiminas 0 2007 4 1
62 Usiminas UFMG 2007 4 1
63 Consult Ind, Amsted Maxion UNESP 2007 4 1
64 0 USP 2007 4 1
65 CVRD CETEM 2007 4 1
66 0 SOCIESC, Udesc 2007 4 1
67 0 Unisinos 2007 4 1
68 0 Universid Nacional de Colombia, USP 2007 3 4
69 0 UFOP, PUC-MG 2007 3 4
70 Petrobras Cefet/RJ, PUC-Rio, UFF 2007 3 4
71 0 UFRGS, PUCRS 2007 3 4
72 Usiminas UFF 2007 3 4
73 Union Rhac Tecnologia 0 2007 3 4
74 0 PUC-RJ, UFF 2007 3 4
75 Petrobras UFES,UFU 2007 3 4
76 Arcellor Mittal Tubarão UFRGS 2007 3 4
77 GERDAU UFRGS 2007 3 4
78 Usiminas 0 2007 3 4
79 0 Unisinos 2007 3 4
80 Acesita 0 2007 3 4
81 0 UnB 2007 3 3
82 Arcellor Mittal Tubarão 0 2007 3 3
83 Usiminas 0 2007 3 3
84 0 UFF, PUC-Rio 2007 3 3
85 Tecno-Logos PUC-Rio 2007 3 3
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86 Samarco Mineração UFOP, USP 2007 3 3
87 0 UFF 2007 3 3
88 Atan Sistemas 0 2007 3 3
89 CSN 0 2007 3 3
90 CST, IHM GMA 2007 3 3
91 Usiminas 0 2007 3 3
92 Villares Metals 0 2007 3 3
93 0 UFOP 2006 3 2
94 ACESITA UFOP, Cefet-Ouro Preto 2006 3 2
95 Arcelor 0 2006 3 2
96 0 Unifei, USP, UFF, PUC-Rio 2006 3 2
97 0 PUC-Rio, UFF, FEI, UNISINOS 2006 3 2
98 0 USP 2006 3 2
99 ACESITA UFMG 2006 3 2
100 ACESITA UFOP 2006 3 2
101 0 UFMG 2006 3 2
102 0 UFRJ 2006 3 2
103 0 UFMG 2006 3 2
104 ATAN Sistemas 0 2006 3 1
105 0 UFSCar, PUC-RJ, UFRJ, UFF 2006 3 1
106 0 UTFPR, USP, PPGEM 2006 3 1
107 Cosipa 0 2006 3 1
108 0 Udesc 2006 3 1
109 Inmetro, CSN USP, IPT, UFF 2006 3 1
110 Arte&Byte Sistemas, V&M do Brasil 0 2006 3 1
111 Usiminas UFMG 2006 3 1
112 ACESITA UFMG 2006 3 1
113 0 UFF 2006 3 1
114 0 UFF 2006 3 1
115 CST 0 2006 3 1
116 0 PUC-Rio, UFRJ, GKSS 2006 2 4
117 0 UFF 2006 2 4
118 CVRD UFMG 2006 2 4
119 0 USP 2006 2 4
120 Acesita UFU 2006 2 4
121 0 CETEM, UFRJ 2006 2 4
122 0 UFF 2006 2 4
123 GERDAU 0 2006 2 4
124 0 UFF, UFRJ 2006 2 4
125 0 Mackenzie 2006 2 4
126 T&T Automação UENF, CEFET Campos 2006 2 4
127 0 USP 2006 2 4
128 Usiminas, ARVIN-MERITOR UFOP 2006 2 4
129 V&M do Brasil UFMG 2006 2 3
130 RGB, ROTECH Tecnologia Robótica UFMG 2006 2 3
131 0 Magnesita, CST, Thermojet 2006 2 3
132 Cosipa 0 2006 2 3
133 CST 0 2006 2 3
134 Mineração e Pesquisa Brasileira UNILASALLE, UFRGS 2006 2 3
135 Acesita 0 2006 2 3
136 0 UFC, UFU, Faculdade Christus 2006 2 3
137 0 USP 2006 2 3
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
11
138 0 UDESC 2006 2 3
139 IPT UFSCar, UNESP 2006 2 3
140 0 PUC-Rio, UENF 2006 2 3
141 Belgo Arcelor Brasil 0 2006 2 3
142 Tecnored PUC-Rio, Aachen University 2005 2 2
143 0 Unicamp 2005 2 2
144 Villares Metals 0 2005 2 2
145 0 UFU 2005 2 2
146 0 UFRGS, Unisinos 2005 2 2
147 0 UFF 2005 2 2
148 0 Unisinos, UFRGS 2005 2 2
149 EMBRACO UFU 2005 2 2
150 0 UFF, PUC-Rio, Tohoku University 2005 2 2
151 Belgo Mineira 0 2005 2 2
152 0 FEI, USP 2005 2 2
153 CST 0 2005 2 2
154 CST 0 2005 2 1
155* 0 PUC-Rio 2005 2 1
156 0 USP, IPT 2005 2 1
157 0 IME, UFRJ 2005 2 1
158 0 IPT 2005 2 1
159 0 UFRGS 2005 2 1
160 Furnas 0 2005 2 1
161 Tecno-Logos PUC-Rio 2005 2 1
162 0 Tohoko University, UFF 2005 2 1
163 0 Un. Central de las Villas, UNESP, UFSCar 2005 2 1
164 CST 0 2005 2 1
165 0 CETEC-MG, Universidade de Ghenz 2005 2 1
166 Villares Metals 0 2005 2 1
167 ATAN Sistemas 0 2005 1 4
168 Usiminas UFMG 2005 1 4
169 Villares Metals 0 2005 1 4
170 Usiminas UFMG 2005 1 4
171 Armsted-Maxion 0 2005 1 4
172 Saint-Gobain Cerâmicas e Plásticos UFSCar 2005 1 4
173 Re-Plate Refratários, SBM Votorantim 0 2005 1 4
174 Usiminas UFMG 2005 1 4
175 0 PUC-Rio 2005 1 4
176 0 PUC-MG 2005 1 4
177 Chemtech, CSN 0 2005 1 4
178 GERDAU Açominas 0 2005 1 4
179 CST, Magnesita 0 2005 1 4
180 Barra Mansa 0 2005 1 3
181 Villares Metals 2005 1 3
182 MBR UFMG, UFRJ 2005 1 3
183 Combustol, Aços Villares Mackenzie, Unicamp 2005 1 3
184 0 UFRGS 2005 1 3
185 CST 0 2005 1 3
186 CST 0 2005 1 3
187 IPT 0 2005 1 3
188 Cosipa 0 2005 1 3
189 Usiminas, Consultor UFMG 2005 1 3